Fazendo 32

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H

O prazer a que aludi é, ao mesmo tempo, um misto estranho

É por isto que o prémio atribuído aos primeiros seleccionados

de ansiedade e de regozijo. Regozijo porque acredito que este

de cada área a concurso não é em forma de dinheiro. É com

projecto (do Governo Regional dos Açores, através da Direcção

esta ideia em mente que os primeiros seleccionados recebem

Regional da Juventude) é um bom exemplo do quão importante

uma bolsa de formação no estrangeiro, num local à sua escolha,

é o estabelecimento de parcerias entre governo e associações

no período do ano em que lhes melhor convier. Tivemos

civis, na persecução da promoção da criatividade juvenil – a

seleccionados da primeira edição em locais tão diferentes

Associação Cultural Burra de Milho, da qual sou presidente,

como Itália, Espanha, Reino Unido, Estados Unidos da América

tem sido a entidade organizadora deste concurso. E regozijo

e Argentina. E no regresso, todos foram unânimes em afirmar

porque vejo neste projecto o resultado da vontade de se

que a experiência por que passaram foi não só agradável a

criarem mecanismos de promoção da criatividade, estruturas

nível pessoal como extremamente produtiva e enriquecedora

que fomentem a competitividade saudável entre os jovens

a nível criativo.

artistas e, mais do que tudo, permitam o espaço para a

Através dos relatos dos jovens seleccionados (que acompanhámos

diferença, para a contemporaneidade, para a aposta nos nossos

de perto, embora ao longe), pudemos compreender o alcance

jovens criativos regionais.

de um concurso desta natureza; a urgência do desenvolvimento

oje, dia 11 de Fevereiro, os nomes dos

A ansiedade surge depois, quando penso no tempo em que não

dos mecanismos de promoção da criatividade; a importância

seleccionados da segunda edição do LABJOVEM – Concurso de

existiam concursos de jovens criadores, nem mostras de

em se desenvolverem ainda outras plataformas e outros

Jovens Criadores dos Açores serão apresentados ao público.

trabalhos seleccionados, nem possibilidades para os jovens

mecanismos que possam potenciar ainda mais este capital

Depois da fase das candidaturas (de 1 de Maio a 2 de Novembro),

artistas se afirmarem no panorama cultural regional, quanto

criativo açoriano que, ao longo da história, tantos e tão

e das reuniões dos júris (de 11 a 13 de Dezembro de 2009),

mais nacional ou internacional. Este concurso é um motor de

importantes nomes da cultura nos tem dado.

chegou finalmente a altura de se conhecerem os seleccionados.

exposição, uma plataforma de criatividade que tem como

Esta segunda edição destaca-se também pela introdução de

A apresentação decorrerá no Teatro Faialense, no seu exterior

grande objectivo o de permitir que os nossos jovens possam

algumas melhorias no formato do próprio concurso: com

e foyer, com a presença de duas instalações da autoria de

não só criar livremente como também apresentar as suas

informação decorrente da primeira edição, realizou-se uma

André Sier, e com a actuação da banda de Jazz faialense Zeca

criações e, quiçá, com essas apresentações, estabelecerem

Residência Artística em torno das áreas que haviam tido menos

Trio. O evento terá transmissão online através do site do

contactos para trabalhos futuros. Isto já aconteceu com a

concorrentes; introduziu-se a possibilidade de os jovens

concurso (www.labjovem.pt).

primeira edição, na qual alguns artistas tiveram encomendas

concorrerem através da Internet, tornando o processo de

É com enorme prazer que assistirei ao final desta fase do

de trabalhos criativos mercê da exposição pública de que

candidatura mais simples; descentralizaram-se actividades

Concurso e ao arranque de uma nova fase: a Mostra LABJOVEM

gozaram durante a Mostra LABJOVEM 2008. E acredito que vai

(residência na Terceira; reuniões dos Júris em São Miguel;

2010, na qual os trabalhos dos seleccionados serão apresentados,

voltar a acontecer nesta segunda edição. E é esta crença, esta

apresentação dos resultados no Faial); transmitiu-se online e

numa exposição itinerante, ao público açoriano e além-Açores.

aposta nos jovens valores criativos açorianos, que nos move.

em directo, com recurso às Novas Tecnologias e à linguagem

A Mostra arrancará oficialmente em Setembro, embora antes

A nós, Burra de Milho, ao Governo Regional dos Açores e à

criativa contemporânea, apenas para citar alguns exemplos.

haverá a possibilidade da apresentação de alguns dos trabalhos

Direcção Regional da Juventude, o que interessa é que os

Com o trabalho feito até agora, e com o muito que há para

seleccionados, como é o caso da Semana dos Açores, no Teatro

jovens artistas tenham possibilidade de se fazer ouvir e ver,

fazer, acredito que o concurso LABJOVEM será, no futuro, a

São Luiz, em Lisboa, que recebe trabalhos da primeira e da

de conhecer, de evoluir, de criar sinergias e competências que

plataforma de exposição por excelência para os jovens artistas

segunda edição, de 2 a 7 de Março de 2010.

lhes permitam ser mais e melhor, ir mais longe, criar mais.

