revista oasis: edição n°1

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ócio como um aliado na experiência urbana edição nº

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tempo é dinheiro, e aí turvam-se os limites entre a produtividade e a exaustão; hora de falar sobre ócio, criatividade, descanso e nossas rotinas

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P.90 ZONAS skate, yoga, música e cafés à céu aberto nas ruas de são paulo

ENTREVISTA

a banda O Grilo fala sobre samba, rock e amores de carnaval

collabs ;)

o grilo

É uma das bandas indie principais de rock brasileira, apesar de brincarem com todos os estilos das regiões do Brasil. Poesia, samba, rock e carnaval; amores da vida toda, os de uma noite só e todas as decepções que vez ou outra vêm junto disso tudo: é sobre isso que O Grilo faz música.

nataly neri

Bacharelada e licenciada em Ciências Sociais, Nátaly Neri é criadora de conteúdo nas redes sociais desde 2015, com mais de 1 milhão de seguidores em suas redes sociais desenvolvendo temas como veganismo, sustentabilidade, slow living, moda consciente e relações raciais, sociais e de gênero.

louie ponto

Natural de Florianópolis, Louie Ponto, comanda o seu canal do YouTube que leva o seu nome, com mais de 600 mil inscritos. Ela é formada em Letras Português pela Universidade Federal de Santa Catarina (ufsc). Ademais, é vegetariana, amante de café, chás e de gatos.

collabs ;)

emicida

Leandro Roque de Oliveira, mais conhecido pelo nome artístico

Emicida, é um rapper, cantor, compositor e apresentador brasileiro. É considerado uma das maiores revelações do hip hop do Brasil da década de 2000. O nome “Emicida” é uma fusão das palavras “MC” e “homicida”.

felipe morozini

Amplamente reconhecido por seus trabalhos como fotógrafo e artista plástico, Felipe Morozini é um bacharel em direito que, alguns há anos atrás, trocou a toga pela máquina fotográfica

Além dos trabalhos artísticos, também faz fotografias para revistas e catálogos de moda.

rita von hunty

Guilherme Terreri Lima Pereira, mais conhecido pelo nome artístico Rita von Hunty, é um professor, ator, YouTuber, comediante, palestrante e drag queen brasileiro. Em dezembro de 2021, somando todas as suas redes, Rita chega a quase 2 milhões de seguidores atualmente.

oi, tudo bem? ;)

Que bom que o destino fez com que nossos caminhos se encontrassem! Temos muito pra contar, como andam as coisas por aí? Semáforos, correrias do dia a dia, cansaço, trabalhos sem fim… voltamos ao piloto automático. Deixamos de desfrutar das maiores maravilhas do nosso cotidiano. Você repara no seu redor? Por onde pisa, por quem esbarra… O que você não vê? Pertencimento. Consciência. Empatia. Essência. Ambiente. Coletivo. Talvez seja o grande motivo pelo qual chegamos em suas mãos. Nesta edição, falaremos sobre a importância do ócio, sobre como conduzimos nossas vidas em meio às agitações da cidade e como podemos desacelerar, conciliando nossas obrigações, de maneira saudável, com o descanso, e o lazer. Bem-estar, cultura e atenção são as palavras-chave que irão te guiar a encontrar o seu oásis, seja em um rolê de bicicleta pelos encantos da Vila Madalena ou nos centros culturais cheios de vida. E para falar com propriedade, não poderíamos deixar de fora as experiências e vivências de quem nos acompanha, e que, cá entre nós, são experts em encontrar lugares incríveis pelas ruas da capital. Então, convidamos você a escapar de toda essa correria urbana e a recarregar as energias do seu jeito. Aproveite a viagem, nos vemos por aí ;)

projeto integrado 3° semestre projeto iii

Marise de Chirico

produção gráfica

Mara Martha Roberto

marketing estratégico

Leonardo Aureliano

cor, percepção e tendências

Paula Csillag

ergonomia

Auresnede Pires Stephan

Matheus Passaro

finanças aplicadas

Alexandre Ripamonti

projeto editorial e gráfico

Fernanda Kuntz

Gabriela Pires

Giovanna Lemos

Glória Machado

Maria Carolina Zanchetta

ESPM | Escola superior de Propaganda e Marketing

Graduação em Design Turma DSG3A 2022.2

16 50 68 detox 24 saúde mental 28 tomando um ar 34 salvos 38 seu guia entrevista com gil minhocão democratização da cultura 40 ócio criativo
86 90 100 54 zonas 58 entrevista com morozini 66 se liga! 74 consciente 80 música e festivais resenha! 102 bereal 104 esquinas astrais 112 coluna playlist entrevista com o grilo pelos olhos teus 128 brazuca

GILBERTO

GIL

Um dos músicos mais virtuosos da geração surgida nos anos 1960, Gilberto Gil deu impulso ao movimento tropicalista com seu desejo de integrar a música popular brasileira aos acontecimentos estéticos internacionais. Sua trajetória de seis décadas contempla a música, a política, a militância negra e também ambientalista. O tropicalismo, a prisão, o exílio em Londres, a aproximação com o rock inglês e toda a integração estilística da bossa nova com o baião foram estágios de seus anos de vanguarda. Gilberto Gil deu impulso ao movimento tropicalista com seu desejo de integrar a música. Ao longo da vida, da infância para a adolescência, depois para a vida adulta e agora para a velhice, vai ficando cada vez melhor viver. Pela acumulação das experiências, as fases vividas, a gente deixa de ser cabeca dura e aprende a conviver em harmonia com o que temos, a nos contentar e agradecer por tudo que nos rodeia.

entrevista 16

Um dos músicos mais virtuosos da geração dos anos 60, Gil deu impulso ao tropicalismo com desejo de integrar a música popular brasileira à estética internacional

entrevista Folha | ensaio Caetano Moraes

Depois de grandes choques tropicalistas, ele não deixaria de renovar suas experiências estéticas e pessoais, ilustradas pela tendência ao orientalismo e à africanização nos anos 1970, pela trilogia Re (“Refazenda”, “Refavela” e “Realce”), pelo mergulho no pop oitentista, pela apologia da internet e das novas tecnologias, pelo tributo ao baião e ao reggae, pelo Ministério da Cultura.

O tropicalista anda dominado pelo sentimento de bondade radical: “Com o passar do tempo, foi ficando cada vez melhor viver”, reconhece Gil, perto de começar mais um ensaio com a família. A nova turnê familiar “Nós, a Gente” percorre alguns países da Europa: Marrocos, Itália, Eslovênia, França, Inglaterra, Espanha, Bélgica e Suíça. Nesta entrevista, Gil conversa sobre a velhice, sua formação musical, os retrocessos políticos do Brasil, a tropicália, a relação com o pai, sua consciência racial e suas reflexões existenciais.

Você completou 80 anos em junho e celebrou a data em uma turnê familiar. Temos a linda impressão de que você sente que é muito bom viver. Confere, Gil?

Ao longo da vida, da infância para a adolescência, depois para a vida adulta e agora para a velhice, vai ficando cada vez melhor viver. Pela acumulação das experiências, as fases vividas, a gente deixa de ser cabeca dura e aprende a conviver em harmonia com o que temos, a nos contentar e agradecer por tudo que nos rodeia. Fica como condição central. Só é isso que a gente tem. É a vida. Todas as nossas intervenções são no sentido de melhorá-la. Nós não conseguimos sair desse ovo áurico da condição existente. Com o passar do tempo, foi ficando melhor viver. Porque também a gente não tem a experiência de não viver. A alternância entre viver e não viver não existe. Só cabe enriquecer esse viver. Não há alternativa. Vai ficando cada vez melhor viver. Pela acumulação das experiências, as fases vividas, a gente deixa de ser cabeca dura e aprende a conviver em harmonia com o que temos, a nos contentar e agradecer por tudo que nos rodeia. Tem toda uma diafanização da vida, que é característica do terceiro momento da existência. É uma fase da vida muito nobre de ser vivida, com amor e sabedoria.

entrevista 17

Você é uma vertente do violão brasileiro e se tornou um mestre tanto quanto seu mestre maior, João Gilberto… Sonhei com ele nesta noite. Ele em um apartamento que era meu ou de algum amigo, promovendo uma sessão de gravação, onde ele tinha uma convidada. Ele experimentava um estilo completamente diferente do que foi a bossa nova e todas as experiências que ele fez com o violão. Sonhei com ele nesta noite. Um violão completamente diferente, inusitado, harmônico, surpreendente...

E como você definiria o seu próprio estilo no violão, e de suas músicas, Gil?

É eclético. Começou com a bossa nova. O primeiro desafio que eu enfrentei foi a decifração do samba feita por João. Foi uma dificuldade que só se resolveu quando intuí que aquele violão de João era baseado no baião. No samba também, mas especialmente no baião. Talvez tivesse também minha própria presença na elucidação dessa questão. Eu já era muito impregnado pelo baião, e facilitou o fato de eu descobrir que João também era. A junção do estilo do baião ficou muito explícito na introdução do “Expresso 2222” (1972). Ficou como uma marca dessa minha capacidade de compreender o baião no violão. Depois veio a incorporação de outros estilos. O afrocubano, muito importante, com a rumba e todos os gêneros derivados daquele mundo ali de Cuba, Porto Rico, América Central. Em seguida, vieram as influências americanas, que começaram com as orquestras de Duke Ellington, Count Basie e Glenn Miller. Depois, vieram as influências do jazz. Eu já extrapolava a coisa das orquestras, porque tinham as personalidades insinuantes, como Miles Davis. Os cantores, os intérpretes americanos me influenciaram com a capacidade de percorrer.

A tropicália acabou sendo um filtro? Como que isso afetou algumas de suas músicas, composições, e toda a sua trajetória na música?

Acredito que seja um filtro de tudo isso com a última corrente do rock and roll revisto pela Europa, pela Inglaterra. Por exemplo, os Beatles, Stones, Traffic, aquele mundo todo do rock internacional. Finalmente, uma visita obrigatória que eu fui fazer ao folk baiano, pernambucano, nordestino, com os característicos sambas de roda, as modas nordestinas. Deram nesse estilo. É um percurso longo e variado, uma mescla de tudo que somos e de onde viemos, vindo da fonte da pluraidade brasileira. Cores, cenários, letras, estilos, ritmos, instrumentos. Os diferentes “Brasis” dentro do nosso país.

Agora, com um presidente de extrema direita e o agravamento das desigualdades, da fome e da violência, como fica a fé tropicalista no Brasil?

A mesma. Não mudou nada. O que a gente tem sido levado a observar é um desenvolvimento natural do Brasil no mundo, um diálogo permanente entre com suas origens, seus destinos insinuados, dessa reunião de aspectos civilizatórios vindos da Europa, da África, da Ásia, de todos os lugares. O Brasil talvez seja, das nações grandes, a mais exuberante nesse sentido, pensando na riqueza da cultura.

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Canções tropicalistas como as sua e de Tom Zé, manifestaram a crítica social de uma forma bem inovadora na música popular, não se afastaram de uma visão utópica das possibilidades do país. Isso é irremovível, entende?Não há como desfazer. Como é cada vez mais integrado na questão mundial, ele é afetado também por esses processos transformadores em outros lugares do mundo. O destino do mundo é o destino do Brasil, o destino do Brasil é o destino do mundo. O Brasil continua.A Bahia está viva ainda lá, como diria Caymmi.

Gil, você foi o ministro da Cultura entre 2003 e 2008 e, recentemente, renovou o seu apoio ao candidato Lula. Como foi essa conversa? Você reconheceu mudanças no seu olhar sobre o país?

Sem dúvida, ele se manifesta, hoje, politicamente mais aberto. Ele pertence a um partido de esquerda operária até a feição do Labour inglês e de outros partidos operários, como os da Itália, da França, mas com muita influência da América Latina, dos grupos políticos que se juntaram em partidos. Ele é egresso dessa fonte. Não sei em que medida ele teria condições de se “transformar”, para usar entre aspas essa palavra, em um agente mais contemporâneo.

Sem dúvida, ele se manifesta, hoje, politicamente mais aberto. Ou pelo menos pacificador do país?Isso sim. Isso é um dado político evidente nele, que poderia ser considerado como uma novidade. Porque ele está se defrontando com a realidade do Brasil. A realidade do mundo é a realidade do Brasil. Ele sabe que tem uma extrema direita ou uma direita irascível, que surgiu no mundo e no Brasil, com uma representação cada vez mais forte.Ele sabe que a identidade brasileira e a identidade progressista da sociedade mundial não se coadunam com esse tipo de visão. Ele sabe que o mundo quer um andamento natural de movimentos de centro-esquerda. Ele sabe que o PT precisa representar cada vez mais isso. A realidade do mundo é a realidade do Brasil.

Recuso + Aceito = Receito, texto de 1969, de recusa ao prêmio Golfinho de Ouro por “Aquele Abraço”, você manifestou, pela primeira vez, de forma aberta, inquietação com o racismo e com a definição de lugares subalternos para o negro no Brasil. Esse é um momento importante do estalo de sua consciência racial?

É o tropicalismo, o final do tropicalismo, o exílio e o convívio com um grupo especial de brasileiros devotados às vanguardas que me dão consciência mais profunda de problemas brasileiros, entre os quais a questão negra, do racismo, da insuficiência do abolicionismo para dar conta desses problemas.

A necessidade de uma continuação do abolucionismo contemporâneo. Tanto é que só na volta do exílio que eu vou conhecer o candomblé. E tem a viagem pra África. Deram nesse estilo. É um percurso longo e variado, uma mescla de tudo que somos e de onde viemos, vindo da fonte da pluraidade brasileira. Cores, cenários, letras, estilos, ritmos, instrumentos.

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Expresso 2222 completa 50 anos. Nesse álbum, você desenvolve mais plenamente seu intuito de integrar a cultura popular brasileira ao pop internacional que em seus álbuns tropicalistas de 1968 e 1969?

Eu tenho dito reiteradamente que a fase londrina, a experiência de Londres, do exílio, da pós-prisão, representaram uma plenitude do tropicalismo que não foi possível obter enquanto o tropicalismo esteve aqui vigente como movimento. Pelo menos no meu caso, acho que também no caso de Caetano, de Tom Zé e da Rita Lee e tantos outros, foi o pós-tropicalismo que deu margem à plenitude, à realização mais plena de exercícios mais abertos de linguagem musical e poética.

O tropicalismo foi um escândalo que abriu esses caminhos?

É. Falei muito sobre isso num evento que aconteceu no começo do ano, é aquela coisa da minha palestra lá na Academia Brasileira de Letras sobre a tropicália, em 14 de abril deste ano, sobre toda a questão da questão do meu canto e das minhas cordas vocais... Pelo menos no meu caso, foi o pós-tropicalismo que deu margem à plenitude.do exílio, da pós-prisão, representaram uma plenitude do tropicalismo que não foi possível obter enquanto o tropicalismo esteve aqui vigente como movimento. Pelo menos no meu caso, acho que também no caso de Caetano, à realização mais plena de exercícios mais abertos de linguagem musical e poética.Pelo menos no meu caso, acho que também no caso de Caetano, à realização mais plena de exercícios mais abertos de linguagem musical e poética. Falei muito sobre isso num evento que aconteceu no começo do ano. Falei muito sobre isso num evento. Foi o pós-tropicalismo que deu margem à plenitude disso tudo. à realização mais plena musical e poética.

“Todas as Letras” seu livro que organizado por Carlos Rennó, demonstra o quanto as distopias e utopias tecnológicas estão presentes em sua obra, de “Lunik 9” e “Cérebro Eletrônico” a “Parabolicamará” e “Pela Internet”. Como avalia a transformação do debate público pelo mundo digital?

Os hippies estavam certos na desconfiança com as sociedades tecnológicas?

Em alguma certa medida, sim. Porque eram grupos utópicos radicais. Acho que eles queriam a transformação definitiva do mundo. Eles queriam a paz e o amor. Eles queriam a abolição definitiva do mal. Mas o mal está aí. Não há um éden possível. Não é isso que a sociedade humana pode construir na Terra. O que ela pode construir nessa Terra é o projeto da compreensão permanente desse jogo entre o bem e o mal, entre as forças positivas e negativas do diálogo. Com presença permanente de todas essas vozes, mas com a prevalência desse deslocamento para o horizonte de mais beleza, bondade e justiça. Eles tinham o éden na cabeça, no coração. Eles queriam paz e amor. Eles queriam a abolição definitiva do mal. Não há um éden possível. Não é isso que a sociedade humana pode construir na Terra. O que ela pode construir na Terra é o projeto da compreensão. Eles queriam paz e amor. A abolição definitiva do mal.

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Em sua figura pop, você ressaltou aspectos de feminilidadeque, certamente, todo homem traz em si. Caetano e Ney Matogrosso também fizeram isso. O visual e as palavras dos influenciaram muitos homens e mulheres na aceitação das liberdades e das diversidades sexuais. Um questionamento dessas fronteiras da sexualidade entrou de forma consciente, deliberada, em seu projeto artístico?

