Revista Feneis 21

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ANO V N 21 Janeiro/Manjo de 2004

Surdos na Direcao Kit Libras e Legal repercute em todo o Brasil

A experience do surdos no mercado de trabalho do Ceara ,r

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editorial gina e Souza Campelo ( 1986- 1991) , Fernando de Miranda Valverde ( 1991 1993 ) , Antonio Campos de Abreu ( 1993 - 2001 ) e Antonio Mario Sousa Duarte ( 2001 - 2004) , todos surdos. Essa e a prova viva da capaci dade do surdo de trabalhar e de lutar pelos seus direitos. Estamos certos de que a comunidade surda brasileira e grata por tudo que eles representa ram e fizeram enquanto estiveram na Diregao da FENEIS . Com o tempo a expansao e descentralizagao da Entidade definiu os novos rumos dessa comunidade , que hoje pode contar com a orientagao e assistencia da Feneis em diversos estados do Bra sil. Nessa caminhada nos orgulha mos tambem de muitos nomes que de forma voluntaria ou profissionalmente estiveram conosco em busca de no vos espagos para o surdo. Nao faltam projetos , vontade e garra para novas conquistas. Isso tambem nao fica fa cil de perceber nas materias publicadas em nossa Revista que, frequentemente , fazem references a encontros ,

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Antonio Campos de Abreu Presidente da FENEIS em exercicio na ocasiao do fechamento da revista

Prezados Leitores,

A historia da Feneis passa por momentos de muitas lutas e de grandes vitorias. Em todas as fases, h'deres competentes estiveram a frente da diregao da Feneis, que desde a sua fundagao tem sido dirigida por surdos .

Nesta Revista , divulgamos com imen so carinho o perfil de cada presidente que passou pela Federagao e deixou urn legado de servigo e amor as causas dos surdos . Foram eles Ana Re -

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Antonio Mario Sousa Duarte Diretor Primeiro Vice-Presidente Antonio Campos cJe Abreu Diretor Segundo Vice - Presidente Max Augusto Cardoso Hee.ren Diretor Administrativo

Brasilia - DF 1° Diretor Regional : Cesar Nunes Nogueira 2" Diretora Regional: Silvana Patricia de Vasconcelos

1° Membro Suplente - Luiz Dinarth Faria 2° Membro Suplente - Luiz Geraldo F. A . Neto dos Reis

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Manaus - AM r Diretor Regional : Marlon Jorge Silva de Azevedo 2 ‘‘ Diretora Regional : Raimunda Nonata Neves Teixeira -

Fortaleza - CE 1° Diretor Regional: Wilier Cysne Prado Vasconcelos 2° Diretor Regional : Ernando Pinheiro Chaves

Teofilo Otoni - MG 1° Diretor Regional: Luciano de Souza Gomes 2 J Diretora Regional : Suely Ferreira da Silva

1

3° Membro Suplente - Benedito Andrade Neto

I Presidente

Curitiba - PR / " Diretora Regional : Karin Lilian Strobel 2 '' Diretora Regional : Iraci Elzinha Bampi Suzin

DIRETORES REGIONAIS

Recife - PE 1° Diretor Regional : Antonio Carlos Cardoso

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3° Membro Efetivo - Delvan Cesar de Souza

Rodrigues Novaes

Walcenir Souza Lima Diretora Administrativa Adjunta

Alegre - RS 1° Diretor Regional : Marcelo Silva Lemos Diretora Regional : Marianne Stumpf

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Presidente da FENEIS em exercicio

Belo Fiorizonte - MG lu Diretor Regional : Joao Rigueira Hissa 2° Diretora Regional : Rosilene Fatima Costa

Diretor- Presidente

Porto

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Suplentes

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Silvia Sabanovaite Diretor Financeiro Washington Luiz Barros de Oliveira

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Antonio Campos de Abreu

Siqueira da Silva

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Urn abrago e boa leitura

2 J Diretora Regional : Maria Dione Monteiro de

FENEIS WilZim

simposios e outros eventos envolvendo a questao da surdez e do interpre te em nosso pais . Lendo a Revista da Feneis voce pode encontrar textos que traduzem nossas preocupagoes, como a noticia do Projeto Libras e Legal e a reportagem sobre o Mercado de Tra balho para o surdo, nesta edigao com destaque especial para o Ceara. Alem disso, temos tambem a alegria de compartilhar que estamos avangando na comunicagao de nos sos trabalhos e acompanhando o ritmo da era online que o mundo vive. Recentemente aperfeigoamos nosso site, tornando- o ainda mais completo. Basta clicar www. feneis. org .br e voce encontrara informagoes bastante diversificadas sobre a nossa Federa gao, alem de muitas fotos , materias sobre surdez e links especificos . Aguardamos a sua visita !

- Fernando de Miranda Valverde

Secretaria - Shirley Vi 1 halva Lucia Severo da Costa Flaviane Reis do Carmo

Rodrigo Rocha Malta EDITORIA :

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Secom - Setor de Comunicagao Rita de Cassia Madeira Editora Nadia Mcllo (MT 19333 )

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Projeto Grafico e Diagrama ao David Souza Ferreira

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Efetivo 1° Membro Efetivo e Presidente - Carlos Alberto Goes 2 ° Membro Efetivo e Secretaria - Alzira Elaine de Carvalho

Impressao

Libregraf Tiragem 5.000 exemplares

Revista da FENEIS - 3

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Libras e Legal

Kit LIBRAS E LEGAL

O langamento oficial do Kit aconteceu em Porto Alegre, no dia 13 de setembro. 0 Projeto Libras e Legal e uma iniciativa da Federagao Nacional de Educagao e Integragao dos Surdos (FENEIS) com o patrocinio da Petrobras, atraves do Programa Petrobras Social. Entre os objetivos principals do Libras e Legal esta a difusao da Lingua de Sinais.

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Alegria e comunicagao para veneer Andrea Giovanella nao e surda de nascenga . Quando tinha apenas urn ano e

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poucos meses, ela sofreu uma queda de escada que provocou uma amnesia temporaria e, posteriormente , resultou em uma surdez profunda . Ativa e extrovertida , ela nao tern limites para transmitir a sua palavra, quer seja por meio da Lingua de Sinais ou de forma oralizada.

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O Ceara e o segundo estado que mais emprega deficientes fisicos e que mais luta pela inclusao desse tipo especial de mao - de - obra no mercado de trabalho. E notorio, no entanto, que a inclusao dos surdos no mercado e urn processo gradativo e bem a longo prazo, isso porque envolve uma serie de medidas, como conscientizagao, sensibilizagao, parcerias, entre outras e que contribuiam para uma aceitagao ainda maior dos surdos como mao - deobra. Leia sobre a experience dos que conseguiram entrar no mercado de

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trabalho cearense .

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Comudes e realizada com sucesso A I Conference Municipal de Educagao de Surdos (Comudes) foi realizada com sucesso sob o tema Direito a Educagao e Escola para Surdos. 0 objetivo do evento foi refletir sobre uma educagao de qualidade para a comunidade surda. Alem da FENEIS, a Conference contou com o apoio da Prefeitura da Cidade do Recife, Companhia Hidro Eletrica do Sao Francisco ( Chesf ) , Governo do Estado de Pernambuco, Superintendence Estadual de Apoio a Pessoa com Deficiencia (SEAD) , Associagao de Surdos ( ASSPE) eVitarella e Surdosol ( Surdos On -Line) .

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Vencendo Barreiras .

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A segao Vencendo Barreiras desta edigao traz noticias de municipios que conquistaram a oficializagao da Libras , entre elas Petrolina ( PE) e Santa Cruz do Sul ( RS). Alem disso, comunica tambem medidas e decisoes em ambito nacional que beneficiam o portador de surdez .

» Paginas 25 4 - Revista da FENEIS

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Infantil

Kelvin Piedade de Avila Faria, 4 anos, e filho de surdos. Mesmo com tao pouca idade ja sabe que a Lingua de Sinais e muito importante para a comunicagao com seus pais . E mesmo sendo tao pequenino utiliza a Libras com desenvoltura e conhecimento. Leia a entre vista na Segao Infantil

» Paginas 31

CAPA: Surdos na Diresao

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Editorial

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Comunicando

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Cartas do Leitor

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Educagao

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Mercado deTrabalho

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Notfcias Regionais

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Espago Aberto

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Informatica

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Pelo Brasil

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Infantil

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Leia o perfil dos quatro diretores que ajudaram a fazer a historia da FENEIS » Paginas 15 a 18

Revista da FENEIS - 5


cxmunicando

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Parana realiza seu Primeiro Encontro de Interpretes Aconteceu no dia 13 de De zembro de 2003 o Primeiro En contro Paranaense de Interpretes. O evento reuniu a comuni dade surda local, que se mobilizou em torno da discussao do

para a integragao dos portadores de surdez. O Encontro contou com a apresentagao de palestras, como "A Prot issionalizagao do Interprete de Libras " e "A Comu nidade Surda frente ao Interpre-

papel do profissional de Libras

te".

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Programa Eu-Cidadao cria Sala de Informatica para Surdos Langado em julho de 2003, pela Unisinos, o Programa Eu -Cida dao ja comemora mais uma conquista. No mes de setembro foi inaugurada uma sala de informatica nas dependences da Sociedade dos Surdos do Rio

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Tecnologia permite que surdos falemao telefone A 3 S - Solugoes, em parceria com a IncubadoraTecnologica Santo Andre, desenvolveu um

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programa de computador para empresas que possibilita ao portador de surdez se comunicar plenamente, sem precisar do auxflio de outras pessoas. Para isso, e necessario que o usuario adquira o sistema, que custa aproximadamente R $ 8 mil por ponto de instalagao, e possua uma linha telefonica. O Sistema Integrado de Comunicagao para Surdo (SICS), como esta

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Revista da FENEIS

Grande do Sul. Os 10 computadores foram doados pela propria universidade, que contou com o valioso apoio da ONG Moradia e Cidadania, criada em 2000 por t uncionarios da Caixa Economi ca Federal ( CEF) ’

Seminario de Estudos Surdos em Santa Catarina Durante os dias 30 e 31 de ou tubro foi realizado pela Feneis/ SC, sob a lideranga de Fabio Irineu da Silva, o Primeiro Semi nario de Estudos Surdos. As ati vidades comegaram com uma recepgao aos participantes e com os pronunciamentos de representantes da Feneis e do membro do grupo de Estudo de Surdos, Deomsio Schmitt . Ao longo da programagao, foram discutidas questoes relacionadas aos novos rumos a sercm con -

quistados pela educagao dos surdos no Brasil.

