próxima
de assistirem a todas as peças, isto é, privilegiámos os fins-
e palestras temáticas entre outros acontecimentos que se
aos mais novos. Mas para além de proporcionar aos participantes
de-semana na agenda da iniciativa, de forma a que nos dias
consideram essenciais para estruturar uma sociedade mais
a mostra do que por Portugal se faz (este ano, ficamos em
que são habitualmente os de descanso, os espectadores possam
desperta, mais crítica e naturalmente mais saudável. Neste
território nacional), queremos também facultar a aprendizagem
usufruir tranquilamente dos espectáculos e da digestão que
contexto, o Teatro tem necessariamente que ocupar um lugar
e a compreensão dos meios que possibilitam os fins. Para isso,
os mesmos exigem... Será entre os dias 20 de Março e 30 de
de destaque e um festival que promova e divulgue essa arte
propusemos às companhias que nos vão visitar que preparassem
Abril que tudo vai acontecer. O programa e outros produtos
maior torna-se naturalmente indispensável.
oficinas não convencionais ou simples conversas que levassem
de divulgação vão ser disponibilizados na semana antes do
N
os últimos anos temos assistido na ilha do
Faial e especificamente na cidade da Horta, a um aumento de eventos e iniciativas culturais que incluem concertos, exposições de pintura e artes plásticas, espectáculos de dança, cinema (com a sedimentação de um importante festival), conferências
os cidadãos interessados ao contacto directo com quem faz
arranque e durante o festival para que todos possam saber e
Em 2010 vai acontecer pela quarta vez o Festival de Teatro do
teatro e com a forma como se constrói a teia de uma peça nos
escolher, de acordo com as suas vontades e disponibilidades.
Faial. A Associação cultural Teatro de Giz foi novamente
seus mais diversos universos (o texto, a luz, a cenografia…).
Para nós, o conselho é certo – não percam nenhum, porque só
convidada pela Câmara Municipal da Horta (CMH) para organizar
Queremos mais, porque procuramos neste festival encurtar
acontece uma vez.
este evento, depois de o ter feito com sucesso em 2009. Foram
ainda mais as distâncias entre quem vê e quem faz,
É verdade… esta é uma daquelas coisas que não passa na
cerca de 700 as pessoas que se dirigiram à sala do Teatro
possibilitando inclusive, que no futuro os papéis se possam
televisão. O
Faialense no ano passado, demonstrando assim que a vontade
inverter.
de ver e aprender o Teatro existe no seio da nossa comunidade.
Esta iniciativa conta com:
Na IV edição deste festival gostávamos de ir mais além: partimos
Trazemos até ao Faial 4 companhias do continente -
Alto Patrocínio da Câmara Municipal da Horta
novamente da premissa da abrangência na mostra, ou seja,
“Circolando”, “Palmilha-dentada”, “Art’imagem” e “O Nariz”
Patrocínios:
trazer companhias que façam uso de diferentes linguagens
– todas elas reconhecidas pelo trabalho que têm desenvolvido
Governo Regional dos Açores – Direcção Regional da Cultura
para que os espectadores possam viajar por técnicas,
ao longo dos anos, mas também uma companhia residente em
RTP Açores
abordagens, estilos, pensamentos díspares que convergem para
São Miguel (Despe-te-que-suas) que tem assumido justo destaque
Hortaludus
um mesmo propósito – num dado momento, condensar a vida
na região. O cartaz ficará completo com a participação de dois
Apoios:
e provocar a partilha única e efémera entre os que propõem
grupos de teatro que desenvolvem o seu trabalho no Faial -
Apartamentos Verde Mar
(no palco) e os que assimilam (na plateia). Assim, vai ser
“Carrocel” que estreia o espectáculo “Ò Zé põe-te em pé” e
OMA – Observatório do Mar dos Açores
possível assistir ao destaque das palavras e do texto mas
o próprio Teatro de Giz que estreia “À espera de Godot”, de
Colaboração:
também à expressão e às artes do corpo, ao cruzamento de
Samuel Beckett, com encenação de João Garcia Miguel.
