FCA Unicamp - Abre Aspas Nº 12

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FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS

ABRE ASPAS UNICAMP LIMEIRA

Nº 12 § maio/julho 2017

um ano de cine vagalume

projetos e aproximações com a comunidade local

capoeira

um modo de ser no mundo

universidade pública

por que defender o ensino gratuito e de qualidade?

LUZ NO FIM DO TÚNEL ações de extensão universitária promovem interações transformadoras


Universidade Estadual de Campinas Reitor Prof. Dr. Marcelo Knobel Coordenadora Geral da Universidade Profa. Dra. Teresa Dib Zambon Atvars

Diretor Associado FCA Unicamp Prof. Dr. Márcio Alberto Torsoni

Diretor FCA Unicamp Prof. Dr. Álvaro de Oliveira D'Antona

Assistente Técnico da Unidade FCA Unicamp Flávio Batista Ferreira


FACULDADE DE CIร NCIAS APLICADAS

ABRE UNICAMP ASPAS LIMEIRA Nยบ 12 ยง maio/julho 2017


Editorial A Faculdade de Ciências Aplicadas está sob nova diretoria. Os Professores Álvaro de Oliveira D’Antona e Márcio Alberto Torsoni iniciaram seus mandatos em abril deste ano e exercerão, respectivamente, as funções de diretor e diretor associado, até 2021. Esta edição do Abre Aspas sublinha pontos importantes do programa de gestão e apresenta um rápido perfil dos docentes. A matéria sobre a diversidade das organizações estudantis e o impacto de suas ações na Faculdade e na cidade de Limeira ganham destaque de capa. Já na página XX, professores e funcionários expressam suas opiniões sobre a importância da universidade pública de qualidade, gratuita e com autonomia. Ainda, com uma matéria sobre o primeiro ano de atividades do Cine Vagalume, saberemos como uma sala de cinema pode despertar a curiosidade de alunos do ensino médio pela Unicamp. Tudo isso acompanhado de algumas melhorias que estamos implementando no projeto gráfico da nossa revista e que vocês já podem conferir a partir desta edição. Bom divertimento! Cristiane Kämpf Assessoria de Comunicação FCA Unicamp

Expediente O FCA Abre Aspas é uma publicação bimestral da FCA UNICAMP Limeira Nº 12 – Maio/Julho 2017 Edição Cristiane Kämpf Projeto gráfico e diagramação Maurício Marcelo | Tikinet


PĂ´r-do-sol no Morro Azul visto do campus Foto: Kleber Casablanca, da RĂĄdio e TV Unicamp


Já assistiu o vídeo institucional da Faculdade, com a participação de docentes, alunos e funcionários? Não perca! Está bastante interessante e já foi assistido mais de 10.800 vezes até o momento. Clique na imagem e confira!

Até 13 de Julho a Diretoria da FCA publicou três importantes informes. Para saber mais, acesse Informe 002/2017 - Sobre o tráfego de veículos na via leste-oeste; e Informe 003/2017 - Solicitações de cartões extra quadros.


ÍNDICE Sr. Joaquim, morador do bairro Geada, participa do Projeto Cultivando Hortas

LUZ NO FIM DO TÚNEL

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AÇÕES DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PROMOVEM INTERAÇÕES TRANSFORMADORAS

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DIVERSIDADE

TRAÇO DISTINTIVO DE NOSSA IDENTIDADE

UM ANO DE CINE VAGALUME

PROJETOS E APROXIMAÇÕES COM A COMUNIDADE LOCAL

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RETRATOS DO BIMESTRE

NOSSA HISTÓRIA COTIDIANA EM IMAGENS

UNIVERSIDADE PÚBLICA

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FCA NA MÍDIA

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POR QUE DEFENDER O ENSINO PUBLICO E DE QUALIDADE?