Congresso Latinoamericano de Educagao Bilfngue O Grupo Senas Libres, em parceira com a Universidad Arizona Del Sur, a Diregao Geral de Educagao especial do DF, a Funclagao DIME e o Instituto Mexicano de Seguro Social, promoveu, entre os dias 19 e 23 de novembro, o VII Con -

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sendo chamado o programa, funciona da seguinte maneira: o usuario faz sua ligagao de um telefone proprio adaptado aos surdos para uma outra pessoa que tenha o programa e o dia-

logo se inicia no mesmo sistema de um chat. O empresario que adquirir o programa, pode ain da instalar uma linha exclusiva com um sinalizador luminoso que acencle a cada chamada.

conferencias e mesas-redondas, foram discutidos temas como a implementagao de um projeto de Educagao Bilfngue, o processo de formagao profissional dos surdos e a necessidade do aprendizado de uma segungresso Latinoamericano de Edu da lfngua para os surdos. O cagao Bilfngue para Surdos. En - evento foi realizado no Mexico.


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cartas do leitor

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Telefone Celular

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vezes fico na duvida se a pessoa recebeu ou nao a mensagem que envio pelo celular, pois o meu eVIVO e nem sem -

pre recebo mensagem de texto da BCP (CLARO), assimcomo a TIM nao recebe mensagem de texto da VIVO. Acho que esse recurso deve melhorar, pois nos surdos precisamos ter tranquiIidade quanto ao recebimento da mensagem. (...) Seria importante divulgar, por meio de um anuncio deTV, que podemos usar o celular e informar aos ouvintes que e possfvel a comunicagao com os surdos utilizando mensagens de texto. (...) Em relagao ao telefone especi al para surdos, ate agora nao tenho visto nenhum avango, embora ja esteja aprovada a sua insta lagao em varios lugares. Esses telefones podem melhorar muito a vida do surdo, principalmente se forem utilizados notrabalho. Irfamos crescer e mostrar o quanto somos capazes. Ana Helena Freitas (surda)

prio bolso. (...) Estou solicitando encarecidamente que, na medida do possfvel, nos envie qualquer material que tenham e possam doar. Todo material que recebermos sera de muito valor e utilidade. Leila Aparecida dos Santos, Sao Mateus ( AC) Leila Aparecida dos Santos, Sao Mateus - AC

Revista da FENEIS responde Infelizmente ainda ha muita escassez de material informativopara o trabalho com alunos surdos nas escolas . A FENEIS nao possui em sua sede ma terial pedagogico para distribuigao, apenas livros sobre surdez para pesquisa na propria instituigao. Para obter material pedagogico, sugerimos que faga contato com o INES , que atua direta mente com o ensino para surdos e pos sui fitas com historias infantis em Libras. Tambem indicamos que entre em contato com nosso Escritorio Regional no Rio Grande do Sul e solicitem o Kit Libras e Legal, que e um material ela borado pela Feneis com apoio da Petrobras. O telefone e (51) 3321 -4244. Passamos tambem o contato da Brinquelibras, Servigo Comercio e Produgoes de Materiais Pedagogicos em Lingua de Sinais , que fica na Rua Osmar Sotero Martins , 104 , Cep 88130-000 , Palhoga, Santa Catarina, tel/fax : (48 ) 242-6423.

nao sabem se comunicar em sua propria Lingua. Alem disso, moram em bairros pobres e distantes. Pensando nisso, procurei o pastor de minha igreja e recebi autorizagao para formar um grupo deauxflio a essas pessoas. En sinei a esse grupo o que sabia, mas sei que ainda e pouco. A equipe e formada por ouvintes e a intengao e prestar auxflio aos surdos. Pego que voces me aju-

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dem de alguma forma. Penelope Quintao Hemerly, Sao Mateus - ES

Revista da FENEIS responde

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Ficamos felizes por compartilhar conosco sua iniciativa de ajudar os surdos em sua cidade. A principio, nossa sugestao e a d e que conhegam o kit Libras em Contexto ( Livro e fita R$30) para se aprofundarem no conhe-

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cimento da Lingua Brasileira de Sinais. O material e resultado de pesquisas sobre a metodologia do ensino da Libras realizadas por um grupo da Feneis e esta a disposigao em nossa sede. Outras informagdes serao envia das posteriormente por correspondenci a.

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Resido em um municfpio bastante carente no que diz respeito a area de deficiencia, especial mente a auditiva. Fago parte de um grupo de estudos com academicos e professores que tern alunos com esta deficiencia e a falta de material e muito grande. O que temos tiramos do nosso pro-

Meu nome e Penelope. Moro no interior do Estado do Espfrito San to. Fiz um pequeno curso basico de Libras em uma igreja na localidade. Fiquei interessada pela si tuagao dos surdos da minha ci dade e procurei a Associagao na regiao. Foi af que descobri que grande parte dos surdos daqui

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ajudado no esciarecimento de duvidas e incentivado os leitores a nos escreverem.

Revista da FENEIS

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de surdo para surdo

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Se fosse necessario definir a coordenadora do curso de informatica da Feneis, Andrea Giovanella, em uma so palavra, essa seria, sem duvida, comunicagao. Ativa e ex trovertida, Andrea nao tern limites para transmitir a sua palavra, quer seja por meio da lingua de sinais, ou de forma oralizada. Quem a conhece hoje nao imagina que durante um bom tempo de sua vida, Andrea foi uma pessoa timida, com dificuldades de se relacionar. Mas gragas a sessoes de terapia, ela superou seus problemas e hoje e conhecida por sua simpatia.

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Andrea nao e surda de nascen ga. Quando tinha apenas um ano mm : \ e poucos meses, ela sofreu uma ill ยง escada que provocou qUecja uma amnesia temporaria e posteriormente resultou em uma surs I dez profunda. O primeiro contato de Andrea

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com a educagao formal se deu aos 6 anos em uma escola convencional, mas, por causa de uma lei que proibia turmas mistas, um ano depois ela precisou buscar uma escola especffica para surdos, onde aprendeu a Lingua de Sinais. O mesmo processo ocorreu mais tarde quando Andrea se matriculou no Instituto de Educagao e, no meio do curso, preci sou buscar uma outra instituigao de ensino. Entre idas e vindas Andrea concluiu seus estudos aos 22 anos. Nessa epoca, ela tentou o Vestibular para o curso de Nutrigao, mas nao passou, por encontrar dificuldades no estudo da

Lfngua Portuguesa. Mas nenhum obstaculo impediu Andrea de progredir em sua vida profissional. Com auxilio do Instituto Nacional de Educagao de Surdos ( INES), Andrea conseguiu um emprego de estoquista em uma loja de roupa infantil . Nessa mesma loja ela foi promovida a digitadora e em 1993, finalmente entrou para a Feneis como auxiliar de contabilidade. Dois anos e meio depois, Andrea mudou-se com sua familia para Angra dos Reis. Sua intengao nessa epoca era parar de trabalhar para dedi car-se exclusivamente a criagao de suas duas filhas ouvintes: Andrezza, de 9 anos e Angelica,

de 7. Porem, passados seis meses, a diregao da Feneis entrou em contato com Andrea para que ajudasse como voluntaria na criagao de um curso de informatica para surdos. Ela nao so passou a mi nistrar as aulas, como, em 1999, ja como supervisora do setor, criou todo o sistema utilizado pelo departamento. Em 2001, Andrea foi convidada para ser coordenadora geral do setor de informatica, onde esta ate hoje. Nao bastasse tudo isso, Andrea desenvolve um importantetraba Iho social em Angra dos Reis. Atualmente ela e instrutora de informatica da Escola Municipal de Educagao de Surdos e presi dente da Associagao de Surdos do Municfpio de Angra dos Reis ( ASMAR ), alem de ter ajudado a fundar a Pastoral dos surdos de Angra . Paralelamente a essas ati vidades, Andrea tambem dedica seu tempo a area de cultura, tanto que ja foi diretora da Cia de Surdos de Teatro de Angra dos Reis, e hoje atua como diretora socio-cultural da APADA . Mesmo diante de tantas realiza goes, Andrea tern o sonho de cursar a faculdade de Pedagogia ou de Informatica para continuarajudando os surdos, principalmente os que moram na regiao de Angra dos Reis e adjacencias.

Revista da FENEIS

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ibras o Brasil /^V lan; < amento oficial do Kit _ / v > aconteceu em Porto Alegre, no dia 13 de setembro . A solenidade foi presidida pelos diretores da FENEIS- RS, Marcelo Lemos e Marianne Stumpf, e estiveram presentes a representante da Petrobras, lolete Gifone, o prcsi dente da Faders, Luiz Gemelli,

alem da equipe executiva do Li bras e Legal, composta por Elisete Ferreira, Octalicio Neto, Eveli Queiroz e Sergio Otto. O Projeto Libras e Legal e uma iniciativa da Federaqao Nacional de Educaqao e Integragao dos Surdos ( FENEIS) com o patrocinio da Petrobras, atraves do Programa Petrobras Social. Entre os ob jetivos principals do Libras e Legal esta a difusao da Lingua Bra sileira de Sinais ( LIBRAS) por meio da produgao e distribuiqao de um Kit Libras bilingiie (portugues - libras) que conta com a participaqao ativa de surdos; o mapeamento das Escolas, Associ -

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ates e Entidades que atendem Surdo como protagonista surdos no Sul do Brasil ( Parana, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ); e uma detalhada pesquisa de impacto junto a comunidade de surdos sobre os beneffcios didatico-pedagogicos e sociais obtidos a partir do Projeto.