Fazendo
outras linguagens (música, vídeo) num mesmo espectáculo, à
O formato do festival vai aproximar-se mais de uma temporada
Tribuna das Ilhas
utilização do títere e da sua personificação e aos que se
do que propriamente de uma sequência de espectáculos diários
Incentivo
dedicam ao universo infanto-juvenil através de uma linguagem
num período reduzido, porque queremos dar hipótese ás pessoas
E
escola todo este processo educativo que no entanto deve ser
neste projecto, de forma mais activa, a população do ensino
dividido por um complexo que integre não só a própria escola
básico e secundário do Faial. Como primeiro impulso, de um
como a família, grupos de pares, estruturas sociais, culturais,
conjunto de iniciativas que pretendemos levar a cabo na Escola
desportivas e, porque não, o próprio acaso. Nesta perspectiva
B. e S. Dr. Manuel de Arriaga, será lançado um concurso intra-
de facto uma redundância, mas ninguém nega
a implementação desses processos tem de ser convergente
estudantes para a elaboração de uma crónica e uma ilustração
que é na formação que poderá residir uma réstia de esperança
tanto nas escolas como nos meios extra escolares, tratando-
para a capa deste jornal. Os temas e técnicas são livres e o
para um futuro minimamente sorridente. Sendo a educação
-se as últimas de estruturas que simultaneamente permitam
concurso é aberto, sem distinção por categorias etárias, aos
objecto de várias abordagens, teorias, praxis ou metodologias,
dar um seguimento positivo a esses mecanismos, apoiando a
alunos do 7º ao 12º ano (a avaliação dos textos e imagens terá
não haverão dúvidas, no nosso entender, de que esta terá que
sua evolução, e que suportem a expressão dos seus resultados.
obviamente em conta o contexto etário em que foram
ser construída de modo a incentivar o desenvolvimento de um
Tendo-se esforçado desde a sua génese para estimular a
produzidos). Entre outros prémios os vencedores verão os seus
espiríto criativo, crítico, ávido e esclarecido.
criatividade, a discussão e a divulgação de novas formas de
trabalhos publicados no Fazendo.O
A tendência do mundo ocidental tem sido a de centralizar na
conhecimento, é natural que o Fazendo pretenda abranger
O regulamento pode ser consultado na pág. 5.
em Vila Franca do Campo em 1951, José Medeiros tornou-se conhecido pela sua faceta de realizador da RTP-Açores para onde realizou inúmeros trabalhos televisivos. A música chegou mais tarde, e ficou. Carismático e de voz rouca, Zeca Medeiros (como é conhecido) é um pilar representativo do povo e da cultura açoriana, e as suas composições de poesia e embalo marcam uma geração de nova música insular, com base nas raízes, mas com muito de amanhã. “Cinefilias e Outras Incertezas” é um notável mundo de fusão popular, tradicional, contemporâneo, teatral, etc, e conta com um excelente leque de músicos (Rui Leite – contrabaixo; José Sarmento – piano e sintetizador; Manuel Rocha – violino; Quiné – percussões; João Lima – clarinete e sax alto; Carlos Peninha – guitarras; Carlos Rocha – guitarra acústica; Mike Ross – tuba; Álvaro Melo e
V
Ricardo Dias - acordeão; Jorge Salgado – flautas; Carlos Frazão – teclados, entre outros). Este trabalho expressa um equilíbrio perfeito entre o tradicional/ popular e o contemporâneo, o encedor do prémio José Afonso de 2005 com o
que faz dele uma contribuição de peso para a evolução da
álbum “Torna Viagem”, José Medeiros é aqui recordado por
música nos Açores, e para a construção de uma nova e urgente
um trabalho anterior - “Cinefilias e Outras Incertezas”. Nascido
tradição musical.* O
M
diferente. Pode-se dizer que a chamarrita é música tradicional uita tinta corre nas literaturas e muitas
do Pico, por via do espaço/ tempo em que se instala e
palavras saltam de nenúfar em nenúfar no que toca ao conceito
permanece, mas um dia há-de desaparecer ou transformar--
de “música tradicional”. Após décadas de reflexão no meu
-se. A música que geralmente metemos no saco do “tradicional”
laboratório quântico imaginário situado na rua mais escura do
é a primeira de que temos registos fidedignos, mas daqui para
pensamento, cheguei a algumas conclusões que podem ser
a frente tudo mudará. Daqui surge uma conclusão não absoluta
absurdas e se forem gostaria que me dissessem frontalmente
mas que me parece lógica. A música contemporânea aproxima-
e não falassem mal de mim nas minhas costas. Para mim a
se mais do tradicional do que o folclore, pois se devidamente
música tradicional define-se hoje (amanhã pode ser diferente)
contextualizada e datada poderá vir a tornar-se música
pela expressão musical de um povo num determinado espaço
tradicional no futuro, enquanto que o folclore não passa de
e tempo, com um carácter de continuidade e repetição. Assim,
uma réplica do que se fazia no passado e se deixou de fazer
e remetendo à nossa realidade insular, não existe uma música
simplesmente porque agora se fazem outras coisas diferentes.
