Revista Feneis 14

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msaber as noticias atraves de um unico canal de televisao? Sera que nas eleigoes presidenciais desse ano, finalmente, os cidadaos Surdos brasileiros poderao votar conscientcmente? Um dia, quern sabe, nas rodinhas de batebapo do trabalho, o Surdo nao vai “ boiar” na conversa quando se discute o capitulo da novela das oito da noite anterior? A resposta e simples: quando as nossas emissoras de televisao entenderem que a Teve que o Surdo ve e a Teve com Legenda oculta/ Closed Caption! Queremos jornais, programas de entrevistas , propagandas e propagandas politicas legendadas! Queremos todos os filmes legendados e a querida novela do brasileiro tambem ! Na discussao sobre qual “ reality show" era melhor os Surdos so puderam votar na Casa dos Artistas 2, claro, o unico legendado.... Com a regulamentaqao da LIBRAS prevista para ainda este mes de abril, e importante nos unirmos agora em torno do #

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PROJETO DE LEI N ° 3621, DE 2000

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Dispoe sobre a inclusao de Legenda codificada na programagao das emissoras de televisao. 0 Congresso Nacional decreta: Art. 1° Esta Lei obriga as emissoras de radiodifusao de sons e imagens a incluirem Legenda codificada em sua programagao nos prazos e condigoes que especifica Art. 2° As emissoras de televisao ficam obrigadas a incluir Legenda codificada, ou Legenda oculta, em Lingua portuguesa, em suas programagoes em todo o territorio nacional. § 1° Considera- se Legenda codificada ou oculta a legenda destinada a portadores de deficiencia auditiva gerada pelas emissoras de televisao, por meio de estenotipia ou outras tecnicas similares, e que somente aparece na tela do aparelho de televisao com auxilio de um decodificador embutido em seus circuitos internos ou perifericos. § 2 ° Considera - se programagao, para os efeitos desta lei, qualquer programa produzido ao vivo, ou nao, de produgao nacional ou estrangeira, pro prio ou de terceiros, veiculado pelas emissoras de televisao Art 3 ° No primeiro ano, as emissoras deverao legendar no minimo 20% ( vinte e cinco por cento) da programagao diaria, aumentando - se esse percentual em outros 20% ( vinte por cento) a cada ano subseqiiente, ate que se atinja 100% ( cem

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continua na 3 a capa


revista da

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FEDERAgAO NACIONAL DE EDUCAgAO E INTEGRAgAO DOS SURDOS

Diretor Presidente Antonio Mario Sousa Duarte Diretor Primeiro Vice-Presidente Antonio Campos de Abreu Diretor Segundo Vice- Presidente

Feneis

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Ano

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7

Diretor Administrativo Walcenir Souza Lima Diretor Administrativo Adjunto Silvia Sabanovaite Diretor Financeiro Moises Gazale

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22 23 24 25 27 28 29 30 32

DIRETORES REGIONAIS

Diretora Regional da Feneis Porto Alegre-RS Marianne Stumpf Representante Regional da Feneis Sao Paulo Maria Ines da Silva Vieira Representante Regional da Feneis Sao Paulo Moryse Vanessa Saruta COMISSAO EDITORIAL Setor de Comunicagao - SECOM Editora e jornalista responsavel Clelia Regina Ramos (MT 2538) Secretaria de Redagao e Anuncios Rita de Cassia L. Madeira Editoragao: FA Editoragao Fotolitos: Quadratim Impressao: Imprinta Tiragem: 5.000 exemplares

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numero

14

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abril

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2002

Segoes

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Diretor Regional da Feneis Porto Alegre-RS Marcelo Silva Lemos

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Sumario

Max Augusto Cardoso Heeren

CONSELHO FISCAL 1° Membro Efetivo e Presidente Carlos Alberto Goes 2° Membro Efetivo e Secretaria Alzira Elaine de Carvalho 3° Membro Efetivo Delvan Cesar de Souza Fernandes 1° Membro Suplente Luiz Dinarth Faria 2° Membro Suplente Luiz Geraldo F. A. Neto dos Reis 3 ° Membro Suplente Benedito Andrade Neto

Pesquisa: FENEIS responde Editorial por Antonio Mario de Sousa Duarte Historia Surdocegos GPLIBRAS Identidades Surdas

Suplemento Infantil Informatica para Surdos Centro de Documentagao Concurso Religiao Turismo Esportes Educagao Cidadania Perfil Noticias Regionais

Especiais

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14 31

Regulamentagao da LIBRAS SBT amplia em 2002 sua programagao com Legenda Oculta / Closed Caption Projeto Capacitagao Solidaria e o Grupo de Teatro de Surdos Existencia por Walkiria Pontes E langado Dicionario Digital da Lingua Brasileira de Sinais

Esta edigao da Revista da FENEIS contou com o patrorinio da Prefeitura

da Cidade do Rio de Janeiro Abril 2002 - revista da Feneis

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REGULAMENTAQAO

REGULAMENTA AO

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Agora so falta a san ao presidencial! Apos seis anos de Redagao final do Projeto de Lei do Sena \ do n° 131, de 1996 . PARECER N° 215 , DE 2002. Redagao final do Projeto de Lei do Se nado n° 131 , de 1996 (n° 4.857, de 1998 , na Camara dos Deputados) A Comissao Di retora apresenta a redagao final do Projeto de Lei do Senado n° 131, de 1996 (n° 4.857, de 1998, na Camara dos Deputados), que dispoe sobre a Lingua Brasileira de Sinais e d £ outras providencias, consolidando a Emenda n° l da Camara dos Deputados aprovada pelo Plenario. Sala de Reunioes da Comissao, em 3 de abril de 2002 . ANEXO AO PARECER N° 215, DE 2002 Redagao final do Projeto de Lei do Senado n° 131 , de 1996 (n° 4.857, de 1998 , na Camara dos Deputados Dispoe sobre a Lingua Brasileira de Sinais - Libras e dd outras providencias . O Congresso Na -

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cional decreta : Art . 1 ° E reconhecida como meio legal de comunicagao e expressao a Lingua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressao a ela asso ciados. Pardgrafo unico . Entende -se como Lingua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicagao e expressao, em que o sistema lingiiistico de natureza visual motora , com estrutura gramatical prdpria , constituem um sistema lingiiistico de transmissao de id £ ias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas Surdas do Brasil . Art . 2° Deve ser garantido, por parte do poder publico em geral e empresas concessionarias de servigos publicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e di fusao da Lingua Brasileira de Sinais - Li bras como meio de comunicagao objetiva e de utilizagao corrente das comunidades surdas do Brasil . Art . 3° As instituigoes

O DE ABRIL DE 2002 e um dia de Festa, que

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marcara a historia dos Surdos brasileiros. Con seguimos!!! O Senado Federal aprovou por unanimidade o PROJETO DE LEI 131/96 referente a Lingua Brasileira de Sinais . A Comunidade Surda (que lotou o plenario, batendo recorde de publico) festejou com muita emogao esta VITORIA de toda a comunidade Surda bra sileira . O dia foi marcado por muitos acontecimen tos importantes. As 9 horas da manha realizamos em frente ao Congresso Nacional um evento que contou com a participagao de um niimero muito grande de pessoas e da comunidade Surda , representada pclas seguintes instituigoes: Associagao de Surdos de Brasilia, FENAPAS, AJA, APADA/ DF, diversas escolas, FENEIS/ DF, CORDE e CONADE/MJ . Durante o evento, foram apresentadas pegas teatrais em LIBRAS, com o objetivo de divulgar tam bem a cultura Surda. O evento foi enriquecido pelas bonitas faixas colocadas na Esplanada dos Ministe rios, que chamaram a atengao de todos os que por ali passavam, para as questoes referentes ao Surdo. As pessoas presentes permaneccram no local ate as 15 horas, quando recebemos autorizagao para cn trarmos no plenario do Senado Federal. O Projeto sobre a LIBRAS foi o primeiro a ser

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revista da Feneis - Abril 2002

publicas e empresas concession &rias de servigos publicos de assistencia a saude devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de defici & n cia auditiva, de acordo com as normas le gais em vigor. Art . 4° O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusao nos cursos de formagao de Educagao Especial , de Fonoaudiologia e de Magist6rio, em seus niveis m £dio e superior, do ensino da Lingua Brasileira de Sinais, como parte integrate dos Parametros Curriculares Na cionais - PCNs, conforme legislagao vigente . Pardgrafo unico . A Lingua Brasileira de Sinais - Libras nao poderd substituir a modalidade escrita da lingua portuguesa . Art . 5 ° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicagao .

votado as 17 horas. Alguns parlamentares fizeram comentarios muito emocionantes sobre o projeto. Destacamos as palavras do senador Pedro Simon do Rio Grande do Sul, que fez referenda ao 1 ° FESTI VAL DA ARTE E CULTURA SURDA realizado no Teatro Nacional de Brasilia em 2000, quando lhe foi entregue um abaixo-assinado de mais de 5 mil assi naturas solicitando a aprovagao do projeto pelo Con gresso Nacional . O presidente do Senado, ao final, leu o texto de aprovagao do projeto, complementando que este havia sido o projeto mais HUMANITARIO que o Senado havia aprovado nos ultimos tempos. Os Surdos e todos os presentes, apos a votagao, sairam para comemorar em frente ao Congresso. FOI UMA FESTA LINDA QUE FICARA REGISTRADA EM NOSSA MEMORIA. O proximo passo sera a sangao do Presidente da Repiiblica, prevista para daqui a 15 dias, para a qual ja estamos nos mobilizando. Todo o dia de hoje foi registrado! Solicitamos a copia da fita da TV interna do Senado e tambem de todas as fotos que em breve estaremos disponibili zando para voces. UM GRANDE ABRAQO E PARA BENS A TODOS!! Silvana e Cesar / FENEIS- DF


REGULAMENTAQAO

DA LIBRAS

lutas, a Lei que regulamenta a LIBRAS foi aprovada!!!! U

Agora que a LIBRAS esta regulamentada

a mvel federal, a luta nao acaba ... Agora , mais que nunca todas as entidades de luta de defesa dos direitos dos Surdos devem estar atentas e unidas para fazer com que a LEI seja cumprida e que, em todas as instancias necessarias ( estados , municipios ) , LEIS com o mesmo teor sejam aprovadas .

E importante que tentemos fazer passar LEIS consistentes e completas, como essa que apresenta mos abaixo (disponivel para copia na FENEIS/POA), para que a LIBRAS possa assumir realmente seu papel de Lingua dos Surdos brasileiros. Lembrem -se que a luta pelos direitos dos Surdos nao termina jamais, sempre precisamos estar atentos. Nao basta aprescntar um projeto, e preciso acompanha-lo de perto e estarmos sempre mobiliza dos para mostrar nossa forga . Vamos nos espelhar no exemplo dos Surdos de Brasilia, que sempre estiveram prontos para mostrar

nossa uniao. E, nesse momento de alegria , fazer uma sincera homenagem a uma pessoa que durante todos estes anos esteve no dia -a -dia da Esplanada dos Mi nistries, cobrando dos parlamentares, marcando rcunioes, encontros, sempre sem esmorecer. Essa pessoa e a ex- presidente da FENAPAS, DANIELA RICHTER TEIXEIRA. Nao nos esque amos das LEIS DOS INTERPRETES DE LIBRAS E DA LEI QUE DISPOE SOBRE A OBRIGATORIEDADE DA LEGENDA OCULTA!!! Obrigado a todos voces!

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Proposta de texto para apresenta ao juntos aos orgaos municipal's e estaduais

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PROJETO DE REGULAMENTAQAO DA LEI N" 11.405 DE 31 DE DEZEMBRO DE 1999 / ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL QUE DISPOE SOBRE A OFICIALIZAQAO DA LINGUA BRASI LEIRA DE SINAIS/ LIBRAS

Pardgrafo unico: O provimento do cargo referido no caput deste artigo sera via concurso publico.

Capitulo I Da Lingua de Sinais LA Lingua de Sinais no Estado e reconhccida em sua modalidade sinalizada e escrita. 2 . Eica incluida a Lingua de Sinais em sua mo dalidade escrita e sinalizada no Curriculo da Rede Publica do Ensino Estadual , nas institutes que atendem Surdos. 3. Os Cursos de Lingua de Sinais scrao vincu lados com as Associaqoes/ Entidades/ Eederaqoes de Surdos que congreguem em nivel estadual pessoas Surdas com o objetivo de preservar os aspectos cultural da lingua .

Capitulo III Do Interprete 1 . O Interprete e um profissional bilingiie, que efetua a comunicac ao entre surdos e ouvintes atra ves da Lingua Brasileira de Sinais para a Lingua Oral e vice-versa. 2. Todo o Interprete devera ser Huente em LIBRAS e portugues. 3. O Estado mantera uma Central de Interpretes em convenio com a FENEIS. 4. Eica criado no quadro funcional do Estado o cargo de Interprete de Lingua Brasileira de Sinais para suprir a demanda de interpretagoes em loeais em que este servi o se fizer necessario. Pardgrafo unico: O provimento do cargo referido no caput deste artigo sera via concurso publico.

Capitulo II

Capitulo IV

Do Professor de Lingua de Sinais / Instrutor

Do Servigo Publico

1. Os Cursos de Lingua de Sinais em suas duas modalidades deverao ser prioritariamentc ministra dos por professores de Lingua de Sinais/ Instrutores Surdos, habilitados pelo MEC/FENEIS. 2. O Estado deve assegurar a presenqa do pro fessor Surdo, ou do professor de Lingua de Sinais/ Instrutor nas salas de aula da rede Estadual que aten dem Surdos a fim de facilitar a identifica ao do alu no com o profissional Surdo adulto. 3. Pica reconhecido no Estado o cargo de Professor de Lingua de Sinais/Instrutor com certificado expedido pelo MEC/ FENEIS.

1 . Fica assegurada a oferta de cursos de Lingua de Sinais para a comunidade escolar (que compreende alunos, familiarcs, professores e funcionarios) da rede estadual de Ensino que atenda a Surdos. 2. O Estado podera estabelecer parcerias/con venios e demais ajustes com a iniciativa privada no sentido de oferecer cursos de LIBRAS. 3. O Estado implementara serviqos para elimi nar as barreiras na comunica ao dos Surdos e esta belecera mecanismos e alternativas tecnicas que tornem acessiveis a esta populaqao os meios de comuni ca ao.

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P ESQ U ISA Capitulo V

Dos instrumentos 1.0 Estado podera formar parceria com as instituigoes reprcscntativas do Surdo no fomento, a formagao c qualificagao de recursos humanos na area de Lingua de Sinais. 2. O Estado devera fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de instrumentos e tecnologia especifleas para permitir a acessibilidade do Surdo ao exerdcio de sua plena cidadania e propagagao de sua cultura .

3.0 Estado implementara alternativas visu ais as sinalizagoes sonoras existentes cm espagos publicos. 4. Anualmente serao destinados recursos orgamentarios a fim de financiar a aquisigao de equi pamentos destinados a supressao das barreiras de comunicagao que limitam a acessibilidade dos Surdos ao pleno exercicio de seus direitos individual e sociais.

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sobre a questao da Surdez: Feneis responde Perquntas

I EmeLi Marques

A professora Emeli Marques continua respondendo as mais frequentes duvidas dos pais, professores e professionals que convivem com os Surdos.

Mande sua pergunta: qpLibras@rLiralrj.com.br ou para qualquer regional da FENEIS ( por fax, e - mail ou carta ) . A FENEIS responde!

I Mae de Surdo, Mestranda em Lingiiistica Aplicada / UFRJ , membro do GPLIBRAS/ FENEIS

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revista da Feneis

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E IMPORTANTE QUE SE APRENDA SINAIS E FALA AO MESMO TEMPO ? QUAL E A PRIORIDADE ?

Parece- me importante esclarecer o contcudo dessa pergunta . Primeiro, “ aprenda Sinais" esta se referindo a aquisigao da Lingua de Sinais, e segun do “ fala ” esta se referindo a aquisigao do Portugues. E importante esse esclarecimento porque em termos lingiiisticos, ambas as aquisigoes sao consideradas FALA, enquanto realizagao da lingua , mas nao va mos agora nos aprofundar nesse tema . Nao temos acessado estudos sobre a situagao de aquisigao de duas linguas, nem por criangas ou vintes, e nem por criangas Surdas. Seria importante fazer uma revisao da literatura sobre esse assunto: se algum leitor tiver algum material e quiser disponi biliza - lo para os demais leitores, envie-o para a reda gao desta Revista, antecipadamente agradecemos. Atraves de depoimentos de casais Surdos de varias nacionalidades, sabemos que quando em uma familia um dos pais e Surdo, o outro e ouvinte e o filho e ouvinte, a crianga reage naturalmente, ora na lingua do pai, ora na lingua da mae. E o que acontece, tambem quando o casal e Surdo, e a crianga e ouvinte. Ela adquire a lingua dos pais, quando estes utilizam a Lingua de Sinais, e adquire, paralelamcn te, a lingua dos demais membros ouvintes da familia. Atraves desses dados da nossa experiencia podemos inferir que possivelmente nao ha nenhum tipo de problema em relagao a capacidade do ser huma no para a aquisigao de linguas, paralelamente. Em termos de experiencia em educagao de surdos, sabe-se que, na Suecia , espera -se pelo estabelecimento da Lingua de Sinais, para , aos seis anos mais ou menos, iniciar o ensino formal da lingua dos ouvintes, o que nao quer dizer que as criangas, ate essa data , nao estejam sendo expostas, de varias ma neiras, as duas linguas. A prioridade e a aquisigao da Lingua de Sinais, por ser esta, uma aquisigao natural e que ira garantir

todas as demais aprendizagens. Ler artigo de Kristina Svartholm “ Aquisigao de Segunda Lingua por Surdos na Suecia", REVISTA ESPAQO numero 9, ju nho de 1998 - INES; e tambem , da mesma autora: “ BILINGUISMO DOS SURDOS” em Atualidades da Educagao Bilingue para Surdos, Editora Media gao, Porto Alegre, 1999, Carlos Skliar (org.) . COMUNICA AO TOTAL, ORALISMO, BILINGUISMO, OUTROS POR QUE 0 EMBATE ENTRE ESTAS TEN DENCIAS E TAO ACIRRADO ? HA A POSSIBILIDADE DE UM CONSENSO ? Para falar dessas correntes educacionais e suas metodologias e necessario nos reportarmos, novamen te, as questoes de poder existentes na sociedadc, e aqui , especificamente, as relagoes de poder entre as

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comunidades Surdas e ouvintes. Estas correntes apa recem em momentos historicos diferentes, mais precisamente a partir do seculo XVIII e XIX, quando existia um ideal pedagogico no sentido de diminuir as diliculdades da crianga Surda em relagao ao seu desempenho linguistico, proporcionando-lhe condigoes para a obtengao de conhecimentos necessarios para a sua integragao social . Bchares (1991) no artigo “ Novas Correntes na Educagao de Surdos: dos Enfoques Clinicos aos Cultural" cita L’ Epee, Clerc e Gallaudet como referen cias nesse sentido, fazendo ressalva ao fato que por nao terem utilizado a Lingua de Sinais do grupo cul tural para o qual ensinavam , ( L’ Epce chamava de Sinais Metodicos, uma variante manual utilizada na epoca), nao alcangaram integralmente seus objetivos o que favoreceu a substituigao dos “ manualistas” pelos “ oralistas", no seculo XIX. E a partir do Congresso de Milao de 1880 que o oralismo ganha forga e a educagao do Surdo passa a ter o enfoque clinico terapeutico, em fungao do modelo ou vinte de desenvolvimento e funcionamento linguisticocognitivo, onde a lingua oral e o objetivo principal .


