fazendo 44

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Mais uma palmeira na Avenida.

Horta, a nova Malibu.

FAZENDO boletim do que por cá se faz

29 de Julho 2010 | Quinta | Edição # 44 | Quinzenal | Agenda Cultural Faialense | Distribuição Gratuita


Opinião

Opinião Editorial

http://thinktankfazendo.blogspot.com

Pedro Lucas

Jácome Armas

Think Tank Fazendo

Fazendo - Capítulo II este número do Fazendo encerra-se o segundo capítulo desta estória colectiva. Não vamos a banhos mas aproveitamos a época estival para preparar a próxima etapa dum percurso conjunto cada vez mais sólido. Solidez que resulta da crescente pluralidade de vozes que tem

“…asseguram um processo pluralista e aberto de análise de

decidido

a

políticas, de investigação, de tomadas de decisão e

multiplicidade de informação partilhada, permitindo uma

desenvolvimento.”. Esta forma aberta e pluralista de

discussão mais ampla e mais abrangente, e contribuindo

operação dos think tanks deve-se ao facto de serem na sua

assim para uma melhor reflexão cultural e social orientada

maioria constituídos por grupos de pessoas sem afiliação

embarcar

nesta

aventura

potenciando

é o nome dado a uma organização

directa a governos ou partidos e com um sentido constructivo

Estória, dizíamos no início, porque até fazer parte do

que elabora e conduz projectos de investigação em diversas

de comunidade, isto é, a maioria dos think tanks actuam num

passado, e constituir história, a inscrição dos acontecimentos

áreas desde a política social, estratégia política, política

contexto local.

no tempo é o resultado de uma acção colectiva com

económica, científica, cultural, tecnológica até à política

capacidades transformativas alimentadas pela imaginação. À

militar. Os resultados destas investigações tomam a forma de

O Think Tank Fazendo (TTF), a mais recente invenção da

nossa dimensão, assumimo-nos como um catalisador dessa

propostas

sua

Associação Cultural Fazendo, segue os mesmos princípios de

imaginação que alimenta a mudança (ou, porque não, a

implementação na sociedade. Desta forma, estas organizações

qualquer think tank mas difere na generalidade do seu

sedimentação) e que ajuda a construír uma sociedade que se

estão

ou

conceito. Ao invés de um grupo restricto e intelectual o TTF

quer mais consciente e mais equilibrada.

instituições capazes de levar a cabo a implementação destas

abre as suas portas a toda a comunidade local e regional e ao

Neste percurso, e fruto da nossa inocência, temos também

ideias ou com capacidade de representação diante das

invés de se especializar numa determinada área (neste caso a

um sonho (diz o poeta que comanda a vida e nós acreditamos):

instituições com esse poder de implementação.

mais indicada seria a de políticas culturais) deixa em aberto

para o desenvolvimento local e regional.

políticas

normalmente

e

estratégicas

ligadas

a

que

outras

visam

a

organizações

a área de discussão. Este modo de funcionamento traz

o sonho de quinze mil pessoas - mais ou menos - a participar na escrita desta estória.

Durante a segunda Guerra Mundial estas organizações eram

diversas vantangens pois por um lado permite uma maior

Esperamos vê-lo em Setembro. O

conhecidas pelo nome de brain boxes enquanto que o nome

envolvência da comunidade na elaboração de ideias e

think tank, na gíria militar, denominava o espaço em que os

propostas

estrategas discutiam o planeamento das suas tácticas de

discussão plural e a sensibilização do tema em questão junto

acção.

da própria comunidade, e por outro lado permite que temas

O uso do nome think tank como denominação destas

tão distintos como a cultura, a cidade, o mar, etc, sejam

organizações ocorreu apenas em 1964 aquando a sua

abordados e discutidos. A acção do TTF consiste na elaboração

utilização dentro de um contexto de consultoria em estratégia

de estudos sobre determinados temas ou na promoção e

militar oferecida pela RAND Corporation (daí o nome tank),

moderação da discussão desses mesmos temas, sendo as

financiada pela empresa americana Douglas Aircraft – a

conclusões apresentadas canalizadas para as entidades com

primeira empresa a construir um avião capaz de fazer a

responsabilidade nos temas abordados.

Amores de Verão canto, piano e poesia Miguel Valente

enquanto

que

simultaneamente

promove

a

circum-navegação aérea em torno do globo terrestre e também

conhecida

por

ter

construído

um

dos

mais

De facto, a primeira acção concreta do TTF tomou lugar no dia 15 de Junho de 2010 (apesar de na altura esta

significativos aviões de transporte aéreo.

nomenclatura não ter sido utilizada) onde a Associação Os think tanks têm na sua maioria o estatuto de organizações

Cultural Fazendo apresentou o seu estudo sobre a Criatividade

não-lucrativas,

e

e as Indústrias Criativas no colóquio “Potenciar as Indústrias

financiados pelo governo ou por outras instituições e partidos

Culturais e Criativas”. Para além disto as conclusões da

políticos, sendo que normalmente são constituídos por um

tertúlia que teve como tópico o mar – a sua relevância e a

grupo restricto de intelectuais e académicos e especializados

sua preservação – organizada a 16 de Novembro de 2009 pela

três foi o mote para a criação do recital «Amores de Verão».

em determinadas áreas, por exemplo os think tanks

Associação Cultural Fazendo em cooperação com a Ecoteca

Três formas de expressão, canto, piano e poesia.

partidários são especializados em estratégia política. Um

do Faial e o Gabinete para os Assuntos do Mar foram

Três épocas, barroco, classicismo e romantismo.

exemplo deste tipo é a Fabian Society, um think tank

integradas no âmbito do TTF. O documento de conclusões

Três géneros, ária antiga, área de ópera e canção.

financiado pelo Labour Party na Inglaterra e fundado em

desta tertúlia como o estudo realizado e um curto video desta

Três poetas, Florbela Espanca, Natália Correia e Álvaro de

1884, de facto foi um dos primeiros a ser estabelecido e teve

apresentação estão agora disponíveis online em: http://

Campos.

uma forte influência no processo de descolonização da Índia.

thinktankfazendo.blogspot.com

Três mulheres em palco, Ágata Biga, Maria do Céu Brito e

A importância dos think tanks é de tal modo significativa que

Para Outubro deste ano está prevista a organização de uma

Olga Gorobets.

