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Entrevista
from Revista Fecomércio-BA Edição 31
by Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia
Escritórios híbridos e trabalho home office são tendência para o futuro
por Ana Maria Simono
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Presidente da ABRH Bahia aponta desafios e mudanças incorporadas com a transição do trabalho remoto nas empresas
O mundo do trabalho se modificou. Para manter o isolamento e evitar a propagação da COVID-19, no contexto da pandemia, muitas empresas apostaram em modalidades de trabalho remoto.
E se o início das atividades home office exigiu adaptação de trabalhadores e empresas – que precisaram incorporar ferramentas online, flexibilizar estruturas e modelos corporativos –, após quase um ano, as vantagens do formato para empregados e empregadores apontam para uma tendência de mercado. Estudos da FGV (Fundação Getúlio Vargas) estimam que o home office, no Brasil, possa crescer 30% após a pandemia. Mas será que a modalidade veio para ficar?
Presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos - Seccional Bahia (ABRH Bahia), Wladimir Martins alerta para as transformações nas relações laborais e as perspectivas para o futuro.
Sistema Fecomércio-BA - As circunstâncias impostas pela pandemia devem mudar definitivamente as modalidades de trabalho? O home office deve permanecer?
Wladimir Martins - Com a pandemia, muitas empresas precisaram quebrar a resistência que tinham a esse formato e com isso verificaram que é possível reduzir o custo operacional. Acredito que elas adotarão modelos híbridos, parte no presencial e parte home office. Essa é uma tendência que deve ocorrer mesmo após a volta da normalidade.
SF - Além de vantajoso para as empresas, o home office traz benefícios relevantes para os profissionais?
WM - O modelo remoto de trabalho permite um melhor aproveitamento do tempo que era gasto em deslocamentos. Com o home office, as pessoas conseguem fazer atividades que não eram possíveis antes. Trocaram o tempo no trânsito por academia, por exemplo, ou outras atividades que podem ser feitas mesmo em casa. Nesse sentido, traz vantagens. Para isso, entretanto, é necessário fazer uma dosagem adequada do uso do tempo.
SF - Quais são os principais desafios para as empresas na implantação de modelos híbridos?
WM - Com a distância, há uma perda do contato mais pessoal com os colegas de trabalho, então as empresas precisam fazer um esforço maior na gestão das pessoas que não estão no escritório presencialmente, especialmente para que elas não fiquem à parte da cultura e dos processos do dia a dia.
SF - E no caso dos trabalhadores, que cuidados devem adotar para a adaptação a formatos híbridos? WM - Uma das preocupações em relação ao modelo home office, é o afrouxamento dos limites entre o horário de trabalho e o tempo de descanso. Para que essa rotina dê certo, é preciso um esforço tanto das empresas quanto dos profissionais contratados. Primeiro, o empregador precisa ter o cuidado e a flexibilidade de entender que não é por estar em casa que o funcionário estará disponível em qualquer horário. Já o empregado precisa ter disciplina e planejamento do dia para não misturar trabalho com as demandas da casa. É preciso ter em mente que, nas horas dedicadas à empresa, ele está disponível para a empresa. Além disso, é importante o cuidado, por exemplo, nos momentos de reunião, para que não haja intervenções das pessoas da casa ou algo que possa prejudicar o trabalho.
SF - Em termos de legislação, como fica a questão do trabalho remoto?
WM - O teletrabalho entrou na legislação faz pouquíssimo tempo. Com a pandemia, essa demanda aumentou porque requer mudanças que não estão claras na lei. Algumas dessas questões envolvem o tipo de estrutura que a empresa precisa fornecer para o empregado e benefícios como auxílio para contas de energia e internet. Também há uma lacuna para questões de saúde e segurança do trabalho, com o empregado em casa, por exemplo. Já houve alguns avanços na legislação, mas é preciso evoluir mais. SF - Para finalizar, o que podemos esperar do futuro, em relação a essas modalidades de trabalho?
WM - A pandemia foi um verdadeiro laboratório experimental para o modelo de home office. Precisamos agora tirar os melhores resultados para que, no futuro, esse modelo seja algo benéfico não só para o empregador, mas, em igual medida, para o empregado.
Bio
Especialista em gestão organizacional e desenvolvimento humano, Wladimir Martins tem uma trajetória de mais de 20 anos na área de Gestão de Pessoas. Ele é presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Bahia (ABRH-BA) e sócio-diretor da Opus Human.
VACINAÇÃO JÁ!
No momento em que surgem os sinais de uma segunda onda de contágio do coronavírus é indispensável que o governo brasileiro dê início à vacinação o mais rápido possível. Essa é a principal ação no âmbito da saúde pública e, também, a principal medida de política econômica como, aliás, reconheceu o Ministro da Economia, Paulo Guedes.
