ED. 93 - OUTUBRO E NOVEMBRO DE 2017 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
DIREÇÃO CERTA
PUBLICAÇÃO DA FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DO ESTADO DO PARANÁ
ATO DE RESISTÊNCIA CONTRA RETIRADA DE DIREITOS REÚNE DIVERSAS CATEGORIAS EM CURITIBA NOVAS REGRAS PARA A AMARRAÇÃO DE CARGAS AUMENTAM SEGURANÇA
DIRETORIA DEBATE OS DESAFIOS APÓS APROVAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA
SEMINÁRIO DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA DA FETROPAR REÚNE DIRIGENTES SINDICAIS
EDITORIAL PALAVRAS DO PRESIDENTE 2017 foi um ano marcado por retrocessos e
Popular (PLIP) – que pretende anular os efeitos da
ataques aos direitos da classe trabalhadora. Para
Reforma Trabalhista e da Lei da Terceirização – rea-
corresponder aos interesses daqueles que o colo-
lizada durante o ato do dia 27 de outubro.
caram no poder, o governo de Michel Temer e seus
As notícias de que muitos juízes do Trabalho
aliados implementaram políticas para destruir os
não pretendem aplicar as novas regras integral-
sindicatos, que são os maiores instrumentos de
mente, devido à inconstitucionalidade de algu-
defesa do trabalhador.
mas delas, dão uma perspectiva animadora aos
E enquanto o empresariado se beneficia da
trabalhadores em meio a tantos desafios.
Reforma Trabalhista para enfraquecer a proteção
Mesmo num período turbulento, as negocia-
aos empregados, o governo quer dar ainda mais
ções coletivas que a Fetropar realizou neste ano
benesses às elites financeiras e, assim, tenta a
também foram positivas. Tivemos os resultados
todo custo aprovar a Reforma da Previdência.
mais expressivos dos últimos dois anos, melho-
Esse cenário exige uma forte resistência da
rando as condições de trabalho e os salários das
classe trabalhadora, por isso a Fetropar promo-
categorias representadas pelos nossos sindicatos.
veu diversas atividades para aprofundar o debate
Em 2018, continuaremos trabalhando para tra-
sobre a nova legislação trabalhista e discutir com
zer ganhos reais ainda maiores nas negociações.
os dirigentes sindicais estratégias para enfrentar
Para superar todas as adversidades, é necessá-
essa conjuntura desafiadora, como o Seminário de
rio que continuemos resistindo. Portanto, partici-
Negociação Coletiva e Jurídico.
pe, acompanhe, contribua e apoie o seu sindicato,
Outros passos também foram dados, como a coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa
pois esse momento requer união das entidades e de toda a classe trabalhadora.
JOÃO BATISTA DA SILVA PRESIDENTE DA FETROPAR
DIRETORIA EXECUTIVA DA FETROPAR
SUPLENTES DA DIRETORIA
CONSELHO DE REPRESENTANTES JUNTO À CNTTT - SUPLENTES
José Aparecido Faleiros, Sérgio Machado dos Santos,
José Luiz Kogeraski e Edilson Marenda
PRESIDENTE: João Batista da Silva 1° VICE-PRESIDENTE: Moacir Ribas Czeck 2° VICE-PRESIDENTE: Ronaldo José da Silva 3° VICE-PRESIDENTE: Luiz Adão Turmina 4° VICE -PRESIDENTE: Alcir Antonio Ganassini SECRETÁRIO-GERAL: Anderson Teixeira SECRETÁRIO- GERAL ADJUNTO: Valdemar Ribeiro do Nascimento SEC. DE FINANÇAS: Evaldo Antônio Baron SEC. DE FINANÇAS ADJUNTO: Olímpio Mainardes Filho SEC. DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO: Hilmar Adams SEC. DE EDUCAÇÃO SINDICAL E CULTURA: Josiel Tadeu Teles SEC. DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL E RELAÇÕES SINDICAIS: Ênio Antonio
Hailton Gonçalves, Aparecido Nogueira da Silva, Jorge
EXPEDIENTE