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CAPOEIRA

UM MODO DE SER NO MUNDO


DIRETORIA FCA – GESTÃO 2017-2021

DIVERSIDADE

TRAÇO DISTINTIVO DE NOSSA IDENTIDADE

Professor Álvaro D’Antona (à esq.) e Professor Márcio Torsoni (à dir), respectivamente diretor e diretor associado da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp

S

exemplo, o papel estratégico que ela assume para a Universidade, já que foi criada com o objetivo de expandir o número de vagas no ensino público superior.

Entretanto, como aponta o programa de gestão da nova diretoria, composta pelos professores Álvaro de Oliveira D’Antona (Núcleo Geral Comum) e Márcio Alberto Torsoni (Área da Saúde), que assumem até 2021 os cargos de diretor e diretor-associado, é possível destacar outras particularidades da Faculdade em relação às demais unidades da Unicamp como, por

“Das 1.130 vagas disponibilizadas pela Unicamp no último vestibular em cursos no período noturno, 24% correspondem a vagas em Administração/Administração Pública da FCA”, enfatiza, por exemplo, o documento Diversidade, Identidade – proposta de gestão 2017 – 2021 (veja o documento na íntegra neste link). As relações aluno de graduação/docente (29:1 na FCA; 10:1 na Unicamp) e aluno de graduação/funcionário (48:01 na FCA) são apontadas ainda como entre as mais altas da Unicamp. “Os desafios de viabilizar uma instituição de tamanho porte e complexidade são muitos”, afirmam os diretores§

eis cursos de graduação em distintas áeras do saber, 2822 alunos (mais de 14% de toda a Unicamp, de acordo com o Anuário Estatístico de 2017), 96 docentes, 56 funcionários e a inexistência de departamentos, característica que acarreta reflexos diversos na estrutura administrativa. Tais aspectos bastariam para identificar a Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) como uma singular unidade de ensino e pesquisa da Universidade Estadual de Campinas.

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DIRETORIA FCA – GESTÃO 2017-2021

Confira outros aspectos colocados em evidência no documento, bem como algumas das principais propostas da nova gestão: “Nossa proposta se constrói a partir do interesse em valorizar a diversidade interna que emerge como um traço distintivo da nossa identidade, sem, contudo, desconsiderar as expectativas institucionais da Unicamp e as de órgãos externos. Propomo-nos a um posicionamento ativo nas instâncias da administração central para que a diversidade, nossa singularidade, seja reconhecida positivamente e, consequentemente, para que seja valorizada e merecedora de especial atenção e recursos.” “Internamente, em conformidade com as metas das FCA, tal postura nos levará a atuar no sentido de valorizar as vocações e interesses dos docentes nas atividades de ensino, pesquisa e extensão; dos funcionários, principalmente em relação às especificidades dos processos que executam e às expectativas de carreira; e dos discentes, cujo engajamento no ensino, na pesquisa e na extensão continuará a ser prezado e valorizado.” “Propomos a valorização das comissões constituídas e o fortalecimento dos canais institucionais de contato da comunidade com as comissões, incluindo mecanismos participativos/coletivos de tomada de decisão e de gestão.” “Propomos o direcionamento de esforços para ações acadêmico-administrativas que aproximem as práticas usualmente isoladas em cada uma das missões da universidade.” “Traço importante para a nossa identidade, propomos incentivar práticas transversais a áreas e/ou cursos e/ou laboratórios que, além de potencialmente interdisciplinares, contribuam para a integração do ensino-pesquisa-extensão.” “Propomos aperfeiçoar os canais de comunicação institucionais e desenvolver ações relativas ao envolvimento da comunidade nos fluxos de informações. Entendida no sentido amplo, incluímos aqui demandas relativas às condições de permanência – posto que a comunicação também se faz com convívio na FCA –, e mobilidade entre os campi e extra-Unicamp – posto que devemos ampliar nossas redes e também atrair pessoas de fora ao nosso convívio.” “Na primeira reunião de Planejamento Estratégico (PE) a se realizar sob nossa responsabilidade, colocaremos em discussão os objetivos, o detalhamento de ações e o estabelecimento de prioridades para os próximos anos. O modelo de gestão adotado na FCA, assentado em comissões voltadas para as atividades fim, institucionalizou o PE. Tal institucionalidade, será por nós valorizada pelo reconhecimento do papel das instâncias que progressivamente vem se constituindo em instrumentos participativos de gestão.” “A discussão sobre as limitações à nossa certificação será prioridade nas tratativas com a administração central. Esperamos avançar na certificação pela abertura de novas vagas de funcionários e pela redefinição de atividades e de processos administrativos que venham a ser supridos, eventualmente, por instâncias da administração central a se instalar no campus.” “Na FCA, a interdisciplinaridade se coloca em íntima relação com a institucionalidade. Sem que os membros da comunidade estejam abertos ao diálogo entre diferentes, a superação dos desafios institucionais será mais difícil. Propomo-nos a trabalhar para encontrar meios para estimular a quebra de barreiras, valendo-nos da estrutura organizacional da FCA, da heterogeneidade de formações de seu corpo profissional, do fomento a projetos e do engajamento estudantil.”

