Cartilha de Transporte sobre trilhos contra as concessões e privatizações

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Análise das empresas do setor metroviário No presente item do estudo, analisamos não apenas os trabalhadores das diversas empresas, mas a relação capital e trabalho. Para tal, recorremos aos relatórios anuais das respectivas empresas do setor. Os relatórios foram, em sua maior parte, retirados dos diários oficiais dos respectivos estados. As seguintes empresas foram consideradas: CPTM e METRÔ-SP (São Paulo), METRÔRIO (Rio de janeiro), METRO BAHIA (Salvador), TRENSURB (Porto Alegre) e CBTU (Belo Horizonte, João Pessoa, Natal, Recife e Maceio). No conjunto, tais empresas abrangem a maior parte do sistema metroviário brasileiro. É preciso ter critérios específicos para análise desse setor. Apesar da maior parte das empresas estarem — segundo a intenção dos respectivos governos — em vias de privatização (parcial ou integral), apenas o METRÔ BAHIA e o METRÔRIO são administrados exclusivamente por empresas privadas. Desse modo, ao menos em teoria, as estatais não visam lucro. Motivo pelo qual o lucro líquido é uma variável pouco relevante. Nesse caso, o item mais importante a ser considerado é o lucro bruto, que considera o ganho de operação dos respectivos sistemas. Além disso, as empresas TRENSURB e CBTU recebem subvenção estatal, o que possibilita passagens a preços inferiores aqueles postos pelo mercado. Por esse motivo, consideramos tais subvenções como parte das receitas destas duas empresas, ainda assim, ao final, analisamos o peso das subvenções e sua evolução histórica.

• Patrimônio bilionário entregue às empresas privadas Ao contrário de grande parte dos setores da economia, no setor metroviário o patrimônio é a variável mais importante. Em todo o 71


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