Acho que depois de um certo tempo, acredito que sim. Na fase tropicalista e no imediato póstropicalismo, certamente sim. Porque já muito influenciado pela adoção de uma noção de androginia. Toda a coisa hippie, toda a contemporaneidade da juventude mundial. A ideia do andrógino foi fundamental. O andrógino é o feminino e o masculino ao mesmo tempo. Não há separação possível. Não há dois polos, há uma grande força. Eles queriam paz e amor. Eles queriam a abolição definitiva do mal. Mas o mal está aí. Não há um éden possível. Não é isso que a sociedade humana pode construir na Terra. O que ela pode construir na Terra é o projeto da compreensão permanente do jogo entre o bem e o mal, das forças positivas e negativas do diálogo. Com a presença permanente de todas essas vozes, mas com a prevalência desse, sabe?

No tropicalismo, Caetano se pronunciou mais que você sobre as manifestações tropicalistas em outras artes, como cinema, teatro e literatura. Há uma certa lacuna em suas entrevistas. Na conferência que você falasobre a tropicália e a antropofagia, na ABL, você falou um pouco sobre tudo isso. Gostaria de saber como você recebeu em sua formulação pioneira do tropicalismo o filme “Terra em Transe”, de Glauber Rocha, a encenação de “O Rei da Vela”, no Teatro Oficina, e se leu o livro “PanAmérica”, de José Agrippino de Paula.

Sim, tudo isso mesmo. Mas tudo através do filtro do Caetano. Caetano era Caetano, entende? Caetano era intelectualmente e existencialmente aderente a todo esse campo de experimentalismo no teatro, no cinema , às novas correntes, ao neorrealismo italiano, ou à nouvelle vague francesa, ao cinema novo brasileiro. Eu era distante de tudo isso. Cinema para mim era diversão pura, era ir para o Guarany, para o Liceu (salas de Salvador), para os cinemas ver o maior número possível de filmes possível. Eu adorava os filmes de caubói, de guerra. Eu não tinha ainda, antes de conhecer o Caetano, o interesse em tudo isso que o cinema era. Nem pelo teatro, nem mesmo pela literatura, nem pela poesia, gostava de som, de ritmos diferentes e de música, de fazer música, muita música. Gostar de João Cabral, de Bandeira, gostar dessa poesia mais nova, mais aberta, dessa poesia e literatura brasileira foi uma coisa que começou a ser muito marcante e minha vida muito por eu ter conhecido Caetano e ter admirado nele, a maneira como já vivia essa nova intelectualidade, como conhecia e tinha tanto gosto pelos diferentes meios que a arte e a cultura se concretizavam, gostava de som.

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Como pensa hoje na figura de seu pai, José Gil? Aos 80 anos, você se tornou também um patriarca, com filhos, netos e bisnetos. A memória de seu pai teve peso em sua decisão de entrar para a Academia Brasileira de Letras? De que maneira isso acabou interferindo nas suas escolhas e decisões?

Acho que sim. Ele representando um homem profissional liberal, de formação liberal, muito cioso da questão da institucionalidade. Uma academia de letras e cultura é uma coisa que sempre esteve no horizonte de uma pessoa como ele. Ele se esforçou muito no sentido de que eu me tornasse um profissional liberal com formação acadêmica. Acabei me transformando em um profissional liberal em uma profissão moderna, pós-moderna. Ele sonhava que eu fosse um médico, advogado, engenheiro. Então, na fase da velhice, tem um espaço para a satisfação, na medida do possível, dos sonhos de realização dele para o filho. É um pouco isso.

Além de ter também a aprovação de pessoas próximas, de gente da família, de colegas que são acadêmicos e da minha geração, dos sonhos de realização dele para o filho.

Chico Buarque e Caetano Velozo acabaram de lançardois sambas em resposta à situação no país. Quando é que vem o seu samba, Gil?

Acredito que o meu samba já esteja no próprio hibridismo que eu expliquei no começo da nossa conversa. A fase última das adesões ao folk. Eu tenho muito de samba no meu modo de abordar outros gêneros ou gêneros mistos, na música, na minha mú. O samba puro eu não sei até que ponto, a base principal do meu é baiana. Quem sabe daqui um tempo, adoraria fazer um samba.Eu tenho muito de samba no meu modo de abordar.

Quando você se recuperava de uma fase de internações hospitalares, você tocava muito a música “Cores Vivas”, sozinho, em seu apartamento na Bahia. Esse questionamento sobre o destino, vida e a morte continua a te inquietar agora, em uma fase de boa saúde? Na fase da velhice, muitas coisas são vistas extrapolando suas particularidades. O amálgama existencial alcança a questão intelectual, dos sentimentos, dos valores e da moral. Tem toda uma diafanização da vida, momento da existência. É uma fase da vida muito nobre de ser vivida, com amor e sabedoria. Só cabe enriquecer esse viver, aprender e evoluir. Vai ficando cada vez melhor. Axé!

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FOTOS: ACERVO DO ARTISTA

detox digital

A pandemia do novo coronavírus levou muita gente para dentro de casa, diante das recomendações de distanciamento social feitas por autoridades médicas e governos. Isoladas, as pessoas têm recorrido às redes sociais para estudar, trabalhar e se relacionar com familiares e amigos próximos. Aplicativos como Facebook, Instagram e o programa de videoconferência Zoom têm sido mais acessados desde que a pandemia passou a se agravar, em março. Além de socializar, as pessoas estão usando mais as redes para comentar a crise, compartilhar suas experiências durante a pandemia e buscar informações.

A quarentena mudou o papel das redes sociais na vida das pessoas, de vilãs das boas interações, agora as redes têm ajudado quem está isolado a retomar o senso de comunidade, na opinião de Pedro Burgos, professor no Insper e autor do livro “Conecte-se ao que importa: Um manual para a vida digital saudável”.

vício online

O comportamento compulsivo, seja ele relacionado a comida, sexo, esportes, autodisciplina ou até piadas ruins, faz com que a pessoa perca o controle sobre o quanto algo ocupa de energia e tempo na sua vida, de tal forma que essa atividade atrapalha outras esferas sociais, como a do trabalho e das relações pessoais e familiares, chegando até a ser prejudicial à saúde.

Apesar de toda a atenção recente dada ao problema, a presença excessiva de dispositivos conectados já é entendida como algo prejudicial faz tempo. Por exemplo, o dicionário Oxford já catalogava o termo “digital detox” e “desintoxicação digital” dando a ele a seguinte definição:

“Um período de tempo durante o qual uma pessoa se abstém de usar dispositivos eletrônicos, como smartphones ou computadores, considerando ele uma oportunidade para reduzir o estresse ou em interações sociais no mundo físico”.

detox 24 oasis

detox digital

A ideia é fazer com que a pessoa que se sinta dependente, ou tenha sido diagnosticada por um profissional como dependente, passe um tempo lidando com a sua abstinência. Assim surgiram no mercado agências de turismo, hotéis, retiros e spas dedicados à oferta de programas de desintoxicação para jovens e adultos, muitos deles cheios de atividades que vão de rodas de conversa, caminhadas silenciosas, sessões de ioga e meditação a aulas de surf. O tempo mínimo para abandonar o vício vai de caso a caso, dependendo da gravidade da dependência. Há programas que oferecem desconexão completa durante um fim de semana, 10 dias ou até seis meses. Para a Dra. Sylvia van Enck, do Instituto de Psiquiatria da USP, retiros de detox digital “também tem a sua validade”.

“Ninguém muda nada na sua vida sem ter consciência do problema. Se os retiros promovem atividades de convívio longe de tecnologia e conexão, eles podem ajudar a pessoa a perceber o que ela está deixando de viver na vida por ter adotado o mundo virtual como prioridade.” Na dúvida sobre a gravidade da situação de dependência digital, é recomendado buscar ajuda e tratamento profissional com psicólogos e psiquiatras, os profissionais da área vão te auxiliar com mais prioridade na hora.

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ninguém muda nada na sua vida sem ter consciência do grande problema
– Rafael Lima
FOTO: ROBERTABRANDÃO

desintoxicação

Para quem não enfrenta um quadro tão descontrolado em relação a tecnologia e internet, há medidas mais simples e potencialmente eficientes que podem ser auto administradas.

O jornalista Pedro Burgos, ex-editor do site de tecnologia Gizmodo, passou pela experiência de um “detox” e relatou tudo em um livro, publicado em 2014, chamado “Conecte-se ao que importa: Um manual para uma vida digital saudável”.

O corpo alcança o que a mente acredita, passados já quatro anos da sua desintoxicação, Burgos confessa ainda sofrer “recaídas”, mas diz ser menos obcecado “pelas telas” e muito mais consciente sobre quando está usando o seu tempo na internet “com inutilidades ou alimentando um vício eletrônico. “Hoje em dia eu não tenho mais um videogame, e desinstalo coisas no celular ou desligar notificações tão logo note que elas estão mexendo com os botões.

o corpo alcança o que a mente acredita

autoconsciência

A autoconsciência envolve estar ciente de diferentes aspectos do eu, incluindo traços, comportamentos e sentimentos. Essencialmente, é um estado psicológico no qual a pessoa se torna o foco da atenção. Sobre as melhores técnicas para se livrar de um comportamento compulsivo em relação a tecnologia ou internet, pouca evidência sobre “o remédio correto”, mas entende que a autoconsciência é, sem dúvida, o primeiro estágio para a retomada de controle.

O amor-próprio é saber exatamente qual a infinidade do nosso universo, de todo nosso potencial e ter certeza de todas nossas escolhas, sempre as priorizando dentre tantas outras coisas. Não diminua o universo que existe em você porque alguém não soube admirá-lo. Você ainda não chegou nem perto de tudo que pode ser. Seu universo está em constante expansão! Seja gentil com as versões anteriores de você, elas não sabiam o que você sabe hoje!

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tirar um dia para cuidar de você também é FOTO: ROBERTABRANDÃO

tra ba lho

autoconhecimento e saúde mental

discussões sobre vida profissional e autoconhecimento são cada vez mais frequentes no mundo corporativo. Especialistas comentam a relação entre um e outro

DIVULGAÇÃO

Odiscurso do autoconhecimento e da saúde mental vem, pouco a pouco, inundando as redes sociais, as conversas de bar, as salas de terapia – e até as empresas. Desde que o burnout foi considerado pela oms como um problema de saúde ligado ao trabalho, a demanda por programas de bem-estar no mundo corporativo deu um salto. E o autoconhecimento parece ser uma ferramentas para cultivar bons relacionamentos e manter a harmonia nesses espaços.

Ainda que tenha feito diversas aparições importantes na mídia e pareça, muitas vezes bem disseminado, o debate da saúde mental ,no trabalho é, muitas vezes, superficial. “Até ontem, falávamos sobre equilíbrio entre vida profissional e pessoal, como se fosse possível lidar com essas duas esferas de formas distintas, como se fôssemos máquinas”, explica a professora e psicóloga Mariana Holanda, ao lembrar também da série “Ruptura” (2022), justamente com esta temática. “O debate é mais profundo. A fórmula não é simplesmente aumentar o salário, promover happy hour, dar produtos com desconto e não falar de saúde mental e autoconhecimento.”

Uma especialista, a americana Tasha Eurich, também autora do livro “Insight” (Currency, 2018), investigou de que maneira a consciência sobre si mesmo e sobre como outras pessoas te enxergam é um recurso fundamental para tomar certas decisões e também ter uma alta performance. Um dificilmente vai coincidir com o outro, essa discrepância que leva ao processo.

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trabalho constrói o conhecimento, é entender o que quer e quais seus limites. é como se partíssemos dos desafios de um certo ofício

um não vive sem o outro

“O trabalho, é o que constrói o autoconhecimento. É partir dos desafios de um ofício e conforme eu respondo para eles que me conheço e assim me produzo”, explica a professora titular da Faculdade de Medicina da usp e especialista em saúde mental e trabalho, Selma Lancman. Ela entende que as duas são de certa forma indissociáveis, e não dá para pensar em um sem o outro.

“É uma questão de constituição psíquica e também identitária. ”

De acordo com a Lancman, “se tenho um trabalho que me permite pensar, também vou refletir sobre meu limite comigo mesma”. Mas, se no caso, o ofício em questão “tira essa capacidade de mim porque entende que tempo é sinônimo de trabalho, que sou paga para fazer e não pensar, não tem autoconhecimento que sobreviva”. Pessoas e o trabalho que, na sua opinião, caminham juntos e não devem ser pensados em caixas separadas do restante.

Para a especialista Mariana Holanda, que também é trabalha com saúde mental organizacional, se conhecer é a chave para a própria independência.

uma relação entre a leitura e a qualidade de saúde mental é ação da atividade na redução do estresse

“É entender o que você quer, como, quais seus limites. Tem a ver com potência”. E como Lancman, ela enxerga autoconhecimento e trabalho como indissociáveis. “Os ambientes corporativos são recortes da sociedade. Muitas vezes, o que você vive do lado de fora, vive do lado de dentro também. ”

individualismo e cooperação

Em qualquer profissão, há o trabalho prescrito, o que idealmente cada funcionário deve fazer, suas tarefas e funções, e o real, que é o que de fato acontece durante esses afazeres. Um dificilmente vai coincidir com o outro, justamente essa discrepância que leva ao processo de autoconhecimento, como explica Selma Lancman. “É aqui que começa o problema: as empresas não fornecem ferramentas para administrar o trabalho real,

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FOTO: SABRINA LORIS

A avaliação, ainda por cima, é baseada em números, metas e produtividade. “Mas isso é comparativo. Se um funcionário vendeu 10 produtos e outro 15, a empresa deve se perguntar sobre a diferença de recursos e condições de cada trabalhador.” Segundo Lancman, acredita-se que a competitividade é o que mantém as pessoas menos acomodadas, mais interativas e empenhadas. “Há essa teoria do estresse positivo, ou seja, gero o estresse porque ele induz a produzir mais. Mas se passar de um valor hipotético, começa a fazer mal. ” E questiona: “Mas que valor é esse? É um tanto comum para todos? Assim, tratamos como se todos realizassem as tarefas no mesmo período de tempo e também do mesmo jeito”.

A especialista diz que o mais importante, no ambiente corporativo, é que as empresas abram espaços de reflexão – “que é coletivo, e não individual”. Dessa forma, diferentes perfis de trabalhadores podem conversar, trocar experiências e aprender estratégias, o que, invariavelmente, é uma porta de entrada para o autoconhecimento.

“Esses espaços não devem ser considerados perda de tempo de produção e realização de tarefas do dia a dia que nos encomodamnão colocam essa diferença entre o real e o prescrito como parte da organização do trabalho como um todo. Além de me informar, trabalhar, entregar resultados, ter vida pessoal, tenho que me conhecer.”

o ambiente corporativo não deve ser apenas um espaço tenso de trabalho, e sim um local de aprendizado FOTO: LUIZA FLORES

o buraco é mais embaixo “Óbvio que se conhecer, faz com que você entenda seus limites e evite chegar em uma crise como o burnout”, afirma a psicóloga Mariana Holanda. “Mas não dá para colocar essa responsabilidade só no indivíduo.” Até porque a legislação prevê como função do empregador evitar o adoecimento dos funcionários.  A especialista explica que saúde mental é um conceito amplo, com diferentes variáveis, como a estrutura familiar, formação escolar, histórico de relacionamentos. E que é difícil “imaginar ambientes de trabalho mais cooperativos, sendo que temos um sistema educacional tão competitivo e individualista”. Para ela, a questão é mais estrutural, e o assunto da saúde mental também é político.

“Ainda temos atitudes, recursos, símbolos dentros das organizações que remetem ao fordismo, ao taylorismo, e olha quantos anos se passaram”, relembra. “É uma barreira profunda, e como todo bom início, muita gente ainda investe nisso como propaganda.” Segundo ela, para que uma mudança aconteça, vai ser necessário que as lideranças se aprofundem em si mesmas, “ou vamos continuar enxugando gelo”.

Selma Lancman segue a mesma linha: “Se a empresa coloca essa questão [da sáude mental] nas costas do funcionário, pouco importa as condições de trabalho, as formas de avaliação, a pressão. O problema vira o quanto o indivíduo se conhece e se equilibra, embora a empresa leve ele ao desequilíbrio”. Ela diz que a mudança é conjunta: empresas que agem e trazem soluções e trabalhadores atentos e conscientes. Dessa maneira o autoconhecimento não se torna apenas um peso extra entre mil outras responsabilidades. “Além de me informar, trabalhar, entregar resultados, ter vida pessoal, tenho que me conhecer. E se não fizer, a culpa é minha.

Resumindo, busca incentivar usuários a serem autênticos e mostrar quem eles são “de verdade” durante o dia a dia, permitindo um post diário em um horário aleatório, para que os internautas registrem e compartilhem com os seus amigos o que estão fazendo naquele tal instante do dia. Que horas no seu dia você tem para isso? ”

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os ambientes corporativos são recortes da sociedade: o que você vive do lado de fora, também, vive dentro.

roteiro de bike por sp

Pedalar, além de ser saudável e prático, também é uma excelente maneira de economizar. Para ter viagens ainda mais agradáveis, porém, é preciso ter alguns cuidados ao andar de bicicleta. Afinal, é importante manter o seu bem-estar e o das pessoas à sua volta. As bikes são sinônimo de mobilidade urbana, seja para ir trabalhar, treinar, encontrar os amigos ou apenas para fazer compras. Por isso, é importante estar por dentro de alguns cuidados ao andar de bicicleta. Continue a leitura e confira o conteúdo exclusivo que desenvolvemos para você! O trajeto de 20 km é majoritariamente plano. A única subida longa, mas de inclinação leve, é a da Rua Treze de Maio, querendo evitá-la, comece o rolê na Avenida Paulista.

