FCA unicamp - Abre Aspas Nº 15

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FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS

ABRE ASPAS

UNICAMP LIMEIRA

Nº 15  mar/abr 2018

A Importância do Currículo Informal na FCA

espaço opinião treinador sim, técnico não

FCA Unicamp

10 anos de história em Limeira

investindo em educação equipe torque baja busca patrocinadores


Universidade Estadual de Campinas Reitor Prof. Dr. Marcelo Knobel Coordenadora Geral da Universidade Profa. Dra. Teresa Dib Zambon Atvars

Diretor Associado FCA Unicamp Prof. Dr. Márcio Alberto Torsoni

Diretor FCA Unicamp Prof. Dr. Álvaro de Oliveira D'Antona

Assistente Técnico da Unidade FCA Unicamp Flávio Batista Ferreira


FACULDADE DE CIร NCIAS APLICADAS

ABRE ASPAS UNICAMP LIMEIRA

Nยบ 15 ยง marรงo/abril 2018


Editorial O Abre Aspas é uma jovem publicação interna da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, que tem o objetivo de divulgar diferentes ações realizadas por professores, alunos e funcionários e que contemplam o protagonismo e o engajamento estudantil, as atividades de extensão universitária e as relações da Faculdade com a sociedade, o fomento da interdisciplinaridade na instituição, entre outros assuntos. Chegamos agora à décima quinta edição, sendo que anualmente são produzidos quatro números, nos bimestres de março/abril, maio/junho; agosto/setembro e outubro/novembro. A publicação é um dos produtos da Área de Comunicação e conta com a colaboração de todos na sugestão de pautas que possam ser abordadas em suas matérias. Nesta edição, a matéria de capa destaca a importância do engajamento estudantil e do currículo informal na FCA. Mas o que é currículo informal e o que isso tem a ver com engajamento estudantil? Como sua existência pode contribuir para melhorar a avaliação dos próprios cursos de graduação que a Faculdade oferece? Veja também a relação deste assunto com a atuação de uma das 30 organizações estudantis da FCA, a Equipe Torque Baja, que também é destaque em uma matéria desta edição. Confira ainda as imagens do bimestre e algumas reflexões de docentes, alunos e funcionários sobre os 10 anos da Faculdade, que serão completados em março de 2019. Para fazer sugestões de pauta, mande um email para cristiane.kampf@fca.unicamp.br Cristiane Kämpf Assessoria de Imprensa – FCA Unicamp

Expediente A revista eletrônica FCA Abre Aspas é uma publicação bimestral da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, em Limeira. Nº 15 – Março/Abril 2018 Elaboração, produção e edição Cristiane Kämpf – MTB 43.669 Assessoria de Comunicação e Imprensa, FCA Unicamp Projeto gráfico Maurício Marcelo | Tikinet Diagramação Karina Vizeu Winkaler e Robson Santos| Tikinet


Profa. Josely Rímoli profere aula inaugural do Cursinho PréVestibular Colmeia, que em 2018 atenderá 350 ovens limeirenses de escolas públicas. No teatro Nair Belo, em março.


Já assistiu o vídeo institucional da Faculdade, com a participação de docentes, alunos e funcionários? Não perca! Está bastante interessante e já foi assistido mais de 13.000 vezes até o momento. Clique na imagem e confira!

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ÍNDICE

EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI:

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ENGAJAMENTO ESTUDANTIL E CURRÍCULO INFORMAL NA FCA

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ESPAÇO OPINIÃO

“TREINADOR SIM, TÉCNICO NÃO”, POR ALCIDES SCAGLIA

RETRATOS DO BIMESTRE

NOSSA HISTÓRIA COTIDIANA EM IMAGENS

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FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DA UNICAMP 10 ANOS DE HISTÓRIA EM LIMEIRA

RELAÇÕES COM A SOCIEDADE

INVESTINDO EM EDUCAÇÃO: EQUIPE TORQUE BAJA BUSCA PATROCINADORES EM LIMEIRA E FOMENTA CURRÍCULO INFORMAL NA FCA

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#VOCESABIA?

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EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI

08

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CAPA

ENGAJAMENTO ESTUDANTIL E CURRÍCULO INFORMAL NA FCA

M

uito se discute atualmente sobre os novos modos de aprender e ensinar necessários para o enfrentamento dos problemas complexos da sociedade contemporânea – fome, doenças negligenciadas, a questão ambiental ou notícias falsas, para citar somente alguns. Nos dias de hoje, parece ficar cada vez mais claro que estar entre as quatro paredes da sala, comparecer às aulas, tirar boas notas e mesmo obter o diploma já não basta – se é que algum dia bastou. Exige-se, tanto de alunos quanto de professores, a habilidade de se reinventar e aprender continuamente ao longo da vida. O professor não é mais, necessariamente, a fonte principal e primeira de transmissão de conteúdo e seu papel passa a ser, segundo discutem especialistas em educação, o de curadoria de informações e mediação do processo de construção de conhecimento crítico dos alunos – os quais, por sua vez, devem ser protagonistas do próprio aprendizado.

A existência das organizações estudantis são uma riqueza da Faculdade, um diferencial. Elas são um local muito rico de construção de engajamento estudantil e de currículo informal. Seus projetos de extensão são muito importantes e desempenham um papel fundamental para a formação dos estudantes, desenvolvendo habilidades e competências essenciais

Estes assuntos foram discutidos na Quarta Interdisciplinar de 28 de março, a primeira de uma série de encontros que debaterá, ao longo do semestre, novas práticas de ensino e aprendizagem na Faculdade. Neste primeiro encontro, a Profa. Fúlvia Manchado Gobatto (Ciências do Esporte) falou sobre inovações pedagógicas e resultados apresentados pela disciplina Treinamento Físico Personalizado (veja box na página 26) e o Prof. Peter Schulz apresentou suas considerações sobre os significados e a importância do currículo informal e do engajamento estudantil como características de destaque da FCA (Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp). Segundo ele, o conceito de student engagement surgiu em universidades americanas e, originalmente, significava engajar o estudante a vir nas aulas, fazer os exercícios, participar em sala, se disciplinar para estudar e, como resultado, ter um bom rendimento. Ou seja, era um engajamento focado nas atividades curriculares, em sala de aula. Mas o conceito foi se ampliando e atualmente se aplica a aspectos muito mais gerais relativos à formação dos estudantes e especialmente ao currículo informal. Mas o que é e o que pode ser um currículo informal em uma faculdade ou universidade? Para indicar uma resposta possível, Peter aponta o artigo “Mentioning the unmentioned: an interactive interview about the informal management curriculum”, no qual os autores (Arran Caza, da Griffith University/Australia; e Holly Brower (Wake Forest University) comparam o currículo formal com a economia formal – aquela que paga impostos, aparece nas estatísticas de órgãos internacionais, etc – e o

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CAPA

O professor então destaca a existência de um importante currículo informal na FCA, o qual tem origem no engajamento estudantil e na atuação das mais de trinta organizações estudantis da Faculdade. Seus membros (aproximadamente 25% do total de alunos) envolvem-se diretamente em projetos construídos em conjunto com a comunidade externa (como o Confeita Limeira, da Enactus ou a parceria da Integra com a Associação dos Produtores Agrícolas de Limeira) e que impactam a realidade social do município, ou pensados para aprimorar seus próprios cursos e experiências acadêmicas ou aproximar os estudantes do mercado de trabalho já na graduação.

competências essenciais”, diz o docente. Exemplos dessas habilidades são a elaboração de planejamento estratégico; elaboração de processos seletivos e de avaliação de performance; captação de recursos e relacionamento com patrocinadores; estabelecimento de relações com o poder municipal; organização de eventos; elaboração de palestras, aulas e mini-cursos; liderança de equipes; elaboração, execução e avaliação de projetos que envolvem a comunidade externa; conhecimento sobre o funcionamento de áreas diversas dentro de uma empresa, etc (veja o que dizem sobre isso alguns membros da organização estudantil Torque Baja, em matéria na página 31).