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Esse projeto representa a consolidagao de uma serie de avanqos

sociais conquistados pela comunidade surda, por prot’issionais que atuam na area e pessoas interessadas, que, ao longo dos anos, tern trabalhado pelo reco nhecimento e valorizaqao da Lin-

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gua Brasileira de Sinais - Libras. O Projeto Libras E Legal desta ca -se pela sua singularidade. Em

primeiro Iugar, pelo pioneirismo em concretizar um trabalho idealizado e produzido com o protagonismo de representantes da comunidade surda organizada e com a colaboraqao de proRevista da FENEIS - 9


fissionais das mais diferentes areas. Em segundo lugar, pela possi bilidade de congregar os esforgos privados e publicos (Petrobras e Secretarias Municipals e Estaduais de Educagao) e interesses dos tres estados da Regiao Sul Parana, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - em favor das necessidades educacionais de criangas e jovens surdos. Outra caracterfstica relevante e a inovagao da proposta de um

material didatico-pedagogico que veicula multiplas linguagens - Li bras, Escrita da Lingua de Sinais, Portugues escrito e ilustragoes ampliando as possibilidades de insergao social das pessoas surdas. x

O Kit Libras e Legal Ao longo de 12 meses, periodo inicial do Projeto, foram produzi dos 4.500 kits didaticos - chamados Kit Libras e Legal - compostos de um vfdeo ( historia do surdo); um dicionario escolar con-

templando diferengas regionais (sotaques), cinco livros didaticos ( historias infantis e para adoles centes - bilfngue portugues- libras), dois jogos com desenhos e Libras e um manual do professor com orientagoes de uso. O Kit esta sendo distribuido gra tuitamente em mais de 230 mu nicfpios, nos tres Estados do Sul, identificados no mapeamento como tendo entidade e escolas que atendem surdos. Serao mais de 500 pontos de distribu igao do KIT o que deve impactar social mente uma populagao de apro10 -

Revista da FENEIS

ximadamente 50 mil pessoas entre surdos, educadores e pais com beneficios para a insergao dos mesmos. A Lfngua Brasileira de Sinais ( Li bras), embora reconhecida ofici almente em territorio nacional, pela Lei Federal N°10.436/2002,

segue desconhecida pela imensa maioria da populagao e continua sendo encarada, equivocada mente, apenas como um conjunto de gestos naturais ou 'mimica', utilizada pelos surdos na ausencia da oralidade.

Relevancia Social

avaliar o impacto social da distri buigao e aplicagao desses materiais no ensino de Libras.

Participagao direta do surdo O grande diferencial do Projeto Libras e Legal, alem da avaliagao consistente dos resultados obti -

dos, contemplada pela analise de impacto social, esta na participa gao direta da comunidade surda. Exemplo disso e a participagao dos surdos em Oficinas de Desenho que serviram para produzir o conteudo ilustrativo do projeto.

Essa conduta, alem de demons-

Segundo dados do ultimo Censo Demografico 2000 do IBGE, cerca de 3,2% da populagao bra sileira apresenta algum tipo de deficiencia auditiva que pode chegar ate a surdez profunda. Sao mais de 5,7 milhoes de brasilei ros com problemas auditivos. So em Santa Catarina sao aproxima damente 1 78 mil deficientes auditivos. Existem mais 312 mil no Parana e quase 400 mil no Rio Grande do Sul, Estados de abrangencia do Projeto. Quando a surdez e profunda, a comunicagao e quase inviavel e as criangas ou adolescentes apresentam dificuldades no aprendi zado escolar e vao sendo gradualmentemarginalizados. Dai a grande relevancia social de Projeto Libras e Legal. Alem de fazer o mapeamento das instituigoes que atendem a comunida de de surdos, esta desenvolven do materiais didaticos para facili tar o aprendizado escolar e vai

capacidade produtiva do surdo e inseri - lo socialmente, corresponde a uma das tenden cias mais recentes da responsabilidade social, que da ao grupo social, alvo do projeto, a participagao direta nas decisoes. A capacitagao dos surdos e tambem fator primordial para sua insergao social e participagao ativa no mercado de trabalho. Muitas empresas ja mantem surdos em seus quadras de colaboradores . trar a

Tanto maior sera seu espago ocupado, quanto mais os surdos esti verem habiIitados a desenvolver todo o seu potencial produtivo. \

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Desde a sua criapao, a FENEIS tern contado com a administrapao de diretores surdos . Em cada gestao, os representantes eleitos para estarem a frente da Federapao mostraram competencia e muito trabalho, deixando sua marca pessoal na historia e no desenvolvimento dos trabalhos em proI dos surdos . Nesta nova fase da instituipao, vale lembrar quern foram essas pessoas e conhecer um pouquinho mais de seus perfis . No lugar da Sepao Entrevista, que tradicionalmente compoe esta Revista publicamos um pouco da historia dos diretores surdos que passaram pela presidencia da FENEIS, Si

criou, com a comunidade surda de Recife, a Comissao de Defesa dos Direitos dos Surdos e, posteriormente, foi ima das fundadoras da Feneis. Em conjunto com os

ANA REGINA E SOUZA CAMPELLO nasceu em Sao Luis, no Maranhao, no dia 29 de setembro de 1 957. Sendoounico caso de surdez em sua famflia, adquirida por complicates no parto, teve contato com o estudo de Libras aos onze anos de icla de, enquanto tazia a Admissao para o curso Ginasial . Despertou sua consciencia politica precoce-

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mente, quando presidiu o Gremio

EstudantiI do Colegio Nossa Senhora de Lourdes, no Rio de Ja neiro, onde estudou. Em 1980,

demais membros da Federal0 instituiu o nome Libras para designar a Lingua de Sinais e orga nizou o I Encontro Estadual de Surdos. Trabalhou como produtora da Cia Surda deTeatro e secretary do Centro de Integragao de Artes e Cultura dos Surdos. Cursou as faculdades de Pedagogia e Biblioteconomia.

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ANTONIO CAMPOS DE ABREU nasceu em Caete, Minas Gerais, em 11 de maio de 1956. Surdo profundo de nascenqa, Antonio possui diversos casos de surdez na familia. Aprendeu a se comunicar precocemente com seus parentes por meio de sinais e, aos 11 anos, foi estudar no Ines,

onde aprendeu formalmente a Libras. Participou das Associates dos Surdos de Ituiutaba, Juiz de Fora, GovernadorValadares eVi ANTONIO MARIO DE SOUSA DUARTE nasceu em Uberlandia, Minas Gerais, no dia 27 de Setembro de 1952 . Ficou surdo apos contrair meningite quando tinha um ano e meio de idade. Iniciou seus estudos de Libras no Ines e, posteriormente, no Colegio Nos sa Senhora de Lourdes, ambos no Rio de Janeiro. Ja foi presidente e tesoureiro da Associate Alvora -

da, presidente doTribunal de Justiqa da antiga Federate Carioca de Surdos-Mudos, foi tesoureiro 12 -

Revista da FENEIS

FERNANDO VALVERDE nas ceu no Rio de Janeiro em 30 de Janeiro de 1942 . Surdo de nascenqa, aprendeu a falar e a ler com as professoras particulares Lea Carneiro e IveteVasconcelos. Depois de estudar um perfodo na Escola Brasil, para ouvintes, mudou-se para Belo Horizonte onde deu prosseguimento a seus estudos no Institute Santa Ines, para surdos . De volta ao Rio, estudou com o professor Geraldo Caval cante de Albuquerqure, com quern desenvolveu sua leitura la bial eseu Portugues escrito. Parti -

toria. Atuou na Federate Mineira Desportiva de Surdos, na Confederate Brasileira de Desportos de Surdos e na APADA de Belo Horizonte. Ministrou palestra sobre Libras em todo o Brasil e participou de congressos internacionais sobre surdos. Fundou, ao lado de Ana Regina Campello e Souza e Fernando Valverde, a Feneis. Trabalha ha mais de 20 anos na Usiminas, como assisten te de contabilidade e patrimonio.

cipou, ao lado de Ana Regina e Souza Campello, da Comissao de Luta pelos Direitos dos Surdos, em 1983. Atuou em diversos cargos de diretoria da Associate Alvorada durante 25 anos. Trabalhou na Federate Carioca de SurdosMudos (atual Federate Desportiva de Surdos do Estado do Rio de Janeiro), foi tesoureiro e vice-presi dente da Confederaqao Brasilei ra de Desportos de Surdos, alem de presidente tambem exerceu a fungao de tesoureiro da Feneis e de vice-presidente das Associates de Surdos.

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e integrante do Conselho de Representantes da Feneis , vice- pre-

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sidente das Associates de surdos da Feneis e vice-presidente da Federaqao das Entidades de Surdos do Estado de Minas Gerais ( FESEM ) . Atuou tambem como presidente da Associaqao dos Surdos de Teofilo Otoni ( ASTO) e monitor da APAE. Em 2001 foi eleito presidente da FENEIS, cargo que ocupa ate hoje.

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Educagao especializada para Surdos em Angra dos Reis

O Municfpio de Angra dos Reis, no Estado do Rio, e um exemplo de cuidado e respeito aos direi tos dos surdos. Com uma infra estrutura que atende atualmente

a 106 alunos, a Escola Municipal

de Educagao de Surdos, que fun ciona dentro do Centro de Educagao Municipal para Alunos com Necessidades Educacionais Especiais (CEMANEE), percorreu um Iongo caminho ate chegar ao que e hoje. Sua historia teve inicio no ano de 1990, quando foi montada uma turma que atendia a apenas oito alunos. Em 1992, com a inauguragao da Escola Municipal Professor Jose Americo Lomeu

Bastos e com a procura crescen-

dos surdos, foram criadas novas turmas, que passaram a funcionar nas dependences dessa instituiqao. Dois anos mais tarde, foi implantado o atendimento de Educagao precoce, para criangas de 0 a 3 anos e, em 1999, iniciou-se o sistema de ciclos, quando a escola passou tambem a oferecer aulas de Educagao Ffsica, Educa gao Artfstica, Libras, Informatica Educativa e sala de Ieitura. Ja no ano de 2000, teve inicio o Programa de Atendimento Diterenciado ( PAD), destinado a surdos adultos que nunca tiveram nenhum contato com a educagao te

formal . Esse programa tambem oferece atividades como aulas de Libras, Informatica, Educagao Ffsica, Educagao Artfstica e sala de Ieitura. No ano passado, o PAD passou a ministrar aulas de traba Ihos manuais como patina, tapegaria, mosaico e grafite. Desde 2001, que a Escola Mu nicipal de Educagao de Surdos funciona como entidade independente dentro do CEMANEE. A maior conquista, porem, veio em margo de 2003, quando essa instituiqao foi devidamente regulamentada, por meio do decreto n° 2.717.

