OPINIÃO
Paulo Miranda Soares | Presidente da Fecombustíveis
Novo ciclo Na vida há tempo para tudo: nascer, crescer, viver, ganhar, perder, sonhar, realizar e descansar. Estamos próximos de um fechamento de ciclo na Fecombustíveis. Um novo tempo será iniciado, com uma nova gestão, que certamente trará renovação e novos horizontes para a nossa entidade nacional. Teremos eleições no próximo 16 de maio e a Fecombustíveis terá um novo presidente e uma nova diretoria. Eu, que sempre defendi a renovação constante da liderança sindical, após três mandatos à frente da Federação, deixo espaço para o novo seguir adiante nesta importante missão. Acredito que os interesses da categoria devem estar acima de tudo. Para se ter êxito neste caminho, é preciso coragem, muita luta e trabalho diário para defender os legítimos interesses da revenda. Muitas vezes, o líder deixa a gestão de seu negócio nas mãos de pessoas da sua confiança e abdica da convivência com a família para se dedicar à causa da entidade que preside. É uma doação pessoal, quase um sacerdócio, em prol de uma categoria e visando o bem de todos. O próximo presidente terá muitos desafios pela frente, pois a rotina de trabalho na Fecombustíveis é intensa e exige dedicação total. Nem sempre o nosso trabalho é visível. Porém, o combustível do líder sindical é o reconhecimento. Muitas vezes, somos criticados por quem desconhece os bastidores da luta diária, mas é bom ter ciência que dificilmente conseguiremos agradar a todos. O mais importante não é obter êxito em todas as batalhas, até porque a maior parte do nosso trabalho só aparece anos depois. A união dos sindicatos filiados também é outro ponto fundamental para sermos bem-sucedidos nos pleitos da categoria. O nosso setor é dinâmico e temos que estar constantemente atentos às mudanças que são propostas, seja no Congresso Nacional, na ANP, Ministério de Minas e Energia, Ministério de Trabalho e Emprego, Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) etc. Portanto, temos uma agenda intensa de trabalho, com participação em au16 Combustíveis & Conveniência
diências públicas, reuniões no Congresso Nacional, grupos técnicos de trabalho, entre outros. Nesta fase de mudanças, não poderia deixar de registrar a minha decepção com relação à legislação da monofasia do ICMS, um dos principais pleitos da Fecombustíveis há quase 20 anos! No mês passado, neste mesmo espaço, elogiei a iniciativa do governo, com a aprovação da Lei Complementar 192/2022, pois seria um avanço acabar com a concorrência desleal e combater as fraudes tributárias. Porém, é quase certo que tudo permanecerá igual após o Convênio do Confaz, já que os governadores preferem manter a guerra fiscal. Para piorar a situação, a Lei da Monofasia do ICMS não incluiu o etanol hidratado dentro do novo modelo de alíquota única em reais. Pergunto: não houve tempo hábil para os legisladores avaliarem que, ao deixar o etanol hidratado de fora, ocorreria um aumento da complexidade tributária, com dois tipos de cobranças (ad rem e ad valorem)? Os nossos governantes têm condições de melhorar o ambiente de negócios do setor de combustíveis e, assim, atrair investimentos com a simplificação tributária do ICMS. Porém, insistem em manter os interesses políticos acima de um propósito maior. Mais uma vez, assistimos à grande promessa da monofasia do ICMS que, praticamente, deve morrer na praia. Com tantos assuntos complexos do setor, espero que a nova diretoria entenda o tamanho da responsabilidade que assumirá. Este é um dos setores mais importantes para a economia do nosso país. O nosso trabalho vai muito além de fotos ou postagens nas redes sociais com ministros ou parlamentares do Congresso. Temos responsabilidade com os 41 mil postos de combustíveis brasileiros e o trabalho deve ser completo, com entrega, pois, daqui para frente, a revenda passará a ser a prioridade número um na vida de cada um! Para quem me apoiou nestes últimos tempos, deixo aqui o meu profundo agradecimento! E desejo muito sucesso e boa sorte à nova diretoria!