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Introdução

Introdução

O tema da monografia busca compreender como que desde o princípio da civilização as relações comerciais são geradoras de espaços, neste caso as galerias comerciais. Com influências europeias, a arquitetura comercial brasileira é sempre pautada em uma questão de inovação, e será possível a passagem por este tema. Além disso, com foco na problemática, após este estudo cronológico haverá o excerto geográfico em que as galerias de São Paulo, vão passar, em toda sua formação e estética arquitetônica, por uma análise das relações do espaço e do indivíduo, visto que, a arquitetura é contexto e toma sentido com a interação humana.

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O trabalho apresenta a relação entre cidade e indivíduo por um espaço, mais especificamente as galerias comerciais e pavimentos térreos dos edifícios de uso misto. Esta relação toma forma em um estudo de parte do bairro da República na contemporaneidade mais especificamente nos arredores da avenida São Luís, sendo possível a leitura de forma perceptiva utilizando a fotografia e a história. O mercantilismo, desde os primórdios, foi um ofício fundamental no processo de transformação, formando aldeias e grupos sociais conforme suas habilidades e tradições comerciais, no presente trabalho haverá a análise da cronologia da tipologia de galeria comercial, além das transformações urbanas necessárias para o seu funcionamento.

A importância da economia para a formação das tipologias da galeria comercial se relacionam igualmente com as interações entre arquitetura, sociedade e a trajetória deste processo que será analisado com recorte espacial e temporal no Centro Novo de São Paulo, de 1930 até os dias de hoje.

Os três principais conceitos a serem trabalhados a seguir são: evolução urbana, a galeria comercial e as arquiteturas comerciais. O primeiro capítulo faz a conexão entre as palavras galeria e comércio, de forma que explica como ao longo da história a relação entre comércio e os seres humanos em sociedade formou os espaços comerciais. Este panorama histórico é necessário de forma que termina na conclusão das origens da tipologia e as principais transformações e motivações que levaram ao aparecimento das galerias comerciais na Europa. Além disso, os cenários históricos estudados no capítulo 1 tem o objetivo de criar uma base sólida para os estudos das galerias comerciais em São Paulo, por conta das influências internacionais de planejamento urbano e os estilos arquitetônicos dos edifícios em questão.

Os três conceitos marcam os principais termos, visto que a formação da economia e das relações mercantis da cidade serão estudadas, com os princípios de evolução urbana, Galeria Comercial e Arquitetura Comercial.

Após esta contextualização mais ampla, em transição para o capítulo 2, há uma escolha de área, de forma cronológica, ao falar dos impactos das transformações internacionais na formação de São Paulo, mais especificamente do Centro Novo da metrópole paulistana e suas atividades comerciais no século XX. Ocorre uma análise histórica acerca do urbanismo

paulistano, partido desde as transformações do triângulo histórico, além dos desenvolvimentos econômicos que culminaram na valorização e refinamento da metrópole.

Com o estudo a partir de 1900, no capítulo 2, há a cronologia de apresentação e avanço da indústria na cidade de São Paulo, além dos bairros e a expansão urbana. No segmento, o subcapítulo 2.1 identifica-se o amadurecimento dos lotes do Centro Novo das chácaras para os edifícios altos, consequentes ao Plano de Avenidas Prestes Maia em 1930 em que a cidade necessitava de maior infraestrutura para lidar com o crescimento da população e o avanço da sociedade.

Em sequência no subcapítulo 2.2, há uma delimitação da área para base dos estudos de caso do trabalho. Inserida nas transformações urbanas expostas anteriormente, a Avenida São Luís, foi um dos focos do anel de irradiação do Plano de Avenidas, e a partir de 1940, seus palacetes foram substituídos pelos edifícios do período de verticalização da área central.

As construções escolhidas no capítulo 3, permeiam a Avenida São Luís, se encontram em uma das quadras mais permeáveis do Centro Novo, possuem atrativos culturais correspondentes ao sucesso dos cinemas no século XX, e da atuação da arquitetura moderna na verticalização. Situados nos períodos entre 1952 e 1960, a maioria das obras manifesta, segundo Raul Juste Lores (2018) o milagre arquitetônico paulistano, com as galerias comerciais como uma das protagonistas.

O percurso na extensão e por meio da Avenida revela uma valorização do pedestre, que pode facilmente atravessar a quadra, ou partir para a ruas no interior do Centro Novo, tudo isso inserido na tipologia de galeria comercial. E dessa forma, é colocado em cheque o motivo pelo qual estas galerias se tornaram obsoletas na cidade de São Paulo no século XXI, com o estudo dos caminhos.

No capítulo 3, a partir do estudo da formação das galerias do Centro de São Paulo e da Avenida São Luís, foram escolhidos estudo de casos baseados no critério da problemática da monografia. Relacionando as motivações acerca da inserção das galerias, o capítulo 3 representa o destaque às atividades comerciais no Centro, e sua importância para o

desenvolvimento da sociedade. O espaço e o comércio são setores co-dependentes da cidade e também dependem da atividade humana, o que no processo de escolha foram as galerias dos edifícios: Copan; Louvre e Galeria Metrópole foi levado em consideração sua trajetória como galeria na dinâmica urbana e a maneira que sua arquitetura atuava entre quadras no modernismo paulistano.

A justificativa para a escolha do estudo de casos é o fato de que na Avenida São Luís, a partir do projeto do Copan em 1952, foi ponto de partida, ou seja, o pioneirismo do Edifício projetado pelo arquiteto carioca Oscar Niemeyer foi determinante assim como o Plano de Avenidas, para a caracterização da avenida como parte do milagre arquitetônico paulistano.

Portanto, a pergunta a ser respondida é: por que estas galerias comerciais são parte importante da relação entre edifício e espaço urbano em São Paulo no século XXI? Quais os principais motivos de seu desuso, e as razões da permanência das edificações no Centro de São Paulo?

O objetivo foi questionar o que as galerias comerciais do centro de São Paulo representam hoje, em comparação com as galerias comerciais em sua origem e as transformações do Centro. Um dos tópicos a ser estudado é o fato das galerias que apresentam situações diferentes de conservação e permanência na dinâmica urbana, levando em consideração fatores importantes para a formação das galerias comerciais.

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