actualmente existem milhares em todas as partes do mundo

tertúlia que abarcará o tema “Repensar a Cidade”, em

Três talentos que partilharão conosco um pouco do seu amor

financiados por governos, partidos, instituições ou empresas,

cooperação com a Câmara Municipal da Horta e a UrbHorta

por estas formas de arte durante quarenta minutos no

ou simplesmente baseados num sistema de voluntariado.

no âmbito do concurso “Uma ideia para a Horta”. Toda a

próximo dia 4 de Agosto pelas 19:30h, depois da praia e antes

Segundo o National Institute for Research Advancement

comunidade é incentivada a participar. Gostaríamos também

do arraial, no auditório da Biblioteca Pública e Arquivo

americano os think tanks:

de enfatizar que o TTF está aberto a todo o tipo de ideias. O

três foi o número que Alguém fez,

contudo

muitos

foram

estabelecidos

Três amores, correspondido, contrariado e sublimado.

Regional João José da Graça. A não perder. O ficha técnica - fazendo - isento de registo na erc ao abrigo da lei de imprensa 2/99 de 13 de janeiro, art. 9º, nº 2 - direcção geral: jácome armas - direcção editorial: pedro lucas - coordenação geral: aurora ribeiro - coordenadores temáticos: catarina azevedo, luís menezes, miguel valente, pedro gaspar, ricardo serrão, rosa dart - colaboradores: ana correia, cmh, fernando nunes, luís são bento, margarida madruga, pedro monteiro, rita braga, samuel andrade, sofia matos, tomás silva - projecto gráfico: paulo neves, elcubu, contact@elcubu.com - capa: aurora ribeiro - propriedade: associação cultural fazendo - sede: rua rogério gonçalves, nº 18, 9900 horta - periodicidade: quinzenal tiragem: 400 exemplares - impressão: gráfica o telégrapho - contactos: vai.se.fazendo@gmail.com, http://fazendofazendo.blogspot.com - distribuição gratuita

02 Apoio: Direcção Regional de Cultura


Música Música

Punkada

Uma década de pura energia Fausto Como nasceu o projecto dos Punkada? Os Punkada surgiram no verão de 2000, e resultou de várias PUNKADA! são uma banda de referência nos

vontades conjugadas dos 4 elementos que formavam, então,

Açores e em particular no Faial. O seu estilo irreverente e a

este projecto. Numa primeira fase foram acontecendo alguns

sua sonoridade musculada não deixam ninguém indiferente,

ensaios, até que, inesperadamente, surgiu um convite para

e a experiência dos músicos está patente na qualidade dos

actuar no Laranja Power.

seus registos. Formados no verão de 2000, os PUNKADA! são actualmente o Pedro Correia (bateria e voz), nascido no

A formação é a original ou já houve alterações?

Faial, Eddie Alvernaz (baixo, voz e programações), natural da

Infelizmente tiveram que haver alterações, dado que um dos

Califórnia, e Tino (guitarra, voz e programações) nascido na

fundadores da banda, o Joe Alvernaz, ausentou-se da ilha por

Alemanha. Apesar das diferentes proveniências, todos

razões profissionais, tendo-ser fixado em Lisboa, onde reside

Para assinalar 10 anos de carreira nada como um festival.

fizeram do Faial a sua terra. Para além dos originais que

e trabalha como professor de guitarra, há cerca de 11 anos.

Punkada Fest valeu a pena?

foram compondo ao longo do tempo, mantêm um tributo a

Por isso, hoje, integram os Punkada o Pedro Correia, o Tino e

Claro que sim, valeu imensamente a pena. Divertimo-nos

Rammstein (através de alguns covers), banda que lhes serve

o Eddie Alvernaz.

muito e pudemos, talvez como nunca, partilhar esta alegria

de inspiração. Presentemente, o grupo tem já uma demo de

com o público da nossa terra e que esteve lá para nos apoiar

covers e dois CD’s autoproduzidos, integralmente compostos

Ao longo desta década de actividade, quais foram os

e acarinhar. Foi de facto muito bom receber este feedback

por originais. Para além duma presença assídua nas várias

melhores momentos?

por parte do pessoal do Faial e não só.

edições do festival “Do Pôr ao Nascer” os PUNKADA! pisaram

Decididamente os últimos dois anos, mais concretamente o

muitos outros palcos, com destaque para a Festa do Mundo

concerto nas Festas da Praia da Vitória o ano passado,

O Punkada Fest é para repetir no próximo ano?

Rural, a Fajã de São João, o Festival Azure, o Festival da

também na Semana do Mar e, claro, este ano no dia 10 de

Da nossa parte, terão como sempre, todo o empenho e força,

Ferraria em São Miguel e as Portas do Mar, em 2008, a

Julho, no Festival que assinalou o nosso 10º aniversário, onde

assim queiram as várias instituições que nos apoiaram este e,

Semana do Mar, as Festas da Praia e o Festival de Rock da

tivemos casa completamente cheia e muito participativa.

claro, que irá para a frente mais um festival deste cariz que,

Madalena, em 2009, e claro está, o PUNKADA! FEST já em

na nossa opinião, o Faial está a precisar e muito.

Julho deste ano. Este festival marcou os 10 anos de

Como definem a vossa música?

existência da banda, e foi um sucesso, assumindo-se como

Penso que podemos classificar (se assim se pode dizer) a

Queremos agradecer, desta feita, ao Fazendo, por esta

um festival que veio para ficar. O Jornal Fazendo foi ao

nossa música como “industrial”, obviamente dentro da

entrevista que nos permitiu falar mais um pouco de nós e do

encontro dos músicos:

família do rock.

nosso projecto. O

Câmara Clara http://camaraclara.rtp.pt/#/arquivo/182 Músicas do Mundo: Da Tradição ao Futuro Este programa parte do Festival Músicas do Mundo de Sines para uma análise ao fenómeno das World Music em Portugal. Tem como convidados o jornalista António Pires, uma autoridade na matéria em Portugal, e o músico B Fachada. Um diálogo interessantíssimo sobre o significado de tradição num contexto actual.

