Concurso de Ideias Arquirtectura Paisagista
Parque QUIRES Faculdade de CiĂŞncias da Universidade do Porto
Grupo6
1 Análise
1.1 Contextualização 1.2 Etapas de análise
2 Conceito 3 Proposta
3.1 Objectivos e princípios 3.2 Corredores ecológicos 3.3 Parque QUIRES
4 Novo Parque
4.1 Simulações
Índíce Geral
0 Introdução
A qualidade da paisagem resulta da qualidade visual suportada por situações de equílibrio ecológico, exploração sustentável dos recursos naturais, valor histórico e identidade cultural.
O exercício da Arquitectura Paisagista remete-nos para um olhar mais além do óbvio, identificando problemáticas adjacentes à area a que nos propomos debruçar. Deste modo, Quires é um local com potencialidades determinantes para uma possível conexão entre o edificado e as áreas rurais. Neste projecto far-se-ão análises essenciais à compreensão da área de Quires e a sua envolvente; também se destacarão simulações e benefícios acrescidos às intervenções espaciais propostas no projecto.
lntrodução
O projecto aqui apresentado nasce da análise da cidade da Maia e do local em questão da intervenção projectual, Quires. O concelho da Maia é um concelho em ascensão, com um crescimento acentuado das zonas residenciais, bem como as industriais, entrando em conflito com a integração do meio rural pré-existente.
0
1.2 Etapas de análise
Análise
1
1.1 Contextualização
Rua de Quires
A área de intervenção demarca um local sem função aparente, com registos de aterros de terra que vão progressivamente desqualificando a integração urbana e degradando possíveis habitats.
1.1
Rua do Castanhal
A oportunidade neste espaço reside em dotá-lo de funções, qualidade estética, e integração paisagística/urbana de modo a conseguir uma harmonia entre os sistemas ambientais, ecológicos e sociais.
A área de intervenção corresponde a cerca de 20917m2, localiza-se no concelho da Maia, na freguesia de Vila Nova da Telha, junto à urbanização de Lidador e tem entrada quer pela Rua do Castanhal, quer pela Rua de Quires.
Esta envolvente é marcada por uma paisagem fragmentada entre áreas urbanizadas, solos agrícolas e florestais, zonas industriais e redes de acessos como: nacional13, rede de metro e autocarros, e ainda um aeroporto como equipamento de maior destaque nesta paisagem. O grande constrangimento verificado reside na massiva construção do edificado que mitiga a presença do solo rural. Cria-se portanto a oportunidade de conexão das áreas verdes apontadas, incluindo Quires (a azul), através da proposta a apresentada.
A área envolvente ao Parque de Quires compreende a freguesia de Vila Nova da Telha e a freguesia de Moreira-da-Maia. Ambas freguesias delimitam o concelho da Maia, fazendo fronteira com os concelhos Vila do Conde e Matosinhos.
- Aterros indesejados sem qualquer função aparente - Ausência de função /tipologias de drenagem
- Ausência de eixo que faça ligação entre a Rua do Castanhal com a Rua 19 da Urbanização do Lidador
- Ausência de fluxos pedonais assumidos - Registo de um caminho desqualificado para utilização
- Registo de Sobreiros pertencentes à vegetação natural primitiva da Maia - Ausência de desenho da composição vegetal - Vazio urbano directamente conectado à zona residencial, sem qualificação visual e funcional. - Ausência de desenho estruturante da malha urbana
1.2
As etapas consistiram na análise espacial do local, verificando a modelação, a circulação automóvel, os caminhos e vegetação existente, bem como como a integração do espaço na malha urbana.
Conceito
2
O projecto parte de uma ideia de rede (com a envolvente das freguesias Vila Nova da Telha e Moreira-da-Maia) como estrutura de leitura da paisagem. A inspiração surgiu dos conceitos de corredor ecológico e de recuperação da ecologia agro-pastoril tradicional nas áreas já mencionadas, como metologia de formação da rede. Estes conceitos reunidos culminaram na ideia de uma rede de percursos de interesse paisagistico, biofísico e desportivo, enfatizados por um corredor verde que faz a conectividade entre o mundo rural e o mundo urbano, fazendo a sua expansão para o centro da Maia, e as restantes acessibilidades próximas de Quires.