PESQUISA No seculo XX o oralismo comega a fracassar em muitos paises onde ja havia sido implantado, em outros ganhando forga, como um efeito domino. Essa frustragao e sentido de fracasso entre os professionals era , ou , ainda e, causada, principalmente, pelos haixos indices de escolarizagao (baixo nivel de aquisigao da lcitura e da escrita) dos Surdos, e, problemas relacionados a funcionalidade da sua comuni cagao oral. Esse declinio favoreceu o aparecimento da Comunicagao dotal que pretendeu mudar o enfoque do deficit audiologico ou lingtiistico -oral da crianga Surda para o deficit da comunicagao, chamando aten gao para a necessidade de melhores condigoes para a comunicagao das criangas Surdas seus pais e professores. A chamada filosofia da Comunicagao Total da oportunidade para o surgimento de varias praticas de comunicagao ( bimodalismo - uso combinado de Sinais apoiando a estrutura da lingua oral ; nos Esta dos Unidos, por exemplo, foram desenvolvidos e uti lizados no ensino determinados codigos com apoio de sinais no rosto, boca que ajudassem na articula gao de fonema e outros). Em relagao ao Brasil esse fato ocorre em fins da decada de 80 e mais precisa mente nos anos 90. A mudanga para um enfoque de Educagao Bi lingiie inicia -se em paises europeus e Estados Uni dos, em meados da decada de 60, e vem de propostas de um grupo de linguistas, antropologos e psicologos, para os quais a Lingua de Sinais era considera da imprescindivel para o acesso da crianga Surda a educagao. Nessa visao de educagao vamos encontrar dois enfoques: o lingiiistico - com enfoque striclu sense, propondo um trabalho com base nas duas linguas diferentes implicadas no processo educativo no processo educativo. Esses enfoques estritamente

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EDITORIAL

linguisticos, correm o risco de na pratica nao contar com profissionais ouvintes, usuarios competentes da Lingua de Sinais, alem do que, esse enfoque nao in clui na aceitagao da Lingua de Sinais a sua cultura implicita , aceitar uma lingua e aceitar sua cultura , pois e nesse espago que os sentidos sao construidos e coletivamente aceitos. Assim , esse enfoque acaba por evoluir em uma forma de Comunicagao Total com a utilizagao de um “ pidgin ” da Lingua de Sinais e da lingua oral , pois nao estabelece uma relagao bicultural com a comunidade surda optando por uma educagao dirigida profissionais ouvintes. A Educagao Bilingue Bicultural tern como foco a construgao de uma identidade bicultural conforta vel permitindo a crianga desenvolver-se potencial mente dentro da cultura Surda e, atraves desta aproximar-se da cultura ouvinte majoritaria. Nesta pro posta o uso da Lingua de Sinais, atraves de agentes usuarios nativos dessa lingua e capacitados para esse fim , permitira o acesso rapido e natural da crianga Surda ao curriculo o e os professores de Surdos ou vintes, darao acesso a lingua oral e escrita dessa co munidade. Conforme, Behares, “ com este contato de imersao” , proporciona -se a comunidade Surda sua adaptagao e integragao ao mundo ouvinte. Mais so bre esse assunto ver artigo de Behares ja citado. Concluindo, nao e uma questao de minimizar animos de correntes ou chegar simplesmente a um consenso. Trata -se, em nossa opiniao, de democrati zar as informagoes academicas a comunidade Surda, convocando - os a participar da construgao de uma proposta de educagao, em que possam opinar em igualdade de condigoes aos conhecimentos ja absorvidos pelos profissionais ouvintes. Essa sera a melhor proposta a ser construida em termos de educa gao para a comunidade Surda brasileira.

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Editorial Editorial Editorial IAntonio Mario Sousa Duarte Ki os proximos meses temos um grande sonho a se 1 1 concretizar que sera a nossa vitoriosa esperanga em oficializar a LIBRAS. Agora so falta a sangao presidential! Esse e um dos pontos de satisfagao da co-

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munidade Surda . Informamos que recentemente fundou -se um escritorio Regional em Recife ( Rua Guilherme Pin to, 146 Bairro Gragas) e futuramente temos o objetivo de abrir novos escritorios em Mato Grosso, Brasilia e Salvador, para que possamos trabalhar em pleno desenvolvimento. Sabemos que nao e facil trabalhar na area da surdez, pois ha muito o que fazer, muito o que cami nhar, mas sonhar e preciso.

Em maio, no 15° aniversario, iremos comemorar mais um ano de lutas, suor e garra! Foi um tempo onde a diretoria mostrou efici encia , voluntariado e espirito de colaboragao, as di ficuldades existiram , mas foram transpostas com competencia . Teremos a presenga da Presidente da WFD/ FMS (World Federation of the Deaf / Federagao Mundial dos Surdos) e representantes do MEC (Ministerio da Educagao), associagoes de Surdos e outras. Aguardamos ansiosamente a presenga de todos!!

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Diretor- presidente da Feneis Abril 2002 - revista da Feneis

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H IST0 R I A

Resgatando as Historias de Vida dos Surdos: Universidade Americana apresenta em Site na Internet seu Trabalho de Documentagao 0 texto a seguir compoe -se de trechos do depoimento complete e teve tradugao e edigao realizada por Clelia Regina Ramos. 0 texto integral em ingles pode ser encontrado no site: http:/ / www. rit.edu

Nasci na Suecia de uma famflia de classe media . Meus pais nao percebcram que eu era Surdo ate meus tres anos de idade , quando minha mae engravidou novamente . Ela levou - me ao hospital quando comegou a ficar aparente que algo estava errado comigo e descobriram entao que eu era Surdo. Quando meu irmao nasceu , descobriram que ele tam bem era Surdo. Eu devo ter nascido Surdo tambem , portanto. Colocaram - me entao em uma escola oralista ( pre-escolar) particular para Surdos e la fiquci dois ou tres anos. Quando completei 7 anos fui mandado para uma escola publica residencial para Surdos (in ternato). La permaneci por oito anos. Depois de dois anos que eu ingressei, meu irmao se juntou a mim . Quando terminei meus estudos por la , cxisti am duas escolhas que eu poderia fazer: ou eu ia para uma “ escola vocational � para Surdos ou iria traba lhar como estagiario em uma empresa privada. Na escola vocacional existiam apenas tres opgoes de cursos: alfaiataria, carpintaria ou sapataria . Como nenhuma dessas profissoes me interessavam eu fui ten tar seguir carreira como tecnico em odontologia . Apos completar meu estagio, fiquei trabalhando nessa area durante dez anos. Naqueles dez anos eu atuava bastante ativamen te nos clubes Surdos, onde exerci inumeros cargos, como secretario, diretor dos ouvintes, etc. Tambem

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ii Universidade de Rochester / EUA esld desenvolfmvendo um trabalho de resgate da histdria pessoal de Surdos que tenham lido algum lipo de destaque para a cultura Surda americana, atraves de depoimenlos dos prdprios Surdos. A FENEIS vem buscatido realizar um trabalho identico aqui no Brasil ha mais de tres anos, tendo apresentado para vdrias instituigdes de fomento a pesquisa urn projeto de filmagem em video do depoimento de dez veIhos Surdos brasileiros na tenlativa de recompor o cend rio da vida dos Surdos nas ultimas decoders. Enquanto nao conseguimos iniciar esse importante trabalho de reconstituigao em nosso pais, vamos conhecer um pouco mais da vida dos Surdos americanos atraves do depoimento de Yerker Andersson, um sueco que vive e trabalha ha muitos anos em Washington, como professor e pesquisador da Gallaudet University.

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revista da Feneis Abril 2002

Ao lado, Yerker Andersson em 1968 e hoje em dia

trabalhei em projetos de educagao de adultos e elaborando boletins informativos dos clubes. Ganhei muita experiencia trabalhando para os clubes Surdos. Em 1951 comecei a escrever regularmente para o Jomal Sueco para Surdos . Passei entao a estudar em cursos via correspondence para melhorar meu nivel cultural, alem de continuar a me dedicar ao meu tra balho profissional e ao trabalho nos clubes Surdos. Ao mesmo tempo que o clube cada vez precisava mais de mim eu sentia necessidade de crescer culturalmente. Em 1965 finalmente tomei a decisao de ingressar na Gallaudet University e morara nos Estados Unidos. Eu estava com 35 anos de idade. Ingressei na gallaudet e consegui me graduar como bacharel em Sociologia . Eu recebia uma bolsa de estudos do Swedish Bernadotte Fund, conseguida atraves da ajuda da Swedish United Nations em Israel . Mas essa ajuda nao era suficiente e eu pagava meus estudos na Gallaudet com trabalhos na minha area nos veroes e com trabalho de algumas horas por dia apenas durante a epoca das aulas. Apos me graduar resolvi continuar os estudos, fazendo um Mestrado em Sociologia, que, como todos sabem , e uma area onde os empregos nao sao garantidos. Discuti a ideia com Conselheiro George Detmold e com meu antigo professor Morris Goldman . Eles opinaram que seria melhor investir na carreira de reabilitagao. Conversei entao com Boyce Williams, que me deu muita ajuda na epoca , ja que essa era exatamente sua area de atuagao. En trei entao com um pedido de ajuda financeira e, com a ajuda de Williams, Delmont e Goldman , ingressei na Columbia University Teachers College . Fui entao para New York com bolsa de estudos completa : escola, habitagao, alimentagao, tudo pago. La estudei durante dois anos e obtive o titulo de mestre . Mas os problemas comegaram a aparecer quando comecei a procura por um estagio. Nao con seguimos encontrar nada em New York porque la existe preconceito contra os profissionais Surdos. Boyce Williams me propos a gallaudet. Mudei - me entao novamente para Washington e, com ajuda da Columbia University, consegui completar meu esta gio la. (...) Comecei a dar aulas na Gallaudet em 1964 e la continuo ate hoje. (...) depois de muitos anos de estudo e interrupgoes, finalmente completei meu doutorado em Sociologia em 1982. Eu tinha 52 anos. (...)


SURDOCEGOS

Mais informagoes sobre Surdocegueira! IAna Maria de Barros Silva /\ uem e o Surdocego? V

ADefAV - Associa?ao para Deficientes da

Audio Visao Av. Lacerda Franco , 253 Bairro Cambuci Sao Paulo/SP 01536-000 Telefax: (11) 3342 - 2108 adefav @ aol. com

Outros contatos RETINA BRASIL Rio de Janeiro: Maria Antonieta ( 21) 2285- 9043 Sao Paulo: Maria Julia (11) 6976- 7648 Vale do Paraiba: Juliano (12 ) 253-4687 Ceara: Jorge Rolim ( 85 ) 272- 3324 Grupo BRASIL USHER: Maria Ines ( 41) 345-9844 Ana Maria (11) 3342 2108

IConsultora da ADefAV Associagao para Deficientes da Audio Visao

* Sao varias as definigoes que tentam esclarecer o que e a surdocegueira e definir o Surdocego de forma que possamos conhece-lo melhor, para podcr pla nejar o atendimento, elaborar os programas educa cionais e tambem dar maior apoio as familias . Uma das definigoes mais antigas, de nosso conhecimento, diz: “ Surdocegas sao as criangas que tern dificuldades auditivas e visuais, cuja combinagao resulta em problemas tao severos de comunicagao e outros problemas de desenvolvimento e educagao, que elas nao podem ser integradas em programas educacionais especiais para deficientes auditivos ou para deficientes visuais.” (citada por Lieke de Leuw em 1997, SP) Atualmente temos uma postura diferente, nos preocupamos em descobrir quais as possibilidades que a crianga apresenta e suas necessidades em vez de destacar suas dificuldades. Assim temos descoberto muitos recursos para atende-la. Tambem existem outros recursos para reconhecer um Surdocego, e outras informagoes sobre o seu desenvolvimento. Temos acompanhado criangas Surdocegas brasileiras que dcsenvolveram condigoes de serem educadas com os surdos, comunicando -sc em LIBRAS e usando o Braille para o conhecimento da leitura e escrita . Mas para que isso acontega e necessario que a intervengao seja precoce.

0 bebe Surdocego Se houver apoio a familia para que seja orienta da a manter um contato com essa crianga por meio dos sentidos que nao foram lesados, e estimular os residuos auditivos e principalmente os residuos vi suais, e possivel que apresente um desenvolvimento bem proximo ao de uma crianga surda , desde que nao haja outros comprometimentos. Ao bebe Surdocego faz muito sentido que a fa milia, por meio de um toque afetivo, continue passando para ele informagoes do que vai acontecer, por exemplo: hora de comer. Tambem o quanto e amado, brincadeiras que o fagam sorrir, de forma que perceba sempre a presenga do adulto. Caso a crianga apresente dificuldades na comu nicagao, existem muitos recursos e tecnicas especifi cas para introduzir uma comunicagao anterior a Lin gua dos Sinais, que pode desenvolver-se bem , e avan gar ate a comunicagao por meio de LIBRAS. Esse trabalho vai depender de um atendimento especial, e por vezes mais lento mas, por mais dificil que seja, sempre e possivel descobrir uma maneira de melho rar a comunicagao e aproveitar toda a potencialidade da crianga ajudando no seu desenvolvimento.

0 Surdo com dificuldades visuais A crianga Surda ou um adulto, que se comuni ca bem em LIBRAS, se vier a ter dificuldades visuais tern condigoes de continuar sua comunicagao da mesma forma , colocando suas maos levemente sobre as maos da pessoa que “ fala ” e acompanhando toda a movimentagao da linguagem gestual. Gostariamos de dar algumas recomendagoes: a pessoa que “ fala ” , deve diminuir o campo utilizado para o desenho dos gestos e respeitar o “ tempo” do Surdocego para absorver a mensagem . Podemos orientar o Surdocego, no sentido das pausas na conversagao: com leves to ques em seu brago podemos lhe informar se ele ja pode responder ou se o interlocutor ainda esta falando. A crianga que apresenta surdez e tambem difi culdade visual , pode ser considerada Surdocega , mesmo nao sendo totalmente Surda e cega , quando nao consegue adquirir comunicagao por meio da visao e neste caso, ha necessidade de um apoio mais especializado.

Causas Na maioria das vezes a causa da surdocegueira e a rubeola na gestagao. Ja nos adultos a causa mais freqiiente da Surdocegueira c uma sindrome que se caracteriza pela surdez desde o nascimenlo ou a surdez aparecendo com 4 ou 5 anos (Sindrome de Usher). So na adolescencia comegam a aparccer os problemas visuais: di ficuldade de ver a noite, dificuldade de sair do claro e entrar num lugar escuro e vice-versa. O problema visual e causado por Retinite Pigmentar. Outras dificuldades sao em relagao ao campo visual que pode ir diminuindo, mas que permite a pessoa continuar comunicando-se por meio de Lingua de Sinais. Recomendagoes importantes: o interlocutor deve se posicionar na frente ao Surdo a uma distan cia de um metro e meio mais ou menos, para facilitar que ele perceba todo o movimento das maos. Sem pre se colocar de frente para a luz, deixando o Surdocego de costas para ela .

0s Surdocegos Adultos Eles podem participar da ABRASC-Associagao Brasileira de Surdocegos (ver Revista da FENEIS 12 e 13) e conhecer como as pessoas estao se unindo para trocar experiences e informagoes assim como a RETINA BRASIL, Grupo USHER BRASIL - grupos que estudam , tern publicagoes e dao orientagoes so bre o assunto. Cada Surdocego adulto decide qual vai ser sua forma de comunicagao: alguns preferem o alfabeto Abril 2002

- revista da Feneis

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G P

LIBRAS

manual dos Surdos cm suas maos, outros preferem que segurcm scu dedo e escrevam as palavras em letra cursiva , e muitas outras forma quc as pessoas criam para continuar participando dc todas as ativida des em casa , no estudo, no trabalho e lazcr. Carlos Roberto, Surdocego paulista , diz : “ ...descobri outro sentido, com o tato consigo ver o mun -

do” . Ele se desenvolveu tao bem comunicando-se cm LIBRAS quc esta sempre rodeado dc amigos, con versando e contando piadas; aprendc atualmente o Braille e prepara-se para atuar na ABRASC . Assim vemos como as possibilidades sao infinitas, assim como e infinito o potcncial e a capacidadc de adaptagao do ser humano.