Por que um curso é reconhecido como melhor que outro? O que torna um curso melhor que outro? É o currículo informal

currículo informal com a economia informal, a qual, em vários países, como o Brasil por exemplo, tem um peso e uma importância enormes. “Eles dizem que muito do que acontece ou pode acontecer em um curso, em uma universidade, não está registrado, seja na forma de presença em sala de aula, trabalhos, ou qualquer outra atividade formal. Por exemplo, visitantes que vêm dar uma palestra e interagem informalmente com os estudantes daquela universidade. Possibilidades informais, que estão fora do currículo formal, parcerias, intercâmbios, trocas de ideias, visitas de docentes e alunos a empresas, interações ricas que não estão ou não são formalizadas ou não dependem de formalização para ocorrer. São atividades que permeiam as atividades formais e que tem a ver com a atuação dos alunos, intercâmbio de docentes com diversos setores da sociedade, com acadêmicos de outras instituições de ensino e etc”.

O engajamento estudantil e o currículo informal podem ser, portanto, um importante diferencial entre dois cursos universitários de mesma qualidade, acredita Peter. “Quando consideramos dois cursos de Engenharia, por exemplo, em diferentes instituições de ensino de qualidade, veremos que todos eles são parecidos: as grades curriculares, as ementas das disciplinas, as avaliações, as bibliografias, a formação dos professores doutores, altamente qualificados. Então, por que um curso é reconhecido como melhor que outro? O que torna um curso melhor que outro? É o currículo informal”. É o que dizem também os autores do artigo científico mencionado acima.

Graduação para além da sala de aula

“A existência das organizações estudantis são uma riqueza da Faculdade, um diferencial. Elas são um local muito rico de construção de engajamento estudantil e de currículo informal. Seus projetos de extensão são muito importantes e desempenham um papel fundamental para a formação dos estudantes, desenvolvendo habilidades e

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A meta 12.7 do Plano Nacional de Educação vigente estabelece que, até 2024, 10% do total de créditos curriculares exigidos para a graduação sejam voltados para projetos e programas de extensão universitária. Muitas das atividades desenvolvidas pelas organizações estudantis vão ao encontro desta meta. O Prof. Peter já ofereceu uma disciplina chamada ‘Estágio em Organizações Estudantis’, que tinha como objetivo ‘desenvolver e acompanhar atividades


CAPA que contribuam para a formação acadêmica, profissional e humana do estudante em novos ambientes para além da sala de aula’ – no final do curso, os alunos apresentavam um relatório com apontamentos e observações sobre projetos desenvolvidos pelas organizações estudantis, identificando pontos fortes e de melhoria e trazendo a realidade para dentro da sala de aula. Já foi proposta uma segunda disciplina, chamada ‘Projetos de extensão: estudos de caso’, a qual foi incluída no currículo vigente, já podendo ser oferecida, e pretende discutir a articulação das atividades de extensão realizadas pelas organizações estudantis com diferentes conteúdos curriculares dos cursos de graduação. “Queremos transformar o trabalho dos alunos em estudos de caso, em uma disciplina formal, para entender e disseminar a ideia de como se faz um projeto de extensão que articule competências, habilidades e conteúdos desenvolvidos nas disciplinas. E, se é um projeto bem-sucedido, ver como é possível aprimorá-lo ainda mais em uma próxima edição. Assim estaríamos nos transformando em nosso próprio objeto de estudo e nos aprimorando”.

Da sala de aula para a realidade: Inovação curricular interdisciplinar gera experiência de sucesso no mercado de trabalho Pensando em aprimorar o perfil do egresso do curso de Ciências do Esporte e em promover uma experiência de trabalho acadêmico interdisciplinar simulando a realidade do mercado de trabalho, a Profa. Fúlvia M. Gobatto elaborou e passou a oferecer, desde 2012, a disciplina Treinamento Físico Personalizado. Até o momento, um total de 235 alunos já cursou a disciplina, que está em oferecimento neste primeiro semestre de 2018, com 62 vagas. As aulas são abertas para alunos de todos os cursos da Faculdade e atualmente atraem atenção de graduandos de ciências do esporte (que ocupam 76% das vagas), administração (9%), administração pública (5%), nutrição (5%) e outros alunos especiais (5%). A professora explica que a disciplina é uma tentativa de trabalhar diferentes conteúdos com alunos de diferentes cursos de graduação, para justamente estimulá-los a

trabalhar em conjunto, considerando as especificidades de cada área de conhecimento. Durante o semestre, os alunos cumprem as seguintes etapas para a elaboração do trabalho final: criação de uma empresa no setor de Treinamento Físico Personalizado (nome, logo, slogan, carta de apresentação, website, etc); construção do cliente fictício e local para atuação (caracterização, estudo de caso, possibilidades); estabelecimento do contrato (objetivos, valores e validade); escolha de instrumentos e testes diagnósticos (diferentes dimensões e com simulação dos resultados obtidos pelo cliente); elaboração e aplicação fictícia do programa de treinamento (construção de periodização com base nos objetivos do cliente, descrição de sessões de treino); e avaliação final do programa (resultados obtidos, pontos positivos e negativos; propostas para adequações). Ou seja, cada grupo de trabalho simula todo o processo que teriam que desenvolver para realmente montar uma empresa de treinamento físico personalizado, o que muitos alunos do curso de Ciências do Esporte realmente fazem quando concluem a graduação. Segundo Fúlvia, o trabalho ‘fictício’ tem dado resultados positivos, pois são vários os alunos que se formam e aplicam os conhecimentos e experiências adquiridas durante as aulas em suas próprias empresas, como é o caso de Gustavo Alves Ribeiro (veja na imagem abaixo), que montou a empresa Grupo Ative. §

Depoimento do aluno egresso Gustavo Alves Ribeiro. A disciplina cursada o incentivou a elaborar e colocar em funcionamento uma empresa de Treinamento Físico Personalizado.

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ESPAÇO OPINIÃO Conheça pensamentos, críticas e opiniões de diversos Professores da Faculdade sobre assuntos contemporâneos e temas relativos às suas áreas de atuação e pesquisas científicas. O ‘Espaço Opinião’ traz textos assinados e produzidos pelos docentes especialmente para a revista Abre Aspas ou outros veículos de divulgação. O objetivo é promover a aproximação entre ciência, cientistas e público não-especialista, colaborando para o fomento da divulgação científica.