tradicional Açoriana. Existem várias. Existe a música tradicional
É assim na arquitectura também. Se isto for verdade limitamos
do período do povoamento das ilhas, como existe a da época
o risco de nos perdermos numa fusão global cinzenta e
dos Flamengos, do estado novo, e depois de cada ilha, de cada
homogénea, pois o espaço/ tempo há-de sempre continuar a
pedaço de terra com gentes a pensar diferente e a cantar
produzir tradições, mesmo que mais fugazes e bizarras.O
O
s Jeans Team são uma banda eletrónica com um
som único, combinam dance music com elementos minimalistas inspirados em jogos de computador dos anos 90 e, quando o ambiente musical está criado, juntam-lhe umas letras normalmente muito simples e com significados muito directos. Em 2000 lançaram o seu primeiro álbum que se tornou um marco para amantes da música eletrónica low fi. O álbum
S
contém o hit "Keine Melodien" uma canção que foi remixada vezes sem conta por todo o mundo. Desde aí lançaram mais ente-se deprimido com a chuva que não pára de
cair, com esta bruma que se instala em nós e nos atordoa o cérebro mirrado do frio? Então não oiça este disco. Por outro lado, se está feliz e contente da vida porque tudo lhe corre bem e toda a gente lhe sorri, e tem um arco íris por cima dos seus pensamentos, não oiça também, pois pode ficar deprimido como se a chuva não parasse de cair e a bruma se instalasse e lhe atordoasse o cérebro e este mirrasse de frio. Já agora, evite também ser amigo deste senhor. É um conselho que lhe dou, caro leitor.O
dois albuns e tornaram-se uma grande força dentro da cena musical alemã. O seu estilo muito próprio estabeleceu novos padrões que influenciaram bandas de todo o mundo, tanto na maneira de abordar a música no inicio deste século como no modo de oferecer essa música aos fãs em concertos minimalistas. Música made in Berlin, excelente para aquecer enquanto esperamos pela primavera. O Ouvir em altos berros em www.myspace.com/jeansteamBranco
P
actual. Para o conseguirem dão voltas e trambolhões em redor rimeiro era o silêncio. Depois fez-se luz. Mais
do Novo e Velho Testamentos, cruzam personagens interpretadas
tarde o mar abriu-se e Roma ardeu. As coisas precipitaram-
apenas pelos dois actores de serviço numa apresentação de
se quando alguém inventou o clip. Mataram o pacifista e o
quadros sucessivos que se vão interligando à medida que se
próprio rei morreu. Um pouco mais tarde aparece o Teatro da
desenrola a peça, enfim, armam um escarcéu verdadeiramente
Palmilha Dentada. Isto resumidamente. O texto encontrado
apetecível. É no dia 20 de Março (Sábado), pelas 21h30, que
no blog da companhia dá indicações sobre o que se pode
abrem o IV Festival de Teatro do Faial mas para já, não se diz
esperar… Ivo Bastos, Rodrigo Santos e Ricardo Alves, dois
mais – cita-se só o pragmatismo dos Palmilha: “Jesus Cristo
actores e um encenador respectivamente (para resumir),
disse - Abençoados os que crêem sem ver- Respeitamos, mas
fundaram o grupo na viragem do milénio, 3 ou 4 anos depois
venham ver na mesma”.