O ideal é fazer essa rota aos domingos, quando o Minhocão e a Av. Paulista estão abertos para pedestres e ciclistas.

Nos outros dias da semana, a Amaral Gurgel, embaixo do Minhocão, tem ciclovia, assim como a Av. Paulista, onde a via é compartilhada com outros a boa convivência nossa casa em SP!

A Hering subiu na bicicleta para colorir as capitais do Brasil e também apresentar a sua nova coleção de peças que têm tudo a ver com conforto e com o que se quer para deixar a vida mais básica e solar. Inspire-se, dê um rolê de bike por São Paulo e conheça o Brasil com a gente! A seguir, você verá um roteiro completo para conhecer a cena artística da capital paulista, além de dicas importantes para ciclistas urbanos e uma lista de serviços na cidade, com indicações de oficinas, bike cafés e lojas, entre outros. Nunca houve tanta gente pedalando em São Paulo: são cerca de 1,6 milhão de bikes circulando pela metrópole, que conta com 667 km de ciclovias e ciclofaixas, além de uma ciclofaixa de lazer aos domingos. Com uma grande oferta de estações para aluguel de bikes, o itinerário parte do Minhocão aos sábados e domingos, ou do Parque Augusta qualquer dia da semana, e passa por museus, galerias e centros culturais até chegar ao Parque do Ibirapuera.

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O trajeto, de 20 km, é majoritariamente plano, com uma única subida longa, pela Rua Treze de Maio. Tanto no Ibirapuera como na Av. Paulista há ciclovia, onde você também verá pessoas de skate e patins transitando, ótima oportunidade de praticar a paz.

“Queremos alertar os ciclistas que andar pelo acostamento com bicicletas é perigoso e que a atenção deve ser redobrada nestes casos. É fundamental que eles utilizem equipamentos de segurança, como capacete e adesivos refletivos, além de vestir roupas claras e jamais trafegar pela pista, em que a velocidade dos demais veículos é muito superior”, alerta o coordenador de tráfego da Renovias, Alexandre Bueno da Silva.

Com o apoio da Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), a Renovias realiza ações com a finalidade de alertar os ciclistas para os riscos. “A concessionária realiza ações orientativas e a sinalização adequada nos trechos mais utilizados pelos ciclistas, mas é fundamental que eles tomem os cuidados necessários, principalmente em trechos urbanos, como acessos de entrada e saída de veículos”, acrescenta.

O ideal é fazer essa rota aos domingos, quando o Minhocão e a Av. Paulista estão abertos para pedestres e ciclistas.

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andar pelo acostamento é perigoso e a atenção deve ser redobrada
FOTO: FOLHA DE SÃO PAULO

Minhocão

Ponto de partida para quem pretende fazer esse rolê no fim de semana, a via elevada mais colorida de São Paulo se transforma em uma grande praça pública aberta a pedestres e ciclistas de segunda a sexta das 20h às 22h e sábado e domingo das 7h às 22h. minhocao.com/

Japan House

Um espaço de difusão da cultura japonesa, abriga exposições de artes visuais, clube de leitura, oficinas, entre outras atividades. Tem um espaço multimídia com livros, mangás e conteúdos eletrônicos, além de duas lojas com produtos de artistas japoneses. Para um almoço sério, vá ao Aizomê, de cozinha autoral, ou faça uma boquinha no Café Sabor Mirai. Há paraciclos na calçada. japanhousesp.com.br

Masp

O Museu de Arte de São Paulo é um marco na arquitetura paulistana, famoso pelo vão livre, que já foi palco de inúmeros episódios relevantes da história política, cultural e social da cidade. Tem o maior acervo de arte europeia do hemisfério sul. masp.org.br/

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Galeria Vermelho

A fachada dessa galeria é uma exposição por si só. Especializada em arte contemporânea, firmou seu lugar como alternativa a espaços rígidos e tradicionais, comprometendo-se com a distribuição de novas ideias e artistas em ascensão. galeriavermelho.com.br/

Parque Ibirapuera

Paraíso dos rolês de bike, o parque também é endereço de vários espaços de cultura em um conjunto arquitetônico assinado por Oscar Niemeyer, a exemplo do MAM, do Museu Afro Brasil e da Bienal. A ciclovia que dá a volta no parque vai beirando o lago. ibirapueraparque.com.br/

MIS

No Museu da Imagem e do Som, cinema, música, vídeo e fotografia são o foco de grandes exposições nacionais e internacionais, marcadas pela interatividade e o uso de tecnologia. O espaço conta com um ambiente ao ar livre, ideal para um respiro. Aproveite para experimentar alguns drinks no Pipo Restaurante. Deixe seu bike no paraciclo. mis-sp.org.br/

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para ver depois

ellora haone

Ellora Haone é uma youtuber que aborda temas de comportamento. Segundo ela, “dá os conselhos que ainda não recebeu”, produzindo vídeos sobre temas como feminismo, relacionamentos abusivos, amor livre, amor próprio e quebra de padrões. youtube obvious.cc

obvious.cc é uma conta no instagram que, além de memes e reels, também faz publicações sobre todos os tipos de conteúdos femininos em diferentes plataformas, como em podcasts, newsletters, eventos e encontros sempre relacionados a feminilidade instagram autoconsciente Este é um podcast que entende você mesmo, para você entender melhor sua mente e emoções. Para ter uma relação mais leve com você mesmo, baixando o tom da autocobrança e da autocrítica que ecoam na cabeça. Que você esteja bem! spotify, youtube

pico da neblina

A legalização da maconha no Brasil se torna realidade e desestabiliza o tráfico da droga. O ex-traficante, Biriba, precisa se decidir entre permanecer no mercado ilegal ou buscar meios legais para comercializar a sua produção de maconha.

HBO max I am

As afirmações diárias ajudam a reconectar nossos cérebros, aumentar a autoestima e mudar os padrões negativos de pensamento. Capacite-se afirmando em voz alta seus sonhos e ambições, durante seu dia a dia. app store, play store

larica vegana

Produz conteúdos leves e divertidos que questionam a exploração animal, ambiental e social. Formando uma comunidade que luta por um mundo mais justo para humanos e animais, com as diferenciadas receitas veganas e diferenciadas!

youtube

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ócio cria tivo

e a sua importância

saiba como aquele tempo livre considerado tedioso para muitos, pode expandir seus conceitos, suas percepções e potencializar sua capacidade criativa

@CAROLINELINS

Oócio pode parecer contraditório, mas umas das principais chaves para ser tornar cada vez mais produtivo é o descanso. Isso porque o cérebro necessita de um tempo para relaxar, organizar as informações aprendidas e devolver em forma de novas ideias.

Pensando nisso, elaboramos este artigo sobre ócio criativo para você entender um pouco mais sobre esse tempo só para você, como ele pode colaborar com seus projetos e que estímulos de relaxamento podem contribuir para esse momento.

Continue conosco, aprenda mais sobre ócio criativo e como ser produtivo mesmo em momentos de relaxamento e lazer!

o que é ócio criativo?

A expressão “ócio criativo” fora criada pelo sociólogo italiano Domenico de Masi para explicar como um tempo livre ou o justo equilíbrio entre trabalho, estudo e descanso favorece a criatividade. Segundo ele, a alegria e a satisfação aumentam a capacidade inventiva e adaptativa e acarretam um melhor desempenho no trabalho.

Não se trata, no entanto, do que ele chama de ócio alienante, a preguiça, que em nada acrescenta. É o ócio criativo, uma tentativa de ter satisfação em todas as suas atividades para se libertar e produzir ideias. Pensando nisso, elaboramos este artigo sobre ócio criativo para você entender um pouco mais sobre esse tempo só para você, como ele pode colaborar com seus projetos e que estímulos de relaxamento para esse momento.

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o cérebro precisa relaxar, organizar novas informações e devolver as ideias
fazer tarefas em lugares insuitados ajuda a sair das ‘mesmices’ do cotidiano

qual a importância para trabalhos criativos?

De Masi pregava que o ócio criativo deve ser a união entre trabalho, estudo e lazer, de forma que se possa experimentar o valor gerado pelo trabalho, o conhecimento ocasionado pelo estudo e a alegria proporcionada pelo lazer. Todas essas esferas se retroalimentam contribuem entre si para mais satisfação.

Com um pouco mais dessa satisfação, o ser humano é bem mais feliz, pleno em sua vida e criativo naturalmente. Ele tem ideias produtivas em todas as esferas e, consequentemente, mais sucesso em todas elas.

como é aproveitar melhor esse momento?

Veja a seguir algumas variadas dicas para aproveitar e estimular o seu ócio criativo em todas as áreas da vida e ter mais sucesso. E principalmente, entenda a importância desse momento para que todo o seu desenvolvimento cognitivo do ser humano.

Não se trata, no entanto, do que ele chama de ócio alienante, a preguiça, que em nada acrescenta. É o ócio criativo, umas tentativas de ter satisfação em todas as suas em ideias geniais. Às vezes, relaxar em frente sua TV ou olhar uma paisagem, não vai devolver

tomar um suco verde nos momentos de ócio ajuda a aplicar um detox no corpo

esteja preparado para anotar todas as suas ideias e pensamentos

Se as ideias podem vir quando menos se espera, é imprescindível que estejamos preparados para elas. Então, que tal manter um caderninho sempre por perto? Registrá-las no bloco de notas do celular, ou, quem sabe, fazer gravações de voz no smartphone quando a inspiração vier? Relaxe e faça meditação. Apesar de ter adquirido uma conotação negativa em nossa sociedade e quase sempre ser confundida com “preguiça”, a palavra “ócio” diz respeito a nada mais que descanso, repouso, é necessário à produção de ideias, e ideias são necessárias ao desenvolvimento.

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@UNSPLASH

Vivemos em uma sociedade em que o tempo é dinheiro, e a produtividade é a palavra de ordem. Assim, a gente sente até culpa quando tira o fim de semana para “fazer nada”, não é? Enquanto nós maratonamos aquela série nova, pensamos no dinheiro que estamos perdendo, nas matérias que deveríamos estar estudando, e assim por diante.

Mas e se dissermos em que um dos jeitos de aumentar a produtividade é justamente investir mais nesses momentos de lazer e descanso? É sobre isso que se trata o conceito de ócio criativo, tão famoso hoje em dia. Apesar de soar meio paradoxal, a ideia é esta: seus momentos de diversão são aliados da sua eficiência, não inimigos.

Para que você entenda melhor o que é o ócio criativo e, o mais importante, aprenda a transformar a pura procrastinação em lazer produtivo, preparamos este texto. Confira! Apesar de ter adquirido uma conotação negativa em nossa sociedade e quase sempre ser confundida com “preguiça”, a palavra “ócio” diz respeito a nada mais que descanso, repouso. E convenhamos que uma folguinha é muito merecida de vez em quando, não é?

É nesse sentido de ócio que o sociólogo

Domenico De Masi estava pensando quando elaborou o conceito que dá o nome ao seu livro O ócio criativo e que rapidamente se popularizou ao redor do mundo.

E para eles, o repouso bem-aproveitado é parte essencial da produtividade e até mesmo para a evolução da sociedade. Veja só o que ele nos diz:

Ócio é necessário à produção de ideias, e as ideias são necessárias ao desenvolvimento de uma sociedade.

Do mesmo modo que dedicamos tanto tempo e tanta atenção para educar os jovens para trabalhar hoje, precisamos dedicar as mesmas coisas em igual medida educá-los ao ócio.

Essa ideia desafia o estilo de vida acostumamos desde a Revolução Industrial, em que ser produtivo é sinônimo de trabalhar, trabalhar e trabalhar mais um pouquinho. Os resultados são muito maiores quando há um equilíbrio entre lazer, trabalho e, também, estudos.

Como você já viu, a ideia de Domenico De Masi é um tanto quanto inovadoras. Porém, há fortes indícios de que o sociólogo esteja certo em sua defesa de que o descanso é amigo, não inimigo.

Para que você tenha real umas ideias, um levantamento feito pelo Eurostat, divulgado pelo Jornal de Notícias, nos mostra a interessante relação de proporcionalidades inversas entre a carga horária de trabalho e a produtividade, em uma pontuação elaborada pelo Eurostat, que leva em conta diversos fatores:

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Em Portugal, a carga horária de trabalho de 39,5 horas, produtividade de 74.5 pontos, baixo. Na Bélgica, há uma carga de trabalho de 37,2 horas, produtividade de 129.9 pontos. Por fim, na Irlanda: carga de trabalho de 36,5 horas, produtividade de 194.6, melhor que os três. Como dá para ver, a Irlanda, com menos 3 horas de trabalho semanais do que Portugal, é quase três vezes mais produtiva. O motivo é muito simples: pessoas que trabalham menos têm mais tempo para se dedicar a atividades de lazer, há momentos de qualidade junto à família e ao próprio desenvolvimento pessoal.

Agora pense em seu próprio exemplo: já reparou como parece que a gente fica patinando no mesmo lugar quando estamos horas e horas na mesma tarefa?

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como um tempo livre ou o justo equilíbrio entre trabalho, estudo e descanso favorece a sua criatividade
tire um tempo longe das telas para ler um livro, seu cérebro descansa melhor

A palavra “ócio” tem sua origem no grego arcaico, scholé que, no latim, se tornou a palavra escola. Isso porque, para os antigos, só era possível dedicar-se a qualquer tipo de estudo os que tivessem tempo livre. E esse tempo deveria ser livre por escolha própria, é claro. Partindo desse princípio, se a escola era exclusiva aos que tinham tempo para divagar e adquirir conhecimento, logo, ter tempo é algo extremamente positivo aos que buscam justamente esse êxito na capacidade de encontrar respostas.

E você já pensou encontrar essas respostas – sobretudo os profissionais – que há muito você procurava enquanto vivencia um momento de lazer para sua vida?

meditar e desenvolver novos hobbies ajudam a mente e corpo a respirar, ajudando no dia a dia

Com a força do surgimento das tecnologias, a carreira e o trabalho estão cada vez mais associados aos nossos dias, preenchendo quase que 100% do nosso tempo e nos deixando sem esse respiro necessário.

E foi pensando nesses moldes de trabalho, ainda que não tão modernos na época, que o sociólogo italiano Domenico De Masi criou, meados anos 2000, o conceito do ócio criativo, que consiste em trazer um equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional até para fins de êxito na carreira. E melhor ainda: dedicar-se um tempo a ficar fazendo nada, somente deixando duas ideias fluírem e divagarem.

“Mas então fazer nada significaria nada a fazer?” pergunta o filósofo e educador Mário Sérgio Cortella, em palestra. Negativo.

“O ócio é dedicar uma parte da sua existência e uma parte do seu tempo de vida a pensar sobre o sentido de viver” continua.

o ócio é dedicar uma parte do seu tempo de vida a pensar sobre o sentido de viver

Não por coincidência, a filosofia é fruto do ócio. “A filosofia é um pensamento sistemático e metódico sobre a realidade e seus porquês. Você tem que pegar uma questão e levá-la a densidade do raciocínio do ser humano em sua vida.

“Por que fazemos o que fazemos?” questiona Cortella. E o que isso tudo tem a ver comigo? Simples: o ócio exerce esse mesmo poder de expansão da consciência em todos os seres humanos que estiverem dispostos a encará-lo como algo produtivo. Foi em meio a uma quarentena que Newton, diante de uma tarde ociosa, viu uma maçã cair de uma árvore e chegou a brilhante conclusão de que havia uma força maior que a puxava para a terra, criando assim a lei da gravidade.

Nasceu assim, em uma tarde livre e sem grandes demandas, a Teoria da Gravidade, que mudou o mundo para sempre. Nem todas as tardes dedicadas ao cálculo e experimentos do cientista obtiveram tanto sucesso do que um esses simples minutos livres, dedicando-se ao “fazer nada”.

Você nem eu não iria precisar, de modo algum, fazer uma descoberta dessa magnitude, claro. Mas o ócio criativo consiste, basicamente, em saber aceitar o seu tempo livre como um algo importante para o seu processo da criação. Entender que umas ideias podem fluir melhor de uma maneira mais espontânea quando está desconectado dos seus afazeres principais. Mas e se dissermos em que um dos jeitos de aumentar a produtividade é justamente investir mais nesses momentos de lazer e descanso? É sobre isso que se trata o conceito de ócio criativo, tão famoso hoje em dia. Apesar de soar meio paradoxal, a ideia é esta.

Para que você e eu entenda melhor o que é o ócio criativo e, o mais importante, aprenda a transformar a pura procrastinação em lazer produtivo, preparamos este texto. Como dá para ver, a Irlanda, com menos 3 horas de trabalho semanais do que Portugal, são quase três vezes mais produtiva. O motivo é muito simples: pessoas que trabalham menos têm mais tempo para se dedicar a atividades de lazer, há momentos de qualidade junto à família e ao próprio desenvolvimento pessoal. Ócio é necessário e importante para a produção de ideias, e as ideias são necessárias ao desenvolvimento de uma sociedade, momentos de muita diversão são aliados da sua eficiência, não inimigos, pense bem.

