Revista da Feira do Livro de Maputo

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CMM

Ideias Armando Artur e Jessemusse Cacinda

Dialécticas literárias em tempos de crise: que ideias para o futuro? Poeta e ensaísta moçambicano, publicou: Espelho dos Dias (1986), O Hábito das Manhãs (1990), Estrangeiros de Nós Próprios (1996), Os Dias em Riste (2002) e A Quintessência do Ser (2004) – Prémio Nacional de Literatura José Craveirinha. Texto: Armando Artur

E

u tenho cá para mim que os booms literários acontecem sempre em tempos de crises. Estes ocorrem justamente quando a literatura, pela sua natureza, busca retratar, relacionar, estabelecer rupturas, ou mesmo consertar dialecticamente as fissuras do mundo.

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FEIRA DO LIVRO

E tenho dito, inclusivamente, que, para a literatura, tal como a própria vida nos ensina, todos os tempos são tempos de conturbação, de contrariedades, tempos estonteantes. No entanto, não importa se tais crises são de cariz político, económico ou social, ou simplesmente

se são de índole emocional, existencial, identitário, climático ou epidemiológico, como a doença que a humanidade enfrenta neste momento, desde que esses tempos nos possam emprestar algumas reminiscências de esperança e felicidade, no plano individual ou colectivo.


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