dos Açores.O

vertente cultural, com o desenvolvimento do Museu de

a recente Cimeira em Copenhaga. Acredito que o futuro mais

Scrimshaw. Sinto por tudo isto, que local ou globalmente, se

longínquo será melhor, infelizmente não nas próximas décadas,

bem orientado e sucedido, posso ser uma boa influência para

mas teremos em primeiro lugar que salvar a Terra. Grandes

Q

ual a sua função e como pode ela influenciar o

o presente e para o futuro. Basicamente o meu dia-a-dia

mudanças vão acontecer, a vida será diferente e os homens

nosso futuro?

prende-se com a gestão e orientação das tarefas relacionadas

terão que aprender a respeitar os direitos, liberdades e garantias

Como proprietário do Peter Café Sport, e tendo em conta as

com estas actividades.

de todos os seres.

actuais dimensões desta empresa, com extensão a outras ilhas dos Açores e outras cidades do Continente Português, sinto-

Como prevê a evolução para um futuro melhor?

me responsável pelo emprego de todos os meus funcionários.

Depois de Abril de 1974, acreditei que tudo ia ser cada vez

Estamos melhor do que há 20 anos atrás? E do que há 100?

Há também outras duas vertentes no Peter Café Sport, que se

melhor, para Portugal e para o Mundo. Realmente isso aconteceu,

E do que há 1000?

prendem com, por um lado uma vertente ambiental, ao exercer

mas infelizmente na última década, a desilusão tem sido

Estamos melhor do que há 100 e 1000 anos, estamos pior do

diversas actividades marítimo-turisticas, relacionadas com a

bastante grande. Desde a instabilidade poltico-social que tem

que há 20 anos, mas estaremos melhor nos próximos 100 e

observação de baleias e golfinhos, aluguer de caiaques, passeios

avassalado o Mundo, à insegurança de todos nós como seres

1000 anos porque vamos aprender, custe o que custar, a fazer

pedestres, e passeios de bicicleta, e por outro lado uma

humanos, tudo isto me tem preocupado. A última desilusão foi

melhor.O


E

m 2007 foi gravado no Teatro Micaelense. “25

Anos de Música Original nos Açores”. Um registo de duas

AM: A ideia dos “25” acaba por vir também na sequência dos

de procurar os canais adequados. Como se explica o sucesso

“7”, do álbum 7 Anos de música.

do fado, tradição sobretudo associada ao conteúdo poético,

décadas e meia de música Açoriana, em disco e em songbook.

em países onde o Português não é minimamente falado? A

25 anos após o mote dado pelos “Construção” à música Açoriana,

F: De que forma os autores dos temas referenciados viram

cultura é um produto privilegiado para exportação, cujo

sustentado mais tarde pela extensa produção de ficção da

este vosso trabalho e qual foi a sua colaboração?

potencial tem sido constantemente subestimado.

RTP-A, e consolidada com novos intérpretes aqui e além mar,

RF: Para a realização do Songbook contámos com a colaboração

o Teatro Micaelense propôs um novo olhar sobre alguns dos

entusiástica de todos os autores envolvidos, tanto a nível

F: No contexto nacional, e comparativamente, qual é o

temas mais emblemáticos da canção de autor Açoriana. Assim

testemunhal como técnico. Como já referimos, o concerto e

ponto de situação da música das ilhas?

nasceu este projecto, que conta com um naipe de músicos de

consequente edição do CD foi um trabalho que desenvolvemos

AM: Penso que o contexto nacional não anda assim muito

excelência, e com a direcção artística de dois músicos de

de forma mais independente, de acordo com o projecto

melhor… fazem-se coisas interessantes, mas como não vendem,

origem Faialense – Augusto Macedo e Rafael Fraga. Deste

delineado pelo Teatro Micaelense.

não aparecem… voltamos ao mesmo.

trabalho resultou um concerto gravado ao vivo, e um cancioneiro

AM: Relativamente ao CD, acho que houve de tudo um pouco:

RF: No contexto nacional existem circuitos próprios, em que

(Songbook de Autores Açorianos), feito em colaboração com

os que gostaram imenso, os que gostaram mas para quem a

Lisboa e Porto se destacam a nível cultural. E há que distinguir

os autores. Produzido pelo Teatro Micaelense, co-produzido

versão original era mais interessante, os que não gostaram e

claramente acesso a cultura de produção cultural. Não tenho

pela RTP-A, e apoiado pela Direcção Regional da Cultura e

os que nem quiseram ouvir…

dúvidas em colocar os Açores num patamar privilegiado em

Direcção Regional de Turismo, este trabalho assume-se como

relação a muitas outras zonas do país, num cenário global

imprescindível para a salvaguarda e valorização da música

F: Tratando-se de uma recolha devidamente datada, fará

feita nestas ilhas. O projecto musical visitará de novo os Açores,

sentido um registo periódico com as características deste

em dois concertos – Dia 26 de Fevereiro no Teatro Faialense,

vosso trabalho no futuro?

e dia 27 de Fevereiro no Teatro Angrense. O Fazendo aproveitou

RF: O interesse e importância de muitas coisas só são

F: E em que sentidos pensam que ela poderá evoluir?

a ocasião para entrevistar Augusto Macedo e Rafael Fraga, os

despertados pelo tempo. Faz sempre sentido, creio, salvaguardar

RF: Sendo que ainda falta um bocadinho para chegarmos à

dois pilares deste ambicioso e profícuo trabalho.

registos e documentos que testemunhem a vivência nas ilhas

beira do abismo, nada como dar um passo em frente! E fazer

constrangedor.

e a produção artística e cultural daí resultante. O trabalho

um esforço por evitar lugares-comuns.

