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Entrevista
from Revista Fecomércio-BA Edição 30
by Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia
Bahia, um destino seguro
por Bruna Castelo Branco
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Mesmo em tempos de pandemia, o estado continua sendo um dos destinos preferidos dos brasileiros
O verão costumava ser a estação das festas, das praias e dos turistas na Bahia. E aí a pandemia veio e mudou isso – festas de grande porte foram canceladas e as praias da capital ficaram fechadas por um tempo, para evitar a contaminação pelo coronavírus.
Em setembro, Salvador foi a primeira cidade brasileira a ganhar o selo Destino Seguro (Safe Travels), concedido pelo Conselho Mundial de Cidades e Turismo (WTTC). Isso prova que os esforços em seguir protocolos para o combate à Covid-19 trouxeram resultados positivos para a capital baiana.
Porém, como já era de se imaginar nesse período, o fluxo de turistas ainda está abaixo do ideal. A coordenadora da Câmara Empresarial do Turismo (CET), da Fecomércio-BA, Avani Duran, explica que o setor foi um dos mais afetados pela pandemia lá em março, quando tudo começou no Brasil. “O turismo, como foi amplamente noticiado, foi o primeiro a fechar e será o último a abrir. Alguns segmentos estão retomando de forma muito lenta. O turismo envolve várias atividades, o nosso produto é intangível. Se o restaurante está fechado, impossível vender, se a praia está fechada, impossível vender, e por aí vai”, comenta Duran. De acordo com Avani, o selo Destino Seguro tem ajudado muito na divulgação da cidade Brasil afora, mas ainda não se reverteu em vendas efetivas. Para ela, as restrições nos horários dos restaurantes e as praias fechadas, além da retração natural causada pela pandemia, são as principais responsáveis por essa queda.
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“Salvador continua sendo uma das preferências nacionais, mas não está com número de vendas compatível. Ninguém gastaria o dinheiro para pegar um avião ou um ônibus e para vir a uma cidade para ficar dentro do hotel, não poder ir à praia, onde tem restrições, restaurantes fechados... isso impacta. As coisas funcionam bem se seguirem os protocolos de saúde, como em outras cidades do país. As cidades do Litoral Norte ou Ilhéus, Porto Seguro, por exemplo, estão recebendo turistas soteropolitanos que não estão conseguindo ficar em Salvador por causa das restrições. A situação do turismo está melhor
nesses lugares”, diz a coordenadora da CET.
Foto: Divulgação Além de ser uma atividade econômica importante para o estado, o turismo tem outra função, segundo Avani Duran: zelar pela saúde mental das pessoas. “Todos nós somos a favor da vida. Não tem atividade fora da medicina que cuide da vida tão bem quanto um operador turístico. Nós cuidamos da saúde mental e, às vezes, os gestores públicos pensam que apenas a saúde física importa. Mas é o equilíbrio das duas que nos ajuda a sobreviver”.
Turistas locais
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O gerente do Grande Hotel Sesc Itaparica, Luís Gomyde, fala que dá para notar que o turista tem procurado atividades e ambientes seguros, sem aglomerações. “Os turistas estão vindo com uma consciência de que existe uma restrição e respeitam isso. Eles ligam, pedem informações, perguntam se a praia está aberta. E sabem que precisam seguir protocolos, tanto os do estado, quanto os do hotel. A gente limitou o número de mesas no restaurante; uso de máscara é obrigatório nas áreas comuns; todos os funcionários usam EPI; disponibilizamos álcool em gel; os enxovais são secados separadamente; depois que um hóspede faz o check-out, deixamos o quarto 24h parado, para só depois fazer a limpeza. São muitas as adaptações que tivemos que fazer para sobreviver nesse período”, conta.
Gomyde observa que, principalmente nos finais de semana, tem havido uma procura maior de turistas baianos de outras cidades, tanto de Salvador quanto do interior. Para ele, é uma forma que as pessoas estão encontrando de despressurizar do tempo que passaram sem sair de casa, além de uma maneira de evitar praias mais cheias. “Tem uma procura muito grande de pessoas que estavam dentro de casa e não querem aglomeração, não querem ir para uma praia movimentada. E aí aproveitam o hotel, que é mais tranquilo e passa confiança”. A diretora do Senac, Marina Almeida, também percebe essa procura maior do turista baiano no restaurante-escola do Pelourinho. Depois de ver a casa passar quase seis meses fechada, Marina comemora a procura dos clientes na hora do almoço que, por enquanto, é o único horário disponível. “Por incrível que pareça, tem um volume grande de turistas do interior, de outras cidades da Bahia. E é um restaurante muito conhecido, tem uma divulgação boca-a-boca natural, muita gente gosta e recomenda. Estamos seguindo todos os protocolos de distanciamento, reduzimos o número de mesas e as opções do buffet. E, com isso, reduzimos também o preço, já que as opções estão mais restritas por enquanto”, comenta.
Foto: Divulgação Além disso, Marina comenta que há um aumento da circulação na região do Centro Histórico, o que é positivo não só para o turista, mas para o baiano também.
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Já tem um movimento de pessoas ali na área, melhorou um pouco. A gente tem que ter paciência, não pode querer que, depois de um longo período fechado, as coisas voltem a ser como eram antes. É um retorno gradativo, cuidadoso, seguro. As pessoas não estavam preparadas para isso, mas a gente é resiliente. O serhumano surpreende”.
