Logo em sua capa Mort Cinder nos traz uma dúvida atroz: quem é realmente o “imortal” da trama. Héctor G. Oesterheld (1919-1977), quadrinista argentino assassinado em algum momento de 1977 durante os anos de chumbo da Junta Militar Argentina e cujo corpo nunca fora encontrado ; Alberto Breccia (1919-1993) considerado um dos maiores artistas da arte sequencial e grande influenciador de diversas gerações de desenhistas; ou o misterioso Mort Cinder, o “homem das mil mortes”, nada fácil de ser enquadrado em perfis tais como herói, anti-herói, vilão em redenção. Bem, ao longo da leitura percebe-se que essa pergunta não é necessariamente imperiosa, se as coloco aqui é para que o leitor tenha em mente o peso do material que tem ao alcance das mãos e dos olhos.