Fazendo: Como surgiu a ideia de reunir e reinterpretar

que temos feito aborda questões e contextos muito específicos.

AM: Acho que o facto de ser muito complicado viver apenas

temas Açorianos, e a ideia do registo em Songbook?

Acho que o futuro dependerá muito da qualidade e quantidade

da música nos Açores (sobretudo da original, face à inexistência

Augusto Macedo: A ligação aos temas remonta aos tempos do

da produção artística de base.

de um mercado), faz com que as coisas andem ao sabor da

Águas de Março, do qual fazia parte o Paulo Andrade. O

AM: Penso que o que falta ainda fazer (e rapidamente) é uma

maré…. por um lado é bom porque não se fazem as coisas só

Songbook surge um pouco nessa sequência, após se começar

recolha e digitalização de todas as gravações dos temas

por dinheiro; pelo outro lado, às vezes faz falta algum dinheiro

a querer fazer alguns desses temas em diversos contextos.

existentes e editados. Existem muitos registos que se estão a

para que se possa atingir um determinado objectivo.

Rafael Fraga: Sim, foi um processo gradual, primeiro enquanto

perder.

RF: Agora a sério: há três caminhos possíveis. A já referida

ouvintes de grande parte dessa música via RTP- Açores, etc.,

identidade (para desenvolvermos algo original), ou a excelência

até começarmos a incluí-la nos nossos trabalhos. Mais recente

F: Como descrevem a música Açoriana actualmente?

(que permite singrar em qualquer contexto) ou a situação

é o interesse documental que levou à realização do Songbook

AM: Algo ainda por definir. Tenho dúvidas de que neste momento

ideal, que é a combinação das duas anteriores.

e, consequentemente, à nossa participação no projecto “25

exista um movimento de “Música Açoriana”, talvez apenas

Anos de Música Original nos Açores”, idealizado pelo Teatro

“Música feita nos Açores”. Não creio que haja propriamente

F: O que é que ainda não foi feito em relação à música

Micaelense.

uma continuidade ou uma corrente com uma identidade própria

Açoriana e está em falta?

definida tal como aconteceu nos anos 80 e 90. Vão aparecendo

AM: Acima de tudo, uma atitude generalizada. O meio é

F: Quais foram as maiores dificuldades em todo este percurso,

alguns projectos interessantes e originais mas sem grande

demasiado pequeno para que possa andar cada um a defender

do pensamento à concretização do livro e disco?

relação entre si.

apenas os seus interesses. Penso que se deverá primeiro ainda

RF: São dois processos muito distintos, cada um apresentou

RF: Depende também do contexto. A tradição enraizada na

investir nas pessoas, executantes e ouvintes e então depois

os seus problemas específicos. O livro foi feito em estreita

cultura popular – desde o folclore às filarmónicas - está

na música propriamente dita. É bom relembrar que fazer

colaboração com os autores e assumiu as bandas sonoras da

decadente, no sentido criativo e etnológico. Não houve

música é consequência de se ouvir música. No fundo, a questão

RTP- Açores como material de base. O concerto é mais

regeneração de mentalidades nem de repertórios, no sentido

da formação, que não passa só por aprender a ler pautas, mas

abrangente a nível autoral e temático.

musical e social. A música denominada de erudita é um

sim aprender a fazer música.

AM: Penso que a parte da produção propriamente dita

fenómeno cultural recente nos Açores. Sobram os autores de

RF: Muito concretamente, escolas e iniciativas dignas: educação

(organização, gestão de timings, etc.) foi a mais complicada.

canções, na sua maioria continuando o trabalho que se vem

e cultura.

A delimitação do universo musical a incluir também gerou

fazendo desde os anos 80/90, os grupos de baile e as bandas

alguma controvérsia. Penso que a parte artística foi a que

de metal. Claro que no meio destas generalizações há excepções,

F: Haverá ilhas mais musicais que outras?

acabou por fluir com maior naturalidade…

e isto são só as nossas impressões. Talvez a realidade seja

AM: Penso que será proporcional ao número de filarmónicas...

muito distinta.

RF: Sim, mas depende dos critérios de proporcionalidade.

RF: A edição do álbum Há Qualquer Coisa dos Construção, em

F: O que falta para que a música do Arquipélago se dê a

F: O que é que já se fez na música Açoriana e que não se

1982, é sem dúvida um marco, com algum impacto até a nível

conhecer mais, nomeadamente no Continente?

devia ter feito?

nacional. Recordemos que, além dos Trovante e dos cantores

AM: Penso que acima de tudo falta uma identidade. Não quer

AM: Além do Hino dos Açores?

politicamente conotados com o 25 de Abril, pouca produção

dizer que de repente não surja um projecto Açoriano bem

RF: Ficar em segundo lugar no Festival da Canção de 1985.

chegava ao público. Assim, o Teatro Micaelense achou por bem

sucedido no Continente.

Deviam apurar-se responsabilidades, de forma a prevenir

considerá-lo como ponto de partida.