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fazer jardinagem pode lhe trazer momentos de terapia e paz :)

mi nho cão

completa 50 anos com arte

Antena Paulista mostra os mundos no Minhocão: as memórias de moradores antigos, a realidade de quem mora embaixo do viaduto e o lazer do parque

Oviaduto foi inaugurado pelo então prefeito Paulo Maluf, em 25 de janeiro de 1971, como um dos “presentes” de aniversário que a cidade recebeu e, neste ano, o Elevado João Goulart, popularmente conhecido como Minhocão, completa 50 anos de inauguração. A proposta inicial foi planejada em 1968 para ligar a região central à zona oeste em um momento de profunda urbanização e expansão rodoviária do estado de São Paulo.

O projeto foi construído em menos de dois anos e, desde a sua inauguração, dividiu opiniões. Moradores de prédios próximos se sentiram invadidos pela proximidade e reclamavam também do barulho.

Com o tempo, o espaço foi se transformando e hoje contempla três principais realidades: o Minhocão viário e dos moradores, o Parque Minhocão dos fins de semana e o Minhocão da parte de baixo com muitos estabelecimentos, um terminal e muitas famílias morando em barracas e muitas pessoas estão dispostas a ajudar.

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o minhocão, pra mim, é um gigante de pedra com muita poesia
maída, moradora

o que contam os moradores

JC Neto mora há aproximadamente 10 anos em frente ao Minhocão. O apartamento dele, no primeiro andar do prédio, fica na altura do elevado e se transformou em palco de manifestações artísticas. Ele é pintor e aproveita a varanda próxima ao Minhocão para expor o seu trabalho e se inspirar.

“Aí em cima tem o médico, o dentista, o gari, tem o policial que passa, tem o menino de rua que para pra ver os trovadores tocando aqui. Então é uma diversidade cultural que existe lá fora”, ele conta. Um dos grupos que ele já recebeu no terraço do apartamento foram os Trovadores Urbanos. Maída Novaes, uma das fundadoras do grupo, conta é se apresentar ali.

“O Minhocão, pra mim, é um gigante de pedra com muita poesia porque eu tenho um olho pro Minhocão muito amoroso. Eu sou aquela maluquinha que andou, andou, andou pelo Minhocão procurando janelas. Eu acho lindo a possibilidade da gente andar de bike, caminhar de domingo. Eu acho que o Minhocão é uma poesia no meio dessa loucura toda”, diz Maída.

Mas nem todos concordam com esse espaço de lazer nos fins de semana. Francisco Gomes Machado mora há 21 anos próximo ao elevado e dirige o Movimento Desmonte Minhocão. Uma das iniciativas do grupo é o pedido de demolição e desmonte da estrutura porque, segundo eles, o Minhocão trouxe transtornos para a região, como a falta de segurança e poluição sonora e do ar.

“O meu prédio tem esse afastamento do Minhocão porque tem a estação do Metrô e o estacionamento. E, apesar disso, nós sofremos muito com a poluição, o barulho, a falta de segurança”, conta.

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o minhocão se tornou um grande espaço para a arte em meio ao caos de São Paulo

O barulho também esteve presente há 50 anos durante a construção do elevado. É o que lembra Gabriella de Paulis, moradora há quase 60 anos de um dos edifícios mais antigos da Santa Cecília. Mas, apesar disso, ela conta que ama morar em meio à agitação. “Eu adoro abrir a janela e ver o movimento de manhã. Aqui é um bairro maravilhoso. Eu estou acostumada, moro aqui desde 63 e daqui eu não saio.”

arte no minhocão

Nos últimos anos grafiteiros e artistas usaram os enormes prédios que ficam no entorno do Minhocão como tela de arte. Produtores culturais como o “artivista” Kleber Pagú e a bailarina Fernanda Bueno fazem uma curadoria e chamam muitos desses grafiteiros para expor os trabalhos deles. “Minhocão é onde tenho conseguido vivenciar uma transformação na cidade a partir apenas de uma ideia, porque nada é construido no ponto de vista dessa imagem de construção.

Você não constrói um prédio, você não constrói a tela. Essas telas já estão aí, os prédios já estão aqui, o viaduto já está aqui. A única coisa que está mudando é esse pensamento sobre esses lugares”, explica Pagú.

Fernanda Bueno , uma produtora cultural acredita que a experiência se torna mais democrática e plural com essa intervenção artística. “Além de ser a nossa praia, de ser um lugar onde a gente vem tomar um sol, vem andar, vem correr, vem encontrar os amigos agora que a gente tá podendo se encontrar. Sendo um espaço público, um espaço aberto e uma galeria de arte em diálogo com todos esses outros modos de ocupar esse espaço”, diz Fernanda.

Outro artista que se destaca quando o assunto é o viaduto é Felipe Morozine. Esse ativista em prol do Parque Minhocão e é a prova de que o meio transforma o ser, até porque, o Minhocão é vista da janela do apartamento do artista. “Aqui, se você quiser, comece uma história”.

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o minhocão é o lugar onde consigo vivenciar as maiores das transformações na cidade a partir de uma reflexão – pagú, artivista
os prédios no Minhocão se tornam telas para as obras dos artistas urbanos

O lazer no fim de semana

Desde 2016 o elevado é fechado aos fins de semana e se transforma no Parque Minhocão. Aos sábados e domingos, pode-se encontrar pessoas tomando sol, correndo, fazendo exercícios e passeando com o cachorro.

Além disso, a prefeitura monta bancos e estruturas de madeira para que as pessoas possam se sentar e conviver no elevado. “Eu gosto de me arrumar para vir aqui. Fiz até um trabalho sobre o Minhocão falando dos grafites do Nelson Mandela e de um peixe”, conta Valerie Trevisan Smith, de 11 anos, que anda de patins nos fins de semana com a mãe.

Outro destaque é Ágata, que acena para todos que passam pelo Minhocão. A bebê de oito meses ri e acena para todo mundo da janela de um apartamento na altura do elevado. Além da bebê, uma surpresa inesperada é o galo Pepê andando pelo elevado

“A gente não imaginava esse sucesso todo não. Todo mundo que passa ali no Minhocão resolve mexer com ela, todos passam, e ela chama a atenção, o pessoal dá tchau, ela responde, sorri, brinca”, conta o pedreiro Marcos Ferreira Costa, pai da pequena Ágata, que tem roubado a atenção.

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o parque do Minhocão se tornou um espaço artistico e de lazer

rolês f@das!

Parque da Juventude

O local transformou-se em um complexo cultural, recreativo e esportivo com cerca de 240 mil m², inaugurado em 2004. São três grandes setores: primeiro a área esportiva, com quadras; área central, com trilhas e caminhos ajardinados; e a área institucional, de caráter cultural, com Etec Parque da Juventude e Biblioteca.

Av. Cruzeiro do Sul, 2630 Carandiru

Bowlhouse

Uma casa com um bowl de madeira pra galera andar de skate, com churrasqueira, palquinho pra banda de jazz, no andar de cima uma mesa de sinuca e uma sala pra exposição de foto, de arte. Lá abre cedinho e fecha umas 10 horas da noite então dá pra fazer bastante coisa, aproveitar o dia todo.

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norte sul

O Estação

É um complexo de 4000m², que une esportes como futevôlei, vôlei de praia, beach tennis, além de gastronomia e lazer, em uma área de convivência pé na areia em São Paulo. É para quem deseja se exercitar com o mesmo clima do litoral sem precisar pegar a estrada. Com som ambiente, muito esporte de areia, drinks, porções e muito mais em um único espaço.

Dois Trópicos

Logo na entrada, são vendidas plantas e artigos de decoração, com um estúdio de ioga no piso de cima. Subindo fica o café. Um refúgio de tranquilidade ao ar livre, com paredes de tom terrosos, ocupa um quintal com chão coberto por pedrinhas, mesas de madeira, árvores e vasos.

Passagem Literária

Localizada na ligação das calçadas do cinema Belas Artes e do Riviera Bar, há exposições culturais variadas e um sebo de livros. Inaugurado nos anos 70, desde 2005 o local é gerido pela Associação Via Libris, entidade de livreiros que atuavam na Rua Augusta e foram convidados pela prefeitura a tomar conta do espaço.

R. da Consolação Consolação

zonas
R. Santa Virgínia, 628 Tatuapé
centro
R. Mateus Grou, 589
leste oeste

FELIPE MOROZINI

Seu apartamento, que um dia foi de sua avó, fica na cobertura do prédio, no 13º andar, e é lá desse alto que o fotógrafo entra em contato com o divino: a humanidade em estado puro que desfila pelo tapete urbano, também chamado Minhocão. Dono de uma arte moderna e sensível, Morozini ganhou projeção internacional com seu projeto “Jardim Suspenso da Babilônia”, que “plantou” flores no Elevado Presidente João Goulart, o antigo Elevado Costa e Silva, que mudou de nome para se adaptar melhor à cara (e à alma) da velha São Paulo e do novo paulistano. Dono de uma arte moderna e sensível, Morozini ganhou projeção internacional com seu projeto “Jardim Suspenso da Babilônia”, que “plantou” flores no Elevado Presidente João Goulart, o antigo Elevado Costa e Silva, que mudou de nome para se adaptar melhor à cara (e à alma) da velha São Paulo e do novo paulistano.

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Em sua cobertura no 13º andar, no antigo apartamento de sua avó, o fotógrafo entra em contato com o divino: observa a humanidade em estado puro desfilando pela cidade

entrevista Versatille | ensaio Gabriela Palma

Um pouco antes de se dedicar às artes, você foi cursar direito. Acabou mudando o rumo por influência familiar?

Na minha família, ninguém tinha relação com arte. Escolhi estudar direito porque era um meio idealista em relação a alguns assuntos, é clássico, “certeiro”, honroso, né? Achava que podia fazer justiça através da lei, mas percebi que talvez isso só aconteça na prática, com próprias ações. Hoje, tenho a consciência disso: talvez com a minha arte e fotografia, eu faça mais com e pela cidade do que conseguiria fazer de outra maneira, tenho a consciência disso, acho que é parte de mim.

O céu e o inferno disputam a (p)arte mais paulista da cidade, que dorme e acorda do outro lado do espelho, a tela viva que Felipe Morozini insiste em chamar de janela. Câmera, um lápis e um bocado de tinta, Felipe vem ensinar que artista não faz arte, artista é. Talvez através da arte e fotografia.

Você sentiu que essas opções mais racionais, tanto pelo direito, quanto pela cidade, foram de alguma forma limitantes para o seu desenvolvimento artístico ou pelo contrário, eles foram mais um como um combustível “gasolina”?

O direito me me censurou e censurou tudo que eu imaginava de uma sociedade justa. Ao contrário da cidade, por pior que seja, por mais feia que seja. É isso que eu percebi que me estimula. Então se eu tive um estímulo negativo pelo direito, na cidade eu peguei um estímulo negativo e positivei a coisa.

Eu sempre falo que São Paulo é motor para grande parte do meu trabalho. E as pessoas sempre me falam que mesmo em um lugar feio elas veem nas minhas fotos ou nas minhas frases, uma poesia que talvez não exista fácil. Já me perguntaram, por exemplo, se eu moraria no Rio de Janeiro. Respondi que não, porque o Rio de Janeiro é maravilhoso. Então, talvez esse caos de São Paulo seja um sedutor para qualquer artista. Então se eu tive um estímulo negativo pelo direito, na cidade eu peguei um estímulo negativo e positivei a coisa. Então, talvez seja essa a graça que grandes centros urbanos têm. Talvez esse caos de São Paulo seja a graça. Na cidade eu peguei um estímulo negativo e positivei a coisa toda.

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Mas você não acha que São Paulo está ficando, digamos, mais amigável nos últimos anos, com ocupações de novos espaços públicos e tal?

Vou pegar um exemplo que conheço bem: o Parque Minhocão. O uso dele pelas pessoas ressignificou o lugar e fez as autoridades competentes olharem para lá e pensar: “bom, o que faremos?”. Porque era uma estrutura só para carros, mas agora, 20 mil pessoas vêm passear aqui todos os domingos.

Então em vez de fechar, vamos estruturar, dar segurança, iluminação. Hoje, quando eu penso no Parque Minhocão, eu estou falando da cidade. O que acontece dentro do parque acontece na cidade, e isso é muito interessante, porque não se falava do espaço público há cinco anos. Se eu chamasse as pessoas para vir tomar sol no Minhocão, me chamavam de louco. E eu chamava já. Hoje, acham super legal e vem todo mundo, trazem os filhos, amigos deixam as bicicletas dos filhos na minha casa. Então, é uma mudança de pensamento e uma mudança de comportamento. Tem muita gente pensando nessa cidade; nessa nova cidade, que não é “carro-dependente”.

E você acha que o Minhocão é, então, a melhor síntese do que seja São Paulo, isso hoje em dia?

Acredito que sim, porque é mega democrático. É completamente diferente de você ir ao Parque do Ibirapuera, por exemplo, onde você tem a contemplação da natureza, você tem bancos, lugar para rede… Aqui, não tem essa estrutura, assim como o próprio paulistano não tem. Não lhe foi dado o direito a ter uma área de lazer, mesmo que essa área seja uma grande estrada e isso, para mim, tudo isso é extremamente poético. Então, é uma mudança de pensamento. Hoje, acham super legal, trazem os filhos, amigos…

Mas, foi amor à primeira vista entre você e o Minhocão ou de tanto olhá-lo você começou a reconhecer?

Sempre odiei. Hoje moro onde minha bisavó morava, e ainda lembro de quando eu vinha aqui e achava feio e desrespeitoso o que fizeram com toda a região.

Quando eu mudei para cá , tinha uns 26, 27 anos. Por ignorância e falta de ler mais livros, achava que a melhor coisa que tinha que fazer era demolir, era desmontar o Minhocão.

Depois, eu comecei a ler, eu fui viajar para todos os lugares, onde teve essa situação de um parque elevado. Vi as possibilidades e vi também que é completamente diferente a situação daqui com o High Line, em Nova York. As pessoas estão ocupando e ditando o que vai ser feito; Assim, não é a Prefeitura com a iniciativa privada que vai fazer daqui, um lugar de fato turístico, mas sim, os próprios frequentadores locais.Por ignorância e falta de ler mais livros, achava que a melhor coisa que tinha que fazer era demolir, era desmontar o Minhocão. Depois, eu comecei a ler, eu fui viajar para todos os lugares, onde teve essa situação de um parque elevado.

Vi as possibilidades e vi que é completamente diferente a situação daqui com o High Line, Por ignorância e falta de ler mais livros, achava que a melhor coisa era desmontar o Minhocão. As pessoas estão ganhando locais.

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E você acha então que é inevitável que o Minhocão, eventualmente, seja um parque 24 horas por dia, 7 dias por semana?

Eu espero muito estar vivo para ver isso, mas eu acredito muito que só de fechar para os carros, a qualidade de vida das pessoas que moram aqui já melhoraria muito. Eu espero estar vivo para ver isso, os próprios moradores e frequentadores locais. Mas a cidade ainda tem de coexistir.

E você sabe quando foi que isso mudou? Quando foi que você se apaixonou?

Eu fui estudar sobre o que era tudo isso. Quando o minhocão foi construído, já sabia-se que nos lugares na Europa e nos Estados Unidos, onde foram construídos os tais elevados, seus entornos se deterioraram imediatamente, as partes debaixo viraram casa de morador de rua. E, assim, por que alguém tem o poder de fazer isso com um bairro e com uma cidade? E aí, comecei a olhar para todo o Minhocão com aquela visão de domingo, a olhar e falar: “Olha o potencial que tem esse lugar”, comecei a imaginar tantas possibilidades que poderiam ganhar forma, e que de fato, vem tomando cada vez mais. Hoje, o que eu consigo enxergar é isso, assim, por que alguém tem o poder de fazer isso com um bairro e com uma cidade? Comecei a olhar para todo o Minhocão.

Felipe, e você acha que a relação do paulistano com a arte também vem se transformando? Você que está a frente disso, a cidade não é... não é para iniciantes, né? São Paulo não é para iniciantes. E eu gosto de usar muito uma palavra que é “escala”. O paulistano tem que fazer uma arte na escala da sua própria cidade. E eu não estou no preciosismo da arte – para mim, a melhor arte é aquela que dialoga. Então, em uma cidade como São Paulo, você tem a arte do sticker, que é para o pedestre; o lambe-lambe, para o ciclista ou para o motorista de carro; e aí você tem umas empenas, que você tem que estar atento, porque senão seu olho passa na rua e você nem vê. O Parque Minhocão já tem… (contando) uma, duas, três… são cinco empenas com arte, sabe?

É na Vila Madalena?

É, tipo Vila Madalena, Pinheiros, que era um córrego sujo e hoje todas as crianças do bairro vão brincar lá. São experiências.

A cidade é uma grande experiência, um grande laboratório, e eu me sinto até um privilegiado de estar vendo isso da varanda da minha casa e presenciando essa outra cidade. Eu sei que eu tenho uma responsabilidade muito grande e que eu sou um dos maiores incentivadores dessa situação. Eu sempre fiz de tudo poeticamente para mostrar para as pessoas o uso dele sem ser para algum carro.