Evento discute inclusao e acessibilidade em Porto Alegre Durante tres dias, a capital gaucha sediou um dos maiores eventos de inclusao e acessibilidade

para pessoas portadoras de defi ciency . O Simposio Regional Sobre Inclusao e Acessibilidade aconteceu de 29 a 31 de margo no Centro de Eventos da PUC - RS. O encontro foi marcado por debates, palestras e paineis para sen sibilizar educadores, empresarios e gestores publicos a unir esforqos para criar instrumentos e po Ifticas de inclusao social. Esteve presente, entre outros nomes de destaque no setor, Ana Maria Damini Simeone, consulto-

ra da Divisao de Assuntos Sociais e Desenvolvimento Humano das Naqoes Unidas. Ela e autora de obras como "Modelo de Polfticas Publicas e Sociais Baseadas em

Ent oques de Inclusao, Direitos Humanos e a Comunidade" e " Educagao para Pessoas com Deficiency ". Outra personalidade '

que tambem esteve no evento foi Mauricio Vian, debatendo sobre o tema " A Responsabilidade So cial e os Incentivos Fiscais" . Vian foi membro de inumeras entida des do setor e hoje e consultor de organ izaqoes doTerceiro Setor e de entidades como a Fundagao

Abrinq e a Unicef. A partir de 1997, a defesa dos direitos das pessoas portadora de deficiencia ganhou maior importancia, gragas aos esforgos de normatizagao e a produgao e disseminagao de informagoes sobre os cidadaos que fazem parte desse grupo. O evento que reuniu especial istas, autoridades e empresarios foi uma promoqao do Institute Pestalozzi, de Canoas, que e liderado por Armando Wurth e Maria Beatriz Wurth Lagranha . A organizaqao foi da Tribeca Eventos.

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Escola no Parana incluiensino de Libras emseu Curnculo Regular Numa iniciativa pioneira, a Escola Municipal Senhorinha Miranda Mendes, da cidade de Palmas, no Parana, conseguiu aprovagao junto ao Projeto Politico Pedagogico para incluir em seu curnculo de materias a disciplina de Libras para todos os alunos matriculados na escola . Com o apoio da Diretora do Departamento Municipal de Educagao, Erileia Serpa Rampazzo, o Projeto "Maos que Fa lam" tern o objetivo de promover a integragao dos surdos no ensino regular e divulgar o uso da Libras no meio educacional. Outra grande aliada do projeto e a instrutora Elaine Polo Fortunato, aluna do programa de Defi ciencia auditiva do Centro de Atendimento, de apenas 16 anos . Com a professora Melania Dalla Costa, ela ministra todas as aulas de Libras, desde a preescola ate as aulas para pais e professores. As aulas tern a duragao aproximada de 30 minutos e ocorrem uma vez por semana. O conteudo inclui ativi dades como saudagoes e historias infantis, para os mais novose instrugoes sobre higiene, saudee meios de transporte para os mais adiantados. E importante destacar que a escola dispSe de um amplo acervo de material didatico, como gravuras, imagens e jogos, queauxiliam noaprendizado dessa lingua. Tambem e disponibilizado para os alunos o Centro de Atendimento que presta servigos complementares como o ensino do conteudo de outras materias do s

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curnculo escolar, como Portugues e Matematica em Libras e filmes educativos. O programa de ensino da Lingua de Sinais tern sido recebido pela comunidade de forma surpreendente. Alunos e pais tern manifestado satisfagao por meio de cartas e cumprimentos a diregao da escola . Muitos deles fazem questao de demonstrar a sua admiragao e o seu respeito pela Libras, como a mae de aluna Eunice Fatima, que declarou: " Estou encantada com o show que minha filha faz com as maos". O Projeto "Maos que Falam" conseguiu promover, em seu curto tempo de existencia, uma trans-

formagao social, ja que despertou a comunidade local para uma conscientizagao com relagao as di ficuldades encontradas pelos surdos no seu dia- a dia. Segundo a orientadora Olivete Franson, o trabalho desenvolvido pela escola ajuda a mudar a identidade do surdo, que sempre foi um indivfduo historicamente estigmatizado, valorizando-o. A Escola Municipal Professora Senhorinha Miranda Mendes e a primeira em todo o Brasil a colocar em pratica a Lei 1 0.436, de 24 de abril de 2002, que dispoe sobre a Lingua Brasileira de Si nais. A sua iniciativa merece o reconhecimento da sociedade brasileira e deve servir de exemplo para outras escolas que se solidarizem com a causa dos surdos. Leandra Migotto Cerieza

Senai capacita surdos SAO PAULO/SP - O SENAI capacitou para o mercado de trabalho, entre 2001 e 2002, mais de 435 pessoas com deficiencia visual, 884 com auditiva, 375 mental, 866 ffsica e 27 com multipla. Alem disso, hoje 80 docentes sabem ler o sistema Braile para cegos e/ou deficientes visuais e 230 estao estudando Lfngua Brasileira de Sinais a distancia. Ainda e 14

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Revista da FENEIS

um numero insuficiente em relagao aos tres mil alunos com deficiencia que estao cursando o ensino medio desde 2000. Porem, a falta de qualificagao, segundo Maria de Fatima e Silva, gerente da Divi sao de Inclusao Social da Gelre, nao deve ser usa da como desculpa pelas empresas para nao contra tar esse profissional.

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A luta dos surdos para conseguir entrar no mercado de trabalho cearense sensibiliza empresas que cada vez mais apostam na produgao em silencio 5 horas da manha. Esse e o horario que Antonio Glauber Pires, surdo, 31 anos de idade, desperta todos os dias para conseguir chegar ao seu trabalho pontual mente as 6 horas. Glauber traba Iha na Agenda dos Correios do bairro Seis Bocas, em Fortaleza. Comega o servigo pela manha e termina por volta das 14 h30min, quando entao parte para a Escola Estadual de Ensino Fundamen-

achariam que um surdo nao poderia jamais desempenhar com exito. Porem, Glauber sempre batalhou e buscou veneer limites para mostrar que sua deficiencia nao o atrapalhava em nada durante o trabalho. Esse relato sobre a experiencia de vida de um surdo cearense em busca de um emprego digno e um exemplo que se repete cada vez mais no Brasil do seculo XXI, que

tal e Medio Padre Rocha, no bairro Piedade, em Fortaleza, onde estuda. Antonio Glauber e hoje estagiario dos Correios, cursa o segundo ano do Ensino Medio e pretende, no futuro, cursar uma faculdade, e estudar em um SeminarioTeologico para ser pastor

parece enfim estar despertando para a inclusao social das pessoas portadoras de deficiencia, as quais segundo dados do censo demografico de 2000 do IBGE totalizam aproximadamente 24,6 milhoes de brasileiros. Dentro desse universo, os deficientes auditivos foram classificados por esse mesmo censo como pessoa "incapaz, com alguma ou gran de dificuldade permanente de mm

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ouvir ". Os varios tipos de surdez foram aglutinadosoquetotalizou sgsp * 5,7 milhoes de surdos, numero que corresponde a aproximadai H | mente 3,4% da populagao brasi Ieira. Entretanto, o grande desa IMII fio a ser enfrentado pela economia nacional, pelas entidades filantropicas, pelo governo e pelos ii brasileiros, e inserir empresarios l§ i§! todo esse contigente especial no I grupo de pessoas economica I mente ativas do pais. llllll 11» O Ceara ja saiu na comissao de 1 ! Hi frente: hoje, ja e o segundo estaH do que mais emprega deficientes i fisicos e que mais luta pela inclu1111 sao desse tipo especial de maode-obra no mercado de trabalho. Isso de acordo com dados de pesquisa da Unidade de Atendimento a Pessoa Portadora de Defici encia do Sistema Nacional de Empregos e do Institute de Desenvolvimento do Trabalho ( SINE/ IDT-CE), os quais comprovam A ill que 779 deficientes ffsicos foram colocados efetivamente no mer'

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Paulo Roberto com experiencia em contabilidade, diz que a surdez nao impede uma boa atuapao profissional.

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Revista da FENEIS

cado de trabalho, em 2002 . Contudo, quando observamos a economia cearense, percebemos que a inclusao dos surdos no nosso mercado e um processo gradativo e bem a longo prazo, porque envolve uma serie de medidas, como conscientizagao, sensibilizagao, parcerias, entre outras que contribuam para uma aceitagao ainda maior dos surdos como mao- de-obra. E, mesmo com todo o amparo legal ja existente por meio da Lei Federal 8.213, de julho de 1991 e do Decreto Lei 3298, de dezembro de 1999, nao esta facil pleitear va gas de emprego. Onde esta o problema ? Sera que os surdos nao estao suficientemente qualificados ? Ou os em presarios cearenses nao estao preparados para contratar mao- deobra especial ? O economista e professor do Ensino Superior Gerardo Clesio Arruda acredita que essa situagao de ausencia de empregos e uma problematica que afeta o trabalhador brasileiro em geral, seja ele deficiente ou nao, pois, isso e tambem decorrente das melhorias tecnologicas, que exigem cada vez mais uma

melhor qualificagao profissional. "Se o individuo nao se sente estimulado e nao se sente capaz de ser trabalhador, ele por outro lado nao vai procurar a agenda de emprego, e a agenda de emprego, quando a empresa busca, nao tera um numero de pessoas suficiente para encaminhar a empresa ", declara o professor Clesio sobre a necessidade de estimular os deficientes fisicos. Alem disso, o economista propoe algumas politicas publicas que poderiam ser tomadas para favorecer a inclusao social dos surdos no mer-

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Convenios com a Feneis nao so no Ceara, mas no Rio, empregam surdos em varias funpoes.

cado de trabalho cearense, quando afirma que "primeiro, e tentar estimular e depois, mostrar com exemplos concretes atraves de uma midia direcionada, inclusive para as familias, que existem deficientes no mercado de trabalho, que dao resultados, que produzem. Eles sao produtivos". Feneis e outras entidades auxiliamosurdo Como todo o problema da falta de empregos no Brasil e consequentemente no nosso Estado tambem gira em torno das fragilidades da Educagao, nao poderia deixar de ser diferente com os surdos. E e exatamente nesse pon-