Pedro Lucas

Will Oldham

aka Bonnie ‘Prince’ Billy Pedro Monteiro A tal capa feia é esta enigmática personagem que se

necessidade conhecer mais a fundo o trabalho deste Will

sempre. Assinado agora pelo seu mais recente alter-ego

apresenta sempre despojado de qualquer tipo de

Oldmam. Então comprei o álbum Days In The Wake onde se

- Bonnie ‘Prince’ Billy, Oldham tinha finalmente gravado a

protagonismo ou pretensiosismo, com uma voz a roçar os

encontrava essa tal música. O CD tinha uma capa com uma

sua obra prima. Deixara de ser um goth-folker marginalizado

limites do afinado mas que canta com o coração sobre as

cara em contra luz e não trazia “livrinho”. Só um bocado de

e tornara-se um trovador indie-rock de referência. Com o seu

coisas mais simples e belas da vida? Canta a vida, a morte, a

cartão grosso com essa imagem pouco atractiva impressa

lado mais negro a vir ao de cima Oldham canta “Death to

ternura, o amor, os amigos, as mulheres, os irmãos, o cavalo,

num dos lados. Do outro uns rabiscos..., mas as referências

everyone is gonna come / It makes hosing much more fun”

a estrada, os trovões, o cão, os pássaros, a parte sul do

eram as melhores, não podia ser mau. Mas à primeira

nunca deixando de parte a sua faceta mais irónica. Seguiram-

mundo (“Southside of the World”)... Que ao vivo toca

audição nem queria acreditar... pensei que tinham sido três

-se outros álbuns igualmente inspirados e menos negros como

sozinho ou faz-se acompanhar de uma banda sempre

contos e oitocentos muito mal gastos. As canções pareciam

Ease Down the Road, Master and Everyone - mais

diferente, que também é actor, que lança um a dois álbuns

gravadas com um gravadorzinho de cassetes, tinham um som

introspectivo e The Letting Go. Agora acaba de lançar a sua

por ano em nome próprio ou em colaborações (com Tortoise,

abafado e o gajo não cantava nada. Ainda por cima o CD

primeira colectânea – Unfinal Call. Provavelmente uma

Matt Sweeney, Antony & The Johnsons, Hot Chip, Johnny

tinha uma capa feia! Mas decidi dar-lhe mais uma

exigência da editora, a meu ver, não muito bem conseguida

Cash, etc.) para além de um sem número de singles e EPs?

oportunidade e comprei outro álbum – Arise Therefore.

pois com perto de meia centena de registos editados desde

O meu primeiro contacto com a sua música foi em 97 quando

Na altura, Oldham gravava sob o nome de Palace Brothers,

1998 (altura em que passou a assinar como Bonnie ‘Prince’

ouvi uma versão de “You will miss me when I burn” tocada

mas também Palace Music, Palace (só) e Palace Songs. À

Billy), uma colectânea que não reúne um único single fica um

pelos belgas dEUS num concerto ao vivo. “When you have no

medida que ia conhecendo melhor o seu trabalho e o ouvia

bocado aquém de espelhar o que é o trabalho deste artista.

one, no one can hurt you” repetia Tom Barman. Na altura,

com mais atenção mais ele se ia entranhando. Entretanto

Se é que alguma colectânea o conseguiria fazer. O meu

tinha eu 19 anos e os dEUS eram a minha banda favorita. Por

lançou Joya em nome próprio - um álbum bem mais

conselho, relativamente aos seus trabalhos mais recentes vai

isso, e como era referenciado pelo seu vocalista como uma

consistente do que os seus registos anteriores. Mas foi em 99

para o EP Among the Gold em dueto com Cheyenne Mize.

das suas principais influências, tornou-se para mim uma

que saiu I See a Darkness – um dos meus álbuns preferidos de

Precious! O

03


Teatro e Cinema A

Cinema

9500 Cineclube Samuel Andrade

9500 Cineclube nasceu a partir de uma necessidade. De existir um espaço alternativo dedicado à projecção de Cinema, onde brotasse a criatividade na programação e o puro amor, digno de outros tempos, em ver, sentir e comentar um filme. Ponta Delgada foi “dominada”, durante anos, pela vertente “industrial” da Sétima Arte, sobretudo aquando da chegada, em 2003, de uma cadeia nacional de salas de cinema regida pela filosofia do lucro imediato que um cartaz estritamente comercial consegue atingir. Desde então, o Cinema denominado de qualidade e/ou de autor não encontrou “acolhimento” na maior cidade do arquipélago. Durante esse período, e neste âmbito, destaca-se apenas a realização de esporádicos ciclos temáticos (promovidos por associações culturais locais) com filmes exibidos em suporte DVD. Quando certa situação se arrasta por um longo período de tempo, surge sempre alguém motivado pelo desejo de inverter tal realidade. No caso do 9500 Cineclube, esse “alguém” apareceu num grupo de amigos que, a 30 de Novembro de 2009, organizou uma reunião com o intuito de aferir o interesse dos micaelenses na criação de um cineclube, promotor da exibição regular de filmes em 35mm, em Ponta Delgada. À presença em massa dos interessados, somou-se a nítida sensação de um público ávido de novas experiências cinéfilas. E, em Janeiro de 2010, definiram-se os órgãos sociais do 9500 Cineclube — nome eleito pelos próprios sócios fundadores, facto demonstrativo do nível de entusiasmo que esta ideia suscitou. A partir daí, foi um passo até ao arranque oficial da actividade do 9500 Cineclube, que decidiu organizar dois ciclos temáticos para assinalar o começo deste projecto, ambos compostos

