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ERRATA Voce pode contribuir com a regulamentagao da Libras
O assunto do destaque, na capa desta edigao, na verdade faz referenda a proposta de regulamentagao ( Projeto de Decreto) divulgada nas paginas 12, 13, 14, 15 e 16 e nao a aprovagao do documento ou ao fato de ja estar em vigor conforme sugere I equivocadamente o titulo “ Sai a regulamen[ tagao da Libras”. Diferente disso, o Projeto de Decreto que regulamenta a Lei Federal n9 10.436 recomenda a contribuigao de toI dos para o seu aperfeigoamento. As sugestoes poderao ser encaminhadas ate o dia 3 de abril de 2005 a Casa Civil da Presidency da Republica, Palacio do Planalto, Anexo III, Sala 212, CEP 70.150-900, com a indicagao “ Sugestoes ao Decreto de Regulamentagao da Lei n910.436/02 - Libras” , ou pelo email libras @ planalto.gov.br.
^
editorial
FENEIS i
DIRETORIA
Dirctor -Presidentc
Antonio Mario Sousa Duarte
-
Dirctor Primeiro Vice Presidente Marcelo Silva Lemos
-
Diretor Segundo Vice-Presidente Antonio Carlos Cardoso Diretora Administrative Flavians Reis do Carmo Diretor Financeiro e de Planejamento Max Augusto Cardoso Heeren Diretora de Politicas Educacionais Marianne Rossi Stumpf DIRETORIAS REGIONAIS Rio de Janeiro - RJ
Diretor Regional : Walcenir Souza Lima Porto Alegre - RS Diretor Regional : Tibiriga Vianna Maineri Diretora Regional Administrativa : Vania Elizabeth Chiella Diretora Regional Financeira: Elenita Walenciuk Ferreira
Teofilo Otoni - MG Diretor Regional • Luciano de Sousa Gomes Diretora Regional Administrativa : Sueli Ferreira da Silva Diretora Regional Financeira : Rosenilda Oliveira Santos
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Recife PE Diretor Regional : Bernardo Luis Torres Klimsa Diretora Regional Administrativa : Maria Dione Monteiro de Siqucira da Silva Diretor Regional Financeiro : Cesar Augusto da Silva Machadi Brasilia • DF Diretor Regional : Cesar Nunes Nogueira Diretora Regional Administrativa : Meirelucc Leite Pimenta Diretor Regional Financeiro : Antonio Palhares Torres Ribeiro
Belo Horizonte - MG Diretora Regional Rosilene Fatima Costa Rodrigues Novaes Diretora Regional Financeiro : Antonio Campos de Abrcu Sao Paulo - SP Diretor Regional: Neivaldo Augusto Zovico Diretora Regional Administrativa : Andrea Iguma Diretor Regional Financeiro: lose Julio Alves de Quesroz
Curitiba - PR Diretora Regional : Karin I ilian Strobel Diretora Regional Administrativa : Iraci Elzinha Bampi Suzin Diretora Regional financeira: Marcia Eliza de Pol
-
Manaus AM
Diretor Regional: Marlon Jorge Silva de Azevedo Diretor Regional Administrative. Franklin Resende liinior Diretora Regional Financeira : Waldeth Pinto Matos
Fortaleza - CE
Diretor Regional : Wilier Cysne Prado e Vascontelos F )iretor Regional Administrated : Franklin Resende liinior Diretor Regional Finaceiro: Joelisson lose Maciel Ribeiro
Florianopolis • SC Diretor Regional : Fabio Irineu da Silva Diretora Regional Administrativa : Idavama Maria de Souza Basso Diretor Regional Financeiro: Deonisio Schmitt
CONSELHO FISCAL Efetivo 1° Mcmbro Efetivo e Presidents - JoseTadeu Raynal Rocha 2" Membro Efetivo e Secretario - Carlos Eduardo Coelho Sachetto I" Membro Efetivo - Moises Gazale
Suplentes 1 " Membro Suplente • Luiz Dinarte Faria 2° Membro Suplente - loselio Coelho CONSELHO DE ADMtNISTRAQAO
Carlos Alberto Guos Shirley Vilhalva Silvia Sabanovaite Marcus Vmicius Calixto Betiza Pinto Botelho EDITORtA Conselho Editorial Walcenir Souza Lima Flavia Mazzo Rita tie Cassia Matleira Nadia Mello Secom - Setor de Comunicagao Rita de Cassia Madeira
Editora e assessora de imprensa Nadia Mello (MT 19 I f f )
Auxiliar de redagao Danielle Bragazzi Projeto Grafico e Diagramagao David Souza Ferreira
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A Regulamentagao da lei 10.436, que oficializou a Lingua Brasileira de Sinais (Libras) e hoje uma realidade para a comunidade surda brasileira. Isso porque com ela, poderemos dar inf cio a uma nova etapa: a exigen ce de ve-la funcionando na pratica em todo o territorio nacional. Desde que a Feneis- encaminhou ao MEC/SEESP o documento “ A Educagao que nos Surdos Queremos”, em 1999, muitasconquistas foram possfveis, entre elas as Diretrizes para a Educagao dos Surdos propostas pelo proprio Ministerio da Educagao a partirdo resultado de diversas reunifies e camaras tecnicas . Outra grande vitoria foi a oficializagao da Libras em 2002, ano em que o Conade, com o apoio da Feneis, solicitou encaminhamento da Regulamentagao (Ler detalhes nas paginas 12 e 13). Sugestfies da Feneis e de outros firgaos lidados as areas de Educagao e Deficiencia foram incorporadas a Regulamentagao, aumentando as chances de corresponder a necessidade do surdo quando estivervigoramdo. O que muda com a Regulamentagao? Com a Regulamentagao a comunidade surda pode reivindicar o que passa a ser urn direito. Mas para quern pensa que a luta chegou ao fim, convem lembrar que entre a Lei e a pratica ha ainda uma longa distancia. Certamente teremos pela frente uma caminhada que vai exigir uniao e disposigao para enfrentarmos novos desafios. Isso porque nao desistiremos enquanto nao tivermos a garantia de interpretes em escolas, em postos de saude e em outros servigos elementares, assim como educagao em Libras em todo o Brasil. E com essa visao que a Feneis, tern se colocado na linha de frente de movimentos e eventos buscando acelerar processos que nos levem de fato a avangarmos. O resultado que buscamos e ver o surdo efetivamente integrado em nossa sociedade, respeitado em suas diferengas e sua cidadania resgatada, permitindo vida com dignidade. Nesta edigao ainda publicamos urn texto que reforga a importancia politica e educacional da Regulamentagao e serve de base para levantarmos assinaturas de apoio a serem enviadas ao MEC.
Impressao
Libregraf Tiragem 5.( XX) exemplares
Antonio Mario Sousa Duarte Diretor-Presidente
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Projeto Saber
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0 Projeto saber, uma iniciativa psico-pedagogica, faz parte do programa Ministerio com Surdos, da Junta de Missoes Nacionais da Convengao Batista Brasileira. Ele tem como objetivo oferecer a acessibilidade a comunicagao, por meio da Libras. Vale a pena conhecer. »Pagina 17
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De Surdo para Surdo: Estudando gastronomia Surda de nascenga Elaine Cristina Ancines teve uma infancia normal, como a de qualquer crianga ouvinte. Ela teve urn excelente aproveitamento escolar, sempre com urn desenvolvimento bastante satisfatorio. Desenvolveu, por observagao, e depois por pratica, a danga de salao, com muito ritmo e excelente marcagao. Tambem fez aulas de bale desde os cinco anos e, a partir dos 11 anos, comegou a praticar equitagao, mergulho e sapateado. Atualmente faz o quarto periodo de Gastronomia e Culinaria na Faculdade Estacio de Sa, sendo a primeira aluna surda nesse curso em todo o Brasil.
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Parte do projeto Rybena, que significa comunicar na lingua indigena Xavante e tem como objetivo fornecer comunicagao movel para a inclusao digital de pessoas com deficiencia, a novidade de urn celular que tambem tenha animagoes em Lingua de Sinais surgiu a partir da necessidade de urn aparelho mais eficaz para o surdo. A comunidade surda que ja utiliza bastante o servigo de mensagens de celulares comuns podera, agora, contar com a facilidade da nova tecnologia. »Pagina 11
Libras ganha prposta de regulamentagao Depois de muita espera ficou pronta a proposta regulamentagao da Lei 10.436/02, que oficializa a Libras. Leia todos os detalhes do documento nesta edigao. »Paginas 12a 16
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Parte do nosso time 0 menino Ronaldo Coimbra de Lima Mariano e ouvinte, mas ja utiliza a Lingua de Sinais para se comunicar com os pais. Ele e urn campeao e faz parte do nosso time.
» Paginas 39
CAPA: Dia do Surdo
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Este ano nossa Revista traz a cobertura da programagao do DFa do Surdo organizada pela Feneis/Rio e tambem da mobilizagao feita pelo Escritorio Re gional de Teofilo Otoni ( MG) na ocasiao.
» Paginas 27 a 38
Revista da FENEIS - 5
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oomunicando
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Interprete em Sala de Aula
A Apada de Niteroi vai encaminhar um offcio a Funcefet, formalizando o seu protesto contra o fato de a instituigao nao permitir a presenga de um interprete de Libras nas salas de aula. Recentemente a mae de um dos alunos
do curso procurou a Apada com o intuito de solicitar um interprete para acompanhar as aulas de seu filho, mas a Funcefet nao permitiu esse procedimento. Segundo a coordenadora da central de interpretes da Apada,
Gildete da Silva Amorim, a portaria federal de numero 1 679/99 garante ao portador de surdez o direito a utilizagao do interprete em qualquer repartigao, seja ela publica ou privada.
Educadores capacitados para criangas surdas Durante os dias 04, 06, 09 e 11 de agosto, o Centro de Capacitagao de
Profissionais da Educagao e de Atendiparceria com a Secretaria de Estado de Educagao promoveu, na Camara Municipal de Campo Grande (MT), um mento as Pessoas com Surdez em
curso de capacitagao para os profissionais que trabalham nos centros de educagao infantil. O objetivo do encontro foi preparar esses educadores para interagirem e auxiliarem as criangas ao longo de sua vida escolar, incentivando e promovendo a sua integragao
social. O conteudo do curso foi fornecido pelo MEC, que produziu nove cadernos contendo estrategias de orientagoes pedagogicas para a educagao dessas criangas.
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Grupo deTeatrofala sobre inclusao Foi langado no mes de julho, pela Escola de Gente, o projeto Os inclusos e Os Sisos - Teatro de Mobilizagao pela Diversidade. Com patrocmio da Urbi et Orbi e apoio da Ashoka Empreende-
UERJcria materia sobre Diversidade Os alunos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro terao em breve no seu currfculo uma materia eletiva que tratara do tema diversidade. Recentemente, o reitor da instituigao, professor Nival Nunes de Almeida, convidou a Escola de Gente para discutir como sera a abordagem do tema. A iniciativa de incluir a materia na grade da universidade e resposta a uma carta que foi entregue ao reitor pelos universitarios capacitados como agentes de inclusao que propunha mais debates sobre inclusao social dentro da universidade.
dores Sociais, Meio e Mfdia e Firjam, um grupo de jovens atores encenaram, na propria sede da Firjam, esquetes sobre a inclusao social, que tern como objetivo levar o publico a uma refle-
xao. Apos a apresentagao houve um debate com a participagao de Rosangela Berman Bieler, especialista em deficiencia e desenvolvimento inclusivo para America Latina.
Numeros da Surdez Beleza sem preconceito Segundo calculo da Organizagao Mundial de Saude (OMS) cerca de 10% da populagao mundial possui algum tipo de deficiencia. Desse total, 1,5% sao portadores de surdez. No Brasil, de acordo com o Censo realizado em 2000, aproximadamente 5.700.000 sao portadoras de algum tipo de perda auditiva e 500.000 sao surdos profundos. Essas estatfsticas servem de base para que a populagao surda una esforgos para mobilizar a sociedade e a classe polftica em torno de questoes que envolvem a surdez .
O mundo da moda esta cada dia mais democratico. A falta de preconceitos que antes se refletia apenas nos estilos das roupas, agora se estende ao mercado de trabalho. Que o diga a modelo surda Brenda Costa, de 20 anos. Dona de um rosto deslumbrante e de um corpo de medidas perfeitas, Brenda teve o apoio do dono da agenda Mega Models, que tern um filho surdo, para se langar no concorrido universo da moda e hoje e presenga garantida nos mais diversos desfiles de moda do pais.