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JU

Politicas para Educagao e Profissionaliza ao dos Surdos ITanya Felipe 1. Introdu ao

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As propostas para educagao e profissionalizagao dc Surdos tern representado ideologias, lutas e conquistas por espago c cida dania e, a partir dc reflexoes de todo esse processo, mostraremos como os Surdos con quistaram um espago na area de educagao para se tornarcm Instrutores de LIBRAS.

2. 0 percurso A partir do momento em que os Surdos puderam ingressar nas escolas, comega ram as politicas para essa educagao formal e, dependendo de cada uma, eles vem sendo denominados de deficientes auditivos ( DA), pessoas portadoras de deficiencia auditiva e pessoas com necessidades educativas/educacionais especiais. Em 1981 , no Ano Interna cional das Pessoas Deficientes, houve a se meme do conceito de Sociedade para Todos, quando se falou de participagao plena e de igualdade. Dez anos mais tarde, em 1991, a Resolugao 45/91 da Organizagao das Nagoes Unidas - ONU destaca Uma Sociedade para Todos e coloca o ano 2010 como sendo o li mite para que as mudangas necessarias ocorram , assim tera que haver: • aceitagao das diferengas individuais; • valorizagao da diversidade humana; • destaque e importancia do pertencer, do conviver, da coopcragao, da contribuigao que gerarao vidas comunitarias mais justas. Em 1992 o Programa Mundial de Agoes Relativas as Pessoas com Deficiencia propos que a propria sociedade mude para que as pessoas com deficiencia possam ter seus direitos respeitados. A partir de 1994, com a Declaragao dc Salamanca ( UNESCO) sobre necessidades educativas especiais, acirrou o debate sobre “ Sociedade Inclusiva ” que e conceituada

& Coordenadora

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do GPLIBRAS

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revista da Feneis Abril 2002

como aquela sociedade para todos, ou seja , a sociedade que deve se adaptar as pessoas e nao as pessoas a sociedade dai, nessa sociedade inclusiva, o Sistema Escolar devera ser tambem baseado em uma escola integradora. Essa escola passou a ser denominada, a partir da politica educacional neoliberal no Bra sil, de “ Escola/Educagao Inclusiva ” . Em 1995 continuando nessa perspecti va de uma sociedade para todos, na Decla ragao de Copenhague sobre Desenvolvimen to Social e no Programa de Agao da Cupula Mundial para o Desenvolvimento Social, a ONU afirma que: “ Sociedade inclusiva precisa ser basea da no respeito de todos os direitos humanos e liberdades fundamental, diversidade cul tural e religiosa, justiga social e as necessi dades especiais de grupos vulncraveis e marginalizados, participagao democratica e a vigencia do direito” . Em 1996 nas Normas sobre a Equipa ragao de Oportunidades para Pessoas com Deficiencia , a ONU institui que todos os portadores de necessidades especiais “ devem receber o apoio que necessitam dentro das estruturas comuns de educagao, saude, em prego e servigos sociais.” ( Nagoes Unidas, 1996 §26) O termo “ equiparagao de oportunida des” significa o processo atraves do qual os diversos sistemas da Sociedade e ambiente, tais como servigos, atividades, informagoes e documentagao, sao tornados disponiveis para todos, particularmente para pessoas com deficiencia . (Nagoes Unidas, 1996 § 24) Analisando todos esses documcntos pode-se perceber que o imperativo para ha ver uma “ Sociedade Inclusiva ” perpassa pela inclusao na escola , no trabalho, no lazer e nos servigos de saude, midia entre outros. Trazendo a questao para um grupo diversifi cado de excluidos que sao os “ portadores de deficiencia ” , nesse processo de inclusao a sociedade deveria adaptar-se as suas necessida des especificas, constituindo-se a partir: l . da solidariedade humanistica,

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2. da consciencia de cidadania, 3. da necessidade de desenvolvimento da sociedade, 4. da necessidade de melhoria da qualidade de vida, 5 . do combate a crise no atendimento, 6. do cumprimento da legislagao, 7. do investimento economico, 8. do crescimento do exercicio do empowerment .

Esses oito itens tern como alicerce o processo de rejeigao zero, independence, autonomia e empowerment, entendendo este ultimo como “ o processo pelo qual uma pessoa ou grupo de pessoas utiliza o seu poder pessoal, inerente a sua condigao, para fazer escolhas, tomar decisoes e assumir o controle de sua vida ” . Ja se passaram cinco anos, faltam apenas mais cinco para que se alcance o limite estipulado para que a Sociedade Inclusiva acontega, no entanto, as sociedades estao lon ge de screm inclusivas porque a cada dia, ao contrario do que se apregoa em relagao as mudangas necessarias c as necessidades especificas citadas acima, cresce mais a discriminagao racial e social, a desigualdade esta muito mais acentuada porque poucos possuem muito e muitos possuem pouquissimo, as nagoes estao em luta para maior poder, a despeito de estarem poluindo nossa atmosfera, gerando paises mais pobres e dependen tes e aumentando cada vez mais o desemprego, a falta de oportunidades, a violencia; ficando dificil lutar pelo direito a cidadania e exercicio do empowerment . Entao e hora de se perguntar: e como sera a escola nessa sociedade que se pretende ser inclusiva e quan do essa utopia poderd se tornar realidade?

3 . Escola Inclusiva implica sociedade inclusiva Muito longe de ser uma Sociedade In clusiva c menos ainda de se ter uma Escola Inclusiva , no Brasil atualmente as escolas estao divididas em dois blocos: escola dos que podem pagar e a dos que nao podem pagar


G P e, entre as dos que podem , ainda ha outra subdivisao entre os que podem pagar pou co, mais ou menos e muito. Nessa separagao esta tambem o tipo de servigo que sera oferecido em relagao a qualidade do produto. Por isso temos vivenciado a crise do sistcma educational brasileiro que tem sc tornado empreendimento e nao bem social, cujas escolas publicas nao estao conseguido atender sequer a demanda dos que nao podem pa gar, quanto mais a demanda das criangas que necessitam de metodologia e recursos edu cacionais especiais. Segundo dados da Lei no. 10.172, de 2001, que aprova o Plano Nacional de Edu cagao (PNE ) no item 8, referente a Educa gao Especial, e cxpresso que a Organizagao Mundial de Saude estimou que cm torno de 10% da populagao tem necessidades especi ais. Se aplicarmos esse mesmo percentual ao Brasil, teremos cerca de 15 milhoes de pessoas com necessidades especiais. Segundo dados do PNE, o total de matriculas nos estabelecimentos escolares, em 1998, foi de 293.403 estudantes com necessidades edu cacionais especiais e que desse total 12 % foram estudantes com necessidades educacionais especiais relativas a surdez (Sinopse Estatistica da Educagao Basica/Ccnso Escolar 1998, do MEC/INEP). Considerando que, num universo de 15 milhoes de pessoas com necessidades especiais, aproximadamente 1 , 5 % apresenta problemas de audigao, • correspondendo a um milhao e oitocentas mil pessoas - 1.800.000, e que dessas apenas 35.200 foram matriculadas nas escolas (12 % ) , ficaram excluidos 1.764.800. Se considerarmos ainda que muitos dessas pessoas adquiriram surdez em um periodo posterior a fase escolar e que nossa maior parte da populagao pertence a faixa etaria que deveria estar na escola (cnsino fundamental, medio ou superior), podemos afirmar que aproximadamente 1.000.000 de Surdos foram alijados de seu processo escolar, o que nos faz indagar: onde estao esses Surdos? Em escolas comuns ou especiais privadas, em instituigoes filantropicas ou fora da escola ... Por outro lado, com relagao as socieda des desenvolvidas, em 1983, portanto ha doze anos atras com relagao a esses dados de 1998 do MEC/ INEP, no Programa Mundial de Agocs Relativas as Pessoas com Deficien cia , ressalta que “ a educagao das pessoas com deficiencia deve ocorrer no sistcma escolar comum e que as medidas para tal efeito devem ser incorporadas no processo de planejamento geral e na estrutura

administrativa de qualquer sociedade ” . (1983, §22) Quase vinte anos ja se passaram e um contingente enorme de criangas pobres ou com necessidades educacionais especiais continua sem poder freqiientar as escolas publicas devido a falta de vagas e investi mentos na area de educagao e de educagao especial , mesmo depois tambem do reforgo dado pela Declaragao Mundial de Educagao para dodos - ONU , firmada em Jomtien , na Tailandia em 1990. Temos, portanto, que concordar com a Declaragao de Salamanca (1994:24) quando afirma no item 1.10 que: A experiencia, sobretudo nos paises em via de desenvolvimento, indica que o alto custo das escolas especiais 1 supoe, na pratica , que so uma pequena minoria de alunos, normalmente oriundos do meio urbano, se beneficia dessas instituigoes. A grande maioria de alunos com necessidades especiais, particularmente nas areas rurais, carece, em conseqiiencia , desse tipo de servigos. Em muitos paises em desenvolvimento, calcula se em menos de um por cento o numero de atendimento de alunos com necessidades educativas especiais. Ainda na Declaragao de Salamanca , abordando o conceito de escola integradora , essa propoe que: “ nas escolas integradoras as manias com necessidades educacionais especiais devem receber todo apoio extra que elas possam rcquerer para garantir sua educagao eficaz ” e que a escolarizagao integradora seria o meio mais eficaz para se formar solidariedade entre criangas com necessidades especiais e seus colegas e que as escolas especiais poderiam tambem servir como centros de treinamento e de recursos para o pessoal de escola comum . Finalmente, as escolas “ ou unidades especiais dentro de escolas integradoras poderiam continuar a prover educagao mais apropriada para um numero relativamente pequeno de criangas que nao podem freqiientar adequadamente classes ou escolas regulares” (1994:12) Mas, com relagao a educagao de crian gas Surdas, no item 21 afirma que: “ As politicas educativas deverao levar em conta as diferengas individuais e as di versas situagoes. Deve ser levada em consideragao, por exemplo, a importancia da lin -

LIBRAS

guagem dos sinais- como meio de comunicagao para os Surdos, e ser assegurado a todos os Surdos acesso ao ensino da lingua gem de sinais de seu pais. Fase as necessidades especificas de comunicagao de Surdos e de Surdocegos, sena mais convincente que a educagdo Ihes fosse ministrada em escolas especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns” . (1994:30) Regulamentando essa proposta, as Normas sobre Equiparagao de Oportunidades para Pessoas com Deficiencia expressa que: 1. As autoridades da educagao comum sao responsaveis pela educagao de pessoas com deficiencia em ambientes inclusivos. Elas devem garantir que a educagao de pessoas com deficiencia seja uma parte integran te do planejamento educacional nacional, do desenvolvimento do curriculo e da organi zagao escolar; 2. A educagao em escolas comuns pressu poe a provisao de interprete e outros servigos de apoio adequados. Servigos adequados de acessibilidade e de apoio, projetados para atender as necessidades de pessoas com diferentes deficiencias, devem ser prestados. (1996:28) Diante do exposto e preciso ficar aten to para contradigoes nas Leis e Programas ja existentes uma vez que, alguns desses pro gramas, baseando-se e citando a propria Declaragao de Salamanca na parte referente as politicas educacionais para Surdos, inserin do-os na proposta neoliberal de escola in clusive, nao estao considerando a adverten cia da Declaragao. Ha Leis tambem contra ditorias ja que pode-se encontrar referenci as de que cabera aos pais e aos proprios Surdos optar pelo tipo de escola, mas por outro lado querem assegurar o ensino infan til quando uma crianga ainda nao pode fa zer sua propria opgao. Como relagao a se ter professor-interprete em sala de aula parece tambem equivocada esta proposta ja que por melhor que seja o interprete este nunca podera substi tuir um professor e sempre o processo iterativo tao necessario a aprendizagem sera prejudicado, mas para o Surdo e fundamen tal que o professor saiba e utilize a LIBRAS em sala de aula. Nesse ano de conquistas e realizagao do Programa Nacional de Apoio ao Surdo (MEC/FENEIS) estas questoes tambem devem ser refletidas.

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de ’ 0 grifo e nosso para destacar que e justamente esse o problema aqui no Brasil, cuja diminuigao de recursos para a area ) estao educagao tem gerado a crise que as instituigoes publicas nos tres niveis de ensino ( fundamental, medio e superior vivenciando. 2

Leia -se Lingua de Sinais. Abril 2002

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ESPECIAL

SBT amplia em 2002 sua programagao com Legenda Oculta/Closed Caption Revista da FENEIS numero 13 (pagina 13) publicou um pequeno trecho da palestra realizada por Romeu Paris Filho, Diretor Operacional do SBT, no IPAINEL SOBRE CLOSED CAPTION NO BRASIL, que aconteceu no dia 10 de dezembro de 2001 na PUC- RJ. Na ocasiao ele falava da vontade da empresa por ele representada em ampliar sua programagao com

Legenda Oculta / Closed Caption. Apresentamos a seguir a Integra de seu depoimento:

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revista da Feneis - Abril 2002

Ki os do SBT entendemos que o papel dos meios

IX de comunicagao deva ser o da difusao da informagao, do entretenimento, da cultura e do lazer, ao maior numero de pessoas possivel. Os meios de comunicagao tern por si so o com ponente da integragao social . A discussao de ideias, a divergencia de opinioes, os diferentes pontos de vista sobre um mesmo tema convivem ao mesmo tem po, ocupando o mesmo espago. A televisao como meio de comunicagao e absolutamente integradora , forte e com poder de penetracao sem limites e sem fronteiras. Ela ja se estabeleceu em cada canto do planeta mobilizando a atengao de bilhoes de pessoas ou imobilizando, como diriam os mais criticos desse meio. A cconomia globalizada esta diminuindo espa gos, ela esta gerando informagoes, criando uma di namica nunca vista na historia , apropriadamente para atender suas necessidades. Ela , a globalizagao, esta chamando a atengao de todos para uma nova ordem mundial. Um fato historico pode ser lembrado aqui: quan do Gutemberg inventou a imprensa , o poder da epoca preocupou -se com as conseqiiencias da dissemina gao da informagao atraves de novo meio. Eles temiam que o acesso a informagao de forma organizada pela populagao poderia comprometer a ordem estabelecida . De fato isso aconteceu. A partir de entao ocorreram as transformagoes no mundo. Talvez ali , deu -se o primeiro passo para a globalizagao que hoje nos conhecemos. A palavra escrita , impressa, possibilitou o desenvolvimento da ciencia , do comercio, do intercam bio, das grandes navegagoes e o descobrimento dos novos mundos. Neste painel Closed Caption / Televisao para Todos, observamos tres aspectos positivos em relagao aos beneficios, dirigidos a populagao brasileira . Aspecto social: o closed caption possibilita para uma parcela signiflcativa da populagao a compreen sao das mensagens que as emissoras de TV levam ao ar. Isto e, imagens com legendas traduzindo sons emi tidos pelos apresentadores, locutores, reporteres, can tores, filmes, documentarios e ate mesmo dos comerciais que, alias muitos deles espetaculares. No Brasil significa estarmos falando de uma populagao aproximada de 4 milhoes de pessoas, segundo dados da DataFolha recentemente divulga dos. Sao 4 milhoes de pessoas que nao podem ouvir. Devemos considerar 7 milhoes e meio de pessoas da terceira idade, onde o baixo rendimento da audigao e uma caracteristica. E boa parte dela esta em plena atividade profissional...

Temos que lembrar tambem que o pais tern quase 15 milhoes de individuos analfabetos e outros tan tos semi -analfabetos. Tudo bem , eles nao sabem ler, mas a associagao da imagem e do som com a palavra escrita e positiva para a alfabetizagao deles. Nos paises onde o closed caption foi adotado escolas especiais se utilizam desse metodo para com plementar o aprendizado. Sao aproximadamente 28 milhoes de pessoas somando-se os Surdos, aqueles da terceira idade, os analfabetos ou em alfabetizagao. Um publico de aproximadamente 28 milhoes de pessoas no pais. So para a gente ter uma ideia da dimensao desse contingente, vamos imaginar que esse numero representa a soma da populagao do Uruguai , do Paraguai , do Chile, do Equador e da Bolivia, juntos. Essas pessoas querem saber sobre o que acontece no mundo. Essa populagao gigantesca gosta de novelas, de telejornais. Essas pessoas assistcm filmes e comerciais de TV. Na verdade, essas pessoas, como nos, querem consumir. Nao ha porque exclui -las senao o precon ceito, se nao a falta de atengao para o tema . Sao quase 28 milhoes de pessoas. Proximo dos 17% da populagao brasileira . Nao faze-las sentirem se integradas nao seria justo, e uma questao huma -

nitaria . Vamos imaginar uma situagao, um shopping center, um saguao de aeroporto ou qualquer coisa parecida onde um ou mais aparelhos de televisao estejam ligados, uma noticia extraordinaria esta sendo ali apresentada.

