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FAZENDO boletim do que por cá se faz
25 de Março 2010 | Quinta | Edição # 35 | Quinzenal | Agenda Cultural Faialense | Distribuição Gratuita
Opinião
Opinião Crónica
Centro de Artes do Faial
Q
Fausto
uanto mais o tempo passa mais se torna evidente
seu quarto o seu laboratório de ideias e centro de exposições
que o Faial é um espaço criativo em ebulição permanente.
privado, e que por receio ou falta de condições ou estímulos,
Muitos factores concorrem para este facto, uns deles óbvios,
não partilham a sua criatividade com os outros.
outros menos. É sabido que nas famílias Faialenses ancestrais,
Mas então perante isto o que é que nos faz falta? Será um
por exemplo, havia sempre um ou mais membros que tocavam
aquário virtual? Será uma zona de lojas no futuro cais de
um instrumento musical, e isso foi passando de geração em
passageiros? Será um pavilhão multiusos? Não me parece. O
geração. Algumas famílias pareciam verdadeiros grupos
que nos faz falta é um Centro de Artes. O famoso centro de
musicais. A avozinha no piano, o pai no trompete, o filho na
artes de que já se fala há uns tempos. Um local onde os
guitarra, a mãe a cantar… Sem nenhuma certeza estatística
grupos de música e teatro possam ter um espaço de ensaio
real, sinto instintivamente que esta ilha tem a maior
devidamente preparado e seguro, salas onde artistas plásticos
percentagem de pessoas ligadas à música em termos
possam criar e expor o seu trabalho, onde se possam fazer
nacionais, relativamente à totalidade da população. Ainda
tertúlias literárias, onde se possa discutir cinema, onde possa
hoje, em quase todas as famílias há quem toque um
renascer a arte popular, onde se possam dar concertos, e
instrumento. Para este facto também muito contribuem as
acima de tudo, onde possa haver um intercâmbio de artistas,
filarmónicas, os grupos de cantares, os ranchos folclóricos, o
partilhar ideias, discutir conceitos, de uma forma livre e
conservatório, e até o iatismo, as antigas colónias dos cabos
aberta a toda a população local e visitantes.
submarinos, e os milhares de visitantes forasteiros que desde
Tenho conhecimento que já há algum tempo (desde o
sempre nos visitam, acabando alguns por permanecer meses
mandato anterior) que a Câmara Municipal da Horta está
ou mesmo anos, e por fim as pessoas que sendo de fora,
empenhada em providenciar um espaço que reúna estas
decidem ficar por opção. Mas não é só na música que se sente
características, o que é um óptimo indicador para todos os
o pulsar deste povo. É na criação artística de uma forma
que de certa forma estão ligados ao mundo artístico, e
geral. É na pintura, no artesanato, na literatura, no cinema,
inevitavelmente acabará por acontecer. Mas é sempre
no teatro. É no que se vê feito, nos que mostram o seu
importante sublinhar esta necessidade para que não fique
mais evoluída, mais preparada para receber quem nos visita,
trabalho nas escolas, nas associações, em exposições
esquecida, e para que seja encarada como uma efectiva
e sobretudo mais feliz intrinsecamente.
individuais, nos palcos, mas também na arte que está
necessidade e não um capricho ou um luxo. Apostar no
Afinal, temos de fazer alguma coisa para contrariar este
reprimida, que não sai de casa, e dos criadores que fazem do
património cultural e intelectual torna-nos uma sociedade
cinzento do tempo que teima em nos acinzentar a alma. O
Ajuda à Auto-Destruição da Madeira
Crónica Tomás Silva
P
ântanos. Berlim e Nova Iorque eram pântanos.
Mas desde que lá chegou, o ser humano tentou e continua a tentar construir o paraíso em forma de cidade. Praças, avenidas, parques, escadarias, museus, são apenas alguns dos dispositivos arquitectónicos que enchem o olho e a mente a quem por lá passa. Nas nossas ilhas passa-se exacatamente o contrário, e por exemplo, do paraíso que foi a ilha da Madeira, está a nascer
económico e político. O que fazer num caso destes? Vamos
pensar no empreiteiro e não em quem lá vai viver. Eu sei que
um pântano. Um pandemónio. Antes da chegada dos colonos
ajudar a Madeira? Só se for a autodestruir-se.
assim é mais fácil, poupa-se tempo e dinheiro, mas para que
portugueses no século XV a ilha era desabitada. Actualmente
Nos Açores esses erros não foram cometidos porque existe
querem tanto tempo e tanto dinheiro se não o podem usar
metade dos 247 mil habitantes concentram-se em apenas 7%
aqui, dentro das ilhas e dentro de nós, bem mais respeitinho
com qualidade? Assim não estamos a propiciar qualidade de
da área da ilha. É relativamente fácil chegar à conclusão que
pela natureza e, no entanto, também existem muitos, muitos
vida nem a quem vive em casas destas, nem a quem passa
a culpa da catástrofe que assolou a Madeira não foi da chuva.
problemas urbanísticos.
