A adoção provocativa do tom de cinza como fio condutor para uma narrativa da apreciação mediada da arte no Brasil anuncia-se a uma só vez prosaica e metódica. A supressão da cor, intrínseca a uma obra de arte, sublinha a dimensão de simulacro das reproduções. Simultaneamente, o método implantado salienta a arbitrariedade presente em qualquer construção histórica. Como uma tentativa de dar forma seja ao distanciamento do objeto de arte como à limitação de sua reprodução, esta coleção de livros reflete acerca da complexidade e abstração do debate em torno da arte. Contada aqui por meio da percepção do público leitor, uma história da arte na imagem de uma escala de cinzas propõe assinalar o jogo complexo de representações presentes no sistema da arte.