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CINEMA

UM ANO DE CINE VAGALUME: PROJETOS E APROXIMAÇÕES COM A COMUNIDADE LOCAL

O professor João, docente de história na escola estadual Cônego Manuel Alves e alguns de seus alunos, que viraram frequentadores assíduos do Cine Vagalume. “Todos em Limeira deveriam aproveitar esta sala de cinema, de alta qualidade e com programação totalmente gratuita”.

H

á um ano, Limeira conquistava sua primeira sala de cinema com programação não-comercial, de alta qualidade, totalmente gratuita e aberta ao público em geral. O Cine Vagalume estreou no dia 04 de maio de 2016, com a sessão ordinária do filme Taxi Driver (Martin Scorsese, 1976) e completa seu primeiro ano de atividades com programações diversificadas. As sessões incluem debates com diretores, mostras temáticas e oferecem horários variados de exibição, atraindo não só a comunidade de alunos, funcionários e professores da Faculdade, mas também um número crescente de cidadãos limeirenses. Um deles é o professor João Guilherme Leite, docente de história da Escola Estadual Cônego Manuel Alves e frequentador assíduo do Cine Vagalume desde julho de 2016. Após passar a frequentar a sala de cinema, ele idealizou o projeto “A escola vai ao cinema”, que relaciona filmes clássicos e contemporâneos aos conhecimentos aprendidos em sala de aula, e regularmente traz seus alunos do ensino médio para a sala de cinema da Faculdade. “O objetivo é

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aprofundar as discussões que tivemos em sala de aula a partir dos filmes e permitir que os alunos vivenciem uma sala de cinema não-comercial e filmes que, muitas vezes, não são exibidos no circuito pago”, afirma. Caroline, aluna de João e estudante do nono ano do ensino fundamental, aprova a iniciativa. “Acho muito legal a Unicamp abrir as portas para os alunos de outras escolas através da sala de cinema. A universidade, às vezes, passa a impressão de ser fechada, de que só alunos daqui poderiam participar das atividades, mas com o Cine Vagalume vimos que não é assim. Vindo para o cinema aqui, também aprendemos um pouco sobre como funciona a Faculdade”. O próprio professor, que mora próximo ao campus, decidiu investigar mais as possíveis relações entre cinema e história e tornou-se aluno especial do Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, na própria FCA. Seu orientador é Márcio Barreto, docente do Núcleo Geral Comum e criador da sala de cinema Cine Vagalume.


CINEMA

Alunos da escola – Prof. José Justino Castilho pela primeira vez no cinema. Além de assistir ao filme no Cine Vagalume, também visitaram a biblioteca do campus e fizeram um pic-nic no jardim.