Luiz Chila, Josiel Veiga, Sérgio Paulo Kampmann, Gilberto Maurício Amorim, João Carlos Passarim, Emerson Luiz Vianna da Silva, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, Sirton Holuboski Barbosa, Adilson de Souza Guerra, José
PRODUZIDO PELA AGÊNCIA ABRIDOR DE LATAS WWW.ABRIDORDELATAS.COM.BR
Rodrigues dos Santos
TEXTO, REVISÃO, DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO
CONSELHO FISCAL EFETIVO: Cláudio Francisco Mistura,
Abridor de Latas
Dino César de Morais de Mattos, Jair Korobinsk
JORNALISTAS RESPONSÁVEIS: Guilherme Mikami (SRTE 9458/PR)
CONSELHO FISCAL SUPLENTES: Lourenço Johann, Jonas
TIRAGEM: 20 mil exemplares
Cleiton Comissio, Mauro Afonso Garcia
da Luz
SEC. DE NEGOCIAÇÕES COLETIVAS E JURÍDICO: Jaceguai Teixeira SEC. DE RELAÇÕES COM MOTOCICLISTAS E SIMILARES: Agenor “Cacá”
CONSELHO DE REPRESENTANTES JUNTO À CNTTT - EFETIVO: Vicente Venuk Pretko e Elyseo Manoel Sezerino
Pereira
FETROPAR - RUA PROF. DR. PEDRO MACEDO DA COSTA, 720 • VILA IZABEL • CEP: 80320 -330 • CURITIBA-PR FONE E FAX: 41 3015 - 3300 • FETROPAR@FETROPAR.ORG.BR
ENTIDADE FILIADA
NOTÍCIAS
LUTA
ATO DE RESISTÊNCIA CONTRA RETIRADA DE DIREITOS REÚNE DIVERSAS CATEGORIAS NO CENTRO DE CURITIBA Em 27 de outubro, a Fetropar participou
Reformas é um trabalho coletivo, que envolve
do ato de resistência contra a Reforma Tra-
diversas categorias, sindicatos e movimentos
balhista e outras medidas do governo federal
sociais. Juntos somos mais fortes e teremos mais
que retiram direitos dos trabalhadores. A ma-
força para barrar os retrocessos causados pelo
nifestação foi realizada na Boca Maldita, no
governo de Michel Temer”, ressaltou.
PROJETO DE LEI DE INICIATIVA POPULAR
Durante a manifestação, as entidades co-
Centro de Curitiba, e contou com a presença
Além da manifestação contra a Reforma
letaram assinaturas para o PLIP, que pretende
de sindicatos filiados à entidade e de outras
Trabalhista e a Lei da Terceirização, os par-
anular os efeitos da Reforma Trabalhista e da
categorias, como os metalúrgicos e os profes-
ticipantes do ato destacaram a necessidade
Lei da Terceirização. De acordo com o artigo
sores estaduais.
de lutar contra a Reforma da Previdência.
61 da Constituição Federal, a iniciativa popular
Esta mobilização faz parte da campanha
Segundo João Batista, as novas regras para a
deve ter adesão de ao menos 1% do eleitorado
nacional Movimento Resistência – Por um
aposentadoria ainda não foram votadas pelo
brasileiro, distribuído por no mínimo cinco es-
Brasil Melhor, do Fórum Sindical dos Tra-
Congresso Nacional por causa da resistência
tados, com pelo menos 0,3% dos eleitores de
balhadores (FST), que tem 22 confederações
da classe trabalhadora.
cada estado, para que o projeto de lei possa ser
filiadas, entre elas a Confederação Nacional
“O aumento do tempo de contribuição
apresentado à Câmara dos Deputados. Após ser
dos Trabalhadores em Transportes Terrestres
necessário para ter direito à aposentadoria
protocolado, o PLIP seguirá a mesma tramitação
(CNTTT) da qual a Fetropar faz parte.
integral e as alterações na idade mínima
dos demais projetos, passando pela votação dos
Para o presidente da Federação, João Batista
podem fazer com que muitos trabalhadores
parlamentares.
da Silva, a união entre as entidades é essencial
não consigam se aposentar. Vamos continu-
“As alterações na idade mínima podem fazer
nesse momento desafiador que os trabalha-
ar enfrentando mais esse ataque”, destacou o
com que muitos trabalhadores não consigam se
dores enfrentam. “A resistência em relação às
presidente da Fetropar.
aposentar”, destacou o presidente da Fetropar.