ESPAÇO OPINIÃO

TREINADOR SIM, TÉCNICO NÃO

Por Alcides Scaglia

Alcides Scaglia é coordenador do LEPE (Laboratório de Estudos em Pedagogia do Esporte)

N

ão foi a primeira vez que veio parar em minhas mãos um panfleto de uma grande franquia de metodologia de ensino de esporte alardeando aos quatro ventos que o professor não precisava mais perder tempo prepa­rando aulas. A extraordinária metodologia já havia padronizado tudo, do currículo à aula, da seleção de materiais para cada

Será que podemos atribuir a denominação treinador ou professor para um indivíduo que, desvalorizando a profissão, é um mero instrutor e aplicador de técnicas pré-estabelecidas?

unidade de ensino a como o professor deve utilizá-los, da vestimenta à forma com que o professor recebe seus alunos… Uma organização exemplar; uma ordem admirável; uma otimização do tempo invejável; o professor deveria se preocupar apenas em ser legal e aplicar o método. Para que pensar? Bobagem! Alguém já pensou pelo professor/treinador. Assim, além de ganhar tempo (podendo dar, literalmente, mais aulas), corre-se menos riscos de errar “no remédio e na dose”, é só seguir a bula, além do fato de que qualquer um pode aplicar, basta saber ler (e não precisa interpretar), independente de sua formação, dedicação, compe­tências e anseios profissionais. Será que podemos atribuir a denominação treinador ou professor para um indivíduo que,

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ESPAÇO OPINIÃO desva­lorizando a profissão, é um mero instrutor e aplicador de técnicas pré-estabelecidas? Paulo Freire, nosso maior pedagogo, patrono da educação brasileira, em seu livro “Professor sim, tia não”, cujo o título inspira esta crônica, tece uma bela defesa e valorização do professor em decorrência de um cenário de quase execração pública e falta de respeito em todos os sentidos: do financeiro ao social, do científico ao profissional. Concomitantemente, tenho me enriquecido muito com a leitura atenta do livro da professora Maria Amélia Santoro Franco, “Pedagogia como ciência da educação”. Muitas reflexões, questionamentos, afirmações, contradições, ressignificações surgem, permitindo-me a todo o momento defender a pedagogia do esporte, enquanto área sustentada pela pedagogia, e a construção e consolidação do processo de formação de treinadores esportivos, por sua vez equivalente à formação de professores e pedagogos.

Com a influência de Franco, penso a pedagogia como ciência da prática educativa, a qual tem como objetivo maior a humanização da sociedade, comprometida com a emancipação do homem – à medida que esse aprende a ler/interpretar o mundo -, e com a liberdade – ao passo que o homem aprende a viver e conviver com dignidade, sem os grilhões que o aprisionam na caverna de Platão. A pedagogia, como ciência, tem por objeto de estudo a prática educativa, sendo a práxis educativa uma das suas principais preocupações. Práxis entendida enquanto a intencionalidade que dirige e dá sentido à ação. Ação reflexiva, consciente, que se efetiva na intervenção planejada, com pleno e seguro conhecimento sobre o objeto, visando à alteração da realidade e sua transformação.

A práxis educativa cabe ao professor crítico e reflexivo! Por esse motivo, um instrutor nunca será um professor. Ele é apenas um aplicador alienado

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1. Cientista do Esporte Carlos Thiengo, doutorando do LEPE e Analista de Desempenho da Seleção Brasileira Feminina de Futebol Sub-20 2. Cientista do Esporte Cristian Lizana, doutorando do LEPE e Analista de Desempenho da Seleção Brasileira Feminina de Futebol Sub-17

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ESPAÇO OPINIÃO de tecnologias educacionais, um reprodutor de procedimentos didáticos, um controlador sustentado e apoiado pelo sistema, que prima pela manutenção do status quo (pois têm interesses). Imbuído por uma racionalidade técnica, impõe a ordem, acreditando ingenuamente que o ser humano é uma máquina programável e o mundo um sistema fechado, linearmente controlado por quem detém o poder. Essa mesma reflexão cabe e deve ser feita no âmbito da Pedagogia do Esporte. Defendo que um treinador é um professor, logo sua formação é equivalente, e deve ser robusta o suficiente para que, impregnado por teorias e enriquecido por experiências práticas, transforme continuamente sua atuação em práxis educativa. Apoiado apenas em experiências nunca teremos um treinador, mas apenas um técnico, equivalente ao instrutor. Por não saber o significado de sua intervenção, muito menos o compromisso com a transformação da realidade, logo é usado para manter alguma coisa a alguém. No futebol, muitas vezes esse técnico ganha muito dinheiro e prestígio, mas é apenas um técnico instrumental. Ao invés de práxis desenvolve a poiéses, ação que não modifica, apenas adestra, mantém. Estabelece a ordem, mascarando-a em desordem, como, por exemplo, vemos no cenário futebolístico brasileiro a ciranda dos técnicos (e alguns poucos treinadores), que sobrevivem bem (e também ajudam outras “peças” nessa engrenagem), mudando continuamente de clubes, pois é interessante a muita gente (de diferentes áreas) que

No futebol, muitas vezes esse técnico ganha muito dinheiro e prestígio, mas é apenas um técnico instrumental. Ao invés de práxis desenvolve a poiésis, ação que não modifica, apenas adestra, mantém.

Cientistas Campeões LEPE, aplicando pesquisas e desenvolvendo o esporte Membros do Laboratório vencem campeonatos sul-americanos com as Seleções Brasileiras de Futebol Feminino de Base Carlos Thiengo e Cristian Lizana são Cientistas do Esporte e, mais recentemente, cientistas-campões-esportivos. Os membros do Laboratório de Pedagogia do Esporte (LEPE) e orientandos de doutorado do professor Alcides Scaglia conquistaram os t í t u l os d os c a m p e o n atos s u l americanos organizados pela Confederação Sul-Americana de Futebol, juntamente com as seleções brasileira feminina sub 20 e sub 17, respectivamente. As competições foram realizadas no mês de janeiro, no Equador (Sub20), e no mês de março, na Argentina (Sub17). Como cientistas do esporte, eles atuam nas seleções como Analistas de Desempenho e têm como temas de suas teses de doutorado “O processo de formação de Futebolistas”. O Analista de Desempenho é um profissional que vem ganhando espaço importante dentro das equipes de futebol – é ele o responsável pela avaliação do desempenho das equipes e dos jogadores e jogadoras, a partir da utilização de informações de naturezas distintas, obtidas durante os jogos e treinamentos, que são utilizadas para auxiliar o processo de tomada de decisão pela comissão técnica. Estabelecer e fomentar a relação entre a produção do conhecimento científico sobre esporte e a intervenção profissional é uma das principais missões de todos os pesquisadores do LEPE. Além dos títulos, as seleções também conquistaram a classificação para os campeonatos mundiais, organizados pela FIFA e que serão realizados no mês de agosto, na França (Sub-20), e nos meses de novembro e dezembro no Uruguai (Sub17).