RF: Depois da questão da identidade, há a questão de marketing,

situações idênticas no futuro!O

F: Porquê 25 anos?


toque, os cheiros, as roupas diferentes no corpo, os objectos que se tocam e usam, o movimento do corpo. Tudo como na vida real. Tudo igual. O corpo a mexer, as decisões. E os corpos ainda deitados na cama, sonolentos. Imóveis.

1. o filme e a realidade Imagine que está numa cave, numa sala com várias cadeiras e um grupo de cerca de vinte pessoas. Na base da sua coluna, junto a uma vértebra lombar, está um buraco a que chamam bioporta que servirá em breve para ser introduzido um cordão ao qual ligar-se-á o seu pod pessoal. Feito de tecidos orgânicos, o seu pod é uma espécie de ser vivo do tamanho de um recém nascido, mas que funciona como um computador. Será ele que o levará, após o download do novo jogo interactivo, para uma nova realidade. Na cama. Os dois deitados em espécie de transe. Não há movimento. Mas no pensamento eles estão num restaurante chinês, ele prestes a matar o criado, ela à espera. É um jogo. O novo jogo da corporação qualquer coisa. É um jogo e, no entanto, tudo parece tão real. As sensações, as imagens, o

S

Pausa no jogo. É melhor voltar à realidade. Levanta-se agora da cama. Ela quer voltar. “Para quê estar aqui neste quarto onde nada acontece” pensa e diz. Para quê? No jogo há tanto para acontecer. Ela contorce-se como um gato. Quer voltar. Lânguido desejo. O vício. Ele olha para o quarto, para a cama, para ela, estranha sensação. “Há algo de psicótico nisto”. Agora a realidade é que parece ser irreal. Uma sensação de descorporização, de vazio. No campo. Ela mata um homem. Às vezes morrem pessoas. Mas as outras pessoas não reagem. Claro, é um jogo. Mas no campo eles já tinha saído do jogo. Ou não? É um jogo ou não? Quem morreu? Uma personagem ou um homem?

2. a realidade e o filme Existe na internet um jogo de guerra desenvolvido pela Militares Norte-Americanos em que a adolescentes tentam matar o mais rapidamente possível o máximo de pessoas em diferentes cenários de confronto. Os melhores são convidados a irem a uma base experimentarem o jogo, mas com armas virtuais. Os melhores são então recrutados para tornarem-se assassinos do Estado.

O Zé Marôvas tem uma loja cheia de coisas, muitas coisas. Fica à espera daquele raro comprador que aparece na sua loja ão engraçadas estas coisas. A Aurora – rapariga

à beira da estrada. Uma mulher compra uma micro-gaiola para

que anda por aí de bicicleta a distribuir Fazendos ou com o

um grilo. Um homem procura material de pesca, mas o Zé não

Julião a passear e que gosta de realizar curtas – decidiu fazer

tem. Depois há o café e o largo. E ainda a espera. Tudo vai

um pequeno documentário sobre o Zé lá do Redondo no Alentejo.

passando. O vento, as flores, a terra em volta tudo passa

Aqui no Faial soube que em Lisboa lhe deram um prémio por

lentamente. E que espera é essa? Alguém dizia na conversa

esse filme. É o espaço geográfico que vai da fonte ao

depois do filme que costumam comparar os alentejanos aos

reconhecimento e à vida.

açorianos. Se calhar porque vão esperando. Do que é que você está à espera?

Decidir fazer um filme é dar um salto no escuro (como quando se decide pintar, escrever um poema, fazer algo, qualquer

A câmara é uma possibilidade de retribuir um olhar. É que não

coisa com íntimo sentido). Mas quando se trata de um

é fácil ver. E também os filmes são culpados. Todas essas

documentário é uma escuridão sem fundo, densa como a

imagens que nos bombardeiam o cérebro. Mas é possível

própria realidade. É um desafio que exige atenção, respeito,

aprender ou reaprender a olhar. (Quantas vezes passamos por

flexibilidade e reflexão constantes para acontecer aquele

sítios vezes e vezes sem conta e nem nos apercebemos do que

momento mágico em que a câmara capta a verdade de um

lá está). É possível ter atenção outra vez. (Dantes não havia

instante imprevisível pleno de significado.

nem filmes, nem fotografias digitais, nem televisão e era mais natural saber olhar em volta, fixar a atenção no real). Mas

A Aurora fez uma coisa simples então. Mostrou o seu filme do

implica um esforço de sair de si mesmo. Tudo vai passando e

sítio onde nasceu à sua nova comunidade numa projecção no

o que é que fica? O que é que ficou para o Zé?

Auditório da Biblioteca. Umas quantas pessoas juntaram-se para ver e o resultado foi que acabámos todos a falar do

A Aurora fez uma coisa simples então. Fez-se perguntas e foi

Alentejo, das aldeias, dos pais e avós, dos cafés e dos largos

(filmando) procurando respostas. Depois mostrou-nos o filme

onde o tempo passa. Vimos um filme. Um bom filme e falámos

e alguém se lembrou do avô que durante toda a vida teve um

sobre a vida. Foi bastante natural porque era uma situação

café e agora vai fechar. Às vezes lembramos, às vezes

natural. É para isso que os filmes servem - para questionarmos

esquecemos. Às vezes vemos, às vezes só passamos. E é difícil

em conjunto as coisas que nos acontecem e que acontecem

olhar de frente para o passado e esquecer o futuro. Tudo vai

aos outros. Senão para quê olharmos para uma tela durante

passando. As pessoas, as vidas, as imagens passam, e do que

meia-hora ou duas horas?

