Nº9 SET/OUT/2016
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FCA NA CIDADE
FCA participa de Programa de Desenvolvimento Empresarial em Limeira
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CINEMA E INTERDISCIPLINARIDADE
Cine Vagalume proporciona novas vivências culturais em Limeira
E MAIS: A cidade na FCA A cidade nas aulas Alunos na cidade Espaço opinião FCA na Mídia
EDITORIAL
Caros leitores! EXPEDIENTE O FCA Abre Aspas é uma publicação bimestral da FCA UNICAMP Limeira. Setembro/Outubro 2016 - Nº 9 Área de Comunicação Edição: Cristiane Kämpf Diagramação: Maurício Marcelo | Tikinet
O Abre Aspas é uma jovem publicação interna da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, que tem o objetivo de divulgar diferentes ações realizadas por professores, alunos e funcionários e que contemplam o protagonismo estudantil, as atividades de extensão universitária e o fomento da interdisciplinaridade na instituição, entre outros assuntos. Chegamos agora à nona edição, sendo que anualmente serão produzidos quatro números, nos bimestres de março/ abril, maio/junho; agosto/setembro e outubro/novembro. A publicação é um dos produtos da Área de Comunicação e conta com a colaboração de todos na sugestão de pautas que possam ser abordadas em suas matérias. Nesta edição, contamos com um artigo das professoras do curso de Nutrição, Julicristie O. Machado e Adriane Antunes, sobre as leguminosas; um texto do professor Márcio Barreto, do Núcleo Comum, sobre cinema e interdisciplinaridade; e uma matéria sobre a organização estudantil Engenheiros Sem Fronteiras e a consultoria que realizaram para uma micro-empresa limeirense. Boa leitura! Para fazer sugestões de pauta, mande um email para cristiane.kampf@fca.unicamp.br Cristiane Kämpf Área de Comunicação da FCA Unicamp
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FCA NA CIDADE
FCA participa de programa para desenvolvimento empresarial em Limeira
Professor Peter B. Schulz, Diretor da Faculdade, assina termo de cooperação do Programa de Desenvolvimento Empresarial na Prefeitura de Limeira
A Faculdade de Ciências Aplicadas é uma das entidades limeirenses que apoia o Programa de Desenvolvimento Empresarial (PDE) da prefeitura de Limeira. O diretor da FCA, professor Peter Schulz, assinou, em abril deste ano, o termo de cooperação do programa, que tem como objetivo, segundo o site da prefeitura, “capacitar, instruir, fomentar e medir resultados do empreendedorismo em Limeira”. A Faculdade irá colaborar permanentemente com desenvolvimento de projetos de inovação e ações de capacitação de gestores de micro, pequenas e médias empresas da cidade, as quais são o foco do programa.
Juntamente com a Diretoria e docentes, algumas organizações estudantis da Faculdade também participam do programa. Uma delas é a Integra, empresa júnior de consultoria em engenharia e gestão, que no mês de setembro organizou o Congresso Integra, idealizado para fomentar a integração entre a Faculdade e os pequenos e médios empresários do município. Segundo os organizadores, as palestras e workshops oferecidos durante o evento abordaram temas relacionados a otimização de gestão, inovação e empreendedorismo; ofereceram apoio de órgãos de fomento, como o SEBRAE; e promoveram a atualização de conceitos da área de negócios e exportação e o relacionamento entre os empresários e os consultores, alunos e docentes, da FCA.
Schulz e Edmundo Inácio Júnior, docente do curso de Administração, também fazem parte do Conselho Administrativo da Associação dos Ambientes de Inovação de Limeira (AAIL), que tem como objetivo gerir os ambientes de inovação da cidade e inclui o Centro de Inovação, o Parque Tecnológico e a Incubadora de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).
A prefeitura de Limeira informa que também assinaram o termo de cooperação representantes do SEBRAE, CIESP, SENAI, SENAC, SESI, Associação Comercial e Industrial de Limeira (ACIL), e inúmeros sindicatos e associações comerciais da cidade.
