FCA Unicamp - Abre Aspas Nº 23

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FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS

ABRE ASPAS

UNICAMP LIMEIRA Nº 23 § julho 2020

ENSINO REMOTO EMERGENCIAL EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS

ENTREVISTA COM PROF. ÁLVARO D’ANTONA

Espaço Opinião

Clausura: experiências-limite e sua cotidianidade

Você já viu?

Organizações Estudantis realizam diversas ações durante isolamento

Fca na Mídia

Especial de Pandemia


Universidade Estadual de Campinas Reitor Prof. Dr. Marcelo Knobel Coordenadora Geral da Universidade Profa. Dra. Teresa Dib Zambon Atvars

Diretor Associado FCA Unicamp Prof. Dr. Márcio Alberto Torsoni

Diretor FCA Unicamp Prof. Dr. Álvaro de Oliveira D'Antona

Assistente Técnico da Unidade FCA Unicamp Flávio Batista Ferreira


FACULDADE DE CIร NCIAS APLICADAS

ABRE ASPAS

UNICAMP LIMEIRA Nยบ 23 ยง julho 2020


EDITORIAL O Abre Aspas é uma publicação da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, que tem o objetivo de divulgar diferentes ações realizadas por professores, alunos e funcionários e que contemplam o protagonismo e o engajamento estudantil, as relações da Faculdade com a sociedade, o fomento da interdisciplinaridade na instituição, divulgações de pesquisas e da graduação. Chegamos agora à vigésima terceira edição, sendo que anualmente são produzidos quatro números. A publicação é um dos produtos da Área de Comunicação e conta com a colaboração de todos na sugestão de pautas que possam ser desenvolvidas em suas matérias. Para fazer sugestões de pauta, mande um email para ckampf@unicamp.br Cristiane Kämpf Assessoria de Imprensa – FCA Unicamp

Professores, funcionários e alunos da faculdade em atividade remota ou presencial essencial

Expediente A revista eletrônica FCA Abre Aspas é uma publicação bimestral da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, em Limeira. Nº 23 – Julho 2020 Elaboração, produção e edição Cristiane Kämpf – MTB 43.669 Assessoria de Comunicação e Imprensa, FCA Unicamp Projeto gráfico Maurício Marcelo | Tikinet Diagramação Pamela Silva | Tikinet



Já assistiu o vídeo institucional da Faculdade, com a participação de docentes, alunos e funcionários? Não perca! Está bastante interessante e já foi assistido mais de 13.000 vezes até o momento. Clique na imagem e confira!

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ÍNDICE

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MATÉRIA DE CAPA

ENSINO REMOTO EMERGENCIAL: GARANTINDO O ENSINO-APRENDIZAGEM EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS. ENTREVISTA COM PROF. ÁLVARO D’ANTONA.

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ESPAÇO OPINIÃO

CLAUSURA: EXPERIÊNCIAS-LIMITE E SUA COTIDIANIDADE. TEXTO DE EDUARDO MARANDOLA, PROFESSOR DO NÚCLEO GERAL COMUM.

APOSENTADORIA PROFA. MARTA FUENTES

“SOU GRATA À VIDA PELA OPORTUNIDADE DE COMPARTILHAR E APRENDER COM COLEGAS E ALUNOS”

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FCA NA MÍDIA

ESPECIAL PANDEMIA

CENTRO VOLUNTARIADO

CVU ARRECADA DOAÇÕES ONLINE PARA CASA DE ACOLHIMENTO EM LIMEIRA

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INTEGRA EM ISOLAMENTO

MESMO COM ISOLAMENTO, INTEGRA DESENVOLVE PROJETOS DE CONSULTORIA

MARATONA DE PROGRAMAÇÃO

ALUNO DE ADM PÚBLICA MONTA EQUIPE E VENCE MARATONA DE PROGRAMAÇÃO

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CAPA

COMO GARANTIR O ENSINO-APRENDIZAGEM EM T E M P O S D E C O R O N AV Í R U S ? Entrevista com Prof. Álvaro D’Antona

C

omo garantir o ensino-aprendizagem em tempos de coronavírus? Essa foi uma das preocupações principais da Unicamp desde o início do período de isolamento social imposto pela pandemia. Com a suspensão das atividades presenciais em 13 de março, professores, funcionários e alunos da Faculdade precisaram adaptar, de maneira rápida e repentina, suas rotinas de aulas, trabalhos e estudos totalmente para o ambiente virtual. O processo de Ensino Remoto Emergencial não é feito sem esforços, dificuldades, desafios e também aprendizados. Segundo nota da Universidade, muito provavelmente a suspensão das atividades presenciais se estenderá pelo menos até o fim do segundo semestre. Conversamos sobre o assunto com o Prof. Álvaro de Oliveira D’Antona, atual Diretor da FCA. Ensino Remoto Emergencial é o mesmo que Ensino à Distância? O que professores e alunos têm enfrentado e aprendido? Que mudanças podemos aguardar no ensino presencial pós-pandemia? Confira abaixo. Veja também, na página 11, as opiniões de alguns professores e alunos sobre o assunto. https://bityli.com/zUmfA