DIREÇÃO CERTA I 3
FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 3
NOTÍCIAS
REFORMA TRABALHISTA
REFORMA TRABALHISTA DE TEMER COLOCA O BRASIL NO SÉCULO PASSADO O cenário que aponta no horizonte do Brasil com as alterações previstas pela Reforma Trabalhista joga o país de volta para o século passado. Os vínculos de trabalho ficaram mais precarizados e a relação de mercado vai acentuar ainda mais a diferença econômica entre os brasileiros: em que poucos ganham muito e a grande massa que empobrece só aumenta.
A REFORMA TRABALHISTA VAI ACENTUAR AINDA MAIS A DIFERENÇA ECONÔMICA ENTRE OS BRASILEIROS
A nova legislação passou a vigorar no dia 11 de novembro deste ano.
à exaustão e comprometer a sua saúde, além
poderá fazer isso sem precisar negociar com
Uma das cláusulas aprovadas que altera a
de aumentar as possibilidades de acidentes de
ninguém. Segundo o presidente da Fetropar,
regulamentação da Consolidação das Leis do
trabalho pelo cansaço excessivo e pela redução
João Batista da Silva, o sindicato intervinha
Trabalho (CLT) é o aumento do limite máximo
dos reflexos. É isso que o governo de Michel
em situações como essas, advogando a favor
de horas da jornada de trabalho: de 8 horas
Temer está chamando de “modernização” das
dos interesses dos trabalhadores.
para 12 horas diárias. Com a mudança, o em-
leis trabalhistas.
“A Reforma foi aprovada para deixar os
pregado poderá trabalhar por até 12 horas e
Outra situação que deixa os trabalhado-
trabalhadores desprotegidos, à mercê dos em-
descansar por 36 horas, mas isso dependerá
res vulneráveis são as dispensas coletivas que
pregadores, quando na verdade tínhamos que
de acordos coletivos realizados pelo sindicato.
não precisarão mais de diálogos e negociações
avançar para uma legislação mais protetiva e
O limite estabelecido pela legislação bra-
com os sindicatos. As entidades cumprem um
não o contrário”, afirma.
sileira atualmente é uma grande conquista
importante papel de mediação, muitas vezes
“Não podemos, de forma alguma, permitir
do movimento operário, porque a jornada
revertendo parte do contingente que seria
que a Reforma permaneça. Precisamos lutar e
foi pensada como uma forma de preservar a
dispensado, ou melhorando as negociações.
o primeiro passo é conter esses retrocessos e
qualidade de vida do trabalhador.
Agora, com a Reforma, se um emprega-
organizar as nossas bases”, completa. Para João
Entretanto, permanecendo no trabalho
dor, do dia para a noite, decidir encerrar uma
Batista, é importante manter as mobilizações e
por tanto tempo, o trabalhador estará ex-
atividade e dispensar todos os trabalhadores
seguir combatendo os retrocessos da Reforma
posto a turnos cansativos, que podem levar
de um determinado setor, por exemplo, ele
de todas as maneiras possíveis.