do último ter saído da companhia Art’imagem e andar em busca de nova receita. Subiram ao palco (ou melhor, desceram
A OFICINA
à rua) pela primeira vez em 2001 com o espectáculo “Os Pirata
Para além da peça de teatro, a companhia vai trazer também
do Fio de Água” e desde aí imaginaram e levaram à cena dez
uma conversa que se espera concorrida - "À conversa com a
produções, sendo hoje um dos colectivos de destaque no
Palmilha", é o nome proposto pelo grupo para um encontro
panorama teatral da cidade do Porto. Fazem o que “lhes
informal com quem quiser participar. E dizem eles assim: “O
apetece”, servindo-se de meios que não envolvem custos
Teatro da Palmilha Dentada é fruto da irreprimível vontade de
significativos (nunca tiveram notícias de subsídios estatais ou
fazer teatro que os seus fundadores tinham. Até chegarem à
afins…) – a comédia sempre esteve intimamente ligada ao
“Norma”, a sua 10ª produção, que estrearam este ano, passaram
grupo que ganhou notoriedade com ciclos de café teatro que
9 anos a fazer espectáculos de humor absurdo, passaram pelo
acabaram por desaguar num programa diário de humor apelidado
café-teatro, passaram durante 3 anos na Antena 1, passaram
de “Palmilha news”, na Antena 1.
por várias cidades, passaram algum tempo a conversar e passaram a chamar improviso controlado ao método de trabalho.
O ESPECTÁCULO
O desafio é passarem algum tempo connosco numa conversa
“NORMA”, o último espectáculo que estrearam e que vão trazer
informal para conhecerem esta companhia do Porto e o seu
até nós, é uma peça sobre o aumento do cepticismo na sociedade
processo criativo” Vamos lá?O
O
Teatro permite esta sensação de sermos
Vamos descobrir potencialidades escondidas, desejos secretos,
surpreendidos, de nos deixarmos encantar, de viajarmos
talentos inatos. Faremos uma viagem única, que no final será
durante momentos para um espaço sonhado, de olharmos a
contada como segredo precioso a quem o queira escutar.O
realidade através de outros pensamentos. Formadora: Lúcia Caixeiro O Teatro, como as pessoas, têm segredos, truques, um lado
Atelier 1
de dentro que nem sempre se mostra, um corpo de música,
Participantes: dos 6 aos 9 anos
de movimento, de cores e emoções que é acordado sempre
Horário: 10 horas e 30 minutos às 12 horas e 30 minutos
que se pratica.
Atelier 2 Participantes: dos 10 aos 14 anos
Neste atelier de Iniciação Teatral vamos procurar articular a
Horário: 14 horas às 16 horas
imaginação, razão e emoção, através do despertar das
O atelier 1 e 2 funcionarão de 29 de Março a 9 de Abril
sensibilidades criativas, estéticas, físicas, técnicas, relacionais
(excepto ao fim de semana)
e humanas.
Apresentação de espectáculo no dia 9 de Abril às 18 horas.
1. O Fazendo está a promover um concurso para os alunos da
sendo uma notícia, é escrito para ser publicado num jornal.
as suas obras e a utilizá-las em publicações ou eventos futuros.
Escola Secundária Manuel de Arriaga.
Numa crónica, mais do que relatar factos, analisam-se situações
11. Devolução dos trabalhos não premiados. Os trabalhos não
2. Podem participar no concurso todos os alunos dessa escola,
comuns e actuais apresentando uma visão pessoal.
premiados podem ser recolhidos pelos autores na reprografia
independentemente da idade ou ano que frequentem.
Dimensões: até 6000 caracteres, incluindo espaços.
da escola, a partir de uma semana após a divulgação dos
5.3 Só serão aceites trabalhos originais e inéditos.
premiados. Esta cláusula não se aplica a trabalhos entregues
3. Existem duas modalidades a concurso: 3.1 Ilustração para a Capa
Todos os trabalhos devem trazer a identificação do autor, o
em formato digital.
3.2 Crónica para a segunda página do Jornal Fazendo
ano e a turma a que pertencem.
12. O júri terá a seguinte composição:
4. Cada concorrente poderá apresentar um máximo de dois
6. A data limite de entrega dos trabalhos é dia 16/04/2010
a) Um representante da Direcção do Jornal Fazendo
t ra b a l h o s , i n d e p e n d e n t e m e n t e d a m o d a l i d a d e .
7. Como entregar: Os trabalhos que não estejam num suporte
b) Um colaborador da Página de Artes Plásticas do
5. Os trabalhos a apresentar devem cumprir as seguintes
digital devem ser entregues na reprografia da Escola. As
normas:
ilustrações em formato digital e os textos para a Crónica devem 5.1 Ilustração para Capa
ser enviados para o endereço electrónico do Jornal
Jornal Fazendo c) Um colaborador da página de Literatura do Jornal Fazendo
Tema: livre
(vai.se.fazendo@gmail.com).
