Cartilha de Transporte sobre trilhos contra as concessões e privatizações

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A desindustrialização e a reprimarização coloca o Brasil descendo a ladeira Essa nova localização do Brasil no mundo como exportador de produtos primários empurra o Brasil prá baixo, caindo na escala de grande país industrial para “republiqueta de banana”, apelido dos países periféricos produtores de alimentos e matérias primas para exportação. Essa linha de demarcação entre uma fase e outra do capitalismo brasileiro se deu com a chegada do neoliberalismo aqui no Brasil, em 1990. Daí por diante, a orientação da burguesia brasileira foi de entregar o país para a rapina internacional: os investimentos estrangeiros vieram ao Brasil (e seguem vindo) para adquirir grandes empresas estatais a preço de banana, para demitir mão de obra, diminuir salário e aumentar as tarifas para a população brasileira. É uma diferença importante com a forma de investimentos que fizeram as grandes empresas multinacionais na década de 1950, 1960 e 1970 para se implantar no país: tiveram que investir em fábricas e novos produtos para ganhar o mercado interno e para exportar para a América do Sul parte da produção brasileira. Hoje, grandes bancos e multinacionais estão comprando as empresas brasileiras justamente para não fazer novos investimentos e recuperar rapidamente (em poucos anos) o valor investido na compra da empresa. Por isso, foram vendidas empresas muito rentáveis, como a Vale do Rio Doce, por um preço 10 vezes mais baixo que seu valor real. Hoje, na maioria das vezes, o capital internacional domina uma empresa comprando apenas 10 a 15% das suas ações na Bolsa de Valores. A modo de exemplo, um grande banco estrangeiro é dono de meio Brasil, o Black Rock: movimenta uma conta de U$ 7,4 trilhões 48


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