“
“
FICAMOS DESPROTEGIDOS, À MERCÊ DOS EMPREGADORES, QUANDO NA VERDADE TÍNHAMOS QUE AVANÇAR PARA UMA LEGISLAÇÃO MAIS PROTETIVA AOS TRABALHADORES E NÃO O CONTRÁRIO
JOÃO BATISTA DA SILVA, PRESIDENTE DA FETROPAR SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR 44 PÁG. I DIREÇÃO CERTA
NOTÍCIAS
SINDICAL
DIFERENÇA ENTRE A REMUNERAÇÃO DE NOVOS CONTRATADOS E TRABALHADORES DEMITIDOS DEVE PIORAR COM A TERCEIRIZAÇÃO A crise econômica e política pela qual o Brasil está passando tem resultados diretos na empregabilidade da população. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho (MTb), foram gerados mais de 200 mil novos postos de trabalho entre janeiro e setembro deste ano, mas a remuneração média entre os trabalhadores re-
NOVOS TRABALHADORES RECEBEM EM MÉDIA R$ 207,00 A MENOS DO QUE OS QUE ATUAVAM NO MESMO LOCAL
cém-contratados caiu. Segundo a pesquisa, o salário médio de de-
custos nas empresas em detrimento da situação
tando nas empresas com o aval do governo”,
missão é de R$ 1.685,37, enquanto o de admissão
dos trabalhadores. “Uma pessoa que está desem-
lembra João Batista.
é de R$ 1.478,52. Essa perda salarial é bastante sig-
pregada muitas vezes aceita uma remuneração
Desde 31 de março deste ano, a tercei-
nificativa e submete os trabalhadores a condições
abaixo da média porque tem urgência em conse-
rização é permitida para todos os tipos de
de trabalho e salários inferiores aos de quem já
guir o seu sustento. As empresas sabem disso e se
atividade realizados nas empresas, o que
está dentro das empresas.
aproveitam dos trabalhadores, pagando salários
também deve aumentar a rotatividade no
cada vez mais baixos e suprimindo benefícios,
mercado de trabalho. Segundo dados do
gerando uma mão de obra barata”, destaca.
DIEESE, a taxa de rotatividade entre os
Para o presidente da Fetropar, João Batista da Silva, esse é um reflexo da busca pela redução de
terceirizados é de 57,7%, contra 28,8% dos
JOÃO BATISTA DA SILVA
“
“
UMA PESSOA QUE ESTÁ DESEMPREGADA MUITAS VEZES ACEITA UMA REMUNERAÇÃO ABAIXO DA MÉDIA PORQUE TEM URGÊNCIA EM CONSEGUIR O SEU SUSTENTO. AS EMPRESAS SABEM DISSO E SE APROVEITAM DOS TRABALHADORES
RISCOS DA TERCEIRIZAÇÃO
contratados diretos.
O crescimento da taxa de emprego no
mento” dos salários, pois os trabalhadores
país deve ser analisado cuidadosamente devi-
não têm a oportunidade de crescer dentro das
do a esse tipo de prática, que deve se acentuar
empresas, o que causa muita insegurança e
com a Reforma Trabalhista e com a Lei da
incerteza em relação à garantia do emprego.
Terceirização. Dados de uma pesquisa do De-
A jornada de trabalho também é mais
partamento Intersindical de Estatística e Es-
extensa entre os trabalhadores terceiriza-
tudos Socioeconômicos (DIEESE) mostram
dos. 85,9% deles têm jornadas entre 41h e
que trabalhadores terceirizados recebem 25%
44h semanais. Isso acontece com 61,6% dos
a menos do que os contratados diretos.
contratados diretos. Esse fator contribui para
Esse fator é responsável pelo “achata-
“Deixar os trabalhadores desprotegidos,
o aumento do número de acidentes de tra-
com piores condições de trabalho e salários
balho sofridos pelos terceirizados, que têm
menores para aumentar a margem de lucro é
um percentual de afastamento 3,5% maior
uma estratégia inaceitável que vem aumen-
do que os contratados.
DIREÇÃO CERTA I 5
FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 5
NOTÍCIAS
SEMINÁRIO
SEMINÁRIO DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA E JURÍDICO DA FETROPAR REÚNE DIRIGENTES SINDICAIS E ASSESSORES JURÍDICOS Entre 4 e 6 de outubro foi realizado o Seminário de Negociação Coletiva e Jurídico da Fetropar, realizado em parceria com o Instituto São Cristóvão (ISC) e com o Instituto Edésio Passos, com a presença de dirigentes sindicais e assessores jurídicos. Durante a mesa de abertura, o presidente da Fetropar, João Batista da Silva,
O SEMINÁRIO FOI REALIZADO EM CURITIBA, EM PARCERIA COM O INSTITUTO SÃO CRISTÓVÃO
convidou todos os presentes para fazerem um minuto de silêncio em memória do di-
rem para enfrentarem a Reforma. “Não
entre os sindicatos filiados à Federação em
retor do Sindicato dos Trabalhadores em
percamos nossa vocação e responsabili-
relação ao financiamento das entidades.