É verdade que, frente ao aumento de casos de Covid-19 e a possibilidade de a taxa de ocupação das UTIs chegar ao limite, não há outra alternativa senão seguir o que manda a ciência valendo-se de medidas como o uso de máscaras, a higiene das mãos e a adoção do distanciamento social. E a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia vai se unir às autoridades e a todos os baianos no sentido de colocar a vida em primeiro lugar.
É preciso ter em mente, no entanto, que a ampliação do isolamento social deve ser feita com cautela já que com o fim do auxílio emergencial, milhões de pessoas precisarão trabalhar para sobreviver. Por isso, o início da vacinação é fundamental porque, ao priorizar os profissionais de saúde e as populações de alto risco preserva os grupos mais vulneráveis e à medida que se expande, as internações vão se reduzindo, a taxa de ocupação das UTIs fica menos pressionada, o sistema de saúde pode administrar com mais eficiência a pandemia e a população, sem esquecer os cuidados que ainda devem permanecer, podem gradualmente voltar ao trabalho. Na verdade, o ideal seria a manutenção do auxílio emergencial por mais alguns meses, afinal há, neste momento, quase 15 milhões de desempregados no país e, com o agravamento da pandemia, a tendência será de ampliação desse contingente. Fundamental também será a manutenção das medidas de apoio aos pequenos e médios empresários inclusive medidas que facilitem o adiamento do pagamento de impostos. É verdade que as contas públicas requerem cuidados especiais, mas nessa hora cumpre cortar os gastos supérfluos e as extravagâncias de Brasília para socorrer a população e os pequenos empresários.
Não há dilema entre saúde e economia, ambos precisam ser preservados, assim é preciso adotar uma política racional, que coíba as aglomerações, faça intervenções localizadas e exija a observância rigorosa dos protocolos de segurança. Ao mesmo tempo é preciso manter o funcionamento da economia que gera emprego e renda e constrói o futuro de uma nação. Em Salvador, por exemplo, 70% do PIB é gerado no setor serviços, o que mais sofreu no ano passado, e as empresas do setor que chegaram ao limite da sobrevivência, precisam ser tratadas com cautelas pelas autoridades, pois elas não suportarão mais um período de restrições amplas. Na economia baiana a retomada dos negócios é uma realidade, e isso mostra a eficiência de nossa base produtiva, mas ainda estamos longe dos níveis de atividade verificados antes da pandemia. Não podemos interromper essa recuperação, por isso o caminho para o Brasil e para a Bahia é o da vacinação imediata.
Carlos de Souza Andrade
é presidente do Sistema Fecomércio-BA
“Não poderia passar em outra instituição primeiro, a não ser esta”, declara prefeito de Salvador em reunião com diretoria executiva da Fecomércio-BA
Fotos: César Vilas Boas
Visita do prefeito de Salvador à Fecomércio-BA
Diretores executivos da Fecomércio-BA, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, e equipe de Governo, se reuniram em janeiro, no Restaurante Escola Senac, na Casa do Comércio, para apresentar ações do Sistema ao gestor municipal, eleito este ano. Os anfitriões, Carlos de Souza Andrade, presidente da Fecomércio-BA e Kelsor Fernandes, vice-presidente, declararam estar otimistas com esta nova gestão e agradeceram aos convidados logo no início do evento.
O prefeito Bruno Reis, que tem uma relação longa e firme com o Sistema S, declarou estar esperançoso em continuar o trabalho ao lado da instituição, que segundo ele, foi permanente durante o ano de 2020. “Eu, que estou no início do meu mandato, não poderia deixar de começar minha caminhada conversando com outros segmentos, que não esse do comércio, do turismo, da educação e do lazer. Não poderia passar em outra instituição primeiro, a não ser esta”. “Eu lembro que o presidente Carlos, em todas as decisões que foram tomadas, conversamos previamente, e nós tínhamos a compreensão exata do que o setor estava enfrentando e das dificuldades”, complementou o prefeito.
“Tenho certeza de que juntos vamos dar continuidade ao trabalho que foi feito na gestão de [ACM] Neto. Entendemos que estamos passando por um momento difícil, mas temos certeza de que podemos contar ainda mais com nosso novo prefeito. Uma visita como esta, neste dia de Senhor do Bonfim, é um privilégio”, afirmou o presidente da Fecomércio-BA, Carlos de Souza Andrade.
Os diretores do Sesc e Senac Bahia, José Carlos Boulhosa e Marina Almeida, respectivamente, tiveram a oportunidade de apresentar as instituições – que são os braços sociais da Fecomércio-BA – e propostas de projetos planejados em parcerias, além de reafirmar a relação que têm com a Prefeitura de Salvador. Na ocasião, também estiveram presentes: a vice-prefeita e secretária de governo, Ana Paula Matos, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda, Mila Paes, o vereador e diretor da Fecomércio-BA, Alberto Braga, o vereador Daniel Alves, o secretário de Desenvolvimento Urbano, João Xavier e o secretário de Promoção Social e Combate à Pobreza, Kiki Bispo.