Debates e Mostras Temáticas Em seu primeiro mês de funcionamento (maio/2016), a sala ofereceu quatro sessões – já em maio de 2017 foram dezessete. “Atendemos uma demanda do público, que começou a requisitar filmes em diferentes horários. E também temos diversificado bastante a programação”, afirma Daniel Sobottka, funcionário responsável pelo gerenciamento das atividades do cinema. Ele conta que, pela primeira vez, a sala também recebeu alunos de uma escola municipal de educação

infantil e ensino fundamental de Limeira, a EMEIEF Prof. José Justino Castilho de Limeira. As crianças, que nunca tinham ido ao cinema, neste dia também visitaram a biblioteca da Faculdade e fizeram um pic-nic no jardim. Segundo Daniel, a participação da comunidade interna também vem crescendo, com projetos de alunos e professores. Para o segundo semestre do ano, já há planos de uma mostra de longas com a temática de esportes, revela o Professor Alcides Scaglia, do curso de Ciências do Esporte. Para entrar em contato com o Cine Vagalume, escreva para cinevagalume@fca.unicamp.br§

Em junho foram oferecidas sessões em dias de feriados, nos finais de semana e também sessões especiais e temáticas, como ‘horror e mistério’ e “animações japonesas”

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RETRATOS DO BIMESTRE Nossa história cotidiana em imagens

Organização estudantil Engenheiros Sem Fronteiras reforma carrinhos de catadores de recicláveis em Limeira

VI Festival de Ginástica e Artes Corporais da FCA ratório de Pesquisas e Experiências em Ginástica), c de Toledo Ishibashi

Público lota dois auditórios da Faculdade para assistir a palestra do treinador de futebol Fernando Diniz, durante fórum ‘Treinador Esportivo’, organizado pelos Professores Alcides Scaglia e Larissa Galatti, do curso de Ciências do Esporte.

O curso de extensão “Micro-organismos probiótico aplicação” atraiu profissionais da indústria e pesq universidades. As aulas foram organizadas pela Pr dora do Laboratório de Lácteos, Probióticos e Preb

O I Colóquio Nacional Interdisciplinaridade nas Ciências Humanas e So (I CONICHSA) recebeu mais de 120 trabalhos de 40 diferentes ensino superior de diversos estados do Brasil, como São Paulo, Bahi ro, Goiás, Distrito Federal, Paraná, Alagoas, Minas Gerais, Pará, A Grande do Sul e Tocantins.


Terceira turma do Programa de Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, durante aula ministrada em conjunto pelo Prof. João José (o “JJ”), filósofo, e pelo Prof. Roberto Donato, antropólogo. As aulas do mestrado ICHSA são sempre ministradas de maneira interdisciplinar, por dois professores com formações distintas.

A, organizado pelo LAPEGI (Labocoordenado pela Professora Eliana

os em alimentos: do isolamento à uisadores de diferentes estados e rofa. Adriane Antunes, coordenabióticos (LLPP)

ociais Aplicadas s instituições de ia, Rio de JaneiAmazonas, Rio

As Oficinas do CEPID OCRC (Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades) são elaboradas para alunos do ensino público e todos os anos trazem cerca de 100 alunos limeirenses para a Faculdade. As atividades conscientizam os jovens sobre os benefícios e malefícios das escolhas alimentares e são preparadas por docentes e alunos do curso de Nutrição.

Foto produzida pela equipe a Biblioteca Daniel J. Hogan mostra livros aguardando reparo. Atualmente, mais de 100 livros precisam ser “reformados” antes de serem novamente colocados em uso. “Cada livro danificado é um investimento perdido. Ajudem a preservar”, postou a biblioteca.

Turma da disciplina Esportes Adaptados, sob responsabilidade da Profª Andrea Maculano Esteves, do curso de Ciências do Esporte, em visita técnica ao Centro de Treinamento Paralímpico. O complexo, que fica em São Paulo, é o maior do mundo e contempla 15 modalidades paralímpicas.