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A CIDADE NA FCA
Cine Vagalume proporciona novas vivências culturais em Limeira
Público ocupa sala do Cine Vagalume durante o curso de extensão
Limeira conta uma nova sala de cinema: são 117 lugares, programação semanal, gratuita e aberta ao público: o Cine Vagalume, instalado no campus da FCA. A iniciativa, aprovada pela pró-reitoria de graduação em 2010, foi idealizada pelo Professor Márcio Barreto, docente do Núcleo Geral Comum (conjunto de disciplinas de caráter humanístico comum a todos os cursos de graduação da Faculdade) e do Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, e inspirada na Casa do Lago, espaço cultural localizado no campus de Barão Geraldo e no qual também há exibições de filmes fora do circuito comercial e debates. Atualmente a sala é frequentada por alunos, docentes, funcionários e cidadãos limeirenses e a programação mensal é regularmente divulgada pela imprensa local e regional.
atividades de ensino entrarão na programação oficial do Cine Vagalume, de modo que 40% dos lugares devem ser sempre reservados ao público em geral. Um projeto permanente de Extensão oferecerá a programação semanal do Cine Vagalume. A princípio, o projeto prevê uma sessão de cinema semanal, mas a meta é chegar a quatro sessões regulares por semana no início de 2017. O professor Márcio afirma que “os filmes deverão ser selecionados com um critério de qualidade, aqui entendida como refinamento dos atributos técnicos, estéticos e culturais presentes nos consagrados filmes da história do cinema”. Em sua opinião, a sala de cinema tem enorme potencial para integração entre a universidade e a cidade, ou seja, para a extensão universitária; mas também pode atender demandas do ensino e até mesmo da pesquisa. “É uma sementinha que precisa de cuidados para crescer e desenvolver todo seu potencial”, avalia.
Márcio explica que o novo espaço tem como objetivo proporcionar à comunidade interna e à população de Limeira e região vivências culturais, atividades de lazer e múltiplas percepções sobre a ciência. A sala de cinema também pode ser utilizada por todos os professores da Faculdade para atividades de ensino, seja nas próprias sessões programadas, seja no agendamento de sessões extras para atenderem demandas específicas previstas nos respectivos planos de ensino. As exibições dos filmes previstos para
Gláucia Bilatto, Secretária de Cultura de Limeira, comemora a iniciativa: “é mais uma oportunidade para que a população limeirense se aproxime da Faculdade e também possa se apropriar deste espaço, que vai oferecer acesso a uma atividade cultural de qualidade”.
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CONSTRUINDO A INTERDISCIPLINARIDADE
Cinema e interdisciplinaridade Por Márcio Barreto, do Núcleo Geral Comum
Professor Márcio Barreto: ‘o Cine Vagalume tem como objetivo proporcionar vivências culturais, atividades de lazer e múltiplas percepções sobre a ciência'
Ao tempo é atribuída uma dupla natureza. Uma é a matemática, a que conta instantes como se fossem pontos imóveis contíguos numa linha que vem do passado e aponta para o futuro; a outra é metafísica, pura duração que não admite recortes, o todo que não é pensado, mas vivido no avanço constante do passado a roer o porvir e que a memória, de maneira voluntária ou não, invoca seus graus coexistentes, como vemos em Proust. A primeira é estática, sólida no espaço; a segunda não é fisicamente capturável, fluidez que escapa entre os dedos do pensamento analítico. A ciência moderna triunfou ao fazer da contagem do tempo uma variável independente. Nas palavras de Bergson, “a ciência conta os instantes, marca as simultaneidades, mas segue sem apreciar o que se passa durante os intervalos.”