Professor, o que é o Ensino Remoto Emergencial (ERE) e como ele se diferencia do Ensino à Distância (EAD)? Há quem diga que são sinônimos, ou pior, que a adoção do termo ERE é uma forma de maquiar o EAD. No meu entendimento, a escolha do nome é fundamental para marcar as diferenças de propósitos. Restringindo-me ao mais óbvio e, provavelmente, ao mais importante, se trata de uma medida EMERGENCIAL, provocada pela pandemia e adotada pela necessidade de mantermos

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Prof. Álvaro de Oliveira D’Antona, atual Diretor da Faculdade, em sua casa, durante isolamento social, logo após participar de reunião do Conselho Universitário

nossas atividades em segurança durante a crise. Não se trata, portanto, da adoção do modelo de ensino geralmente denominado de Ensino à Distância, mesmo que muitas das ferramentas e técnicas para o contato remoto sejam exatamente as mesmas. Assim que possível, retomaremos às nossas atividades presenciais.

Como têm funcionado, para professores e alunos, o ERE na Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp? A aplicação do ERE exige bastante dos professores e dos alunos. Na Unicamp não estávamos preparados para o uso das ferramentas e técnicas para o trabalho remoto, o que significa dizer que todos os planos de ensino das turmas do primeiro semestre de 2020 previam, originalmente, somente atividades presenciais. A adaptação


CAPA dos programas exigiu esforços de todos e levou tempo. As soluções encontradas variam de professor para professor, de curso para curso.

Como temos na FCA cursos bastante distintos, o que pode funcionar bem para alguns não necessariamente terá sucesso em outros.

Por exemplo, em algumas situações a transposição de uma aula para o ambiente virtual pode funcionar muito bem... em outras, o melhor é disponibilizar distintos conteúdos como vídeos e artigos científicos e estabelecer formas de interação para debates e esclarecimento de dúvidas dos alunos. Nas reuniões com coordenadores de cursos percebo que está havendo uma diversificação nas formas de interação, incluindo lives, repositório de conteúdos e sessões de ‘tira-dúvida’, o que eu considero muito positivo pois propicia aos alunos dosarem seus ritmos, tendo em vista que as condições de acesso à internet não é a mesma para todos.

Quais os maiores desafios que estão enfrentando? E aprendizados? O principal desafio se relaciona ao que eu acabo de mencionar: as dificuldades de acesso por parte dos alunos. Não me refiro apenas a ter ou não um computador ou um celular; ter ou não um bom plano de dados que possibilite um amplo acesso aos conteúdos. O acesso depende do ambiente que o aluno tem em sua casa ou república; se ele tem que dar conta de tarefas domésticas ou de trabalho; se divide espaços e equipamentos com outras pessoas; se está doente e/ou se precisa cuidar de algum membro da família. Tudo isso, claro, afeta mais as mulheres, por elas acabarem acumulando um excesso de tarefas domésticas o que é um aspecto que precisa ser considerado. A Unicamp atuou de forma a minimizar os impactos da falta de equipamentos e de planos de dados. A própria FCA emprestou computadores

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CAPA entregas de trabalhos e formas de avaliação. Isso remete às dificuldades dos professores... não apenas estão sujeitos às dificuldades de estarem trabalhando em casa - cuidando de filhos em idade escolar ou de idosos, dividindo seus tempos em múltiplas tarefas e demandas como precisam refletir sobre antigas práticas laborais muito dependentes da sala de aula e das aulas expositivas. Sem contar os mitos das avaliações formais... Ou seja, provavelmente o grande aprendizado de cada docente decorrerá da reflexão sobre seu próprio trabalho e da busca por novas formas de se comunicar com seus alunos.

Em sua opinião, como será o ensino presencial na era pós-pandemia? Podemos aguardar certas mudanças? O ensino presencial precisa mudar. Já precisava mudar, na minha opinião, antes da pandemia. Desejo que os docentes possam incorporar novas ferramentas em sala de aula e, principalmente, possam levar as aulas para fora da sala. Que consigam se libertar de algumas amarras quanto as formas de avaliação...

aos alunos que demandaram. Também sugerimos aos docentes que estabelecessem contato com seus alunos, na medida do possível, buscando perceber suas dificuldades e flexibilizando as formas de publicação de conteúdos, datas de

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Da parte dos alunos, que eles percebam que a avaliação não é o propósito de estar em sala de aula, de fazer um trabalho acadêmico... assim o aprendizado pode adquirir novos significados e, principalmente, pode se reorganizar em torno de um valor que considero fundamental: o da autonomia.