por elas. Qualquer novo loteamento sem plano de pormenor
E agora vem o pior: a “montanha” de inertes retirada das
Aqui as casas dispõem-se ao longo das estradas, temos poucas
atrapalha e perturba a vida a quem vive na ilha e a quem a
ribeiras deverá servir para fazer avançar o Funchal mar
avenidas, poucas praças, poucos passeios. Podia ser por falta
visita. Não estamos a construir cidade e torna-se assim bem
adentro e criar novas urbanizações na cidade, disse à Lusa o
de originalidade ou imaginação, mas não é.
mais prático viver perto da televisão e gastar o ordenado no
presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim. Na
No
Madeira as coisas são e sempre foram feitas ao sabor do poder
aleatoriamente, com loteamentos e casas tipo, feitas a
Faial
estamos
a
povoar
a
ilha
mais
ou
menos
modelo. Nas ilhas o urbanismo é péssimo, actuar é preciso. O
ficha técnica - fazendo - isento de registo na erc ao abrigo da lei de imprensa 2/99 de 13 de janeiro, art. 9º, nº 2 - direcção geral: jácome armas - direcção editorial: pedro lucas - coordenadores temáticos: catarina azevedo, luís menezes, luís pereira, pedro gaspar, ricardo serrão, rosa dart - colaboradores: ana correia, aurora ribeiro, parque natural do faial, tiago vouga, tomás silva, verónica neves, Sara Soares - projecto gráfico: paulo neves, elcubu, contact@elcubu.com - capa: “osga-selvagens” de paulo henrique silva - produção e paginação: aurora ribeiro - propriedade: associação cultural fazendo - sede: rua rogério gonçalves, nº 18, 9900 horta - periodicidade: quinzenal tiragem: 400 exemplares - impressão: gráfica o telégrapho - contactos: vai.sefazendo@gmail.com, http://fazendofazendo.blogspot.com - distribuição gratuita - apoio: direcção regional da cultura:
02
Música Música Concerto Sinfónico de Páscoa
Um concerto precioso
Q
Aurora Ribeiro
ue cidade com menos de 10.000 pessoas terá tanta
na Albânia). Qualquer um deles colabora regularmente com a Horta Camerata e a Açores Camerata. A direcção artística e
oferta cultural como a cidade da Horta? Quão mimados
musical destes projectos está a cargo de Kurt Spanier.
somos, nós os seus habitantes! No Sábado de Páscoa teremos
Este concerto conta ainda com uma estreia absoluta: pela
mais um um Concerto Sinfónico pela Horta Camerata, a tocar
primeira vez uma orquestra açoriana toca uma sinfonia de
para nós obras de Haendel, Cimarosa e Mozart.
Mozart, que será a conhecida sinfonia nº29 em Lá Maior. Às
Simpático é que a cidade não necessite de gastar milhões
17h do dia 3, podemos então passar uma tarde preciosa sem
num auditório periférico de última geração, para poder ouvir
pagar entrada.
com qualidade um concerto sinfónico. A muito central Igreja
Precisosa a sala do espectáculo, feita por antepassados e
de S. Francisco, construída entre os séculos XV e XVII, está
deixada a nós como património. Precioso o encontro entre
perfeitamente adaptada (as obras de recuperação estão a ser
estes intérpretes, vindos das mais diversas origens e grande
preparadas pela Santa Casa) em dimensões e acústica para
parte deles daqui dos Açores, que chegam e se concertam
albergar uma orquestra de dezenasde músicos. Para não falar
para nos deleitar com as obras preciosas dos grandes
da atmosfera sacra que se vive no seu interior, apropriada ao
compositores. E é precioso o encontro de pessoas que se
programa e à quadra festiva.
reúnem, para juntas ouvir a grande música ao vivo. Isto não
São solistas Frederico Fernandes no Oboé (tocou na Orquestra
acontece todos os dias nem em toda a parte. O
Gulbenkian entre outras grandes orquestras do Continente) e
Este concerto é para maiores de 7 anos, não são admitidas
a Soprano Mariana Leka (primeira soprano da Ópera de Tirana
crianças pequenas.
W. A. Mozart
Rupa & The April Fishes
Este Mundo Fausto
C
quase diariamente por atravessarem uma linha. É um trabalho de estímulo, crítica social, alegria e esperança, sentimentos exaltados por ritmos e melodias viciantes. As letras cantadas
entrado na figura da cantora Franco-Indiana Rupa,
pela versátil Rupa são por vezes em Francês, outras vezes em
este grupo prodigioso de S. Francisco baseia as suas criações
Espanhol, e ocasionalmente em Inglês. Apesar do carácter
em influências Gipsy, tango, ska e a clássica chanson francesa.