Dentro da área específica do Parque de Quires, a inspiração surgiu da ideia de Mata Esparsa enquanto metodologia de requalificação do espaço peri-urbano, recorrendo à utilização da vegetação natural primitiva da Maia, como por exemplo: Quercus suber, Alnus glutinosa, Acer pseudoplatanus, Quercus robur e Iris pseudacorus. A inspiração para o Parque surgiu da necessidade da construção de um local de relevância paisagística, simultaneamente lúdico, turístico, representativo, cultural, didático e sobretudo baseado na sustentabilidade para todas as gerações.
Conceito
2
3
3.2 Corredores ecológicos 3.3 Parque QUIRES 3.4 Perfis
Proposta
3.1 Objectivos e princípios
- Proposta de espaços verdes de utilização colectiva, com carácter de recreio e lazer - Incentivo à reciclagem e à compostagem - Estabelecimento de corredores verdes e cortinas arbóreas de enquadramento para minorar efeitos de ruídos, ventos e poluição visual - Articulação da agricultura com a área urbana - Promoção da infiltração das águas no subsolo, assegurando a permeabilidade da camada superficial - Promoção das funções de protecção a recursos naturais em espaço peri-urbano
3.1
- Promover a qualidade do ar no espaço urbano - Preservação da memória da paisagem cultural - Criar oportunidades de estadia ao sol e à sombra e de utilização recreativa dos espaços exteriores - Promover a qualidade ambiental, a moderação micro climática e o conforto humano no exterior (diminuição dos efeitos negativos de ventos, ruídos, poluição atmosférica, vistas indesejáveis e insolação excessiva; manutenção ou promoção da permeabilidade do solo na área de intervenção; optimização a humidade relativa do ar); O objectivo principal deste projecto prende-se com o desenho estratégico para um espaço peri-urbano assente na construção de um ambiente qualificado, integrado e sustentável
3.2 corredor ecológico
QUIRES
MOREIRA
VILA NOVA DA TELHA
Parque QUIRES
Corredor ecológico proposto
Ponto desportivo
Percurso proposto
Estrutura ecológica Sistemas agro-ambientais
Zona Industrial
A proposta de corredor ecológico para a área envolvente do Parque de Quires surge da necessidade do combate à fragmentação verificada no espaço. São propostos percursos pedonais e ciclovias que acompanhem o desenvolvimento do corredor ecológico, onde seja vísivel a panorâmica paisagista conjugada com linhas de água de referência, solos agrícolas e florestais, terrenos de estrutura ecológica urbana e pontos de interesse desportivo.
3.3 Parque QUIRES - plano geral
F G
E D
D
C
LEGENDA
B
A
A B C D E F G
café praça parque infantil wadi mata esparsa aparcador de bicicletas centro de compostagem
Estrato arbóreo Estrato arbustivo Estrato herbáceo Prado em crescimento controlado Prado em crescimento semi-livre Zona pavimentada Modelação
A modelação foi desenhada e projectada de maneira a gerir sustentavelmente a água e a mitigar as vistas desfavoráveis. Assim criaram-se 3 taludes suaves ao longo da clareira de grande expressão, de modo a maximizar a infiltração da água e a garantir a sua escorrência superficial em direcção ao WADI (metodologia aplicada segundo conceitos das SUDS). O enfase da modelação é também alcançado na zona de Parque Infantil, que acaba por ser um espaço multifuncional, associado à sombra, que funciona simultaneamente como miradouro .