por quatro títulos: uma homenagem a Éric Rohmer e Cinema no Feminino, onde se concedeu primazia a obras realizadas por mulheres. Com este alinhamento inicial, de cariz variado e inusitado (nenhum dos filmes projectados havia conhecido exibição em sala nos Açores), alargou-se o número de sócios do 9500 — com mais de 110 afiliados até ao momento — e cumpriu-se o desejo de fomentar a promoção do Cinema em São Miguel. Sendo uma associação ao dispor da comunidade, o 9500 Cineclube firmou parcerias com outras entidades culturais e iniciou uma Mostra de Cinema sobre Imigração, denominada de «Moby Dick», entre 4 e 15 de Maio. Fruto da colaboração com a Cresaçor (Centro Comunitário de Apoio ao Imigrante / Criações Periféricas) e Associação A8, foram projectadas sete obras, de natureza e origem geográfica diversas, dedicadas ao fenómeno da imigração e cada sessão contou com um painel de convidados para debater os temas levantados. Outro exemplo deste contacto com a sociedade em geral foi a organização de uma tertúlia cinematográfica chamada «Chaplin Vs. Keaton», composta por seis curtas-metragens (três de cada autor) e que decorreu no Pópulo Café. Lançadas as sementes para uma frutífera actividade cineclubista em Ponta Delgada, o 9500 olha, tal como tem feito sempre desde o seu início, para o futuro. Sobretudo, o do Cinema Português, com o ciclo Novos Realizadores Portugueses (os trabalhos de Rodrigo Areias assinalaram o início desta série de projecções), e das potencialidades dos Açores enquanto cenário para obras nacionais e internacionais. No dia 02 de Agosto, será projectado ADEUS PAI, que Luís Filipe Rocha rodou em várias localidades de São Miguel e Terceira. Muitas mais iniciativas se seguirão. O 9500 Cineclube nunca deixará de ser uma associação ao dispor dos açorianos e contará sempre com a participação, seja ela activa ou passiva, do público das nossas ilhas.O

Realizador Independente

Pedro Almodóvar Miguel Valente

Pedro Almodóvar actor, músico e realizador, tanto que há para dizer sobre Pedro Almodóvar e tão pouco espaço para o fazer. Aqui fica uma pequena tentativa: Nascido a 24 de Setembro de 1949 na Calzada de Calatrava, Ciudad Real, Espanha durante a ditadura franquista. A sua infância é passada na Extremadura onde frequenta o ensino em colégios religiosos como os Salesianos e os Franciscanos, onde aprendeu a não acreditar em Deus. É nesta época que começa a frequentar as sessões de cinema de forma compulsiva. Parte da sua experiência de vida desse período é retratada no filme

O Anjo Norueguês

“Má Educação”. Com dezasseis anos muda-se para Madrid

Liv Ullmann

Fernando Nunes

para estudar cinema, o que não consegue devido ao facto da escola de cinema ter sido encerrada por Franco por essa altura. Vai fazendo um pouco de tudo para ganhar a vida mas principalmente aprende a Viver. Acaba por ir trabalhar para a

ficará para sempre como uma das actrizes mais relevantes da História do Cinema. “O anjo norueguês”, apelido porque ficou conhecida, nasceu em Tóquio, Japão, a 16 de Dezembro de 1938. Filha de um engenheiro habituado a viajar, viveu também no Canadá e Nova Iorque, tendo crescido na terra dos pais, em Trondheim, na Noruega. No final da adolescência rumou a Londres, onde estudou arte dramática na Webber Douglas Academy of Dramatic Art. De regresso à Noruega, começa o seu percurso teatral no Teatro Rogaland, em Stavanger, com o “Diário de Anne Frank”. Daí até ao reconhecimento foi um longo passo, já que se deu ao trabalho de aprender e representar Bertolt Brecht, Bernard Shaw e Shakespeare no Teatro Nacional da Noruega, em Oslo, ao mesmo tempo que dava os primeiros passos em produções televisivas de baixo custo e qualidade modesta. É, no entanto, na capital sueca, com a ajuda da actriz Bibi Anderson, que ela conhece aquele que viria a ser o “seu” realizador, companheiro e amigo: Ingmar Bergman. O cineasta sueco seria o detonador do seu reconhecimento internacional, impulsionando de forma consistente e duradoura a sua carreira da actriz que não mais pararia, tal como ainda hoje se prova. A actriz entrou em dez filmes do realizador de “Morangos Silvestres”: “Persona” (1966); “A Vergonha” (1968); “A Hora do Lobo” (1968); “ A Paixão de Ana” (1969); “Lágrimas e Suspiros” (1972); “Cenas da Vida Conjugal” (1973); “Face a Face” (1976); “O Ovo da Serpente” (1977); “Sonata de Outono” (1978) e “Saraband” (2003). É bem verdade que a actriz entrou em alguns filmes de Hollywood, com papéis de pouca relevância, no entanto seria sempre ao lado de Bergman, pai de Linn Ullmann, a sua única filha e escritora de profissão, que ela obteria a consagração, ao ser indicada aos Óscares em 1977, para o prémio de melhor actriz em “Face a Face”. A actriz apresentou recentemente, enquanto encenadora e

Companhia Telefónica Nacional de Espanha, onde fica por 12 anos. É aqui que faz a sua formação cinematográfica, tendo-lhe igualmente possibilitado a aquisição de uma máquina de filmar

super 8, com a qual começa a desenvolver uma

actividade intensa de realização de filmes neste formato. Começa a colaborar em revistas underground que retratam a vida real da classe média espanhola no início do período consumista. E eis que chegam os anos 80. Almodóvar envolvecom destacado reconhecimento internacional, a peça do norte-americano Tennesse Williams, intitulada “Um Eléctrico Chamado Desejo”, acompanhada pela actriz australiana, Cate Blanchett. O próximo projecto de Liv UIlmann é percorrer cinquenta pequenas cidades da Noruega, antes de regressar ao Teatro Nacional de Oslo, com a peça “Jornada para a Noite”, de Eugene O´Neill. De seguida, pretende abandonar definitivamente os palcos com uma última apresentação no Dramaten, de Estocolmo. PS- Por cá, tanto nas ilhas como no continente, quem deu a conhecer o trabalho de Liv Ullmann (e não só!) foram os cineclubes, muitas vezes com a ajuda estimável e prolongada dos institutos, consulados e embaixadas dos países em questão, cedendo os filmes e informação disponível sobre as películas e os realizadores. Os cineclubes, ainda hoje, continuam a ser lugares de aprendizagem e descoberta da sétima arte. A forma como nos relacionamos com o mundo das imagens em movimento está a mudar de uma forma vertiginosa… até quando? Os cineclubes tentam reformular o seu espaço, a sua actividade e a sua relação com o(s) público (s). Muitos deles foram o viveiro da grande maioria dos festivais em Portugal, tal como tiveram um papel preponderante na criação de actores, realizadores, técnicos e produtores. E, talvez por isso, a pergunta mantém-se: onde é que seria possível ver num dia destes uma película do “anjo norueguês”? O 04

