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SÁBADO, 23 DE MAIO DE 2015
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Engajamento. Projeto Meu Humano e Eu arrecada dinheiro para uma ONG que cuida de animais FOTOS ANA SLIKA/DIVULGAÇÃO
Pedro Del Sarto, Flávia Dutra e os cães Panqueca e Frang
Cenasdeumamorincondicional Paixãoporcãese porbelasimagensé o“gás”defotógrafa pelasruasdeBH ¬ FELIPE BUENO ¬ Alguém aí ainda não co-
nhece a Ana Slika e o Yamandu Savassi? Se a resposta for negativa, certamente você não é de Belo Horizonte. A Ana é uma fotógrafa de 30 anos, formada em publicidade e propaganda. O Yamandu é um cão da raça golden retriever, figurinha carimbada nas ruas da Savassi. Ela passou a ser conhecida por seu trabalho. Já ele tem forte presença nas redes sociais – o Instagram do Yamandu tem cerca de 12,2 mil seguidores. A história dos dois é digna de um filme, como a produção norte-americana “Marley e Eu”, baseado no livro de
memórias homônimo, escrito por John Grogan. Além das câmeras fotográficas e lentes, o cão Yamandu é o grande companheiro de Ana. É muito comum encontrá-los caminhando na praça da Liberdade e nas ruas da Savassi. “Ele me acompanha em tudo. Eu trabalho com ele, saio com os amigos com ele. Yamandu é o meu amor. A gente se entende no olhar, na atitude. Ele sabe quando estou triste, quando estou alegre”, diz a moça.
Barney e seus humanos Patrícia e Bernardo Negrão
Há cerca de cinco meses, Ana Slika criou o projeto Meu Humano e Eu que, como o próprio nome indica, consiste em uma sessão de fotos de animais e seus donos. Ela já fez 14 ensaios, e parte do valor cobrado é doada à ONG Asas e Amigos, que cuida de animais abandonados e acolhe também animais silvestres. MELHORES AMIGOS.
Iniciativa Rafael Montesso e Jimmy Choo estão no portfólio do projeto Meu Humano e Eu
DoençadeYamandu impulsionouprojeto Ana tornou-se ativista pelo direito dos animais quando seu golden Yamandu – muito amado e querido, um autêntico membro da família, como é perceptível na relação dos dois – contraiu, em 2012, uma doença chamada babesiose canina, provocada pela picada de carrapatos. O tratamento era caro, e foi preciso buscar alternativas financeiras para custear os medicamentos. Na época, ela decidiu criar uma rifa, cujo prêmio era uma sessão de fotos com Yamandu.
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Como são conhecidos pelas ruas da Savassi, houve uma verdadeira comoção e várias pessoas passaram a oferecer prêmios para o sorteio. No fim, a rifa contava com dois vales-compra de R$ 100 em uma loja, uma pizza gigante e uma corrida de táxi no valor de R$ 50. Isso porque comerciantes da região da Savassi conhecem Yamandu e, por ele ser amigo e dócil com todos, as pessoas se sensibilizaram com a situação. O fim da história todos já conhecem – foi e está sendo feliz. (FB)
Três momentos de Ana Slika e Yamandu
“Além de captar pessoas e animais e, com isso, dinheiro para a ONG, a campanha é uma forma de sensibilizar aqueles que não possuem um bicho de estimação. É uma forma de incentivar a adoção”, diz Ana. A reação tem sido positiva. Até agora, ela já fez dez ensaios de cães com seus donos. Porém a ação vale para outros animais também. O sucesso do projeto, segundo ela, vem do fato de que as pessoas estão mais ligadas aos animais e interessadas nas trocas que a convivência de humanos e bichos podem gerar. “A gentileza é algo contagiante. Muita gente comprou um golden por causa da minha relação com o Yamandu. Eu vejo que as pessoas estão tratando os animais como eles devem ser tratados, com amor”, conclui.