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to, como em varios outros aspec tos a ele relacionados, que o tra-

balho do Escritorio Regional do Ceara da Federagao Nacional de Educagao e Integragao dos Surdos (Feneis) atua sob a diregao de Wilier Cysne (surdo). Essa entidade chegou recentemente a cidade de Fortaleza, no final do ano de 2002, e esta com a responsabilidade maior de divulgar a cultura dos surdos, e a Lfngua Brasileira de Sinais ( Li bras), para que haja mais espago no mercado de trabalho e respei-

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to na sociedade, possibilitando ao

surdo uma maior acessibilidade em todas as areas. E a partir desse trabalho de divulgagao, encabegado, pela Feneis-CE, Associagao de Pais e Amigos do Deficiente Auditivo (Apada) e pela Associa gao de Surdos do Ceara ( ASCE), que os empresarios cearenses estao tomando conhecimento da existencia e do potencial dessa mao-de-obra surda cearense. "Empresas acham que os surdos

sao burros, nao tem capacidade. Existem problemas com o Portugues, mas o surdo pode desenvolver outras areas. Surdos podem

trabalharem bancos, repartigoes publicas, fabricas, servigos gerais, entre outros. E errado ser humi Ihado por causa de oportunidades desiguais", afirma Wilier. Pesquisadores ja identificaram, algumas empresas ja experimentaram na pratica, as agendas de emprego ja comprovaram e as

entidades ja provaram que a mao-de-obra surda e uma forga de trabalho com rico potencial . Alem disso, a partir dos exemplos praticos ja mencionados, e facil perceber que o mercado

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cearense, mesmo sendo uma economia subdesenvolvida e com ma distribuigao de renda, e um mercado que suporta um contin gente especial de mao- de-obra e e sensfvel para essa atitude cidada. v;

Empresas investem na agilidade Algumas empresas tem comprovado que os deficientes au-

tros setores da empresa a fimtle cumprir a ideia de inclusao pro -

ditivos sao pessoas altamente capacitadas, produtivase lucrativas para o rendimento da empresa. " O Hiper tentou imaginar que tipo de pessoas portadoras de deficiencia poderiam ser aproveitadas. O deficiente auditivo tem uma mobilidade bem gran de e que corresponde a agilida de exigida no trabalho especffi co de supermercado. O atendi mento ao cliente (comunicagao) nao e tao diffcil, pois ha um entendimento e ate mesmo uma sensibilizagao. E, alem do mais, traz muito mais vantagens do que se imagina", declara Andre Gongalves Santos, psicologa do setor de Recursos Humanos da empresa cearense do ramo alimentfcio Hiper Mercantil. Existe ainda por parte dessa empresa uma preocupagao de valorizar a capacidade produti va dos surdos. Por exemplo, se eletem habilidades especiais, ele pode ser redirecionado para ou-

fissional senfi fazer com que exista uma relagao de dependencia do surdo a um responsavel especifico, como acontece com um surdo que trabalha na loja do bair-

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que a empresa com cem ou mai; empregados esta obrigada a preencher de 2 % a 5 % dos seus cargos com beneficiarios reabilitados ou pessoas portadoras de defici encia, habilitadas". A proporgac especffica que coube ao Hipe Mercantil, ja que a empresa detem um corpo de trabalho de 69E tuncionarios, foi de 4% de defici entes em relagao ao total de tra -

balhadores.

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A (uncionaria surda Hednayra da Silva trabalha como assistente administrativa num convenio mantido pela Feneis (RJ) com a Fiocruz.

ro Montese, em Fortaleza. A contratagao de surdos pelo Hiper Mercantil ja e feita ha 10 anos por intermedio do Sine e e uma medida que cumpre as exi -

gencias da Lei Federal 8213, de Julho de 1991, que, em seu arti go 93, declara em termos gerais

As vantagens mais apontada por essa empresa sobre o traba -

lho dos deficientes auditivos fo ram o comprometimento, a pron tidao ao atender, o efeito na equi pe como um todo, osentimentodc

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ajudaro colega, o companheirismo Ia tolerancia, entre outras. i "Os surdos gostam de servir. Sac il produtivos, envolvidos, compro'

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metidos, valorizam o trabalhc como o algo mais importante d< vida deles. Ha mais vigor e mai energia positiva e tambem maio envolvimento com a famflia", comenta Andrea Santos.

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A Associagao de Pais e Amigos

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do Deficiente Auditivo ( Apada) do Ceara, fundada em 7 de Abril de 1987, e uma entidade filantropica sern fins lucrativos considerada de utilidade publica estadual e muni cipal, e filiacla a Federagao Nacional das Associagoes de Pais e Amigos dos Surdos ( Fenapas), que tern como alvos principals a edu cagao e integragao dos surdos, bem como o atendimento dos defi cientes auditivos e seus familiares. A Apada funciona na mesma estrutura fisica que abriga as duas outras entidades que lutam pelos surdos cearenses que sao a FeneisCE e a Associagao de Surdos do Ceara ( ASCE), tambem localizada na Av. Bezerra de Menezes, N ° 549, Bairro Sao Gerardo em Forta leza . E constitufda por urn quadro de aproximadamente 500 associados, Conselho Diretor e Conselho Fiscal, os quais sao formados por pais de surdos que prestam servi gos voluntarios a instituigao. Alem disso, a Apada conta com os servi gos de uma secretaria e de um gru po de voluntarios, a maioria composta de estudantes universitarios de fonoaudiologia e terapia ocupacional, que participam dos grupos de atendimento . Essa entidade auxilia na integragao social dos surdos no

mercado de trabalho cearense mediante o estabelecimento de

convenios como os que foram firmados entre o Tribunal de Justiga do Estado do Ceara e com a Secretaria de Cultura do Estado, na Biblioteca Publica Menezes Pimentel. Nessa ultima, um grupo de 12 surdos trabalha por um perfodo de 6 meses, e participam do processo de higienizagao e conserva gao de livros e documentos. Esse fato os capacita como profissional de higienizadores, fungao que mantem 18 surdos trabalhando no Tribunal de Justiga e no Forum Clovis Bevilaqua, atualmente. "As pessoas tern muito medo do deficiente em geral e do surdo principalmente, por conta das dificul dades de comunicagao. Mas, meIhorou muito depois da sede propria do surdo aqui na Av. Bezerra de Menezes", declara Maria Teresa Quintanilha, atual presidente dessa instituigao que Tentando al cangar objetivos, que vao desde a orientagao e integragao social dos surdos e seus familiares, passando pelo aperfeigoamento de todos que trabalham na area de surdez ate chegar a agao junto aos poderes publicos, entidades privadas e a comunidade de uma maneira geral Maria Tereza sempre se faz presente a todos os acontecimentos relacionados aos mesmos, e se empenha em propiciar melhores con digoes para o desenvolvimento do surdo e maior integragao familiar

por meio de parcerias, palestras, seminarios, entre outras atividades. " E importante valorizar a capa cidade do surdo e nao evidenciar muito o sofrimento dele", comenta Teresa Quintanilha quando expli ca a respeito das realizagoes da Apada que envolvem a organiza gao de eventos, parcerias com o SINE - IDT e trabalhos voluntarios, reunioes estrategicas com familia res dos surdos que recebem atendimento, com pais e professores de surdos que frequentam a rede regular de ensino, com professores e coordenadores das faculdades e universidades frequentadas por surdos, entre outras. Um dos trabalhos mais importan tes desenvolvidos pela Apada e o acompanhamento dos surdos que ja estao inseridos no mercado de trabalho, que e feito por meio de reunioes de orientagao e conscientizagao dos mesmos sobre temas importantes no ambito profissional, como pontualidade, cumdas obrigagoes, primento companheirismo e respeito. Outro destaque. importante e a presenga de interpretes da Libras em todas as realizagoes da Apada . E com a determinagao de trabalhar com as famflias dos surdos e sensfvel aos deficientes auditivos que a Apada vem sendo essa entidade amiga, educadora e integradora .

Federagao Nacional de Educagao e Integragao dos Surdos (Feneis - CE)

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O Escritorio Regional da Feneis-CE funciona na Av. Bezerra de Menezes, N° 549, bairro Sao Gerardo, em Fortaleza. O telefone de contato e (85 ) 223 - 0152, a secretaria responsavel e Adila Silva (ouvinte) e o enderego de e-mail para contato e feneisce@ bol.com.br. Essa entidade que visa intensificar a educagao e a integragao dos surdos cearenses pretende desenvol 18 -

Revista da FENEIS

ver parcerias, estabelecer convenios, entre outras atividades que divulgam e dao visibilidade aos surdos. Isso tern acontecido gradativamente, pois faz pouco tempo que o Escritorio Regional no Ceara esta funcionando e ainda e necessario obter o Cadastro Nacional de Pessoa Jurfdica (CNPJ) para dar um amparo legal e mais direcionamento as atividades da Feneis-CE.


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no IRB-Brasil O Institute de Resseguros do Brasil (IRB) conta com prestadores de serviqo muito especiais, entre eles, os portadores de surdez que, em funqao de um convenio com a Federaqao Nacional de Educagao e Integraqao dos Surdos ( Feneis), no Rio de Janeiro, trabalham na Empresa desde abril de 1999 . Este convenio tern o objetivo de viabilizar oportunidades de emprego aos surdos. No inicio, esse quadro

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A unica dificuidade que um surdo pode ter no trabalho e conseguir um . Entrar no tnercado do trabalho e diiicii para lotto mundo . Aiada mats para um surdo. E 0 para acabar com 0 proconcoito , mostrando QUO pessoas com porda auditiva podem desenvolver alividades protissionais com succsso que a FENEIS * federaQao Nactonal de Educatjao 0 lntegra $ ao dos Surdos trabalha A entidade treina e capaciu os surdos. ternando-os aptos a reali / arem com exitu as otais variadas fan des. Agora, so voce e e m p r e s a r i o , ligue p a r a a FENEIS 0 connate um surdo. Os tesultados vao falai mats alto.