LUZ NO FIM DO TÚNEL

Ações de extensão universitária promovem interações transformadoras

“A

ntes de vocês, é como se acordássemos no escuro. Agora, com vocês, nós acordamos no claro”. Foi assim que o Sr. Joaquim, aposentado morador do Geada, localizado nas proximidades do campus, se manifestou sobre as ações desenvolvidas no bairro pelos membros da Enactus, uma das quase 30 organizações estudantis existentes na FCA. Esta luz que ilumina (não só) o dia do Seu Joaquim é gerada pela interação que se estabelece entre universidade e sociedade através das ações de extensão universitária, promovidas inclusive pelas organizações estudantis. É interessante lembrar que ‘luz’ é sinônimo de conhecimento e verificar que não são poucos os depoimentos de alunos que afirmam que a participação em tais ações trouxe mais e outras luzes para suas próprias vidas pessoal e acadêmica. No Geada, moradores e alunos trabalharam em conjunto para a estruturação da associação de bairro, instância social importante que permite a formação de um senso de pertencimento e comunidade e fomenta a organização política dos participantes e a união de forças para realizar reivindicações importantes junto ao poder público municipal – este projeto foi finalizado com sucesso no início de 2017. “Temos a preocupação de nunca fazer ‘por’, mas ‘com’ eles, para que não se criem laços de dependência e os próprios moradores tenham autonomia para continuar o trabalho”, explica a aluna Tiemi Aoki, atual presidente da Enactus. Ela conta que, como resultado da organização do grupo através da associação, os moradores conseguiram que as ruas do bairro fossem reconhecidas como logradouros e que, consequentemente, o correio possa chegar até lá. Os moradores conseguiram também que a prefeitura alterasse as rotas e colocasse pontos de ônibus dentro do bairro, mais próximos das moradias.

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Além da formação da associação de bairro, os membros da Enactus também elaboraram, em parceria com os moradores, o projeto “Cultivando Hortas”, que divulga conceitos da permacultura e colabora no plantio de hortas e gerenciamento da produção para obtenção de renda extra. O senhor Joaquim é um dos participantes do projeto. “Estamos ajudando o Sr. Joaquim a quantificar e precificar sua produção e também estabelecer parcerias com restaurantes e mercadinhos de bairro, que apresentam demandas mais fixas”, explica Tiemi e acrescenta que outros agricultores do bairro devem participar da iniciativa. O “Confeita+Limeira”, outro projeto da organização estudantil, oferece treinamentos em confeitaria e capacitação para elaboração de pequenos negócios próprios, também promovendo a possibilidade de obtenção de renda extra aos participantes. Já o projeto “Asas” atua em escolas públicas da cidade e desenvolve oficinas sobre planejamento financeiro, plano de carreira e métodos de estudo com jovens do ensino médio. Assim como a Enactus, há quase três dezenas de organizações estudantis na Faculdade, as quais muitas vezes contam com o apoio de docentes da Faculdade e realizam as mais diversas ações de extensão universitária. Há


consultorias nas áreas de gestão, engenharias, nutrição e saúde; iniciativas em empreendedorismo social; grupos de discussão sobre questões de gênero, feminismo e apoio a mulheres; uma associação das repúblicas de Limeira; diretório e centros acadêmicos e atléticas. Para Gustavo Salati, professor do curso de Admnistração e atual Coordenador de Extensão, as ações realizadas pelas organizações estudantis fomentam uma relação crescentemente intensa entre a FCA e a cidade. “Também na formação dos alunos, essas entidades têm um papel fundamental, desenvolvendo características como liderança, sociabilidade, inovação, capacidade de planejamento e preparando o aluno para se tornar um profissional ético e responsável. Além disso, eles têm a chance de colocar em prática conceitos e técnicas aprendidas em sala de aula, muitas vezes com o suporte dos professores”, afirma o docente. Portanto, seria razoável afirmar que, na FCA, o protagonismo estudantil tem papel central na sustentação e fortalecimento de um dos pilares do ensino superior – a extensão acadêmica, “processo interdisciplinar educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre universidade e outros setores da sociedade” (FORPROEX, 2010)§

Referência: FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRAS (FORPROEX). Política Nacional de Extensão Universitária. Gráfica da UFRGS. Porto Alegre, RS, 2012 (Coleção Extensão Universitária; v. 7).