O cinema comunga esta dualidade do tempo. Nasce da decomposição do movimento em fotogramas por homens de ciência, como Marey e Londe, e da recomposição artificial daquele movimento através da velocidade da sucessão de imagens estáticas numa determinada frequência. O que tornou possível o cinema foi a segurança da equidistância das imagens fotográficas, as quais, graças à regularidade da perfuração da fita onde perfilavam, podiam ser exibidas num fluxo constante. O movimento no cinema é composto por imagens fixas, tal como o tempo na ciência tem seu fluxo contínuo reconstituído a partir da somatória infinitesimal de instantes. No entanto, se por um lado o cinema tem ascendência científica, por outro, como acrescenta Gilles Deleuze, os meios artificiais pelos quais o cinema se concretiza não implicam a artificialidade
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do seu resultado: a “imagem-movimento”, o “corte móvel”, confere ao cinema a possibilidade de uma nova percepção da realidade, ou ainda a criação de uma nova realidade. Como observou Arlindo Machado, “se a percepção do movimento é uma síntese que se dá no espírito e não no mecanismo do olho, o cinema deve ser entendido também como um processo psíquico, um dispositivo projetivo que se completa na máquina interior”.
cinema hollywoodiano como antes dessa experiência rizomática de percepção de relações entre arte, poder, técnica, psicologia e negócios. O cinema pensa, mas pensa com os sentidos do espectador, através de seus olhos e ouvidos. Se o sonho vem pronto do galpão de Méliès ou se o pensamento vem já montado num roteiro sem espaço para o espectador fazer derivações que completam o filme em sua própria mente, o potencial do cinema para pensar junto com o espectador e para engatá-lo na vertigem do tempo onírico vai além do que se costuma chamar de “máquina de pensar” ou de “fábrica de sonhos”. Pensamento e sensações, pura duração e contagem do tempo, sonho e realidade: o cinema, filho da ciência e pai de uma nova concepção de arte, por sua própria natureza, abre múltiplas possibilidades para o ensino interdisciplinar, desde práticas elementares, triviais e fáceis, até as mais refinadas, nas quais um filme nos dá a ver aquilo que, sem ele, jamais vislumbraríamos.
Uma vez que o espectador assistiu ao filme “Die Schöpfer der Einkaufswelten” (Os Criadores dos Mundos dos Shoppings), jamais irá a um shopping center com o mesmo olhar de antes desta experiência cinematográfica: tecnociência, marketing, economia e sociedade são temas que o filme aborda indiretamente na mente do espectador através da filmagem de um fato real, não encenado: engenheiros e arquitetos em reuniões sobre o planejamento e a execução de uma obra de alvenaria. Quem assiste a “Molhalland Drive” (Cidade dos Sonhos), de David Lynch, jamais verá o
Autoridades da Secretaria de Cultura de Limeira estiveram presentes na inauguração do Cine Vagalume, juntamente com a Diretoria da Faculdade, professores, alunos e funcionários
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A CIDADE NAS AULAS
Laboratório de Estudos do Setor Público aproxima gestores municipais de Limeira e alunos de Administração Pública
Projeto do LESP/OPP é pioneiro em Limeira e aproxima gestores municipais e alunos de Administração Pública
No início de abril aproximadamente 20 gestores municipais e de organizações da sociedade civil de Limeira vieram à Faculdade para um encontro com mais de 100 alunos do curso de Administração Pública. O evento, organizado pelo Laboratório de Estudos do Setor Público (LESP) por meio de uma de suas iniciativas, o Observatório de Políticas Públicas (OPP), faz parte da disciplina Laboratório de Políticas Públicas e teve como objetivo promover um estreitamento da relação entre os administradores públicos da cidade e os alunos e professores do curso de Administração Pública da Faculdade, os quais pesquisam sobre e trabalham com políticas públicas no Brasil. O Observatório de Políticas Públicas é fruto do Laboratório de Estudos do Setor Público (LESP FCA/ Unicamp), coordenado pelos professores Oswaldo Gonçalves Junior e Milena Pavan Serafim, do curso de Administração Pública.