CAPA

ENSINO REMOTO EMERGENCIAL: O QUE DIZEM PROFESSORES E ALUNOS? Como alguns professores e alunos estão lidando com as atividades não-presenciais durante o período de isolamento social? O que tem funcionado? Quais são os desafios? Como se dá a rotina de trabalho? Confira o que dizem alguns professores e alunos: “Aos poucos vamos melhorando a interação com os estudantes, a comunicação e o ensino remoto emergencial. As primeiras semanas foram de muitas adaptações e grande volume de informações sobre a pandemia. Agora, passamos a nos organizar melhor, de forma mais planejada, conhecendo mais como trabalhar com as tecnologias disponíveis, gravando aulas e postando o link no moodle, fazendo webinars, marcando encontros ao vivo on-line, encaminhando materiais digitais para leitura e exercícios. Ainda que o contato via ferramentas de tecnologia tenha melhorado, percebemos que nada substitui a interação presencial. No entanto, neste momento atípico, é importante continuar via ferramentas digitais, em prol da vida. Neste sentido, gostaria de enaltecer os esforços dos profissionais e professores da área de saúde, biologia e engenharias, entre outras, em envidar esforços e ações, neste momento, relativas ao tema do coronavírus. Gostaria de enaltecer, também, as doações que a Unicamp tem recebido. A solidariedade aumentou nesses tempos. O empréstimo de equipamentos também aumentou. Acho que, neste momento, podemos estar engajados em ações solidárias, para aliviar os males causados pela pandemia, seja na área de saúde, seja em outras áreas. Aliviar as perdas econômicas e financeiras podem estar na nossa alçada. Estamos divulgando às associações e entidades de Limeira, com a empresa-júnior Integra, a possibilidade de assessoria na área de transformação digital e e-commerce para o pequeno e médio empreendedor tentar se reinventar. Temos registrado também

alunos de Administração desenvolvendo o TCC com a comunidade (TCC COM), no sentido de aliviar os problemas causadas pela pandemia.”

Prof. Cristiano Morini – Administração

“Se por um lado é possível dar seguimento ao contato com estudantes e demais profissionais para a realização de tarefas usando as ferramentas digitais, por outro lado sinto que ocorre uma desritualização da sala de aula, da sala de reuniões...a perda da conexão corporal, perda de expressão, perda de comunicação analógica... se não sinto em meu corpo os alunos ou colegas em reunião virtual, não tenho como ajustar minhas falas, os conteúdos, eles saem num contínuo linear, sem movimentos e com opacas cores. Na aula ou reunião presencial nosso corpo todo é fonte de expressão, na virtual apenas nosso rosto, ou o que ainda é pior, nossa foto associada à nossa voz são totalmente explorados até a exaustão, o cansaço. O desgaste e cansaço maior do teletrabalho não advém, em minha opinião, apenas das demandas cognitivas diferenciadas

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CAPA da nova tarefa, mas de sua monotonia e falta de movimento, associada a uma certa perda de sentido, porque não se sente o que está verdadeiramente sendo comunicado. Uma solidão de outra ordem se instaura em mim, muito bem definida por minha filha, que cursa o último ano do mês ensino médio e faz uso do ensino digital: “uma abelha operária solitária em sua colmeia...”

para café imaginário. Obrigada banca! Obrigada Rosana! Obrigada Prof. Diogo, coorientador do trabalho! Esse será um dia para ser lembrado.”

Profa. Adriane Antunes – Nutrição

“Estamos passando por um momento difícil. O maior de todos os problemas que a nossa geração está enfrentando. A história terá um 2020 um marco para suas análises pré e pós esse momento. Logo, não dá para tratar o fato com certa normalidade. Digo isso ao pensarmos sobre o ensino. O que seria mais importante: o conteúdo da minha disciplina ou a possibilidade de se pensar e refletir sobre o momento? Profa. Sandra Gemma – Engenharia de Produção e Engenharia de Manufatura

“Defesa de Mestrado agendada e confinamento pela COVID-19 é decretado. O que fazer? Aguardar alguns meses, até as atividades presenciais retornarem? Não parecia ser uma boa ideia porque a candidata Rosana Gomes Arruda Leite Bueno estava esperando bebê. A melhor opção parecia ser manter a data e contar com a participação virtual do membro externo, Profa. Mara Ligia Biazotto Bachelli. Mas analisando com mais cuidado, a gestação é um fator de risco, então seria melhor a candidata participar remotamente, bem como a Profa. Ligiana Corona, membro interno da banca e também gestante. Então eu estaria sozinha na UL-70A para a defesa? Na verdade, nem eu estaria lá. A recomendação era presidir a defesa de minha casa. Ok, mas uma última inquietação: terá respaldo da Unicamp? A GR assinada pelo reitor chegou por e-mail no final da tarde de sábado. Ufa! Defesa marcada para segunda-feira da semana seguinte aconteceu com sucesso, seguindo todos os ritos, inclusive pausa

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Optou-se pelo conteúdo, creio que porque reflexão é meio filosófico demais, e a filosofia, segundo a ignorância nacional, está em baixa, não serve para nada mesmo. Ao se optar pelo conteúdo e pela “normalidade”, simplesmente se substituiu aula presencial por aula virtual, como se isso dependesse apenas de se mudar de local, do real para o virtual. Nem todos os alunos da Unicamp têm acesso à internet ou mesmo equipamentos adequados (celular ou computador) em suas casas. Não é nada fácil fazer ensino à distância público e democrático. Não se preocupando com o aluno e seu acesso à rede, além de seus equipamentos (celular é muito pouco), para achar que fazer ensino à distância público e democrático é fácil. A forma de comunicação, sua linguagem e os meios possíveis são muito diferentes do presencial. O Ensino à Distância é muito interessante e potente, mas temos que aprender a usá-lo, na verdade é um reaprender que necessita de toda reestruturação e revisão de nossa forma de desenvolver e gerir o processo de ensino e aprendizagem. Por isso necessitamos de calma e prudência neste momento”