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Shopping de Vitoria promove curso de Libras para seus vendedores Numa atitude pioneira, o Shopping de Vitoria, em parceria com a Associagao de Interpretes de Lingua de Si nais do Espfrito Santo (Interlibras), oferece curso de Lingua de Sinais para seus vendedores. A iniciativa vem amenizar o constrangimento a que o porta6-
Revista da FENEIS
dor de surdez e obrigado a passar cada vez que deseja ir as compras. O curso, que tern duragao de tres meses tam bem e voltado para os segurangas e atendentes do estabelecimento . A Interlibras pretende estender o projeto a outros centros comerciais da cidade.
ASSPE comemora 19 anos de fundagao Entre os dias 13 e 1 7 de outubro foi realizada a solenidade de comemora gao dos 19 anos de fundagao da Associagao de Surdos de Pernambuco. A data foi festejada com uma Missa em Agao de Gragas, um Culto de Gratidao e uma grande festa que reuniu parte da comunidade surda local.
cartas do leitor __ .. .
Curso de Interprete Sou professora-interprete de alunos surdos do municfpio de Sao Francisco do Conde (BA ). Trabalho
*
numa classe de inclusao, fago licenciatura plena em pedagogia pela Universidade Estadual de Feira de Santana ( UEFS) e gostaria da ajuda para inscreverme no curso de interpretes de Libras. Na verdade, nos interpretes que moramos no interior, temos poucas oportunidades de avangarmos na Libras. Por nao participarmos de cursos voltados para educagao de surdos nao temos certificados para comprovar que somos interpretes. Eu nao me considero uma interprete habiIitada, poistenhoquemelhorarmuito. No entanto, tenho paixao em ensinar surdos e por isso vejo a necessidade de melhorar a minha pratica. E-maii:itaciaravado @ yahoo.com.br Itaciara da Silva ,Bahia
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a sua instituigao para confirmar o interesse e passar os procedimentos necessarios. De qualquer forma estaremos en caminhando a ultima revista, que traz um cupom com todas informagdes.
O' Classicos da Literatura Gostaria de saber como fago para adquirir os Classicos da Literatura em Libras ? Atenciosamente Joana Santos, Sao Luiz do Maranhao
Revista da Feneis responde Informamos que a Colegao Classicos da Literatura em Libras/pirtugues em CD esta sendo distribuido gratuitamente. Entretanto este material esta sendo liberado somente para entidades ou escolas que desenvolvam trabalhos pedagogicos com surdos. As solicitagoes poderao ser enviadas para Feneis ( fax ou correio) com o CNPJ, o telefone de contato, enderego e um resumo do trabalho realizado com o publico surdo.
Revista da Feneis responde Ficamos felizes ao tomar conhecimento das atividades que desenvolve com surdos em sua regiao e com a sua vontade de se aperfeigoar na Libras, a ponto de desejar ter urn certificado de interprete. Neste caso, alem do curso, e preciso se dedicar muito e conviver bastante com o surdo. Os cursos promovidos na Area de Libras sao de grande ajuda e acontecem normalmente na sede da Feneis e em nossos escritorios regionais. Na Bahia infelizmente ainda nao temos urn. Dessa forma, estamos passando o seu interesse para o Centro de Estudos da Libras , responsavel tambem pelo Setorde Interpretes da Feneis para que analise o seu caso e entre em contato com voce. Informamos que em Salvador ( Rua Emidio dos Santos, 485, Barbalho -Cep 40300-010) existe o Centro de Surdos da Bahia, que certamente tambem podera the oferecer algum tipo de apoio.
w> Assinatura: Como fazer ?
Solicito os dados necessarios para fazer a assina da Revista da Feneis. Crato
tura
Sociedade de Ensino Superior Estacio de Sa Vanderlei Mauricio Nazario
Bibliotecario
Revista da Feneis responde O Setor de Comunicagao (Secom) e o responsavel pelas assinaturas da Revista. Ele estara entrando em contato com
O Libras na escola Sou vice- diretora da Escola Estadual Augusto Severo. Logo que assumi a Escola, fiquei meio curiosa em relagao a Libras. Desconhecia totalmente essa realidade. Minha surpresa maior foi que depois de alguns contatos com pais de surdos percebi que muitos nao entendem o que eles falam e nao tinham muito interesse. Nossa escola e um referencial nes ta capital, pois acolhemos 135 surdos no ensino fundamental, sem contar os que atendemos na Sala de Apoio Especialzado, que estudam em outras entidades e os professores nao falam libras. Quando se fala na Lei de inclusao, eu particularmente acho uma farsa , pois as escolas nao estao prepara das para recebe- los e a exclusao acontece de ma neira cruel. O aluno fica num canto da sala, quieto, sem nenhum progresso na aprendizagem. A inclusao dos deficientes deve existir, mas de maneira correta, dando condigoes deste aluno se sentir realmen te inclufdo em um contexto educacional e social . Hoje sou uma apaixonada por esse grande grupo de pessoas, que apesar das dificuldades, sao felizes e lutam por seu espago dentro da sociedade. Eunice Nobrega
Revista da FENEIS - 7
de sundo para surdo
Por Elaine Cristina da Silva Encinas
Surda conclui faculdade de gastronomia
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Resido no bairro de Ipanema de e sempre me deu liberdade ( RJ ) e nasci com surdez congeni - para perguntar o que fosse neta, isto e, surda de nascenga . Tive cessario, para que nunca fosse uma infancia normal, como a de surpreendida. Desenvolvi, por observagao, e qualquer crianga ouvinte. Aos tres anos de idade fui estudar no depois por pratica, a danga de Instituto Nossa Senhora de salao, com muito ritmo e exceLourdes na Gavea, onde convi - lente marcagao. Tambem fiz auvi com outras criangas surdas e las de bale desde os cinco anos aprendi a ler, escrever, me ex - e, a partir dos 11 anos, comecei pressar oralmente e por sinais, a praticar equitagao, mergulho, sempre com o acompanhamen- sapateado e passei a frequentar to de fonoaudiologos da institui- bailes vespertinos de clubes e gao. agremiagoes. Na escola sempre tive otimo Hoje, curso o quarto perfodo de aproveitamento, de modo que, Gastronomia e Culinaria na Fa quando fui para o Primeiro Grau culdade Estacio de Sa, sendo a (antigo ginasio), pude estudar em primeira aluna surda em todo o colegio de ouvintes. Era a unica Brasil a fazeresse curso, que inialuna surda em colegio de ou- ciei em 2003 . Como nao podevintes. ria deixar de ser, cozinho como Meu desenvolvimentofoi sem - ninguem e fago diversas viagens pre satisfatorio em todas as ma - para participar de Congressos e terias que cursei. Fiz curso de Simposios Gastronomicos. informatica com excelente aproConsegui, com muita dificuldaveitamento e hoje domino ple- de, obter um interprete de Libras namente os computadores. em minha faculdade, ja que ha Minha adolescencia foi via muito preconceito, mas, com normalfssima, tendo toda a aten- esforgo, superei o problema. gao e orientagao, principalmen Tambem sou voluntaria na fiste de minha mae, que tambem cal iza ao dos direitos dos porta me esclareceu sobre a sexualida- dores de deficiencia no que diz
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Revista da FENEIS
respeito a bares, restaurantes, hoteis e eventos. Sugiro a todos os restaurantes que coloquem nos cardapios, o menu am Braile para os cegos e prestem um atendimento especial as pessoas surdas ou portadoras de qualquer tipo de deficiencia . Os famosos Gourmets devem se preocupar com o atendimento especial aos deficientes, para que eles possam deglutir suas refeigoes com o devido prazer. Ha inumeros turistas deficientes que percorrem o nosso pafs. Nos pafses civilizados, existem Chefs surdos, quern sabe aqui no Bra sil nao posso ser a pioneira ?
Agradego aos meus conceituados chefs: Otto Borges, Ronald Villard, ClaudeTroisgros, Claude Jean, Juan, Ronald e outros mes tres da arte da cozinha que incentivaram - me nos estudos
gastronomicos. Agradego tambem a minha mae Creuza Mariano Ziese Oli veira, ao meu pai Roberto Cha gas Ziese Oliveira e a minha tia Cristina Mariano Franco Fagundes pelo apoio e pela educagao que me deram.
perfil
As diferentes identidades Surdas
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Gladis Perlim
Poderfamos identificar as pessoas surdas pelas diferengas que possuem. Elas sao observaveis facilmente. No momento distinguiremos algumas categorias para as diferentes identidades surdas. 7 - Identidades Surdas (identidade
politics) Trata-se de uma identidade forte-
marcada pela polftica surda. Sao mais presentes em surdos que pertencem a comunidade surda e apresentam caracterfsticas culturais regionais: a) Possuem a experiencia visual que determina formas de comportamento, cultura, Ifngua, etc. b) Carregam consigo a Lfngua de Sinais. Usam sinais sempre, pois e sua forma de expressao. Eles tern um costume bastante presente que os diferencia dos ouvintes e que caracteriza a diferenga surda : a captagao da mensagem e visual e nao auditiva, o envio de mensagens nao e por meio aparelho fonador, mas pelas mente
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maos c ) Aceitam-se como surdos, sabem que sao surdos e assumem um cornportamento de pessoas surdas. Entram facilmente na polftica com identidade surda, onde impera a diferenga: necessidade de interpretes,
de educagao diferenciada, de Lfngua de Sinais, etc. d) Passam aos outros sua cultura, sua forma de ser diferente. e) Assumem uma posigao de resistencia f ) Assumem uma posigao que avanga em busca de delineagao da
identidade cultural. g) Assimilam pouco ou nao conseguem assimilar a ordem da Ifngua falada, tern dificuldade de entende-la h) A escrita obedece a estrutura da Ifngua de sinais, pode igualar-se a Ifngua portuguesa, com reservas. i) Tem suas comunidades, associagoes e/ou orgaos representatives e compartilham entre si suas dificuldades, aspiragoes, utopias. j) Usam tecnologia diferenciada: legenda e sinais na TV, telefone especial, campainha luminosa. k) Tern uma diferente forma de relacionar-se com as pessoas e mesmo com os animais. 2 - Identidades Surdas Hibridas Sao os surdos que nasceram ouvintes e, com o tempo, alguma doenga ou acidente os deixou surdos: a) Dependendo da idade em que a surdez chegou, conhecem a estrutura do Portugues falado e o envio ou a captagao da mensagem, vez ou outra, e na forma oralizada . b) Usam Ifngua oral ou Ifngua de sinais para captar a mensagem. Esta identidade tambem e bastante diferenciada . Alguns nao usam mais a
Ifngua oral e usam sinais sempre. c ) Assumem um comportamento
de pessoas surdas . Ex .: usam tecnologia para surdos. d) Convivem pacificamente com as identidades surdas. e) Assimilam um pouco mais que os outros surdos, ou nao conseguem assimilar, a ordem da Ifngua falada, tern dificuldade de entende -la. 0 A escrita obedece a estrutura da
Lfngua de Sinais, pode igualar-se a Ifngua portuguesa, com reservas. g) Participam das comunidades, associagoes e/ou orgaos representati ves e compartilham com as identidades surdas suas dificuldades, poIfticas, aspiragoes e utopias. h) Aceitam-se como surdos, sabem que sao surdos, exigem interpretes, legenda e sinais na TV, telefone especial e campainha luminosa. i) Tambem tern uma diferente forma de relacionar-se com as pessoas e mesmo com os animais. 3 - Identidades Surdas Flutuantes Os surdos que nao tern contato com a comunidade surda. Para Karol Paden sao outra categoria de surdos visto de nao contarem com os bene-
ffeios da cultura surda. Eles tambem algumas caracterfsticas particulares: a ) Seguem a representagao da identidade ouvinte b) Estao em dependencia no mundo dos ouvintes, seguem os seus prinefpios, colocando-os acima dos prinefpios da comunidade surda . As vezes competem com ouvintes, ja que sao induzidos pelo modelo da identidade ouvinte. c) Nao participam da comunidade surda, associagoes e lutas polfticas. d) Desconhecem ou rejeitam a presenga do interprete de Lfngua de Si tern
nais. e) Orgulham-se de saber falar "corretamente" f) Demonstram resistencias a Ifngua de sinais e cultura surda, visto que isto, para eles, representa este-
Ftevista da FENEIS - 9
reotipo. g) Nao conseguiram identificar- se como surdos, sentem-se sempre inferiores aos ouvintes; isto pode causar muitas vezes depressao, fuga, suicfdio, acusagao aos outros surdos e competigao com ouvintes. Ha al guns que vivem na angustia, no desejo contmuo de ser ouvintes. h ) Sao vftimas da ideologia oralista, da inclusao, da educagao clfnica e do preconceito. i) Quer ougam algum som, quer nao ougam, persistem em usar apa relhos auriculares e nao usam tecnologia dos surdos. 4 - Identidades Surdas Emba adas A identidade surda embagada e
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podemos encontrar diante da representagao estereotipa-
outro tipo que
da da surdez ou desconhecimento da surdez como questao cultural. a) Os surdos nao conseguem captar a representagao da identidade ouvinte. Nem conseguem compreender a fala. b) O surdo nao tern condigoes de usar a Lingua de Sinais. Nao Ihe foi ensinada, nem teve contato com a mesma. c) Sao pessoas vistas como inca-
pacitadas. d) Neste ponto, ouvintes determinam seus comportamentos, vida e
aprendizados. e) E uma situagao de deficiencia, de incapacidade, de inercia, de revolta. f) Existem casos de aprisionamento de surdos na famflia, seja pelo estereotipo ou pelo preconceito, fazendo com que alguns surdos se tornem incapacitados de chegar ao saber ou de decidirem-se por si mes-
mos. g) Na famflia, a falta de informagao sobre o surdo e total. Geralmente predomina a opiniao do medico e
de algumas clfnicas, reproduzem uma ideologia contra o reconhecimento da diferenga.