Técnica: livre (ilustração, fotografia, pintura, desenho, arte
8. Prémios: Para cada uma das modalidades haverá um vencedor
digital, colagem, etc)
que verá a sua obra publicada numa edição do jornal Fazendo.
e) Um professor da ESMA de uma das áreas a concurso
Dimensões: tamanho único aceite: 28,5 x 38 cm. No caso de
Como prémio receberá ainda um vale de 50 euros em compras
13. O júri, para além dos prémios atribuídos aos trabalhos que
trabalhos em formato digital, para além das dimensões
na papelaria/tipografia Telégrapho.
considerar de maior qualidade poderá atribuir menções honrosas
estipuladas o ficheiro deve apresentar uma resolução de 300
9. A decisão do júri será mantida em segredo até à saída do
que, no entanto não vincularão o jornal à respectiva publicação.
dpi.
Jornal que publicará as obras dos premiados, assim anunciando
14.O júri pode deliberar não atribuir um dos ou ambos os
os vencedores do concurso.
prémios no caso de falta de qualidade das obras em concurso.
10. Direitos de publicação. As obras premiadas ficarão na posse
15. Os casos omissos ou divergências na interpretação do
Tema: livre
da Associação Cultural Fazendo. Ao concorrer todos os autores
presente regulamento serão solucionadas pelo júri.
Género: Crónica - entende-se por crónica um texto que, não
estão a autorizar a Associação Cultural Fazendo a reproduzir
16. Das decisões do Júri não haverá recurso.O
Igreja em si, estou a pensar no conjunto edificado – igreja +
a colecção dispersa, parte dela exposta no Museu da Cidade.
convento –, criado como uma unidade cuja volumetria ainda
Seria uma reutilização lógica, que preenche todos os requisitos
existe e, logo, pode ser restabelecida.
acima colocados: o edifício é suficientemente espaçoso para
Existe a ideia (a utopia?) de devolver este edifício à vida. No
albergar o museu; a função adequa-se totalmente ao contexto
entanto, como é por demais evidente, não há obra de
religioso do imóvel; e é um uso não só público mas que contribui
Cor: são aceites trabalhos a preto e branco e a cores. 5.2 Crónica
A
d) Um representante do Conselho Directivo da Escola Secundária Manuel de Arriaga
recuperação – por mais ambiciosa, bem concebida e
para a vida cultural da cidade. Podemos ainda imaginar a
Igreja do Carmo da cidade de Horta,
generosamente orçamentada – que garanta a sobrevivência a
extensão das funções de museu, na sua natureza didáctica e
para além de ser um edifício bonito, luminoso, espaçoso e com
longo prazo seja de que edifício for, sem uma reutilização que
de divulgação cultural, a uma relação com a Escola Profissional
boa acústica, encontra-se numa localização excelente, com
lhe dê razão de ser. Não pretendo defender uma ideologia
da Horta (ali tão perto), por exemplo, instalando no convento
uma vista deslumbrante sobre a cidade, o canal e as ilhas
materialista, é de património cultural que falo, mas dificilmente
oficinas para leccionar disciplinas inseridas em cursos de
vizinhas, particularmente o majestoso Pico. Foi, inclusivamente,
uma comunidade consegue suportar os custos de manutenção
formação, ligadas ao património sacro (mas não só), como o
indicada n'“O mais notável de cada ilha”, para a Ilha do Faial
de todo o património existente, como se vê pelo abandono
trabalho e a reparação de ferro forjado, cerâmica, madeira,
(juntamente com a Igreja de São Francisco e o Colégio dos
deste imóvel – deste e de outros, infelizmente exemplos não
vitral, cantaria, modelação, estofamento, policromia,
Jesuítas), por Francisco E. O. Martins na sua obra de 1980
faltam. Só uma ligação à comunidade justificará a existência
douramento e trabalhos com folha de ouro, etc., etc...