CAPA Por fim, como possuo pessoas do grupo de risco que vivem comigo, o medo do vírus também me deixou um pouco desconecto com as atividades remotas, assim atrapalhando um pouco o meu rendimento. Apesar destes problemas, ao tentar criar uma rotina de estudos, principalmente estudando nos horários que aconteceriam as aulas presencialmente, assim consegui me sentir um pouco mais próximo a rotina “normal” e isso facilitou minha adaptação ao semestre remoto

Aluno Felipe Santos – quinto semestre de Administração Prof. Alcides Scaglia – Ciências do Esporte

Me adaptar as atividades remotas, de início, foi um desafio grande. Quando foi confirmado a suspensão das atividades presenciais, todos foram pegos de surpresa e com a falta de informações, que naquela época estava ainda maior, foi muito difícil manter uma rotina de estudos e de atividades. Além disso, os professores também foram diretamente impactados, uma vez que o semestre todo já estava planejado, precisar se reinventar e propor aulas e atividades remotas foi complicado para eles também. Cada professor acabou optando por uma forma diferente de entregar as atividades, o que acentuou a falta de rotina. Outro problema também foi conciliar as questões domésticas, rede congestionada na hora das aulas, tarefas domésticas, etc

Como tudo ocorreu de forma bem rápida - voltar pra minha cidade, refazer a rotina em relação aos estudos, entrega de trabalho, realização de provas, etc – a adaptação ainda é bastante desafiadora. O que tem me ajudado muito agora é a comunicação com os professores, sobre esse novo formato de estudo e os prejuízos gerados nessa fase, e contar com a compreensão de que não basta ter um local para estudar, mas também o ambiente e o estresse gerado nesse momento são de extrema relevância. Não é todo dia que as coisas dão certo ou que tudo fica bem. Entender que é provisório ajuda muito agora, encontrar formas para se distrair e não continuar com o estresse continuo no dia a dia.

Aluna Maysa Santos Gomes sétimo semestre de Nutrição

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ESPAÇO OPINIÃO

CLAUSURA: EXPERIÊNCIAS-LIMITE E SUA COTIDIANIDADE Por Eduardo Marandola Jr, docente do Núcleo Geral Comum da vida extrapola o limite da moral que, no caso do protagonista, Goreng, é rapidamente deslocado e posto em cheque. Revoltado com a ação de Trimagasi, na primeira mudança de nível (quando vão do 48 para o 171), ele não culpa o sistema, ou a Administração (com “A” maiúsculo), mas o próprio Trimagasi, como pessoa que o fere. Nada como “a banalidade do mal” em Hannah Arendt: um instinto que traz para o âmbito das relações interpessoais diretas a decisão pela escolha.

“Esta é também uma Eduardo Marandola Jr é docente do Núcleo Geral Comum e do Programa de Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Estar preso. Não poder sair. Cerceamento de liberdade. Qual a diferença?

O

filme “O poço” (Galder Gaztelu-Urrutia, Espanha, 2020) apresenta estas situações como uma experiência-limite: a sobrevivência está em jogo, pois é a comida que regula o poço, na interação entre os níveis. A questão não é o comer, em seu sentido social, mas o nutrir-se, para sobreviver. A comida, que Trimagasi afirma ser o eixo que estrutura a vida no poço (via a plataforma flutuante), é, portanto, a situação-limite vida-morte. Isso é evidente nas experiências de fome extrema que levam à loucura e ao canabalismo. Uma experiência de clausura na qual a impossibilidade da manutenção

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experiência-limite: a urgência da sobrevivência e o rosto de quem me fere assume a representação de um mal, de uma estrutura injusta.

Goreng, após receber a retribuição pela ajuda anterior que ofereceu a Miharu, assume uma postura mais cínica diante do Poço, mas não retorna ao lugar baixo que havia chegado na reação violenta a Trimagasi. Talvez por isso este continue aparecendo a ele até o fim do filme, como se ele tivesse agora também um pouco da sua atitude, de sua perspectiva em relação ao Poço. Isso é especialmente forte quando Goreng encontra Imoguiri e, diante de seu otimismo cego quanto à boa índole do sentido do poço – o desenvolvimento da “solidariedade espontânea” – ele repita frases e ideias de Trimagasi. Ele trocou de papel. Mas ele não é o velho companheiro morto,


ESPAÇO OPINIÃO

e intervém à sua maneira, introduzindo um elemento novo na dinâmica do Poço: uma vontade de mudança que acontece de dentro – não simplesmente a ingenuidade inicial de Imoguiri. Esta, aliás, também cede à crueza daquela estrutura, tendo seu cão assassinado por Miharu e cujo suicídio é inevitável ao chegar ao 202º nível.