político de algumas músicas, claramente essencial nos dias
O resultado é uma energética vibração que os ouvidos ouvem
que correm face ao adormecimento generalizado das massas
e o corpo sente, transportando-nos para itinerários tão
perante os problemas sociais graves que o mundo atravessa,
diversos e importantes para a estimulação da mente nómada
o disco inclui também temas que são pura poesia. Em termos
que há em nós. “Este Mundo” é o seu último trabalho e foi
musicais, apesar de saltarmos facilmente de um reggae para
editado em 2009. Fala de amor, gente perdida, a descoberta
um rap, e logo depois viajarmos até Paris para irmos acabar a
de um novo caminho, e todas as fronteiras (físicas e as outras)
ouvir flamenco num bar de Sevilha, o disco apresenta uma
que temos de atravessar para nos melhorarmos. O disco foca
coerência bastante notória, quer musicalmente, quer na
com maior incidência os problemas fronteiriços entre o
mensagem que transmite. Para quem gostar aconselho
México e os Estados Unidos, e toda a tragédia humana que ao
também o trabalho antecedente – Extraordinary Rendition.
longo dos anos daí tem decorrido, com pessoas a morrerem
Fiquei rendido. O
Discos do Além
2006 New Songs Demo Fausto
E
sta semana trazemos ao caro leitor mais uma
escolhido é apropriado. A única coisa que penso estar um
pérola do além. Este senhor, um puro self-made man, decidiu
pouco exagerada é a luz que incide sobre o primeiro plano,
pôr mãos à obra e concretizar o seu sonho de infância – gravar
demasiado artificial pois como podemos observar pelo cenário
um disco. Nunca é tarde! Antes de uma análise mais exaustiva
natural de fundo, já estava a ficar um pouco de noite. De
uma dúvida preliminar surge: será que se trata de uma demo,
resto, está tudo muito bem. Aqui está uma boa sugestão para
e que o melhor virá a seguir, ou será que são canções do
a semana do mar, não para o palco principal, mas para o meio
demo? Bom, para qualquer das duas hipóteses o design
da baía. O artista tem ar de ser animado. O
03
Teatro e Cinema A
Cinema
IV Festival de Teatro do Faial
Paisagens em Trânsito
O
Tiago Vouga - Teatro de Giz
Espectáculo
“Paisagens em Trânsito” de Patrick Murys é o segundo espectáculo do IV Festival de Teatro do Faial. O bom (e feroz) humor do Teatro da Palmilha Dentada, que, com grande sucesso, abriu a edição deste ano, dá lugar a um espectáculo poético e intrigante: “No átrio de uma estação de comboios imaginária, há um homem carregado de malas. Viajante sem destino com uma história guardada na bagagem. O comboio não chega. Desesperado, o homem abre uma mala atrás da outra, revelando pedaços da sua vida. Badalos, farda de combate, palha, terra, paisagens da memória aos poucos
A
descobertas no fundo de cada mala.” Sozinho em palco,
Patrick Murys contribui para a afirmação da companhia
Patrick Murys explora as artes do teatro físico e do teatro de
portuense desde o ano de 2005, tendo interpretado os
Oficina
objectos e marionetas, expondo personagens e descobertas
espectáculos “Charanga”, “Cavaterra”, “Quarto Interior” e
enigmáticas, suscitando interrogações em volta da temática
“Mansarda”. Previamente integrou a companhia de teatro de
do exílio. O carimbo de Projecto-Satélite Circolando (espécie
objectos Turak, em cujas produções participou entre 2000 e
de co-produção reservada a colaboradores habituais da
2008. Trabalhou ainda em encenações de G. Desarthe e Shiro
espectáculo, objectos e marionetas, pretende-se estimular a
companhia “com quem existe uma profunda identificação
Daimon e com as companhias M. Véricel, Des Yeux Gourmands
imaginação dos participantes na arte de observar. “Como
artística“) atesta a capacidade técnica de Patrick e a sua
e Le Groupe O.
mostro o objecto ao mundo? Como mostro o mundo ao
capacidade de criar quadros visuais de enorme fascínio, duas
“Paisagens em Trânsito”, espectáculo para maiores de 8 anos,
objecto?” são as perguntas à volta das quais se desenrola a
reconhecidas características da companhia portuense que
promete marcar a nossa memória com momentos de rara
oficina, indicada para pessoas entre os 8 e os 60,
ganhou reconhecimento nacional e internacional com as suas
beleza e provocar o nosso imaginário. O
inclusivamente para pais e filhos. O
produções de Novo Circo, voltando-se depois para uma linha
É já no próximo sábado, dia 27, pelas 21:30
Sábado, dia 27 de Março, entre as 9:30 e as 13:00
de Teatro Físico e de Imagens.
no Teatro Faialense.
Para inscrições: 918768348
Patrick Murys, criador e intérprete de Paisagens em Trânsito, orienta uma acção de formação na manhã do dia do espectáculo. Usando os mesmos instrumentos presentes no
IV Festival de Teatro do Faial
Piolhos e Actores Tiago Vouga - Teatro de Giz
A
Associação Cultural Despe-Te-Que-Suas
traz ao palco do Teatro Faialense o espectáculo “Piolhos e Actores”. Da autoria de Sanchis Sinisterra, dramaturgo espanhol contemporâneo, o texto desenvolve-se à volta de dois actores cómicos ambulantes do siglo d’oro espanhol (século XVII) que subitamente se encontram num teatro e perante uma plateia do nosso tempo. por
António
Capelo,
actor
conhecido
dos
A
Oficina
A sua vontade e necessidade de apresentar o seu espectáculo
Encenado
ao público vai sendo interrompida por constantes inquietações
espectadores de televisão e cinema português, Director da
e auto-questionamento, que põe a nu as questões da vida de
Academia Contemporânea do Espectáculo e Director Artístico
um actor, a condição do público e de como pode o teatro
e Encenador do Teatro do Bolhão, o resultado é um
a alguns dos aspectos que constituem a preparação do
evoluir para sobreviver à mudança. As personagens vêm de
espectáculo cómico mas repleto de questões oportunas que
instrumento do actor para a sua livre e consciente prestação
outro tempo mas as questões encontram paralelo na
ultrapassam o contexto específico daqueles que precisam do
no jogo dramático - a disponibilidade, a energia corporal, a
actualidade, segundo Nélson Cabral, actor natural de São
teatro para viver porque “sendo uma frenética alusão ao
voz.