A gente fazia pesquisa de hashtag e nosso Instagram tem, sei lá, 15 mil seguidores, o que não é nada, mas é muito, porque esse parque não existe, mas ele existe. Sigo os parques de Nova York. Todos eles são parques mesmo e tem gente contratada para fazer o Instagram; tem mais de trezentas pessoas para cuidar do parque. É uma situação do ser humano à natureza, a cidade é uma grande experiência.

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Felipe, você que acaba olhando muito pela janela, já testemunhou alguma cena ou momento que te marcou profundamente? Por acaso, consegue lembrar do que você presenciou?

Posso perder as contas em pensar qunatas vezes ja vi cenas incomuns nessa região, mas tenho uma que foi muito marcante sim. Houve uma cena que foi muito significativa e real para mim. Uma vez, fotografei um bebêandando pelo Minhocão quando ainda não existia essa ideia de “parque”, uns cinco anos atrás. Vi uma moça, uma mãe com seu neném engatinhando até chegar ao meio de uma pista. Então, eu fotografei seu bebê no meio da rua.Para qualquer um, aquela imagem seria um absurdo, né? Esqueceram um bebê! Mas foi tão lindo pensar nenhum carro passaria e que aquele bebê poderia continuar bem ali, no chão, simplesmente sendo bebê. No dia, fiquei bem emocionado, e depois disso, foram milhares de momentos que eu registrei e ainda registro semanalmente. Devo ter umas 150 mil fotos de tudo o que aconteceu nesses 15 anos. Com as rotinas agitadas e o olhar corrido do cotidiano, vai perceber essas coisas? O olhar atento, a percepcão e a atenção ativa e presente são o segredo para enxergarmos a vida nesses lugares. Mesmo antes de virar parque, alguém percebeu isso. É um diálogo entre a coragem de criar e idealizar algo com as vontades que muitas vezes não são nem conhecidas pela população, parece que sempre foram necessárias. Com as rotinas agitadas e o olhar corrido do cotidiano, vai perceber essas coisas? O olhar atento, a percepcão e a atenção ativa e presente são o segredo para enxergarmos a vida nesses lugares, em que se parece difícil ver. Olhar atento, percepcão e a atenção ativa. lugares, em que se parece difícil ver. É um diálogo entre a coragem de criar e idealizar.

E conta pra gente, quais são seus projetos atuais, Felipe?

Tenho alguns. Eu fui o artista convidado da Casa Cor de 2021 de São Paulo, fiz uma megainstalação visual chamada Uma Luz no Fim do Túnel. Além disso, muito em breve irei espalhar minhas frases em Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, ação que está me dando um prazer enorme, e estou bem focado. Também irei entregar um curso que gravei para a Domestika, plataforma de cursos criativos, eu vou dar aula de fotografia criativa e inspiracional. É isso!

Celebremos as transformações, a arte, a vida e a arte presente nas ruas da capital. Um viva à cidade. Celebremos as transformações, a arte, a cultura, a todos que nos rodeiam e a expressão da alma.

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63 FOTOS: ACERVO DO ARTISTA

semana do cinema

ingressos por até R$10,00 Com os preços que remetem a tempos mais simples, redes de cinema de São Paulo terão sessões com ingressos por R$10 até esta quarta-feira (21).

Na capital, ao menos três principais redes participaram dessa campanha Semana do Cinema. A promoção é válida para as sessões 2D e 3D, e os combos com pipoca e refrigerante também têm os preços especiais. Normalmente, os ingressos custam a partir de R$38 em média. A Semana do Cinema é uma iniciativa da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec), que quer incentivar o retorno do público às salas de projeção, após o longo período de paralisação provocado pela pandemia da Covid-19. Participam dessa campanha as redes Cinemark, UCI e Cinépolis. O cinema de Rua Petra Belas Artes também participa da iniciativa.

A programação completa de filmes e a compra antecipada de ingressos pode ser consultada através do site das redes.

o que é e por que está sendo realizada?

Com o intuito de trazer de volta as pessoas que pararam de ir ao cinema após a pandemia, a ação está sendo organizada pela Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas. Visto que os preços de ingressos e combos de comida não têm sido atraentes para os amantes do cinema, a ação irá proporcionar ingressos mais baratos para quem tem interesse em aproveitar a 7ª arte. Além disso, diversas redes estão envolvidas! Confira.

a semana do cinema:

A campanha da semana do cinema, até então, não existia. Ela teve sua primeira iniciativa nos Estados Unidos, nos primeiros dias de setembro. Logo em seguida, o Reino Unido também a adotou. A verdade é que muita gente, de fato, deixou de ir ao cinema após a pandemia. Porém, mesmo após a volta da normalidade na vida em sociedade, os preços de ingressos e combos de comida não têm sido atraentes

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para os amantes da 7ª arte. Sendo este o principal motivo das salas de cinema estarem vazias. Por exemplo, o preço de um ingresso que antes era, no máximo, 15 reais, hoje chega a atingir até o dobro. Sendo assim, os empresários, donos de grandes redes, decidiram adotar essa ação no cotidiano.

A semana do cinema ocorrerá entre o dia 15 e 21 de setembro, com os ingressos custando apenas R$10, como nos bons tempos de acesso a esse espaço. O público com certeza estava com saudade! O preço pode até variar em algumas redes, podendo chegar a R$15 em casos de filmes em 3D, mas não passa disso. Já que o intuito da promoção é conseguir o máximo número de pessoas possíveis em um dia. A cultura está acima da diferença da condição social

como comprar os ingressos?

Para adquirir os ingressos, não há segredo. O método de compra é o mesmo de sempre. Primeiramente, basta entrar nos sites de vendas de ingresso ou nos próprios sites das redes que estão participando da ação.

Em seguida, basta escolher o horário e os dias que você planeja assistir ao filme. Porém, esteja atento ao esgotamento de ingressos. Se possível, realize sua compra logo nas primeiras horas da promoção para não ficar de fora. Infelizmente nem todas as redes estão participando da semana do cinema.

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a cultura está acima das diferenças de classe social
FOTO: ROBERTABRANDÃO

veja quais cinemas que estão participando dessa promoção:

» Cinépolis

» UCI

» Cinesystem

» Cineart

» GNC

» Arteplex

» Itaú Cinemas;

» Cinemark

» Moviecom

minha rede de cinema não está inclusa, vou perder a promoção?

Não desanime até saber de fato se sua rede está incluída ou não. Às vezes, ela apenas não realizou uma ampla divulgação. Então, caso você more numa cidade pequena, tem grandes chances disso acontecer. Caso a rede de cinemas da sua cidade não tenha uma forma de comprar os ingressos online, vá até lá e se informe a respeito dos preços e das melhores promoções.

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FOTO: CINEMARK SÃO PAULO

cul ra tu

e democratização

de eventos gratuítos a promoções semanais, fique por dentro de todos os benefícios que você, como cidadão, tem como direito

Aquarta edição do festival negro de cinema acontece na cidade de São Paulo de 4 a 13 de novembro de 2022. O evento é realizado pelo Instituto, organização fundada em 2019 com a missão de desenvolver carreiras de profissionais negros em posições de liderança no mercado audiovisual, buscando promover equidade racial e de gênero em toda cadeia do setor, e ao mesmo tempo contribuir para expandir o imaginário sobre sonhos e caminhos de vida para pessoas negras no Brasil inteiro.

Com as programações simultâneas em dois dos principais espaços de cultura da cidade de São Paulo – o Centro Cultural de São Paulo (CCSP), na Rua Vergueiro, e o Instituto Moreira Salles (IMS), na Avenida Paulista –, o NICHO Novembro se prepara para receber seu maior público: mais de mil pessoas devem participar das atividades presenciais e mais 1.500 pessoas de outras cidades e países devem assistir aos filmes pela plataforma de streaming SALA 54.

“O NICHO Novembro é o evento mais importante do ano para o Instituto NICHO 54. Em 10 dias, como parte da agenda de celebração e lutas da comunidade negra que marca o mês de novembro, o festival materializa nossos três eixos de atuação, com atividades de formação profissional no audiovisual, debates e contribuições práticas para a construção de um mercado de trabalho com equidade racial e de gênero, e curadoria, com uma mostra de filmes que celebra as vidas negras em toda nossa potência e complexidade”, disse Fernanda Lomba, cofundadora e diretora-executiva do NICHO 54, sobre sonhos e caminhos de vida para pessoas negras no Brasil.

o centro cultural de SP põe em amostra diversas exposições gratuitas

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mil pessoas irão participar de atividades presenciais e 1.500 outras pessoas de outras cidades

Em comparação aos anos anteriores, a edição do festival em 2022 está ainda mais robusta e será a maior edição da história do instituto, refletindo seu crescimento. Este ano o NICHO Novembro apresenta 31 filmes, que representam um recorte potente da safra anual de obras focadas nas vivências negras do Brasil e do exterior. Entre eles estão “Manhã de Domingo” (vencedor do prêmio Urso de Prata no Festival de Berlim), de Bruno Ribeiro; “A perda de Joy” (“Losing Joy”, BlackStar Film Festival), de Juliana Kasumu; “Esconderijo dos lagos gêmeos” (“Twin Lakes Haven”, festival de Locarno), de Philbert Aimé Mbabazi Sharangabo.

Ambientados em diferentes localidades – Rio de Janeiro, Londres (Reino Unido) e Musanze (Ruanda) –, essas três obras trazem olhares delicados sobre personagens negros em suas intimidades e investem na conexão entre público e personagem, apresentando diferentes formas de luto e caminhos para a superação pessoal.

Outro destaque é “Sessão bruta” (Mostra de Tiradentes), de As Talavistas e Ela Ltda. Este longa brasileiro apresenta a energia da coletividade e do que pode ser produzido a partir do encontro de pessoas LGBTQIA+, com foco nas experiências de pessoas trans e travestis. Nesse filme híbrido e experimental entramos em contato com a força do cotidiano que descentraliza a os cis gêneros.

O evento NICHO Novembro 2022 destaca também a nova produção audiovisual cabo-verdiana. O programa “Tela de Pano-Terra: Nova Onda Cabo Verde” (“Ekran D’pánu Téra: Nobu Vaga Kauberdi”) apresenta um recorte curatorial que abraça todas as nuances das identidades visuais e da memória coletiva, da (des) pertença, do hibridismo, do bem estar de estar em um trânsito e da transnacionalidade da caboverdianidade.

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FOTO: SIAA_
lugares como o CCSP escondem lugares ótimos para estudo

No último dia do festival, 13 de novembro, às 19h, o público vai poder participar ainda de uma sessão de cinema ao ar livre, com os filmes “Men Nan Men” e “Ainda estamos aqui” (“Nos Tenemos”). Ambientados, respectivamente, no Haiti e em Porto Rico, os documentários reforçam a potência do estar em comunidade, um dos valores do instituto. Ambos trazem personagens resilientes que resistem às adversidades por meio da organização coletiva.

Todas as sessões acontecem no Centro Cultural São Paulo, onde o público também poderá conferir uma exposição fotográfica que marca a trajetória NICHO 54 desde a sua criação em novembro de 2019, e participar de rodas de conversas sobre as obras exibidas “A potência do NICHO Novembro sempre esteve em uma curadoria dedicada e cuidadosa, que investe em pesquisa e construção de relações. Busca conciliar a força das histórias com ousadia formal, trazendo obras que se destacaram em festivais internacionais que constroem pontes na diáspora negra”, comentou Heitor Augusto, programador-chefe do Instituto NICHO 54.

Serão oferecidas reprises pela plataforma do instituto, a Sala 54, além de atividades de formação, workshops e encontros voltados ao debate sobre mercado, que acontecem de 8 a 11 de novembro no Cineteatro do IMS.

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ao todo, serão exibidos 31 filmes, rodas de conversa, workshops, painéis e grandes exposições
CRÉDITO: S. PAULO ZONA SUL

A quarta edição do NICHO Novembro será realizada pelo NICHO 54 e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, por meio da Spcine, com apoio institucional do Projeto Paradiso, Globo Filmes, Centro Cultural São Paulo e Embaixada Francesa. Tem parceria com o Instituto Moreira Salles e Fundo Goethe, e parceria de divulgação da Oficina de Impacto.  A programação completa do festival pode ser encontrada no Instagram do próprio NICHO 54.

Acontecerá entre os dias 4 e 13 de novembro será realizada a quarta edição do festival de cinema negro Nicho Novembro, retornando ao formato presencial após a pandemia da Covid19. Com programação totalmente gratuita, este ano o festival acontecerá no Centro Cultural São Paulo (CCSP) e no Instituto Moreira Salles.

Várias rodas de conversa com pessoas, sobre obras exibidas, workshops, painéis, exposição, show com Afrojam-SP e sessão especial ao ar livre, no Jardim Suspenso do CCSP. O Público de outras cidades e países poderá assistir às reprises dos filmes da mostra pela plataforma de streaming Sala 54.

Ao todo, serão exibidos os totais de 31 filmes totalmente diversos, “O Nicho Novembro é o evento mais importante do ano para o Instituto Nicho 54. Em 10 dias, como parte da agenda de celebração e lutas da comunidade negra que marca o mês de novembro, o festival materializa nossos três eixos de atuação, com atividades de formação profissional no audiovisual, debates e contribuições práticas para a construção de um mercado de trabalho com equidade racial e de gênero, e curadoria, com uma mostra de filmes que celebra as vidas negras em toda nossa potência e complexidade”, diz Fernanda cofundadora do Nicho 54.

Em comparação aos anos anteriores, a edição do festival em 2022 está ainda mais robusta e será a maior edição da história do instituto, refletindo seu crescimento. Este ano o NICHO Novembro apresenta 31 filmes, que representam um recorte potente da safra anual de obras focadas nas vivências negras do Brasil e do exterior.Em comparação aos anos anteriores, a edição do festival em 2022 está ainda mais robusta e será a maior edição da história do instituto, refletindo seu crescimento.

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sesc paulista oferece lugares de convivência social com comes e bebes para socializar

brechós e o consumo

O “consumo consciente” está em alta, porém não é apenas comprar produtos eco-friendly ou sustentáveis... Vai além disso. Entenda a importância dos brechós e da moda consciente.

A moda, assim como qualquer outro setor que movimenta a economia, é uma das grandes responsáveis sim pelo consumo desenfreado, ou consumo inconsciente, ou fast fashion. O conceito “fast” chegou em 1999, com as grandes lojas de departamentos. Neste caso, o espaço entre a criação, a produção e a comercialização das peças era muito curto, aumentando assim o consumo – já que se tratavam de peças consumidas de forma “muito rápida”.

Já pensou que por trás das peças que compramos, há um processo que poderia consumir recursos naturais? O relatório vindo do Global Fashion Agenda e The Boston Consulting Group mostrou que 20% do lixo de roupas é coletado para reuso, enquanto que o restante acaba indo para aterros sanitários.

Agora vem a grande questão: diante dos efeitos no planeta, como reduzir os impactos e consumir de forma mais consciente? Bom, fazer compras em brechó pode ser o seu primeiro passo para uma vida mais sustentável.

moda consciente

Antes de entrar no assunto sobre os brechós, é importante ressaltar o que é a moda consciente e por que ela é tão importante nesse processo. Muitas pessoas imaginam que quando se fala em “moda consciente”, também conhecida como “eco fashion”, está se referindo única e exclusivamente sobre consumir produtos eco-friendly ou sustentáveis.

Porém, essa moda consciente, ou consumo consciente, não é necessariamente sobre escolher um produto eco-friendly, mas sim sobre ser consciente do que se está comprando. O conceito geral é bem mais profundo que isso, é um estilo de vida, um padrão, um hábito que deveriamos ter adotado a muito tempo.

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Os temas “moda sustentável”, “moda consciente” e “consumo consciente” estão interligados, c e todos fazem parte do processo. A moda sustentável está ligada à forma que os produtos de moda são produzidos. O consumo consciente tem a preocupação de utilizar métodos de produção que não possuam ou, ao menos, minimizem o impacto no meio ambiente. Neste sentido, a moda consciente está na contramão das fast fashions, já que possui como principal objetivo oferecer peças com durabilidade e que tenham o uso prolongado.

Infelizmente, muitas marcas se apropriam e se aproveitam do título de “marca sustentável” para vender mais e mais caro, porém o processo causa o mesmo impacto do que os produtos não sustentáveis. Se quer consumir de forma mais consciente, é preciso se atentar a esses importantes detalhes.

brechós

Nos últimos anos, houve um alto crescimento do consumo consciente assim como o consumo em brechós. A compra de roupas e produtos usados é uma prática bem antiga. No subúrbio da capital francesa Saint Ouen, por volta de 1900, já existiam feiras de trocas. Devido às péssimas condições de higiene, esses locais foram apelidados de marché aux puces, traduzindo “mercado de pulgas”.

fazer compras em brechó pode ser o seu primeiro passo para uma vida sustentável

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7ª edição da ‘Breshow’, tradicional feira de brechós do Centro de São Paulo, na Praça da Colmeia, Estação São Bento
@UNSPLASH

Esses eventos começaram no Brasil em 1899, com Belchior, um mascate que revendia no RJ. E por conta do seu nome complicado, ficou conhecido como Brechó, daí a origem desse termo usado atualmente.

Até hoje muitas pessoas têm para si que brechós são locais com peças ruins, velhas e com más energias, já que algumas coisas são mais antigas, usadas e baratas. Mas qual o problema de uma peça ser antiga, usada e barata, se ela é tão estilosa?