Mas esta experiência-limite, do estar preso em uma estrutura cujo funcionamento não se pode controlar, é, no entanto, contraparte de uma cotidianidade na qual a experiência-limite é lançada, resistindo, mas que, por fim, se dissolve. A força deste ordinário é a própria possibilidade de manutenção da situação-limite, que para se

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ESPAÇO OPINIÃO manter, precisa ser ordenada. É justamente aí que as brechas aparecem. A primeira parte do filme, até Goreng encontrar Baharat, o protagonista está descobrindo e se adaptando justamente à cotidianidade da situação-limite. Seu corpo sente e oscila entre a negação da estrutura, o ódio, o asco, a revolta, o conformismo, o desejo, a esperança, a desilusão. Acompanhamos todos estes estados na personagem. Quando encontra Baharat, ele é um legítimo habitante do claustro, o que significa que vive a experiência daquele cotidiano. A situação-limite foi normalizada. Aí acontece o segundo movimento do filme, no qual podemos entender de formas distintas. Diferente de Trimagasi, que havia tornado aquela experiência-limite seu próprio cotidiano, ou seja, uma experiência ordinária, Goreng tem um novo ímpeto ao ver Baharat lutar com todas as suas forças para sair do Poço. Quando acorda no nível 6 com seu novo colega, Goreng não se move da cama ou expressa qualquer reação diante do entusiasmo luminoso de Baharat que, com uma corda, tem a certeza de que conseguirá sair dali. Levanta apenas para impedir que Baharat caia no poço, e então opera-se uma mudança, seguida da proposta de que façam algo para mudar a estrutura, para questionar e tentar fazer, à força, aquilo que Imoguiri acreditava ser o sentido do Poço: a solidariedade espontânea. A decida até o último andar é violenta, possuiu um aprendizado (o encontro com o sábio, que lhes dão o conceito de “mensagem” a ser enviada), e parece uma decida infinita ao inferno. O último andar, escuro e muito mais amplo e sem limites definidos, pode remeter a muitos sentidos de raízes, profundidade, fundo, escuro. No entanto, o final dúbio do filme (a mensagem foi recebida? Goreng morreu, deixou o Poço ou foi incorporado à sua estrutura, na experiência ordinária?) apenas alimenta a tensão contraditória que perpassa todo o filme: uma experiênca-limite de clausura, tal como a do Poço, seria a própria condição ordinária de nossa sociedade estratificada, como sua cotidianidade. Há dois tipos de pessoas no Poço: as que foram jogadas lá, como punição (Trimagasi) e as que para lá foram voluntariamente (como Goreng e Imoguiri). Inicialmente, é difícil imaginar o porquê pessoas tenham escolhido ir a um lugar no qual sua

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liberdade de ir e vir é cerceada, mas a resposta é dada ao protagonista: “mudanças não acontecem voluntariamente”. Isso se aplica tanto àqueles que foram condenados ao Poço quanto aos que escolherem lá se instalar. Assim, o Centro Vertical de Autogestão (nome formal do Poço) estabelece uma experiência-limite de vida-morte e mobilidade-imobilidade, imposta externamente, para que algo espontâneo se manifeste, de forma autogestionada. Esta chega ao seu próprio limite quando é incorporada como cotidiano, o que pode levar ao entorpecimento, ao desespero ou ao cinismo. O espontâneo poderia surgir do constrangimento? O fracasso, neste caso, é de quem? Da negação individual de construção de laços solidários entre si (mesmo depois da experiência da escassez nos níveis inferiores, há opulência e desprezo quando se alcança um andar superior) ou da estrutura que impõe esta situação-limite de fora para dentro?

“Nesta aparente fácil tensão,

Goreng e Imoguiri, que foram para o Poço voluntariamente (há cenas em que Goreng faz uma entrevista com Imoguiri para ser “aceito” no Poço), colocam em cheque as respostas prontas: demandar controle externo, intervenção, quando sua própria vontade precisa ser controlada. Esta poderia ser uma definição de sociedade.

Então, talvez, nada seja mais próximo do que os limites impostos e autoimpostos às nossas liberdades, que fazem do próprio cotidiano uma situação-limite. A clausura, longe de ser algo extraordinário, seria nosso pleno ordinário que, enquanto tal, precisa de algo involuntário, violento, para permitir outras experiências, ou mudanças.


APOSENTADORIA PROFA. MARTA FUENTES

APOSENTADORIA PROFA. MARTA FUENTES ROJAS “Sou grata à vida pela oportunidade de compartilhar e aprender com colegas e alunos”

A

pós onze anos de dedicação à Faculdade através da realização de aulas, pesquisas, cursos de extensão, supervisões de estágios e orientações de trabalhos, a Professora Marta Fuentes Rojas está se aposentando e se preparando para uma nova fase em sua vida. “Fazer parte desta grande instituição de excelência me proporcionou grandes desafios, mas acima de tudo um enorme crescimento pelo qual apenas posso agradecer. Sou grata à vida pela oportunidade de compartilhar e aprender com meus colegas, meus alunos, a comunidade limeirense e pela sempre presente disposição e carinho de todos os funcionários”, disse ela (confira o depoimento completo abaixo). A Professora Marta é psicóloga de formação, com mestrado e doutorado em Saúde Coletiva e lecionou diversas disciplinas nos cursos de Nutrição e Ciências do Esporte, colaborando para a formação de centenas de profissionais. Ela também lecionou na Faculdade de Enfermagem da Unicamp e entre seus temas de interesse pode-se destacar educação em saúde, saúde coletiva, trabalho comunitário, psicologia comunitária, terapia comunitária, saúde do adolescente e qualidade de vida. Mais de 500 volumes de sua biblioteca pessoal foram doados para a Biblioteca Daniel Hogan e ficarão disponíveis para consulta para a comunidade interna e externa. A Professora está agora lançando um livro eletrônico de acesso aberto que reunirá todos os trabalhos de mestrado e doutorado orientados por ela e poderá ser consultado neste link. Abaixo reunimos depoimentos de alguns de seus alunos e colegas de trabalho:

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APOSENTADORIA PROFA. MARTA FUENTES “Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas”. Com essa frase, da eterna Cora Coralina, começo a refletir sobre o que a FCA-UNICAMP significa para mim, e logo o meu coração sente um aperto da enorme saudade que sempre estará presente. Fazer parte desta grande instituição de excelência me proporcionou grandes desafios, mas acima de tudo um enorme crescimento pelo qual apenas posso agradecer.