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era de 21 pessoas, atualmente esse numero e de 36. O orgao responsavel pela administra ao desse convenio e a Coordenagao de Treinamento (COTRE), sob a responsabilidade de Selma Moreira e o apoio das analistas de suporte Consuelo Marins e Lucia Grilo. Primeiramente as vagas eram preenchidas por pessoas com 2 ° e 3° graus, que trabalham como digitadores, assistentes administrativos e analistas de sistemas. Hojea Empresa conta com higienizadores (preparam os documentos para microfilmagem), que tern o 1 o grau. Os surdos sao colocados em fungoes adequadas as suas possibilidades e o que tern se observado e um retorno gratificante, tanto em termos de maode-obra como pelo lado social. "No infcio fizemos um levantamento nos setores que poderiam receber essa mao-de-obra, mas tivemos uma adesao um tanto tiVnida, pois as pessoas estavam receosas com a nova situaqao. Com o tempo e o desempenho apresentado, as Gerencias solicitaram a contrataqao de mais surdos", afirma Consuelo. Assim que os surdos entraram na Empresa, houve um curso de Libras ( Lingua de Sinais) para os supervisores que iriam ter contato com eles. A maioria dos irbiarios nao conhece a Libras, mas, com o passar do tempo, eles criaram uma forma de se comunicar. "So usamos interpretes em casos especfficos, quando existe uma atividade especifica e ser explicada", completa. As gerencias que tern o maior numero de surdos sao a Gerencia de Sinistros ( GEPSI) e a Gerencia de Premios ( GEPRE). Consuelo ressalta que a COTRE procura mostrar aos surdos a relaqao empregador/empregado e a adequada postura profissional. "Eles nao estao aqui somente porque sao portadores de surdez, mas porque sao pessoas que podem contribuir com a Em presa, desenvolvendo suas atividades com qualidade e comprometimento", finaliza.

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Texto extraido do Jornal “ Panorama” , publica?ao interna do IRB

Revista da FENEIS - 19


notices regionais

Encontro de do Parana atrai sur Aconteceu na cidade de Curitiba, no dia 13 de dezembro o Encontro dos interpretes de Li bras / Lfngua Portuguesa do Parana, direcionado a todos os profissionais da area e as pessoas interessadas. Oeventoteve inicio pela manha com as inscribes e entrega de materiais. A abertura contou com a palavra da diretora regional da Feneis, Iraci Suzin. Durante o Encontro foram abordados os seguintes temas: A comunidade surda frente ao interprete, ministrado pela pedagoga surda Karin Lilian Strobel; A profissionalizagao do Interprete, porSueli Fernandes; Classificadores de Libras, pelos instrutores

Leandro Patricio e Rosani Suzin e Introdugao a tradugao Libras/ Lingua portuguesa, por Pe. Mar-

OS PRINCIPAL OBJETIVOS FORAM A CAPACITAQAO DOS PROFISSIONAIS JA ATUANTES E A PREPA RAQAO DE NOVOS PROFISSIONAIS, ALEM DA DIVULGAQAO DO ESCRITORIO REGIONAL PARANAENSE DA

FENEIS.

cos Antonio Arriens. Participaram 49 pessoas entre interpretes e pessoas pertencentes a comunidade

surda. Os principais objetivos foram a capacitagao dos profissionais ja atuantes e a preparagao de novos profissionais, alem da divulgagao do escritorio regional paranaense da Feneis. A pedido dos partici pantes foi oferecido no periodo da tarde um curso - relampago opcional de classificadores em Libras pela pedagoga e instrutora surda Rosani Suzin. " Esse encon tro teve uma excelente aceitagao e ja estamos nos preparando para um segundo evento ainda este ano", contam os organizadores.

Treinamento em Libras .

A Secretaria Municipal de Edu cagao de Araras ( SP) realizou recentemente mais um treinamen to em Libras ( Lfngua Brasileira de Sinais). Esse curso, aberto a toda comunidade, e totalmente gratui to e contou com aulas ministra-

cretaria oferece esse tipo de ativi dade. A primeira foi em 2002,

das pelos professores das escolas municipals de deficientes visuais e auditivos, as sextas-feiras, no perfodo da manha, das 10 as 11 floras, e a tarde, das 15 h30 as 16h30.

quando a procura foi grande, e tiveram que ser formadas duas turmas de 15 alunos cada, para melhor atender a demanda. As inscrigoes foram ate o dia 20

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Revista da FENEIS

Independente do numero de inscritos, foram formadas turmas que comegarao o aprendizado pelas nogoes basicas. Essa foi a segunda vez que a se-

de margo, das 8 as 10 horas e das 1 3 h 30 as 1 5 h 30, nas Escolas Municipals Integradas de Educa gao Especial "Maria Aparecida Muniz Michelin " e "Jose Benedi to Carneiro ", situadas a Avenida Washington Luiz, n° 545 Centro. Mais informagoes poderao ser obtidas pelo telefone 3541 - 3842 . Colaborou Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Araras


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noticias regionais

Educacao e Escola ara Surdos Com o tema Direito a Educagao e Escola para Surdos e o objetivo de refletir sobre uma educagao de qualidade para a comunidade surda, aconteceu no dia 27 de setembro de 2003 a I Conferen -

ce Municipal de Educagao de

departamento de Educagao Especial da Secretaria de Edura do

cagao da Prefeitura da Cidade do Recife; Rosemary Cassemiro, gestora da Gerencia

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Surdos (Comudes). de Educagao Especial O evento foi promovido pela ( GEESP ); Manuel Federagao Nacional de Educagao Aguiar, da Superin e Integragao de Surdos ( Feneis), tendence da SEAD; em parceria com a Prefeitura da Marlene Gotti, repreCidade do Recife, Companhia sentante da Secretaria Hidro Eletrica do Sao Francisco de Educagao Especial do Minis(Chesf ), Governo do Estado de terio da Educagao e Cultura Pernambuco, Superintendence ( MEC ); Antonio Muniz, da Estadual de Apoio a Pessoa com Coordenadoria da Pessoa com Deficiencia (SEAD), Associagao Deficiencia (CORDE) e do verea de Surdos ( ASSPE ), Vitarella e dor Paulo Dantas. Surdosol (Surdos On- Line). Fizeram parte da programagao A sessao de abertura foi tres palestras proferidas por marcada inicialmente pelo dis- Marianne Stumpf, diretora regiocurso do coordenador do even- nal da Feneis/RS e doutoranda em to, Bernardo LufsTorres Klimsae Informatica na Educagao (" Direido Diretor Regional da Feneis em to a Educagao e Escola para SurPernambuco, Antonio Carlos Car- dos "), Liliane Vieira Longman, doso. Contou tambem com a pre- mestrada em Polfticas Publicas senga deTania Temporal, direto - ( " Educagao de Surdos: uma diferenga cultural " ), Maria Dione i Monteiro de Siqueira da Silva, m do de Centro gestora Capacitagao para Profissionais da Educagao e Atendimento as Pessoas Surdas/ CAS ("O que e o Centro de Apoio aos Surdos i CAS ?"). As mesas redondas focalizaram Plateia atenta as informagoes passadas durante tematicas de grande importance o evento para a compreensao do "mundo" :

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dos surdos pela sociedade. Os expositores foram profissionais renomados e atuantes em Pernambuco e outros estados: Jadson Cristovao Rodrigues, presidente do Suvag e instrutor de Libras; Norma Abreu e Lima M. de L. Vasconcelos, especial ista em educagao especial e professora do curso de Pedagogia da Faculdade de Ciencias Humanas de Olinda ( Facho); Marianne Rossi Stumpf e Bernardo Luis Torres

Klimsa. A conferencia contou ainda com apresentagoes culturais atra ves de uma dramatizagao sobre a vida e historia da educagao de surdos, show de magicas e relatos de experiences dos membros

da comissao organizadora.

Extraido do Relatorio das atividades da Conferencia Municipal de Educagao de Surdos - Comudes Revista da FENEIS -

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notfcias regionais

CAS realiza curso para alunos surdos Cerca de 50 alunos surdos de Campo Grande (MS) no final do ano passado participaram da segunda etapa do curso Libras em contexto - surdos do interior, rea lizado pelo Centro de

Capacitagao de Profissionais da Educagao e de Atendimento as Pessoas com Surdez (CAS). Alguns desses alunos ja fazem uso da Lingua Brasileira de Sinais ( Libras), mas muitos deles se comunicam apenas por meio de gestos. A falta de uma ferramenta de comunicagao restringe o aces so do surdo as informagoes e atrapalham o convfvio social, argu menta a coordenadora do CAS, Cfcera Cosmo de Arruda. "O CAS esta oportunizando a essas pessoas a vivencia da Libras no mun do real ". Como a maioria dos cursistas e adolescente, assuntos relacionados as drogas, sexo, di reitos humanos, alem de aspec tos especfficos do surdo que tam bem sao abordados. "O CAS esta oportunizando a essas pessoas a vivencia da Libras no mundo real ", comenta Cfcera. Mesmo os alunos que fazem uso da Lfngua de Sinais nao encon tram meios de pratica-la onde moram, ja que poucos conhecem. De acordo com a coordenado ra, somente Dourados e Campo Grande possuem instrutores de Libras; nos demais municfpios a formagao esta acontecendo agora. Os alunos foram capacitados para atuar nas suas cidades, instruindo outros alunos surdos e

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Revista da FENEIS

professores que atuam nessa modalidade. Fbra promover um contato maior desses alunos com as situagdes cotidianas, foram programados diversos passeios pela cidade. Os cursistas visitaram o Museu do Indio e conheceram um pouco sobre Historia, fauna e flora. Eles tambem entraram em contato com o mundo virtual, no labora tory de informatica da escola es-

tadual Olinda ConceigaoTeixeira Bacha, no bairro Buriti. Essas agoes fazem parte do Programa Nacional de Apoio a Educagao de Surdos, executado por meio de uma parceria entre o Mi nisters da Educagao, a Federagao Nacional de Educagao e Integragao de Surdos (Feneis) e a Secretaria de Estado de Educagao. Fonte: site do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul

Telefones para surdos ia Legislagao da aos surdos o di reito de solicitar a instalagao de aparelhos especiais e operadoras sao obrigadas a cumpri - la. Por desconhecimento da populagao, em Minas gerais so foram instala dos 16 telefones publicos adap tados, embora a previsao fosse de mais de dois mil. As operadoras do servigo telefonico fixo ( telefonia local ) sao obrigadas, pelo Plano Geral de Metas de Universalizagao da

mediante solicitagao dos interessados, observados os criterios estabelecidos na regulamentagao, inclusive, quanto a sua localizagao e destinagao". Infelizmente, a lei nao garante que o surdo seja atendido. Para cumprir os 2 % exigidos pela Anatel, aTelemar precisa chegar a 2.460 aparelhos adaptados. Dos 123 mil telefones publicos instalados pela empresa em Mi nas Gerais, por exemplo, 1.069