Aquele conceito de brechó antigo, cheio de peças sujas e cheiro ruim já quase não existe mais. De algum tempo para cá, o mundo da moda tem olhado para o passado e tem visto o potencial nas roupas dos anos 70, 80, 90 e 2000. A maior prova disso está nas últimas temporadas de desfiles, que lançam tendências baseadas nas modinhas antigas. Comprar roupas nesses brechós está se tornando cada dia mais comum. Ir em um brechó é totalmente diferente de ir em uma loja convencional de roupas. Nele não há muitas unidades de uma mesma peça com numerações, cores, etc.

Mudar hábitos de consumo e pressionar por uma sociedade mais sustentável são as bases do consumo consciente. O primeiro passo para entender o que é consumo consciente é perceber que o consumo de toda e qualquer coisa, seja um produto ou serviço, traz consigo consequências boas e ruins.

comprar em brechós cria continuidade para as roupas

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@UNSPLASH
O brechó B.luxo é sinônimo de curadoria afinada em São Paulo

peças e marcas

As peças são únicas e exclusivas. Além disso, hoje encontramos muitos brechós bem arrumados, com roupas limpas e organizadas.

Quando se compra uma peça em um brechó estamos dando continuidade para as roupas que poderiam parar no lixo, caindo em desuso. Isso evita que o meio ambiente seja exposto a mais materiais difíceis de se decompor.

Além disso, cada vez menos roupas serão produzidas, e isso faz com que menos substâncias tóxicas e prejudiciais sejam despejadas no meio ambiente, diminuindo o impacto ambiental.

E doar as roupas usadas para brechós significa compartilhar com a comunidade e promover a reutilização das peças. Além disso, quem pratica o consumo consciente deve fazer mudanças de comportamento, para evitar compras por impulso e priorizar um estilo de vida eco-friendly.

Uma outra possibilidade interessante é encaminhar as peças que não estão mais sendo usadas para outras instituições.

Ou seja: consumir de forma responsável, é uma das diversas forma de poupar o meio ambiente de maiores problemas.

Assim, o consumo consciente, também conhecido por ser um consumo sustentável.

Por isso é importante refletir sobre nossos hábitos de consumo, estar atento à real necessidade do que consumimos e aos possíveis impactos que uma compra pode causar; conhecer a origem dos produtos que consumimos é uma dica de atitude que faz parte do consumo consciente. Nada mais é do que consumir melhor –é um consumo diferente, aposto ao paradigma comportamental de consumo imediatista, que busca apenas a satisfação rápida e o lucro (do ponto de vista das empresas), sem considerar as consequências ambientais.

Como o consumidor é a ponta final do ciclo de produção, essas são algumas das atitudes que podem ser adotadas para minimizar o impacto ambiental do nosso consumo. Hoje em dia há várias marcas sustentáveis (de verdade) levando este propósito muito a sério. Pois sabendo das diversas questões socioambientais envolvidas na produção de um produto, provavelmente teremos a chance de fazer escolhas melhores, não só para nós, mas para o mundo!

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fes tiv ais!

a música coletiva como sinônimo de bem-estar

Criam uma cadeia de valor que vai muito além da música: experiências, pertencimento e proximidade com o público viram manutenção de prazer e propaganda eficiente

palco budwiser de música eletrônica no festival Lollapalooza Brasil 2019

Amúsica faz bem à saúde, você já sabe. Mas sabia que escutá-la ao vivo nos festivais pode ser ainda mais benéfico? É que, além dos benefícios que você já conhece, como a liberação de hormônios do bem-estar e a redução do estresse, esse tipo de evento combina socialização e tempo ao ar livre, o que contribui para a melhora do estado social, mental e emocional como um todo.

Há estudos que apontam essa experiência musical como uma forma de autoterapia, já que “pessoas que costumam frequentar festivais tendem a sair deles mais confiantes, energizadas e com um senso de motivação e positividade, que impacta todos os aspectos do dia a dia”diz a pesquisadora Ana Sarryaf.

as pessoas que tem costume de frequentar festivais tendem a ser mais confiantes, bem energizadas e com um senso de motivação e positividade
– Ana Sarryaf

uma experiência muito além de escutar algumas playlists no spotify, tá?

Especialistas em sociologia afirmam que um dos principais benefícios dos festivais é aumentar a integração social, já que a música foi desenvolvida como meio de comunicação nos primórdios da civilização. Por isso, ir a um festival ajuda a expandir o seu círculo social e fortalece os laços sociais já existentes, que são essenciais para a sensação de bem-estar contagiante.

Médicos do Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, descobriram que a música pode estimular o cérebro. Isso confirma uma teoria antiga de que ouvir música ativa certas partes da mente. Essas mesmas partes também são responsáveis pelo aprendizado. Pessoas que passam um tempo imersas na atmosfera do festival tendem a mais vontade de aprender. Por isso, ir a um festival ajuda a expandir o seu círculo social e fortalece os laços sociais já existentes, que são essenciais para a sensação de bem-estar.

boa memória e manutenção de nossas cabecinhas

Parte da diversão dos festivais de música é cantar ao som das suas bandas favoritas. Participar de festivais faz com que você estimule a memória para lembrar das letras das músicas e cria momentos que você irá lembrar por muito tempo. E, apesar da música não ser capaz de curar alguma perda de memória vivenciada por pessoas com Alzheimer, por exemplo, já existem diversos estudos que mostram que ela pode reduzir sim a velocidade com a qual essas habilidades cognitivas diminuem na velhice.

O ato de ouvir música ativa uma ampla gama de neuroquímicos que desempenham um papel crucial na função mental.

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Lollapalooza Brasil em março de 2018, no Autódromo de Interlagos

xô ansiedade! vem bom humor :) Se você está se sentindo ansioso, a música pode ajudá-lo a se acalmar. De acordo com diversos estudos, ouvir música por mais de uma hora deixa as pessoas mais relaxadas, principalmente se as canções forem combinadas com o som natural de concertos ao ar livre. Ainda de acordo com as pesquisas, pessoas diferentes são estimuladas por ritmos diferentes. E uma das vantagens de um festival é que tem música para todos os gostos. É só escolher um show que você gosta e ajudar o seu sistema nervoso a recuperar a sua vitalidade total.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Leeds, revelou que comparecer a shows ao vivo tem quase o mesmo efeito na liberação de hormônios do bem-estar quanto a prática de exercícios físicos, 97% dos participantes relataram que se sentem mais felizes e positivos após um festival de música.É só escolher um show que você gosta e ajudar a recuperar a vitalidade.

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festivais têm uma característica muito agregadora, reunem pessoas diferentes em torno de uma paixão em comum
– Ricardo Meirelles

natureza e mesma vibração em óootima companhia

A mesma pesquisa também revelou 40% dos participantes notaram mudanças positivas em seus estados mentais após festivais de música. De acordo com eles, a atmosfera do evento e os elementos sociais ajudam a diminuir a sensação de solidão, já que é possível passar o dia se divertindo com os amigos ou simplesmente conhecendo pessoas novas. Isso está conectado à redução de sintomas da depressão, assim como ao aumento do bem-estar e da autoestima.

O contato com a natureza faz bem tanto para a saúde física quanto para a saúde mental. Isso não é nenhuma novidade, por que de tudo isso? Raios solares fornecem vitamina D essencial.

quase um terço da população nunca frequentou qualquer centro de cultura, cerca de 2,7 milhões de paulistanos

começando agora? vem junto!

Novas músicas e novos artistas. Todos esses festivais cumprem papel importantíssimo na revelação e impulsionamento de artistas e cenas culturais inteiras.

Toda a experiência proporcionada pelos vários palcos com curadoria diversa faz com que surpresas aconteçam com frequência, uma grande apresentação em um festival pode fazer toda uma diferença na carreira de alguém. Transporte de passageiros e de carga, hospitalidade, comércio, serviços. São alguns dos setores econômicos que se beneficiam com a realização de um festival. Além de mpostos e da criação de postos de trabalho, tanto diretos quanto indiretos.

Para a saúde dos ossos, assim como para a sensação de felicidade e bem-estar. Contanto que você não esqueça o protetor solar, esse tempo ao ar livre só traz benefícios e tudo que você precisa fazer para garanti-los é curtir o momento! Transporte de passageiros e de carga, hospitalidade, comércio.

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por trás dos palcos

Existe um grande grupo de profissionais do backstage – produtores, carregadores, roadies, técnicos, seguranças, profissionais de limpeza, que precisam ser quase invisíveis em seu trabalho. Cabe a eles, nos bastidores, longe do glamour e dos holofotes, criar o contexto e dar as condições para que os artistas brilhem, para que a mágica dos festivais aconteça. São dezenas de milhares de empregos gerados pelo setor.

Sem shows, essa invisibilidade torna-se sua maior desvantagem e, num segmento com significativa presença de freelancers e alta informalidade, o impacto da pandemia foi ainda mais devastador. Foi neste cenário que surgiram projetos como a ONG batizada de Backstage Invisível, uma rede de apoio dedicada aos profissionais do audiovisual –muitos dos quais, da noite para o dia, ficaram impossibilitados de exercer seu ofício. Hoje é evidente que relações de trabalho e estruturas organizacionais precisam ser revistas e aperfeiçoadas, assim como a legislação que rege o setor.

Com uma voz mais unificada, alinhamento em torno de pautas comuns e o apoio necessário, não tenho dúvidas de que os festivais marcarão uma nova era na retomada. Foi neste cenário que surgiram projetos como a ONG Backstage Invisível.

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frequentadores afirmam: é uma sensação sem igual “Festivais também têm uma característica muito agregadora, reunindo pessoas diferentes em torno de uma paixão compartilhada. Eles desarmam e sensibilizam o público, criando uma atmosfera de união difícil de ser igualada”. Diz o produtor Ricardo Meirelles, que participou de edições do Rock In Rio e do Lollapalooza. Isso inspira um senso de comunidade cuja importância se torna ainda maior neste momento, seja pelo período passado de isolamento, pela onda de polarização ou pela fratura social que alcança diversos países.Eles desarmam e sensibilizam o público, criando uma atmosfera de união.

ah! e não se esqueça dos brindes Festivais são plataformas para marcas patrocinadoras interagirem com seu público de forma direta, autêntica e descontraída. A tendência hoje é que essa participação se dê de forma cada vez menos ostensiva e intrusiva, buscando a completa integração com a narrativa, a linguagem visual e o posicionamento destes eventos – agregando, assim, mais valor para o público final.

Alguns festivais também cumprem papel importante na conscientização e engajamento do público em torno de causas socioambientais importantes e atuais no micro e macrocenário em que se encontram, promovem ações que beneficiam as comunidades nas quais eles estão inseridos de maneira direta causas socioambientais importantes e atuais no micro e macrocenário. Os festivais desarmam e sensibilizam o público, criando uma atmosfera de união com todos ao seu redor.

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35% dos brasileiros escolhem ir em festivais pela experiencia vivida

novas mixtapes

bem maiores que apenas uns compilados de faixas musicais

moods, likes e shuffle

Há um bom tempo é discutido sobre o impacto do streaming no falado ecossistema da música, sobre como transformou completamente nossos hábitos de consumo musical e sobre todas as portas que se abrem com essas transformações.

Bem no centro de tudo isso estão as playlists, que ganharam uma importância imensa nessa discussão e servem cada vez mais como uma espécie de regulador do nosso humor. Se está na fossa e quer se afundar de vez nela: uma playlist de músicas tristes. Caso esteja precisando se concentrar em uma tarefa difícil: uma playlist aSe está precisando de um gás na academia: playlist de músicas upbeat para malhar. E assim, a música anda junto com praticamente todas as atividades ou sentimentos das nossas vidas.

Como consequência, pessoas andam viciadas em criar as suas próprias playlists perfeitas para cada momento do dia, nomeá-las de forma criativa e adicionar belas capinhas que as representem bem, suas próprias playlists perfeitas, quase como um regulador do nosso humor.

tá na correria?

Nem todo mundo tem tempo, paciência ou até mesmo vontade de ir atrás de todas as faixas, juntá-las em uma mesma playlist, pensar em nome, capa, etc... Mas calma! Para esse segundo tipo de usuário: escolher uma entre as infinitas playlists já existentes na plataforma que preferir.

Por sorte, já existem incontáveis playlists que acumularam milhões de seguidores ao longo do tempo, que sempre sedentos pelas novidades que os curadores em quem confiaram tem para lhe apresentar.

Com o tempo, algo interessante começou a acontecer com algumas dessas super coletâneas: uma forte cultura foi criada ao redor delas. Escuta as Minas, que vem acompanhado de um site com um clipe inédito e diversos vídeos com depoimentos.

playlist

sobre consumo

Falando de consumo, as playlists também passaram a ser grandes portais editorais, que hoje, servem de ponto de encontro muito além da música.Segundo o próprio Spotify, todo esse movimento acabou dando bem certo. Há pouco tempo, o Spotify divulgou o projeto Escuta as Minas, que vem acompanhado de um site com um clipe inédito e diversos vídeos com depoimentos de 11 artistas brasileiras. Além disso, esse portal também conta com várias playlists de artistas brasileiras e internacionais.

Tudo isso, com o objetivo de dar voz e vez às mulheres da música brasileira, que são muitas e absurdamente maravilhosas, aliás, assunto muito bem incluso no nosso Music Trends: O Presente Feminino. Tal projeto do Spotify reúne nomes como Karol Conká, Elza Soares e Mart’nália.

da música brasileira de 2019

Além de todas essas maravilhosas cantoras, outras três artistas brasileiras fizeram homenagens à grandes ícones de diferentes gerações. As Bahias e a Mineira retrataram, enquanto Tiê prestou tributo a Maysa, e Lan Lanh a Cassia Eller.

Elas passam a oferecer experiências muito maiores do que apenas uma lista de músicas para o usuário escutar, e tudo o que gira em torno dessas músicas, também diz respeito a elas.

E falamos de futuro por essas ainda serem iniciativas isoladas. mas esse futuro, na verdade, já chegou, e se tornou palpável por meio de uma plataforma.

playlist 89 oasis
um dos hobbies preferidos de quem é vidrado em música boa
Divulgação do spotify para playlist Revelações NA FOTO: CORUJA BC1 NA FOTO: DUDA BEAT

Música como parte do banho, da academia, do metrô ou do trabalho não é nenhuma grande novidade por aqui. Desde Rita Lee e Novos Baianos até Pitty, O grilo e Charlie Brown Jr, nesta edição, é a vez das nossas autoras compartilharem tudo que escutam por aí.

nos nossos ouvidos tropicália delírios

por: fernanda kuntz por: gabriela pires

Copos gelados, carnaval, frutas tropicais, amores e muita festa. Pra quem puxou o gostinho dos pais ou vai pegar um dia de sol. Tim Maia e Rita Lee à Djavan e Novos Baianos. A lista traz uma vibe sossegada 100% brasileira.

RAP nacional atual com muita consciência, sonoridade e toda a representatividade de sempre. De quem começou até os sons que chegaram a pouco na cena: Racionais, FBC, Djonga e Black Alien ao longo das faixas.

welcome to y2k party

por: glória machado

Com todos os maiores hits que marcaram o começo dos anos 2000. Britney, Justin Timberlake, Akon, Beyoncé e Outkast, hora de voltar no tempo do TVZ.

barney stinson’s new years mixtape

por: giovanna moretti

Para os momentos de êxtase da vida, especialmente para os fãs de HIMYM. Enjoy the ride ;)

veja baby

por: maria carol

Calmaria agitada guiada pelos doces e irônicos versos dessa nova música popular brasileira. Com Gilsons, Jovem Dionísio, Flerte Flamingo, Lagum, O Grilo, e muito mais. Gostinho de brasil com diferentes estilos.

91 oasis

O GRILO

Poesia, samba, rock e carnaval; amores da vida toda, os de uma noite só e todas as decepções que vez ou outra vêm junto disso tudo: é sobre isso que O Grilo faz música. A banda paulistana canta sobre as felicidades e incertezas dos nossos vinte e poucos anos de brasileiro, traduzindo as angústias (e alívios) de descobrir que, na verdade, Você Não Sabe de Nada. E mesmo quando não podemos estar festejando pelas ruas de São Paulo, seu disco de estreia nos puxa para dançar e cantar em alto e bom som. Cantando sobre altos, baixos, risos e choros, um passinho, de bossa nova, carnaval e baião. Alternando entre toadas mais dançantes e momentos mais introspectivos, as 13 faixas do registro desenham a unidade sonora marcada por altos e baixos, risos e choros, bossa nova, carnaval e baião, tudo isso somado também com ares de guitarrada paraense, rock goiano e vibes emprestadas do new wave e psicodelia.

entrevista 92

Poesia, samba, rock e carnaval; amores de uma vida toda, de uma noite só, risos e decepções que vez ou outra vêm junto disso tudo: é sobre isso que O Grilo faz música

entrevista Palco Alternativo | ensaio Caio Menezes

Falando das nuances temáticas, o baixista Gabriel Cavallari destrincha “A maioria dos temas saíram da cabeça do Pedro, mas acho que ele conseguiu traduzir vários dos papos que tivemos ao longo da nossa amizade. VNSDN fala sobre coisas que acontecem com todos nós: amores e desilusões, crenças e descrenças, autoconfiança e inseguranças. Acho que a nossa grande mensagem, é de abraçar todas essas incertezas e celebrar as pequenas conquistas de cada dia e da vida, afinal. Fazer dos problemas da vida, motivo pra sorrir e viver mais”.