Evidentemente, pelo alto ruido do local nao vai ser ouvida , entao, nesse momento tambem o closed caption podera beneficial o publico em geral . Agora o segundo aspecto, o educacional . Como diziamos anteriormente, no processo de alfa betizagao a associagao da imagem com a palavra con tribui fundamentalmente com o aprendizado. Com a implementagao do Closed Caption nao somente as escolas convencionais como tambem escolas especiais para Surdos, associagoes de Surdos, entidades assistenciais de modo geral, se beneficiarao. Todos sabemos o quanto significa para uma nagao ter um indice de alfabetizagao alto. A repercussao evidentemente e positiva . A televisao, entao, nesse processo, passara a cumprir com mais eflciencia o seu compromisso de entreter ensinando. No terceiro aspecto, vamos falar um pouquinho rapidamente sobre beneficios culturais. O Brasil tern um territorio continental . *

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ESPECIAL

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Sem qucrcrmos aqui fazcr um tratado sociologico, sabemos que a formagao da nossa nagao, da nossa populagao, ocorreu sob influencia de varios tipos de culturas, oriun das dos mais diversos paises do mundo. Nesses quinhentos anos, portugueses, espanhdis, italianos, arabes, alemaes, enfim, povos de uma infinidade de nagoes se estabeleceram aqui, trouxeram consigo sua cultura, seu folclore, os seus costumes. Essas imigragoes foram buscando no territorio brasileiro locais onde pudcssem melhor se adaptar, se estabelecer. Dessa forma , nosso pais tornou -se uma especie de nagao cosmopolita onde cada regiao guarda sua propria cultura, sua propria historia. Essa talvez seja uma das mais bonitas caracteristicas do nosso pais. Do nosso Brasil. Acreditamos que devemos mante-las vivas, respeitando suas raizes, conhecendo-as, porem, buscando a integragao nacional, numa convergencia buscando o que seria o espirito de um povo de um grande pais. Eu gostaria, para encerrar a nossa participagao, falar alguma coisa do SBT, da nossa intengao e a nossa preocupagao com a, podemos dizer assim , cidadania .

No proximo ano de 2002 o SBT implementara em sua programagao nacio nal o Closed Caption . A nossa primeira intengao , e nos estamos trabalhando muito para isso, e a implantagao do Closed Caption na progra magao integral, total . Se ficarmos 24 horas no ar estaremos 24 horas com Closed Caption . Essa e a nossa intengao, nossa meta . E para isso que nos estamos trabalhan do a partir do ano de 2002. Os argumentos anteriormente citados nos levaram a essa conclusao. Recentemente, nos fizemos um teste no evento de quase 28 horas ininterruptas no ar, o programa Teleton 2001, um evento que tinha um carater assistencial. E foi um sucesso absoluto. Num pri meiro momento, nos introduzimos o Closed Caption nesse evento mais para avaliarmos em termos de engenharia o comportamento, a aplicabilidade dele. Foi um sucesso total . A repercussao foi otima . E nos deu mais seguranga quanto a sua aplicabilidade. Por todas as razoes citadas e coinci dindo com o projeto de ampliagao do jorna lismo regional, jornalismo de rede, projeto de segundo horario de novelas, continuan -

do com os nossos shows que a cada ano vem batendo recordes de audiencia , as exibigoes de filmes de primeira linha, o SBT entende que por ser uma das empresas mais popula res do pais, uma das empresas com o maior poder de penetragao do Brasil, deva cada vez mais estar presente na coletividade, no dia a -dia do pais. Uma serie de agoes estao sendo desen volvidas pela diregao do SBT c do grupo Sil vio Santos para os proximos anos. Podemos citar a adogao de bairros carcntes em algu mas cidades do Brasil para dar apoio as prefeituras locais nas questoes de saude, edu cagao e lazer. A criagao do Instituto Silvio Santos de carater exclusivamente filantropico, en fim , outras tantas agoes nessa direqao. E para finalizar eu repetiria que o poeta disse um dia , que todo artista tern de ir onde o povo esta e nos estamos la com o Closed Caption . Agradego novamente a oportunidade de estar aqui, agradeqo ao convite da ARPEF, agrade o ao convite da Pontificia Universi dade Catolica do Rio de Janeiro, foi um pra zer. Muito obrigado pessoal !

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Projeto Capadtagao Solidaria e o Grupo de Teatro de Surdos !?

A Cia . de Teatro do Absurdo e formada por atores mSurdos e ouvintes, profissionais qualillcados e reconhecidos no mercado de trabalho, que lutam ha #

muito tempo por um espa o na nossa sociedadc, que batalham para ganhar o mundo alem da sociedade Surda . A Cia. do Teatro do Absurdo foi criada como conseqiiencia do projeto “ Surdo em Cena ” patroci nado pela AAPCS (Associagao de Apoio ao Projeto Capacitaqao Solidaria ). Esse projeto teve inicio em margo de 2001, com a participagao de 28 estudantes, jovens Surdos, no INES ( Instituto Nacional de Edu cagao de Surdos) sendo coordenado pelo ator Breno Moroni. O objetivo do curso foi de iniciar os jovens nas Artes Cenicas com carga horaria de 600 horas, com aulas de filosofia, tecnicas teatrais, portugues, matematica, linguagens teatrais, danga , etc. O curso terminou com sucesso e teve como fru to o surgimento da Cia . do Teatro do Absurdo. Iloje, a Cia. do Teatro do Absurdo e formada por uma equipe de Surdos e ouvintes profissionais da area .

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ESPECIAL Seu objetivo e mostrar para a sociedade o valor do Surdo, impor respeito, ter uma formagao huma na , contribuir para um mundo de paz, de igualdade. Mostrar ao mundo que uma Cia . de Teatro tambem pode ser formada por atores Surdos. A Cia. de Teatro do Absurdo em apenas um ano ja conseguiu realizar muitos trabalhos: Chd Cultural, Halloween, Brasil, Will , Will , Will , alem de performances teatrais. A Cia . de Teatro do Absurdo tern varios projetos encaminhados, desde um curso de formagao de

atores Surdos jovens (entre 16 e 21 anos) ate um polo de cinema com objetivo de se criar um curso de cinema e video para pcssoas Surdas. Realizar um video sobre os direitos humanos, junto com a Secre-

taria Nacional dos Direitos Humanos tambem se encontra em seus pianos para o futuro. A Cia. de Teatro do Absurdo tern como seus di retores o ator Breno Moroni (21) 2266-0779 e Zeca Magaldi (21) 2467- 1087 e conta com a ajuda de todos para continuar seu trabalho.

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Existencia I Walkiria Pontes

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ser humano tem -se preocupado com o conheci mento e a compreensao de sua existencia no mun do. Esse existir e vivenciado como uma totalidade paradoxal , estamos caminhando no sentido de viver e mais proximo de morrer estamos. Amamos e odia mos; somos voltados para nosso semelhante, convi ve mos com outras pessoas, mas nao deixamos de vi ver a solidao. Descobrimos que somos pessoas difercntes umas das outras e que sozinhas nao conseguimos, de forma satisfatoria , desenvolver as habilidades mcn tais que precisamos para pensar, solucionar problemas e implementar ideias criativas. Desta forma, as habilidades fundamentais para o futuro das institui goes no campo empresarial sao: • Conseguir gerar ideias novas - criatividade. • Julgar as ideias e torna - las possiveis para seu fun-

cionamento. • Conseguir sua implementagao. • Entender, compreender as pessoas e ajuda -las no processo motivacional. E necessario ficar claro que so conseguimos as habilidades e os conhecimentos que nos faltam com formagao e atuagao de equipes em nossa organiza gao. Onde nao existem “ Donos da Verdade” , mas colaboradores da construgao dessa tao discutida verdade! Pecamos quando nao estamos dispostos a apren der a desaprcnder, cristalizamos nossas crengas, dificultando a troca no grupo. Bern dizia William James: “ A maior descoberta dos seres humanos e conseguir alterar as atitudes interiores de sua mente, mudando assim seus aspectos exteriores de sua vida” . I Coordenadora do Setor de RH da FENEIS- Rio Psicologa e Pos-Graduada em Gestao de Recursos Humanos

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No mercado, significativas mudangas ocorrem e cada vez mais, precisamos estruturar nossa organizagao para conseguir se defrontar com a competividade imposta pela globalizagao. Nessa corrida entre o “ lobo" e o “ coelho",

onde ficam nossos valores ? E os valores da propria organizagao ?! Uma das solugoes para essa batalha e compreen der as principais tendcncias que estao delincando o perfil para os proximos anos, flea tao obvio o respei to as pessoas, que responsaveis sao por todo esse pro cesso de luta e vitorias. Embora nao se consiga prever o que esta por vir, cabe a compreensao do contexto politico, social, tecnologico e competitive. Toda via , entendendo a propensao dos movimentos em nossa sociedade, e impressionante a velocidade das mudangas no mercado !! Para tanto, estamos trabalhando a valorizagao do conhecimento, o respeito a gestao de pessoas e a educagao continuada . Acreditamos no impacto social que teremos, ao mostrarmos de forma limpida, a comparagao da atividade intelectual em diferentes culturas, produziremos assim , informagoes importan tes acerca da organizagao do funcionamento intelectual do homem . Concluindo com a premissa de Vygotsky que o comportamento so pode ser entendi do como historia do comportamento, flea facil perceber que toda pcssoa tende a ver e julgar as outras culturas, a partir do ponto de vista de sua propria cultura , porem , as crengas e comportamentos so po dem ser comprccndidos no seu contexto cultural . Vale lembrar que a cultura organizacional e o conjunto de habitos e crengas estabelecidos atraves de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhados por todos os membros da organizagao, exprimindo a iden tidade da organizagao. Acreditando na pcssoa Surda, em seu desem penho e, encantados com sua forma diferenciada de comunicagao, nao sendo mcnos valorizada por isso, nossa politica e de igualdade, respeitando as possiSSS bilidades de seu existir !!

ATENgAO SURDOS CAT0 LIC0S!

Todos os domingos ( 19 h 30) , na Igreja da Porduncula de Santana Av. Roberto Silveira 265, Icarai, Niteroi , missa sinalizada! Mais informagoes com Antonio ( 21 ) 3352 - 1434 ou Marilene ( 21 ) 2714- 9774


IDENTIDADES

SURDAS

As Diferentes Identidades Surdas IGLadis PerLin Ooderiamos identificar as pessoas Surdas pclas dif ferenqas que possucm . Elas sao observaveis fa -

Surdos que nasceram Surdos tern familia ouvinte e entraram em contato com a comunidade Surda ja em idade adulta .

cilmente. No momento distinguiremos algumas ca tegorias para as diferentes identidades Surdas.

2 . Identidades Surdas Hibridas

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1. Identidades Surdas (identidade politica )

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Reprodu ao da capa da Revista da WFD/abril 1999

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Trata-se de uma identidade fortemente marcada pela politica Surda . Sao mais presentes em Surdos que pertencem a comunidade Surda e apresentam caracteristicas culturais como sejam : 1 . Possuem a experiencia visual que determina formas de comportamento, cultura, lingua , etc; 2. Carregam consigo a Lingua de Sinais. Usam Sinais semprc, pois e sua forma de expressao. Eles tern um costume bastante presente que os diferencia dos ouvintes e que caracteriza a diferenqa Surda: a captaqao da mensagem e visual e nao auditiva. O envio de mensagens nao usa o aparelho fonador, usa as maos; 3. Aceitam -se como Surdos, sabem que sao Surdos e assumem um comportamento de pessoas Surdas. Entram facilmente na politica com identi dade Surda, onde impera a diferenqa: necessida de de interpretes, de educaqao diferenciada, de Lingua de Sinais, etc..; 4. Passam aos outros Surdos sua cultura, sua forma de ser diferente; 5. Assumem uma posiqao de resistencia; 6. Assumem uma posi ao que avanqa em busca de delineaqao da identidade cultural; 7. Assimilam pouco, ou nao conseguem assimilar a ordem da lingua falada , tern dificuldade de entende- la; 8 . Decodificam todas as mensagens recebidas em Lingua de Sinais; 9. A escrita obedece a estrutura da Lingua de Si nais, pode igualar-se a lingua escrita, com reservas; 10. Tern suas comunidades, associates, e/ou orgaos representatives e compartilham entre si suas di ficuldades, aspirates, utopias; 11 . Usam tecnologia diferenciada: legenda e Sinais na TV, telefone especial, campainha luminosa; 12. Tern uma diferente forma de relacionar-se com as pessoas e mesmo com animais; 13. Esta identidade assume caracteristicas bastante diferenciadas e preciso lembrar aqui que, por exemplo, a identidade Surda gcnealogica traz sinais vividos e provados durante gerates, Por exemplo, na Italia ha uma familia de Surdos de mais de 40 geraqoes; os filhos de pais Surdos; os

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I Pesquisadora Surda

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Ou seja, os Surdos que nasceram ouvintes e com o tempo alguma doenqa, acidente, etc. os deixou Surdos: 1 . Dependendo da idade em que a surdez chegou , conhecem a estrutura do portugues falado , decodificam a mensagem em portugues e o envio ou a captaqao da mensagem vez ou outra e na forma da lingua oral; 2. Usam lingua oral ou Lingua de Sinais para captar a mensagem . Esta identidade tambem e bastante diferenciada , alguns nao usam mais a lin gua oral e outros usam Sinais sempre; 3. Assumem um comportamento de pessoas Surdas, ex: politica da identidade Surda , usam tecnologia para Surdos...; 4. Convivem pacificamente com as identidades Surdas; 5. Assimilam um pouco mais que os outros Surdos, ou nao conseguem assimilar a ordem da lingua falada , tern dificuldade de entende-la; 6. A escrita obedece a estrutura da Lingua de Sinais, pode igualar-se a lingua escrita, com reserves; 7. Participam das comunidades, associates, e/ou orgaos representatives e compartilham com as identidades Surdas suas dificuldades, politicas, aspiraqoes e utopias; 8. Aceitam -se como Surdos, sabem que sao Surdos, exigem interpretes, legenda e Sinais na TV, telefone especial , companhia luminosa; 9. Tambem tern uma diferente forma de relacionarse com as pessoas e mesmo com animais.

3 . Identidades Surdas Flutuantes Os Surdos que nao tern contato com a comuni dade Surda . Ou Surdos que viveram na inclusao ou que tiveram contato da surdez como preconceito ou desconhecimento social . Sao outra categoria de Surdos, visto de nao contarem com os beneficios da cul tura Surda. Eles tambem tern algumas caracteristicas particulares. 1. Seguem a representaqao da identidade ouvinte; 2 . Estao em dependencia no mundo dos ouvintes, seguem os seus principios, respeitam - nos, colocam - nos acima dos principios da comunidade Surda, as vezes competem com ouvintes, pois que sao induzidos no modelo da identidade ouvinte;

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IDENTIDADES

SURDAS

3. Nao participam da comunidade Surda , associagoes e lutas pohticas; 4. Desconhecem ou rcjeitam a prcsenga do intcrprete de Lingua de Sinais; 5. Orgulham -se de saber falar “ corretamente� ; 6. Demonstram resistencias a Lingua de Sinais e a cultura Surda visto que isto, para eles, representa estereotipo; 7. Nao conseguiram identificar -se como Surdos, sentem -se sempre inferiores aos ouvintes; isto pode causar muitas vezes depressao, fuga, suicidio, acusagao aos outros Surdos, competigao com ouvintes, ha alguns que vivem na angustia no desejo continuo de serem ouvintes; 8. Sao as vitimas da ideologia oralista, da inclusao, da educagao clinica , do precon ceito e do preconceito da surdez; 9. Sao Surdos. Quer ougam algum som , quer nao ougam , persistem em usar apa relhos auriculares, nao usam tecnologia dos Surdos; 10. Estas identidades Surdas flutuantes tam bem apresentam divisoes; por exemplo aqueles que tem contato com a comuni dade Surda mas rejeitam - na , os que ja mais tiveram contato, etc...

4. Identidades Surdas

Emba adas

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As identidades Surdas embagadas sao outro tipo que podemos encontrar diante da representagao estereotipada da surdez ou desconhecimento da surdez como questao cultural. 1 . Esta identidade nao consegue captar a representagao da identidade Surda, nem da identidade ouvinte como fazem os flu tuantes; 2. Sua comunicagao e por alguns Sinais in compreensiveis as vezes; 3. Nao tem condigoes de dizer onde mora , seu nome, sua idade, etc...; 4. Nao tem condigoes de usar Lingua de Sinais, nao lhe foi ensinada , nem teve contato com a mesma; 5. Sao pessoas vistas como incapacitadas; 6. Neste ponto, ouvintes determinam seus comportamentos, vida e aprendizados; 7. E uma situagao de deficiency, de inca pacidade, de inercia, de revolta; 8. Existem casos de aprisionamento de Surdos na familia , seja pelo estereotipo ou pelo preconceito, fazendo com que al guns Surdos se tornem embagados.

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5 . Identidades Surdas de

transi ao

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Estao presentes na situagao dos Surdos que devido a sua condigao social viveram em ambientes sem contato com a identidade Surda ou que se afastam da identidade Surda . 1. Vivem no momento de transito entre uma identidade para outra; 2. Se a aquisigao da cultura Surda nao se da na infancia, normalmente a maioria dos Surdos precisa passar por este momento de transigao, visto que grande parte deles sao filhos de pais ouvintes; 3. No momento em que esses Surdos con scguem contato com a comunidade Surda , a situagao muda e eles passam pela des- ouvintizagao, ou seja, rejeigao da representagao da identidade ouvinte; 4. Embora passando por essa des-ouvintiza gao, os Surdos fleam com seqiielas da representagao, o que fica evidenciado em sua identidade cm construgao; 5. Ha uma passagem da comunicagao visual/oral para a comunicagao visual/sinalizada; 6. Para os Surdos em transigao para a representagao ouvinte, ou seja a identida de Outuante se da o contrario.

6 . Identidades Surdas de

Diaspora

As Identidades de Diaspora divergem das identidades de transigao. Estao presen tes entre os Surdos que passam de um pais a outro ou , inclusive passam de um Estado brasileiro a outro, ou ainda de um grupo Surdo a outro. Ela pode ser identificada como o Surdo carioca, o Surdo brasileiro, o Surdo norte-americano. E uma identidade muito presente e marcada .