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Fotos: Enactus e Frente Feminista


Acima – Atividades realizadas pela organização estudantil Enactus À esquerda – Organização estudantil Frente Feministade Limeira organiza rodas de conversa na Faculdade No meio – Projeto Asas, da Enactus, que atua em escolas públicas de Limeira À direita – Grupo interdisciplinar de alunos ajudou moradores a formar a Associação de Moradores Geada


CAPA Abaixo, os logos das organizações estudantis da FCA. Ações de extensão universitária fomentam trocas importantes entre a universidade e outros setores da sociedade.

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OPINIÃO

POR QUE DEFENDER A UNIVERSIDADE PÚBLICA GRATUITA, DE QUALIDADE E COM AUTONOMIA? No início de maio, O Prof. Marcelo Knobel e a Profa. Teresa Atvars, atualmente reitor e vice-reitora da Unicamp, publicaram, no jornal O Estado de S. Paulo, o texto “Compromisso com a sociedade – a universidade pública é instituição capaz de contribuir para o efetivo desenvolvimento do país”. Destacamos aqui algumas passagens do texto (confira integralmente neste link), confira: “(...) principalmente neste momento, a sociedade em geral e a comunidade acadêmica em particular precisam defender as bases para uma universidade pública gratuita, de qualidade e com autonomia, que valorize o diálogo e esteja atenta às mudanças de nossos dias.” “O risco deste cenário de crise é que ganhe corpo na opinião pública a persistente difusão de propostas de privatização como forma de resolver o problema de financiamento e manutenção das atividades universitárias. Para preveni-lo é urgente mostrar não só que a cobrança de mensalidades jamais resolverá os entraves da educação superior brasileira, mas, ao contrário, os aumentará.” “A história das três universidades estaduais paulistas mostra que ser pública, gratuita e ter autonomia financeira são condições essenciais para cumprir as demandas sociais com a qualidade necessária e inclusão social, pois permitem estimular e aproveitar talentos de toda a comunidade, do Brasil ou do exterior, formá-los no ambiente de produção de conhecimento e assim contribuir de maneira efetiva para a formação de pessoas comprometidas com a constante atualização do conhecimento, com a democracia e a justiça social”. Perguntamos também, para docentes, funcionários e alunos da Faculdade “Por que defender a universidade pública gratuita, de qualidade e com autonomia?”. Vejam abaixo algumas respostas que recebemos. “Uma das características mais importantes da universidade pública é constituir-se em espaço de possibilidades. Apesar de todos os problemas, a universidade pública brasileira continua sendo um espaço no qual, em meio a disputas, muitos pontos de vista atuam na sua construção. Essa multiplicidade talvez seja a grande importância dela para a sociedade. Na universidade pública ainda é possível o exercício da liberdade e da criação.” Prof. Eduardo Marandola – Núcleo Geral Comum “A universidade pública e com autonomia pode, através de suas atividades de pesquisa acadêmica, contribuir para a acumulação de conhecimento científico com potencial de aplicação em amplos setores do estado de São Paulo e do Brasil. Além disso a pesquisa livre e dirigida pela curiosidade intelectual e por problemas de ordem social, econômica e cultural enriquecem o ensino superior, favorecendo as firmas, o setor público e a sociedade por meio da geração profissionais bem formados. Autonomia significa, finalmente, a responsabilidade de estar atento às necessidades do conjunto da sociedade e reponder às mesmas na medida do possível, com parcimônia no uso de recursos públicos escassos de natureza infra-estrutural, financeira e humana”. Prof. André Sica Campos - Administração “A universidade pública deve estar comprometida com a formação e a cidadania. Dentro de sua tarefa civilizatória, o papel da universidade consiste na formação crítica e reflexiva de cidadãos-profissionais, que sejam capazes de atuar nas suas áreas profissionais, mas antes de tudo sejam capazes de exercer cidadania participante, crítica e orientada à uma sociedade democrática e justa.” Profa. Milena Pavan Serafim – Administração Pública “A autonomia da universidade, e o benefício trazido por esta autonomia, possui forte ligação ao fato de ela ser pública. A universidade como “pública” garante que os esforços realizados internamente não estejam atendendo exclusivamente a interesses de grupos particulares, o que possibilita autonomia no ensino, na pesquisa e na extensão. Permanecer pública é fundamental para que a universidade possa persistir desenvolvendo o pensamento crítico e reflexivo com qualidade.” Evandro Pereira – Funcionário da Diretoria de Pesquisa e Extensão