10 -
Revista da FENEIS
h) Estes sao alguns mecanismos de poder construfdo pelos ouvintes sob representagoes clfnicas de surdez, colocando o surdo entre os deficientes ou retardados mentais. 5 - Identidades Surdas de Transigao Estao presentes na situagao dos surdos que, devido a sua condigao social, viveram em ambientes sem contato com a identidade surda ou que se afastam da identidade surda a) Vivem no momento de transito entre uma identidade e a outra . b) Se a aquisigao da cultura surda nao se da na infancia, normalmente a maioria dos surdos precisa passar por este momento de transigao, visto que grande parte deles sao filhos de pais ouvintes. c) No momento em que esses surdos conseguem contato com a comunidade surda, a situagao muda e eles passam pela "des-ouvintizagao", ou seja, rejeigao da representagao da identidade ouvinte d) Embora passando por essa "desouvintizagao", os surdos ficam com seqiielas da representagao, o que fica evidenciado em sua identidade em construgao. e) Ha uma passagem da comunicagao visual/oral para a comunicagao visual/sinalizada . f) Para os surdos em transigao para representagao ouvinte, a identidade flutuante se da ao contrario.
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6 - Identidades Surdas de Diaspora As identidades de diaspora diver-
gem das identidades de transigao. Estao presentes entre os surdos que passam de um pafs a outro ou, passam de um Estado brasileiro a outro. Ou ainda, de um grupo surdo a outro. Eles podem ser identificada como surdo carioca, surdo brasileiro, surdo norte-americano. E uma identida -
de muito presente e marcada. 7
- Identidades Intermediarias
O que vai determinar a identidade
surda e sempre a experiencia visual. Neste caso, em vista desta caracterfstica diferente, distinguimos a identidade ouvinte da identidade surda. Temos tambem a identidade intermediary, geralmente identificada como sendo surda. Essas pessoas tern outra identidade, pois poussuem uma caracterfstica que nao Ihes permite essa identidade. A sua captagao de mensagens nao e totalmente baseada na experiencia visual que determina a identidade surda . a) Apresentam alguma porcetagem de surdez, mas levam uma vida de ouvintes. b) Para estes, sao de importancia, os aparelhos de audigao. c) Importancia do treinamento oral. d) Buscam amplificadores de som. e) Nao usam interpretes nem cultura surda. f) Quando presentes na comunidade surda, geralmente se posicionam contra o uso de interpretes. Consider o surdo menos dotado e nao entende a necessidade da Lingua de Sinais, de interpretes... g) Tern dificuldade de encontrar sua identidade, visto que nao sao surdos, nem ouvintes. Condusao As diferentes identidades surdas sao bastante complexas e diversificadas. Isto pode ser constatado nesta divisao por identidades, onde tem-se ocasiao para identificar outras muitas identidades surdas, ex.: surdos filhos de pais surdos; surdos que nao tern nenhum contato com surdo, surdos que nasceram na cidade, ou que tiveram contato com a Lingua de sinais desde a infancia etc... Como dissemos, a identidade surda nao e estavel, esta em contfnua mudanga. Os surdos nao podem ser um grupo de identidade homogenea. Ha que se respeitar as diferentes identidades.
comunicagao/tecnologia
Celular para surdo tera GIF animado Imagine a situagao: um deficiente auditivo e uma deficiente visual estao no mesmo recinto. O surdo esbarra na cega, se desculpa na Lingua Brasileira de Sinais ( Libras), que ela obviamente nao ve e, como se nada tivesse acontecido, cada um vai para o seu canto. A cega acha que acabou de se defrontar com um grosso e o surdo morre de vergonha. Foi pensando nas dificuldades de comunicagao dos deficientes auditivos e visuais que membros do "Brasilia Java Users Group" (DFJUG) - que tern como objetivo basico a divulgagao da plataforma Java - apresentaram, em setembro, uma novidade. Um celular que tambem tenha animagoes na lingua de si-
nais. A ideia foi apresentada , em uma reuniao entre a Agenda Nacional deTelecomunicagoes ( Anatel) e a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidencia da Republican A solugao e parte do proje-
Rybena, palavra que significa "comunicar " na lingua indigena to
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Xavante e tern como missao fornecer tecnologia de comunicagao movel para a inclusao digital de pessoas com deficiencia. Depois de observar a importancia do servigo de mensagens de texto ou torpedo (SMS) para os deficientes auditivos e de ouvir sugestSes de alunos, o grupo enxergou a necessidade de se criar uma ferramenta ainda mais eficaz. Segundo Rosana da Silva, coordenadora da Associ agao Brasileira de Pais e Amigos
de Deficientes Auditivos ( Apada),
o surdo brasileiro ja usa o celular comum atraves de mensagens. "Se o SMS ja traz um grande beneffcio para o deficiente, imagina o quanto a nova tecnologia ira facilitar a
vida dessas pessoas", disse. Alem disso, para Oliveira, o SMS nao e totalmenteconfiavel. " A mensagem
pode nao chegar, ou chegar com ate um dia de atraso. Por isso, o deficiente, como todo cidadao, tambem deve ter acesso a comunicagao em tempo real", disse. Dos oito integrantes do grupo, dois sao surdos e uma e cega - todos fazem trabalho voluntario. "Trabalhamos nos horarios livres, abrindo mao do contato com nossas familias em prol de seis milhoes de surdos e 16 milhoes de deficientes visuais", disse o coordenador do projeto, Daniel de Oliveira. Analfabetismo Segundo ele, alem de solucionar o problema da comunicagao via celular para surdos e cegos, a nova tecnologia vai amenizar outro problema nacional - o analfabetismo. De acordo com dados do IBGE, 30% da comunidade surda e analfabeta. Para eles, uma boa notfcia: 66% do banco de gestos basicos da linguagem de sinais ja foram tra duzidos em GIFs animados. O projeto e de software livre, gratuito, e qualquer pessoa pode ter acesso aos programas pela Internet, mas o servigo ainda esta em fase de teste e aguarda homologagao das operadoras. ( www.dfjug.org. Ainda existem barreiras legais Rosana da Silva, coordenadora da Associagao de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos, conta que uma das difi-
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rybena culdades para a implementagao do projeto de comunicagao por sinais no celular e a transcrigao das ex pressoes de maneira que fiquem inteligiveis. A lei 10.436, de 2002, reconhece a Libras como meio legal de comunicagao e expressao, mas ainda nao foi regulamentada. A coordenadora explica que, assim como em toda lingua viva, a Libras e permeada por regionalismos que podem vir a ser um empecilho na hora da tradugao. Como coordenadora da Associagao, Rosana conta que convive diariamente com a realidade dos deficientes. "O celular representa para os deficientes auditivos nao so uma poderosa ferramenta de comunicagao como tambem uma forma de sentirem - se mais seguros", disse. "Os pais fa zem questao de que seus filhos, principalmente os adolescentes, estejam sempre com seus apareIhos em maos para que possam ser localizados a qualquer hora do dia ou da noite. FONTE: JORNAL O TEMPO - 20/10434 BH - MG
Revista da FENEIS - 11
vencendo barreiras
A um passo da r
Conheca o document Prof. Dr. Tanya A. Felipe (Consultora da FENEIS - CELLES )
Em 1999, a Feneis encaminhou ao MEC/SEESP o documento 008561/1999 - "Que Educagao nos Surdos Queremos" elaborado pela comunidade surda a partirdo Pre-Congresso aoVCongresso Latino- Ameri cano de Educagao Bilingue para Surdos, realizado em Porto Alegre, na UFRGS; O MEC/SEESP promoveu reunioes e camaras tecnicas que tiveram como produto o documento "Diretrizes para a Educagao dos Surdos";
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Em 2002, o Brasil reconheceu a Lingua Brasileira de Si • nais - Libras, por meio da Lei n 10.436/2002, como
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a Lingua das comunidades surdas brasileiras; No dia 4 de setembro, o presidente Conade solicitou ao Ministerio da Educagao providencias para iniciar o processo de Regulamentagao da Lei n° 10.436/2002, e a Federagao Nacional para a Educagao e Integragao dos Surdos - Feneis encaminhou sugestoes para essa regulamentagao;
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Em 2002/2003, a SEESP e a SESu e Ministerio da Saude se articularam para elaborar a Proposta de Regulamenta gao da Lei de Libras; Em margo, a Secretaria de Educagao Especial estabeleceu contatos, via e-mail, com as seguintes instituigoes: > Federagao Nacional de Educagao e Integragao dos Surdos - FENEIS; > Secretaria de Educagao a Distancia - SEED, do Ministerio da Educagao; > Secretaria de Educagao Media eTecnologica - SEMTEC, do Ministerio da Educagao; > Secretaria de Educagao Superior - SESu, Departamento de Projetos Especiais de Modernizagao
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do Ensino Superior, Coordenagao de Legislagao e Normas do Ensino Superior, Departamento de Desenvolvimento do Ensino Superior, Coordenador de Relagoes Academicas da SESU, do Ministerio da Educagao; > Secretaria de Atengao a Saude, Coordenagao de Saude da Pessoa com Deficiencia, do Ministerio da Saude; > Coordenadoria Nacional para Integragao da Pessoa Portadora de Deficiencia, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, vinculada a Presidencia da Republica. A maioria das sugestoes enviadas por essas instituigoes, foi incorporada a Proposta de Regulamentagao que foi reelaborada pela comissao da Casa Civil.