Agenda Nacional deTelecomunicagoes ( Anatel), a instalar pelo menos 2 % dos telefones publicos com adaptagoes. O piano diz que a operadora deve " assegurar que, nas localidades onde o servigo estiver disponfvel, pelo menos 2% dos telefones de uso publico sejam adaptados para uso por defi cientes auditivos e da fala e para os que utilizam cadeira de rodas,

sao para deficientes fisicos (menos da metade do objetivo) e apenas 1 6 deles sao adaptados para uso de surdos com teclados para que eles digitem as mensagens ( termi nals publicos para surdos, os

TDDs, " Telecommunication Device for Deaf "). Texto extrafdo do Jornal Estado de Minas


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PorFabiano Guimaraes da Rocha

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Pedagogicas A inclusao vem tomando forqa cada vez mais, a realidade e inegavel e deve acontecer. Nesta perspectiva a Educaqao encontra se num " duelo " muito particular entre dois profissionais que atuam diretamente com os surdos. Nesse contexto inclusivo existem tres personagens: os alunos surdos, o interprete de Libras e o professor. E importante que seja definido com clareza as funqoes que cada um desses exercem nesse processo. O primeiro personagem e o aluno surdo. Ele possui lingua e cul tura diferentes daquela que o professor esta acostumado a lidar. Tambem, por lei, tern o direito de ser inclufdo em sala e escola de ensino comum. Todavia, a discussao nao se ateara nesse persona gem, embora seja o principal . O segundo personagem e o interprete de Libras, que servira de canal comunicativo entre os surdos e as pessoas que o cercam.

Mas que papel ele exerce em sala de aula ? Como devera ser sua postura em sala de aula ? Ha eticas que limitem ou Ihesgarantam direitos ? Quern e ele, enfim, na sala de aula ? Na escola ? Uma pergunta de cada vez sera respondi -

cla. Seu papel em sala de aula e servir como tradutor, facilitando a comunicaqao entre pessoas que

compartilham linguas e culturas diferentes. Ele realiza uma atividade humana e que exije dele estrategias mentais na arte de transferir o contexto, a mensagem de um codigo lingufstico para outro. Essa atividade tradutoria e a produqao do seu offcio, requer uma serie de procedimentos tecnicos e isso nao e facil ( ha muitos " sinalizadores" nomeando a si mesmos como interpretes e nao o sao, o que desvaloriza a Libras, pois em nenhuma lingua oral as pessoas terminam um cursoecomeqam a interpretar. Existem pro-

cedimentos tecnicos e isso exige anos de estudo e contacto com a Ifngua eseus usuarios. Porem, no casoda Libras, inconscientemente desconsideram essas necessi dades quando agem precipitadamente, atuam na area de interpretaqao ainda nao formados). Tanto dentro de uma sala de aula ou numa palestra sobre qufmica, seu papel sera o mesmo: traduzir. Sobre sua postura, o interprete deve se conscientizar de que ele nao e o professor, e situaqoes pedagogicas nao podera resolver, limi tando- se as funqoes de sua area. Mantera a mesma imparcialidade de sua profissao e desenvolvera uma relaqao sadia com os surdos e o corpo docente. Nao permitira que seu contacto pessoal com os surdos, que e maior do que a do professor, interfira em sua atuaqao.O Codigo de Etica que norteia a carreira pode ser usado tambem para essa atuaqao, considerando que o papel do interRevista da FENEIS - 23

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prete e traduzir. Entretanto, esse Codigo deixara a desejar em mui tos fatos e necessidades importantes que acontecem nesse novo palco de sua atuagao. Acreditando nisso, se faz necessario criar um Codigo Especifico (paralelo) para a area de Educagao e aclopaIo ao ja existente. Na falta desse "novo" Codigo recorre-se ao Codigo de Etica vigente. Para a ultima pergunta o interprete e um "estranho" na sala de aula, um "objeto diferente". E visto dessa forma e, pode ter certeza, assim se sente. Tanto para os alunos (em geral) quanto para os professores epara os interpretesetudomuito recente. Quando percebemos estavamos todos no mesmo lugar.

Por fim, o interprete de Libras exercera em sala de aula e em todas as atividades educacionais so mente as Fungoes Comunicativas Tradutorias que por si so sao

exarcebadas. O terceiro personagem e o professor. Esse sera o modelo pedagogico para os alunos e sua preocupagao esta voltada para o conteudo, a disciplina, o saber eoconhecimento. Como devera ser seu relacionamento com o aluno

surdo ? Alem de ser o modelo pedagogico em sala de aula, que mais pode fazer pelo primeiro personagem nesse teatro escolar ? A primeira pergunta sugere-se que seu relacionamento com o aluno surdo seja o mesmo que tern com os ouvintes. Nesse contexto ele utilizara o profissional interprete em momentos que sua projegao seja para a turma intei ra. O atendimento que o professor faz individualmente a cada aluno ouvinte sera importante fa zer do mesmo modo ao aluno surdo. Para isso, o educador precisa aprender e conhecer a Lingua desse aluno, que no caso do surdo e a Libras. Esse contato di reto, esse atendimento pessoal entre professor e aluno e que ira

gerar melhor relacionamento, amizade e comprometimento entre os dois. Isso e imprescindfvel ! Ninguem pode fazer isso por voce, professor ! No cenario da inclusao tudo para todos e "muito novo" e, nao e incomum equivocos acontecerem. E impossivel usar o interprete para interpretar textos. Sera melhor que, para al cangar todos, escreva no quadra.

Jamais fazer uso do interprete para fungoes pertinentes tao somente ao seu offcio. Nesse caso o interprete podera contestar sua solicitagao. Um outro exemplo e pedir ao interprete escrever no quadro aquilo que esta oralmente ditando para os alunos ouvintes. Outrossim, sera fundamental o professor, apos entender e conhecer a Ifngua e cultura da co-

munidade surda, disseminar o motivo de sua presenga em sala de aula e sua participagao na escola de ensino comum, objetivando conscientizar os alunos e outras pessoas. Se assim nao agir sera apenas integragaoe nao inclusao, que dispoe de uma mudanga tanto na estrutura da escola e nos sistemas, quanto na consciencia de todos. Por fim, o professor nesse espetaculo inclusivo exercera nas atividades educacionais as mesmas fungoes que exerce normal mente, as Fungoes Pedagogicas, sem qualquertemor. Essetextocontinua na proxima revista. Fabiano Guimaraes da Rocha e interprete de Libras da FENEIS (RJ) interpretebiano @ bol.com.br

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vencendo barreiras

Libras oficializada em Santa Cruz do Sul A Lingua Brasileira de Sinais ( Libras) agora e oficial em Santa Cruz do Sul ( Lei: n° 4.1 56, 14 de novembro de 2003 ). O projeto de iniciativa do vereador Antonio Nascimento foi aprovado no dia 14 de Novembro do ano passado. A reuniao foi acompanhada por surdos com tradugao simultanea para Lingua de Sinais, como mostra a foto ao lado. Com a aprovagao fica garantido aos surdos o direito a informagao e ao atendimento em toda a administragao publica direta ou indiretamente, por servidor especializado ou mediante convenio com entidades que atuam com portadores dessa defici -

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Lingua de Sinais aprovada em municipio de Pernambuco Foi aprovada pelo prefeito de Petrolina ( PE ), Fernando Bezerra Coelho, a Lei de numero 1.249, de 30 de maio de 2003, que oficializa a Libras como meio legal de comunicagao e expressao dos surdos em ambito municipal. Essa lei estabelece ainda que deve ser garantido, por parte do poder publico e empresas concessionary de servigos publicos, for-

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mas institucionalizadas de apoiar o uso e a difusao

da Libras, alem de garantir atendimento adequado aos portadores de surdez. Alem disso, os cursos de magisterio, educagao especial e fonoaudiologia devem ter incluidos em seus currfculos o ensino da Lingua Brasileira de Sinais.

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TST contra demissao de portador de surdez A Terceira Turma doTribunal Superior do Traba -

Iho determinou a reintegragao, pela Companhia Docas do Espfrito Santo (Codesa), de um portuario demitido em 1998 com graves problemas de surdez. Segundo a defesa do empregado, o problema foi adquirido depois que o portuario sofreu um gra ve acidente de bicicleta ao se dirigir para o traba -

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Iho, que Ihe causou posteriormente a perda de audigao. Nesse caso, a sentenga baseou-se no princf pio de que o empregador deve zelar pela saude e seguranga do trabalhador, pois, so assim, podera se resguardar de questionamentos futuros. O funcionario da Codesa devera receber todos os salarios e vantagens desde a sua demissao.

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Medidas do Senado beneficiam portadores de Deficiencia O Presidente do Senado, Jose Sarney, anunciou, no infcio de outubro, uma serie de medidas que visam incentivar a inclusao social dos portadores de deficiencia. O ponto de partida dessas agoes foi a publicagao, em braile, da ordem do dia do Sena do e a contratagao de deficientes fisicos como esta giarios. Todas essas iniciativas estao relacionadas ao convenio assinado por Jose Sarney com o Instituto Brasileiro de Defesa dos Direitos da Pessoa Porta -

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dora de Deficiencia (IBDD). Sarney ainda acrescentou que o Senado ira investir em obras que possibi litem o acesso de portadores de deficiencia as suas

dependences. Segundo a presidente do IBDD, Teresa Costa do Amaral, o convenio tern, acima de tudo, a fungao de "trabalhar a sensibilidade do Senado, e transforma - lo num exemplo pela inclusao do portador de deficiencia". Revista da FENEIS - 25

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Lingua de Sinais e segundo idioma interagindo em prol da comunicacao plena Usuaria e pesquisadora da Lfn gua de Sinais, a linguista norteamericana Carol Padden vem, ha

algum tempo, estudando a relagao entre a estrutura da Lfngua Americana de Sinais ( ASL) e a capacidade de aprendizado do surdo no idioma ingles. Segundo Carol, existem pontos de convergence entre ambas as formas de comunicagao, o que pode auxiliar esses surdos na fluencia de um segundo idioma. Em seu discurso, ela sustenta que ambas as Ifnguas podem acrescentar aspectos uma a outra

no sentido de tornar a comunica gao mais rica e completa. Atualmente ja existem instituiqoes americanas que trabalham a Lfngua de Sinais atrelada ao que cha mam de "fingerspelled", que e o alfabeto dos dedos. Dessa forma, a relagao entre o idioma Ingles e a Lingua de Sinais se da quase

automaticamente.