é que nos vamos esquecendo? E o que é que fica?O

Lembro-me quando era adolescente que adorava ouvir música. O meu walkman estava sempre comigo. Alterava a realidade que eu vivia. A minha vida era como um filme com uma constante banda sonora que eu conhecia e amava. Previsível e ao mesmo tempo adaptando-se ao que eu via. Sem os auscultadores a realidade parecia mais pobre. Eu ainda não sabia olhar, nem ouvir. Às vezes ainda não sei quando a cabeça me leva para o futuro com medo ou o coração para o passado com feridas. Hoje há televisão em que se acompanha os fragmentos da vida de pessoas ficcionais e reais. Onde se acompanham os jogos dum campeonato de mentiras sem interesse. Onde se vê ficções a que se chama notícias. Há os videojogos. Tantos. Absorvendo, matando num vício lento e estúpido as nossas crianças bem à nossa frente. Há os ipods (que nome engraçado – parece de um filme). Há os telemóveis com imagens e sons e fotografias e jogos e televisão e radiação e leucemia. Há os chats, o Skype, o Facebook, os sites pornográficos, os mails com powerpoints e photoshops e vírus e controlo, há os gadgets e acessórios, as noites e os olhos à frente do computador, para tarefas e trabalhos que não se sabe, e a coluna curvada, o corpo imóvel em espécie de estado de transe. E o mundo a queimar lá fora. E a humanidade a morrer dentro. um filme de David Cronenberg com Jude Law e Jennifer Jason Leigh.O


E

propriedades da cor, na linha de uma arte abstracta conceptual que vibra e ganha grande expressividade. Neste conjunto de telas, há uma formalidade minimalista de a primeira vez que tenho a oportunidade de

tons e ritmos precisos que revelam uma aturada pesquisa,

observar a obra de Rafael Calduch, o que, ao acrescentar o

como uma gestualidade paulatinamente calculada, como

seu já extenso currículo académico como professor no campo

processo que transcendendo a realidade imediata, evoca de

das artes como o reconhecimento internacional da sua obra,

forma sublime uma ordem de equilíbrios e harmonia ao conjunto

pesa alguma responsabilidade acrescida na análise da mesma.

da mancha cromática.

A sensação que nos desperta as telas de R. Calduch, é o

Distanciando-se da imitação da realidade, Rafael Calduch segue

confronto com um espaço estético que se baseia na

um processo construtivo feito no essencial à superfície por

complexidade do trabalho da cor, como em simultâneo, a

impressões de cor sem excessos, antes suaves e numa conjugação

percepção de uma linguagem simplificada das formas, que

de tons que revela uma maturidade pungente, delicada e

conduz a uma noção de quadro como um espaço de

sóbria.

vestígios/testemunhos.

É isto que aprecio na obra que agora se apresenta entre nós

Assistimos a uma depuração completa das formas geométricas

pela primeira vez, são as vibrações da mancha de cor, o gesto

de uma arte descritiva ou narrativa, isto é, a uma concepção

calculado e sensível, a pincelada emocional do mestre Rafael

do espaço da tela eminentemente estético centrado nas

Calduch. O Inaugura hoje às 18h00 na Biblioteca Pública.

Se tivéssemos tido uma Marina dimensionada à nossa realidade

H

Atlântica, há muito que estaríamos a proporcionar melhores condições de estágio e permanência das tripulações e veleiros.

A

escolha da artista desta edição deve-

se a um feliz acaso desta semana, ao reencontro com a obra de Rita Melo. Nasceu no Porto em 1982. Tem uma obra ainda

Se tivéssemos tido condições dignas ao trabalho de excelência

muito jovem comparativamente a outros artistas aqui destacados

oje termino aqui uma série de quatro artigos

do DOP, hoje estaríamos um passo à frente, não só na

mas, a meu ver, é merecedora também de surgir perante os

que tiveram por objectivo despertar algumas consciências para

investigação, mas também no ensino e num Centro Tecnológico.

leitores do Fazendo.

as doenças urbanas que nos envolvem no nosso dia a dia, para

Se tivéssemos tido uma via rápida, 1ª circular ou variante, há

Declaradamente próxima de uma cultura pop no âmbito artístico,

a necessidade de requalificar a nossa cidade com uma equipa

muito que os problemas de trânsito e estacionamento estariam

daí retira cores para a sua paleta, adereços para as suas

inter-disciplinar, e para a importância do contributo dos

resolvidos, e a cidade seria das pessoas.

personagens, ironias e críticas sociais que se misturam com

arquitectos, para os faialenses alcançarem esse objectivo.

Se tivéssemos tido unidade no Triângulo, hoje, todos nós, os

um humor vibrante que transborda desta evidência de corpos

Para o leitor mais objectivo, talvez estivesse à espera de

três, seríamos maiores, mais fortes e resistentes aos golpes

provocantes e de simbologias banais, não só populares como

encontrar aqui, a “receita”, com a solução para a requalificação

baixos que nos atingem, cada vez mais próximos, na nossa

pessoais. Trabalha a figura humana a partir de fotografias que

da nossa cidade da Horta.

própria carne.

a própria tira.