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egulamenta9ao
3 que traz a proposta PROJETO DE DE DECRETO Regulamenta a Lei n.° 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispoe sobre a Lingua Brasileira de Si nais - LIBRAS. O PRESIDENTE DA REPUBLICA, no uso das atribuigoes que Ihe confere o art. 84, inciso IV, da Constituigao, DECRETA:
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CAPITULOI DA INCLUSAO DA LIBRAS COMO COMPONENTE CURRICULAR Art. 1° A Lfngua Brasileira de Sinais - LIBRAS sera um componente curricular obrigatorio nos cursos de formagao de professores para o exercfcio do ma gisterio, em nfvel medio e superior, e nos cursos de fonoaudiologia, de instituigoes de ensino publicas e privadas, do sistema federal de ensino. § 1° Todos os cursos de licenciatura, o curso normal superior, o curso de pedagogia e o curso de educagao especial serao considerados cursos de formagao de professores e profissionais da educagao para o exercfcio do magisterio. § 2° A LIBRAS podera constituir componente curricular optativo nos demais cursos superiores. Art. 2° Nos proximos dez anos, a partir da publi cagao deste Decreto, caso nao haja professor com tftulo, em nfvel de graduagao, para o ensino de LIBRAS em cursos da educagao superior , esse componente curricular podera ser ministrado por Professor ou, extraordinariamente, por Instrutor que apresentaro seguinte perfil: I - Professor de LIBRAS - usuario nativo dessa Ifngua, que possua certificado de curso superior e certificado de proficiencia em LIBRAS obtido por meio de exame promovido pelo MEC; e
II - Instrutor de LIBRAS - usuario nativo dessa Ifngua, que possua certificado de curso de nfvel medio e certificado obtido por meio exame de profici encia em LIBRAS promovido pelo MEC. § 1° O exame de proficiencia em LIBRAS devera avaliar a fluencia no uso e a competencia para o ensino dessa lingua e devera ser promovido, anualmente, pelo Ministerio da Educagao, no prazo defi nido no caput. § 2° A certificagao de proficiencia em LIBRAS ha bilitara o instrutor ou o professor para a fungao do-
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Art. 3° As instituigoes de ensino medio, que oferecem cursos de formagao para o magisterio na modalidade normal, e as de ensino superior que oferecem cursos de fonoaudiologia ou de formagao de professores deverao incluir LIBRAS, como componente curricular, nos seguintes prazos e percentuais
mfnimos: I- ate tres anos, em vinte por cento dos seus cursos; II- ate cinco anos, em sessenta por cento dos seus
cursos; III- ate sete anos, em oitenta por cento dos seus cursos; e IV- dez anos, em cem por cento dos seus cursos. Paragrafo unico. O processo de inclusao da LI BRAS como componente curricular devera se ini ciar nos cursos de educagao especial, fonoaudiologia e pedagogia, ampliando progressi vamente para as demais licenciaturas. Art. 4° As instituigoes de ensino deverao incluir LIBRAS como objeto de ensino, pesquisa e extensao, nos cursos de formagao de professores para a
educagao basica. Art. 5° As instituigoes de ensino superior poderao solicitar ao Ministerio da Educagao a autorizagao Revista da FENEIS - 13
de cursos de: I - licenciatura em LIBRAS; e II - especializagao em Tradugao e Interpretagao de LIBRAS e Lingua Portuguesa. Art. 6° O ensino da modalidade escrita da Lfngua Portuguesa para surdos devera ser um componente curricular nos cursos de formagao de professores para a educagao infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental, de nfvel medio e superior, bem como nos cursos de licenciatura em Letras com habilitagao em Lingua Portuguesa. Art. 7° Durante o prazo definido no Artigo 2° deste Decreto, a formagao de professores para o ensi no de LIBRAS e a formagao deTradutor e Interprete de LIBRAS e Lfngua Portuguesa poderao ocorrer, em instituigoes de ensino superior, para profissionais que ja possuam curso superior, por meio de cursos de especializagao. CAPITULOII DO USO E DA DIFUSAO DA LIBRAS E DA LIN GUA PORTUGUESA PARA O ACESSO DOS SURDOS A EDUCAgAO Art. 8° As instituigoes de ensino da educagao ba sica e superior, publicas e privadas, deverao garantir as pessoas surdas acessibilidade a comunicagao nos processos seletivos, nas atividades e nos conteudos curriculares desenvolvidos em todos os nfveis, etapas e modalidades de educagao. § 1° Para garantir a acessibilidade prevista no caput, as instituigoes de ensino deverao: I - capacitar os professores para o ensino e uso da LIBRAS e para o ensino da Lfngua Portuguesa para
surdos; II - viabilizar o ensino da LIBRAS e tambem da Lfngua Portuguesa para os alunos surdos; III - prover as escolas com o profissional Tradutor e Interprete de LIBRAS e Lfngua Portuguesa, como requisito de acessibilidade a comunicagao e a educagao de alunos surdos em todas as atividades di datico-pedagogicas; IV - viabilizar o atendimento educacional especializado para alunos surdos; V - apoiar, na comunidade escolar, o uso e a difusao de LIBRAS entre professores, alunos, funcionarios, diregao da escola e familiares; VI - flexibilizar os mecanismos de avaliagao, na 14
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corregao das provas escritas, valorizando o aspecto semantico e reconhecendo a singularidade lingufstica manifestada no aspecto formal da Lfngua
Portuguesa; VII - adotar mecanismos alternatives para a avaliagao de conhecimentos expressos em LIBRAS, desde que devidamente registrados em video; e VIII - disponibilizar equipamentos e recursos didaticos para apoiar alunos surdos ou com deficiencia auditiva. § 2° O professor da Educagao Basica, no prazo previsto no art. 2° neste Decreto, podera exercer a fungao de professor-interprete de LIBRAS e Lfngua Portuguesa. Art. 9° A modalidade escrita da Lfngua Portuguesa para Surdos na Educagao Basica devera ser mi nistrada em uma perspectiva dialogica, funcional e instrumental, como: I - atividade ou componente curricular especffico na educagao infantil e anos iniciais do ensino fundamental; e II - area de conhecimento, como componente curricular, nos anos finais do ensino fundamental e no ensino medio. Art. 10. A modalidade oral da Lfngua Portuguesa, na Educagao Basica, devera ser ofertada aos alunos surdos ou com deficiencia auditiva, em turno distinto ao da escolarizagao, resguardado o direito de opgao da famflia ou do proprio aluno por essa modalidade. CAPITULO III DOTRADUTOR E INTERPRETE DE LIBRAS E LINGUA PORTUGUESA Art. 11. A formagao de tradutor e interprete de LIBRAS e Lfngua Portuguesa efetivar- se-a por meio de curso superior ou pos-graduagao. Art. 12. Nos proximos dez anos a partir da publi cagao deste Decreto, caso nao haja pessoas com a titulagao exigida para o exerefeio da tradugao e interpretagao de LIBRAS e Lfngua Portuguesa, as instituigoes de ensino medio e superior, publicas ou privadas, poderao incluir, em seus quadros, profissionais com o seguinte perfil: I- profissional de nfvel superior, com competencia para realizar a interpretagao das duas Ifnguas de maneira simultanea ou consecutiva, e proficien-
cia em Tradugao e Interpretagao de LIBRAS e Lfngua Portuguesa, certificada por meio de exame promovido pelo MEC; ou II- profissional de nivel medio, com competencia para realizar a interpretagao das duas Ifnguas de maneira simultanea ou consecutiva, e proficiencia em Tradugao e Interpretagao de LIBRAS e Lfngua Portuguesa, certificada por meio de exame promovido pelo MEC. Raragrafo unico. Durante o prazo definido no art. 2° deste Decreto, o Ministerio da Educagao promovera, anualmente, exame nacional de proficiencia em tradugao e interpretagao em LIBRAS e Lfngua Portuguesa. Art. 13 . A partir do ano subsequente a publicagao deste Decreto, as instituigoes de ensino, publicas e privadas, deverao incluir, em seu quadro tecnicoadministrativo, em todos os nfveis, etapas e modalidades, o profissional Tradutor e Interprete de LIBRAS e Lfngua Portuguesa para atender alunos surdos que utilizem LIBRAS. Paragrafo unico. O profissional a que se refere o caput atuara: I - nos processos seletivos para cursos na instituigao; II - nas salas de aula onde a atuagao desse profis-
sional ajude a viabilizar o acesso aos conteudos curriculares, em todas as atividades didatico-peda gogicas; e III - no apoio a acessibilidade aos servigos e as atividades da instituigao de ensino. CAPITULO IV DOATENDIMENTO EDUCACIONAL AOS ALUNOS SURDOS Art. 14. Os sistemas de ensino poderao organizar classes de educagao bilfngue, em que a LIBRAS seja a lfngua de instrugao e a Lfngua Portuguesa seja utilizada no desenvolvimento de todo o processo educativo. § 1° As mudangas a que se refere o caput deste
artigo implicam a formalizagao, pelos pais e pelos proprios alunos, quando maiores de idade, de sua opgao ou preferencia pela educagao bilfngue. § 2° As classes que desenvolverem a educagao bilfngue deverao estar abertas a matrfcula de alunos surdos e de alunos ouvintes.
Art. 15. A programagao visual dos cursos de formagao de professores, na modalidade de educagao a distancia, devera dispor de sistemas de acesso a informagao como janela com Tradutor e Interprete de LIBRAS e Lfngua Portuguesa e subtitulagao por meio do sistema de legenda oculta, de modo a reproduzir as mensagens veiculadas as pessoas surdas ou com deficiencia auditiva. CAPITULO V DO ATENDIMENTO A SAUDE DAS PESSOAS COM DEFICIENCIA AUDITIVA Art. 16.0 Sistema Unico de Saude - SUS, na perspective da inclusao plena das pessoas com defici encia auditiva em todas as esferas da vida social devera garantir a atengao integral a sua saude, nos diversos nfveis de complexidade e especialidades
medicas, efetivando: I- tratamento clfnico e atendimento especializa do, respeitando as especificidades de cada caso; II - diagnostico da deficiencia auditiva; III - selegao, adaptagao e fornecimento de protese auditiva, quando indicada; IV - acompanhamento medico e fonoaudiologico e terapia fonoaudiologica; V- atendimento em reabilitagao por equipe multiprofissional; VI - atendimento fonoaudiologico as criangas e jovens matriculados na educagao basica, de acordo com as necessidades terapeuticas do aluno; VII- orientagoes a famflia sobre as implicagoes da surdez e sobre a necessidade que a crianga com perda auditiva tern, desde seu nascimento, de poderacessarum instrumental lingufstico compatfvel com suas possibil idades; VIII- atendimento na rede de servigos do Sistema Unico de Saude - SUS por profissionais capacita dos para o uso de LIBRAS ou para sua tradugao e interpretagao; e IX - apoio a capacitagao e formagao de profissionais da rede de servigos do Sistema Unico de Sau de - SUS para o uso de LIBRAS e sua tradugao e interpretagao. CAPITULO VI DO PAPEL DO PODER PUBLICO E DAS EMPRESAS CONCESSION ARIAS DE SERVIGOS PUBLICOS NO APOIO AO USO E DIFUSAO DA LIBRAS
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Art. 1 7. Os estabelecimentos prestadores de servigos publicos, as institutes financeiras e os orgaos da administragao publica direta, indireta e fundacional deverao viabilizar o tratamento diferenciado aos surdos por meio do uso e difusao de LIBRAS e da tradugao e interpretagao de LIBRAS e Lingua Portuguesa, realizados por servidores e empregados capacitados para essa fungao. Art. 18. No ambito da administragao publica federal direta, indireta e fundacional, bem como das empresas concessionary ou permissionarias de servigos publicos federais, os servigos prestados por servidores e empregados capacitados para utilizar LIBRAS e realizar a tradugao e interpretagao de LIBRAS e Lfngua Portuguesa estarao sujeitos a padroes de controle de atendimento e a avaliagao da satisfagao do usuario dos servigos publicos, sob a coordenagao da Secretaria de Gestao do Ministerio do Planejamento, Orgamento e Gestao, em conformi dade com o Decreto n° 3.507, de 13 de junho de 2000. Art. 19. Os orgaos da administragao publica federal direta, indireta e fundacional deverao incluir em seus orgamentos anuais e plurianuais dotagoes destinadas a viabilizar agoes relativas a formagao e
capacitagao de servidores para o uso e difusao da LIBRAS e a realizagao da tradugao e interpretagao de LIBRAS e Lfngua Portuguesa, a partir do ano subseqiiente ao da publicagao deste Decreto. DAS DISPOSigOESTRANSITORIAS Art. 20. A modalidade oral da Lfngua Portuguesa, prevista no Art. 11 deste Decreto, devera ser realizada por meio de agoes integradas das areas da saude e da educagao. Paragrafo unico. O Distrito Federal, os Estados e os Municfpios poderao organizar as agoes previstas no caput. Art. 2 1 . 0 Distrito Federal, os Estados e os Municfpios, no ambito de suas competencias, poderao criar instrumentos para a efetiva implantagao e o controle do uso e difusao de LIBRAS e de sua tradugao e interpretagao, referidos no nos dispositivos deste Decreto.
Art. 22 . O Distrito Federal, os Estados e os Municfpios, no ambito de suas competencias, poderao incluir em seus orgamentos dotagoes para os fins previstos nos arts. 19 e 20 deste Decreto. Art. 23 . Este Decreto entra em vigor na data de sua publicagao.