7 . Identidades intermediarias O que vai determinar a identidade Surda e sempre a experiencia visual. Neste caso, em vista desta caracteristica diferente distinguimos a identidade ouvinte da identida de Surda . Temos tambem a identidade in termediary . Geralmente esta identidade e identificada como sendo Surda . Essas pessoas tern outra identidade, pois tem uma caracteristica que nao lhes permite a identi dade Surda isto e a sua captagao de mensa gens nao e totalmente na experiencia visual que determina a identidade Surda .

1 . Apresentam alguma porcentagem de surdez, mas levam uma vida de ouvintes; 2. Para estes sao de importancia os aparelhos de audigao, de aumento de som; 3. Assume importancia para eles o treina mento do oral , o resgate dos restos audi tivos; 4. Busca de amplificadores de som ...; 5. Nao uso de interpretes de cultura Surda , de Lingua de Sinais etc... ( alguns adoram Lingua de Sinais por hobby); 6. Quando presente na comunidade Surda , geralmente se posiciona contra uso de interpretes ou considera o Surdo como menos dotado e nao entende a necessi dade de Lingua de Sinais de interpretes... 7 . Tem dificuldade de encontrar sua iden tidade visto que nao e Surdo nem ouvin te. Ele vive como pendulo, ora entre Surdos, ora entre ouvintes, dai seu conflito com esta diferenga .

Conclusao As diferentes identidades Surdas sao bastante complexas, diversificadas. Isto pode ser constatado nesta divisao por identidades onde se tem ocasiao para identificar outras muitas identidades Surdas, ex: Surdos filhos de pais Surdos; Surdos que nao tem nenhum contato com Surdo, Surdos que nasceram na cidade, ou que tiveram contato com Lingua de Sinais desde a infancia etc...Como dissemos, a identidade Surda nao e estavel, esta em continua mudanga. Os Surdos nao podem ser um grupo de identidade homogenea. Ha que se respeitar as diferentes iden tidades. Em todo caso, para a construgao destas identidades impera sempre a identidade cultural, ou seja a identidade Surda como ponto de partida para identificar as outras identidades Surdas. Esta identidade se ca racteriza tambem como identidade politica, pois esta no centro das produgoes culturais. Outro ponto de partida que nao pode ser esquecido e que a identidade Surda e possivel pela experiencia visual. Isto e, se a pessoa tem audigao ja nao pode ser Surda como no caso da identidade intermediary . Isto tudo e importante pois determina a produgao cultural como seja : necessidade de in terpretes, de Lingua de Sinais, de convivio com pessoas de identidades iguais. RRM


OLA AMIGUINHOS!!! VAMOS BRINCAR COM 0 JOGO DO GOLFINHO ? VEJA COMO E FACIL JOGAR. E SO SEGUIR AS INSTRU0ES; 1-TIRE DUAS CO PI AS XEROX DO DESENHO DAS PAGINAS 18 E 19. DEPOIS COLE OS DESENHOS EM UM PAPEL TIPO CARTAO ( DURO ). E SO COLORIR BEM BONITO E VOCES TERAO DOIS TABULEIROS 2 TIRE UMA COPIA XEROX DAS PE AS DA PAGINA 20 COLE EM UM PAPEL TIPO CARTAO ( DURO ). RECORTE AS FICHAS REDONDAS E TRIANGULARES E MONTE OS DOIS DADOS E FACIL. 3 AGORA E JUNTAR OS AMIGOS E BRINCAR!!!

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PARTICIPANTES: 2 a 4 pessoas MATERIAL: 2 tabuleiros, 2 dados e 26 fichas (13 REDONDAS E 13 TRIANGULARES). OBJETIVOS: desenvolver o radocfnio aritmetico; fixar calculos de adi ao e subtra ao; aquisigao da Lingua de Sinais REGRAS: 1 cada lado recebe um tabuleiro; 2 jogar o dado para ver quern comega ( numero maior); 3 cada jogador/ equipe joga na sua vez, faz a soma ou subtra ao e coloca uma ficha no resultado do seu tabuleiro; 4. se o resultado ja estiver coberto, passa a vez; 5 ganha quern preencher o tabuleiro primeiro

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Instrutor Surdo de Informatica Jose Elias Estefanio 1 in

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ou Jose Elias Estefanio, casado com esposa Surda e tenho duas filhas ouvintes e nasci no Rio de Janeiro. Min ha vida de Informatica iniciou do ano 1984 quando me tornei digitador com apenas 20 anos e entrei no Banerj como digitador, onde fiquei durante 16 anos. Finalmente, no ano 1996, fui demitido por causa da privatizagao do Banerj. Enquanto eu trabalhava no Banerj fazia mais duas coisas: dava aulas particulares de informatica e, como me interessei atraves do meu primo que tinha pequena empresa de informatica e me dava aulas do curso % Supervisors do Curso de Informatica da Feneis/ RJ

de manutengao de computadores, fui aproveitando o tempo de pratica e fazendo o manutengao dos com putadorcs cm varios lugares. Ate hoje posso dizer que ja ensinei para mais ou menos 120 Surdos. Quando fui demitido, logo entrei na FENEIS como instrutor Surdo de Informatica . Desde 1997 ate hoje dou aulas e tambem fago manutengao de com putadores. No inicio de 1998, a DATAPREV ganhou dois novos instrutores Surdos de informatica de qual eu fui agente multiplicador. Tenho orgulho de dizer que ensinei para que eles pudessem dar aulas na DATAPREV -Rio de Janeiro. Trabalhei nas temporadas dos anos 1997,1999 e 2000 do Curso de Informatica do INES - Instituto Nacional de Educagao de Surdos cm Laranjeiras. Fui palestrante no II Coloquio dos Surdos da Associagao Serrana de Nova Friburgo com o tema “ Ensino de Informatica aos Surdos” , em agosto de 2000. Hoje tenho 41 anos e me sinto orgulhoso de ser professional de Informatica. Atualmente, trabalho como instrutor Surdo de Informatica na FENEIS e fago manutengao dos com putadores em particular e da FENEIS. Eu me sinto professional de Informatica com muita paciencia , compreensao e amor de ensinar tudo aos Surdos com facil ate diflculdade com mesmo repetido. E a importante saber como dar aulas, como fa zer o texto, desenhar, contar, ate acessar na Internet para que todos os Surdos possam aprender e se preparar para cntrar no mercado de trabalho e se comunicar atraves da Internet. A preparagao e necessaria porque a tecnologia esta avangado cada vez mais e WEBCAM (camera de computador ) esta cada vez evoluindo. E ideal para os Surdos aprcnderem a se comunicar atraves da WEBCAM , onde nao ha necessidade de interprete, pois podem se conhecer e conversar atraves da LI BRAS, podem se comunicar com os outros (chat ) em outras linguas estrangeiras. Aviso para todos os Surdos que devem se informar cada vez mais no futuro. Todos precisamos estu dar e terminar a escolaridade com muita forga de vontade para entrar no mercado de trabalho. Amor e uniao de todos Surdos. Obrigado.

Voce sabia? “ A linguagem LOGO tern mais de 25 anos. Du rante esse tempo passou por diversas fases: foi con cebida nos anos 60, gestada nos anos 70, caminhou vacilantemente pclos anos 80, atingiu a maioridade nos anos 90 e tera sua real maturidade atingida na virada do seculo.” (Papert, 1991 ) A importancia em conhecer mais sobre as lin guagem LOGO, veja nos sites. http:// www.ars.com.br /arshome /logo.htm http: // www.qeodties.com /athens /ithaca /8750 / filogo.html http:// www.vetoriaLnet.com.br /~Luciano /ie/ Logo01.htm Atengao os sites que oferecem EMPREGO para que voce tentar entrar para mercado de Trabalho e cadastre para que voce possa encontrar um emprego com muita sorte.

BANCO NACIONAL DE EMPREG0S http://www.bne.com br/ CATHO ONLINE http://www.catho.com.br/index.html EMPREGO MANAGER www.manager.com.br EMPREGO.COM BR www.emprego.com.br DOUTOR EMPREGO www.doutoremprego com.br MINISTERS DE TRABALHO E EMPREGO - TEM www.mtb.gov.br MR.JOB www.mrweb.com.br /job EMPREGO BRASIL www.empregobrasiLcom.br SAC EMPREGO NET www.manaus.br /innet SINE - SISTEMA NACIONAL DE EMPREGOS www sine.gov.br ATRAS DO EMPREGO http:// www atrasdoemprego.hpg.ig.com.br / Economia_e_Negocios/13 /index _hpg.html EMPRESA ON LINE - CETRIL TREINAMENTO www.cetiLtreinamento.com.br SECRETARIA DO EMPREGO www.sert.sp.gov br

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ATENgAO !!! SURDOS VIRTUAIS! CONVERSEM C0N0SC0! INFORMAgOES E DUVIDAS SOBRE INFORMATICA Responsavel do Curso: SANDRA LUCIA RABELO VIEIRA e Coordenadora da Informatica: ANDREA GIOVANELLA E- MAIL: seinfo@ vento.com.br / Telefax: ( 21) 2284- 7462

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CENTRO

DE

DOCUMENTAgAO

FENEIS: os dois primeiros anos de vida: 1987/1988 I Clelia Regina Ramos A FENEIS nasceu com carater estrita politico. No primeiro paragrafo do relatorio da FENEIS, em seu segundo ano de funcionamento (1988), com palavras da entao presidente Ana Regina e Souza Campello, podemos encontrar o que pode ser considcrado como o “ resumo” da situagao da comunidade Surda brasileira na epoca: “ Consideramos da maior importancia que recebemos e queremos colaboragoes as continuar recebendo das pessoas que ouvem . Mas consideramos tambem que devemos assumir a lideranga de nossos problemas de forma direta e decisiva a despeito das dificuldades que possam existir relacionadas a # mmente

comunicagao.” Desde sua fundagao, em 16 maio de 19871, no mesmo momento em que sc encerravam as atividades da FENEIDA ( Fede ragao Nacional de Educagao e Integragao do Deflciente Auditivo) , a FENEIS luta, em primeiro lugar, pelo direito de autodeterminagao dos Surdos. Mas, como tao bem colocou Ana Regina, a “ colaboragao” dos ouvintes nao podia ser dispensada, ate mesmo porque a propria FENEIDA fora fundada por profissionais da area da surdez e pais interessados. Talvez tenha sido essa proximidade com os ouvintes o que pode fazer da FENEIS uma cntidade mais representativa e atuan te a nivel nacional, buscando sempre interfere politicamente na sociedade como um todo. A FENEIS, desde sua fundagao, de monstra ter plena consciencia do papel que quer desempenhar na sociedade e exige da 1

As entidades fundadoras da FENEIS foram: Associagao de

Pais e Amigos do Deficiente da Audigao- APADA/ Niteroi - RJ ,

Associagao dos Surdos de Minas Gerais - MG , Associagao dos Surdos do Rio de Janeiro - RJ , Associagao Alvorada Congregadora de Surdos- RJ , Associagao dos Surdos de Cuiaba MT, Associagao dos Surdos de Mato Grosso do Sul- MS, Instituto Londrinense de Educagao de Surdos - PR , Escola Estadual Francisco Salles- MG, Instituto Nossa Senhora de Lourdes- RJ , Associagao de Pais e Amigos dos Surdos -APAS- PR, Associagao de Pais e Amigos do Deficiente da Audiocomunicagao - APADA/ Marilia-SP, Centro Educacional de Audigao e Fala - DF, Associagao do Deficiente Auditivo do Distrito Federal- DF, Centro VerboTonal Suvag / Recife- PE, Associagao Bem Amado dos Surdos do Rio de Janeiro- RJ e Associagao de Pais e Amigos do Deficiente Auditivo/ APADA- DF.

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Revista da FENEIS

revista da Feneis - Abril 2002

mesma sua aceitagao. Acredito que, por ter sido originada de uma entidade de ouvin tes, a FENEIS ja tenha iniciado suas atividades com a experiencia obtida com os desacertos e contatos efetivados pela FENEIDA . Ao contrario do que pode parecer a primeira vista , o fato de a FENEIS ter sido “ fruto” da FENEIDA lhe trouxe mais ganhos que perdas.

A FENEIDA vivia em 1987 um processo de desgaste, sem apoio financeiro das entidades filiadas, com muitas lutas internas, geradas provavelmente pela pressao que os Surdos exerciam na Comissao de Luta pelos Direitos dos Surdos desde 1983, e com a eleigao de uma chapa presidida pela Surda Ana Regina no ano anterior. Livres do que podemos chamar de “ jugo ouvinte” , rapidamente os Surdos con seguiram organizar a nova entidade funda da, que em seu primeiro ano de existencia sobreviveu as custas de aulas de LIBRAS (CR $ 1 1.152,00), um donativo de CR $ 1.000,00 e CR$ 1.465,96 de taxa de filiagao de entidades, gastando CR$ 8.607,50 com selos, telegramas, xerox , material de consu mo e transporte, conseguindo participar oficialmente das seguintes atividades: • I Encontro Municipal do Deficiente Auditivo ( Cabo Frio/RJ ) • I Encontro do Deficiente Auditivo ( Resende/ RJ ) IV • Encontro Comunitario de Deficientes ( Itauna / RJ ) • I Encontro de Pais e Professores de Surdos ( Ituiutaba/MG) • I Encontro Brasileiro de Surdos (Recife/PE) • I Encontro de Professores de Lingua de Sinais ( Recife/ PE) • II Encontro de Pais e Professores de Surdos (Curitiba/PR) • I Encontro de Entidades de Deficientes do estado de Minas Gerais (Bclo Horizonte/MG) • II Simposio de Deficiencia Auditiva ( Belo Horizonte/MG) • I Seminario Estadual de Educagao Especial ( Brasilia/DF) • IV Seminario Estadual de Educagao Especial ( Rio de Janeiro/ RJ ) Fica claro que os Surdos se empenha ram cnormemente para poderem cumprir as tarefas internas do inicio de uma entidade nacional e ao mesmo tempo estarem presen tes em tantos eventos, com tao pouca verba disponivel..

Ja no ano de 1988, dos CR$ 3.493.969,18 movimentados pela entidade, CR $ 2.973.769,18 correspondent as verbas repassadas pela CORDE- Coordenadoria para Integragao de Pessoas Portadoras de De ficiencia, o que permitiu a FENEIS organizar palestras, participar de encontros, simposios e, em especial, o I Congresso Bra sileiro de Surdos (Campinas, 28/30 de setembro, 266 participantes). Outras atividades realizadas durante o ano de 1988: • I Encontro dos Profissionais de Comunicagao Total ( Rio de Janeiro, 1 e 2 de julho, 148 participantes). • I Encontro dos Surdos de Mato Grosso do Sul (Campo Grande, 28/30 de julho, 64 participantes). • I Encontro Nacional dos Interpretes em Lingua de Sinais ( Rio de janeiro, 5 e 6 de agosto, 68 participantes).

• I Ciclo Estadual de Palestras na Area dos Surdos ( Porto Alegre, 19 de novembro, 57 participantes).

• III Simposio de Deficiencia Auditiva (Belo Horizonte, 25/26 de novembro, 235 parti cipantes) .

• I Encontro dos Surdos do Centro- Oeste (Goiania, 2/4 de dezembro, 247 participantes). E obvio que sem a ajuda governmen tal seria impossivel para os Surdos brasilei ros se organizarem em nivel nacional, preocupagao da lideranga Surda desde o primei ro momento, que, alem da participagao nos encontros mencionados, realizou visitas na Associagao dos Surdos de Pernambuco, Associagao dos Surdos de Ituitaba/MG, Cen tro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicagao/ MS, Secretaria de Educagao Especial/ MS, Centro de Surdos da Bahia , Escola Especial Concordia/ RS, Associagao Alvorada Congregadora de Surdos/ RJ, Associagao de Pais e Amigos dos Excepcionais- APAE Curvelo/MG. A FENEIS participou tambem , em 1988, do II Encontro de Pais, Professores e Tecnicos de Barra Mansa/ RJ; IV Seminario Latino-Americano de Capacitagao de Pessoas Portadoras de Deficiencia ( Rio de Ja neiro/ RJ ); Seminario sobre “ O Deficiente e a Constituinte Mineira " ( Belo Horizonte/ MG); I Encontro Anual de Pais e responsa veis do Deficiente Auditivo ( Rio de Janeiro/ RJ ); Palestra na Igreja Metodista sobre “ O Ensino Religioso para o Surdo” (Rio de Ja-


CONCURSO neiro/ RJ ); Palestra sobre Comunica ao Total e LIBRAS na APAE de Curvelo/MG; Palestra sobre Comunicaqao Total e LIBRAS no Nucleo de Assistencia Cavaleiro da Esperan a ( Belo Horizonte/MG); Palestra “ O que e Deficiente Auditivo ” na FUCMT (Campo Grande/MS); Palestra para alunos do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/MS; I Encon tro dos Surdos de Cuiaba/MT; Palestra “ O Surdo e a Sociedade” , Campo Grande/ MS; I Encontro de Irmaos de Surdos, no Centro de Assistencia ao Deficiente da Audiocomu nica ao, em Campo Grande/MS; III Encon tro Nacional de Pais e Amigos dos Surdos, Brasilia/ DF; Mesa Redonda “ Integrar ou Entregar" promovida pelo Conselho Regi -

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onal de Psicologia ( Belo Horizonte/MG ), Reuniao de diretoria da APADA, Reuniao da Comissao de Luta pelos Direitos do Deficiente Auditivo/ Regional Parana (Curitiba / PR), Reuniao do Conselho Con sultivo da CORDE ( Brasilia/ DF), Inaugu raqao da sede social e educacional da Asso ciagao dos Surdos de Ituiutaba/ MG. Dos onze membros da diretoria da FENEIS durante os anos de 1987 e 1988, oito sao Surdos, sendo que os ouvintes ficaram com os cargos de Vice- Presidente dos Profissionais da Area , Vice - Presidente das APADAS (com substitui ao) e um ouvinte como membro do conselho de vogais. O Conselho de Representantes, com membros em Minas Gerais, Rio Grande do Sul , Goias,

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Maranhao, Pernambuco, Parana, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, manteve a proporcionalidade, com dez Surdos e quatro ouvintes. Em seu relatorio do ano de 1998, a FENEIS apresenta sua diretoria com onze Surdos e tres ouvintes, mais dois Surdos e dois ouvintes representando Sao Paulo e Rio Grande do Sul, mantendo ate hoje a supremacia Surda . Naqueles anos iniciais, a diretoria da FENEIS reunia-se uma vez por mes (procedimento mantido ate hoje), mas ainda em uma sala cedida pelo INES - Instituto Nacional de Educaqao de Surdos, no Rio de Janeiro.

