viço a valorização do capital, do lucro; deixando todos os trabalhadores e a população a reboque. O setor deve se preparar para uma batalha longa e difícil. Agora, mais do que nunca, as tarefas devem se elevar para além das meras revindicações salariais e por emprego, colocando em cheque o próprio sistema capitalista.
• Uma primeira conclusão Nesse estudo, vimos que o setor de transporte não perdeu espaço na economia nacional nas últimas décadas, ao contrário, é cada vez mais representativo. Isto ocorre em função de dois processos: por um lado, a urbanização não planejada e desenfreada e, por outro, o processo de reprimarização da economia brasileira que eleva dia a pós dia a necessidade de importar produtos de consumo e exportar a maior parte da produção nacional que se constitui basicamente de commodities. Ao mesmo tempo, já está em curso impactos das transformações tecnológicas no setor. Empresas mundiais de transporte desferem um golpe de morte nos pequenos empreendimentos e uma nova infraestrutura automatizada se afigura no horizonte. O impacto dessa nova dinâmica já pode ser notada em várias funções que já são passíveis de automatização como é o caso dos bilheteiros. Tudo isso coloca desafios e tarefas para a classe trabalhadora brasileira. A tarefa colocada é pôr os desenvolvimentos tecnológicos a serviço nas necessidades e interesses da população e não do lucro e acumulação das empresas privadas. Vimos ainda que tais interesses — das empresas privadas e dos consumidores — não coincidem em absoluto nesse caso. Para viabilizar taxas de lucro cada vez mais elevadas, concessões privadas do setor metroviário como o Metrô Bahia e o MetrôRio abrem mão das receitas em troca das taxas de lucro, isto é, elevando as passagens, reduzindo o uso pela população, arrochando os salários de modo a atingir taxas de lucro mais elevadas. A situação dos trabalhadores das empresas privadas interferem diretamente nas condições de 92