Cantando sobre altos, baixos, risos e choros, um passinho, de bossa nova, carnaval e baião.

Alternando entre toadas mais dançantes e momentos mais introspectivos, as 13 faixas do registro desenham a unidade sonora marcada com ares de guitarrada paraense, rock goiano e vibes emprestadas do new wave, psicodelia e rock.Fazer dos problemas da vida, motivo pra sorrir e viver ainda mais”.

Vocês acabaram de lançar o álbum de estreia da banda, parabéns! “Você Não Sabe de Nada” traz uma pluralidade de estilos e deixa evidente o quanto vocês bebem de várias fontes e brincam entre tantas influências. O resultado é de fato uma deliciosa confusão! Eu queria começar sabendo mais do pré-álbum… O que vocês estavam ouvindo nesse processo de concepção desse disco?

Lucas Teixeira: Então, realmente o Você Não Sabe de Nada é uma grande “mistureba” de gêneros. Miscelânia mesmo, sabe? Bem papo Brazuca. No período de pré produção e composição das músicas, cada um trouxe várias referências distintas, mas com certeza existiram alguns artistas que roubaram a cena e a atenção de todo mundo ali, como Geraldo Azevedo, Seu Jorge, Gilberto Gil, BaianaSystem, Novos Baianos e por ai foi... Isso além de algumas outras referências internacionais que nos chamávamos muita atenção pela sonoridade diferente como Crumb, Parcels, Daft Punk e Tom Misch. Escutar de novo e de novo pra usar essas referências como forma de inspiração e entender um pouco de cada levada foi parte essencial pro albúm começar a se formar. Então, realmente o Você Não Sabe de Nada é uma grande “mistureba” de gêneros.

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Quatro anos se passaram até a chegada do álbum e no meio do caminho houve a reformulação da banda, com a chegada do Fepa, na guitarra, e a passagem do Gabriel Cavallari para o baixo. O quanto isso influenciou na dinâmica, no processo de composição e na sonoridade d’O Grilo?

Lucas Teixeira: Isso mudou completamente a dinâmica da banda, e não por acaso demoramos mais de um ano e meio até chegarmos numa harmonia para trabalhar no álbum. O Fepa trouxe todo um universo diferente do nosso: todas as influências de carimbó e guitarrada vindas de sua origem manauara e um jeito de se pensar composição e arranjo diferente do nosso. Já o Cavallari no baixo, acho que foi uma adaptação mais rápida, já que nos conhecíamos há muito tempo e ele já tinha o interesse no instrumento. No final das contas tudo isso enriqueceu muito o projeto, já que todos conseguiram colocar sua individualidade nas faixas, resultando em um álbum muito colorido e diverso.

O álbum foi desenvolvido durante a quarentena, cada um de casa, até se encontrarem no estúdio. Como foi lidar com esse obstáculo em meio a produção de um álbum e como esse processo impactou no disco da banda?

Fepa: De primeira é normal ficar meio que sem saber o que fazer e como fazer, mas com o tempo nos acostumamos e usamos isso ao nosso favor, às vezes deixar uma música na mão de um dos integrantes e depois só adicionar a sua parte pode funcionar muito! Isso mudou completamente a dinâmica da banda, e não por acaso demoramos mais de um ano e meio até chegarmos numa harmonia para trabalhar no álbum. Para materializar, chamamos o cartunista Pietro Soldi, artista que sempre acompanhei desde que sou bem pequeno.

Antes do Pedro ficar morando comigo pra fazermos a pré-produção, distribuímos as canções entre nós mesmos para otimizar a produção, depois eu só fazia uns volumes e uns efeitos no programa pra podermos ouvir melhor e fomos construindo uma pastinha com várias músicas que depois, algumas, se tornaram o VNSDN, e há outras que podem sair muito em breve, ou não também,mas com o tempo acostumamos e usamos isso ao nosso favor,

Todos os fãs adoraram como a divulgação chegou com vários complementos, vídeos e GIFs além das próprias músicas. Acham que isso foi devido a impossibilidade dos shows ou é algo próprio do Grilo em tempos normais?

Lucas Teixeira: Nós sempre curtimos produzir conteúdo, principalmente aqueles mais interativos! Acho que isso sempre foi marca registrada dos lançamentos e, talvez por isso, hoje a gente tenha esse relacionamento mais próximo. Mas acho que principalmente em tempos de pandemia, em que não pudemos fazer um festão de lançamento, buscamos alternativas para recompensar a presença física, conteúdos do YouTube, o livro das tiras... Podemos dizer que foi uma necessidade misturada com nossa característica inata de se fazer lançamentos interativos interessantes para os fans.

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Um complemento ótimo, e talvez, o grande destaque, foi so lançamentos em volta do livro que ilustra as faixas do disco. Só com a prévia nós já achamos fantástico! Como nasceu a ideia de fazer um livro? Tinham trabalhado com o ilustrador Pietro Soldi alguma outra vez?

Lucas Teixeira: Acho que nós sempre gostamos muito de tiras, principalmente aquelas estilo mais “jornalescas”, sabe? Comentamos sobre fazer uma identidade visual baseada nessa estética num futuro lançamento. Quando gravamos, percebemos que já havia uma certa narrativa escondida por trás das músicas, como se fosse uma trajetória. Apesar de ainda muito abstrata na nossa cabeça.Para materializar, chamamos o cartunista Pietro Soldi, artista que sempre acompanhei através das redes sociais, para fazer o Lauro, protagonista da história e jogar sua interpretação sobre o álbum nas tiras. O resultado deu muito certo! Comentamos sobre. Ficamos super felizes com tudo, e aí pensamos que seria um desperdício usar as tiras apenas na Internet, por isso veio a ideia de fazer um livro junto com curiosidades das gravações e outros extras. O livro VNSDN além de todas as ilustrações do Pietro, conta com muitas fotos da galera, cifras e outros extras que adoramos produzir. Já havia uma certa narrativa escondida.

As tiras do livro têm as músicas como plano de fundo e trazem histórias sobre o Lauro, uma personificação dos integrantes e, talvez, de todos nós. A viagem deve ser acompanhar os quadrinhos enquanto escuta o álbum. Como foi ver as canções que vocês compuseram virando quadrinho? Como foi o processo com o Pietro? Pedro Martins: A estética da charge é algo que sempre encantou a banda. Em um primeiro momento, tentamos desenvolver uma história por nós mesmos, mas isso acabou sendo muito mais difícil do que a gente imaginava. O Teixeira descobriu o Pietro no Instagram e a banda adorou os trabalhos dele. Marcamos uma reunião e alguns dias depois, ele nos apresentou ao Lauro e a tira de Trela. Cara, foi algo mágico por que uma das coisas mais maneiras que a arte proporciona é a questão da ressignificação, ninguém interpreta uma obra do mesmo jeito, né? E ver a interpretação de um cara com a cabeça do Pietro sobre o nosso som em forma de charge foi irado. Tudo que ele mandava, a gente aceitava de braços abertos. Foi uma baita satisfação ter essa experiência com ele.

Até agora, nenhuma faixa do álbum recebeu um videoclipe oficial. Vocês já têm algo em mente? O que podem nos adiantar de alguma coisa?

Pedro Martins: Já estamos conversando sobre roteiros e ideias de clipes faz um tempo, eu tô curtindo bastante o que vem por aí. Uma coisa que eu posso adiantar é que o primeiro deles é o de “Guitarrada”, que será lançado em breve e conta com a direção do Luigi Parisi (que dirigiu “Serenata Existencialista” e “Competição de Ego”). Foi algo mágico por que uma das coisas mais maneiras que a arte proporciona é a questão da ressignificação, né?

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O Grilo sempre teve uma interação muito grande e forte com o público nas redes sociais, e há poucos dias liberaram o mini-doc sobre o disco, o que eu acho incrível pra enriquecer o universo do VNSDN. Vocês já tinham feito algo parecido na gravação do single “Terreiro”. Como é realizar essas produções e abrir esses processos internos?

Fepa: Mano, a gente simplesmente NÃO EXISTIMOS sem nosso público, adoramos a nossa interação e temos fãs muito curiosos e entregar pra eles umas coisas é sempre muito bom. Acho que quando fazemos música, vídeo zueiro, vídeo aula, vídeo de pergunta e resposta (etc) eles reagem muito bem com a gente, e assim nós reagimos de volta né, essa interação se torna inspiração, o que é que faz esse trabalho ser tão mágico.

O clipe de maior repercussão d’O Grilo é “Serenata Existencialista”, onde vocês fazem referências a diversas capas de discos de vinil, como Djavan, Cartola, Gil, Caetano, João Gilberto, e muitos outros… Essa é uma mídia que vocês consomem?

Vocês têm mais discos que amigos?

Pedro Martins: A banda não consome muito a mídia do vinil, mas o tempo que a gente passa consumindo música, realmente faz com que nossos amigos fiquem um pouco de saco cheio [risos]. A banda vive falando de música, o que ao meu ver não é algo surpreendente, mas como tem gente que não tem essa vibe de falar sobre o assunto 24/7, eu imagino que eu tenho uns amigos antigos que devem me achar meio chato e emocionado quando a bola da vez é música, e 99% das vezes é. A banda vive falando de música, o que ao meu ver não é algo surpreendente, mas como tem gente que não tem essa vibe de falar sobre o assunto 24/7, consumindo música.

Aproveitando essa deixa, há alguma chance de termos o VNSDN em vinil?

Pedro Martins: Isso é algo que a gente troca ideia faz tempo e por hora não iremos lançar o disco nesse formato, mas quem sabe num segundo momento. Como cofundador desse conjunto eu posso afirmar que quando o assunto é o Grilo, não dá pra ter certeza de nada. Existe um interesse por parte da banda, mas só esperando pra ver (risos)…

Galera, muito obrigado por esse bate-papo. E muito sucesso nessa etapa que vem começando da banda! Estaremos ansiosos pros próximos passos e shows de vocês.

Valeu o convite, galera! adoramos o papo e a oportunidade de falar mais sobre a banda e o novo disco! Nós adoramos o papo e a oportunidade de falar mais sobre a banda e o novo disco! É tudo muito mágico, esperamos vocês nos palcos e o Lauro também,muito em breve, com certeza nos encontraremos mais!

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por aí

agora é sua vez! nos mostre seu oasis e rolês para curtir o ócio em sp :)

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Moela | Vila Buarque Funilaria | Bexiga Blue Note | Av. Paulista Degrau Bar | Santana Rockambole | Pinheiros Pé na Porta | Jardim Paulista

Não sou uma pessoa da noite, já vou falando... mas se tem um lugar que me faz sair de casa mais tarde às quintas-feiras é essa festa. Quem toca na casa são apenas os DJs KL Jay, Ajamu, Marco e Will, alguns dos mais importantes da cena e que estão aí há muito tempo lançando as bases do rap nacional. Essa festa é, pra mim, o último quilombo de São Paulo. O lugar é apertado, a música é contagiante e o público é quase todo alternativo. Quando fui, o DJ abaixou o som do vocal e a pista toda cantou junto!

Jazz

Adoro jazz e não é tão fácil encontrar casas que toquem esse tipo de música em São Paulo. Mas tem ali um lugar escondidinho, como o nome diz, nos fundos de um estacionamento em Pinheiros, sensacional. A atmosfera é algo que remonta aos clubes clandestinos americanos ao quais as pessoas iam para ter aquele prazer secreto, marginal, de ouvir um jazz malandro em primeira mão. O ambiente é escurinho e simples, montado com peças de sucata, mas é muito mais ditado pelo som do que pelo visual.

resenha!
review
DJ Club por Cláudia Lopes nos Fundos por Leandro Pires Rua Cardeal Arcoverde, 742 Pinheiros Rua Alameda Franca, 241 Jardim Paulista

CineSesc

A melhor programação de cinema de São Paulo! Já frequentei muito e a curadoria de lá é incrível, há ótimos festivais e, no fim do ano, uma seleção dos melhores filmes do circuito alternativo exibidos nos 12 meses anteriores. Tem o café na entrada, que é muito bom! E dentro da sala, o famoso bar, algo bem incomum e simpático! Sendo um cinema de rua, a relação com a Augusta é muito forte e passou de point de compras dos ricos paulistanos, nos anos 60 e 70, à decadência dos prostíbulos, nos anos 80 e 90.

Daqui a uns dois anos, será um lugar muito “in” em SP. O espaço é bem ousado, a junção de várias casas, como se você estivesse em uma só, ligadas por pátios internos, cada compartimento simula um cômodo e traz ambientes e músicas diferentes. É uma proposta genial! Isso sempre me impacta, como se estivesse indo pela primeira vez. Da última vez que fui, com amigos, ficamos sentados literalmente na cozinha. ainda que fake: é muito divertido poder estar em uma festa nos cômodos dessa casa real e fictícia ao mesmo tempo.

Casa 92 por Lara Motta por Pablo Carvalho Rua Augusta, 2075 Cerqueira César Av. Brg. Faria Lima, 617 Pinheiros

Be Real.

menos filtros na sua vida

Testamos o app que se denonima “a anti-rede social”, durante um mês, será vale a pena entrar nessa?

Alexandre Makhlouf
DIVULGAÇÃO

as publicações vão para o histórico e podem ser vistas por você

Oanúncio de uma nova rede social sempre deixa todo mundo de ouvidos atentos e a ansiedade lá em cima para testar. Afinal, somos um dos países que passa mais tempo conectado. Não, não é exagero falar isso: Uma pesquisa NordVPN sobre hábitos digitais revelou projeções de que brasileiros costumam passar, ao longo da vida, 41 anos na internet – o que corresponde a 54% do tempo de vida médio da população. Um pouco assustador? Sim, sem dúvida, mas que atire a primeira pedra quem nunca teve uma rede social.

Fato é que tanta conexão assim, muitas vezes costuma trazer algumas desvantagens para a nossa saúde mental, com tantos filtros, expectativas e postagens. Uma nova rede, então, foi criada com algumas mudanças para corrigir esse cenário. Estamos falando do BeReal, criado em 2019 com a proposta de, como o nome já diz, ser mais real.

E como o BeReal garante que isso acontece? Será que tem algum efeito realmente positivo ter acesso a conteúdos mais reais? Vale a pena criar um perfil em mais uma rede? Para responder a todas essas perguntas, a gente testou o aplicativo e conta, se você deve ou não fazer o download.

106 oasis
@MARIACAROLS2

o que é BeReal?

Bom, então vamos começar lá do começo: BeReal é uma nova rede social que só pode ser acessada por smartphones, disponíveis no Google Play e na App Store – e que se propõe a trazer conteúdos mais reais para quem usa. Aqui, não é possível seguir ninguém, apenas adicionar como amigo. Aqui já temos uma primeira vantagem: não existe aquela noia de “será que fulano me segue de volta” e nem uma pressão louca para acumular seguidores, como acontece no Instagram e no TikTok. “Seguidor”, aliás, nem é o nome. Todo mundo aqui é sim “amigo”.

como funciona o app?

Para garantir que esse tal conteúdo seja realmente mais real, não existem filtros no BeReal. E nem a possibilidade de usar no aplicativo uma foto que não tenha sido tirada nele. Com acesso à câmera do seu celular, o BeReal manda uma notificação para dizer que já está liberado postar – calma, vamos explicar isso na sequência – e, quando você acessa o app, tem 2 minutos para fazer sua foto do dia. Ao clicar no botão, a câmera capturará, com uma diferença de segundos, o que a sua câmera frontal e traseira estão vendo.

Aqui, vale mais uma explicação: caso você receba a notificação e não acesse o app na hora, você pode, sim, postar atrasado. É só na hora que você acessa o app que os dois minutos vão começar a contar. Então, se estiver em uma reunião de trabalho ou no meio da rua, não precisa se desesperar para postar naquele espaço exato de tempo. Vai aparecer que você postou atrasado, ok, mas a maioria das pessoas posta atrasado, é algo considerado super normal.

Limitar o tempo que você tem para a foto e registrar, quase simultaneamente, o que seu celular vê dos dois lados são duas das maneiras de garantir que o conteúdo ali produzido não será fake – você não vai refazer mil vezes às fotos e nem vai poder encenar muito o que está acontecendo do outro lado. Se estiver linda na selfie, que ótimo! Mas cuidado com aquelas meias jogadas na sala que talvez estejam do outro lado sem você nem reparar que estão ali.

Não, não estamos falando isso para adicionar uma neura à sua já extensa lista (essa frase contém muita autocrítica do editor que a escreveu, ok?).

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Quando você começa a fazer amizades no aplicativo e ter acesso ao conteúdo “vida real” dos seus amigos, as meias jogadas no tapete da sala ficam até mais divertidas e você relaxa um pouco ao produzir seu conteúdo. E, depois de um mês postando diariamente no BeReal, posso afirmar que é legal ver as pessoas sem nenhum filtro, em situações absolutamente cotidianas – que vão de selfies da galera suada na academia à fotos de amigos fazendo planilhas ao longo da tarde, meros mortais trabalhadores como...você

o que mais preciso saber sobre o BeReal?