NO PROXIMO NUMERO A FENEIS CRESCE

Concurso literario para Surdos: Veja como participar r

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1 ) CONCORRENTES: Autores Surdos, de ambos os sexos, amadores ou profissionais, editados ou nao. Basta apenas que as obras sejam enviadas em lingua portuguesa . 2) TEMA, GENERO LITERARIO E QUANTIDADE : Especialmente nesse concurso, atraves de qualquer genero literario, voce podera discorrer sobre o assunto de sua preferencia (TEMA LIVRE ) . Cada participante podera concorrer com ate 2 (dois) trabalhos, com ate 60 linhas cada um . Cada obra devera ser enviada datilografada ou digitada em papel oficio, em espaqo dois, em laudas de 30 linhas e em 3 ( tres) vias cada. Na parte superior de cada obra , coloque o nome do concurso no qual esta se inscrevendo, pseudonimo e nome do trabalho. Em um en velope lacrado anexo, coloque seu nome completo, pseudonimo, endereqo de correspondence e telefo ne de contato e nome do (s) trabalho(s). 3) PARA ONDE E ATE QUANDO ENVIAR SUAS OBRAS: As obras poderao ser enviadas ate o dia 31 de maio de 2002 por uma das tres formas: a ) para o e- mail litterisfr / litteris.com .br b) para a scde da Litteris, na Rua Ernesto de Souza, 13 - loja D - Andarai - 20510-360 - Rio de Janeiro - RJ (valido carimbo postal ) ou 3) para a Caixa Postal 150 - 20001 -970 - Rio de Janeiro RJ (valido carimbo postal ). A INSCRIQAO E GRATUITA. 4) PREMIAQAO: 1° LUGAR - Uma maquina fotografica, a edi qao da obra premiada no livro O Som das Palavras (Uma Antologia Escrita por Surdos), dez exempla res do livro, trofeu e diploma . 2° Lugar - Uma maquina fotografica , a edigao

da obra premiada no livro O Som das Palavras (Uma Antologia Escrita por Surdos), dez exemplares do livro, trofeu e diploma . 3° Lugar - Uma maquina fotografica , a edi ao da obra premiada no livro O Som das Palavras (Uma Antologia Escrita por Surdos), dez exemplares do livro, trofeu e diploma . 5) OUTROS PREMIOS: Os classificados com o Premio de Edigao Cooperativada serao convida dos a integrar o livro O Som das Palavras (Uma Antologia Escrita por Surdos) , em regime de cooperativismo. Cada integrante do livro tera direi to , caso venha a participar do regime de cooperativismo, a 5 exemplares da obra com seu tra balho editado e um diploma . 6) RESULTADO FINAL: Ate o dia 30 de ju nho de 2002 e sera cnviado a todos os participantes atraves de carta , independente da classificaqao. 7) A Editora nao se responsabiliza por obras perdidas, atrasadas ou danificadas durante a remessa . 8) As obras serao julgadas por um juri composto por profissionais ligados aos Surdos como :professores, fonoaudiologos, interprete de LIBRAS, editores e escritores cuja decisao e soberana e irrecorrivel . 9) A inscrigao ou participa ao no concurso em questao implica o conhecimento e concordancia de todas as clausulas e condi oes supra de seu regula mento. As obras enviadas nao serao devolvidas. O descumprimento as normas vigentes nesse regula mento desclassifica o candidato, e, em caso de duvida, a Editora cuidara em resolve- las. AP0 I0: IBDD - FADAS CVI Site muitoespeciaLcom.br Centro Educacional Pilar Velazquez - INES ARPEF Revista da FENEIS

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RELIGIAO

ASSENOS/Associagao Evangelica Nadonal de Obreiros com Surdos 1996 no I ENOS (Encontro Nacional de Obrei -

tros com Surdos), realizado na la Igreja Batista

em Goiania , nasceu a ideia de criar uma Associaqao (interdenominacional ) que pudesse promover o tra balho evangelico entre os Surdos brasileiros. Ficou estabelecido tambem que a Diretoria seria formada por 2 Presidentes, 2 Diretores Estadu ais, 2 Representantes Denominacionais (Sempre um Surdo e um Ouvinte). Desde entao a ASSENOS nao para de traba lhar: - Confeccionou uma agenda com os endereqos de Igrejas Evangelicas que trabalham com Surdos a nivel Nacional, - Criou uma Home Page; sc voce quiser se ca dastrar e/ou cadastrar o Ministerio de Surdos de sua Igreja e so acessar: HYPERLINK “ http:// www.assenos.org. br '\vww.assenos.org. br - Anualmente promove o Encontro Nacional de Obreiros com Surdos - ENOS, (cada ano o Encontro e realizado em um Estado, sendo que em 2001 o En contro aconteceu em Salvador/ Bahia ). Este ano o Encontro sera realizado no Espirito Santo/Vitoria, no SESC de Guarapari, nos dias 15, 16 e 17 de novembro.

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( revista trimestral )

Nome: Rua: Bairro:

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TU R ISM 0

Viagens com Francisco Rocha iWi

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V A Frandsco Rocha ( alto a esquerda ) e amigos Surdos em Roma

A partir desse numcro da Revista da FENEIS espublicando algumas reportagens especiais de autoria do Surdo ( morador de Porto Alegre/ # mtaremos

Vamos saber agora o que Frandsco viu

ano passado em Roma, por ocasiao dos Jogos

Olimpicos Surdos.

RS) Francisco Eduardo Coelho da Rocha . Apaixonado por viagens e engajado na luta mundial dos Surdos por seus direitos, Francisco Ro cha tern viajado por muitos paises sempre buscando saber mais sobre a vida c organizagao dos Surdos de cada lugar. Alem de buscar informagoes sobre politica, edu cagao, tecnologia , enfim , tudo o que diga respeito aos Surdos, ele tern estabelecido contatos importan tes, alem de receber varios convites para eventos. A seguir o depoimento de Francisco: O CISS/Comite Internacional de Esportes para Surdos foi fundado por lideres Surdos, em Paris, Franga, em 1924. Este Comite tern fungao organi zar e divulgar as Olimpiadas para os Surdos, que ocorre de quatro em quatro anos, sempre em ci dades diferentes, nao necessariamente nos mesmos paises.

Em julho de 2001, os XIX Jogos Olimpicos

I

Surdo de POA

A abertura foi propria de pessoas Surdas para Surdos. Foi emocionante toda a beleza, a agitagao e o programa de abertura , as seqiiencias das apresen tagoes e desflles, dangas tipicas de diversos paises, fogos de artificio, teatro e toda a performance que demonstrava toda uma cultura Surda por tras. O show de abertura durou sete horas, com muita divcrsao, comidas e bebidas tipicas, alem de muito papo, com pessoas do mundo inteiro, que chegou a somar aproximadamente 12 mil pessoas Surdas. Eu fui ver e participar dos jogos das competigoes de Tenis, Futebol de Campo, Natagao, Basquete, etc. Minha maior torcida foi para a natagao, na qual, infelizmente fomos derrotados. Mas valeu a emogao por estar participando! Para as proximas Olimpiadas de 2005 nos, os Surdos brasileiros, vamos precisamos treinar mais para Hear igual as outras equipes, que sao formadas por atletas profissionais. Quero mencionar aqui a participagao de um atleta Surdo da Africa do Sul, que obteve medalha de prata nos Jogos Olimpicos da Australia, em julho de 1999, em Sidney. Ele e um ldolo e modelo Surdo para todos nos. Nas Olimpiadas de Roma ele fez o maior sucesso. Seu nome e Terence Parkin . Con versei com ele e lhe fiz algumas perguntas. Francisco Rocha: Me conta como foi seu inicio na natagao? sete anos de idade e treinava diariamente durante sete horas, alem dos meus estudos. FR: Em Sidney, Australia, o que voce sentiu quando chegou no Fim dos 50 metros? TP: Eu nadci com muita forga e nem percebi quando encostei na borda da piscina e nem acreditava que havia tirado o segundo lugar. FR: Como voce percebeu o segundo de largada ? O ouvinte ouve o tiro e o Surdo, como? TP: Havia no fundo da piscina uma luz especial , que piscou junto com o tiro. Assim , a competigao era

Terence Parkin: Comecei com

aconteceram em Roma , na Italia , de cujo evento pude

justa .

participar. Em 2005, os XX Jogos Olimpicos terao lugar na Australia, na cidade de Melbourne, ao sul do pais. Sobre os XIX Jogos Olimpicos na Italia : O inicio foi dia 19 de julho de 2001, na grande e historica Roma . Nos dias iniciais tiveram vez as modalidades de futebol, volei e basquete. A abcrtu ra cerimonial e o desfile das delegagoes dos paises participantes aconteceu somente no dia 22. Durante a semana seguinte aconteceram todas as modalidades do atletismo, jogos individuals e mais outros coletivos. A cerimonia de encerramento foi dia 1 de agosto.

FR: Voce achou que os atletas ouvintes aceitaram a sinalizagao da luz, sem preconceito? TP: Sim , todos entenderam os meus direitos, enquan to Surdo competidor.

FR: Voce acha que ha possibilidade de os Surdos competirem , em igualdade de condigoes com os ouvintes, em Olimpiadas futuras? TP: Sim, claro que ha . Mas os Surdos precisam se capacitar para tal . FR: Muito obrigado pelo seu tempo. TP: De nada . Abragos a todos do querido Brasil.

Abril 2002 - revista da Feneis

25


T U R ISM 0

Nova Zelandia A Nova Zelandia e um pais muito Undo, com muitas oportunidades para esportes radicais. O pro blema para chegar la e a distancia, pois o voo e mui to longo, do outro lado do mundo, sao mais de 24 horas de voo! E ainda precisamos atravessar a “ li nha internacional da data ” , o que significa que saimos do Brasil em um dia e chegamos la um dia depois. Sao 13 horas de diferenga para o Brasil ! Se aqui e meio-dia , la ja uma hora da madrugada do outro dia, entenderam ? Eu conheci seis cidades da Nova Zelandia : AUCKLAND, ROTORUA , TAPUO, WELLING TON, CHRISTCHURCH e QUEENSTWON . AUCKLAND e a maior cidade, maior mesmo que a capital, WELLINGTON. La visitei a Deaf Association of the New Zcland e conversei bastante sobre atividades dos Surdos: politica, educagao, como os Surdos da Nova Zelandia estao mais fortes e unidos em sua luta . Meu amigo Cris e o diretor de esportes da Associagao de Surdos da Nova Zelandia, onde eles tern

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Francisco na Nova Zelandia

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revista da Feneis - Abril 2002

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realizado muitos campeonatos, e ate mesmo uma revista sobre esportes dos Surdos. Os Surdos ficaram surpresos e contentes por encontrar um brasileiro (eu ) la na Nova Zelandia porque estao acostumados a recebcr visitantes da Europa e da America , mas nunca tinham tido conta to com um brasileiro. Eles disseram que gostariam de manter conta to e trocar ideias com brasileiros sobre as lutas e eu lhe contei sobre os nossos Surdos . O Surdo Tony e o presidente da Deaf Association of the New Zeland e disse que o dicionario de Lingua de Sinais da Nova Zelandia foi con siderado um dos quatro melhores do mundo. Eu vi o livro, que e muito bom, tern os sinais descritos de quatro maneiras diferentes, formas, desenhos. Gostei bastante. O nome da Lingua de Sinais deles e New Zeland Sign Linguagem - NZSL. Eu consegui aprender um pouco, apesar das diferen as para a nossa LIBRAS, ja que tern o alfabeto com duas maos, como na Inglaterra. A Nova Zelandia e um pais pequeno mas e um pais rico, e os Surdos la sao muito capazes, as facul dades tern alunos ouvintes e Surdos estudando jun tos e e a obrigatorio o interprete nas aulas para os Surdos. Eles tern tambem escolas especiais para Surdos, TDD/ TS, legenda nas teves, etc.. A segunda etapa da minha viagem foi Rotorua ( foto 2), cuja regiao em 1886 foi o epicentro de um terremoto e da simultanea erup ao do vulcao Taraw'era. Esse vulcao e hoje aberto para visitagao. E muito interessante, com muita fumaga e agua quen te saindo do chao, o cheiro e que e diferente, pois o ar cheira a enxofre. Tern um vulcao que sopra vapor a 170 graus de temperatura, e muitos buracos no chao da cidade soltando vapor e agua quente. Os indios da Nova Zelandia que moram la se chamam MAORI, e tern uma maneira de se cumprimentar diferente: eles se tocam pelo nariz! E muito engragado. De Rotorua fui para Queenstown , que fica em outra ilha (a Nova Zelandia tern duas: a do Norte e a do Sul ) e Queenstowm esta na ilha do sul . A regiao e lindissima, tern paisagens maravilhosas, com mon tanhas muito altas, com neve e lagos muito bonitos. Fiquei apaixonado pela beleza da regiao de Queenstown . Dificil saber o que foi mais bonito depois de ter visto tantas coisas bonitas, antes de vir embora eu ja estava meio de ressaca de tanta beleza . Tambem existcm muitos passeios com aventu ras radicais, caiaque, canoagem , etc. Eu tentei esqui ar na neve... mas estava muito frio e eu nao consegui me acostumar nem ao menos a caminhar na neve, quanto mais csquiar... Bern, dessa vez ficamos por aqui. Encontro voces na proxima edigao da Revista da FENEIS. Ate la!

- aV,


E S P 0 R TES

Olimpiada de Surdos do Brasil Programagao Abertura Dia 7 de maio de 2002

A Olimpiada de Surdos do Brasil aconte# mcera entre 7 e 11 de maio cm Passo Fun do/RS para selecionar atletas e equipes que obliverem os melhores resultados, para jun tos formarem a Selegao Brasileira de Atletas Surdos, para que representem o Brasil na 1 ° Olimpiada de Surdos do Mercosul que acon tecera em Novembro de 2002. Durante a solenidade de langamento da programagao da Olimpiada , dia 10 de margo, nas dependences do Quartel do Exercito de Passo Fundo, foi apresentado o mascote da Olimpiada: um esbogo do Papagaio medindo dois metros de altura , o qual esta em extingao, conhecido popularmente como “ Papagaio-Charao” , ave nativa tipica do sul do Brasil procedente da familia Psillacidae , mostrando que, e alem da pratica desportiva, o evento procura tambem conscientizar a preservagao da natureza . A 1 ° Olimpiada de Surdos do Brasil esta programada para desenvolver as seguintes modalidades desportivas: Volei, Volei de Praia , Basquete, Futebol de Salao, llandcbol, Tenis de Quadra , Tenis de Mesa , Xadrez, Natagao, Ciclismo e Atletismo. Paralelamente a 1 ° Olimpiada de Surdos acontecera o Seminario “ Surdo: O cida dao como simbolo - Desafios para um novo tempo” (dias 7, 8 e 9 de maio), com objetivo de discutir as questoes dos Surdos sob a otica da sua insergao na vida em sociedade, como simbolo da igualdade, despertando pessoas para os desafios de um novo tempo e, igualmente, conceituando a educagao especial em favor de uma comunidade sem bloqueios, preparando para um mundo sem fronteiras. O Seminario sera uma realizagao da:

Associaqao dc Surdos de Passo Fundo Governo do Estado do Rio Grande do Sul Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul Secretaria de Educagao Especial do Ministerio da Educagao ULBRA- Pro Reitoria de Extensao e Cul tura

Centro Tecnologico da ULBRA Unidade de Ensino Especial Concordia ULBRA Contato Surdo Eventos e Promogocs

H0RARI0:19 HS Conferenda: "0 cidadao como simbolo e a verda deira sociedade da inclusao" Conferencista: Marilene Ribeiro dos Santos Secretaria de Educagao Especial do Ministerio da Educagao do Brasil ( Brasilia ) Horario: 20 h 30 Conferenda: "0 papel fundamental da escola em trabalhar com a diferenga e nao a deficiencia" Conferendsta: Angela Maria Nienow de Meirelles - Di retora da Unidade de Ensino Espedal Concordia ULBRA

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HORARIO: 9 HS Conferenda: "A Surdez, os Surdos e as Relagoes de Poder ( es ) " Conferendsta: Ottmar Teske - Mestre em EducagaoCoordenador do Centro de Estudos Surdos - ULBRA ( Porto Alegre ) HORARIO: 10H 30 Conferenda: "Escola para Surdos e suas metas: Repensando o Curriculo num Perspectiva Bilingue e Multicultural" Conferendsta: Carlos Skliar - Doutor em Fonologia Professor do Programa de Pos-Graduagao em Educa gao da UFRGS ( Porto Alegre ) HORARIO: 19 HS Conferenda: "Material' s didaticos para o ensino de

-

LIBRAS" Conferendsta: Tanya A . Felipe Professora Doutora Titular da Universidade de Pernambuco, Coordenadora do Grupo de Pesquisa da FENEIS e Coordenadora do Programa de LIBRAS - o idioma que se ve ( Pernambuco ) HORARIO: 20H 30 Conferenda: " Em busca de uma nagao cidada" Conferendsta: Antonio Mario Souza Duarte Presidente da Federagao Nacional de Educagao de Integragao dos Surdos ( Teofilo Otoni / MG )

Encerramento Dia 9 de maio de 2002 HORARIO: 9 HS Conferenda: "Desafios para um novo tempo" Conferencista: Jose Tadeu Raynal da Rocha Presidente da Conferenda de Desportos de Surdos-

CBDS (Salvador - Bahia ) H 0 RARI0:10 H 30

Conferenda: Educagao e Profissionalizagao do Surdo no Brasil Conferencista: Stny Basilio F. dos Santos Diretora do Instituto Nacional de Educagao de Sur-

- Rio de Janeiro

LOCAL DO SEMINARIO : Salao Social do Clube Juvenil de Passo Fundo Rua Benjamin Constant, 286 Fones: ( 54 ) 313- 4836 ou 3132532 INFORMAgOES E INSCRigOES Associagao de Surdos de Passo Fundo Rua Moron , 1324 Sala 2 B - Cep: 99010-031 Telefone: ( 54 ) 313- 7836 e- mail: contatosurdo (g) contatosurdo.com . br

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TAXA DE INSCRigAO Valor individual: R $ 20, 00 Valor /Grupo de 10 pessoas: R $150, 00

4 Olimpiada de Surdos do Mercosul 2002

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la OLIMPIADA DE SURDOS DO MERCOSUL Realizagao: de 2 a 9 de novembro de 2002

Objetivos:

Dia 8 de maio de 2002

dos

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““

• Estabelecer a

busca de resultados olimpi cos, atraves do esporte de rendimentos e o estabelecimento de marcas que sejam indicativas para outras competigoes a nivel internacional, projetando os paises partici pantes nas diversas modalidades esperifi cadas no projeto. • Integrar educagao, esporte e cultura , promovendo a troca entre os pares e a busca permanente de um mundo mais fraterno e solidario. • Ampliar as relagoes pessoais e interpessoais do portador de necessidades esped ais em um ambiente dinamico e rico de trocas culturais. • Oportunizar situagoes de tentativas e su peragao de seus limites. • Fortalecer e legitimar a identidade desse segmento social para que sua partidpagao na sociedade acontega em condigoes de igualdade com direitos e deveres a serem cumpridos e respeitados.

