Ideias
“LUGAR BOM E LUGAR NENHUM”
Alguns compassos para uma “sinfonia” literária* “Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa – salvar a humanidade.” José de Almada Negreiros (1921). In A Invenção do Dia Claro. Lisboa: Olisipo . “Antigamente / (antes de Jesus Cristo) / os homens erguiam estádios e templos / e morriam na arena como cães. // Agora… / também já constroem Cadillacs.” José Craveirinha (1974). “Civilização”. In Karingana ua Karingana, Lourenço Marques: Académica.
Texto: Sara Jona
Sara Jona
INTRÓITO Começo o meu texto citando dois poemas que, em meu entender, respondem à grande incógnita que nos reúne em torno do assunto de um dos paineis da Feira do Livro de Maputo, edição 2020. O tema é “Dialécticas literárias em tempos
de crise: que ideias para o futuro?”. São as dúvidas e o medo sobre o tempo vindouro que inspiram o nosso diálogo. São estas questões nunca respondidas, desde que o mundo existe e que não terão uma solução com as intervenções nesse debate. Entretanto, cada um dos
participantes tecerá considerações éticas, com as quais, certamente, acredita que podem ajudar a enfrentar o que nos espera, mas nenhum dos painelistas trará uma fórmula acabada. Isso não tem sido possível, tal como ilustram os poemas e tal como temos vivenciado.
FEIRA DO LIVRO
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