“Sou grata à vida

além de coisas mais sutis como a força do sorriso e do silêncio. Todos nós que desfrutamos nestes anos de sua companhia sentiremos muitas saudades e desejamos que ela tenha forças para seguir sua jornada, nesta nova fase. O sentimento de perda desta excelente profissional com quem tive a oportunidade de conviver intensamente e realizar tantos projetos só é minimizado pela certeza de que nossa amizade permanece. Voe livre e alto querida Marta a partir dos desejos de seu coração! Com carinho, te abraço! Profa. Sandra Gemma

pela oportunidade de compartilhar e aprender com meus colegas, meus alunos, a comunidade limeirense e pela, sempre presente, disposição e carinho de todos os funcionários.

Paulo Freire nós deixou a seguinte passagem: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Passagem esta que marcará sempre meu papel de educador. Assim a minha passagem pela FCA termina com um grande aperto no coração, mas com a minha eterna gratidão” Profa. Marta Fuentes Rojas

Martinha, obrigada por ter me mostrado que é possível amar e acreditar verdadeiramente no trabalho que se está realizando. Levo comigo todos os aprendizados científicos das orientações, os momentos de confidências e seu exemplo de profissional, ética e escuta acolhedora. Roberta Espote

Depoimentos de alunos e colegas de trabalho A professora Marta, uma das pioneiras da FCA, foi figura importante para a constituição da identidade de nossa faculdade. Em particular por sua dedicação ao ensino, pesquisa e extensão numa perspectiva interdisciplinar, pautada sobretudo em valores éticos e morais. Ela nos deixa o registro da importância do diálogo ao invés da discussão infrutífera, da ação ao invés da reclamação, para

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janeiro2020 2020 ABRE ASPAS | Nº 23 § Julho

Como falar da professora Marta Rojas Fuentes em poucas palavras? Uma grande mestra, um ser humano excepcional, uma grande amiga, educadora, estudiosa, um exemplo de vida e de humildade. Mesmo com um vasto conhecimento, não se atenta ao glamour, mas preza pelo agir (um agir que se faz ético e zeloso).


APOSENTADORIA PROFA. MARTA FUENTES compreender o quanto nos afetamos. Antes de sermos acadêmicos, profissionais, somos seres humanos! Após tê-la conhecido, me senti segura para atestar tal verdade tão profunda!

“Seus gestos inesquecíveis, Mulher de atitude! Sempre cuidadosa ao ensinar, suas palavras firmes, porém atentas e norteadoras, com sabedoria me conduziu nas problematizações, me inspirou a buscar e a desejar me aventurar por novos caminhos. Quantas horas usando para dialogar apenas sobre uma ideia? Não era sua obrigação ficar tantas horas neste processo de dedicação, mas se dispôs, mostrando que seu fazer é mais do que apenas um dever. Somos seres de relação! Quantas vezes dela ouvi esta simples, porém complexa frase. Afeto! Me mostrou o quanto o afeto nos afeta e me fez

seus ensinamentos extrapolam a universidade, são para a vida! Não se restringe as palavras, vai além, vive o que fala, e em cada pequeno gesto, demonstra sua grandiosidade, atrelada a simplicidade de ser. Me sinto honrada e grata por fazer parte da sua história.

Priscilla Perla Tartarotti

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APOSENTADORIA PROFA. MARTA FUENTES

“Profa. Marta, venho aqui

expressar o privilégio que tive em encontrá-la e poder receber as suas orientações e ensinamentos. Sou grato, pois, para além do vínculo construído na universidade, tenho a sua amizade. Saiba que meus agradecimentos se estenderão por toda a vida. Desejo-lhe tudo o que há de melhor no mundo!

Com carinho, Ray.

Prof. Marta, me recordo com muito carinho do seu modo acolhedor. Desejo tudo de bom nesse novo momento de sua vida. Grande beijo! Thaís Paixão

“Professora Marta, pensar, rememorar os encontros acolhedores em nosso querido laboratório (LAPISC), aquece e nutre a alma. Sem duvida um privilégio; participar de momentos ricos de afetos, sentimentos, idéias. Com carinho agradeço a você por me ajudar a ser uma pessoa melhor” Psicólogo Alexandre de Freitas Pio Marta, você marcou minha vida com teus ensinamentos, obrigada pelo carinho. Regina Celia Borges

Martinha, que honra ter sido sua aluna, nossa eterna mestra. Gratidão eterna por conviver com alguém tão especial como você. Gratidão por tudo que você nos ensinou, seja na partilha seja como educadora, seja no dia-a-dia, seja com o seu exemplo! Aérica Meneses

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janeiro2020 2020 ABRE ASPAS | Nº 23 § Julho


APOSENTADORIA PROFA. MARTA FUENTES

“À querida Professora

Marta devo a compreensão da importância da persistência em continuar o percurso que nos motiva, de ter sensibilidade em reconhecer o incômodo e acreditar que este é o caminho que deve ser seguido. Agradeço todo o acolhimento e cuidado que existe em suas palavras e em sua existência.