Miguel, fundador da Associação Cultural Despe-Te-Que-Suas.
mundo do teatro, não deixa de ser, ao mesmo tempo, uma
Uma oportunidade de partilharem da riquíssima experiência
Voltou aos Açores em 2005, depois de trabalhar com os mais
imensa metáfora do mundo em geral.” O
dos dois actores que protagonizam o espectáculo. O
reuniu-se com Miguel Mendes, do Teatro da Garagem (Lisboa),
O espectáculo é apresentado sábado dia 3 de Abril, às 21:30,
Quinta-feira, dia 1 de Abril, das 21:30 às 23:00, no Teatro
que Nélson considera ser o maior actor da sua geração.
no Teatro Faialense.
Faialense. Para inscrições: 918768348
Nélson Cabral e Miguel Mendes, os dois actores do espectáculo, aproveitam a véspera de feriado para orientarem a oficina “Um treino para o jogo”. Trata-se de uma abordagem
prestigiados grupos de teatro nacionais. Para este espectáculo
04
Arquitectura ee Artes Artes plásticas Arquitectura Plásticas Exposição temporária de Gil Teixeira Lopes
Na máquina do Tempo Luís Menezes
il Teixeira Lopes é uma figura de referência no
G
circunstâncias históricas que o rodearam ao longo do seu
panorama da arte contemporânea portuguesa, com uma obra
percurso de vida, e que projecta nas telas mediante uma
A sua produção artística revela-se profundamente empenhada
pictórica que traduz para uma linguagem de modernidade/
na figura humana, uma militância alimentada por um rico
contemporaneidade.
imaginário, que nos estimula a curiosidade pelo mistério do
Na transposição das sua vivências íntimas para a tela, a
seu simbolismo e desafia à leitura e questionamento da nossa
figuração desenha-se fragmentada, sobrepondo-se quadros no
existência.
mesmo quadro, e onde se inscrevem palavras, números e
Com um trajecto de vida que se contextualiza por uma época
objectos. Nesta organização formal, discorre a narrativa num
de fortes tensões políticas, sociais e culturais, depreende-se
equilíbrio de excepção em que a cor objectiva, quanto a luz
que a superfície de um quadro, ou o vigor de uma peça
e a sombra dramatiza.
escultórica inacabada, se convertem no campo de acção do
Sem apego a gramáticas estéticas ou a códigos semânticos,
pintor, na reconstrução do real histórico como de um
se, por vezes, a sua exaltação pessoal leva a algo de agreste,
microcosmos psicológico, numa atitude interventiva que se
a certa nostalgia/solidão, por outro também se revela alguma
transforma numa questão ética de denúncia social ou política.
sensualidade ou erotismo. Assistimos na obra do Mestre a
A expressão plástica torna-se envolvente no plano emotivo,
momentos vibrantes, a gestos construtivos inquietantes que
como uma construção “gritada” que nos empurra para a
nos cativam pela postura das figuras e a respiração que nelas
reflexão sobre uma sociedade submetida a grilhetas atrozes
se pressente ou, pela percepção dos seus “estados de alma”.
ou para a qualidade humana.
Tenho orgulho que o Mestre Gil Teixeira Lopes, com uma obra
A sua obra é construída por detalhes, por signos e símbolos,
de dimensão Universal, tenha tido por berço o meu país. O
que desvendam a sua atitude contemplativa perante as
Inaugura dia 8 de Abril, na sala de Exposições da Biblioteca.
multifacetada e vasta em técnicas utilizadas, que há muito
aturada pesquisa temática quanto cromática, sempre dentro
adquiriu reconhecimento internacional.
de um grande rigor construtivo, herdado de certa tradição
Joana Vasconcelos Ana Correia
Sapato “Marilyn” feito com tachos e tampas
D
da linguagem da artista. Joana Vasconcelos apropria-se de
ado o entusiasmo que me foi chegando através
de comentários próximos que visitaram a actual exposição
conceitos
“Sem Rede”, no Museu Colecção Berardo, optei por Joana
contemporânea, transformando-os em peças que na sua
Vasconcelos para esta edição.
maioria se dão à arte pública, acessíveis a todos. Faz uso,
Esta artista tem-se revelado como o nome mais sonante da
muitas vezes, de materiais de reduzido tamanho e de
sua geração artística. Nasceu em Paris, em 1971. Formou-se
utilização quase universal, que perdem o seu contexto quando
no Ar.Co, em Lisboa, em 1996. Expõe desde 1994, não só em
componentes de um outro conceito, de um objecto artístico
Portugal mas também no estrangeiro.
de grande escala. No fundo, une-os a proximidade com o
A sua maior ‘marca’ impulsionadora foi a peça que apresentou
público, enquanto seu utilizador e seu espectador.
na Bienal de Veneza em 2005, intitulada “A Noiva” (de 2001).