Organizagao Confederagao Brasileira de Desportes de Surdos Confederacion Sulamericana de Desportos de Sordos Paises do Mercosul, Paises convidados. Modalidades: Volei , Basquete, Futebol de Sa lao, Futebol de Campo, Handebol, Atletismo, Natagao, Tenis de Mesa, Tenis de Qua dra , Xadrez, Volei e Basquete. Participantes: n ° de componentes de uma delegagao = 88 pessoas. n ° de atletas por delegagao = 70 atletas n ° de dirigentes = 18 dirigentes (entre in terpretes, tecnicos, auxiliares e outros). Delegagao feminina = 35 atletas Delegagao masculina = 35 atletas * 0 numero de atletas, feminino ou mascu lino, podera ser flexibilizado para mais ou para menos, porem nunca ultrapassando o total de 60 atletas por delegagao. Faixa etaria dos atletas: 16 a 35 anos.


EDUCAQAO

Santa Catarina sai na frente: abre Curso a Distancia para Surdos Idavania Maria de Souza Basso

^^/

% ia 9 de mar o de 2002 aconteceu a aula inaugural do Curso de Pedagogia aberto a Surdos na Universidade Estadual de Santa Catarina ( UDESC ) , em Santa Catarina . Participaram da cerimonia os 39 (trinta e nove) alunos Surdos e os 06 (seis) alunos ouvintes inscritos. A professora GLADIS PERLIN (Surda), interpretada por Maria Cristina , aprcsentou o Projeto do Curso e todos ficaram emocionados pela signifi cagao daquele momento historico, ha tanto tempo esperado pela Comunidade Surda . Foi uma aula maravilhosa, que encan tou ouvintes ( pais e profissionais) e, tambem , os alunos. As autoridades presentes mostra ram -se sensibilizadas e reconheceram a urgencia de uma nova proposta educacional para as pessoas Surdas, demonstrando receptividade e interesse na expansao do Pro-

^

-

jeto.

A proposta , apresentada a UDESC, foi elaborada por uma COMISSAO formada por representantes de duas Associates de Surdos da Grande Florianbpolis, do F6 rum em Defesa dos Direitos dos Surdos de Santa Catarina e do IATEL - Instituto de Audigao e Terapia da Linguagem . Esta comissao procurou elaborar uma proposta bilmgtie voltada a formagao de Educadores Surdos para Educagao Infantil e Series Ini ciais do Ensino Fundamental . Os alunos contain com tutores, com experiencia em Edu cagao de Surdos e usuarios da Lingua Brasileira de Sinais ( LIBRAS). Ha, tambem, urn Interprete LIBRAS que acompanha todas as atividades academicas e as aulas. As aulas do Curso a distancia , na UDESC, sao organizadas desta forma: • 20 % da carga horaria total com aulas presenciais com o professor e os tutores e • 80% da carga horaria com estudos indi viduals e/ou pequenos grupos. Tivemos o cuidado de garantir, com a Coordenagao da Educagao a Distancia , que o maior numero possivel de aulas presenciais sejam ministradas por Surdos, formados nas diferentes areas de conhecimento, ou por

I Professora

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revista da Feneis

- Abril 2002

pessoas ouvintes que atuem nesta perspecti ve educacional . O Ensino a Distancia e, fundamental mente, individualizado e por isso o aluno necessita de materiais instrucionais que atendam as suas especificidades, com infor magoes teoricas, exercicios praticos e ativi dades de reflexao. Por isso, o material que ja existia foi adaptado para esse Curso, ou seja , procuramos enfatizar a aprendizagem visu al atraves de figuras, fotografias, esquemas, graficos, etc., de forma a facilitar a compreensao dos conteudos. Tambem , foram feitas alteragoes no texto, nao apenas na forma de redagao dos mesmos mas, principalmente, com o acrescimo de informagoes sobre a Comunidade Surda , a Cultura Surda e a LIBRAS, entre outras. Cada Caderno Peda -

-

gogico, correspondente uma disciplina e vem acompanhado de um video. Ja foram produ zidos dois videos em LIBRAS, especifica mente, para os alunos Surdos. Esta em ela boragao, no momento, um video sobre essa lingua, feito em colaboragao com os propri os alunos deste Curso. Alem do material impresso e do video, a UDESC conta com outros recursos, como INTERNET, onde esta em fase de planejamento a P& gina do Sur do, na qual os alunos poderao ter acesso a varias informagoes, tais sejam: textos, aulas, foruns e salas de discussao, etc. Esperavamos, aproximadamente, 20 alunos Surdos, porem chegamos a 39 alunos inscritos, praticamente de todas as regioes de Santa Catarina . Para complctar a turma de 45 alunos foram abertas 06 vagas para ouvintes que estao trabalhando, diretamen te, com Surdos em escolas e nas Associagoes, sendo que dois deles, tambem , sao Interpretes de LIBRAS. A seguir apresentamos um resumo da nossa proposta, com as disciplinas que inserimos e adaptagoes feitas nas que fazem parte do Curriculo do Curso de Pedagogia . Estamos cientes de que este e apenas um passo na longa caminhada que teremos pela frente. Sabemos que este grupo de alu nos Surdos, pioneiros, tera um papel muito importante na formagao educacional das criangas Surdas no futuro proximo.

-

ESTUDOS COMPLEMENTARES:

.

1 Ensino da Lingua Brasileira de Sinais (LIBRAS)

como Primeira Lingua - 80 h.

.

2

Portugues Instrumental com Enfase na Leitura e

.

Interpretagao de Textos - 120 h

Obs.: 0 ensino de LIBRAS e de Portugues terao que anteceder as demais disciplinas. 3. Ensino de Portugues como Segunda Lingua

.

4

- 30 h.

A aquisigao da Linguagem pela Crianga Surda -

30 h. 5. A Alfabetizagao do Surdo na Lingua Brasileira de

Sinais

. 7. 8. 6

- 50 h.

A Literatura Infantil para Surdos - 20 h.

Historia da Educagao de Surdos - 20 h. As Concepgoes Clinica e Antropologica da Surdez e do Sujeito Surdo - 30 h.

DISCIPLINAS CURRICULARES Quanto as DEMAIS DISCIPLINAS, nao mexemos na Estrutura Curricular do Curso, mas foi possivel IN-

SERIR conteudos especificos em cada disciplina. As-

sim sendo, temos:

.

.

1 PSIC0L0GIA: Psicologia, Surdez e o Sujeito Surdo

2. S0CI0L0GIA: A Comunidade Surda e sua Organi-

zagao Socio - politica.

.

3

DIREITOS HUMAN0S E CIDADANIA : 0s Direitos Humanos ( linguisticos, educacionais, entre outros ) e de Cidadania do Surdo, enquanto Minoria

Social.

.

POLITICAS PUBLICAS: Politicas Publicas para os Surdos. 5. CONTEUDOS E MET0 D 0L0GIA DE LINGUAGEM I: Gramatica Contrastiva entre a Lingua Portuguesa e a LIBRAS. Linguagem e Ensino de Portugues como segunda lingua 6. METODOLOGIAS DE ENSINO DE MATEMATICA, CIENCIAS, HISTORIA E GEOGRAFIA - A Experiencia Visuo -espacial dos Surdos. 7. EDUCAgAO ESPECIAL E APRENDIZAGEM: Problemas de Aprendizagem no Processo Educativo da Crian ga Surda. 8. ARTE E DESENV0LVIMENT0 INFANTIL: A Arte e o sujeito Surdo. 9. DIDATICA: Aspectos Teorico - metodologicos para o Trabalho na Educagao Infantil dos Surdos. 10. CURRICULO: 0 Curriculo para a Educagao de Surdos. 11. EC0N0MIA E TRABALHO: Educagao Profissional para Surdos. 4


CI DA DA N IA

FENEIS partiripa de orgao responsavel pelas politicas publicas Vamos saber o que e o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiencia/ CONADE

I Lucia Severo da Costa e Evanise Luz Pinto Qela

necessidade de fortalecimento da

I representatividade do segmento das pes-

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soas portadoras de deficiencia junto aos or gaos responsaveis pelas Politicas Publicas, foi criado o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiencia - CONADE, com sede e foro no Distrito Federal . O Conselho foi integrado a estrutura do Ministerio da Justiga, pela Medida Pro visoria n° 1799 - 6, em 10 de julho de 1999, como orgao superior de deliberagao colegiada, ao qual compete, principalmente o acompanhamento e a avaliagao da Politica Nacional da Pessoa Portadora de Deficien cia e das politicas setoriais de educagao, sau de, trabalho, assistencia social, transpose, cultura , turismo, desporto, lazer, politica urbana, no qual concerne a pessoa portadora de deficiencia . Constituido de forma paritaria , o CONADE e composto por representantes go vernamentais e da sociedade civil, totalizan do 26 conselheiros: Representantes governamentais Ministerio da Justiga ; Ministerio da Educagao; Ministerio da Saude; Ministerio do Esporte e Turismo; Ministerio do Trabalho e Emprego; Ministerio dos Transportes; Ministerio da Cultura; Ministerio das Comunicagoes; Ministerio da Previdencia e Assistencia Social; Ministerio Publico Federal; Ministerio Publico do Trabalho e Casa Civil da Presidencia da Republica.

Representantes da sociedade civil

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Uniao Brasileira de Cegos UBC; Sociedade Brasileira de Ostomizados - SBO; Sodedade Brasileira de Medidna Fisica e Reabilitagao; Federagao Nadonal das Sodedades Pestalozzi - FENASP; Federagao Nacional de Educagao e Integragao dos Sur dos - FENEIS; Federagao Brasileira das Associagoes de Sindrome de Down FBASD;

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& Membros do CONADE

Organizagao Nacional de Entidades de Defidentes Fisi-

cos - ONEDEF; Associagao Brasileira de Autismo; Federagao Brasileira de Instituigoes de Excepcionais, de Integragao Sodal e de Defesa da Cidadania - FEBIEX; Federagao Nadonal das APAE s - FENAPAE; Ordem dos Advogados do Brasil - OAB; Confederagao Nadonal do Comercio - CNC e Central Unica dos Trabalhadores CUT.

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Competences do CONADE: - Zelar pela efetiva implantagao da Politica Nacional para Integragao da Pessoa Porta dora de Deficiencia; - Acompanhar o planejamento e avaliar a execugao das politicas setoriais de educa gao, saude, trabalho, assistencia social , transporte, cultura , turismo, desporto, lazer, politica urbana e outras relativas a pessoa portadora de deficiencia; Acompanhar a elaboragao e a execugao da proposta orgamentaria do Ministerio da Justiga, sugerindo as modificagoes necessarias a consecugao da Politica Nacional para Integragao da Pessoa Portadora de Deficiencia; - Zelar pela efetivagao do sistema descentralizado e participativo de defesa dos di reitos da pessoa portadora de deficiencia; - Acompanhar e apoiar as politicas e as agoes do Conselho dos Direitos da Pessoa Porta dora de Deficiencia no ambito dos Esta dos, do Distrito Federal e dos Municipios; - Propor a elaboragao de estudos e pesquisas que objetivcm a melhoria da qualidade de vida da pessoa portadora de deficiencia; - Propor e incentivar a realizagao de campanhas visando a prevengao de deficiencias e a promogao dos direitos da pessoa porta dora de deficiencia; - Aprovar o piano de agao anual da Coordenadoria Nacional para Integragao da Pessoa Portadora de Deficiencia CORDE; - Acompanhar, mediante relatorios de gestao, o desempenho dos programas e projetos da Politica Nacional para Integragao da Pessoa Portadora de Deficiencia; Elaborar seu regimento interno. O CONADE reune-se mensalmente,

em Brasilia, no anexo do Ministerio da Justiga , Bloco T - 2° andar - sala 214. E- mail: conadefrMni .gov. br A FENEIS desde a criagao do CONADE tern assento neste Conselho, ten do como representantes: Titular: Lucia Severo da Costa Interprete: Evanise Luz Pinto Suplente: Helena Maria Alvares de Campos Pinto

Inumeras situagoes a FENEIS tern levado a este Conselho e, na maioria das vezes, temos obtidos excelentes resultados e participagao. No ano passado, tivemos a oportuni dade de participar de um estudo sobre as leis de acessibilidade, o que nos foi de grande valia, pois tivemos a chance de demonstrar que acessibilidade nao se restringe so a mu dangas fisicas e sim educacionais e culturais de um povo. Discutimos sobre a Educagao Inclusiva , colocando as preocupagoes da comuni dade Surda brasileira ; sobre a LOAS (Lei Organica da Assistencia Socia ) l; sobre a aferi gao do grau de surdez na classificagao do tra balhador ; sobre as dificuldades que a comunidade Surda sente com as administra doras de cartoes de credito; problemas de al gumas pessoas Surdas junto ao DENATRAN e CONTRAN; problemas advindos da rela gao contratual entre a FENEIS e a DATAPREV e outros mais. O CONADE elegeu o seu Presidente e Vice- Presidente para Gestao 2002/2003, du rante a X Reuniao Ordinaria realizada em Brasilia no dia 7 de margo de 2002. Assume a Presidencia o Dr. Adilson Ventura , representante da Uniao Brasileira de Cegos - UBC. A Vice-Presidencia ficou com o Dr. Ernesto Augusto Lucas Neves, represen tante do Ministerio dos Transportes, que ja visitou e conheceu a FENEIS, no ano passado. Gostariamos que a comunidade Surda Brasileira soubesse dessa participagao da FENEIS e coloca-se a disposigao para con tatos e futuros encaminhamentos ao CONADE. Abril 2002

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revista da Feneis

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P E R FI L

Marcelo Silva Lemos REVISTA DA FENEIS: Onde e quando nasceu ? MSL: Nasci cm Porto Alegre, no dia 22 de Marqo de 1968.

RF: Nasceu Surdo? MSL: Sim , nasci Surdo, em conseqiiencia de trauma tismo no parto.

RF: Tem outros Surdos na familia ? MSL: Nao, pois a minha surdez nao e congenita .

0 Diretor Regional da FENEIS/ RS, Marcelo Silva Lemos , de apenas 32 anos, ja tem uma grande experiencia como batalhador das causas Surdas. Saiba um pouco mais sobre sua vida e seus pianos para o future.

RF: Conte- nos um pouco sobre sua infancia e escola ridade. MSL : Eu tinha 1 ano de idade quando minha familia ficou sabendo da minha surdez. Com 1 ano e 9 meses comecei atendimento fonoaudiologico o qual con tinuci ate os 10 anos. Com 2 anos entrei para a Escola Especial Concordia , onde fiquei ate os 8 anos. Minha mae resolveu , entao, me colocar numa escola para ouvintes onde estudei ate a 5a serie. Pedi, en tao, para meus pais para voltar para a Escola Especial Concordia, pois encontrava muita dificuldade, ten do em vista que ninguem na escola conhecia a Lin gua de Sinais. Acabei o 1° grau e fiz todo o 2° grau na Escola Especial Concordia, onde realmente desenvolvi meus conhecimentos, junto a comunidade Surda . RF: Quando e onde aprendcu a LIBRAS? MSL: Comecei a aprender a Lingua de Sinais no meio da comunidade Surda, pois naquela epoca a Escola nao permitia o uso de Sinais. Mais tarde a Escola Especial Concordia adotou a LIBRAS e ai me aperfeiqoei . Inclusive o ensino das disciplinas ficou mais acessivel com o uso da LIBRAS. RF: Desde quando trabalha com a luta pelos direitos dos Surdos? MSL: Estava ainda no 2° grau (1986), quando partici pei em Curitiba de um encontro a Comissao de Lutas pelo Direitos dos Deficientes Auditivos . Desde entao tenho participado sempre das lutas pelos direitos do Surdos. Na Sociedade dos Surdos do Rio Grande do Sul ja ocupei varios cargos como Diretor de Patrimonio, Tesoureiro, Conselho Fiscal, Conselho Deliberativo, sempre lutando pelos Direitos dos Surdos. Sou socio da SSRS ha 20 anos. RF: Voce acha que a vida dos Surdos Brasileiros esta melhorando? MSL: Sim . Temos conseguido muitas conquistas, como o reconhecimento da LIBRAS em varias cidades e estados, legendas na Teve, telefone TDD, interpretes nas universidades, etc.... A FENEIS tem feito com que conquistemos cada vez mais nosso lugar na sociedade.