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ESPAÇO OPINIÃO

(...) o técnico habitua-se com fazeres; o treinador cresce e desenvolve saberes (...)

assim continue o progresso da comunidade ludopédica, caminhando do nada a lugar nenhum. Infelizmente, no futebol brasileiro, o treinador é o diferente no sistema, o subversivo, o perigoso, pois pode acabar com o emprego dos técnicos e seus tratadores. Por isso precisa ser eliminado no ninho. O que justifica o quase total descaso em promover uma possível qualificada formação. Contudo, minha esperança ainda persiste, pois consigo ver alguns treinadores sobrevivendo em meio aos muitos técnicos em nosso futebol. E digo: é muito fácil identificar e diferenciar um técnico de um treinador, quer seja no processo de iniciação, especialização e, mesmo, no futebol profissional, basta um olhar atento e um pouco de bom senso. Por exemplo, o técnico dá treino de repetição de chutes; o treinador ensina a lógica do chute em diferentes contextos; o técnico adestra o gesto de passar; o treinador cria condições para o jogador aprender sobre as linhas de passes; o técnico se preocupa apenas com a execução do movimento; o treinador com a dinâmica do movimento em ambientes representativos de jogo; o técnico modela taticamente sua equipe; o treinador com os princípios táticos cria ambientes de aprendizagem, empoderando seus jogadores; o técnico prioriza atividades analíticas; o treinador valoriza o jogo; o técnico apenas vê o jogo; o treinador estuda o jogo; o técnico é intuitivo; o treinador é reflexivo; o técnico é submisso ao sistema; o treinador tende a ser subversivo; o técnico trata o jogador como objeto; o treinador como ser humano; o técnico é apenas prático-operacional; o treinador é teórico-prático ao mesmo tempo que prático-teórico; o técnico treina jogadores; o treinador forma seres humanos que jogam; o técnico cobra

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Desse modo, a práxis educativa desenvolvida pelo treinador se estabelece nas relações contínuas entre a familiarização e o estranhamento (dúvidas, conflitos…) de todo o processo de formação, entendendo que a formação é permanente, contínua e problematizada tanto para os treinadores quanto aos jogadores. Essa formação exige constante reflexão sobre a prática e teoria, logo professores e treinadores podem ser ao mesmo tempo os pedagogos do processo (dependendo de formação para tal), ou podem receber o apoio de pedagogos do esporte. A função do pedagogo do esporte se perfaz na mediação entre a teoria e a prática (e vice-versa), gerando ambiência para emancipação do treinador. Portanto, cabe ao pedagogo do esporte, para além de um coordenador metodológico, mediar toda essa reflexão-ação, ação-reflexão, por

Contudo, minha esperança ainda persiste, pois consigo ver alguns treinadores sobrevivendo em meio aos muitos técnicos em nosso futebol. E digo: é muito fácil identificar e diferenciar um técnico de um treinador, quer seja no processo de iniciação, especialização e, mesmo, no futebol profissional, basta um olhar atento e um pouco de bom senso.

resultado; o treinador cobra empenho; o técnico reage; o treinador planeja e reflete; o técnico reproduz; o treinador cria e inova; o técnico entende o mundo de forma simples; o treinador de forma complexa; o técnico vive da rotina num mundo mecânico e linear; o treinador da imprevisibilidade advindo de um mundo complexo e não linear; o técnico habitua-se com fazeres; o treinador cresce e desenvolve saberes; o técnico é impregnado de poiéses; o treinador é práxis imanente.


ESPAÇO OPINIÃO meio de sua práxis pedagógica (diferente da práxis educativa do treinador). Se estabelecendo enquanto agente crítico-reflexivo da práxis educativa, desenvolvida pelo treinador, auxiliando-o no processo de conscientização de suas teorias e aplicações didático-metodológicas,

muitas vezes implícitas, das quais emergem saberes pedagógicos em meio aos contínuos constrangimentos provocados pelos processos de aprendizagem, treinamento e competição. (Texto publicado originalmente no site Universidade do Futebol, em 25/03/2018) §

Prof. Alcides Scaglia- 25 anos de vida dedicados à Pedagogia do Esporte Docente do curso de Ciências do Esporte. Formado em Educação Física pela Unicamp, Mestre em Pedagogia do Esporte e Doutor em Pedagogia do Movimento também pela Unicamp. Coordenador de pesquisas no LEPE - Laboratório de Estudo em Pedagogia do Esporte. Vinte e cinco anos estudando Pedagogia do Esporte. Alcides escreveu, até o momento, 09 livros, 39 capítulos de livros e mais de 60 artigos relacionados a seus temas de interesse: pedagogia do esporte, pedagogia do jogo, metodologia de ensino-treinamento dos jogos coletivos de invasão e futebol (da iniciação ao treinamento). O que ele mais gosta sobre ser Professor? “Dar aulas, claro! É muito gratificante presenciar o momento em que o aluno faz descobertas, aprende a pensar de maneira autônoma, pensa algo que nunca havia pensado antes”.

"Reunião da equipe do Laboratório de Estudos em Pedagogia do Esporte e outros laboratórios parceiros, em dezembro 2017".

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RETRATOS DO BIMESTRE Nossa história cotidiana em imagens Caloura de Administração Pública e sua mãe, durante o plantio de árvores promovido pelo Prof. Oswaldo Gonçalves Jr na Semana de Recepção dos Calouros 2018, em fevereiro; “Estudei a vida toda em escola pública e estou muito feliz por ter conquistado uma vaga na Unicamp”, disse a aluna.

Prof. Oswaldo Gonçalves Jr, mentor do projeto Plantadores de Árvores, explica para os calouros e suas famílias como acomodar as mudas nas covas. A ideia é que as árvores formem um futuro bosque na Faculdade. (fev/2018)

Lívia Verzenhassi Toledo, nossa funcionária (e aluna egressa da Faculdade) da Diretoria de Ensino, prepara cuidadosamente a mesa dos professores e autoridades durante as cerimônias de formatura, fev/2018.

Pausa para selfie com os professores do curso, ao final das cerimônias de formatura em fev/2018.

Karina Toledo e Renan Bressan, também funcionários da Diretoria de Ensino, conferem detalhes do cerimonial das formaturas, fev/2018.


Turma 2018 do já tradicional curso de extensão ‘Obesidade e Diabetes: fisiopatologia e sinalização celular’, que atrai interessados de vários estados brasileiros para Limeira.

Alunos do Projeto Social Escolinha de Futebol decidem regras e condutas conjuntamente. “Entendemos que os referenciais que permitirão o consenso nas condutas das crianças têm maior valia quando construídos de forma conjunta, contribuindo de maneira pontual para o processo de maturação referente ao desenvolvimento cognitivo, emocional, social, motor e moral”, explicam os responsáveis na página do Projeto nas redes sociais. (Abril/2018) (Crédito da imagem: Projeto Social Escolinha de Futebol)

Obrigada, Professor! Aluna abraça Prof. Luciano Mercadante antes do início das cerimônias de formatura, fev/2018.

José Dias Sobrinho, professor emérito da Unicamp e ex-diretor da Faculdade de Educação debate o tema "Universidade em tempos de precarização e incertezas", durante aula inaugural do Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (ICHSA), março/2018.


RETRATOS DO BIMESTRE Nossa história cotidiana em imagens

Os amigos Gabriel Falcini (aluno do 2º ano do curso de Administração) e Giovane Ziotti (aluno do 5º ano de Engenharia), em foto de abril/2018. Na próxima edição do Abre Aspas, os alunos darão suas opiniões sobre a importância da formação humanística e interdisciplinar para futuros Administradores e Engenheiros.

Laís Simino, aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição e do Esporte e Metabolismo (CNEM), utiliza o equipamento criostato, que congela e corta lâminas muito finas de tecidos de órgãos para análise microscópica.

Equipe Torque Baja 2018 durante reunião com os novos membros da organização estudantil, em abril.

Abandono e maus-tratos de animais: reunião estabelece parceria entre a Faculdade e a Secretaria do Meio Ambiente e Agricultura de Limeira, abril/2018.


Profa. Fúlvia Manchado Gobatto em reunião com pesquisadores no LAFAE – Laboratório de Fisiologia Aplicada ao Esporte, abril/2018.