Acredito que este último conceito é o que faz a obra da
“A Noiva” é um tremendo lustre de 6 metros de altura,
artista não ser indiferente a alguém. Porque, no fundo, o
construído com aço inoxidável e uma quantidade bruta de
público gosta de sentir que a arte se constrói com algo seu,
tampões higiénicos. E esta descontextualização dos objectos
que lhe é familiar de alguma forma e isso é, com certeza,
do quotidiano, acentuada pela diferença de escalas, faz parte
uma ponte para a compreensão da mensagem artística. O
simples
e
ideias
íntimas
da
sociedade
Curso de Desenho Ana Correia
C
omeça no dia 10 de Abril um curso de desenho, a
clássico do ‘não tenho jeitinho nenhum’. O desenho também
decorrer nas antigas instalações do Banco de Portugal. É
se aprende! Para esta edição tudo indica que as inscrições já
dirigido a todos os adolescentes e adultos, com ou sem
lotaram, uma vez que o bom funcionamento do mesmo requer
experiência, mais ou menos dotados… só precisam do
um limite máximo de participantes, mas ainda este ano, pela
essencial: vontade! Pretende-se dar aos participantes algumas
mesma organização, vai também haver um curso de pintura
‘ferramentas’ que possam ajudar a desenvolver a sua
dentro dos mesmos moldes e um workshop intitulado
capacidade de desenho e tentar descodificar o mito tão
“Criativa-TE”. Fique atento. O
05
Literatura
Literatura de Richard Russo
“A liberdade continuará a ser uma prisão enquanto houver um único homem escravizado na terra. “
A Ponte dos Suspiros
Catarina Azevedo
B
Já foi lido
“Na América, afirmava ele, se não fizéssemos nada de ilegal, era suposto que eventualmente nos acontecessem boas coisas. “ Ouvir as reminiscências de Lou é como ouvir uma canção de
Os Justos
U
Catarina Azevedo
aseando-se em duas trajectórias opostas, a de
Springsteen e redescobrir a América das pequenas cidades em
Bobby Marconi, que tudo fez para esquecer a pequena cidade
que há sempre um lado da cidade que não se deve frequentar,
de Thomaston onde nasceu e se tornou um pintor de renome,
pessoas recomendáveis e pessoas desprezíveis, alguém que
e a de Lou C. Lynch, que toda a vida aí viveu, envolvendo-se
ocupa um lugar de destaque e uma subtil hierarquia social a
lê-la pode ser uma outra forma de a encenar num palco
activamente na vida da cidade, Richard Russo – vencedor do
coberto da permanente afirmação de que “somos um país
pessoal em que cada personagem se constrói à sua medida e
Pulitzer - desvenda-nos uma certa visão da América e da
onde todos são iguais”.
à medida do seu imaginário, e Os Justos pode ser um bom
forma como os americanos vêem a Europa (e não foi decerto
Já Bobby incarna o artista na visão mais boémia (típica do
ponto de partida na galeria que habita cada um de nós.
por acaso que escolheu Veneza como refúgio para um dos
imaginário americano quando se debruça sobre o velho
protagonistas) e o seu próprio país.
continente), despreocupado com a parte material da vida
Uma peça sobre um grupo de terroristas, escrita em 1950,
O romance aparece, simultaneamente, como um mergulho no
mas assombrado por uma cidade de que julgou ser capaz de
pode parecer datada mas dado que o autor se preocupou com
passado e nas emoções sentidas mas também como uma
fugir.
os dilemas internos de cada um e não tanto com a acção a
interrogação permanente sobre as escolhas feitas e as
Na realidade é sobre a influência da geografia no moldar da
executar acaba por ser tão actual como qualquer outra
consequências destas, sem deixar de ser um retrato
personalidade que ambas as personagens se interrogam: será
reflexão sobre o mundo que nos rodeia.
sociológico da América ao longo de várias décadas.
que somos moldados pelo espaço em que nascemos? Será isso
A personagem de Lou C. Lynch é o catalisador que despoleta
inevitável? Cada um à sua maneira, ambos estão prisioneiros
Uma peça sobre um grupo de terroristas pode parecer um
a memória mas é também, sobretudo pela forma como
da sua infância e do lugar que os viu nascer, presos a uma
absurdo num mundo em que o terrorismo se tem evidenciado
recorda a sua infância, aquele que melhor nos permite
certa forma de encarar a vida e o mundo.