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projetos e programas
Projeto Saber auxilia integragao dos surdos O Projeto saber e uma iniciati va do programa Ministerio com Surdos, da Junta de Missoes Nacionais da Convenqao Batista Bra sileira, que tern como ob-
tratamento medicos, com acornpanhamento de interpretes; cursos de Libras para funcionarios e comunidades; cursos de forma-
zaqao de congressos. A metodologia empregada pelo projeto se divide em tres frentes
distintas de atuaqao: a primeira se refere as aqoes socio-educativas e consiste na disponibilizagao de jetivo oferecer a acessibicursos de Libras para surdos e oulidade a comunicaqao, vintes da comunidade; a segunpor meio do ensino de m da Iinha de aqao se refere ao forLibras, no Rio de Janeiro. PP b necimento de interpretes para Considerado uma extengarantir a acessibilidade dos sursao do programa do Mi dos em diferentes areas da socienisterio com surdos ja deVl Sr --. 4 SSSr. dade, de acordo com a necessi senvolvido pelas Missoes dade do projeto e finalmente a Nacionais, o Projeto nasterceira Iinha trata das arjoes teraceu da demanda por par- 0 mtegrantedoprqeto, Flavio Miani, noandooconviteparaoprqeto. te dos proprios surdos, peuticas e atendimento que frequentemente sofrem com psico-pedagogico . a dificuldade de comunicagao e, A equipe tecnica e sobretudo, com a falta de composta por uma capacitaqao profissional. pedagoga especializada Por esse motivo, a equipe tecnie psicopedagogia, uma 5 ca do Setor de Assistencia Social psicologa, uma assistenda Area de Missoes e Assistencia te social e uma educadoV Social, que e a responsavel pelo ra crista e a equipe de projeto, tern colocado em pratica apoio conta com quatro as agoes socio-educativas que Intrutores de Libras. Ana Lucia e Luiz. Ao centro Marilia instrutores de Libras, um Manhaes, coordenadora do projeto permitirao aos surdos do Rio de professor interprete surdo Janeiro um maiordesenvolvimen- gao de instrutores de Libras para e um desenhista surdo. to e integragao com a sociedade. surdos; produqao de recursos peOs resultados do projeto serao Os objetivos especfficos do pro- dagogicos para auxiliar o proces- periodicamente avaliados e darao| jeto incluem atendimento psico- so de ensino; cursos de aperfei- origem a um relatorio de ativida logico, para min imizar o poamento para interpretes de Li- des, que tera sempre o objetiv percentual de surdos com baixa bras; distribui ao de folhetos in - de melhorarainda maisoatendi auto-estima; encaminhamento a formativos sobre a surdez e reali- mento prestado.
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internacional
Congresso Ibero Americano discute acessibilidade no turismo Entre os dias 1 7 e 19 de novembro, o Instituto Pestalozzi de Canoas e a Fenasp- RS promoveram, na cidade de Canela, no Rio Grande do Sul, o Congresso Ibero Americano de Acessibilidade no Turismo. O objetivo do encontro foi discutir quais alternativas podem ser adotadas para que o portador de deficiencia possa desfrutar do direito as atividades de turismo e lazer. Apesar de algumas iniciativas isoladas, os portadores de defici encia nao possuem um tratamen to adequado nos principals cen tros turfsticos do pafs. Os hoteis e
restaurantes, salvo as raras exce?oes, nao preveem em sua arquitetura uma forma de facilitar o
acesso de cadeirantes, por exemplo. Os funcionarios desses esta belecimentos tambem nao sao
preparados para atender a um portador de surdez ou de cegueira. O Congresso Ibero Americano de Turismo, alem de debater a incusao social, visa mostrar aos empreendedores de turismo que esse segmento pode e deve ser um grande mercado a ser explorado, pois alem dos portadores de deficiencia, que representam cer-
ca de 15% da populagao dos pa -
fses industrializados, existem tambem as pessoas que possuem limita oes para se locomover, como os idosos e os obesos. Paralelamente ao Congresso, foi realizada uma feira de produtos, servi os e tecnologias para um turismo sem barreiras. O encontro foi patrocinado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, por meio da Coordenadoria Nacional para a integragao da Pessoa Porta dora de Deficiencia e pelo Ministerio do Turismo. Fbra mais informagaes acesse o site: www.turismosembarreiras.com.br
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Cuba sedia VIII Congresso Latino Americano de Educa$ao Bilingue para Surdos Durante o mes de novembro, a Cidade de Havana, em Cuba, se tornou o ponto de encontro de discussoes sobre analise e difusao o metodo bilingue como conepgao fundamental da educa-
ao dos surdos. Organizado pela
ssociaqao Nacional de Surdos m Cuba e pela Universidade Pe8-
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dentro do sistema de educagao, a capacitagao dos educadores ouvintes e surdos, historia e cul tura das pessoas surdas e a arte nas comunidades surdas. Para obter mais informagoes sobre o abordadas questoes como a cria- evento, os interessados devem : gao de programas que promovam encaminhar um e - mail para @ .cu. a igualdade de oportunidades ansoc infomed.sid
dagogica â&#x20AC;&#x153; Enrique Jose Verona", o encontro objetivou, sobretudo, esclarecer a comunidade em relaqao a importancia do bilinguismo. Por meio de um intercambio de experiencias, foram
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espago aberto
0 viver do surdo em Londrina PR - Brasil
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No Brasil, nascer com deficiencia auditiva e problematico. As es-
uma sociedade ouvinte. Segundo Viader (1996ag) Para un alto
tatfsticas demonstram que existem cerca de 4 milhoes de surdos neste pais repleto de mazelas socio-economicas. A realidade destes surdos alem de complexa e mutavel, ou seja, ela depende de fatores como: nfvel financeiro, grau de escolaridade familiar e local de origem da regiao brasi leira na qual o indivfduo nasceu, posto serem diferentes, nos esta dos, os percentuais de desenvol vimento economico e as capaci dades para a otimizaqao de oportunidades para a integraqao des sas pessoas junto a sociedade ouvinte. A realidade e que o Bra sil e imenso e poucos de seus espaqos territoriais estao aptos a oferecer uma qualidade de vida digna aos cidadaos, sejam eles surdos ou ouvintes. As estatfsticas demonstram que poucos surdos nascem em lares formados por pais nao ouvintes; quando isto ocorre eles tern mais chances de compreenderem a realidade na qual vivem, ou seja,
porcentaje de ninos sordos, la adquisicion de una Lengua de Signos puede ser tan natural como lo es la adquisicion del lenguaje oral para los nihos oyentes. Los ninos sordos con padres Sordos, que les ensenan a signar desde el nacimiento, pueden alcanzar una competencia en Lengua de Signos equiparable al nivel de lenguaje oral de los nihos oyentes." As crianqas surdas que nascem em lares cujo os famiPa res sao ouvintes, em geral, tern conflito de comunicaqao desde o nascimento com estes parentes e com a comunidade ouvinte a qual fazem parte. A proposta deste artigo e traqar um pertil da realidade dos surdos na cidade de Londrina, no Esta do do Parana, Sul do Brasil. Este municfpio, possui um Institute de Educaqao para crianqas surdas, uma Associaqao de Ebis e Amigos dos Surdos, alem de uma Associ aqao dos Surdos, alem de dois colegios de ensino regular com sa -
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m 4na Pau/a G. S. Azevedo Antunes ’ e Rosana de Cassia Ribeiro2
las de Educaqao Especial para surdos, sendo uma de ensino supletivo. Na localidade, acima mencionada ha uma Lei Municipal n° 7.780 de 1 999, que visa a integraqao das populates surda e ouvinte. Governo e Prefeitura vem procurando a et’etiva utiliza qao do uso da Libras nos estabelecimentos publicos: de educa gao, comercio e saude, tanto na cidade como nas proximidades. A Prefeitura de Londrina tam bem vem se preocupando com uma melhor formaqao profissio nal para os surdos e criou, desde 1998, um projeto de capacitaqao para formaqao profissional : Usina de Conhecimento. Especifica mente para os surdos foi elabora do um programa de ensino de Computaqao Grafica que vem se
desenvolvendo com exito; ointuito e o de t ormar profissionais multiplicadores; segundo o depoimento do seu Diretor, Alexandre Amancio para a jornalista Celia Baroni (Folha de Londrina, 04/08/ 1998, p. 2 ). " Eles vao se tornar ’
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Hi profissionais na area da Computagao grafica e vao estar repassando o que aprenderam na comunidade e instituigoes com quem mantem ligagao". Cursos como este conseguem oferecer maiores oportunidades de trabalho na ci dade que esta desejosa de proporcionar uma melhor qualidade de vida e emprego as populates especiais; ha urn reconhecimento positivo por parte dos empresarios e instituigoes porque passam a compreender melhor o publico em questao. Rara a jornalista Celia Baroni: "O Projeto vem de en contro com a determinagao do Ministerio da Educagao e Cultura (MEC), que transformou a Libras em Lingua obrigatoria no currfculo dos professores que optarem por atuar com classes especiais". Ao vislumbrar as leis e a quantidade de entidades especializadas em educagao para surdos tem- se a impressao de que a cidade de Londrina, de aproximadamente 600 mil habitantes, possui uma infra -estrutura capaz de apoiar os portadores de deficiencia auditiva. A realidade, porem, face a estes cidadaos e outra. Existem poucos interpretes e estatisticamente percebe-se o fraco desempenho escolar desse publico frente a seus colegas ouvintes. Apesar das en tidades supra citadas darem condigoes para que seus alunos cheguem ao final do segundo grau, e perceptiva a evasao escolar, da mesma que e evidente a pouca procura por melhores niveis de especializagao por parte dos professores da Educagao Especial . Outroaspecto que deveserdestacadoem Londrina e regiao, refere-se ao interesse demonstrado por membros da Polfcia Rodovi 20 -
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aria em ensinar as Leis deTransi tos atraves da Libras aos motoris tas surdos. O sargento Aparecido da Paz Camargo comegou um trabalho pioneiro. Sentiu a necessidade de aprender Libras ao dar uma aula para criangas surdas em uma sala de educagao especial, "Tive que ser interpretado por outra pessoa, o que me fez sentir inutil . Dai comecei a aprender Libras". A partir desste interesse veio o de com preender e passar informagoes sobre as Leis de transito para adultos surdos". O sargento Camargo compreendeu que a reprovagao de muitos surdos ocorria pela fal-
de interpretes capazes de orienta - los nos exames a serem feitos. Ele passou a ajudar os alunos nas dificuldades que os mesmos tinham para compreenderem a legislagao; quando eles estavam prontos, o sargento os acompa nhava nos testes para aquisigao da Carteira Nacional de Habilitagao, no DETRAN de Londrina. A Polfcia Rodoviaria de Rolandia, em 25 de setembro de 1999, promoveu um evento especffico para portadores de deficiencia auditiva, no posto da cidade, no qual estiveram presentes mais de cem pessoas. Este evento fazia parte da programa gao da Semana Nacional deTransito. A interprete Rosana de Cassia Ribeiro interpretou e orientou os surdos na apresentagao dos equipamentos de seguranga e socorro no transito, alem de interpretar um video de seguranga na estra da em que se evidenciava o resgate das vitimas de acidentes de transito. Segundo o secretario municipal de Educagao e Cultura de Apucarana, Sergio Luis Barroso, "e importante os profissiota
nais da area de transito conhecerem a Lingua de Sinais para se comunicarem com os portadores de surdez, pois eles tambem sao condutores de vefculos". (Jornal Tribuna do Norte de Apucarana, 25/09/99). A interprete Rosana de Cassia Ribeiro acrescenta que "o even to foi muito positivo devido as in-
formagoes passadas aos surdos, que fizeram os mesmos se senti rem mais integrados socialmente e no transito, reforgando as idei as de direitos e obrigagoes as quais todos os cidadaos devem ter
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acesso".