Pessoas como você fazem do ensino uma arte e nos inspiram com o modo e a intenção de como o exercem este ofício. Christiane Alfredo Prof. Marta. Sua doçura e humildade marcaram meu coração. Obrigada por compartilhar seu conhecimento, enobrecendo minha alma. Um beijo, Milena Gonçalves

Com carinho, Luiza.

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FCA NA MÍDIA

ESPECIAL PANDEMIA

A

partir do momento em que as atividades presenciais da Unicamp foram suspensas, começamos a produzir e divulgar entrevistas com diversos docentes da Faculdade sobre temas relacionados à pandemia de coronavírus.

Começamos também a colaborar com produção de conteúdo para o programa Direto na Fonte, também da TV Unicamp. Os vídeos produzidos foram: ‘Novo normal para quem?’; ‘Ficar em casa como? As desigualdades no habitar, em evidência na pandemia’; e ‘Garantir alimentação é obrigação do Estado’. Qualquer membro da FCA pode colaborar sugerindo assuntos para serem tratados nestes canais enviando um email para ckampf@fca.unicamp.br

Com essa ação, conquistamos o espaço de uma playlist no canal da TV Unicamp no YouTube, o qual possui quase 12 mil inscritos até o momento – ou seja, aumentamos a visibilidade dos vídeos produzidos pela Faculdade. A playlist leva o título “Conversas Multidisciplinares: FCA Unicamp” e conta com nove entrevistas até a presente data (veja abaixo).

Clique nas imagens abaixo e acompanhe!

Covid - 19 quais as relações entre o sono e sistema imune

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TV Unicamp

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Obesidae e Covid - 19: diestas restritivas, riscos e fatores epidemiológicos

TV Unicamp 3

REPRODUZIR TUDO

Conversas Multidisciplinares: FCA Unicamp

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9 vídeos 141 visualizações Última atualização em 29 de jun. de 2020

#coronavírus #desigualdades #habitação

Garantir alimentação é obrigação do estado 2,364,532 views

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COMPARTILHAR

SALVAR

Logística e pandemia: que soluções precisamos conhecer

TV Unicamp

#coronavírus #desigualdades #habitação

#coronavírus #desigualdades #habitação

Novo Normal pra quem?

Ficar em casa como? As desigualdades no habitar, em evidência na pandemia

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ABRE ASPAS | Nº 23 § Julho 2020

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SALVAR

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CVU ARRECADA DOAÇÕES ONLINE PARA CASA DE ACOLHIMENTO EM LIMEIRA

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Centro de Voluntariado Universitário (CVU), organização estudantil formada por alunos de vários cursos da Faculdade de Ciências Aplicadas e da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, organizou uma vaquinha online para arrecadar R$ 5 mil para a isntituição Missão Anjos da Noite, em Limeira. A ação estará no ar até dia 31 de maio e as doações já atingiram 50% da meta. Para doar qualquer valor, basta acessar este link: Marina Rebello Rothenburg, atual presidente do CVU, explica que a instituição é uma casa de acolhimento em Limeira que abriga atualmente dezessete pessoas, as quais estavam em situação de rua. “O projeto restabelece a dignidade e reinsere essas pessoas à sociedade. Além disso, diariamente, ainda recebe aproximadamente outras quinze pessoas em situação de rua,

para alimentação e banho”. Segundo ela, a casa é sustentada através de doações e, nesse momento de pandemia e isolamento social, alguns itens de necessidade básica estão em falta, como alimentos, itens para higiene pessoal e produtos de limpeza. A organização estudantil está divulgando suas ações nas mídias sociais. O CVU é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em Ribeirão Preto no ano de 2011, por estudantes universitários. O objetivo é promover a cultura voluntária no meio acadêmico, através da criação de oportunidades para estudantes atuarem em programas de voluntariado e projetos sociais da cidade. O núcleo de Limeira foi inaugurado no segundo semestre de 2013 e busca aprimorar a formação humanística dos estudantes e promover o desenvolvimento comunitário.

Alunos membros do Centro de Voluntariado Universitário (foto tirada antes da pandemia)

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MESMO COM ISOLAMENTO, INTEGRA DESENVOLVE PROJETOS DE CONSULTORIA

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Unicamp não pára, a Faculdade não pára, a Integra não pára. Mesmo com todos os 48 membros seguindo as orientações dos especialistas em saúde e cumprindo o isolamento social, a Empresa Júnior (EJ) de Consultoria em Engenharia e Gestão, sediada na FCA desde 2009, está dando andamento a três projetos: um deles envolvendo a elaboração de planos de reestruturação financeira e planejamento de marketing e outro na área de mapeamento de processos e identificação de possíveis melhorias e o último, iniciado neste mês de maio, que trata de gestão financeira. O primeiro está sendo desenvolvido com a Art Chic Artesanatos, loja que reúne artesãos limeirenses, e começou antes da pandemia. Segundo Cleonildo de Souza e Pricisla Agostini, proprietários do estabelecimento, o cronograma está sendo cumprido e as reuniões por vídeo conferência estão sendo produtivas.