Mas, como disse, esse será um trabalho de equipa que urge

Se valorizássemos o mar e a nossa vizinhança, hoje, a nossa

A figuração da artista centra-se num neo-realismo extremamente

fazer, até porque está quase tudo por fazer, para que a cidade

marginal seria mais bela, mais atraente e mais receptiva para

aproximado, muitas vezes em perspectivas que chegam a

da Horta se adeqúe ao século XXI e às necessidades dos seus

quem nos visita e para nós próprios, com um passeio marítimo

distorcer a realidade num jogo de cores bastante fortes, de

habitantes (residentes e passantes) e de todas as actividades

digno de uma cidade Mar.

traços e pinceladas vigorosas que carregam uma energia

que nela se desenvolvem.

Se tivéssemos tido outros líderes, outras prioridades, outras

contagiante.

A cidade da Horta precisa de um trabalho de planeamento

opções, hoje teríamos, sem dúvida, uma outra cidade da Horta.

Rita Melo licenciou-se em Pintura na Arca, em Coimbra e fez

profundo, mas cujos estudos não levam 20 anos de poder, nem

Bastava que, nas encruzilhadas que encontrámos no passado,

a pós-graduação na mesma área nas Belas Artes de Lisboa.

10 anos de Plano de Urbanização, nem sequer os 4 anos de

e nos momentos próprios, tivéssemos escolhido outros caminhos,

Expõe regularmente desde 1999, não só em Portugal mas

uma legislatura.

outras soluções técnicas e políticas, que nos levassem a um

também no estrangeiro e está já representada em várias

Há que considerar este assunto prioritário, pois esta será uma

futuro melhor, a uma verdadeira Cidade da Horta.

colecçõesO

estratégia de desenvolvimento que fará a cidade recuperar

E a prova, nua e crua, é que, se tivéssemos uma verdadeira

muita da pujança das décadas anteriores, que, pouco a pouco,

cidade da Horta, não estaríamos hoje a reflectir, a discutir e

foi perdendo.

a nos lastimarmos que não temos estacionamento nem soluções

E não arranjemos desculpas para o que não se fez, porque

para o trânsito, não temos um passeio marítimo e áreas

faltou o Plano de Urbanização, porque faltou o Saneamento

pedonais, não temos um centro histórico vivo e animado.

Básico, porque... O que não houve foi empenho, interesse,

Soluções técnicas sempre existiram, são fáceis, e nunca faltarão.

capacidade, e, acima de tudo, trabalho de quem teve e

O que é difícil é haver vontade em adoptá-las e implementá-

continua a ter os destinos da ilha, e da cidade em particular,

-las, enquanto é tempo.

nas suas mãos.

E nestes novos tempos, em que a globalização avança, e onde

Mãos, de punho fechado, agarradas a um passado, cerradas

a concorrência é desenfreada, digo-vos que, o tempo é cada

contra um futuro que já nos deveria ter entrado pelo porto

vez mais escasso.

ou aeroporto dentro, nesta globalização que por aqui continua

Hortenses, não são só os que aqui nascem, vivem ou trabalham.

a encontrar grandes entraves, desvios e manobras de diversão,

São os que sentem, defendem, promovem e sentem a cidade!

que nos impedem de sermos felizes.

A cidade da Horta do futuro, agradece o passado, mas acima

Se tivéssemos tido o Saneamento Básico há 20 anos, não só

de tudo, continua a viver num presente... adiado! O

teria sido quase de “borla”, como há muito estaríamos a usufruir de uma reabilitação urbana.

Contributos para

po.acp@mail.telepac.pt


N

o mês de Janeiro morreram dois gigantes da

banda desenhada belga: Tibet e Jacques Martin, respectivamente os pais de Ric Hochet e Alix entre muitos outros personagens que povoam o imaginário de várias gerações. Tibet, mais brincalhão e com um traço mais caricatural, brinca

N

ascida em Roma, Romana Petri é tradutora e

apaixonou-se não só por Portugal, e em particular pelos Açores - que tem vindo a retratar na sua obra -, mas também pela

constantemente com as palavras e com as situações imprevistas,

língua e pela literatura portuguesa que tem divulgado em Itália

dando vida, por exemplo, a um jornalista/detective, Ric Hochet,

com fervor.

que derrota qualquer criminoso, e a Kid Ordin, um cow-boy

Em O baleeiro dos Montes escolhe como pano de fundo a ilha

trapalhão que quase enlouquece todos os que o rodeiam mas

das Flores e o seu isolamento para, pela voz da personagem

que tem um coração de manteiga.

principal, Vera Mónica, nos confrontar com a solidão dos que,

Jacques Martin, que aprendeu com Hergé – o inesquecível

presos ao mar e à sua ilha, se confrontam com a morte e a

criador de Tintin – o rigor e a importância dos detalhes, prefere

loucura.

a minúcia e divide-se entre várias séries entre as quais se

Não se trata de um ensaio e as Flores que descobrimos já não

destacam o jovem romano Alix, que vive inúmeras aventuras

são as de hoje. No entanto, a solidão, o peso da emigração,

o mar a pudesse apartar do seu sofrimento ou ainda o pai, um

por todo o império e nos permite descobrir Roma e o seu

o sonho de um El Dorado (ali à mão de semear do outro lado

homem que, ao perder o seu ofício, quer fugir ao mar (impossível

quotidiano, e Lefranc, um repórter com uma curiosidade

do mar) ou o silêncio que habita as gentes continuam a ser os

quando este está por todo o lado) são algumas das personagens

insaciável que por causa desta se vê constantemente envolvido

mesmos de outrora.

que iluminam uma ilha dominada pelas intempéries e pelo

em problemas que o levam a percorrer o mundo.