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revista da Feneis Abril 2002

RF: Voce tem algum hobby? O que faz para se divertir? MSL: Meu hobby e colecionar miniaturas de carros antigos. Sempre que tenho oportunidade, visito exposigoes de carros antigos e gosto muito de assistir corridas de automoveis. Desde pequeno gosto mui tissimo de autorama . Nos fins de semana gosto mui to de frequentar a SSRS, junto com minha esposa e meu filho, onde temos a oportunidade de encontrar os amigos para conversar. Atualmente me dedico tam bem a caminhadas. Em mar o fiz o Caminho das Missoes (aqui no Rio Grande do Sul ) . Foram 180 Km percorridos em 7 dias. Em setembro talvez faga a caminhada de Santiago de Compostela , na Espanha , 800 KM.

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RF: Quais sao seus pianos para o futuro? MSL: Meus pianos para o futuro sao me dedicar cada vez mais em difundir o ensino da LIBRAS. Vejo cada vez mais necessario a LIBR\ S estar presente em repartiqoes publicas, hospitais, delegacias de policia, etc..., para melhor atendimento dos Surdos. RF: Maior alegria . MSL: Minha maior alegria e a minha familia: esposa e filho. RF: Maior tristeza . MSL: Sofro ao ver uma pessoa doente, passando necessidade e tambem ver as pessoas desempregadas sem conseguir trabalho.

RF: Maior orgulho. MSL : Ter vencido dificuldades e conquistado meu lugar na sociedade. RF: Maior arrependimento. MSL: Nao tenho arrependimento de nada que fiz ate hoje.

RF: Uma mensagem para os Surdos brasileiros. MSL: Quero dizer para os Surdos brasileiros, princi palmente para os jovens, que e preciso lutar, acabar com o preconceito. E preciso mostrar que o Surdo e capaz de conquistar o seu lugar na sociedade no mercado de trabalho. Para os jovens eu digo que so con seguirao isso com muito estudo e for a de vontade. Obrigado Surdos brasileiros!

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RF: Obrigada para voce, Marcelo, e parabens por seu trabalho!!! rrm


ESPECIAL

E lan ado Dicionario Digital da Lingua Brasileira de Sinais

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IGuilherme de A. Lira e Tanya Amara Felipe A concepgao do projeto do dicionario digital da #

mLingua Brasileira de Sinais teve inicio em agos-

to de 1997, na observagao da utilizagao da internet

pelos alunos Surdos do INBS ( projeto - “ 0 Surdo e o Mundo� ). Esses alunos utilizavam tres salas virtuais de conversagao (CHATS), segmentadas por faixa etaria , disponibilizadas na rede interna do instituto. A gravagao das conversas realizadas entre os alunos nesses CHATS internos, nos possibilitou ti rarmos as seguintes conclusoes: a primeira , foi em relagao a facilidade e aderencia desses alunos as novas tecnologias de comunicagao e informagao e a segunda, em relagao a grande defasagem na aquisigao da lingua portuguesa pelos alunos Surdos. Essa defasagem linguistica limitava em muito o acesso desses alunos a interatividade permeabilizada pela internet, principalmente na troca de informagoes. O fato e que, no outro lado da rede, o internauta anonimo se deparava com uma barreira linguistica im penetravel, tendo em vista a dificuldadc de comuni cagao por/com os usuarios Surdos, inviabilizando e desestimulando seu fluxo. O motivo principal era o desconhecimento das duas linguas, pelos ouvintes e pelos Surdos. Com vocabulario restrito a conversa nao se desenvolvia. A despeito dos cursos de LIBRAS, faltava instrumental adequado, faltava mostrar o movimen to do Sinai em LIBRAS e o seu significado na lingua portuguesa .

& Consultor da

Fundagao Padre Leonel Franca - PUC- Rio - Idealizador e coordenador geral do projeto e Doutora em Linguistica , consultora da FENEIS e coordenadora da pesquisa , responsavel pela organizagao do didonario digital bilfngue de LIBRAS.

Durante os dois anos de desenvolvimento do projeto Centro de Referenda Virtual para o INES (1998/1999), a ideia de desenvolver um vocabulario portugues x LIBRAS acessivel via internet (a ideia inicial era utilizar desenhos) tornou -se realidade quando observamos que no Canada, no site http://dww.deafvvorldweb.org ( hoje http://wuw.handspeak.com), estavam ini ciando uma experiencia em disponibilizar os Sinais da ASL-Lingua Americana de Sinais corresponden tes a palavras, atraves de GIFS animados (fotos ani madas) . Tendo como base essa experiencia, desenvolvemos com os recursos do projeto Centro de Referen da ( parte II), um sistema integrado com a internet que disponibilizava Sinais filmados, utilizando uma

tecnologia mais avangada ( tecnologia AVI com recursos de compressao digital), permitindo que o Si nai pudesse ser visto em sua totalidade. Essa experiencia pioneira no Brasil foi chamada de Vocabula rio Digital de LIBRAS (1999). Esse vocabulario piloto, acessivel atraves do SITE do Instituto, http://www. ines.org. br foi com posto por um conjunto de Sinais, com cerca de 1000 Sinais, em forma de videos digitais, correspondendo palavras em portugues, cadastrados em banco de dados, integrados com a internet . Nos tres primeiros meses de sua publicagao na internet o vocabulario teve cerca de 20.000 acessos (se considerarmos que cada pessoa so consultou uma so palavra x Sinai ), provocando uma enorme expectativa por parte dos alunos, pais e professores e da comunidade Surda para a sua ampliagao, isto e, para inclusao de novos Sinais, representando outras pala vras, sinonimos regionais, verbos, pronomes etc. Essa demanda reprimida gerou a necessidade de nao so de ampliar o vocabulario, mas de estrutura lo em forma de um dicionario Portugues x LIBRAS, organizado metodologicamente por especialistas Surdos, filologos e lingiiistas, entre outros, para servir como uma nova fonte de consulta mais rica para o Surdo, alunos Surdos, pais e professores de Surdos, especialistas e para a comunidade em geral, ten do como base a experiencia acumulada no desenvol vimento do vocabulario digital e apoiado na estrutu ra montada pelo Centro de Referenda do Instituto Nacional de Educagao de Surdos - INES. Em maio de 2000, enviamos ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educagao ( FNDE MEC ) , com apoio irrestrito da Diretora Geral do Instituto Nacional de Educagao de Surdos - INES Profa . Stny Basilio Fernandes dos Santos e interesse Especial da SEESP - Secretaria de Educagao Especial do MEC, atraves da sua titular - Profa . Marilene Ribeiro dos Santos, o projeto para o desenvolvimento do Dicionario Digital de Lingua Brasileira de Sinais. O projeto foi desenvolvido em 10 meses, a partir da liberagao dos recursos pelo FNDE em janeiro de 2001 e 15 mil copias do Dicionario Digital deverao ser distribuidas nos proximos meses em todo o Brasil . Ban

Abril 2002

- revista da Feneis

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REGIONAIS

NOTICIAS

Noticias Regionais Belo Horizonte

A FENEIS/ BH promoveu em janeiro, em parceria com a Secretaria Agao Social e verba do Governo federal, onze cursos de capacitagao para Surdos (126) e ouvintes (60), incluindo Digitagao, Windows, Pintura , Interpretes de LIBRAS e outros. Um dos cursos mais procurados foi a OFICINA DE CON-

FECgAO DE ELEMENTOS DECORATIVOS PARA FESTAS , com os instrutores Ana Cristina Sabino e Lincoln Diony de Souza . Tomaram posse no CONSELIIO ESTADUAL DE DEFESA DA PESSOA DEFICIENTE DE MINAS GERAIS os senhores Rodrigo Malta (efetivo) , Antonio Campos de Abreu (suplente) e senhora Maria Regina (efetiva). A FENEIS/MG esta enviando Instrutores Surdos para ministrar cursos de LIBRAS em diversas cidades, por solicitagao e parceria com as Prefeitu ras Municipais de Mariana , Ouro Preto, Ibirite, Di vino e Betim . Tomou posse a nova diretoria da FEDERAgAO MINEIRA DESPORTIVA DE SURDOS. O novo presidente e o senhor Paulo Henrique Santiago. A FENEIS participou , atraves do seu presidente Antonio Mario, da festa de aniversario da ASSOCI AgAO DOS SURDOS DE PATOS DE MINAS, (foto abaixo) A DIRETORIA DA FENEIS vem exprcssar sua tristeza pelo falecimento de nosso Diretor CANDI DO LARA RIBEIRO NAVES NETO, vitimado por leucemia .

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Noticias de Teofilo Otoni

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Noticias de Recife

A FENEIS de Teofilo Otoni esta com uma mini fabrica de confecgao de camisas e outros materiais, para qualquer tipo de eventos, com um bom prego. Quem quiser encomendar basta entrar cm contato pelo telefax: (33) 3521 - 0233.

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revista da Feneis

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Noticias do Sul

No F6 rum Letramento e Minorias, realiza do nos dias 14 e 15 na cidade de Piracicaba , em Sao Paulo , foram um sucesso as participagoes de Marianne Rossi Stumpf apresentando Signwritting/ Escrila em IJngua de Sinais e Gisele Rangel apresen tando Curriculo de Geografia para Surdos . Cursos de LIBRAS: • Cidade de Ijui, acontecera o Nivel II no mes de maio; Cidade de Dois Lajeados, Nivel I; SMED proporcionou Curso de Lingua Brasileira de Sinais para professores municipais, no periodo de 28 de janeiro a 07 de fevereiro, na cidade de Guapore; Estamos fechando convenio com a Prefeitura da cidade de Gramado; No convenio com a SMED tivemos um total de 48 alunos aprovados em cinco cursos realizados em 2001. Em 2002 os cursos terao continuidade, con forme o nivel e a fase. No atual momento a Feneis esta oferecendo Cursos de LIBRAS aqui na Sede de Porto Alegre para os nfveis I e II , num total de 4 turmas ( manha , tarde e noite). Estamos fechando um pacote de cursos de LIBRAS com a Fundagao Gaucha do Trabalho e Agao Social, Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assisten cia Social do Governo do Estado do Rio Grande do Sul , num total de cinco cursos beneficiando 24 cidades do interior do estado, para capacitagao de seus servidores.

Feneis

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Na foto ao lado os diretores da recem - inaugu rada FENEIS/PE: Antonio Carlos Cardoso, 1° Di retor Regional e Ana Conceigao Mangueira De Aguiar Valenga , 2° Diretora Regional. Rua Guilherme Pinto, 146 - Gragas - Recife - PE CEP 52011-210


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BRASILEIRA DE SINAIS E LINGUA PORTUGUESA SEMELHAN AS E DIFEREN? AS

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pelo envio do material para o local de entrega!

Agradecemos sua partiripagao na difusao da Cultura Surda. Abril 2002 - revista da Feneis

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ENDEREgOS

Enderegos Importantes WEB SUE DA FENEIS NA INTERNET http:// www.feneis.com.br Visitem-nos!!!! Divulguem para os amigos!!!!! FENEIS/ RIO DE JANEIRO ( MATRIZ) Rua Major Avila, 379 Cep: 20511-140 Bairro Tijuca Rio de Janeiro/ RJ PABX: ( 21) 2567 - 4800/ Fax/TDD: ( 21) 2284- 7462 e - mail: feneis @ ruralrj.com.br - ( geral) diretfns @ruralrj.com.br - ( diretoria) rhfeneis @ruralrj.com.br - ( recursos humanos) gplibras @ ruralrj.com.br - ( Grupo de Pesquisa de LIBRAS e Cultura Surda Brasileira) secont@ ruralrj.com.br - ( setor de contabilidade)

centrdoc@vento.com.br - (centro de documentagao) FENEIS / ESCRITORIO REGIONAL DE MINAS GERAIS Rua Albita, 144 Bairro Cruzeiro Cep: 30310-160 Belo Horizonte/MG Telefax: ( 31) 3225 - 0088 e- mail : feneis@ feneis.com.br FENEIS

/ ESCRITORIO REGIONAL

PERNAMBUCO Rua Guilherme Pinto, 146 Gragas Recife - PE

Filiadas

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ASSOCIAgAO DOS SURDOS DE MINAS GERAIS Rua Ametista, 25 Prado Belo Horizonte-MG CEP: 30123 - 970

Centro Florianopolis -SC CEP: 88010- 902 Tel: (48) 224-8967 ASSOCIAgAO DOS SURDOS DE VARZEA GRANDE Rua Henrique de Paula n° 101 Centro Varzea Grande -MT CEP: 80220-071 Tel: (65) 682-7826

revista da Feneis

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Bairro Rio Branco Cep: 90430-130 Porto Alegre/ RS Telefone: ( 51) 3321- 4244 Fax /TDD: ( 51) 3321- 4334 e -mail: feneisrs@ig.com.br FENEIS

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AUDITIVOS DO ESTADO DA BAHIA- APADA Rua Ilheus, 110 - Parque Cruz Aguiar Rio Vermelho Salvador - BA CEP: 41940- 570 Tel: ( 71) 334-1468 Fax: ( 71) 334-1431/ 359- 6705 ASSOC. DE PAIS E AMIGOS DOS DEFICIENTES AUDITIVOS DO PIAUI Rua Cristal, 2865 Real Copagre Teresina-PI CEP: 64007- 230 Tel: (86) 214-1177


por cento) da programagao veiculada no prazo de cinco anos Art. 4° A inclusao da legenda codificada, em atendimento aos percentuais estabeleddos no art. 3 °, deverao ser feita prioritariamente nos telejornais, programas educativos e infantis e nas mensagens de todas as esferas do Poder Publico veiculadas pelas emissoras de televisao. Art. 5 ° As emissoras de televisao e empresas de produgao de legendas deverao reservar 20% ( vinte por cento) do seu quadro de estenotipistas a profissionais por tadores de deficiencias fisicas § 1° Aos estenotipistas portadores de deficiencia auditiva serao reservadas vagas no setor de edigao de legendas do processo de legendamento oculto. Art. 7° No prazo do dezoito meses a contar da data do publicagao desta Lei, os aparelhos do televisao fabrica -

.

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dos ou montados no Brasil deverao dispor do circuito do decodificagao de legenda oculta de que trata o art. 2° desta Lei. Art. 8° Constituem infragoes a esta Lei: I - veicular programas legendados em percentual inferi or ao especificado no art. 3 °. Pena - advertencia a emissora de radiodifusao de sons e imagens e, na reincidencia, multa de quinhentos real' s por dia de descumprimento da Lei. II - comercializar no Brasil aparelho televisivo ou assemelhado, que nao disponha de recursos para decodificar e apresentar sinal oculto codificado. Pena - multa de trezentos reais por unidade comercializada. Art. 8° Esta lei entra em vigor cento e oitenta dias apos a data de sua publicagao.

Vamos a luta!

Programa Nadonal de Apoio a Educagao de Surdos om transmissao direta da TV Executiva (sintoniWzada atraves de parabolicas ou teve a cabo), foi realizada na sexta -feira , dia 22 de margo, uma teleconference sobre o Programa Nacional de Apoio & Educagao de Surdos. O programa governamental, que pretende atin gir 50 mil Surdos matriculados no ensino publico fundamental, nessa primeira fase, consiste de cursos sobre a LIBRAS destinados a capacitagao de recursos humanos (ouvintes e Surdos) que irao atuar como agentes multiplicadores em seus estados. 0 progra ma inclui ainda a implementaqao de Centros de Apoio Pedagogico (CAP) para Surdos em todo o Pais. O ministro da Educagao, Paulo Renato Souza, participou da abertura do programa atraves de video, que contou tambem com a participagao de Marilene Ribeiro dos Santos, Secretaria de Educagao Especial (Seesp/MEC), Tanya Amara Felipe e Myrna Salerno Monteiro, do GPLIBRAS.

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Cerimonia de langamento do Programa Nacional de Apoio a Educagao de Surdos

LIBRAS - No ano passado a Seesp desenvol veu o projeto Cmzada em LIBRAS: a lingua que se ve (Para saber mais: Revistas da FENEIS numeros 12 e 13), em parceria com o Instituto Nacional de Surdos ( Ines/ MEC) e a FENEIS visando a tres tipos de profissionais: instrutores Surdos de LIBRAS, professores e interpretes em LIBRAS.

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Presidente da FENEIS, Antonio Mario, comemora o langamento do Programa com (da direita para a esquerda ) Tanya Felipe, Myrna Salerno, Karin Strobel e Elizangela Ramos

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Aqui tem Petrobras.

E possivel gerar riqueza e proteger a nossa maior riqueza: o meio ambiente.

Produzir petroleo e gas no

coragao da floresta e algo que

Wanderli Pedro Tadei, ambientalista brasileiro.

preocupa qualquer ambientalista

.

Mas , quando vemos o trabalho da Petrobras aqui, em Urucu ,

.

ficamos tranquilos As parcerias

com instituigdes de pesquisa mostram que a Petrobras se

preocupou em proteger as y

especies . E um belo exemplo

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de que e possivel explorar recursos

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naturais e preservar o meio

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Tao importable quanto produzir petroleo ou gas natural e proteger o meio ambiente . Por isso , a A

Petrobras esta investindo R$ 3 , 2 bilhoes no maior programa de gestao ambiental da sua historia. Mostrando que e possivel gerar riqueza e preservar a nossa maior riqueza: o meio ambiente.

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