Subsídios para o Inventário Artístico dos Açores. Apesar de
do edifício e, logo, é a única garantia de manutenção do
2. Instalação, na Igreja do Carmo, de uma Pousada da Juventude,
todas estas qualidades, o edifício encontra-se há décadas
mesmo.
equipamento que não existe na cidade da Horta. Veja-se a
fechado à comunidade. Por enquanto, a Igreja mantém-se
Então, há que pensar numa reutilização para a Igreja do Carmo,
Pousada da Juventude de São Roque do Pico, reutilização do
dignamente de pé, contra a inclemência do clima açoriano,
que lhe devolva a vida e o futuro. Logo, a pergunta é: que
Convento de São Pedro de Alcântara que veio devolver à vida
após algumas obras de consolidação da estrutura na década
equipamento urbano falece à cidade da Horta? O que poderá
um edifício que, mesmo no estado de abandono em que estava,
passada, contando agora apenas com a ajuda de um pequeno
ser instalado na Igreja do Carmo, que sirva a comunidade e
tinha uma enorme força de atracção, pela dignidade
número de pessoas que a têm limpo e reparado na medida do
permita a sobrevivência do edifício, simultaneamente
arquitectónica e pela localização. Tal como em São Roque do
possível e no âmbito do mais premente para a sua sobrevivência.
respeitando a sua dignidade arquitectónica, urbanística e
Pico, o Convento do Carmo tem todas as possibilidades de ser
Será a sua falta (mais ou menos) sentida, por alguns, por
histórica?
transformado em Pousada da Juventude, ficando a Igreja como
muitos? Talvez a sua longa “hibernação” tenha facilitado o
Proponho duas ideias totalmente diferentes, esperando que
património cultural visitável, já não um templo fechado, mas
acostumar-se à sua ausência, particularmente para quem
sejam inspiradoras, quer em si mesmas, quer por sugerirem
inserido num conjunto habitado que contribuiria para a
sempre a conheceu fechada. Porém, talvez essa ausência seja
outras:
diversidade da vida da cidade.
menos fácil de aceitar se ponderarmos o potencial deste edifício
1. Instalação, na Igreja do Carmo, do Museu de Arte Sacra,
A pergunta permanece: que futuro para a Igreja do Carmo na
e o que podia oferecer à cidade e à ilha. Aqui, para além da
inaugurado oficialmente em 1965 e que existe sem existir, com
Horta? O
Pelo punho de Sepúlveda ressurgem os desaparecidos e Allende,
justiça – ou a injustiça - de guerras que arrastam novamente
Pinochet e os seus esbirros, a Villa Grimaldi (cujo nome esconde
inúmeros países para as trevas da barbárie, A sombra do que
bem quantos aí foram torturados ou assassinados) e os
fomos surge (como o próprio personagem de “A Sombra”) como
“sorvedouros” (aquelas prisões de onde os presos se desvaneciam
a luz de um farol a iluminar os esquecidos, relembrado que
sem retorno possível), os revolucionários e os lacaios da
há homens que nunca foram julgados, crimes que todos calam,
ditadura, aqueles que enriqueceram e os que continuaram a
dando voz aos que ficaram e aos que foram exilados numa
viver desvalidos, numa miséria sem nome, amordaçados.
tentativa, por vezes rocambolesca (como o são os inúmeros preparativos para o assalto ou a morte do Sombra), de revelar
A sombra do que fomos não é, no entanto, uma simples apologia
o sofrimento latente numa América latina que ainda não fez
da revolução ou das ideologias relacionadas com o comunismo
as pazes com o seu conturbado passado.
(embora a capa do livro seja extremamente sugestiva, Sepúlveda
O
não deixa de ser crítico em relação aos revolucionários que
O exílio é, neste romance, uma metáfora de cada homem,
passam a ter poder), antes, pelo contrário, é um olhar
preso à memória do militantismo e do desejo de mudar o
desapaixonado sobre os ideais que se teve e a vida que se
mundo que acorda com um camarada que em nome de outra
construiu e, sobretudo, um olhar lúcido sobre o regresso à
facção o cala, pela força se preciso; uma metáfora do próprio
pátria após o exílio.
tempo que desvanece os contornos das coisas e deixa um gosto amargo na boca: para que foi que lutámos? O
país da memória é o Chile, um Chile desdobrado
em dois tempos: a ditadura e o regresso do exílio, num tecer
Num mundo com tendência para apagar o passado, ou
de recordações que parecem nunca acabar.
constantemente o edulcorar, e que se interroga hoje sobre a
D
ter cada recanto) acompanhada por textos que, embora escritos por especialistas, são facilmente acessíveis (num louvável escobrir os Açores pode ser uma caminhada
esforço de divulgação científica a que muitas vezes as editoras
por cada uma das ilhas, sob intempéries e correndo o risco de
portuguesas são avessas).