-se com o grupo de teatro Los Goliardos, desenvolvendo igualmente algum trabalho no teatro profissional, onde conhece a actriz Carmen Maura. Cria com Mcnamara uma banda punk-glam-rock (Almodóvar y Macnamara), tendo parte destas vivências culminado no seu primeiro filme comercial “Pepi, Luci, Bom e Outras Raparigas como a Mamã” (1980), rodado em 16mm e passado par 35mm, que se tornou um filme de culto nos circuitos de cinema independente. A partir daqui o mundo descobriu Almodóvar. “Labirinto de Paixões” (1982), “Negros Hábitos” (1983), “Que Fiz Eu Para Merecer isto?” (1984) descrito pelo The New York Times como uma pequena obra prima, “Matador” (1985) e “A Lei do Desejo” (1986). Em 1987 cria com o seu irmão a produtora El Deseo através da qual produz os restantes filmes, nomeadamente: “Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos” (1987), “Ata-me” (1989), “Saltos Altos” (1991), “Kika” (1993), “A Flor do Meu Segredo” (1995), “Em Carne Viva” (1997), “Tudo Sobre a Minha Mãe” (1999), “Fala com Ela” (2002), “Má Educação” (2004), “Volver” (2006) e “Abraços Desfeitos” (2009). Pedro Almodóvar escreveu igualmente o livro “Patty Diphusa e Outros Textos”, publicado em Portugal pelas Edições Quasi e com tradução de Pedro Tamen. O


Arquitectura ee Artes Artes plásticas Arquitectura Plásticas Banco de Artistas

3 a 6 de Agosto 2010 - 10:15 às 12:15

Atelier Mundo Colorido

CMH

Rita Braga

biodiversidade tão importante? Quais são as principais ameaças à biodiversidade? No atelier “Mundo Colorido” procuraremos responder a estas questões. Através de jogos de apreensão de conteúdos, incentivando o diálogo e a partilha de interpretações e experiências, as crianças aprenderão e consolidarão os seus conhecimentos relativos à temática da biodiversidade. Depois, com a ajuda de diversos materiais, serão convidadas a reproduzir diferentes ecossistemas através da exploração da técnica de desenho e de ilustração. Este atelier que utiliza a arte como meio de comunicar a biodiversidade visa fomentar o conhecimento do património natural, sensibilizar para a importância de proteger e

i do concurso “Banco de Artistas” escolheu

conservar a biodiversidade, promover a imaginação e a

como obra vencedora desta segunda edição a pintura “Sem

criatividade, incentivar a experimentação e fomentar a

título” da autora Tatiana Pototskaya.

expressão plástica e artística.

Foram ainda atribuídas duas menções honrosas, às obras

“Mundo Colorido” destina-se ao público infantil com idades

“Retrato”

compreendidas entre os 5 e os 7 anos e é coordenado por Rita

Hutschenreuter.O

de

Joana

Silva

e

“Tronco

Nu”

de

Franz

Braga.O

Hoje não Há azul para ninguém Margarida Madruga

E eles fizeram montes de pinturas. Perguntei a uma menina o a uma plateia de 20 miúdos.

que era o seu desenho e diz-me: “uma mota de água...em

“CREDO!!!”, atiram eles incrédulos. O azul é a cor de que

terra!”. Pudera, não havia AZUL.

mais gostam...

Nem sempre é assim. Eu apenas quero que não se habituem a

Explico que às vezes não temos o que achamos essencial,

ter a “papinha feita”. Exercitam a imaginação se tiverem

mas, lá por isso, não deixamos de fazer coisas, apenas com

economia de meios. Às vezes fazemos perto de 20 tons de

aquilo que temos. E às vezes descobrimos soluções nunca

uma só cor, em cada dia. Sem dúvida que o dia de que mais

imaginadas.

gostam é o dia do AZUL.

Vamos então fazer outras cores usando apenas o branco, o

Estamos de novo com um workshop de pintura na Biblioteca

vermelho, o amarelo e o preto. Vamos combiná-las em

da Horta, para meninos dos 5 aos 12 anos, de 26 a 30 de

quantidades variadas (não posso falar em proporções, que

Julho. Desta vez começamos com o AZUL!

não entendem. São muito pequeninos). Ficam deslumbrados

Nestes workshops de pintura, não os ensino a pintar. Eles

-lhes apenas a FAZER CORES. Eles divertem-se e eu

com a feitura de tantos tons.

sabem

também!!!O

melhor

do

que

ninguém.

“conspurcados” e têm uma imaginação prodigiosa. EnsinoAinda

não

estão

Gabriela Albergaria Ana Correia

pela fotografia, pela escultura e pela instalação. Cultiva nas com as florestas, os jardins, os bosques e as narrativas que

suas obras memórias e travessias pessoais que transparecem

daí nascem é a base de todo o seu trabalho. Para além de

para o espectador uma sensação de familiaridade, sendo que

descontextualizar elementos trazendo-os para o local de

tudo se constrói numa base tão próxima a todos nós.

exposição, a artista traz também o seu trabalho sobre eles, a

Nasceu em Vale de Cambra em 1965. Actualmente vive e

sua interpretação, e faz com que queiramos ali permanecer,

trabalha em Lisboa e Berlim. Estudou na Faculdade de Belas

no espaço ‘habitado’. Há um respeito pelos elementos dos

Artes do Porto e começou a contactar com locais como

quais se apropria que a impede de intervir demasiado sobre

Berlim, Salvador (Bahia) e Nice ao abrigo de residências

eles, parecendo ditar-lhe o momento exacto em que deve

artísticas.

parar e dar a obra por concluída. É uma obra limpa,

Começou a expor em 1990, em Portugal e no estrangeiro e é

equilibrada e sem excessos.

actualmente artista convidada no Oxford Botanic Garden em

Gabriela Albergaria utiliza diferentes técnicas e suportes para

associação com a Ruskin School of Drawing and Fine Art, com

explorar a sua intenção artística, passando pelo desenho,

apoio da Fundação Calouste Gulbenkian Londres/ Lisboa. O

05


Literatura

Literatura

Impostores? O caso de Émile Ajar (uma piscadela de olho aos seguidores de Edgar P. Jacobs) Catarina Azevedo carne e osso – um primo a quem pediu que “incarnasse” Ajar

Embora As raízes do céu tenha sido o primeiro a ser premiado,

- para o substituir na representação do escritor.

e tenha ganho um novo fôlego quando foi adaptado ao cinema

Porquê utilizar a palavra caso? Porque para os franceses foi

por John Huston, é com Toda a Vida Pela Frente que Ajar se

exactamente disso que se tratou.

revela.