numa escala diária e brutal, mas Os Justos é muito mais do
perceber um estado de espírito que os americanos ainda hoje
Numa época em que a globalização parece tender a diminuir
que uma peça sobre terroristas, é uma peça sobre as
cultivam como um credo: “the american way of life”
as distâncias e tornar qualquer local acessível, a pequena
motivações dos homens e a revolta – o grande tema da obra
construído, ou pelo menos fortalecido, pelo melting-pot que
cidade de Thomaston aparece como um bizarro arcaísmo
de Camus - , sobre o amor e o sofrimento, e é, sobretudo, um
a Segunda Guerra Mundial originou (quando, mais do que
onde se está prisioneiro do tempo ou antes como um espelho
alerta, uma chamada de atenção para um mundo em que a
nacionalidades de origem ou as diferentes religiões, o
do que é o país profundo (quer seja na América ou em
injustiça, embora permanentemente denunciada, continua a
importante era ser-se americano).
qualquer outro lado). O
imperar. O
ma peça de teatro não foi feita para ser lida, mas
Coordenação de Rui Ramos
História de Portugal Catarina Azevedo
meio-termo tentador: num único volume – complementado
P
ara
por ilustrações, fotografias, mapas, uma breve cronologia e uma bibliografia – um vislumbre do país desde a Idade Média até aos nossos dias. O livro é, nas palavras de Rui Ramos, uma “síntese os
que
estão
habituados
a
versões
interpretativa” e constrói-se não só como uma narrativa, o
extremamente detalhadas como a excelente História de
que facilita a leitura e permite o acesso a um maior número
Portugal dirigida por José Mattoso (na redacção da qual,
de leitores, mas também como um compilar das inúmeras
aliás, Rui Ramos participou) e que se subdividia em vários
pesquisas historiográficas que têm sido feitas em Portugal,
volumes ou para os que estão habituados a versões concisas,
que se encontravam dispersas e, muitas vezes, pouco
como a de José Hermano Saraiva, este livro pode ser um
acessíveis ao grande público. O
As Obras-Primas de T. S. Spivet Catarina Azevedo
S
Unidos o que, logicamente, significa que vai descobrir uma data de coisas novas e desenhar muitos mapas (E agora, já percebeste o que é um cartógrafo?).
abes o que é um cartógrafo e o que faz? Se não
sabes talvez seja bom leres As Obras-primas de T.S.Spivet, de
Uma palavrinha aos pais – Este não é bem um livro para
Reif Larsen, um romance sobre um menino de 12 anos que
crianças mas antes um livro para adolescentes que os pais se
consegue convencer uma data de adultos de que é um
calhar vão pedir “emprestado”. Escrito por um jovem
verdadeiro cartógrafo (continuas sem saber o que a palavra
professor da Columbia University é uma viagem curiosa pelos
quer dizer? Não tiveste curiosidade de ir espreitar ao
Estados Unidos e pela adolescência, recheado de pequenas
dicionário?). Aliás, convence-os tão bem que acaba por
reflexões sobre a forma como o narrador vê o mundo e tudo o
ganhar um prémio que o vai obrigar a atravessar os Estados
que o rodeia e profusamente ilustrado. O
06
Ciênciae eAmbiente Ambiente Ciencia Projecto Limpar Portugal - Faial mais Limpo! Rosa Dart - (ex) Coordenadora do PLP no Faial
E
Bensaúde, Almeida e Filhos, Câmara Municipal da Horta, Mais
participar, a querer ajudar o Faial a ficar mais limpo.
18”/Jante 18’’, Construções Monte Carneiro e Serviços
Não aconteceu. Algo se passa. Os faialenses devem repensar
Florestais, com a força e boa vontade da Guarda Nacional
urgentemente o que querem para a sua ilha e depois dessa
pronto! Passou-se o sábado, dia 20 de Março, dia
Republicana - SEPNA, Administração dos Portos do Triângulo e
introspecção, começar a trabalhar para isso. Rezar e falar nos
da limpeza. Confesso que apesar de orgulhosa com o que foi
Grupo Ocidental (APTO), Grupo de Canoagem do CNH, a
cafés não basta! Não podem ficar à espera que as coisas
feito - 75 toneladas de lixo recolhido no Faial, guardo uma
turma de Ambiente da Escola Profissional da Horta e do
aconteçam se não participam nelas. Esta foi mais uma ocasião
tristeza enorme pelo que ainda ficou por juntar.
Hospital da Horta que também nos deu luvas - fazer o que
em que a participação faria toda a diferença. Deixo-vos este
Há pouco mais de 3 meses para cá que os nossos voluntários
nos propusemos e duma forma muito bem feita!
“maternalismo” para reflexão. Da nossa parte, deitámo-nos
têm vindo a fotografar o que há por aí escondido entre matas,
Contudo, não teria havido nada disto, nem tão bem feito, se
cansados mas descansados e satisfeitos com a nossa
ribeiras, etc. Algumas coisas foram, antes do dia 20,
não tivéssemos pessoas fabulosas a coordenar trabalhos em
consciência.
recolhidas por responsáveis, talvez por pudor talvez por
cada freguesia. Foram eles que se organizaram com os
O meu obrigado aos incansáveis coordenadores e amigos:
obrigação (e ainda bem que assim foi) - e outra (a maior
responsáveis das Juntas. Também é verdade que houve Juntas
Matriz - Marta Scarlati; Angústias - Manuel Branco; Feteira -
parte), retirada este sábado - mas, infelizmente, continua a
que ajudaram muito e que sem elas pouco se teria feito, tal
Rui Mendes; Castelo Branco - Ana Botelho; Capelo - Joana
haver zonas onde o lixo se mantém.
como houve Juntas que mal colaboraram - o que não invalidou
Rosa; Praia do Norte - Dalila Pombo; Cedros - Helder Costa;
Conseguimos, com menos de 80 pessoas no Faial, percorrer
o esforço dos voluntários, bem pelo contrário!