Carol ainda destaca a importance do contexto cultura, para o desenvolvimento da comunicagao do surdo dentro da socieda de. Na sua opiniao, existe hoje um interesse demasiado nos aspectos

geneticos e cientfficos em torno da surdez, quando se deveria va lorizar o contexto em que vivem os surdos, analisando como o meio pode atuar decisivamente na intera ao do surdo com a sua comunidade. Para Carol, "o surdo nao se considera um deficiente, e sim um membro de uma comunidade cultural e lingufstica, sendo que a cultura e um conjunto de comportamentos aprendidos de um grupo de pessoas que possuem sua propria lingua, va lores, regras de comportamento e tradi oes".

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Interpretes de Libras auxiiiam surdos Na Escola Estadual Dolor Ferreira de Andrade o trabalho de Roberto Evangelista Vieira, interprete em Libras (Lfngua Brasileira

de Sinais), ajuda, dentro da sala de aula, a menina Indianara Silva Ferreira, uma surda, de 13 anos. Roberto disse que a sua fungao e, basicamente, criar um elo entre os professores e a aluna, facilitando a compreensao das disci plinas. O interprete destacou que no infcio, a experiencia nao surtiu efeito, pois Indianara tinha vergonha de seus colegas, mas,

quando a turma passou a cooperar, houve uma sutil melhora no desempenho. Roberto acrescenta que este processo e lento, mas compensador. Alem disso, ha tambem as dificuldades em ter que aprender todas as materias da grade curricular, traduzi - las para a Lingua de Sinais e transmiti- las ao aluno. O apoio de um interprete ainda e um privilegio so-

das escolas publicas, tanto as da rede municipal quanto as da estadual. Roberto disse que este trabalho esta sendo desenvolmente

vido tambem na Unaes e UCDB, e, para realiza -lo, e necessario ter o ensino medio completo, e cla ro, dominar a Libras. A profissao ainda nao foi reconhecida, e a permanencia nas classes e de quase de vinte horas - aula por perfodo, sem contar com um planejamento escolar. A situagao desses profissionais ainda nao e confortavel, mas o fato de ajudar os alunos surdos a terem a chance de inclusao na vida escolar e universitaria ja e bastante gratificante. Fonte.Unifolha

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com crian?as surdocegas Rara iniciara comunicagao com uma crianga surdocega, e necessarioestabelecer uma interagaoe contato direto com ela: pode ser visual, auditiva ou tatil. Utilizar todos os canais e comegar uma troca de turnos: eu falo, toco, fago e espero a resposta do aluno. A forma mais facil de iniciar a comunicagao e imitando as condutas da criangas. Isto as maes fa zem com os bebes nos primeiros meses de vida . Outras formas podem ser iniciadas comegando urn movimento e interrompendo -o para das assim a crianga a oportunidade de solicitar de novo o movimento. Tambem pode se iniciar perguntando a mae o que a crianga mais gosta e realizar esta tarefa ou agao. Parar e esperar uma resposta por sua parte. Algumas vezes o aluno necessita de tempo para responder e esta resposta pode nao ser clara : quern sabe seja um movimento corporal, um sorriso, um olhar, um choro. Devemos estar atentos a qualquer tipo de resposta. Essas interagoes podem ter di ferentes interpretagoes para as pessoas, normalmente a mae ou quern cuida da crianga podera sa ber se a resposta e por prazer ou nao, ou porque tern fome, se e um protesto ou e porque esta interagindo com os outros, ou esta respondendo ao nosso chamado. A situagao pode variar considerando se existem ou nao possibi lidades de usar os resfduos visuais e ou auditivos. Sempre que

exista um resfduo visual funcional, a comunicagao se deve ba sear no uso deste canal sensorial e se for ao contrario a crianga escuta por aparelho de amplificagao sonora, se deve usar este meio para comunicagao Se ha resfduos auditivos e visuais, se usa am bos. Supondo uma crianga que seja surdocega total, a comunicagao se baseia no sentido tatil. O comego da comunicagao, no referimos a chamada comunicagao pre- lingufstica, a qual e uma forma " elementar" de comunicagao, nao implicando em um pensamento simbolico ou em processo intelectual. Por exemplo: a comunicagao pre- lingufstica se da quando uma crianga esta apren dendo a falar e aponta as coisas que quer, mas nao as nomeia. Pode ser tambem o uso de objetos que representa uma atividade. Esta sera a unica forma de comunicagao dos alunos que tern mais comprometimentos intelec tuais e ffsicos, dificultando o seu desenvolvimento geral, nao podendo chegar na representagao do pensamento e a simbolizagao da linguagem. No entanto, alguns alunos surdocegos alcangam a seguinte etapa, a lingufstica, que implica um processo cerebral mais alto como o uso de uma Ifngua fala da, de sinais, um sistema estruturado que implique em lei tura e escrita . Mais adiante veremos como acontece. Atividades agradaveis e favori -

tas, como o jogo corporal reali zadas de uma forma co- ativa (muito perto de nosso corpo para

fazer atividades juntos, a crianga "colada" a nosso corpo), as massagens no corpo clo aluno, a tera pia musical, a interagao direta, os jogos na agua, uma rotina diaria,aonde haja participagao direta dos dois, sao formas de ini ciar a comunicagao entre eles e nos. Alias, a estimulagao corporal e uma forma de ensinar que seu corpo e "algo"a parte do mundo, e isto e uma boa estrategia de comunicagao. Quando voce stiver realizando estas atividades favoritas da crianga, pare subitamente e aguarde uma resposta. Espere que ele so licite de novo fazer esta brinca deira atraves de sua forma de co municagao, estabelecendo um turo: uma vez ele, outra vez voce. Eles aprendem que sua resposta tern significado, quando o adulto atua de imediato e toma a ini ciativa para comunicar-se, ja ha uma retroalimentagao (eu respondo, voce responde, eu fago, voce faz) As atividades devem ser realizadas de forma que a crianga parti cipe, aprenda, interaja, e se en voive. Este texto continua na proxima edi -

pao Fonte: extra / do do “ Manual para Pais e Professores - Ensino a Crianga Surdocega � - Sense International (Latinoamerica)

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Projeto Feneis/Corde realiza entrega de certificados O dia 28 de novembro de 2003 marcou um momento importante para os instrutores surdos de informatica. Em cerimo nia realizada no auditorio do Instituto Nacional de Educagao

tiveram presentes ao evento 34 pessoas entre alunos, familiares e amigos . A cerimonia teve a apresenta gao de Sandra Lucia Rabello Vieira, surda, e do interprete Luiz Eduardo. Tambem estive ram presentes ao encontro, co laboradores importantes como o primeiro diretor administrativo da Feneis Walcenir de Souza, a

de Surdos ONES), foram entre gues os certificados de conclusao do curso que habilita esses profissionais a ministrarem aulas de informatica para surdos. Es-

coordenadora do setor de Informatica da Feneis, Andrea Giovanella e a equipe respon savel pelo projeto Feneis/Corde, representada pelos membros Maria de Lourdes, Claudia Brysker e Jose Elias Estefanio. Nessa ocasiao, foram entregues ainda os disquetes contendo congratulates aos novos instru tores e os manuais de educagao.

MENSAGEM DE EDUCAQAO " Se os teus projetos forem para um ano, semeie o grao. Se forem para dez anos, plante uma arvore. Se forem para cem anos, eduque o povo ." ( proverbio chines )

UERJ sedia o XIV Simposio Brasileiro de Informatica na Educagao de Informatica na Educagao, sob o tema "Inclusao digital como instrumento de Inclusao Social ", A coordenadora do setor de Informatica da Feneis, Andrea Giovanella, participou do evento levando ao publico a apresentagao de um poster sobre " Educagao Especial - Experience Profissional e Capacitagao da Pessoa Surda na Area de J Informatica - Linguagem Especifica de ! Informatica na sala de Aula com Instrutor Surdo". * wm O objetivo dessa apresentagao foi mostrar aos participantes do Simposio o uso da Libras de for*£ * fm % ma especffica em aulas de informatica e como essas aulas podem ajudar na insergao dos surdos no mercado de trabalho.

Entre os dias 12 e 14 de novembro de 2003, foi realizado nas dependences da Universidade Esta dual do Rio de Janeiro, o XIV Simposio Brasileiro

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FENEIS Matriz Rua Major Avila, 379

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Brasilia

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FENEIS Amazonas Rua E 15 n°29 Conjunto Promorar - Alvorada II Manaus - AM 69043 -000 Tel: ( 92 ) 657 - 6606/657 - 6671 -

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Informates na Sede da Feneis ( Rua Major Avila, 379, Tijuca, Rio de Janeiro) ou pelo Telefone 21 2567-4880

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fazer? Kelvin: Gosto de r tit* } jogar futebol, lutar karate e 1 r * gosto muito de Kelvin (ouvinte) e a mae (surdaj: comunicapao perfeita brincar na pisciKelvin Piedade de Avila na. Tambem gosto de talar Faria, 4 anos, e filho de ao telefone. Kelly Roseana Piedade de Avila e Paulo Roberto de A. Feneis: Voce estuda? Faria, ambos surdos. NasKelvin: Sim, estou no jarceu no Rio de Janeiro. Ele dim II e gosto muito de nos contou que, alem de : estudar. futebol, karate e de brincar na piscina gosta muito de Feneis: Voce sabe Libras? estudar. Esta no Jardim II. 0 Kelvin: Sim, porque eu mais incrivel e que mesmo nasci da barriga da minha com tao pouco idade ja mae e ela e surda . sabe que a Lingua de Sinais e muito importante Feneis: Como voce ajuda para a comunicagao com sua mae ? seus pais. E mesmo sendo Kelvin: Eu ajudo interpre-

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tando pelo telefone e tambem dou remedio quando ela esta com dor de cabega e dor no brago. Feneis: Voce tern muitos amigos? Kelvin: Sim, tenho muito amigos na escola e tenho dois amigos surdos tambem . Feneis: O que voce quer ser quando crescer? Kelvin: .Quero ser medico para trabalhar no hospital e ser polfcia para ajudar as pessoas.

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