Prof. Augusto Luchessi (docente da Área da Saúde e Coordenador do Laboratório de Biotecnologia), Profa. Alessandra Cremasco (docente do curso de Engenharia de Materiais) e a aluna Letícia Tamborlin (doutoranda em Biologia Celular e Molecular pela UNESP) em reunião discutindo os resultados envolvendo o desenvolvimento de materiais nanotecnológicos antimicrobianos aplicados `a regeneração óssea, abril/2018.

luna de mestrado Laíse Capelasso e aluno de doutorado Marcelo Fernando, orientandos do Prof. Maurício Rostagno. O docente foi responsável pela elaboração e construção da máquina que aparece na imagem, a qual permite a realização da extração, separação e análise de compostos dos alimentos. (abril/2018)

Strike a pose! Alunos de Ciências do Esporte que fazem parte do LAPEGI – Laboratório de Pesquisas e Experiências em Ginástica, o qual fomenta a Ginástica Para Todos, manifestação gímnica que permite a participação de todos, independentemente de idade ou condições técnicas e une vários tipos de atividades, além de manifestações artísticas como dança, circo ou teatro.

Aluna Mariana Tavares, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição e do Esporte e Metabolismo (CNEM), realiza a diluição de ‘primers’ ou ‘iniciadores’, segmentos de ácidos nucléicos necessários para iniciar a replicação do DNA de uma célula. (abril/2018)


FACULDADE DE CIร NCIAS APLICADAS DA UNICAMP 10 anos de histรณria em Limeira

legenda

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FCAUNICAMP

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FCAUNICAMP

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o dia 02 de março de 2009, inaugurava-se o novo campus da Unicamp em Limeira. Em 2019, portanto, a Faculdade de Ciências Aplicadas completa 10 anos de história em Limeira. Dez anos de trabalho, esforço, dúvidas, conflitos, alegrias, construção coletiva, interação com a cidade, conquistas e desafios.

Confira algumas reflexões de professores, alunos e funcionários sobre os caminhos que percorremos até aqui. “Estamos aprendendo a fazer interdisciplinaridade a partir da diversidade. Em 10 anos, estamos consolidando o conhecimento/pesquisa pela complementação das experiências diversas de cada um.

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A FCA tem proposto alternativas no modo como a universidade conversa com a sociedade. Muito do ‘modo FCA de ser’ não se encaixa na tradicional estrutura. Participamos de muitas reuniões tentando explicar que, para a FCA, o «sistema» tem que ser diferente. Temos aulas de manhã, de tarde e à noite. Seis cursos de graduação e quatro programas de pós graduação em diferentes áreas do conhecimento. Este é o ‘modo FCA de ser’, tão diverso quanto único. Nosso campus ganha vida. As árvores cresceram e simbolizam o amadurecimento dos nossos esforços.” Cristiano Morini – Professor do curso de Administração e do Programa de Pós-Graduação em Administração


FCAUNICAMP

Local entre os prédios de ensino 1 e 2, que estava em construção em 2010 e aparece na imagem na página 26, atualmente abriga festas e formaturas da Faculdade. Nesta imagem, formaturas de 2018.

“O cenário atual, de fragilidade do Estado brasileiro e da universidade pública, requer que a Universidade reforce ainda mais o seu compromisso social. Nesta perspectiva, espero que a FCA reitere o seu papel nesse processo garantindo a formação técnica e reflexiva, o debate público, o livre pensar e o cultivo dos saberes. Como coloca Mia Couto, no livro ‘E se Obama fosse africano’ (2011), que a universidade seja um ‘espaço de debate, uma fábrica de cidadania ativa, um local de inquietações solidárias e de rebeldia construtiva’”. Milena Pavan Serafim – Professora do curso de Administração Pública e Coordenadora de Graduação

‘Bem antes da inauguração da FCA fui convidado para participar de um grupo de trabalho que foi responsável por seu planejamento pedagógico. O debate central era sobre o núcleo geral comum e os diferentes cursos, que não se ligavam a departamentos. Muito diferente de tudo que tínhamos na Unicamp em Barão Geraldo e por isso pensei comigo: “ainda bem que não precisarei tocar esse projeto na prática. Muito trabalho!” Tropecei na língua, pois acabei vindo e ficando até a transferência definitiva. Sair de Campinas e vir para Limeira foi o maior dos desafios da minha carreira. Custo: a insegurança de muito trabalho novo. Ganho: a liberdade acadêmica para enfrentar as questões contemporâneas importantes. Espero

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FCAUNICAMP encontrar algumas respostas e novas perguntas nos próximos dez anos aqui na FCA.’ Peter Schulz – Professor do Núcleo Geral Comum, do Programa de Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e atual Secretário de Comunicação da Unicamp ‘Cheguei na FCA em 2010 para participar de processo seletivo, no qual fui aceito e ingressei na Unicamp. Vindo de um longo período vivendo fora do Brasil, tive que me readaptar à dinâmica pedagógica e de convivência acadêmica local, dedicando-me desde então de forma exitosa à montagem da pós-graduação em administração e ao oferecimento de doze disciplinas diferentes. Passado este momento, ao longo dos anos pude vivenciar como os alunos de administração e administração pública da FCA vem se destacando na atuação em negócios familiares, nas artes musicais, em grandes empresas multinacionais e nacionais, em grandes bancos nacionais, trabalhando em prefeituras, universidades, hospitais e em governos estaduais, tendo a oportunidade de trabalhar no setor privado na América do Norte e na Europa, bem como de ingressar na pós-graduação acadêmica pública. Este processo tem culminado com a orientação de ex-alunos de graduação no mestrado, na formação em pesquisa e finalmente em trabalhos de publicação em co-autoria com gestores públicos e professores de nível sênior.’ André Campos – Professor do curso de Administração e da pós-graduação em Administração

“Comecei a trabalhar na Faculdade em maio de 2013, ou seja, a cinco anos atrás. Durante este período, venho testemunhando com alegria e esperança tanto o desenvolvimento da instituição quanto da própria cidade de Limeira, especialmente no entorno do campus, com o nascimento de novos bairros e iniciativas comerciais. Como assessora de imprensa da FCA, pude registrar alguns momentos especiais da história da Faculdade, e espero poder registrar muitos outros que com certeza virão. Apesar de sua pouca idade, a Faculdade tem trilhado um caminho bastante promissor e chamado atenção da opinião pública em nível local, regional e nacional. Para os próximos anos, desejo que saibamos cada vez mais enfrentar os desafios que constantemente se colocam, com esperanças sempre renovadas, trabalhando para nos tornarmos mais fortes como equipe, com transparência, solidariedade, força e fé.” Cristiane Kämpf – Jornalista, funcionária da Área de Comunicação “Espero da FCA seja cada vez mais reconhecida por todos em sua essência, através da integração do ensino, pesquisa e extensão. Espero que a faculdade continue crescendo estruturalmente para futuramente alcançar metas e objetivos como a construção do centro esportivo, além de continuar contribuindo imensamente para pesquisa e desenvolvimento na região e no país. Para as pessoas que formam e compõem a FCA de todas as formas, sejam antigos ou novos integrantes, espero que as portas estejam sempre abertas para um

Vista aérea do campus em 2010, início da construção do Prédio de Ensino II. Reparem na área com terrenos vazios no entorno do campus – atualmente, oito anos depois, abrigam novos bairros e condomínios.