Estiveram presentes na Faculdade representantes de todas as secretarias da prefeitura, entre elas educação, saúde, esporte, gestão estratégica, relações internacionais, serviços ambientais e obras, os quais apresentaram aos alunos diversos desafios que a cidade de Limeira enfrenta atualmente nestas áreas. Ao longo do semestre, os alunos se dividirão em grupos e, orientados pelos professores, apresentarão, como trabalho de conclusão da disciplina de Laboratório de Políticas Públicas, projetos teóricopráticos de intervenção e enfrentamento para diversas questões apresentadas. As propostas dos alunos serão compartilhadas com os funcionários da
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A CIDADE NAS AULAS
ela tem que lidar. Trazendo estas questões para dentro da sala de aula, os alunos podem trabalhar com a realidade e, ao mesmo tempo, estabelecer paralelos com os conteúdos teóricos e conceituais abordados tanto nesta disciplina quando em outras. Aplicar conceitos e metodologias de diagnóstico e de planejamento para delimitar ações e estratégias para minimizar os problemas, prever recursos humanos e financeiros, contabilizar riscos, analisar diferentes atores, etc.”
prefeitura e de outras organizações e, conforme o caso, colocadas em prática. Katia Cirelli, assessora executiva da Secretaria de Gestão Estratégica, esteve presente no evento e avalia a iniciativa como fundamental. “Aqui temos a próxima geração de administradores públicos. Precisamos urgentemente profissionalizar a gestão pública no país e, para isso, é essencial que os alunos tomem conhecimento, o mais cedo possível, sobre os problemas que a gestão pública enfrenta, já que são eles mesmos que vão ter que lidar com estas questões no futuro. Esperamos que os alunos consigam desenvolver produtos que possamos utilizar imediatamente”.
LESP E OPP: práticas acadêmicas ligadas à realidade local
O projeto do LESP/OPP, criado em 2014, é pioneiro na cidade. A própria professora Milena conta que, em sua época de graduação em administração pública, não teve este tipo de oportunidade em sala de aula. “É essencial poder experimentar, como aluno, através de uma atividade prática em laboratório, o que é ser um gestor público”, avalia.
Como esclarece a Professora Milena, o objetivo do LESP e do OPP é produzir pesquisas acadêmicas que estabeleçam relações mais estreitas com o município, com o setor público e com os movimentos sociais, e assim gerar resultados que contribuam para a melhoria do conjunto como um todo. “Nosso objetivo é produzir práticas acadêmicas ligadas à realidade local. Este evento é resultado de um esforço para buscar conhecer quais são os problemas reais que a sociedade em geral e a administração pública limeirense vivenciam e quais são as situações sociais com as quais
Para a aluna Thais Aparecida Dibbern, que pretende seguir carreira acadêmica na área de direitos humanos, a aproximação proporcionada pelo Observatório é interessante tanto para a universidade quanto para a administração pública da cidade. “De um lado, os estudantes podem ter um maior contato com a realidade e adquirir mais conhecimentos acerca do ciclo de uma política pública. Por outro lado, o setor público ganha ao receber uma possível solução para um determinado problema. Com esta disciplina, o estudante contribui tanto com a cidade quanto com sua própria formação”.
Projeto Plantadores de Árvores, outra iniciativa que LESP. Neste ano, em parceria com a Prefeitura de Limeira, foram plantadas mais de 220 mudas de espécies nativas da fauna brasileira
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ALUNOS NA CIDADE
Organização estudantil Engenheiros Sem Fronteiras presta consultoria a empresários limeirenses
Roseli de Freitas, proprietária da Agrobel, recebe o Plano de Negócios desenvolvido pela ESF Limeira
Micro e pequenos empresários de Limeira e região interessados em melhorar a gestão de seus negócios podem entrar em contato com a Organização estudantil Engenheiros Sem Fronteiras (ESF Limeira), formada por alunos dos cursos de Engenharia e Administração da Faculdade, pelo email limeira@esf-brasil.org
de mercado, pesquisa dos consumidores, análise do ambiente interno, análise de riscos, construção de cenários e análise do fluxo caixa durante o desenvolvimento do projeto e, ao final, elaboraram um documento que cobria aspectos organizacionais, financeiros, mercadológicos e administrativos da empresa. “Fizemos também um acompanhamento por mais seis meses à Agrobel, ajudando a dona da empresa na interpretação completa do documento e na etapa de tomada de decisões. Foi uma grande satisfação poder colaborar efetivamente para a melhoria da empresa”, conta Fernanda.