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OPINIÃO

CAPOEIRA

UM MODO DE SER NO MUNDO Por Julicristie M. Oliveira e Cristiano M. Gallep* entoadas, acompanhadas pelo som de instrumentos musicais, como o atabaque, o agogô, o reco-reco, o pandeiro e o berimbau. Criminalizada até a década de 1930, quando foi legalizada, a Capoeira conquistou visibilidade, foi aceita socialmente e, por meio da criação de escolas, passou a ser ensinada em ambientes formais, se internacionalizou. Registrada como bem imaterial brasileiro a partir de inventário realizado entre os anos de 2006 e 2007, a Roda de Capoeira pode ser considerada um patrimônio vivo, dinâmico, que apresenta particularidades rituais e de organização de acordo com a linhagem de cada grupo.

Aqui na FCA, há aulas de Capoeira Angola todas as terças e quintas, das 17:30h-19:00h, na Sala de Lutas (Tatame).

A

Capoeira, compreendida em sua amplitude como expressão da cultura afro-brasileira, da cultura negra, não deve ser limitada a uma modalidade esportiva, uma luta, ou a um elemento folclórico, uma dança. Assim, a Capoeira pode ser entendida como um jogo, uma conversa, um diálogo entre corpos, na qual os movimentos - golpes, gestos e atitudes - substituem as palavras. Para mediar o jogo em uma Roda de Capoeira, ladainhas e cantigas são

Mestres, Mestras, Contra-mestres, Contramestras, Professores e Professoras comandam grupos, agregam pessoas, dão continuidade à tradição, fundamentando-se em elementos como a ancestralidade e a oralidade, muito valorizados na Capoeira Angola. Ginga, mandinga, rabo de arraia, negativa, meia lua, aú, cabeçada, chamada... A prerrogativa de extrapolar os movimentos corporais cotidianos, de se posicionar de forma invertida, de olhar para outro a partir de um outro ângulo, de conviver com as incertezas e se valer das improvisações, cria oportunidades para se construir outras visões e modos de ser no mundo, com movimento, canto e ritmo§

Julicristie M. de Oliveira tem Doutorado em Nutrição em Saúde Pública, é professora do Curso de Nutrição da FCA/Unicamp e atua na área de Segurança Alimentar e Nutricional. Cristiano M. Gallep tem Doutorado em Engenharia Elétrica, é professor do Curso de Engenharia de Telecomunicações da FT/Unicamp, atua na área de Fotônica Aplicada – Biofotônica e é Professor de Capoeira do Grupo Semente do Jogo de Angola.

Para saber mais http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/66 www.palmares.gov.br/sites/000/2/download/revista_palmares.pdf https://revistahorizontes.usf.edu.br/horizontes/article/view/256

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FCA NA MÍDIA

Prof. Peter Schulz concede entrevista à EPTV Campinas, em abril deste ano

A

fanpage da Faculdade no facebook têm atualmente mais de 6.500 seguidores (dado de 05 de julho). Aproximadamente 50 novas pessoas passam a seguir a página por semana. Apesar dos algoritmos da rede social não permitirem a divulgação gratuita das informações para o número total de “fãs”, este canal

tem se mostrado bastante importante para aumentar o número de visitantes únicos ao próprio site da Faculdade. Através dele também temos conseguido dar visibilidade às fanpages de laboratórios e centros de pesquisa da FCA e nos comunicamos tanto com a comunidade interna quanto externa. Conheça mais aqui§

Entre 01 e maio e 23 de junho a Fanpage da FCA atraiu 271 novos fãs.

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Eventos organizados na Faculdade durante o bimestre incluem simpรณsios, fรณruns, seminรกrios, debates e mesas redondas.


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