Outra iniciativa positiva na integragao de surdos e ouvintes ocorreu por parte da Empresa
Sercomtel deTelefonia Celular, a primeira da cidade a solicitar trei namento da Libras para seus funcionarios, pormeiode cursos de capacitagao para atendimento ao publico surdo . Segundo Regis Marcio Tavares, da area de marketing, o treinamento capacita os atendentes a prestar informagoes basicas sobre os pianos para habilitagao, funcionamento dos aparelhos e os servigos para os quais este segmento tern condi goes de utilizar: "Queremos estar preparados para atender a este publico na nossa base de clientes ja que em Londrina, nao existe estatfstica oficial mas estima - se que 1 % da populagao, cerca de 4.600 pessoas, sofre de deficiencia auditiva", segundo o Jornal Mural (31/01/2001 ). A Universidade Uniao Norte Raranaense de Estudos (Uninorte), interessada em divulgar o servigo da Sercomtel, que fornece aos portadores de deficiencia auditi va a possibilidade de se comunicarem e receberem informagoes
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atraves de telefones publicos e celulares, organizou uma palestra, ministrada por seus alunos, cujo o tema versou sobre:" A Responsabilidade Social", na qual os alunos tiveram acesso ao apareIho especial que e ligado a telefones publicos e que permite ao surdo digitar a mensagem desejada enviando-a ao ouvinte atra ves do numero 1402. A Sercomtel possui uma funcionaria capacita da em Libras e Operadora de Telemarketing, Carla Ribeiro Fernandes, que faz a tradugao da mensagem e intermedeia o dialogo entre os interessados. Para a funcionaria que domina a Libras, " foi uma otima experiencia. Hoje temos quatro aparelhos dentro da empresa funcionando para este
Para Marta Ciccone (1 995 ), em uma sociedade nao ha cultura superior nem mais complexa, e importante respeitar a cultura dos grupos sociais minoritarios. Com a expansao mundial da inclusao educacional fez -se premente a integragao de surdos e ouvintes, interpretes e cidadaos, com o objetivo de se ter o maior numero de pessoas conhecedoras da Li bras. A intengao e a de integrar
na e redondezas. tes, assim como um corpo docen Se o objetivo do seculo 21 e pos- te consciente de que esta minosuir uma sociedade inclusiva faz - ria lingufstica e tao capaz quanto se premente articulagoes cultural, a maioria ouvinte, desde que Ihes politica e social com a finalidade sejam dadas as mesmas oportude harmonizar os diferentes seres nidades e condigoes especfficas humanos de forma mais justa e para que possam render acadeigualitaria. Uma sociedade inclu- micamente tanto quanto os desiva requerequilibrioentreo lado mais alunos. Face ao exposto, racional e o sensfvel do homem. cabe ao corpo docente um mai Apesar de formarem um menor or dommio da Libras, assim como grupo de individuos, os surdos a incorporagao de interpretes e fazem parte da etnia da comuni- profissionais surdos nas universi dade ouvinte e devem ser respei- dades. tados e auxiliados em suas dificulPara finalizar, cabe reconhecer dades. A sociedade brasileira e o esforgo que a prefeitura de Loncomposta pelo "todo social ", de drina e areas proximas no senti que fazem parte as chamadas do da busca por uma situagao minorias, observadas em suas di- mais igualitaria para seus cidaferengas, nao havendo o reconhe- daos com deficiencias. Muito aincimento de suas subjetivagoes. da ha que se fazer para que este Os estigmatizados e excluidos de grupo tenha a almejada dignida agora devem ser reconhecidos e de, educagao e a atengao mereaceitos por esta sociedade como cidas. Termino este artigo com membros cidadaos com respon- esperanga de ver a sociedade sabilidades e deveres. Sabe - se londrinense mais empenhada na que o objetivo da comunidade moralidade das agoes humanas Surda e alcangar a condigao de em seus jufzos de valores, para sujeito social com realizagoes que a dfade portadores de defici pessoais, valores e responsabili - encia - sociedade passe a ser um dades semelhantes aos dos ou- real conceito aplicado em uma vintes. Este grupamento deseja sociedade inclusiva, menos mais avangos na regiao e no pais. tecnicista e mais humana etica e Deve-se ressaltar o empenho de moralmente.
grupos estigmatizadoseexcluidos aos considerados normais e incluidos. Para Brito ( 1993 ), " a Lfngua de Sinais, lingua de modalidade gestual - visual, constitui o sfmbolo porexcelencia da surdez". Estas diretrizes sao asseguradas pelas leis e devem ser respeitadas por governos, instituigoes de en sino, sociedade e familias. A partir do exposto acima, nota se que em relagao a perspectiva socio- cultural, apesar de alguns avangos obtidos muito ainda ha queserfeito nacidadedeLondri-
diferentes profissionais preocupa dos com esta comunidade e sua efetiva inclusao social. No que se refere as Instituigoes Educacionais mencionadas, elas devem aprimorar tecnicas peda gogicas com o objetivo de melhorar o atendimento e considerar as reivindicagoes de seus educandos especiais. No tocante aos alunos surdos, eles devem ter acesso a educagao na qual aprendam a expressar-se e compreendam os conteudos academicos passados. Impoe-se neste contexto interpre-
atendimento aos surdos".
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BIBUOGRAFIA Brito, Lucinda Ferreira. Integragao Social & Educagaode Surdos. RiodeJaneiro: Babel, 1993. Ciccone, Marta- Comunicagao Total. In: Strobe!, Karen L.: Dias, Silvania M.- Surdez abordagem Geral.Curitiba: APTA, 1995. Jomal Mural da Sercomtel -( 31/01/2001 p.1) JomalFolha de Londrina - Cademo2 Altemativa, 04/08/38, p. 02. Jomal Trbuna do Norte de Apucarana - Cademo Cidades,25/ 09/99, p. 07 A. Vlader, Maria Del Pilar F. - La comunication de los ninossordos. Interadoncomunicativapadres-hijos. Barcelona, Cnse e Fundacion Once, 1996, 302p.
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Mestre em Educagao pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE ). 2 lnterprete de Surdos em Londrina. 1
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interpretes
Metro de Sao Paulo oferece curso de Libras aos seus funcionarios Numa iniciativa pioneira, o Metro de Sao Paulo ofereceu, no final do ano passado, aos seus
Ele menciona que desde 1981, os empregados recebem orientagao sobre como atender os usuarios empregados que atuam direta- cegos e os cadeirantes. A atitude mente com o publico, um curso de fornecer o curso de Libras para de Lingua Brasileira de Sinais ( Li- os seus funcionarios tern o objetibras). Para ministrar as aulas, a vo de construir cada vez mais um Companhia contratou a AME transporte inclusivo. ( Amigos Metroviarios dos ExcepOs funcionarios que participa cionais), que ate o momento ja ram do curso de Libras tambem forneceu treinamento para 115 reconhecem a importancia dessa metroviarios. agao para um melhor atendimenSegundo o diretor de Operagao to aos usuarios do Metro. Segundo Metro, Decio Tambelli, o do Reginaldo Tenorio Cavalcanaprendizado da Libras vem faci - te, "ha uma seguranga maior do litar a comunicagao entre os em- empregado que presta o atendipregados do metro e os usuarios mento. Esse curso deveria ser ofesurdos, o que reflete a preocupa- recido a todas as areas e empregao da Companhia com a gados da Companhia que presmelhoria dos servigos prestados. tam atendimento ao publico".
Para oferecer o curso de Libras a AME estabeleceu uma parceria com o IAPE (Instituto de Apoio a Pesquisa e Inclusao de Pessoas
Portadoras de Necessidades Especiais). De acordo com o diretor do Instituto, Rubem Soares, todo indivfduo, para considerar-se cidadao, e fundamental a comunicagao no meio em que vive."Os surdos sao privados deste direito de comunicagao na medida em que o conjunto da sociedade nao consegue atende-lo ou fazer-se entender. Daf a importancia da difusao da comunicagao em Libras, a fim de amenizar as relagoes surdoouvinte, estendendo a comunida de surda o direito a cidadania"
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FonteJomal da AME - Julho/Agosto de 2004
Classicos da Literatura Foi lar ada a segunda ediqao do CD Coleqao Classicos da Literatura em Libras/ Portugues ( volumes 4, 5 e 6) . Este material esta sendo liberado somente para entidades ou escolas que desen volvam trabalho pedagogico com surdos . Mais informagbes no site www.feneis.org.br .
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mercado de trabalho
Mais Surdos no Mercado de Trabalho
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A rede Bob's de fast food acaba de contratar cinco portadores de surdez para trabalhar em uma de suas lojas no Rio de Janeiro. A iniciativa e o resultado de um termo
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de compromisso assinado com o Ministerio Publico doTrabalho e
a Delegacia Regional doTrabalho (DRT/RJ ). Atualmentea rede Bob's conta com 350 lojas espalhadas por todo o pafs e a sua diretoria pretende estender esse programa para os outros estados. Os funcionarios recem-contratados passaram por
um treinamento de 45 dias e devem ocupar cargos na produgao de alimento e na limpeza. Visando garantir o bem estar e a integragao desses novos funcionarios, todos os outros colabora -
dores receberam aulas de Libras.
oomunbacao
Surdos pedem ampliacao da rede de telefones especiais
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A instalagao de telefones especiais para surdos em Iugares publicos foi uma conquista da comunidade surda, porem, o numero insuficiente de aparelhos e a falta de qualificagao tecnica dos responsaveis pela sua manutengao tern prejudicado os seus usuarios. Segundo o Plano Geral de Metas p a r a a U n i v e r s a l i z a g a o (PGMU), da Agenda Nacional de Telecomunicagoes ( Anatel), 2% dos telefones publicos devem ser adaptados para pessoas com deficiency, mas, de acordo com o professor Neivaldo Zovico, diretor regional da Feneis/SP, esse numero nao e o suficiente para atender aos cerca de 5,7 milhoes de pessoas com deficiencia audi-
tiva no pafs. Ele ainda acrescenta que, ao contrario dos telefones convencionais, que sao instala dos automaticamente pelas companhias telefonicas, no caso dos telefones especiais os proprios usuarios surdos tern que manter contato com a companhia telefonica para solicitar a sua instalagao. Ele acredita que "as empresas de telecomunicagoes nao se preocupam com as pessoas surdas e tambem ainda nao sabem como fazer manutengao preventiva para que todos estejam fun-
cionando sempre" Um bom exemplo de respeito e consideragao com a comunidade surda e o do Metro de Sao Paulo, que criou um procedimento
para que os funcionarios verifi quem diariamente os telefones para surdos e, caso seja constata do algum problema, entrem em contato com a companhia telefonica para reparo. Atualmente existem tres telefones especiais insta lados nas estagoes Santa Cruz, Vila Mariana, eTatuape, no metro de Sao Paulo. Segundo o Di retor de Operagao da Compa nhia, DecioTambelli, o proximo aparelho a ser instalado fica na estagao da Se e, posteriormente serao disponibilizados telefones especiais nas estagoes de transferencia de Ana Rosa e Parafso, nas estagoes com terminal s rodovia rios e nas estagoes com terminals urbanos. '
Fonte: Jomal daAME - Ano VII - No 46
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notices
INES oferece Curso de Reciclagem para Instrutores de Libras Durante todo o mes de Julho de 2004, mais especificamente as quintas-feiras, o Institute Nacional
de Educagao dos Surdos ( Ines) ,em parceria com o Centro de Estudos em Educagao e Libras (Ceel) da Feneis, otereceu um curso de atualizagao para os instrutores de Libras. A proposta do curso foi justamente avaliar o trabalho desen volvido por esses prot’issionais e discutiras metodologias utilizadas '
no exercfcio da profissao. Em um primeiro momenta, O
coordenador do Ceel, Fernando Valverde, falou sobre o papel da Feneis e como ela atua a favor dos portadores de surdos, enfatizando a questaoetica dessa profissao. Posteriormentea linguistaTania Ama ra Felipe complementou o discurso t’alando sobre mctodologia, postura, comportamento e as reflexoes que cnvolvem os instrutores de
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Libras. Durante esses encontros, aos quais compareceram cerca de 30 instrutores, ficou estabelecido que a cada quinze dias o grupo volta a se reunir, desta vez trazendo para a sala de aula as duvidas do dia - a - dia e promovendo uma
reciclagem totalmente voltada para a pratica de seu trabalho.
3° Congresso Internacional INES promove e 9 ° Seminario Nacional IV Seminario em prol mobilizam comunidade da Inclusao Surda no Rio Durante os dias 20 e 21 de setembro, o Institute Nacional de Educagao de Surdos (Ines) realizou em seu auditorio, o IV Seminario GINES. Com oobjeti vo de promover a inclusao das pessoas surdas no contexto social, o evento contou abordou temas como a Prevengao a DST e a Aids para adolescentes, A Importancia do Interprete na Inclusao Social da Pessoa Surda e O Surdo no Ensino Superior. Alem das palestras, houve tambem apresentagoes de danga, Oficinas de artes em Libras e uma conferencia sobre Literatura em Libras.