Os Engenheiros sem Fronteiras são uma organização internacional que desenvolve projetos de engenharia com finalidades sociais e está presente em vários países do mundo. Conforme explica Fernanda Soares, atual presidente da ESF Limeira, o objetivo da organização é desenvolver, de forma voluntária, projetos que auxiliem na organização de pequenos negócios e promovam o fortalecimento das empresas e instituições sociais da cidade. “Através dos projetos que desenvolvemos, temos a chance de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos durante a graduação, unindo ensino, pesquisa e extensão e, assim, obter experiência profissional e contribuir para o incremento de negócios locais ao mesmo tempo”, explica a aluna.
Confira abaixo o depoimento de Roseli de Freitas, proprietária da Agrobel, sobre o trabalho desenvolvido pelos alunos junto à sua empresa: “Eu estava muito perdida com a organização financeira. Eu sabia que a loja dava lucro, mas não sabia quanto. Também não sabia qual era o produto mais vendido e nem o menos vendido. A ajuda deles foi muito útil pra eu entender melhor algumas necessidades do meu próprio negócio. Os alunos fizeram pesquisas com os clientes e pesquisa de mercado na região onde a loja está instalada, coisa que eu nunca tinha feito. Quando o projeto acabou, ainda disseram que se eu tivesse qualquer dúvida, poderia ligar ou mandar email pra eles. Também participei de várias palestras que eles ofereceram na Faculdade e foi muito bom”.
Uma das micro-empresas limeirenses já beneficiadas pelo trabalho da organização é a agropecuária Agrobel, localizada na Chácara Antonieta. Durante sete meses, os alunos da ESF elaboraram um plano de negócios para auxiliar na inserção da empresa de forma mais competitiva no mercado local. Os engenheiros e administradores da Faculdade realizaram pesquisa
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ALUNOS NA CIDADE
Micro e pequenos empresários de Limeira foram diretamente beneficiados com o projeto Empreendedorismo na Prática (EnaP), desenvolvido pela organização estudantil Engenheiros Sem Fronteiras
Empreendedorismo na prática e gestão da informação
Já o projeto UBS foi realizado com o propósito de melhorar dois setores da Unidade Básica de Saúde do bairro Abílio Pedro, também em Limeira: a farmácia e a recepção. Os alunos desenvolveram um banco de dados para que as funcionárias da farmácia pudessem gerar automaticamente um relatório semanal e mensal da quantidade de remédios recebidos e distribuídos pela instituição. “Antes elas tinham que anotar tudo à mão”, conta Fernanda.
O EnaP (Empreendedorismo na Prática) e o Projeto UBS (Unidade Básica de Saúde) foram outras duas intervenções já realizadas pela organização estudantil, fundada na FCA em 2013. De junho a outubro de 2015, o EnaP ofereceu palestras, workshops e treinamentos sobre marketing, administração financeira e gestão da qualidade para microempresários de Limeira, sendo que os temas foram escolhidos após os membros da organização, em conjunto com professores da Faculdade, identificarem e analisarem alguns problemas comuns entre as empresas da região. O ESF elaborou apostilas que foram entregues às empresas, além de crachás com a identificação individual e certificados de participação. O projeto beneficiou diretamente trinta e sete micro e pequenos empreendedores da cidade.
Os alunos também notaram que muitas pessoas procuravam a recepção somente para pedir algumas informações básicas, gerando aumento nas filas e demora no atendimento. O grupo então reuniu todas as informações mais solicitadas e elaborou um mural em um ponto estratégico da unidade, com características que chamassem a atenção dos usuários, diminuindo a necessidade de entrar na fila somente para obter informações básicas.
Fundação da organização estudantil Engenheiros Sem Fronteiras, em 2013
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ESPAÇO OPINIÃO
Leguminosas secas: boas para a saúde, boas para o meio ambiente
Por Julicristie M. Oliveira e Adriane E. Antunes de Moraes*
pelo acesso econômico facilitado e pela função na agricultura sustentável. Ou seja, as leguminosas secas desempenham papel fundamental em todas as dimensões da Segurança Alimentar e Nutricional.