Quando Gary se suicidou - um ano após o suicídio da mãe do

O romance oferece-nos, pelas palavras de Momo, um jovem

seu filho, a actriz Jean Seberg - descobriu-se que era Ajar e o

órfão, uma visão terna mas negra de um Paris de que

escândalo rebentou (em abono de Gary diga-se que não

normalmente não se fala, o da prostituição, das crianças

aceitou nenhum dos prémios Goncourt que lhe foram

abandonadas e das vidas destruídas.

atribuídos).

Toda a Vida Pela Frente não é um romance fácil, evoca não só momentos negros da História da humanidade como o

Embora Romain Gary tivesse espalhado inúmeras pistas nos

Holocausto (evocado pelo medo permanente que habita a

romances que escreveu e inclusive nos próprios nomes que

velhice de Madame Rosa, presa a uma angústia insuportável

impostores literários são quase sempre

tinha escolhido para cada uma das suas persona (Gary, o

que a faz reviver constantemente a “Rafle du Vel d’Hiv”,uma

aqueles que se ilustram pelo plágio, e são, infelizmente,

nome que adoptou quando se juntou à resistência francesa

das mais terríveis decisões do governo de Vichy que reuniu

inúmeros ao longo dos anos (embora cada vez mais a noção

durante a Segunda Guerra Mundial, significa “arde “ em russo

mais de dez mil judeus para os entregar à Alemanha, a

de plágio se tenha tornado confusa já que a linha entre a

e Gary significa “brasa” na mesma língua), a mistificação

experiência da deportação e a sombra de Auschwitz), mas

influência e a pilhagem se tornou muitas vezes elástica fruto

tinha sido um sucesso absoluto, de tal maneira que é, até

também temas como a prostituição e o abandono.

da capacidade de pesquisa que as novas tecnologias

hoje, o único escritor a ter recebido duas vezes o prémio

Porém, por detrás de uma ironia mordaz, o romance é

oferecem), ou aqueles que vendem uma história supostamente

Goncourt (uma impossibilidade já que os estatutos do mesmo

também um hino ao amor, um amor inabalável que leva Momo

baseada em factos reais e que depois se descobre não passar

prevêem que este apenas pode ser atribuído uma vez na vida

a acompanhar a única mãe que conheceu até à morte, e à

de elucubrações (entre estes últimos um dos casos mais

a um escritor).

imaginação, única escapatória num mundo habitado por

conhecidos é o de Monique de Wael que se fez passar por uma

Num país como Portugal, em que os prémios literários não

demasiados horrores. E é justamente porque o amor habita o

sobrevivente dos campos de concentração e cujo o livro

são nem muito numerosos nem muito divulgados, temos

livro que conseguimos suportar a descrição da lenta agonia

comoveu milhões). O que é que nos irrita nestes impostores?

dificuldade em imaginar a dimensão que o prémio Goncourt

de Madame Rosa, o desagregar do seu corpo e os gestos de

O facto de nos enganarem, independentemente de termos ou

tem em França (e não se trata de todo pelo prémio monetário

todos os habitantes do prédio, que se unem a Momo para

não gostado do que escreveram, como se fosse mais

propriamente dito porque o seu valor é de apenas 10 euros,

tornar o seu fim mais clemente, a criança deitada ao lado do

importante a verdade do que a ficção, o fundo do que a

embora cada livro que se viu distinguido tenha tido uma

cadáver putrefacto num último gesto de adeus, a cave que se

forma.

enorme divulgação) e por isso talvez tenhamos dificuldade

tornou o seu Jerusalém inatingível.

em perceber até que ponto este acontecimento abalou os

Romain Gary foi um autor bastante prolífero mas sob o

Émile Ajar, aliás Romain Gary, não faz parte deste grupo,

intelectuais franceses, como se Ajar fosse um rapazinho

pseudónimo de Émile Ajar apenas escreveu quatro livros

aproxima-se mais de Boris Vian, quando este se fez passar

malcriado que lhes tivesse deitado a língua de fora.

dentre os quais Toda a Vida Pela Frente se destaca pela sua

pelo tradutor do suposto escritor americano Vernon Sullivan,

Na realidade, deixarmo-nos prender à celeuma que se criou é

violência mas também pela dimensão que assume, tornando-

ou de Fernando Pessoa e do seu universo de heterónimos, e

uma inutilidade e é muito mais interessante centrarmo-nos

se um espelho de uma sociedade gangrenada por falsas morais

levou a impostura tão longe que criou uma personagem de

na obra.

e por um passado ainda mal resolvido, razões mais que

Mãe, não tenho nada para ler

Gonçalo entre os Guaranis Catarina Azevedo

Se queres saber o que aconteceu ao Gonçalo, quem são os guarani e quem é o “El Corta Cabezas” não deixes de ler Gonçalo entre os Guaranis, de Artur Fernandes. que vivias no século XVI e que o teu pai era um grande navegador que rumava ao Brasil. Imagina

Uma palavrinha aos pais – Artur Fernandes começou, como

que ias com ele, que o acompanhavas a terra e que uma tribo

qualquer pai ou mãe, por ser um contador de histórias mas

de índios guarani te fazia prisioneiro... Será que o fim da

transformou isso em vários livros cujo objectivo é, para além

viagem chegou para Gonçalo ou será que a sua amizade com

de desenvolver o gosto pela leitura e a imaginação, fazer

Porassi, a filha do chefe, o vai salvar?

descobrir a História de Portugal.O

Festa do Livro da Horta Luís São Bento

Este ano o horário de funcionamento deste evento será mais , abrirá ao público a Festa do Livro da Horta que irá decorrer

alargado, pois, com excepção do dia da abertura oficial,

na Sala de Exposições Temporárias da Biblioteca Pública e

funcionará sempre das 10:00 às 24:00 h.