Vera Mónica que chora o filho morto, Fernanda que se deixa

isolamento e que nos chegam numa prosa dominada pela

Se ainda não os conhece descubra-os com os seus filhos, se

morrer longe dos seus, a mãe que foge para o Corvo como se

introspecção e pelas vozes femininas.O

S

as páginas, percorrendo fragmentos de sentido, aspirando a

estes foram alguns dos seus companheiros de infância aproveite e apresente-os à geração seguinte.O

E

e passar pelo Mercado Municipal e entrar pela

porta lateral, em frente à Praça da República, logo na primeira

energia do papel e das palavras.

barraquinha, à direita, aproveite para uma breve pausa. Aproveite, aliás, se entrar por qualquer outra porta daquele

O princípio do livro disponível, acessível ao bolso de cada um,

ste texto dramático surgiu com o objectivo de

magnífico espaço público que necessita, apenas, de ganhar

é bom para esta cidade. É interessante que tenha surgido neste

criar ou restaurar o teatro nacional. Ao assentar a sua obra no

vida nova, respirar a luz e a cor da inovação, usufruir de novas

lugar, o mais aberto e democrático desta cidade. O ponto de

auto vicentino, Cortes de Júpiter, Garrett ressuscita o pai do

dinâmicas, quer do ponto de vista da apresentação das

encontro de todos os cidadãos desta pequena polis, irmanados

teatro português, Gil Vicente, e segue a sua tradição de

mercadorias, quer do ponto de vista das interacções entre este

pelas comuns e prosaicas necessidades estomacais.

desenvolver uma peça dentro de outra peça. Deste modo, o

espaço, a cidade e as necessidades dos cidadãos.

enredo constrói-se à volta da representação do auto que foi

Registe: na livraria da Vera pode comprar e vender livros e

apresentado aquando do casamento da Infanta D. Beatriz com

Aproveite, pois, para entrar na livraria da Vera, percorrer com

vinis, a preço muito acessível. Pode, como lhe disse, respirar

o Duque de Sabóia. Para além da encenação do auto criado

os olhos, num primeiro momento, os títulos das obras, folheá-

um livro, um autor, uma ideia, escutar uma melodia; antes de

por Gil Vicente, Garrett dá forma a vários conflitos sentimentais

-las, sentir o odor do papel, da coloração característica do

se embrenhar no meio dos afazeres domésticos.

que se entrelaçam em toda a peça. Contactamos, assim, com

livro já marcado pelo tempo, pelos dedos, pela energia de

O desafio que se coloca à jovem proprietária: criatividade.

um assunto nacional de uma época grandiosa que surge

quem o percorreu antes de si. Deixe-se levar pelo encantamento

Um mercado é um lugar de poesia, de música, de encontro,

reforçado pela referência a personagens históricas

da descoberta: Chopra? Sartre? Júlio Diniz? Umberto Eco? São

Porque não criar contextos para um café, uma Tertúlia,

verdadeiramente relevantes.O

alguns dos autores por onde deambulei, ao acaso, folheando

acompanhada de um bom verdelho do Pico?O


O

acrobáticos. Os garajaus alimentam-se sobretudo de pequenos peixes (chicharros, sardinhas e também peixes de profundidade como os pais-velhos e os escolarinhos), mas ocasionalmente garajau-rosado (Sterna dougallii) pesa cerca de

capturam pequenas lulas e pequenos camarões. Mas nem só

120g, as suas asas têm uma envergadura de cerca de 70cm e

no mar encontram alimento e, por vezes, alimentam-se de

o recorde de longevidade é actualmente de 25.7 anos. São

formigas aladas, pontualmente abundantes em enxames na

para muitos açorianos uma espécie de equivalente insular das

proximidade das colónias. Os garajaus não nidificam em buracos,

andorinhas – um prenúncio da Primavera. Basta observar um

antes directamente sobre o solo, sendo por isso mais susceptíveis

garajau em voo para perceber porque também são conhecidos

a predadores e à presença do homem nas colónias. Nos Açores,

como andorinhas-do-mar. Chegam aos Açores no final de Março/

possuem diversos predadores; cães, gatos, ratos, furões,

início de Abril e menos de um mês depois começam as posturas

gaivotas, rolas-do-mar, milhafres e até mesmo os pequenos

que normalmente têm um ou dois ovos, mas excepcionalmente

estorninhos. Para além de predadoras de ovos e crias, as

podem ter três. Alimentam-se na proximidade das colónias de

gaivotas competem também por locais de nidificação. Outros

nidificação, geralmente num raio de 5 km. Os rituais de

factores de perturbação incluem a crescente pressão sobre o

acasalamento incluem oferendas de peixe e pescoços esticados,

litoral e certas actividades recreativas, como a pesca e os

bicos a apontar o céu. Machos e fêmeas revezam-se na incubação

passeios de barco e motas-de-água, que por vezes ocorrem

dos ovos e, quando as crias eclodem, partilham atarefadamente

dentro das Zonas de Protecção Especial. Cerca de metade da

BiblioWebGrafia

a sua alimentação. Ao contrário das restantes espécies de aves

população europeia nidifica nos Açores, distribuída por mais

AnAge The Animal ageing & Longevity Database

marinhas que nidificam nos Açores, os garajaus não regurgitam

de 25 colónias espalhadas pelas nove ilhas. Uma noite destas

http://genomics.senescence.info/species/

o alimento para as crias, mas antes trazem as presas intactas

quando dermos por nós, num passeio pela avenida ou pela

27/01/2010)