Texto publicado originalmente na Revista Carta Campinas, em 05 de abril de 2016
As propostas mais objetivas em relação ao tema estão descritas em um plano de ação: “Grãos Nutritivos para um Futuro Sustentável”, no qual o ministro da agricultura da Turquia destaca sua forte presença na culinária de diversos países: homuns e falafel, feitos com grão de bico, no Oriente Médio; dal, que pode ser preparado com lentilhas, na Ásia; ensopados e sopas, feitos com diversos tipos de feijões, na América Latina.
Este ano, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Nutrição (FAO)* escolheu as leguminosas secas como seu tema principal. Paquistão e Turquia foram os países que o sugeriram. São consideradas leguminosas secas as diversas variedades de lentilha, ervilha, feijão grão de bico e fava. Tratam-se, então, de leguminosas que não são frescas e que tem baixo teor de lipídios. Assim, a soja, por exemplo, fica excluída deste grupo.
Para além da inegável relevância cultural, as leguminosas secas também apresentam alto valor nutricional, são ricas em proteínas, carboidratos complexos, vitaminas e minerais. Tem grande importância ecológica pela capacidade de fixação de nitrogênio, o que contribui para a fertilidade do solo,
As justificativas para a escolha do tema englobam seus diferentes benefícios, partindo da saúde, por seu alto valor nutricional, até a biodiversidade, em decorrência da imensa de variedade de sementes, passando
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juntos, “feijão com arroz”, um grão corrige a deficiência do outro, fazendo com que seja fornecida uma quantidade adequada de aminoácidos, semelhante à que seria obtida pelo consumo de fontes proteicas de origem animal.
desempenhando função importante na rotação de culturas e nos sistemas agroflorestais. Parte do tripé culinário do Brasil colonial, o feijão é, até hoje, para muitos brasileiros, “o alimento que não pode faltar”. Presença certa na maioria dos restaurantes e das casas, servido praticamente todos os dias e quase sempre com o arroz. O que para nós é muito habitual e fortemente enraizado, causa uma certa estranheza em pessoas de outros países.
Deve se considerar, porém, que as leguminosas apresentam fatores antinutricionais que impedem seu consumo sem cozimento prévio. Desta forma, esta é uma etapa fundamental para garantir tanto a segurança de seu consumo, como as propriedades de textura e sabor agradáveis. Para os feijões se recomenda remolho antes do cozimento, devendo os grãos ficarem imersos em água por algumas horas. A água do remolho pode ser descarta e, assim, alguns açúcares de difícil digestão serão parcialmente removidos. O cozimento deve ser feito sob pressão e depois de cozido e temperado, se não consumido entre 2-3 dias em condições domésticas, deve ser congelado. Assim, o feijão nosso de cada dia, que representa nossa força de trabalho, pode ser garantido e melhor aproveitado.
Vale destacar que a dupla “feijão com arroz”, base do cardápio dos brasileiros, não apenas constituise em perfeito casamento de cores e sabores, mas também é uma harmônica combinação nutricional, pois um completa o outro. Leguminosas, como lentilha, ervilha, feijão grão de bico e fava, contêm quantidades apreciáveis de lisina, mas são deficientes em metionina, ambos aminoácidos essenciais. Os cereais, como arroz, milho, aveia e cevada, contém quantidades apreciáveis de metionina, mas são deficientes em lisina. Assim, quando consumidos
*Para saber mais, visite o site da FAO: www.fao.org Julicristie M. Oliveira tem doutorado em Nutrição em Saúde Pública, é professora do Curso de Nutrição da FCA/Unicamp e atua na área de Educação e Segurança Alimentar e Nutricional. Adriane E. Antunes de Moraes tem doutorado em Alimentos e Nutrição, é professora do Curso de Nutrição da FCA/Unicamp e atua na área de Ciência, Tecnologia e Segurança dos Alimentos.
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