Lembra que a gente usou a expressão “liberado para postar”? Pois é: só se pode fazer um post por dia. O app vai te avisar quando estiver liberado e, aí sim, você pode registrar seu dia. “Puts, Oasis, mas hoje eu acordei em situação de feia e não tô afim de aparecer assim, com uma espinha na testa, sem lavar o cabelo e com cara de cansado”. Sem problemas, é só não postar. Mas aí você não vai poder ver o que seus amigos postaram também.

É isso mesmo que você leu: para que você consiga liberar o acesso ao BeReal que seus amigos postaram naquele dia, você precisa postar também. É sobre ser mais real, e todo mundo tem seu dia de feiura, é absolutamente normal. O app faz isso para instigar a curiosidade e garantir que mais gente poste e não perca um dia no cronograma, mas confesso que, mesmo nos dias em que eu estava mais desaplaudido, até ajudava ver mais gente desaplaudida ou, na verdade, perceber que na verdade não tava tão ruim .

Outra coisa muito simpática do BeReal são as reações. Você pode curtir e comentar os posts de seus amigos, e essas reações são totalmente customizáveis: existe a opção de registrar, com uma foto selfie, uma expressão correspondente a cada reação. Amou aquela foto? Então faça uma carinha de “ai que fofo” e deixe registrado. Ficou chocada com sua amiga que está plena na praia em plena terça-feira? Registre sua cara de choque e reaja, não perca a oportunidade! Por fim, um último aviso: se caso você tire print do BeReal do amiguinho, ele será notificado. Aparentemente, além de ser sobre realidade, é sobre transparência, rs.

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as meias jogadas no tapete da sala ficam até mais divertidas e você relaxa um pouco ao produzir seu conteúdo

quando for executar a postagem, lembre-se que a câmera frontal e traseira capturam a imagem!

E, para saber quem printou, ele tem que compartilhar o BeReal dele com mais alguém. Já deu pra entender que a moeda de troca aqui é compartilhamento de você sendo você mesmo, né?

Caso a pessoa faça muitas tentativas de fotografias, como ao buscar por ângulos melhores, o app “dedura” a ação para os demais contatos da plataforma.Também não podem ser aplicados filtros, além de não ser possível postar quando quiser. Outro ponto curioso é que você só pode ver publicações de amigos se eles também fizer uma postagem naquele horário. Quando a notificação do dia é exibida, todas as imagens postadas anteriormente desaparecem, de modo a restar apenas as próprias fotografias do user no campo ‘Suas memórias”,como no Insta e em outras redes.

vale a pena entrar no BeReal? Resumindo, o BeReal é um aplicativo que incentiva usuários a serem autênticos e mostrar quem eles são “de verdade” durante o dia a dia. Envia uma notificação em massa, em um horário aleatório e caso a pessoa faça tentativas de fotografias, como ao buscar por ângulos melhores, o app “dedura” a ação para os demais contatos.

Depois de um mês tirando foto da tela do meu computador, da televisão enquanto vejo série, do meu namorado e eu deitados na cama e do meu gato tomando sol – esse último talvez o grande hit do home office na plataforma –, meu veredito é que sim, vale a pena entrar no BeReal. Tenho adorado ver o que meus amigos postam por lá (os amigos da vida real e os que eu só interajo pelo app), é uma rede social que me causa um total de zero ansiedade negativa e apenas uma expectativa gostosa de “nossa, liberou o BeReal, deixa eu ver o que vou mostrar” sem a neura intrínseca que o Instagram me causou.

Se você ficou curioso e quiser testar, é só baixar o app gratuitamente, preencher um cadastro rápido e começar a brincar.

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@MARIACAROLS2

ESQUINAS

aries touro gêmeos

Época de mais intensidade e energia nos relacionamentos íntimos e sociais.

Esse é um mês para ser feliz e saber reconhecer as pequenas coisas boas da vida.

Temporada de, segurança, apoio, base e sustentação são a chave, tome cuidado.

câncer leão virgem

Época de refletir sobre sua vida social e nas pequenas coisas do dia a dia.

As suas prioridades passam a ser em assuntos mais pragmáticos e materiais.

Temporada de Virgem! Agora é hora de renovar seu carisma e iniciar uma nova fase.

esquinas astrais 112 oasis

astrais

libra escorpião sagitário

Foque na sua vida, fazendo coisas do seu jeito, onde e quando quiser, lembre-se disso.

O foco é que vai para além das suas conquistas e lutas individuais, voê é capaz.

Setembro é o seu mês para brilhar pois a inveja alheia não irá alcançar! Va em frente!

capricórnio aquário peixes

Temporada de Sol em Virgem fortalece seu poder mental e seu senso de discernimento.

Foque em questões menos divertidas, questões pragmáticas e burocráticas.

Com o Sol e Vênus transitando em Virgem, esse é um período ligado nas suas relações.

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fogo: intensidade

Esse mês, a quadratura do Sol em Virgem com Marte em Gêmeos traz uma loucurinha no ar, e talvez um senso de urgência de querer fazer tudo ao mesmo tempo. Na correria da agenda ocupada não sobra tempo para sensibilidades e uma escuta mais afetiva, o que pode gerar ruído e problemas de comunicação e convivência. Para os de fogo, recomendamos um lugar intenso, cheio de bagunça e energias positivas: a casa Rockambole!

Casa Rockambole

R. Belmiro Braga, 119 - Pinheiros, São Paulo

terra: foco

Agora é hora de agir. Claro que nem tudo são flores, teremos Sol e Vênus fazendo quadratura com Marte. Transitando em Gêmeos, Marte ativa um lado do seu mapa que fala de autoconfiança, necessidade de segurança e foco no seu trabalho, no que você quer construir. Tem que ser caruda e abusada mesmo. Para os de terra, recomendamos um lugar que te ajude a focar nos seus objetivos: o centro cultural São Paulo.

Centro Cultural São Paulo

Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso, São Paulo

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água: tranquilidade

A necessidade de se impor e comprar certas brigas conflita com a vontade de apenas ficar em paz e deixar quieto. E também tem gente que paga para não se incomodar, e tem gente que paga para incomodar. Este mês você não vai conseguir deixar tudo baixo ou quieto, e nem deve. Certos incômodos precisam ser verbalizados. Para os signos de água, recomendamos um lugar tranquilo e pacífico como o parque Augusta.

Parque Augusta

R. Augusta, 200 - Consolação, São Paulo

ar: organização

Com Sol e Vênus transitando em Virgem, este é um mês para se permitir viver bons momentinhos de prazer e alegria ao lado de quem você mais ama e conhece. Intimidade é uma palavra-chave. Questões de se sentir em casa e organizar a sua base serão importantes. Coisas acontecem e nos tiram da normalidade, mas de tempos em tempos isso é necessário. Para os signos de ar, um lugar que junte todos em um só: a Casa Flutuar!

Casa Flutuar

R. Clodomiro Amazonas, 896 - Vila Nova Conceição

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as melhores rotas por sp

entre a cidade lembrada e a cidade imaginada

Quando criança, eu morava na zona oeste de São Paulo. Às vezes, vínhamos à casa de meus tios no início da Rodovia dos Imigrantes, percorrendo toda a Av. Bandeirantes. Para mim, era uma eternidade! No meio do caminho, tinha um outdoor imenso da Conibra, iluminado e em movimento, que servia como uma espécie de marcador do percurso. Em ocasiões especiais – talvez no Dia das Crianças ou no aniversário de alguém da família – meu pai nos levava para uma extravagância gastronômica: uma banana split na Swensen’s da Av. Pompeia.

Já um pouco mais velho, frequentei bastante a biblioteca municipal Álvaro Guerra, na Av. Pedroso de Morais. Ia de bicicleta e, inevitavelmente, passava pelo ilustre “Profeta de Pinheiros”, figura misteriosa que integrou a paisagem da região por 35 anos.

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Guilherme Mirage Umeda Doutor em Educação / Professor do curso de Design da ESPM-SP por Guilherme Mirage Umeda illustração por Jorge Guedes

Hoje, o outdoor não existe mais. Mas ele permanece muitíssimo vivo na minha memória como parte fundamental da paisagem urbana da minha cidade. Onde havia a Swensen`s, hoje, acho que no lugar tem uma loja de lustres, uma concessionária ou coisa assim. No canteiro central que servia de moradia para o profeta, há as ciclovias. Mas nem tudo o que é passado foi irrevogavelmente varrido da paisagem urbana. Assim é a cidade, um enorme palimpsesto que ainda nos oferece, nas entrelinhas, um rico texto sobre o que foi e como veio a ser o que é. Essa é a cidade lembrada. Mas e a cidade imaginada? É aquela na qual depositamos todas nossas expectativas sobre formas mais dignas, harmoniosas e confortáveis de se viver na metrópole. Queremos a malha metroviária de Nova Iorque; os

boulevards parisienses; as ciclovias de Amsterdam; as quadras verdes de Londres; e assim por diante. Mas não queremos NY, Paris, Amsterdam ou Londres. O “Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia / porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia”. Essas cidades não são a minha cidade. É apenas por provincianismo? Talvez um pouco... mas também por uma marca indelével, um sopro do lugar que afeta a quem nasceu ou escolheu a cidade para viver. Então, resta-nos sonhar não com uma nova cidade, mas com uma nova São Paulo, uma utopia encravada na realidade forjada em concreto. Assim é a nossa São Paulo do presente; um istmo temporal, um instante rasgado entre o lembrado e o imaginado, confluência entre nossas memórias e nossos sonhos.

coluna 119 oasis

o museu é o mundo: redescobrindo sampa

Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e doutor em Linguagem e Educação pela USP.

Professor de História da Arte e Semiótica Aplicada ao Design no curso de Design da ESPM-SP.

O Museu é o Mundo já nos ensinou Hélio Oiticica. O mundo revela mundos e a função de todo grande artista é perceber e criar novas realidades, mostrar o que se esconde, colocar o espectador interagindo com as obras e o próprio espaço expositivo.Neste sentido, a cidade de São Paulo possui preciosidades escondidas: casas residenciais assinadas por grandes arquitetos que abrigam exposições de arte que traçam um diálogo extremamente instigante com a arquitetura de tais casas.

Vamos às dicas: a primeira exposição acontece na Casa Zalszupin, no bairro dos Jardins. A casa, dos anos 60, já é uma obra de arte, e mal pode ser vista da rua, pois está aninhada sob e atrás de uma grande árvore centenária de grandes dimensões. A arquitetura de Zalszupin remete tanto às influências escandinavas quanto às brasileiras. É uma

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João Carlos Gonçalves João Carlos Gonçalves illustração por Jorge Guedes

casa onde ele experimentou muito com referências diferentes, mesclando-as, desde elementos tradicionais brasileiros, como os tratamentos de paredes em estuque bruto, até o teto curvo de madeira com aspecto escandinavo. Os interiores têm uma sequência cuidadosamente orquestrada de contrações e expansões espaciais, tetos baixos que dão lugar a espaços de pé direito duplo e aberturas que calibram cuidadosamente as vistas e as luzes com um efeito mais envolvente e uma sensação geral de abrigo.

Não se trata tão somente de geometria descritiva: cada um ao seu modo, Lina Bo Bardi e Max Bill desenharam formas para, com rigor, materializar sua postura ética. Naquela virada dos anos 40 e 50, Bardi e Bill tratavam o raciocínio humanista e o desenho técnico como complementares.

A segunda indicação é a exposição Aberto 01, evento que ocupa a única casa projetada por Oscar Niemeyer em São Paulo e quebra de forma instigante os limites e convenções do campo da arte, promovendo encontros potentes entre diferentes obras e campos de expressão plástica e poética.

A valorização de lugares inusitados, fora dos circuitos dos museus e em casas com forte carga simbólica, histórica e estética, é o convite principal destas duas exposições que convidam os visitantes, não só a conhecer os belos espaços arquitetônicos e as obras em diálogo com tais espaços, mas, sobretudo, a redescobrir recantos escondidos na cidade de São Paulo, percebendo poeticamente, que o Museu é o Mundo.

coluna 121 oasis

é possível o ócio em cidade que tem como símbolo o café?

A imagem de metrópole pujante, trabalhadora, motor econômico do Brasil, construída ao longo do século 20, tem seu preço. Os paulistanos usufruem de um cardápio considerável de opções para lazer, mas ócio é outra coisa. Para ele é essencial um estado de espírito que não soa natural ao morador típico da cidade. É por isso que nos feriados, milhões deles deslocam-se para o campo ou a praia.

O ócio é obtido mais facilmente quando estamos longe dos hábitos pré-determinados do nosso cotidiano detalhadamente planejado para o progresso e a eficiência. Nossa cozinha é planejada para produção rápida, saborosa e nutritiva Nossos quartos, controlam meticulosamente a luminosidade e a temperatura projetando um sono preciso sobre colchões tecnologicamente macios e travesseiros da Nasa.

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Marcelo Pliger Designer, infografista da Folha de S.Paulo, professor da ESPM, arquiteto pela Faculdade Belas Artes com especialização em Design, mestre em Semiótica pela PUC, pai do Pedro. por Marcelo Pliger illustração por Jorge Guedes

A sala, esse ambiente outrora dedicado ao livre convívio familiar, agora é dominada por uma tela de escala cinematográfica capaz de oferecer número cada vez maior de atividades. O ócio será melhor aproveitado em um ambiente desconhecido e, melhor ainda, na natureza. Nosso corpo relaxa melhor na natureza. Os trechos mais tocantes do romance utópico “Notícias de Lugar Nenhum”, do escritor e designer inglês William Morris fala da beleza natural da Terra e da capacidade do equilíbrio psicológico. Do outro lado do Atlântico, a intelectualidade brasileira via a natureza exuberante como sinal de atraso e apontava o ócio como justificador da supremacia branca em detrimento de uma suposta preguiça de africanos e ameríndios. Em 1914, o paulista Moteiro Lobato escreve o conto “A Velha Praga” para o Estado de S.Paulo

onde cria o personagem Jeca Tatu, agricultor brasileiro magro, doente e preguiçoso que é curado pela intervenção científica de um médico italiano. O conto foi posteriormente usado como peça publicitária do fortificante Biotônico Fontoura através de livreto distribuído em mais de 100 milhões de exemplares. O ócio portanto, essa entrega prazeirosa à preguiça, ao “dolce far niente” sem propósito, sem prazo nem objetivo, não é tarefa simples para um paulistano. Contemplar a paisagem em algum dos 113 parques da cidade, pode ser uma saída. Se for noite, contar estrelas na cobertura gramada do Centro Cultural São Paulo. Minha última sugestão é: não leve esta revista. Prefira entregar-se ao tempo, sem objetivos.

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crônicas da grande selva de concreto: são paulo

Bianca Antunes

Escritora, professora, doutora em filosofia pela USP e pós-doutora em artes pela UNICAMP.

Poderia ser a cidade que não para nunca. Ou a terra da garoa. Eu diria palco de muitas histórias. E talvez, por isso, a cidade não dorme nunca. São Paulo é atravessar o trânsito dentro do carro de um desconhecido que você achou em um aplicativo cinco minutos atrás. E falar, ouvir, discutir. Isso é São Paulo. É aquela chuva que você odeia, mas no fundo agradece por existir.

Se existe um lugar entre o céu e o inferno capaz de causar sentimentos tão diversos é São Paulo. Onde os instantes são rápidos demais, acendem e apagam – apesar de dizerem que não se apaga nunca. É onde o coração bate. As vezes por medo, mas sempre por amor. É uma constante. É estar sempre se despedindo em meio aos encontros.

Dizem ser a cidade de tantos encontros. Encontra-se tudo, menos o outro. Dizem tanto,

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por Bianca Antunes illustração por Jorge Guedes

mas é onde não se diz mais nada, perde-se todos. E assim, no meio da vastidão se paga o preço de viver sempre tão apressado. É aceitar uns aos outros com um julgamento silencioso, sem coragem de dizer tantas palavras proibidas, mas com a coragem de nunca se pronunciar. No fim, a gente quase se encontra em tantos desentendimentos.

Talvez exista uma energia impalpável que torna tudo que é cinza mais bonito. Parece solitário ao redor de tanta gente. Parece com o mundo, é bonito, mas perigoso. Estações indefinidas quase parecem estar querendo agradar todo mundo. São Paulo é tentar agradar todo mundo – e nunca conseguir.

São Paulo é viver em constante adaptação de uma modalidade de vida desordenada.

É ambiente de trabalho. É tragédia e desesperança. É desigualdade. E mesmo assim,

existe uma tranquila felicidade que irradia das coisas fazendo com que ninguém entenda o porquê. Apenas sabe-se. Apesar de tantos defeitos, é o saber. É espaço de epifania, de liberdade de dizer coisas sem nexo e ser entendido por isso. É ter a responsabilidade de ser quem é e fazer dela um deleite. É a essência de uma realidade enviesada. É ser único, enquanto igual a vários. É onde se deve viver, apesar de medos. Viver, apesar de multidões. Viver, apesar do descaso. E viver porque o “apesar de” é o que nos faz ficar. O sentimento de pertencimento diz respeito à ligação de viés psicológico que o colaborador tem com a empresa. Nesse cenário, o funcionário se sente parte de uma comunidade, o que faz com que a organização seja mais do que apenas um vínculo profissional.

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