nos seus bicos. A frequência de alimentação das crias é bastante

marina, ouviremos novamente o seu canto agitado e inquieto.

Capoulade M, Eaton S, Neves V, Newton S, Schmitt S. Roseate

superior à dos procellariiformes (cagarras, paínhos, etc) e

Para trás terão deixado o Gana, a Costa do Marfim, o Senegal,

Tern European Data 2009, dados não publicados.

obriga os progenitores a muitas viagens diárias e mergulhos

a Libéria, o Brasil...O

Neves V (2009). Tern Census Report 2009. Arquivos do DOP,

Q

uando Diogo de Silves, no início do Século XV,

descobriu o arquipélago dos Açores, encontrou ilhas repletas de aves e com uma densa vegetação. Com o propósito de as povoar, foi necessário destruir parte da sua biodiversidade e introduzir novas espécies, sendo que muitas delas adquiriram características de invasoras. No entanto, muito deste precioso mundo natural conseguiu chegar até aos nossos dias, permitindo-nos imaginar quão belas seriam as nossas ilhas. De facto, a bio e geodiversidade destas ilhas são elementos da nossa identidade, herança que exige uma gestão sustentável, de forma a poder ser observada pelas próximas gerações. Assim e para preservar tão precioso tesouro natural, o Governo dos Açores criou o “Parque Natural de Ilha”, um instrumento de gestão que integra todas as áreas protegidas de cada ilha, constituindo, desta forma, a Unidade de Gestão das Áreas Protegidas. Esta estrutura permite a gestão do território, orientada para a conservação da bio e geodiversidade bem como a utilização sustentável dos recursos naturais, de forma a potenciar o turismo e o bem-estar dos residentes. A classificação das áreas protegidas dos Parques Naturais de Ilha assenta num modelo de gestão definido pela International Union for Conservation of Nature (IUCN). O Parque Natural do Faial tem 13 áreas protegidas que ocupam 17,5 % da área terrestre, o que corresponde a cerca de 30 Km2 e 189 Km2 de área marítima. No Parque Natural do Faial, encontram-se habitats únicos no mundo que albergam exemplares de espécies de fauna e flora endémicos do património natural dos Açores.O

(veja também a infografia relacionada, ne secção GATAFUNHOS)

(consulta:


11 de Fevereiro

13 e 14 de Fevereiro

Cinema: “Taking Woodstock”

Inauguração da Exposição

Cinema:

de Ang Lee

“A Margem na Margem”

“Artur e a Vingança Maltazard”

Cine Teatro Faialense | 21h30

de Rapahael Calduch (pag. 5)

de Luc Besson

Biblioteca Pública | 18h

Cine-Teatro Faialense | 17h

14 de Fevereiro

Desfile de fantasias de Carnaval Avenida Unânime Praiense Praia do Almoxarife | 15h30

Baile de Carnaval Grupo Musical “FeedBack” Polivalente dos Cedros

Carnaval 2010 Flamengos Polivalente dos Flamengos | 16h

Desfile Infantil de Carnaval “Biodiversidade”

Baile de Carnaval - Tema: Amor

19 a 21 de Fevereiro

Do Mercado Municipal à EBI da Horta | 10h

Grupo Musical “Onda Jovem”

Cinema: “Sherlock Holmes”

Castelo Branco Sport Clube | 22h30

de Guy Ritchie

Exposição de Aguarelas

Cine Teatro Faialense | 21h30

de David Garcia Casa de chá CASA

15 de Fevreiro

22 de Fevereiro

Baile de Carnaval Apresentação dos premiados do

152º aniversário da Sociedade

com o grupo musical “Rosvira”

Concurso LabJovem

Filarmónica Artista Faialense

Polivalente dos Cedros

Cine Teatro Faialense | 19h | (ver crónica)

12 a 14 de Fevereiro

Hastear da Bandeira e Missa | 08h Sessão Solene | 20h

Baile de Carnaval

Mini-concerto seguido de beberete | 20h45

Castelo Branco Sport Clube | 22h30

Conceição

Cinema: “Lua Nova” de Chris Weitz Cine Teatro Faialense | 21h30

22 a 28 de Fevereiro 16 de Fevereiro

Semana Desportiva e Cultural do Capelo

Batalha de Água 13 de Fevereiro

Castelo Branco | 14h30

Baile de Carnaval

23 de Fevereiro

Cinema: “Ágora”

com o grupo musical “Rosvira”

Batalha de Água

de Alejandro Amenabar

Polivalente dos Cedros | 21h30

Avenida Unânime Praiense | 14h30

Cine Teatro Faialense | 21h30


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