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FCAUNICAMP espaço acolhedor de compartilhamento de conhecimento, ideias e relações sociais”. Guilherme Silva, aluno do 3º ano do curso de Administração “Para mim a FCA sempre representou inovação, companheirismo e competência. Com certeza os próximos anos trarão o reconhecimento internacional dessas qualidades que todos nós conhecemos. Seremos modelo de Ciência Aplicada, Interdisciplinaridade e boa relação com a sociedade para o Brasil e o mundo! Salve FCA!!” Muriel Gavira – Professora do curso de Administração e do Mestrado em Engenharia de Produção e Manufatura “Por aqui desde a primeira foto oficial do corpo de funcionários (docentes e não docentes), em 2009, vejo o tempo passar de forma muito veloz para a FCA. Muito já foi feito mas há ainda muito por fazer. Apesar de todo o trabalho ‘extra’ por atuarmos em uma unidade nova (ou justamente por isso), continuo acreditando que vale a pena. Que a FCA continue avançando na construção de uma identidade que acolha a diferença, a pluralidade de ideias e de saberes dentro e fora da Universidade!” Álvaro D’Antona – Diretor da FCA e Professor do Núcleo Geral Comum “A Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, em Limeira, comemora 10 anos de existência. Vários foram os desafios e reflexões nesse período. Muitos foram os aprendizados, as conquistas e as realizações. Algumas turmas de alunos se formaram e temos a certeza de que jovens talentos estão no mercado de trabalho realizando suas atividades com competência e com atitudes profícuas para uma sociedade mais justa e solidária. Que nos próximos anos a FCA consiga alcançar suas novas metas, inclui-se aqui a construção do Centro Esportivo, de fundamental relevância a comunidade acadêmica, funcionários e comunidade de Limeira e região. Este será um centro de convívio social, de atividades de extensão, de prática de atividade física e cenário adequado para as aulas e pesquisas do curso de Ciências do Esporte. Afinal de contas, um campus

universitário precisa promover uma atmosfera vibrante e um estilo de vida fisicamente ativo, que permita a todos boas condições de trabalho e a celebração intensa da vida! Rodrigo Pauli – Coordenador e Professor do curso de Ciências do Esporte e Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição e do Esporte e Metabolismo. A primeira vez que pisei na FCA foi em fevereiro de 2009 para realizar minha matricula no curso de Gestão do Agronegócio. Naquela época tínhamos apenas o Ensino I, e o restante era barro, barro por todo lado. Voltava todas as noites para minha casa com os pés sujo de terra vermelha ou de barro depois de um dia chuvoso, mas isso nunca foi empecilho para que eu fosse as aulas. Para mim, o mais importante era estar dentro dessa Faculdade, pois era meu sonho estudar em uma Universidade Pública. Não me importava que tinha diversas disciplinas com os mesmos docentes, para mim era até mais fácil a relação. Em 2009, praticamente todos os alunos do noturno se conheciam! Quando terminei meu curso em 2012, já pude observar a proporção que a Faculdade estava tomando, pois eu já não sabia o nome de muitos alunos, na verdade sabia apenas dos colegas que ingressaram junto comigo e pouquíssimos dos anos posteriores. Em 2013, retornei para a FCA, mas dessa vez como funcionária. Posso dizer que vi esse campus nascer e crescer! A FCA me proporcionou experiências que antes eram intangíveis para “meu mundo”, abriu portas que eu jamais imaginei que seriam abertas. Ainda mais para uma estudante da rede pública da cidade de São Paulo. Hoje, sou formada pela FCA, conclui meu Mestrado pela Unicamp e continuo atuando como funcionária dessa faculdade. Minha expectativa para os próximos anos é que essa comunidade acadêmica saiba lidar com os problemas que uma Universidade Pública sempre enfrenta, que a contribuição para a comunidade da cidade de Limeira seja maior e que os alunos valorizem cada vez mais a oportunidade de fazerem parte de uma das melhores Universidades da América Latina! Bruna Lopes – funcionária da Diretoria de Ensino da FCA

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Funcionários docentes e não-docentes reuniram-se em fevereiro para elaborar o planejamento estratégico para 2018.

“Diferentemente de muitos colegas, a Unicamp, principalmente a FCA, é algo novo em minha vida. Não tive o privilégio de estudar nesta universidade, e tão pouco, a oportunidade de conhecê-la. Para mim, tudo é novo! Hoje, depois de quase 2 anos na FCA, posso dizer que é uma das melhores escolas que conheci. Entrei em junho de 2016 e de lá para cá só me surpreendo com a Faculdade. Professores com alto grau de instrução, funcionários com simpatia e atenção e alunos altamente motivados com suas atividades e estudo. Vejo que essa escola vem se tornando grande referência em pesquisa nas áreas de saúde, engenharia, administração e ciências humanas e sociais. A FCA é pequena em idade, mas grande em oportunidade! Vida longa à FCA! Promissor polo de conhecimento do Brasil e do mundo!”

discentes, docentes e funcionários preparada efetivamente para esta realidade.

Luiz Eduardo Gaio – Professor dos cursos de Administração e Engenharia de Produção

Marcelo Santos – funcionário da Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação

Desejo que nos próximos 10 anos a FCA seja reconhecida como centro de referência interdisciplinar de ciências aplicadas, de modo que as experiências pedagógicas inovadoras impactem a sociedade como um todo. Vivemos em um contexto de rápidas transformações em inúmeras práticas sociais, no qual precisamos de uma formação de

Faço parte da FCA desde seu segundo ano de funcionamento (2010). Tenho acompanhado de perto o progresso e amadurecimento de nossa unidade, fruto do esforço coletivo de funcionários, docentes, alunos e cooperados. Sinto-me feliz em fazer parte dessa história de sucesso! Minha expectativa é que possamos continuar fazendo a diferença na vida

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Thaís Souza – Secretária da Diretoria da FCA Sinto que a FCA tem um pouco de mim. Desde 2009 trabalhando aqui, vejo traços meus na FCA. A implantação do Campus foi um desafio muito grande. Com pouquíssimos funcionários conseguimos realizar um ótimo trabalho. Uma das coisas que mais gosto no meu trabalho é interagir com pessoas que possuem conhecimento destacado em suas áreas. Admiro o respeito mútuo que desfrutamos. Para encarar os desafios que despontam no horizonte, acredito no diálogo e no espírito democrático que já fazem parte da nossa identidade. Me orgulho de ter feito parte do sucesso da FCA e acredito que dias ainda melhores virão!!!