Transportes Rodoviários de Pato Branco
dade por reagir a esse ataque que estamos
(Sintropab) Clair Dias Palenski, que fale-
sofrendo”, enfatizou.
Segundo Sandro, o objetivo da oficina foi sugerir estratégias para que os
ceu em 2 de outubro. Também foi lembra-
Após a palestra, os participantes deba-
sindicatos possam adotar em seu coti-
do o movimento Outubro Rosa, em home-
teram o assunto, aprofundando o conhe-
diano formas alternativas de custeio
nagem às mulheres presentes no evento.
cimento sobre as alterações trazidas pela
sindical. “Diante das alterações da nova
A palestra proferida pelo procurador
Reforma Trabalhista em relação aos rodo-
legislação, as orientações passadas aos
do Ministério Público do Trabalho da 24ª
viários. O evento também contou, em seu
dirigentes e seus assessores jurídicos
Região (MPT-MS) Paulo Douglas Almeida
momento cultural, com uma apresentação
são fundamentais para enfrentar esse
de Moraes, que é também coordenador es-
dos músicos Daniel Faria e Dirceu Wolff.
cenário”, afirmou.
tadual da Coordenadoria de Promoção da do MPT, destacou os impactos específicos da Reforma Trabalhista causados aos empregados do transporte rodoviário.
CUSTEIO SINDICAL
O desembargador aposentado do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª
O procurador apresentou aspectos da
Região (TRT-SP) José Carlos Arouca
nova legislação que afetarão a categoria e
apresentou uma palestra sobre o custeio
a atuação sindical, alertando para a impor-
sindical, que também será afetado pela
tância da mobilização das entidades como
Reforma Trabalhista.
uma das principais ferramentas de defesa dos direitos dos trabalhadores.
Os assessores jurídicos da Fetropar, André Passos e Sandro Lunard, promove-
Apesar do cenário desafiador, Paulo
ram uma oficina sobre o tema, que con-
Douglas encorajou os dirigentes a se uni-
tribuiu para o alinhamento de estratégias
SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR 66 PÁG. I DIREÇÃO CERTA
SANDRO LUNARD
“
DIANTE DAS ALTERAÇÕES DA NOVA LEGISLAÇÃO, AS ORIENTAÇÕES PASSADAS AOS DIRIGENTES E SEUS ASSESSORES JURÍDICOS SÃO FUNDAMENTAIS PARA ENFRENTAR ESSE CENÁRIO
“
Liberdade Sindical (CONALIS) no âmbito
NOTÍCIAS
SEMINÁRIO
PRESENÇA DE IMPORTANTES NOMES DO DIREITO DO TRABALHO MARCA SEMINÁRIO DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA E JURÍDICO JURÍDICO E NEGOCIAÇÃO COLETIVA
O Seminário de Negociação Coletiva e Ju-
rídico da Fetropar foi marcado pela presença de importantes figuras do Direito do Trabalho, que ministraram diversas palestras de
IMPORTANTES FIGURAS DO DIREITO DO TRABALHO PARTICIPARAM DO SEMINÁRIO
conteúdo variado dentro do tema do evento. O secretário regional da Federação Inter-
Um dos assuntos debatidos no evento fo-
nacional dos Trabalhadores em Transportes
ram os resultados obtidos nas negociações co-
(ITF Américas), Antonio Rodrigues Fritz,
letivas coordenadas pela Fetropar em 2017 e as
apresentou a entidade e o cenário sindical na
expectativas para o próximo ano. Na palestra
América Latina. Já a pesquisadora do Grupo de
proferida pelo economista e supervisor téc-
Estudos Trabalho e Sociedade (GETS) e do Nú-
nico do escritório regional do Departamento
tubro, durante o evento, foram discutidos
cleo de Pesquisa em Sindicalismo no Paraná da
Intersindical de Estatísticas e Estudos Socio-
o edital e o rol básico dos pontos que serão
UFPR, Maria Aparecida Bridi, fez uma análise
econômicos (Dieese-PR), Sandro Silva, foram
levados às assembleias de novembro pelos
da situação dos sindicatos ao longo da história
apresentados os dados que mostram o sucesso
sindicatos. Por causa da Reforma Trabalhis-
e da conjuntura pós-Reforma Trabalhista.