Arquivo Regional João José da Graça, durante a Semana do

Trata-se de uma iniciativa da Presidência do Governo Regional

Mar. Na Festa do Livro estarão representados cerca de

dos Açores / Direcção Regional da Cultura realizada através da

cinquenta

Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça. O

editores

e

livreiros,

incluindo

entidades

institucionais e particulares.

06


Dias Verdes

Ciênciae eAmbiente Ambiente Ciencia

Sofia Matos - CMH

questões ambientais, dando-lhe a conhecer o que se faz por cá para a melhoria do ambiente e da qualidade de vida, a Câmara Municipal da Horta lançou os Dias Verdes. No âmbito destes dias, uma vez por mês um novo tema é abordado, em Junho foi a vez da Compostagem, assim e aproveitando o trabalho que tem sido feito nas escolas do concelho ao longo dos anos nesta temática, passou-se a palavra às crianças e foram estas, mais especificamente os alunos do 3º e 4º anos da EB1/JI de Castelo Branco, que ensinaram os mais idosos do Centro de convívio desta mesma freguesia a fazer a compostagem. Em Julho, em plena época balnear, o tema foi a biodiversidade e foi na Zona Balnear da Praia do Almoxarife, galardoada com a Bandeira Azul, que em parceria com outras entidades, como o Observatório do Mar dos Açores, a REMA (Rede Marinha dos Açores) e a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar através

do mês e será dedicado aos Resíduos, assinalando-se este dia

Visita à Central de Triagem no dia 27 de Agosto

da Ecoteca do Faial, se sensibilizou para a importância da

com uma sessão de esclarecimento sobre o tema, seguida de

Entre os munícipes que participarem serão sorteados

biodiversidade marinha e da sua preservação, neste Ano

uma visita à Central de Triagem. Na sessão de esclarecimento,

conjuntos de sacos reutilizáveis para separação dos resíduos,

Internacional da Biodiversidade.

pretende-se sensibilizar para a importância da redução dos

para que nada retarde o gesto de separarmos os resíduos em

resíduos e da sua separação, tirando-se dúvidas sobre o que

nossas casas, dando-lhes o encaminhamento adequado.

Pretendendo-se também dar a conhecer aos munícipes, infra-

colocar e não colocar no ecoponto e visionando-se um filme

Para inscrições e mais informações dirija-se a www.cmhorta.

-estruturas e equipamentos existentes no município e o que

apresentado pelo Ambi, a mascote dos Serviços de Ambiente,

pt ou contacte os Serviços de Ambiente através do número

já se faz por cá, em Agosto o Dia Verde realiza-se no 27º dia

que nos conduz pelo percurso feito pelos resíduos no Faial.

292 202 040.O

Entrevista a Philip Beale – comandante do navio Phoenicia

Fazendo o Passado Aurora Ribeiro, Sara Soares, Tomás Silva

função e como pode ela influenciar

Mesmo assim a maioria dos apoios só surgiram depois de começarmos a construir o barco, qando eles perceberam que era real, que ia de facto acontecer. No entanto não conseguimos todo o apoio que queríamos e tudo tem sido

suscitar novas possibilidades quanto ao passado. As pessoas

feito com um orçamento apertado. Claro que todas as

podem repensar a história dos Açores, agora é aceite que a

pequenas coisas ajudam, a marina da Horta patrocinou-nos

descoberta do arquipélago foi feita em 1427 por Diogo de

não nos cobrando estadia e assim temos conseguido

Silves, no entanto esta expedição pode demonstrar que os

concretizar o projecto, mas sempre com dificuldades.

o nosso futuro?

Fenícios já cá tinham estado antes dos Portugueses. A nossa

Philip: O nosso objectivo não é tão explicitamente nesse

expedição passa por circum-navegar África provando que já

Recebem muitos pedidos de pessoas que desejam fazer

sentido como no caso, por exemplo, dos navios da

os Fenícios o faziam, e essa viagem só é possível passando

parte da tripulação?

Greenpeace, não sei se nós podemos influenciar o mundo

pelos Açores. Os ventos trazem-nos até aqui, naturalmente.

Philip: Recebemos muitos, entre 5 a 10 por mês. Mas destes,

tornando-o melhor. A nossa aposta tem sido em redescobrir o

Na ilha do Corvo, foram encontradas moedas Fenícias e há a

só talvez um ou dois é que podem realmente. É difícil

passado e trabalhando com as comunidades e com as escolas,

história da estátua equestre... as pessoas não estão seguras a

encontrar uma pessoa com as qualificações adequadas e com

oferecer o nosso entendimento, o nosso conhecimento e a

como reagir a isto pois se é aceite então implica que a

o tempo disponível. Nós navegamos a uma média de 4 milhas

experiência que temos tido com esse passado. Velejamos

história foi diferente.

por hora, talvez por isso a tripulação tem rodado bastante. Embarcam mas apenas fazem um troço da circum-navegação.

numa réplica de um navio fenício de 600 a.c e procuramos Como prevês a evolução para um futuro melhor?

Depois há o caso do Nicholas que já fez três troços separados

Philip: Não estamos a tentar mudar o mundo e torná-lo

por visitas a casa. Sente saudades de casa mas sempre que

melhor, o que tentamos fazer é aumentar o conhecimento e

volta à Suécia fica com saudades do Phoenicia.

as relações entre diferentes povos e culturas. É uma espécie de viagem de “goodwill” (boa-vontade). Durante a viagem

Qual é a principal motivação para ser membro desta

temos tido tripulantes de cerca de 15 nacionalidades a

tripulação?

participarem no projecto. Há um espírito de cooperação e

Nicholas: É a oportunidade de participar na aventura. Estar

entendimento, especialmente entre o Médio Oriente, África e

com um grupo de pessoas que não conheces, no meio do

o Ocidente. É uma pequena contribuição para o conhecimento

oceano, não poderes sair em qualquer altura. Tens de ser

e melhoria das relações entre diferentes povos.

muito tolerante muito aberto, desde o início. Eu devia ter embarcado há um mês atrás e só vou embarcar hoje. Faltou-

Estamos melhor do que há 20 anos atrás? E do que há 100?

-lhes o vento e eu fiquei a conhecer as ilhas dos açores.

E do que há 1000?

Excelentes, as pessoas, os campos...

