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O TEMPO Belo Horizonte SEGUNDA-FEIRA, 3 DE NOVEMBRO DE 2014
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Bike polo. Modalidade de esporte sobre bicicleta ganha cada vez mais adeptos em Belo Horizonte
Muitos gols sobre duas rodas Praticantescontam quejuntarama antigapaixãopelas ‘magrelas’ànova práticaesportiva ¬ FELIPE BUENO ¬ Equilibrar sobre duas ro-
das já é, por vezes, tarefa difícil. O desafio aumenta na modalidade que mescla polo com bicicleta. Tratase do bike polo, prática esportiva que vem conquistando adeptos em Belo Horizonte e se popularizando no mundo. Em vez de cava-
los, como no polo tradicional, o atleta tem que disputar a partida sobre uma bicicleta. O belo-horizontino Pedro Felipe de Castro Oliveira, 28, mais conhecido como Toast, conheceu o esporte por meio de uma oficina, em 2013, realizada por Emerson Eller e Guilherme Tampieri, no Ateliê Bicicine, para a confecção dos primeiros mallets – os tacos usados no jogo – da cidade. Depois dessa experiência, que serviu para difundir o bike polo na capital mineira, um grupo de amigos decidiu se reunir para a manter a prática do esporte, com
treinos semanais, promovidos em praças e locais públicos da cidade. Eles criaram o BH Bike Polo, agremiação que reúne várias equipes. “No início, treinávamos na praça da Estação e, depois, por uma série de motivos, passamos a treinar na praça Juscelino Kubitschek. Hoje, devido à falta de estrutura para a prática profissional, mudamos os treinos para uma quadra pública localizada na avenida Tereza Cristina, onde há melhores condições de treino”, conta Oliveira. Segundo o praticante, o clube foi agregando novos
participantes a partir do momento em que as pessoas tomaram conhecimento da modalidade pela internet. “Novos integrantes foram inseridos no grupo, depois que muitos interessados, através da nossa página no Facebook, tiveram contato com o esporte. Eles, hoje, treinam com a gente, fazem parte da família. O grupo só cresce, e os amigos, também”, destaca. A paixão pelo esporte, contudo, não nasceu de forma espontânea. Pedro Felipe de Castro Oliveira, por exemplo, já trabalhava como “bike messenger” na em-
presa que criou com amigos. As bicicletas, como ferramenta para prática esportiva ou mera diversão, já faziam parte da vida da maior parte daqueles que hoje se aventuram no bike polo. “Os integrantes que formam a cena hoje se conheceram em outros grupos de bike ou já eram amigos por outros motivos. E se juntaram com o mesmo objetivo: treinar e fomentar o esporte sobre a bicicleta, instrumento que já se faz presente na vida de todos, por amor, lazer e, agora, como mais uma modalidade esportiva que vai além do ciclismo”, explica.
Crescimento “Novos integrantes foram inseridos no grupo, depois que muitos interessados, através da nossa página no Facebook, tiveram contato com o esporte. Eles, hoje, treinam com a gente, fazem parte da família. O grupo só cresce, e os amigos, também.” Toast PRATICANTE DE BIKE POLO
FOTOS RICARDO MALLACO
Mudanças
Como se joga
Criado em 81 na Irlanda, jogo evoluiu Praticado no mundo todo, o esporte criado pelo ciclista Richard J. Mecredy, na Irlanda, em 1981, ganhou adeptos recentemente no Brasil, onde a modalidade é praticada há cerca de cinco anos. Apesar da prática esportiva ser antiga, o jogo se popularizou a partir dos anos 2000 e sofreu algumas adaptações. O bike polo, inicialmente, era praticado na grama (chamado grasspolo). A prática hoje se dá em pátios de concreto. As partidas são disputadas em quadras, geralmente cercados por tapumes, para que a bola não saia do campo. Muito semelhante à quadra de hóquei. Qualquer bike pode ser usada. Mas, depois da difusão do esporte, bikes especificas foram criadas. Elas são chamadas de poleiras e possuem a geometria do quadro um pouco mais compacta, para proporcionar mais agilidade. (FB)
0 Cada time é composto por três jogadores 0 A partida pode ser disputada em uma quadra poliesportiva ou pátio de concreto
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0 Os gols e a bola utilizados são iguais aos de street hóquei sobre patins 0 As bicicletas com quadro de corrida, catraca fixa e pneus largos são mais apropriadas para o jogo 0 Equipamentos de segurança são obrigatórios: luvas, caneleiras, capacete e joelheiras 0 O jogo tem duração de 10 minutos, mas pode acabar antes, caso alguma equipe marque cinco gols antes do tempo regulamentar 0 O jogo começa após o grito “3, 2, 1.. POLO!” A partir disso, a bola é disputada como no jousting (competição marcial entre dois cavaleiros montados) Habilidade. Bike polo exige dos praticantes muito equilíbrio e agilidade nas manobras com a bicicleta, sem se descuidar da bola
Torneio internacional
Time fica em 13º na Colômbia Entre os dias 10 e 13 de outubro, integrantes do BH Bike Polo disputaram o primeiro torneio latino-americano da modalidade, em Bogotá, na Colômbia. Defendendo a equipe Dizzy Bike Polo, também de Belo Horizonte, eles quase conseguiram a vaga para a segunda fase da competição. Com três empates, uma derrota e uma vitória, o time terminou em 13º lugar na etapa classificatória, que contava com 40 participantes, divididos em dois grupos de 20, com 12 classificados de cada chave. Outros
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Toast destaca a experiência adquirida no torneio em Bogotá
cinco clubes do Brasil – das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e São José dos Campos – também jogaram no torneio. Anteriormente, a Dizzy já havia ficado em segundo no Campeonato Brasileiro de Bike Polo. Um dos titulares do time belo-horizontino, Pedro Oliveira, o Toast, enalteceu a experiência em solo colombiano. “Foi uma oportunidade ótima. A equipe acabou não conseguindo o titulo, mas foi excelente. Os empates acabaram não sendo muito bons. Ficamos dependendo de outros resulta-
dos”, destacou. Pouco antes da disputa, Pedro conta que o time ainda teve uma perda importante. O camisa 13, Diego Garavinni, acabou machucando o joelho. Um chileno teve que ser incluído na última hora na formação mineira. Agora, os atletas se preparam para participar de um torneio comemorativo, a ser disputado nos dias 6 e 7 de novembro, em Casa Branca, no interior paulista. Além disso, a equipe trabalha com a montagem do calendário de competições para a próxima temporada. (Diego Costa)
0 A equipe que primeiro pegar a bola, no centro do campo, obtém a posse dela e assim se dá inicio da partida 0 Nenhum jogador pode colocar o pé no chão. Caso aconteça, ele estará fora da jogada até que bata o seu mallet (taco) no chamado tap out 0 Os tap outs são dois pontos específicos localizados na linha do meio de campo 0 A substituição ocorre quando um atleta está lesionado ou por falta decorrente de algum contratempo 0 O contato físico, entre mallets ou bikes,pode ser ou não considerado falta de acordocom a avaliação do juiz