A circulação no Parque foi desenhada pensando nas deslocações directas e indirectas. Por isso, obtem-se um eixo que se desenvolve paralelamente à Rua do Castanhal em direcção ao limite inferior do parque (onde se encontra nova estrada) para deslocações rápidas; nesta mesma perspectiva destaca-se o caminho que atravessa o Parque em largura, fazendo uma ligação directa da segunda entrada da Rua do Castanhal para a Rua da Urbanização do Lidador. Da entrada ligada à praça desenvolvem-se mais 2 caminhos de deambulação pelo Parque, acompanhando os jogos de sombra/luz. O caminho da mata esparsa tenta enquadrar-se no desenho dos demais caminhos, de modo a proporcionar uma intenção de percurso numa área mais conceptual, permitindo ao utilizador a aquisição de várias sensações naturalistas. A vegetação incidiu essencialmente sobre a selecção de espécies autoctones, naturais primitivas da Maia, por exemplo: Quercus suber, Quercus robur, Acer pseudoplatanus, etc. A sua composição foi realizada de modo a contemplar a sazonalidade vegetal através de espécies como: Acer saccharinum, Ginkgo biloba, Crataegus monogyna, etc. Ao nível do estrato arbustivo foram decididas zonas de barreira física em relação ao exterior do Parque com as espécies Prunus lusitanica e Laurus nobilis. As herbáceas foram idealizadas sobretudo a partir de plantas aromáticas como a Lavandula angustifolia, Rosmarinus officinalis, etc. Quanto à Mata Esparsa, esta adquire um carácter de cortina arbórea de modo a mitigar a presença das casas, seleccionando espécies como Quercus Robur, Acer pseudoplatanus, Prunus avium, etc. O wadi contempla vegetação ripícola ao nível dos vários estratos vegetais, destacando a Iris pseudacorus.
O percurso no Parque de Quires é acompanhado por um desenho do caminho biomórfico com curvas suaves, de maneira a estimular os sentidos do utilizador e a comportar a composição da vegetação pretendida. O conceito de sustentabilidade do Parque é baseado na gestão da água, em que o WADI desempenha uma função crucial ao nível da acumulação/retenção da água, sendo esta progressivamente infiltranda nas camadas inferiores do solo, promovendo a qualidade do solo , criando micro-climas e atraindo biodiversidade.
A construção da perpendicular à rua do Castanhal foi essencial para o fluxo automóvel nos dois sentidos ligados à Urbanização do Lidador. O estacionamento é garantido através de lugares longitudinais ao longo da Rua do Castanhal. Praça - Área pavimentada de estadia por excelência de apoio ao café e de entrada principal para o Parque, onde se encontram mesas e bancos dedicados a actividades lúdicas, como o xadrez por exemplo. Esta é uma zona de miradouro, conseguindo uma vista abrangente de todo o Parque. Parque Infantil - Nesta zona encontram-se equipamentos ligados à recreação infantil, sendo simultaneamente uma zona multifuncional recreativa e de miradouro devido à sua elevação do terreno. Clareira - Área dedicada à recreação activa, de maior exposição solar com pontuações de volumes arbóreos adjacentes, proporcionando áreas de estadia passiva à sombra. Esta tipologia de espaço também a função de infiltração e retenção de água Mata Esparsa - Esta tipologia de espaço adquire um carácter multifuncional, pela representação abrangente dos seus serviços (ecológicos, ambientais, sociais e culturais). Promove habitats específicos , através da associação de determinados conjuntos vegetais; promove a deambulação e a percepção sensorial do espaço. Serve também de barreira ao ruído e à poluição, bem como cortina arbórea para uma vista desfavorável. Este local adjacente às habitações contempla um local de descanso para ciclistas provenientes do percurso de interesse proposto. Também conta com um centro de compostagem dedicado à formação ambiental dos moradores. O processo de desenho do espaço teve em consideração os traços gerais da malha urbana, focando a área de interrupção no espaço verde pela nova estrada em que a zona quebrada foi aproveitada para ligação da estrada principal ao loteamento pré-existente, abrindo mais um acesso para o Parque de Quires.
A ideia de sustentabilidade passa também pela criação de habitats ao longo do Parque, que encontra maior expressão na Mata Esparsa, enquanto meio impulsionador da Biodiversidade e atracção de espécies faunísticas e de flora silvestre. O parque é dedicado a todos os utilizadores, de todas as faixas etárias, com o intuito de promover o seu bem-estar e qualidade de vida. O Parque de QUIRES é ainda parte integrante da rede de espaços verdes proposta para as freguesias da Moreira e Vila Nova da Telha.
3
3.4 Perfis
Mata esparsa
WADI
Mata esparsa
WADI
perfil A-A’
parque infantil perfil B-B’ A
3.4
B
B’
A’
Clareira
Praça
Praça
4
Novo parque
4.1 Simulações
Parque infantil
Mata Esparsa
Clareira