Foram realizados simultaneamente pelo Institute Nacional de Educagao de Surdos (INES), o 3 o Congresso Internacional e o Seminarios Nacional de Surdos. Os encontros ocorreram nos dias 22, 23 e 24 de setembro nos auditorios do SENAI, naTijuca. Sob o tema "Multiplas Faces do Cotidiano Escolar", os eventos tiveram a participagao de palestrantes de diversas areas ligadas a comunicagao e levantaram questoes como Informatica e Surdez, Danga no Contexto escolar, Intervengao Precoce e o papel da Arte na Educagao. \
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Projeto de Lei preve ensino de Libras em todas as Escolas
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A Ifder do PT no senado, Ideli Salvatti ( SC) e autora de um pro jeto de lei que permite que as escolas publicas e privadas possam oferecer aos seus alunos surdos o ensino da Lingua Brasileira de Sinais (Libras). Caso seja aprova do na primeira instancia, o projeto segue para a Comissao de Educagao (CE), onde deve ser avaliadoem decisao terminativa. Segundo o texto projeto da senadora Idele Salvatti, ja foi comprovado que o ensino da Ifngua Portuguesa como forma de alfabetizagao de crianqas surdas nao obtem um resultado satisfatorio e que o reconhecimento da Li bras como lingua nativa das pessoas surdas deve ser respeitado e aplicado dentro das salas de *
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aula. O projeto menciona ainda que varias implicaqoes de existem " ordem social, cultural e polftica que fazem parte da formaqao educacional do indivfduo" e que "as questdes relacionadas com a , formaqao da identidade, os tipos de interaqoes sociais, as representation existentes e os papeis desempenhados pelos surdos
dentro da sociedade estao presentes na sua formaqao dentro da escola e na propria discussao referenteas Ifnguase nas Ifnguas". A senadora destaca ainda que a maneira como as pessoas se relacionam tern origem na linguagem e que, por isso, e de extrema importance manter a integridade da lingua dos surdos como forma de um posicionamento le-
gftimo dentro da sociedade. A senadora tambem cita em seu projeto a Declaragao dos Direitos Humanos de 1954 no qual esta escrito: "(...) e um axioma afirmarque a Ifngua materna - Ifngua natural - constitui a forma ideal para ensinar a uma crianqa (...) Obrigar um grupo a utilizar uma Ifngua diferente da sua, mais do que assegurar a unidade na cional, contribui para que esse grupo, vftima de uma proibigao, segregue- se cada vez mais da vida nacional (...). Dentre os diversos argumentos para legitimar o seu projeto de lei a senadora Ideli tambem menci ona a necessidade da utilizaqao da Lingua de Sinais como um instrumento formal de ensino da
Ifngua nativa, ou seja, alfabetizagao e disciplinas em Ifngua de sinais como parte do currfculo da formaqao das pessoas surdas. A senadora Ideli tambem argumenta que, ao longo da historia, a aquisiqao da linguagem oral foi privilegiada e os surdos foram induzidos a ideia da oralizaqao. O que se observou, porem, foi um fracasso na tentativa de se garantir linguagem por meio da Ifngua oral - auditiva e muitos dos que foram vftimas desse sistema, posteriormente fizeram um movi mento de resgate de sua lingua gem por meio da Libras. Para ela, a existencia das associates de surdos sao um resultado da necessidade do convfvio entre os semelhantes, ou seja, uma oportunidade de se trocar experiences e se falar a mesma Ifngua. Rara finalizar, a senadora acrescenta que o objetivo do seu pro jeto e assegurar o ensino da Li bras nas escolas e que cada estabelecimento de ensino deve criar alternativas para viabilizar esse ensino e garantir uma educaqao digna aos portadores de surdez. Revista da FENEIS -
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pelo Brasil FENEIS Matriz Rua Major Avila, 379
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O Dia do Surdo, 23 de setembro, foi marcado por manifesta goes em diversas localidades do Brasil. A cada ano intensificam as comemoragoes, em busca de uma projegao nacional e um reconhecimento das necessidades e direitos dessa comunidade. Este ano, a Revista da Feneis destaca os tra balhos realizados no Rio de Janei ro ( RJ) eemTeofiloOtoni (MG). No Rio de Janeiro, o Encontro "Educagao em Libras: Direito do Surdo" reuniu cerca de 300 pessoas no Bennett, no Flamengo. Alem de liderangas da Feneis, o evento contou com a participagao das coordenadoras de Educagao Especial do Estado e Municipio, Reseni Silvado Cardoso e Leila Blanco. Foram discutidas questSes
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Educagaoe e outros direTTSs '
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importantes como a criagao da Faculdade para surdos, por MarceloCavalcante; Projeto Libras em Contexto, por Tanya Felipe; legendagem e closed cpation, por Marcelo Camargo; trabalhando com criangas surdas, por Elaine Torres Viana; educagao em Libras na infancia, por Luciane Rangel e Direito ao Trabalho, por Renato Alvarez. (Nas paginas seguintes, os pontos mais importantes dos palestrantes). Os depoimentos dos profissionais surdos Jeanie Liza Marques Ferraz (professora e instrutora de Libas ), Andre Sampaio de Menezes (analista de sistemas) e hednayra Maria Baptista da Silva, funcionaria da Feneis lotada no Instituto Fernandes Figueira
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(Fiocruz), chamaram
bastante a atengao dos presentes. Ao conta rem sobre suas experiences pessoais no trabalho, abordaram a questao da capacidade profissional do surdo e tambem as dificuldades entrentadas. No encerra mento, a apresentangao de danga de Cacau Mourao encantou a todos os presentes. Ele e sua parcei ra, ambos da Companhia Carlinhos de Jesus, deram um show ao dangarem em diversos estilos. EmTeofilo Otoni, a data tambem foi marcada com muita movimentagao. Muitas pessoas foram ver de perto as exposigoes do Dia do Surdo e manifestagoes realizadas na ocasiao. Ver fotos paginas 36 a 38.
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Por ocasiao do Dia do Surdo, a Feneis/RJ realizou, no dia 7 de outubro, no auditorio do colegio Bennett, um evento dedicado a reflexao sobre a educa; < ao dos surdos no pats. Estiveram presentes representantes de diversas entidades ligadas a comunidade surda, que assistiram a palestras e ti veram a oportunidade de interagir com cada convidado, fazendo perguntas e compartilhando suas
ideias. Apos a execu ao do Hi no Na -
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cional, todo traduzido em Libras pela interprete Adriana Veiga, foram chamados o diretor financeiro da Feneis, Max Augusto Heeren, o diretor do Centro de Educagao e Ensino da Libras (CEEL), FernandoValverdeea linguista Tania Mara Felipe para compor a mesa debatedora. Max Heeren, alem de agradecer a presenga de todos e dar as boasvindas aos palestrantes, ressaltou a importancia do evento, lembrando que a escolha do Dia do
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Ronise Conceipao de Oliveira (de pe) , mediadora do eve Ferraz, Hednayra Baptista da Sii va e Andre Sampaio de Iho nodia-a-dia
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Mar Heren, Diretor Financeiro e de Planejamento da Feneis, abriu a programaipao falando sobre a importancia do Dia do Surdo
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Surdo para a data de 23 de setembro e uma referenda a funda ao do Instituto Nacional de Educagao dos Surdos (Ines). Apos a sua explanagao foi a vez de Fernando Valverde expor sobre os direitos do surdo. Dentre outras questoes, ele mencionou a Lei 8.213, de 24 de Julho de 1991, que estabelece que 5% das vagas de trabalho tanto em empresas publicas como
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Cacau Mourao, dangarino surdo da Companhia Carlinhos de Jesus: apresentagao em varias modalidades.
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em sua empresa. Valverde mencionou ainda a Lei do IPI (Impos-
sobre Produtos Industrializados) que isenta os deficientes de pagamento na compra de automoveis. Atualmente os surdos tern sido excluidos desse beneffcio. Outra questao levantada foi a da necessidade de interpretes de Li bras nas salas de aula. Para ele, so se pode realmente falar em educagao inclusiva quando cada sala de aula tiver um interprete para atender as necessidades dos to
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surdos. Tania falou sobre as diretrizes da educagao do surdo e sobre a importancia da presenga de interpretes em repartigoes publicas, sobretudo, no que diz respeito a saude, como postos e hospitais. Segundo ela, o MEC, o CONADE e a CORDE foram grandes parcei ros na luta pela regulamentagao, e os surdos exerceram a sua cidadania todas as vezes que co-
braram do governo agilizagao nesse processo. m
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ito, apresentou os profissionais surdos Jeanice Liza — ylenezes, que falaram
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em empresas privadas devem ser
dedicadas aos deficientes. Ele destacou que a dificuldade de comunicagao muitas vezes constitui um entrave para a colocagao de profissionais surdos no mercado de trabalho. Segundo ele, tanto cegos como cadeirantes aca bam tendo vantagens sobre os surdos na hora de um empregador escolher quern deve trabalhar
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FernandoValverde - Coordenador do Centro de Estudos em Educagao e Libras - Um dos componentes da Mesa de Abretura
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Palestra - Luciane Rangel (APADA)
“ Lingua de Sinais para
Criancas Surdas” ;
Luciane Rangel e diretora
maticamente ensinar a
do Geraldo Cavalcante da APADA . Convidada a falar do seu trabalho, ela compareceu ao debate do evento que marcou o Dia do Surdo, narrando a sua experi ence junto as criangas da instituigao. Ha cerca de 5 anos, a Apada iniciou um trabalho de estimulagao precoce de criangas surdas. Segundo Luciane, existem, em outros estados do Brasil, institui goes que tambem desenvolvem esse trabalho, mas o diferencial e que, na Apada, a estimulagao comega quando as criangas sao ainda bem pequenas. Para Luciane, os filhos ouvintes de pais surdos normalmente acabam assimi lando a Lfngua de Sinais por meio da convivencia, mas o
Libras, mas criar condigoes que favoregam a interagao entre os pro-
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mesmo nao ocorre em uma familia em que os pais sao ouvintes e os filhos surdos. Nesse caso, os filhos sao orientados a buscar a oralizagao. Na Apada, a crianga comega a ter a sua linguagem estimulada a partir dos 6 meses de idade e, segundo Luciane, nessa fase, o contato visual e um elemento de gran30 -
Revista da FENEIS
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prios surdos. Luciane destacou que a Libras e a primeira Ifngua dos surdos e o Portugues, a segunda. Disse que havendo uma * aquisigao solida da pri| meira lfngua, o aprendiJ zado da segunda tam1 bem se torna mais facil. Ela acrescentou que, segundo o Iinguista Piaget, no perfodo de 0 a 2 anos de idade, o cerebro da
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Luciane Rodrigues Rangel - Diretora da Creche geral do Cavalcante - (APADA de Niteroi)
de importance na aquisiqao dessa linguagem, e, por isso deve ser bem explorado. Para ela, a maneira mais eficaz de ensinar a Lfngua de Sinais a uma crianga e por meio de um contato natural com outros surdos. Luciane defende a ideia de que nao e preciso siste-
crianga esta pronto para
adquirir a linguagem e ela aproveitou a oportunidade para fazer um apelo para que se utili ze mais a Libras, que e uma lfngua tao completa quanto qualquer outra. Para Luciane, e importante lembrar as pessoas que nao insistam no oralismo, ja que a utilizagao da Libras, alem de ter a fungao da comunicagao, tambem constitui um fator de identidade para a crianga surda. Ao termino da palestra, Luciane exibiu um video apresentando o seu trabalho com as criangas.
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especial - Dia do Surdo
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Palestra - Tania Mara Felipe
“ Libras em Contexto” *
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A educadoraTania Mara Felipe trabalha desde 1984 com pesquisa na area de surdez. Ela esteve presente ao evento comemorati vo do Dia do Surdo para falar sobre o projeto " LIBRAS em
fita de vfdeo destinados ao aluno e um livro e duas fitas de video contendo orientates sobre
comoosprofessoresdevemensi nar a Lfngua de Sinais. As fitas dos
Contexto". No ano de 1991, Tania veio de Recife para o Rio de Janeiro para trabalhar em grupo de estudos na area de Iingufstica e assim, desenvolver a sua tese de doutorado. Nessa epoca, ela buscou a Feneis com o objetivo de iniciar, junto aos surdos da instituigao, um novo
metodo de aprendizado da Lingua deSinais. No primeiro momento, esse encontro com os portadores de surdez resultou numa grande troca de experiences, o que possibilitou que Tania pudesse direcionar mais o seu trabalho de acordo com as suas reais necessidades. Dessa maneira, ela iniciou uma vasta pesqui sa que incluiu desde as estruturas da Lingua Portuguesa e da Libras, ate a busca de material didatico adequado. Nesse ultimo item, porem, Tania pode constatar a ca rencia de livros apropriados para o aprendizado da Libras e isso a inspirou a criar o seu proprio ma terial . Assim foi desenvolvido o projeto "Libras em contexto", que e um kit composto por um livro e uma
unidade, informagoes sobre regras econcordance. A ultima parte do livro contem o "Mundo dos Surdos", que e um texto que se refere a questao da valorizagao da identidade dos surdos. Ja os livros dos professores sao compostos por aulas e avaliagoes. O primeiro curso oferecido de acordo com essa metodologia foi realizado no ano de 1993, na propria Feneis. Ja em 2001,
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mm Tanya Amara Felipe: “ Avanso do Projeto Libras em Contexto”
alunos tern o objetivo de reforgar os sinais aprendidos em aula, ja que, sem esse material, os alunos se viam obrigados a ate mesmo desenhar os sinais para nao esquece- los. Os livros dos alunos se dividem em ligoes sobre o cotidiano, como saudagoes, compras, idas a restaurantes etc. Sao elaborados da mesma maneira que os livros
para o aprendizado de outros idio mas. Em relagao a gramatica da Libras, foi desenvolvido, em cada
o MEC entrou em contato ; com as entidades de represen tagao dos surdos e determinou que esse seria o material ‘
didatico-pedagogico padrao a ser utilizado em todo o Bra ' * sil. Depoisdisso, surdos de diversos estados do Brasil foram \ capacitados para serem agentes multiplicadores na forma gao do instrutor de Libras. O projeto agora deve se estender as cidades do interior. Raralelamente a esse trabalho, existe uma mobilizagao para que se covalide os diplomas desses instrutores para que, apos a regulamen tagao, eles possam se candidatar a professores de Libras nas universidades. Encerrando a sua palestra, Ta nia falou sobre a experiencia bem-sucedida dos CAS (Centro de Apoio aos Surdos) e sobre a necessidade de se criar uma fa culdade de Letras com licenciatura em Libras.