nem sempre ver o que desejamos ou debaixo de um sol radioso
Juntando vários biólogos, um geógrafo, um museólogo e alguns
que nos encanta, mas pode também ser um qualquer cantinho
ecologistas convictos, os autores conseguem uma diversidade
em que nos sentemos para ler Açores - um retrato natural.
de olhares e perspectivas que nos revelam não só a formação
Vantagem da segunda modalidade? Uma fotografia deslumbrante
das ilhas, a sua fauna e flora mas também o que se faz para
que não se cinge ao que os guias turísticos mostram (centrando-
proteger estas últimas, permitindo-nos ver a nossa própria ilha
se antes na biodiversidade e no que de mais escondido pode
com outros olhos. O
I
maginas como seriam os Açores quando por aí
andavam piratas? Será que ficavam sempre no mar ou que desembarcavam e pilhavam tudo? Será que eram verdadeiramente maus ou alguns até eram boas pessoas? Alguma
A
o comemorar setenta e cinco anos de
existência a Penguin (uma das maiores editoras inglesas que se especializou em livros de bolso) pediu aos seus actuais autores que escolhessem o seu livro favorito.
vez ouviste falar de um pirata chamado Laplace? Para saberes
Na lista dos cinquenta livros escolhidos o autor mais citado é
isso e muito mais não deixes de ler Os Piratas das Ilhas de
George Orwell. Um simples acaso? Talvez não já que entre as
Bruma.
quatro obras citadas se encontram 1984 e O Triunfo dos Porcos,
Uma palavrinha aos pais – Recomendado pelo Plano Nacional
duas obras de uma actualidade evidente num mundo
de Leitura (PNL) e disponível em formato digital (basta para
desumanizado e dominado pela tecnologia embora se refiram
tal inscrever-se no sítio do PNL), este livro, de Mariana Bradford,
a acontecimentos contemporâneos do autor.
Mariana Magalhães e Joana Medeiros, apresenta a história do
Uma boa desculpa para reler ambos os livros e, já agora,
pirata Laplace e mostra um lado menos conhecido das lendas
descobrir uma editora que, para os que gostam de literatura
ligadas aos Açores. O
anglo-saxónica, é um fiel amigo. O
A
Este ecossistema ímpar tem como suporte a maior estrutura do seu povoamento.
geológica do Faial. A formação da Caldeira teve início há 16
A Caldeira é refúgio de espécies raras como a angélica, ou o
mil anos. O vulcão que lhe deu origem, com mais de 410 mil
Caldeira do Faial é um valioso santuário
trovisco-macho, ao qual vive associado um artrópode, o
anos, teria um aspecto semelhante à montanha do Pico, com
natural de Floresta Laurissilva. A sua classificação como reserva
gorgulho, apenas encontrado nas ilhas das Flores, Pico e Faial.
cerca de 1200 m de altura. A subsidência do cone vulcânico
natural veio permitir o controlo da acção humana, a favor da
A manutenção da humidade deste ecossistema é em grande
resultou de sucessivas erupções explosivas e terá terminado
protecção deste ecossistema milenar único. Praticamente
parte desempenhada pelo musgão. A Noroeste, podem ainda
há cerca de 1200 anos, altura em que uma erupção originou
extinta no velho continente aquando o início da Idade do Gelo,
ser encontrados vários exemplares de cedro-do-mato, uva-da-
o cone de escórias que pode ser observado no seu interior,
há 1,8 milhões de anos, a Floresta Laurissilva preservou-se na
serra e tamujo. A avifauna é aqui representada por várias
juntamente com o domo traquítico da Rocha do Altar e os
Macaronésia (Açores, Madeira, Cabo Verde e Canárias), tendo
espécies endémicas, tais como o tentilhão, a estrelinha, o
vestígios da antiga lagoa, extinta após a erupção freática de
outrora dominado todo o arquipélago açoriano, até ao início
canário-da-terra e o milhafre.
Maio de 1958, durante a erupção do Vulcão dos Capelinhos.O
lixo por falta de cota.
e também nos Açores. Já falei neste jornal da reserva do Monte
mais reservas de papel? Uma ponte com o passado
Reservas (marinhas ou não): um resultado quase inevitável do
da Guia, aqui mesmo à nossa porta.