A lenta recuperação do turismo
Oíndice de atividades turísticas na Bahia cresceu 33,7% em setembro deste ano, em relação a agosto, a maior variação positiva do País nesta base comparativa, conforme Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE. O turismo foi o setor que mais sofreu na pandemia por causa do isolamento e das restrições de mobilidade, mas com a reabertura dos destinos e seguindo os protocolos de biossegurança, o setor gradualmente volta a crescer.
Há o que comemorar, afinal a retomada dos voos para a Bahia, embora gradual, vêm acontecendo e a expectativa é de que as companhias aéreas cheguem ao final do ano operando com um número de voos mais próximo da normalidade.
A taxa de crescimento da atividade turística na Bahia foi superior a nacional, que ficou em apenas 11,5% na comparação com agosto, evidenciando que o Estado tem potencial para virar o jogo e voltar a liderar o turismo nacional junto ao estado do Rio de Janeiro.
Mas muito ainda precisa ser feito e o apoio do poder público ao setor neste momento é fundamental. Portanto, o pacote de medidas para estimular o turismo no país, lançado pelo Ministério do Turismo, é muito bem-vindo. Chamado de Retomada do Turismo, o conjunto de ações têm iniciativas organizadas em quatro eixos: preservação de empresas e empregos no setor de turismo; melhoria da estrutura e da qualificação de destinos; implantação dos protocolos de biossegurança; e promoção e incentivo às viagens. É preciso, no entanto, que esse programa não fique apenas no papel. Nesse momento as empresas do turismo enfrentam enorme dificuldade para ter acesso a linhas de crédito, indispensáveis para preservar empregos. Mas há perspectivas. O novo programa do Governo Federal prevê iniciativas compartilhadas entre setores público e privado, terceiro setor e Sistema S, entre elas o incentivo à adoção do selo Turismo Responsável e aos demais protocolos contra a Covid-19 pelos prestadores de serviços turísticos, visitantes e comunidades receptoras, bem como a difusão de informações sobre linhas de crédito pelo Fundo Geral do Turismo (Fungetur). Esperamos que essas medidas possam ajudar o setor a ultrapassar esse período tão difícil, afinal as empresas precisam de apoio já que a pandemia persiste, paira a possibilidade de uma segunda onda e a vacina ainda não tem data efetiva para aplicação. Com isso, eventos fundamentais, como o Carnaval, foram adiados e o turismo de negócios ainda não foi reativado. Assim, o poder público, nas esferas estadual e municipal, necessita dar atenção especial ao turismo baiano.
Carlos de Souza Andrade
é presidente do Sistema Fecomércio-BA
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Centenário do empresário Antônio Pinheiro ganha homenagem da diretoria da Federação
No dia 07 de dezembro, o empresário baiano Antônio da Silva Pinheiro completaria 100 anos. Senhor Pinheiro, como era conhecido, integrou a Diretoria da Fecomércio-BA de 1966 até o ano de seu falecimento, em 2000, período no qual conviveu com os presidentes Deraldo Motta, Nelson Daiha e Carlos Amaral. Destacou-se, sobretudo, no comando da Tesouraria, ocupando o cargo de 1º Diretor Tesoureiro por muitos anos. Também participou ativamente do projeto de construção do edifício Casa do Comércio.
Para marcar a data, o presidente Carlos de Souza Andrade recebeu o seu filho, o presidente da Tribuna da Bahia Walter Pinheiro e sua esposa Gel Pinheiro, entre outros familiares, na sede da Fecomércio. Na ocasião foi entregue uma placa e exibido um vídeo sobre a vida do homenageado, que se notabilizou no setor de armazenagem, especialmente após adquirir o Trapiche Adelaide, na Avenida Contorno, e ali implementar, junto com Carlos Alberto Correa Ribeiro, a primeira loja Unimar Supermercados.
“Austeridade é uma palavra que define bem o saudoso Senhor Pinheiro. Pessoa extremamente cortês com todos da diretoria desta Casa e funcionários que tiveram o prazer de conviver com ele. Como diretor tesoureiro conduziu muito bem todo o processo da obra da Casa do Comércio. Hoje, o fruto do seu trabalho está aqui, materializado no nosso edifício sede, uma referência para Salvador até os dias atuais”, declarou o presidente Carlos de Souza Andrade.
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Fotos: César Vilas Boas
Walter Pinheiro e Carlos de S. Andrade
Natal Solidário promove ações em unidades do Sesc, Senac e Sindicatos no interior da Bahia
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Sesc Porto Seguro
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Sesc Santo Antonio de Jesus O distanciamento social não impediu a campanha Natal Solidário, do Sistema Fecomércio-BA, de mobilizar uma grande rede de apoio no interior da Bahia. Durante todo o período da campanha, os sindicatos filiados e unidades Sesc e Senac do interior mostraram o verdadeiro sentido da frase “Juntos, somos mais fortes”.
As ações aconteceram em Vitória da conquista, Porto Seguro, Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus, Jequié, Paulo Afonso, Alagoinhas, Cruz das Almas, Lençóis, Santo Amaro, Jacobina, Camaçari e Ilha de Itaparica. A maioria dos municípios recebeu ações de drive thru, para arrecadação donativos, entre alimentos não perecíveis e produtos de higiene pessoal e limpeza.
Os alunos da Escola Sesc de Santo Antônio de Jesus, por exemplo, que estavam realizando suas atividades em formato EAD [Educação à Distância], aproveitaram a ocasião para reencontrar seus professores e colegas. Os docentes confeccionaram cartazes com mensagens positivas e os alunos também contribuíram com donativos.
Outras cidades contaram com ações lúdicas, com direito a personagens de Natal, incluindo Papai Noel, que fez o entretenimento do público.