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Revista da FENEIS - 31
especial - Dia do Surdo
Palestra - Marcelo Cavalcante
0 sonho da criacao da Faculdade para os Surdos Mais do que sonhar com uma faculdade adaptada as suas necessidades, os surdos brasileiros querem ir a luta. Atualmente existem algumas instituigoes que ja oferecem educagao universitaria especializada, mas ainda sao em numero insuficiente. Para falar sobre esse assunto, o psicologo Marcelo Cavalcante, representante do Ines, compareceu ao Encontro que comemorou o Dia do Surdo. Marcelo iniciou a sua pales-
os surdos encontram no seu diaa- dia em um mundo de ouvintes. Naquela colonia de surdos, ele e quern era o "diferente". A partir
dessa reflexao, Marcelo resolveu
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contando um episodio de sua infancia. Quando consta tou que sofria de dislalia , iniciou um tratamento no Ines e, tra
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ao ter contato com as criangas
surdas que tambem estudavam na instituigao, achou estranha a maneira como se comunica vam, o que provocou uma especie de trauma. Tanto que, depois de formado, trabalhou com diversos tipos de deficiencia, mas jamais se interessou em trabalhar com surdos. Um fato, porem, mudou a sua maneira de encarar os portadores de surdez. Marcelo tornou-se grande amigo de um surdo e, em um feriado de carnaval, foi parar em uma colonia para surdos. Nessa colonia, todos falavam a Lingua de Sinais, menos ele. Dessa maneira, ele percebeu as dificuldades que
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Revista da FENEIS
e possfvel que no proximo ano a faculdade inicie as suas atividades oferecendo um curso de Pedagogia. Em princfpio serao apenas 30 vagas, mas, a previsao e que, em breve, sejam disponibilizadosoutros cursos, como Ciencia da Computagao e Letras (LIBRAS - Portugues) Segundo Marcelo, o projeto da faculdade tern o apoio do Ministro da Educagao, Tarso Genro, e toda a documentagao exigida para o que o curso seja reconhecido ja esta em anda mento. A construgao do predio que ira abrigar a faculda-
Marcelo Cavalcante - Vice-diretor do INES
tambem se dedicar a causa dos surdos. Um exemplo do seu empenho e que, ha dois anos, ele tenta, junto ao governo, e com o apoio do MEC, criar uma faculdade para surdos no proprio Ines. Segundo ele,
Apesar da criagao dessa faculdade ser um piano antigo, problemas burocraticos retardaram o seu cronograma, mas, deacordo com seus idealizadores, a instituigaodevera ser uma referenda em educagao inclusiva e na valorizagao da diversidade. Para ingressar nos cursos da faculdade, sera feita uma prova e todas as aulas serao ministradas em Libras. A comissao de vestibular tambem sera composta por surdos e os alunos ouvintes que desejarem frequentar a instituigao, deverao fazer uma prova de Li bras. i
especial - Dia do Surdo
Palestra - Marcelo Camargo (Drei Marc)
Propostas de Legendas Ha 13 anos trabalhando no segmento de legendas, a empresa Drei Marc recentemente firmou uma parceria com a Feneis para ampliar os seus servigos no seg-
de televisao o surdo ainda nao e prioridade, mas isso nao significa que elas nao tenham interesse nesse publico . Diante desse impasse, ele argumenta que o
amplia a sua audiencia, ganha o patrocinador, que demonstra a sua responsabilidade social, ga nha o produtor, que presta o servigo da legenda, e ganha o publico surdo, que tern mais opqoes de progra mas a sua disposiqao. Alem da parceria com
mento de Closed Captions.
O representante da empresa, Marcelo Camargo, es-
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bre a importancia desse recurso para o publico surdo. Marcelo iniciou a sua palestra perguntando o que uma empresa de legenda estaria fazendo em um encontro de valoriza<jao da Libras. A partir desse questionamento ele letm vou a plateia a uma refle' xao sobre como a indusC: m tria audio- visual pode se adaptar a realidade de um publico composto mmmm por pessoas surdas. m Segundo ele, dentro de uma visao bem realista, as emissoras de televisao, T m m com exceqao das redes ha - . . ÂŤ m A publicas, sao empresas Marcelo Camargo - Proposta de Legendagem e que precisam gerar lucro. Na oti- Closed Caption ca dessas empresas seria muito diffcil disponibilizar em sua pro- Closed Captions se apresenta gramaqao uma " janela" com um como a alternativa mais viavel, interprete de Libras. Marcelo pois com ela ganha o exibidor, acrescentou que, para essas redes que agrega valores a sua marca e ;
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lestra, Marcelo exibiu um trecho do filme para o publico e mencionou que, apesar dos inumeros desafios sociais, a Drei Marc e mais uma aliada na luta pela inclusao dos surdos e, no que depen der dela, asTVs exibirao cada vez mais programas com Closed Captions.
Revista da FENEIS - 33
especial - Diado Surdo
Secretarias de Educagao falam sobre potitica de inclusao Uma das prioridades do evento de comemoragao do Dia do Surdo foi a discussao sobre a educagao inclusiva. Para enriquecer o debate foram convidadas a integrar a mesa Reseni Silvado Cardoso coordenadora de educagao especial do Estado e Leila Blanco, dirigente de educagao especial do municipio. Segundo Roseni Cardoso, o trabalho da secretaria de educagao especial do Estado tem a sua polftica respaldada em uma serie de dispositivos legais e diretrizes nacionais de educagao especial. Todas essas diretrizes tem como principal objetivo garantir o acesso do surdo a escola, sob a perspectiva de uma educagao inclusiva. As leis que discorrem sobre a educagao especial tem a fungao de assegurar professores especializados, interpretes de Libras, apoio pedagogico e material adequado aos estudantes surdos. De acordo com o ultimo senso escolar, realizado em 2003, existem 1175 alunos surdos na rede esta -
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Coordenadora de Educagao Especial, Roseni Silvado Cardoso - Secretaria de educagao Estadual
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Revista da FENEIS
dual e apenas 243 estao inclufdos no ensino regular. Para atender a esses alunos, existem poucas escolas especializadas e, em alguns casos, esses estudantes sao matri culados em turmas comuns. Para ela, a preocupagao maior se refere a capacitagao dos professores, pois, na sua formagao, eles nao tem acesso ao aprendizado do metodo adequado para atender as necessidades dos surdos. Recentemente 750 professores da rede regular fizeram um curso de capacitagao pela Feneis e agora espera - se que cada vez mais os professores busquem essa capacitagao. Outra prioridade destacada pela secretaria e a presen ga do interprete em sala de aula. Atualmente existem 40 interpretes distribufdos em escolas auxiliando na educagao de pessoas surdas. Ela destacou ainda a importancia dos diretores de escola nesse processo de inclusao e fez uma mengao positiva ao Colegio Equador, que possui 100 alunos surdos em seu quadro. Por ultimo, Roseni falou do ensino do Portugues para os surdos. Para ela, os professores que trabalham com alunos surdos devem levar em consideragao a diferenga das estruturas que existem entre as Ifnguas e, dessa forma, promoverem uma adaptagao curricular. Na segunda parte da palestra sobre educagao publica, a coordena dora Leila Blanco, representando o municipio, falou da dificuldade de se conquistar um espago para a Libras dentro da educagao oferecida pelo municipio. Segundo ela, o
metodo da oralizagao, que durante muito tempo foi adotado pelos educadores de pessoas surdas, fa cilita o contato do surdo com os ouvintes mas nao traz beneffcios aos proprios surdos que tem a sua identidade descaracterizada. Leila fa lou ainda de uma parceria firmada entre o governo do estado e o banco mundial para oferecer educa gao a criangas surdas de 0 a 6 anos, que, apesar da sua importancia, nao foi autorizada pelo governo federal . A secretaria tambem falou sobre a necessidade de se criar grupos de estudo sobre a melhor forma de abordagem da educagao para os surdos e da importancia de se estimular a criagao de grupos de convivencia de surdos. Leila encerrou sua palestra falando de como e valido promover o contato entre criangas surdas e ouvintes para a construgao de uma sociedade mais justa. I WMVl wy
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Leila Blanco, dirigente da Educagao Especial Secretaria Municipal de Educagao-RJ
especial - Dia do Surdo
Palestra Carlos Renato Alvares Advogado Feneis
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O advogado Carlos Renato Alvarez presta servigos de assessors juridica a Feneis ha 14 anos. Apesar das vitorias conquistadas durante esse tempo, ele reconhece que ainda ha muito o que ser feito pelos surdos no Brasil . Para falar sobre o seu trabalho, ele compareceu ao evento que comemorou o Dia do Surdo. Carlos iniciou a sua palestra falando da importante atividade que a Federagao desenvolve junto as empresas para colocar os surdos no mercado de trabalho. Para ele, os surdos necessitam apenas de uma oportunidade para mostrarem a sua eficiencia e acrescentou que o wK. empregador que contrata um funcionario surdo, muitas vezes se surpreende com o seu desempenho, que supera as expectati -
oportunidades de trabalho para os surdos. Outro ponto discutido por Carlos foi a ne-
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exemplo dessa lamentavel si tuagao.
Antes de encerrar a sua pa -
lestra Carlos reforgou Hjffimn o convite para que todos os surdos que tenham uma ligagao direta ou indireta com a Feneis busquem o setor juridico para esclarecer as suas duvidas. Na sua opiniao ainda existe uma resistencia muito gran de dessas pessoas em confiar na orientagao de um especialista, apesar desse procedi -
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i Carlos Renato alvarez: acessor juridico da Feneis
Ele mencionou que, em um esforgo conjunto com a Feneis, esta lutando para que haja maior sensibilizagao dos executives das grandes empresas, a fim de que se oferega mais
cessidade de se combater a discriminagao que os surdos vem sofrendo por parte dos outros deficientes. Para ele, a di ficuldade na liberagao do IPI na compra de carros e um
mento ser muito im portante para resguardar os interesses dos
surdos. Ele ainda aproveitou a oportunidade para aconselhar os participantes do evento a nao assina-
rem nenhum tipo de contrato sem a previa consulta de um advogado. Carlos se colocou a disposigao para quaisquer duvidas, esclarecendo que os
dias de atendimento juridico na Federagao sao quartas e sextas-feiras. Acrescentou que o que nao puder ser resolvido no escritorio sera encaminhado a Defensoria Publica. Revista da FENEIS - 35
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especial - Dia do Sundo
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Os surdos marcaram presenga em plena Praga Tiradentes de Teofilo Otoni. Durante os dias 24, 25 e 26 de setembro publicagoes e materiais ligados a surdez cha maram a aten ao dos que visita vam o Espago Cultural da Praga. De uma conferida nas fotos.
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P/IRre 90 MU?0 77/HE Este e Ronaldo Coimbra de Lima Mariano, nosso amigo Ronaldinho . Ele nunca jogou na Selegao Brasileira, mas faz parte de urn time e tanto : o das criangas que ja utilizam a Lingua de Sinais para se comunicar com os pais. Ele ja e urn vencedor e para chegar a ser destaque em qualquer outra selegao nao vai ser dificil. Ate porque e ele quern diz
que no future vai ser jogador de futebol. Filho de Ronaldo Antonio Lima Mariano e Marcia Cristina Coimbra, funcionaria da Feneis, ele estuda na la serie do Colegio Municipal Caique, em Santa Maria. Aos 7 anos ja e urn aluno dedicado. "Adoro ler e fazer os deveres no livro", contou em visita a Feneis. Tern dois
irmdos: Rafael de 11 e Renato, de 9 anos. Embora seja matriculado em tempo integral no Colegio, voltando para a casa apenas nos finais de semana, ele diz que adora dormir ao lado da mamae. Tambem nao dispensa urn parquinho e gosta muito de desenhar. Vejam como ele ficou lindo nas fotos!
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