‘subdesenvolvido’ e sustentável, ou mais um passo rumo ao
nosso crescimento (‘desenvolvimento’?) e, sobretudo, apetite
Parques Naturais (Marinhos) de ilha: porção marinha dos novos
desenvolvimento irresponsável?
voraz e impensado pelos recursos naturais. Das frotas de pesca.
Parques Naturais de Ilha, recém-criados pelo nosso Governo
Responsabilidade partilhada: cada um faz o que lhe compete
Dos mercados de exportação. Das lanchas da pesca lúdica ao
Regional (ver artigos anteriores neste jornal). Na concepção,
para a tal sustentabilidade das gerações vindouras, do bem
fim-de-semana. Não vimos já isto em qualquer lado?
uma visão mais integradora da conservação e da gestão dos
comum. O ingrediente fundamental (e o mais difícil) para que
Reservas de papel (as que existem na lei mas não são
recursos, incluindo os da pesca. No futuro, uma oportunidade
não fiquemos apenas com a pesca insustentável, grandes carros,
implementadas ou respeitadas): Oportunidades perdidas para
para practicar a gestão sustentada dos recursos, baseada numa
grandes portos, frotas paradas e belas reservas de papel com
tentar recolocar o ponteiro mais próximo do centro de gravidade
divisão realista das actividades no espaço (apesar de algumas
placards da UE. É que não há planificação que resista à falta
na balança do desenvolvimento (pesca) sustentável. Há muitas,
gralhas erros de secretaria, como o canal dividido a meio), ou
dela.O
P
equeno léxico (sobre)pescas e parques
Pesca (in)sustentável: (des)equilíbrio entre o que se retira e aquilo que o mar recoloca naturalmente, para que as gerações vindouras não sejam prejudicadas no seu legítimo direito de pescar. O (in) foi trazido pelos recursos económicos e tecnológicos do chamado ‘desenvolvimento’. Por exemplo, nos Açores, num passado nada distante, o ‘subdesenvolvimento’ mantinha a pesca num nível artesanal e, tanto quanto a memória dos antigos nos deixa entever, o peixe bem mais abundante, ainda que a população fosse mais do dobro da actual. Pesca ‘ecológica’: apanhava-se apenas o necessário para abastecer a família e o mercado local, não havia bom peixe a 10 cêntimos na lota nem toneladas de chicharro deitados ao
até 28 de Março
17 de Março
Captar o Real | Oficina Prática de Produção
Comemoração do Centenário da Implantação da
com Fausto Cardoso
República Teatro Faialense | 21h30
até 31 de Março
Ateliers de Expressão Dramática
18 de Março
com Anabela Morais
Dia Eco-escolas
Cine-Teatro Faialense
Escola Profissional da Horta
3ªfeiras | 17h00 às 19h00 | 4ªfeiras | 16h30 às 18h00
19 de Março 12 e 13 de Março
Dia Mundial da Água e da Floresta
Cinema: “Ouviste falar nos Morgans?”
Plantação de árvores
de Marc Lawrence
Concentração junto à EBI | 14h30
Cine-Teatro Faialense | 21h30
20 de Março 13 de Março
LIMPAR O FAIAL
Semana Desportiva e Cultural do Salão
Vamos limpar a ilha do Faial num só dia!
Tarde Infantil, Exposições Diversas, Peça de Teatro “Declaro-
em cada uma das sedes das Juntas de Freguesia do Faial
-vos marido e... marido”
Cine-Teatro Faialense | 21h30
Salão | início às 14h30
13 de Março
Cinema: "Força G - animação"
Teatro: “Norma” ou “Bucket” Companhia Palmilha Dentada Cine-Teatro Faialense | 21h30
de Hoyt Yetman Cine-Teatro Faialense | 17h00
Noite de Jazz com ZRF trio
21 de Março
Dia mundial da Água e da Floresta Visita ao jardim botânico do Faial - Pedro Miguel Concentração junto à EBI| 14h30
Hotel do Canal | 22h30
23 de Março 14 de Março
Circuito da Costa do Salão e Cedros Concentração junto à EBI | 14h30
16 de Março
Cinema : “O dia da saia” de Jean Paul Lilienfeld Cine-Teatro Faialense | 21h30
Cinema: “New York, I love you” de vários realizadores Cine-Teatro Faialense | 21h30