Salão - David André; Ribeirinha - Carlos Faria; Pedro Miguel -
um
inicialmente
Obrigado particularmente às Juntas que se envolveram desde
Marlene Azevedo; Almoxarife - Ana Mendonça; Conceição -
programado. Se houvesse mais gente a ajudar teríamos feito
o início, que disponibilizaram carrinhas, luvas, sacos, pás,
Sílvia Lino; Flamengos - Jason Dias.
quase tudo ou mesmo tudo, quem sabe...? Foi muito
enchadas e gente! Gente que foi por vontade! Fizeram toda a
Obrigado
importante o que fizemos, vai muito além dum rodapé ou
diferença. É a riqueza da diversidade.
descomprometida com que se voluntariou e trabalhou desde
duma notícia num jornal e... quem apareceu sabe-o bem!
Com todo este esforço, esta organização, este tempo
o início coordenando os operadores.
Conseguimos, com a ajuda de camionetas e dos funcionários
sacrificado e retirado das famílias e outros afazeres ao longo
Obrigado ao meu marido pelas ideias e conselhos e a todos os
da Tecnovia e Tecnovia Ambiente, Varela Ambiente do Grupo
destes 3 meses, pensámos que teríamos mais gente a
voluntários que meteram mãos à obra! O
terço
dos
percursos
que
tínhamos
ao
Frederico
Garajau comum (Sterna hirundo)
Cardigos
pela
boa
vontade
Veja a Infografia relacionada na secção gatafunhos
Verónica Neves - DOP/UAç
N
da erupção de 1957 os garajaus nidificavam num pequeno
bonita. Podia ser dentro das Caldeirinhas, na falésia mais
ilhéu a SW do farol que foi engolido pelo vulcão. O vento e o
oceânica do Monte da Guia, ou até já mesmo dentro da baía
tempo começam agora a descobrir esse ilhéu. Talvez daqui a
da praia. Nos últimos anos não param por lá. Será que a
idifica de Maio a Agosto em todas as ilhas do
muitas décadas os garajaus voltem a ter o seu castelo
disponibilidade de alimento na zona se modificou? Ou fomos
arquipélago. A população açoriana de cerca de 2500 casais
murado, um rochedo sem ratos, nem gatos. Até lá continuarão
nós que os trocámos por outras coisas que provavelmente nos
divide-se por cerca de 100 colónias; quase o quádruplo do
a nidificar na praia rochosa junto ao ilhéu e na escarpa onde
farão mais felizes? - a mim não, mas quem sabe à maioria...
número de colónias de garajau rosado. Tal como no caso do
o ilhéu se começa a adivinhar. Em 2009 nidificaram também
Motas de água, embarcações demasiado perto da costa,
garajau rosado, é a ilha das Flores que alberga mais colónias
no topo do trilho que leva às entranhas do vulcão. Em 1997
ratos, cães, gatos e até um aquário virtual com as suas
e mais casais reprodutores; um terço das colónias dos Açores
vários adultos de garajau foram mortos na colónia dos
máquinas escavadoras. Salgueiros ao chão, garajaus ao alto.
e 20% da população reprodutora. Mas ao contrário do garajau
Capelinhos, encontraram-se apenas as cabeças, as asas e
Assim se vai humanizando Porto Pim. E afinal, os garajaus
rosado, a população de garajau comum dos Açores representa
poucos mais vestígios. Foram provavelmente predados por
comuns até nem são assim tão exigentes. Durante muitos
apenas uma pequeníssima parte da população europeia,
gatos assilvestrados. Que um rato é pequeno demais para um
anos existiu no porto da Horta a única colónia artificial dos
menos de 1%. Em 2009 a colónia dos Capelinhos foi a maior
garajau adulto e um cão nunca o conseguiria sem o mover
Açores; um velho batelão ancorado no meio do porto.