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“A Integra elabora o material e nos envia previamente, para as discussões. Estamos conseguindo dar continuidade ao desenvolvimento do projeto de forma bastante satisfatória.

Já o segundo processo de consultoria teve início na primeira quinzena de abril e está em andamento com a NeoEnergia, companhia do setor elétrico, com empresas distribuídas em todo o Brasil - entre elas a Elektro de Campinas, com a qual uma equipe da Integra está atuando.


VOCÊ JÁ VIU? “Passamos por um treinamento para entendermos mais sobre as necessidades da empresa e alocamos dois consultores, os quais estão em contato com os funcionários da empresa, coletando e analisando dados. Este mapeamento deve estar pronto na segunda semana de maio. Depois, faremos os planos de ação para implementação das melhorias”, explica Luiz Silva, graduando de Engenharia de Produção e atual Diretor Presidente da Integra. O terceiro, por sua vez, foi iniciado recentemente e consiste em um projeto de gestão financeira para a clínica de fisioterapia Estimulo Ação, também de Limeira. O projeto visa contribuir para melhorias na gestão interna da clínica e assim alavancá-la.

“Além de impactar na clínica,

“Nossa intenção é continuar auxiliando os empreendedores. Estamos abertos para conversar, ajudar e executar projetos, mesmo sem os encontros presenciais – adaptamos toda nossa rotina de trabalho para o ambiente online e tem dado certo”. A Integra já realizou aproximadamente 70 projetos de consultoria em Limeira e região, sendo que no último ano dois deles foram de grande sucesso e ajudaram a alavancar negócios locais - a doceria Giraffa e a loja de doces Pra Nuts. Interessados em contratar os serviços de consultoria empresarial da Integra podem entrar em contato através do site da empresa. Todos os processos de consultoria desenvolvidos pela equipe de graduandos contam com colaborações de professores doutores da Unicamp.

a ação está diretamente ligada ao tema “Saúde e bem-estar”, relativo ao terceiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, afirma Luiz.

Com a pandemia, a EJ fez uma reavaliação de seu portfólio de serviços, para definir o que faz mais sentido oferecer aos clientes neste momento.

Alunos da Integra antes da pandemia

Membros da Integra em teletrabalho

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ALUNO DE ADM PÚBLICA MONTA EQUIPE E VENCE MARATONA DE PROGRAMAÇÃO Pedro Henrique de Melo Andrade, aluno de Administração Pública, e equipe formada por outros quatro estudantes universitários de diferentes instituições de ensino superior, venceram maratona online de programação que premiou as melhores soluções tecnológicas para o enfrentamento de desafios trazidos pela pandemia de coronavírus.

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s alunos desenvolveram uma plataforma online que permite a criação de páginas para comércios, conectando-os aos consumidores locais e evitando deslocamentos e aglomerações e conquistaram o 1º lugar no Eixo Negócios. A equipe entrou agora em mentorias do Sebrae, para desenvolver a plataforma até o final de maio e entregar a solução para a sociedade de forma gratuita. O HackaTrouble foi organizado em abril pelo Centro Paula Souza, em parceria com a associação SAE Brasil e as multinacionais Amazon Web Services, Shawee e Mural e, durante 48 horas de trabalho, reuniu cerca de 400 participantes em diferentes países (Brasil, China, Canadá e Chile). As equipes desenvolveram soluções diversas que abordaram quatro eixos temáticos (saúde; mobilidade/não-mobilidade; negócio e social) e os doze melhores projetos foram premiados.

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“Participo de hackathons desde 2016, mas o Hackatrouble foi totalmente novo pra mim, pois apresentou moldes nunca vistos: além de ser online, a problemática era criação de soluções tecnológicas para o cenário do Coronavírus. Foi uma experiência ímpar, tivemos acesso às plataformas de grandes empresas e um grupo de mentoria de ponta. Foram dois dias de trabalho e muito cansaço, pouco sono, networking e discussões. Estar em contato com mais de 400 participantes de todo o mundo nos fez perceber diferentes perspectivas do mesmo cenário”, conta Pedro. Segundo ele, o curso de Administração Pública da Unicamp possibilita formação técnica e teórica com foco em resoluções de problemas, permitindo construir um olhar crítico sobre a realidade de muitos desafios enfrentados pela sociedade. “Muitos conhecimentos desenvolvidos durante o curso foram aplicados durante o processo de construção da nossa solução”.


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Jéssika Fujimura, desenvolvedora frontend

Hugo Passos, desenvolvedor backend

Rogesson Barboza, programador backend

Felipe Carneiro, desenvolvedor frontend

A minha equipe desenvolveu uma plataforma chamada Feirinha Online, pegamos o primeiro lugar no Eixo Negócios, desafio Negócios Regionais.

Feirinha Online: https://www.hackatrouble.com.br/

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