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de nossos alunos, que continuemos preocupados com a formação de cidadãos éticos, conscientes de seu compromisso com a sociedade, e que sejamos reconhecidos e valorizados como educadores. Adriana Souza Torsoni – Professora do curso de Nutrição e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição e do Esporte e Metabolismo. “Cheguei na FCA em 2009, como aluno de graduação da primeira turma de Gestão de Empresas e em 2011 ingressei como funcionário. Foram anos de muito aprendizado e de constante evolução. Ver a Faculdade crescer, amadurecer e se modificar é o mais entusiasmante. Muitos foram os desafios ao longo desses anos, durante os quais pude me capacitar (terminei a graduação, realizei o mestrado aqui também) e me aprimorar enquanto profissional (atuei em diferentes áreas de apoio ao ensino, pesquisa e extensão da unidade). Lembro, com saudades, daqueles que por aqui já passaram e deixaram suas marcas e acredito muito na FCA e no potencial dos que aqui estão. Com participação, confiança e trabalho podemos e iremos avançar ainda mais nos próximos anos!” Evandro José Pereira – funcionário da Diretoria de Pesquisa e Extensão

A FCA completa 10 anos com constantes desafios. A cada passo dado, cada evolução conquistada e cada problema resolvido, criamos novos sonhos, que trazem novos problemas, desafios... e isso é a força motora da FCA, melhorar sempre! Nos foi imputado ser inovadora e interdisciplinar, reunir cursos de diferentes áreas, num espaço ainda hoje precário, o que parecia ruim e insuportável. Mas fomos suportando e estamos suportando. Talvez isso tenha nos obrigado a criar soluções e formas de relacionamento e convivência muito diferentes das que a Unicamp conhecia, e que nos torna únicos. Nesse contexto, cada vez mais a FCA avança em educação e formação profissional e pessoal, pois, em função das dificuldades enfrentadas, abandonamos formas tradicionais de ensino e valorizamos o cidadão, o ser no lugar do ter, e colaboramos para uma sociedade mais justa. Tenho certeza que as relações construídas aqui serão eternas. Salve a FCA ! Luciano Mercadante – Professor do curso de Ciências do Esporte §

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INVESTINDO EM EDUCAÇÃO: Equipe Torque Baja busca Patrocinadores em Limeira e fomenta currículo informal na FCA

Momentos na oficina da Equipe Torque Baja. Visita do grupo de alunos de ensino médio de Limeira, durante o projeto Ciência e Arte nas Férias e trabalho com a solda para fazer o suporte para a suspensão traseira do carro.

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RELAÇÕES COM A SOCIEDADE

Em 2018, trinta e dois alunos de diferentes cursos de graduação participam da Equipe Torque Baja, a qual existe na Faculdade desde 2010. O objetivo da equipe, premiada em congresso internacional da área de engenharia e simulação de sistemas em 2015, é construir ‘do zero’ (e aprimorar constantemente) um carro off-road de competição universitária, o qual leva apenas um piloto e é projetado para as mais diversas condições de terreno, especialmente de terra. O veículo é projetado segundo regras e especificações da SAE (Society of Automotive Engineers), as quais definem o motor a ser utilizado e as dimensões da estrutura. Todo o resto – cálculos, projetos, análises, fabricações, montagens e desenvolvimento – é responsabilidade e mérito dos integrantes da equipe. As competições, que envolvem diversas equipes de diferentes instituições de ensino, ocorrem uma vez por semestre e os carros são avaliados por um corpo de juízes, passando por rigorosas inspeções de segurança, conforto, aferição de motor, sistema de abastecimento, entre outros. Através das competições, os nomes dos patrocinadores são divulgados para um grande

As empresas que nos patrocinam são nossas grandes colaboradoras e estão contribuindo para o aprimoramento da qualificação de futuros engenheiros e administradores, ou seja, estão investindo na formação de mão-deobra qualificada para o país

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tenção empresários limeirenses! A Equipe Torque Baja está buscando parceiros em Limeira – grandes, médios ou pequenos empresários que tenham interesse em associar sua marca à educação e profissionalização qualificada em uma das melhores universidades da américa latina, a Unicamp. Atualmente as empresas Vallourec, IGUS, Ciser, e By Colella já fazem parte deste time fornecendo alguns materiais e serviços, colaborando para fomentar o currículo informal na FCA e ajudando a qualificar os futuros engenheiros brasileiros. Mas o que é e qual a importância do currículo informal na Faculdade? Confira na matéria de capa, na página 09.

público em âmbito local, regional e nacional, inclusive por veículos jornalísticos que se interessam por competições automobilísticas. Atualmente, a Equipe Torque Baja procura parceiros que possam contribuir com amortecedores, usinagem, software de desenho e simulações, pneus e rodas e os custos dos deslocamentos dos membros para as competições. “Tivemos conquistas importantes, como a habilitação para competir nacionalmente e boas colocações em competições amistosas. Nosso plano para 2018 é iniciar a construção de um protótipo totalmente novo, com componentes melhorados e inovações de projeto. Como se trata de uma competição universitária tradicional e aberta, normalmente é grande a atração de público e mídia. As empresas que nos patrocinam são nossas grandes colaboradoras e estão contribuindo para o aprimoramento da qualificação de futuros engenheiros e administradores, ou seja, estão investindo na formação de mão-de-obra qualificada para o país”, aponta Guilherme Marchiori, aluno de Engenharia de Manufatura e atual capitão da Equipe. Interessados em entrar em contato com a equipe podem enviar um email para equipetorquebaja@gmail.com e ou entrar em contato com Guilherme através do telefone (19) 98275 3322. E o que se aprende fora da sala de aula? Qual a importância disso para a vida profissional e pessoal? Por que é importante para a vida pessoal e futura vida profissional participar de uma organização estudantil? Confira o que dizem as membras e membros da Equipe!

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RELAÇÕES COM A SOCIEDADE

Da esquerda para a direita: Charles Alex Sena, Guilherme Marchiori, Brian Lopez e Raul Ferreira, membros da Equipe Torque Baja.

“É uma oportunidade incrível de pôr em prática muitos dos conhecimentos e conceitos adquiridos ao longo do curso, bem como desenvolver as relações interpessoais e a habilidade de cumprir com prazos e aprender a trabalhar como uma organização ou empresa” Charles Alex Sena, 3º ano de Engenharia de Manufatura “Dentro do Baja aprendi muito, tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Além de aprender tudo sobre dinâmica veicular e sobre como construir um carro, aprendi também a gerir uma empresa. Com dois anos como membro e dois anos como capitão, aprendi a gerenciar recursos e pessoas, aprendi a motivar uma equipe, incentivar, orientar, coordenar. Sem dúvida um dos maiores aprendizados que tive na vida” Guilherme Marchiori, atual Capitão da Equipe, 5º ano de Engenharia de Manufatura “O Baja foi o que mais me fez crescer no período de graduação. Foi onde eu pude aplicar um pouco do conhecimento que aprendi dentro da sala e aprender coisas que eu nunca aprenderia dentro das salas. Me ajudou a organizar meus horários, a trabalhar em grupo, a valorizar o

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pensamento do próximo, a ter comprometimento e lutar por um objetivo e não parar enquanto esse objetivo não for alcançado. Além disso tudo, participar da Equipe Torque Baja me fez valorizar a amizade - lá dentro fiz amigos pra vida toda, e por tudo isso eu sou eternamente grato a essa equipe.” Brian Victor Lopez, 5º ano de Engenharia de Manufatura “O Baja me proporcionou muitas experiências no âmbito da engenharia aplicada, pois durante o desenvolvimento do projeto, precisávamos desenhar, simular, escolher os materiais mais adequados, os processos de fabricação e definir como seria a montagem. Além disso, tive a oportunidade de participar do administrativo da equipe, onde pude aprender conhecimentos novos como gestão de pessoas, gerenciamento de fluxo de caixa e marketing. Após 4 anos de equipe, percebi que os principais aprendizados no Baja foram o trabalho em equipe e a confiança no potencial das pessoas ao seu redor, pois o sucesso do projeto final depende da colaboração e empenho de todos” Raul Ferreira, 5º ano de Engenharia de Manufatura


RELAÇÕES COM A SOCIEDADE

Da esquerda para a direita: Renata, Vanessa, Bruna, Ana, Lígia, Melissa e Milena, membras da Equipe Torque Baja.