dos Açores com cerca de 8.5% da população nidificante. Antes
silencioso e eficaz dos felinos. A colónia de Porto Pim era
Lembram-se? O
Paisagem Protegida do Monte da Guia Parque Natural do Faial
O
consiste num cone de piroclastos sub-aéreo do tipo
como os meros (Epinephelus marginatus) e os peixes-cão
estromboliano, enquanto que o Monte da Guia, com uma área
(Pseudolepidaplois scrofa). A vegetação que cobre a Caldeira
de 360 ha e uma altitude máxima de 145 m, corresponde a
do Inferno caracteriza-se por várias espécies da flora natural
conjunto Monte da Guia/Monte-Queimado,
um cone vulcânico de tufos com génese submarina do tipo
dos Açores, das quais salientam-se a Urze (Erica azorica), a
localizado a sudoeste da ilha do Faial apresenta uma
surtesiano com uma cratera dupla aberta para o mar do seu
Erva-leiteira (Euphorbia azorica), o Bracel (Festuca petraea),
extraordinária beleza. Do seu cimo é possível desfrutar de
lado Sul, as Caldeirinhas. Actualmente esta estrutura
Faia (Myrica faya), Pau-branco (Picconia azorica) e o Junco
uma vista panorâmica sobre a cidade da Horta, baia de Porto
encontra-se unida à ilha do Faial por um estreito istmo,
(Juncus acutus). Na época estival (primavera/verão) podem
Pim e costa Sul do Faial. Esta zona apresenta uma elevada
conhecido por Entre-Montes. Ambas as estruturas pertencem
ser observadas algumas espécies da avifauna marinha, como
riqueza paisagística e importantes valores de flora e fauna
à formação do Almoxarife, a qual é constituída por lavas
o Cagarro (Calonectris diomedea borealis) e o Garajau-
marinha, daí ter sido a primeira área marinha a ser objecto
basálticas, depósitos de escórias e de tufos vulcânicos e
comum (Sterna hirundo) que visitam o arquipélago para
de regulamentação, classificada como Paisagem Protegida em
apresenta uma idade na ordem dos 11000 anos.
nidificarem.
1980, através do Decreto Legislativo Regional nº1/80/A, de
As Caldeirinhas também conhecidas por Caldeira do Inferno,
O Monte da Guia faz parte da Rede Natura 2000, encontrando-
31 de Janeiro. A paisagem protegida do Monte da Guia foi
apresentam uma extensão longitudinal de 500 m, uma largura
se classificado pela Directiva Habitats como Sítio de
integrada no Parque Natural da ilha através do Decreto
máxima de cerca de 250 m, e uma profundidade de 23 m na
Importância Comunitária. De entre os habitats naturais
Legislativo Regional nº 46/2008/A, de 7 de Novembro.
caldeirinha exterior e 4 a 6 m na interior. Constituem uma
descritos nesta directiva, destacam-se as dunas fixas com
O Monte Queimado, com uma altitude média de 86 m,
importante zona de maternidade para espécies piscícolas,
vegetação herbácea (dunas cinzentas), que se encontram colonizadas pela Ipomea stolonifera, e Spartina spp. O
07
fazendos
Fazendos Agenda
30 de Março
Cinema: “A nova vida do Senhor O’Horten”
até 28 de Março
de Bent Hamer
Captar o Real | Oficina Prática de Produção
Cine Teatro Faialense | 21h30
com Fausto Cardoso 31 de Março até 31 de Março
Torneio de Páscoa de Vela Ligeira
Ateliers de Expressão Dramática
Escolas de Vela
com Anabela Morais
Baía da Horta | 10h00
3ªfeiras | 17h00 às 19h00 | 4ªfeiras | 16h30 às 18h00 1 de Abril 26 de Março
Oficina de Teatro: “Um treino para o Jogo”
Encontro da Comunidade de Leitores
com Miguel Mendes e Nelson Cabral
Biblioteca Pública | 18h
da Companhia Despe-te-que-suas
http://comunidadeleitoresdahorta.blogspot.com 3 de Abril
Ciência no Bar
Torneio de Páscoa de Vela Ligeira
“Quer ver baleias nos Açores? É Melhor ver a previsão
em Raquero - Pais e Filhos
do tempo para Nuuk”
Baía da Horta | 10h00
com Rui Prieto Bar do Centro do Mar | 18h
Concerto Sinfónico de Páscoa com a Orquestra Horta Camerata
27 de Março
Igreja de S. Francisco | 17h
Festival e Torneio “Primeira Braçada do Faial” Piscina da ESMA | 10h às 18h
Teatro: “Piolhos e Actores” de Francis Sinisterra
Hora do Planeta
com Companhia Despe-te-que-suas
Apague a luz das 19h30 às 20h30
Cine Teatro Faialense | 21h30
mais informações em http://www.wwf.pt/ 4 de Abril 27 e 28 de Março
Cinema: “Dia dos Namorados”
Campeonato Regional de Vela Ligeira
de Gary Marshall
Classe Laser e Radial - Séniores
Cine Teatro Faialense | 17h e 21h30 PUB
Baía da Horta | 10h 6 de Abril 28 de Março
Cinema: “A Estrada”
Cinema: “Nove”
de John Hillcoat
de Rob Marshall
Cine Teatro Faialense | 21h30
Cine Teatro Faialense | 21h30 8 de Abril 29 e 30 de Março
Inauguração da Exposição
Torneio de Páscoa de Vela Ligeira
"Na Máquina do Tempo”
Classes Optimist, Laser e 420 - Juvenis e Séniores
de Gil Teixeira Lopes
Baía da Horta | 10h00
Biblioteca Pública | 18h
Tomás Silva
PUB
Gatafunhos
em colaboração com Verónica Neves - dop/uaÇ (PAG.7)
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