Philip: Eu não sei. Agora somos sem dúvida bastante privilegiados. Aqui no barco as condições são melhores do que

Tens ideias para próximos projectos?

na altura dos Fenícios, temos radar, gps, botes salva vidas,

Mesmo que tenha, não te posso dizer. No entanto o Phoenicia

energia, usamos um motor para entrar nos portos, os fenícios

está no mar e ainda existem rumos a tomar. Há dois projectos

usavam remos e por isso a tripulação seria o triplo do que é a

possíveis, um consiste em, após a chegada à Síria, levar o

nossa, tinham por isso muito menos espaço pessoal.

barco até ao Reino Unido, onde existe a possibilidade de ficar exposto

Proa do Navio Phoenicia

num

museu,

o

que

sendo

extraordinário

o

Foi fácil arranjar financiamento para o projecto?

impossibilitaria de voltar a navegar. O outro seria uma viagem

Philip: Foi muito difícil. No início, quando contactas os

até à Florida ou Baltimore, aproveitando os ventos favoráveis

potenciais patrocinadores, deves fazê-los acreditar que vais

e provando que os Fenícios já conheciam a América antes de

levar o projecto até ao fim, quer eles participem quer não.

Colombo.O

07


fazendus

Fazendos Agenda até 19 de Agosto

5 de Agosto

Biblioteca Pública | Seg a Sex | 10h às 17h

Zeca Sousa Augusto Macedo e Paulo Medeiros Biblioteca Pública | 19h30

Exposição - A Horta na Rota da Cabo-Telegrafia

30 de Julho The Velmans

Bar da Praia | OMA | 19h30

31 de Julho Bazar de Rua

Feira de Artigos Usados Praça da República | 10h às 16h

1 a 21 de Agosto

Exposição - Para além do Patinho de Rui Cardoso Banco de Portugal | 15h às 19h

4 de Agosto

Amores de Verão Piano Canto e Poesia (ver pág. 2) Ágata Biga, Maria do Céu Brito e Olga Gorobets Biblioteca Pública | 19h30

Semana do Mar de 1 a 8 de Agosto

Expomar: Feira Regional de Artesanato Marina da Horta | 19h às 24h

Festa do Livro da Horta

Biblioteca Pública | 10h às 24h | (ver pág. 6)

Concerto de Jazz Acústico de fusão

6 de Agosto

Recital de Música de Câmara Otto Pereira, Raquel Reis, João Crisóstomo Biblioteca Pública | 19h30

7 de Agosto

Duo M&M Quaresma Biblioteca Pública | 19h30

12 de Agosto

Recital de Piano Sandra Lau Martins Biblioteca Pública | 21h30

27 de Agosto

Visita à Central de Triagem Dia Verde da CMH inscrições www.cmhorta.pt ou número 292 202 040

21h30 - Grupo de Folclore Ilha Morena de S. Mateus Palco Av 25 de Abril

23h30 - Grupo Human Chalice Palco Principal

5 de Agosto

Banco de Portugal | 18h às 24h

20h30 - Tuna da Soc. Filarmónica Unânime Praiense

1 de Agosto

21h - Filarmónica Lira e Progresso Feteirense

Espaço Infantil

10h30 - Desfile de Filarmónicas pelas ruas da cidade Rumo à Praça do Infante

18h - Cortejo Náutico de Nossa Senhora da Guia Cais de Santa Cruz

20h30 - Grupo de Cantares “Sons do Vale” Palco Av. 25 de Abril

21h - Filarmónica Nova Artista Flamenguense

Palco Av 25 de Abril Praça do Infante

21h30 - Grupo Folclórico de Vilarinho Palco Av 25 de Abril

23h30 - Banda Makongo Palco Principal

6 de Agosto

21h30 - Grupo Folclórico Boa Esperança - Madeira

10h30 - Desfile de Filarmónicas pelas ruas da cidade

23h30 - Grupo de Alexandre Gualdino

20h30 - Tuna e G. Folclórico Juv. dos Flamengos

Palco da Praça do Infante Palco Avenida 25 de Abril Palco Principal

2 de Agosto

21h - Filarmónica Lira Campesina Cedrense Palco Principal

21h30 - Grupo de Cantares Ilha Azul Palco Av. 25 de Abril

23h30 - Brasil Tropical Band

Rumo à Praça do Infante Palco Av. 25 de Abril

21h - Sociedade Filarmónica E. de Castelo Branco Palco da Praça do Infante

21h30 - Actuação da Dixie Band Palco da Av 25 de Abril

23h30 - Pedro Abrunhosa Palco Principal

Palco Principal

7 de Agosto

2 a 6 de Agosto

Palco da Praça do Infante

Passeios à Vela nos Botes Baleeiros Embarque no Clube Naval | 18h30

20h30 - Sociedade Filarmónica Artista Faialense 21h30 - Grupo de Improviso “Só Forró” - Terceira Palco da Av 25 de Abril

3 de Agosto

21h30 - Filarm. Lira Estrela da Candelária - S. Miguel

Festa do Livro da Horta | Biblioteca Pública

23h30 - Nuno Gameiro

19h30 - Encontro com o autor/ilustrador Rui Cardoso 20h15 - Marchas Populares de S. João Av 25 Abril

21h - Filarmónica Recreio Musical Ribeirinhense

Palco da Praça do Infante Palco Principal

Palco da Praça do Infante

8 de Agosto

Palco Av. 25 de Abril

Concentração às 9h no Clube Naval

Palco Principal

Praça da República - Largo Manuel de Arriaga

4 de Agosto

Palco da Praça do Infante

21h30 - Grupo Folclórico do Salão 23h30 - Grupo Rua da Lua 20h30 - Grupo de Cantares Margens

9h - Prova Subaquática de Fotografia Digital 18h - Corso Etnográfico “A República” 21h - Soc. Filarm. Unânime Praiense

21h - Grupo Etnográfico de Castelo Branco

Palco Av 25 de Abril

Palco Av 25 de Abril

Palco Praça do Infante

Palco Principal

Expomar - Stand DOP/OMA

Palco Principal

21h - Filarmónica União Faialense 21h30 - Acção DOP

22h - Sarah Pacheco 22h30 - Orquestra Música Ligeira da CMH

Gatafunhos Tomás Silva - ilhascook

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