“Sou membra do Baja desde 2017, e de lá para cá, a cada reunião ou encontro com a equipe, sinto que me desenvolvo um pouco mais. Quando entrei para a equipe, eu tinha uma noção muito restrita de mecânica e, com a ajuda dos meus colegas e vontade, consegui desenvolver uma maior aptidão pela temática. Sabe-se que, infelizmente, os cursos de engenharia ainda têm a maior portagem de homens, então, já vejo como um ‘desafio’ ser estudante de engenharia e ainda ser bajeira é quase uma honra, orgulho que aumenta a cada uma nova mulher que entra para a equipe. A Equipe Torque Baja não só aflora o lado profissional de seus integrantes - como a base de mecânica, trabalho em equipe, formulação de projetos, senso de responsabilidade e pontualidade-, mas também estimula uma melhora pessoal, que é a de estar reunida com pessoas diferentes lutando, trabalhando e amando um bem comum. Só quem é da equipe sabe a satisfação de frequentar semanalmente a oficina, estudando e mexendo no projeto e depois ver a máquina funcionando, é uma felicidade que não tem tamanho! Para esse ano de 2018, espero que todos continuem com a mesma garra e força de vontade de sempre e que ganhemos uma maior visibilidade e apoio dentro da comunidade, pois nosso projeto vai além do desenvolvimento dos conceitos de engenharia, trabalho em equipe, pegada competitiva - trata-se

também de um hobby, experiência e paixão que serão levados, sem dúvidas, para uma vida toda!” Renata Favoretto, 2º ano de Engenharia de Produção “Sempre tive interesse na área de automobilística e o Baja me proporciona uma experiência a mais próxima possível disso, durante a graduação. Com o Baja, adquiri noções de mecânica, aprendi a conciliar a demanda de uma organização estudantil com a rotina do meu curso, sem contar no aprendizado em relação a trabalhar em equipe. Estar no Baja hoje com certeza é uma das melhores oportunidades que eu tive até então na minha vivência universitária.” Vanessa Moreira Souza, 3º ano de Engenharia de Manufatura “Dentre as várias organizações existentes na faculdade eu escolhi o Baja pois me interesso bastante pela área automobilística. Eu via o pessoal na oficina trabalhando em equipe, cada um dando seu melhor e todos empenhados em alcançar um objetivo em comum e pensei: ‘é isso que eu quero para mim, quero levar isso comigo além da minha passagem pela graduação, e quero isso tanto para minha vida profissional quanto pessoal”. Bruna de Mello Justo, 3º ano de Engenharia de Manufatura

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RELAÇÕES COM A SOCIEDADE todas estão inter-relacionadas e que a motivação deve vir por todos os lados. Assim, a equipe cresce e se apoia como um todo, ficando muito melhor e mais fácil de se manter focado no objetivo. Isso faz total diferença no desempenho da equipe e com certeza levarei comigo esse espírito de união tanto na vida profissional quanto pessoal.” Lígia Costa Souza, 4º ano de Engenharia de Produção “Antes de ingressar no Baja, em 2018, me encontrava em uma enorme vontade e curiosidade de fazer parte da equipe. Composta por pessoas visivelmente dedicadas e sonhadoras, a organização me chamou a atenção não só pelo fato de projetar um veículo do zero, mas também pelas oportunidades de crescimento pessoal que trabalhar nela trariam. Além do interesse no mecanismo de funcionamento da organização, a possibilidade de aprendizado foi o ponto principal na minha escolha de se candidatar, de modo que, independentemente da escolha de áreas, há um ganho de conhecimento constante: técnico, como parte do projeto, e humano, como de trabalho em equipe. Creio que o Baja me trará um ano de desafios e novidades que, com empenho, possam ser inspiradores”. Melissa Chierighini, 1º ano de Engenharia de Manufatura

“O que me motivou a entrar na Equipe do Baja foi a oportunidade de ter acesso e experiência em uma organização do setor automotivo. Dessa forma, aprendo compartilhando conhecimentos, realizando pesquisas e inovações tecnológicas no projeto, impulsionando o sucesso da Equipe cada vez mais longe nas competições.” Ana Sofia Braga Baldo, 3º ano de Engenharia de Telecomunicações (Faculdade de Tecnologia da Unicamp) “Acredito que um dos maiores aprendizados que o Baja proporciona é a união. Todos os membros trabalham e se empenham para um único objetivo maior que é a construção do carro off-road, mas os desafios são constantes e muitos, o que as vezes pode cansar e desmotivar o pessoal. Mesmo trabalhando na área administrativa, percebe-se que

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“Desde pequena sempre fui vidrada por carros, conhecia inúmeros modelos de várias marcas, muitos para uma criança da minha idade na época. Com o tempo, essa paixão foi crescendo, e juntamente com ela a minha vontade de aprender e saber mais sobre todos os mecanismos envolvidos para pôr um automóvel em movimento. No ensino médio, com as aulas de física e geometria, descobri minha aptidão para cálculos e números. Quando entrei na faculdade, não sabia direito o que era o Baja - aos poucos fui conhecendo melhor os projetos, conversando com amigos que já participavam da organização, e foi então que vi no Baja uma excelente oportunidade para aprender mais sobre a minha antiga paixão, bem como aplicar e relacionar os conceitos vistos em sala de aula. Estou muito animada para o início dos projetos, e espero muitos desafios e aprendizados para esse ano!” Milena Simões da Fonseca, 2º ano de Engenharia de Manufatura §


RELAÇÕES COM A SOCIEDADE

Equipe Torque Baja 2017, uniformizada. Em 2018, a Equipe conta com a participação de 32 membros e membras.

Reunião com os novos membros da Equipe Torque Baja, em abril/2018.

Vallourec, IGUS, Ciser, e By Colella são os atuais patrocinadores da Equipe Torque Baja e, portanto, investem na qualificação profissional dos futuros engenheiros do país.

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#VOCESABIA? Fatos que ainda não sabemos – ou precisamos relembrar – sobre o funcionamento da Faculdade e da própria Unicamp.

MINHA MINHA CARA CARA QUANDO QUANDO DESCUBRO DESCUBRO QUE QUE A A FCA FCA OFERECE OFERECE 15% 15% NAS NAS VAGAS VAGAS DE DE GRADUAÇÃO GRADUAÇÃO DA DA UNICAMP UNICAMP Bored Panda

FCA oferece 15% das vagas de Graduação da Unicamp! No vestibular 2018, a Unicamp Universidade Estadual de Campinas ofereceu 3340 (três mil trezentos e quarenta) vagas para diferentes cursos de graduação. 480 (quatrocentas e oitenta) delas são relativas aos 06 (seis) cursos de graduação oferecidos por nós, ou seja, a Faculdade de Ciências Aplicadas oferece 14,37% do total de vagas de graduação da Unicamp.

vídeo ‘He Will Never Abandon You’

Abandonar animais (seja no campus ou fora dele) é crime! A Resolução GR - 042/2005 regulamenta a circulação de animais domésticos nos campi da Unicamp e estabelece que “é proibido o abandono de animais nos campi; é proibido submeter os animais a maus-tratos e crueldade; e é proibido o adestramento de animais nas dependências da Unicamp” e pode ser consultada integralmente neste link.


Eventos organizados na e pela Faculdade durante o bimestre incluem simpรณsios, fรณruns, seminรกrios, palestras, debates e mesas redondas



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