das negociações deste ano realizadas pelas
ta, o rol passou por um exame mais crite-
O ministro Augusto César Leite de Carva-
entidades que representam os rodoviários
rioso pela assessoria jurídica da Fetropar,
lho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST),
paranaenses, mesmo em um ano marcado
para evitar que haja interpretações errôneas
também participou do evento e afirmou que os
pela crise política e econômica.
futuramente.
ROL BÁSICO E CARTA DE PRINCÍPIOS
Em assembleia realizada no dia 5 de ou-
julgamentos após a Reforma Trabalhista não
Após a palestra, os dirigentes sindicais e
Os dirigentes também debateram a mi-
podem deixar de considerar a Constituição Fe-
assessores jurídicos presentes no seminário
nuta do Manual Básico de Proteção Coletiva
deral e os tratados de direitos internacionais.
formaram grupos de trabalho para discutir
dos Trabalhadores Rodoviários do Estado
Em 6 de outubro, durante o último dia de
três pontos sugeridos por Sandro: as princi-
do Paraná, que é uma carta de princípios,
seminário, a desembargadora Marlene Tere-
pais dificuldades nas negociações coletivas de
valores e limites éticos para a atuação dos
sinha Fuverki Suguimatsu foi homenageada
2017, as expectativas para 2018 e as questões da
sindicatos filiados. O assessor jurídico da
pela Fetropar e pelo Instituto Edésio Passos
Reforma Trabalhista que irão afetar os acordos.
Fetropar André Passos destacou que esse
por sua atuação na Justiça do Trabalho, con-
Os debates aprofundaram o assunto e
documento é importante para que haja um
duta ética e contribuição para o Direito do
complementaram as informações apresen-
compromisso entre as entidades e a Fede-
Trabalho ao longo de sua carreira.
tadas pelo economista durante a palestra.
ração, para orientar as ações dos sindicatos.
DIREÇÃO CERTA I 7
FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 7
NOTÍCIAS
SINDICAL
DIRETORIA EXECUTIVA DA FETROPAR DEBATE OS DESAFIOS DA CLASSE TRABALHADORA APÓS APROVAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA Em 3 de outubro, a diretoria executiva da Fetropar se reuniu para discutir as últimas atividades da Federação e a programação do Seminário de Negociação Coletiva e Jurídico da Fetropar, realizado pela Fetropar entre 4 e 6 de outubro, em Curitiba (PR). Foram colocados diversos assuntos para
DURANTE O ENCONTRO, DIRIGENTES SINDICAIS REFLETIRAM SOBRE DIVERSOS ASSUNTOS
reflexão dos dirigentes sindicais presentes no encontro, especialmente em relação às estratégias para as entidades após a Reforma Traba-
O momento é de união entre as categorias”,
bater os ataques feitos pelo governo contra
lhista, que entrou em vigor em 11 de novembro.
afirmou o presidente da Fetropar.
os trabalhadores.
O presidente da Fetropar, João Batista da
A iniciativa popular está prevista no artigo
PROJETO DE LEI POPULAR
61 da Constituição Federal e requer a adesão
A assinatura do PLIP, que visa anular a
tribuído por no mínimo cinco estados, com
pios, valores e limites éticos para a atuação dos
nova legislação, também foi discutida en-
pelo menos 0,3% dos eleitores de cada estado,
sindicatos filiados. Esse documento também
tre os dirigentes, que entendem que essa
para que possa ser apresentado projeto de lei
foi discutido na assembleia realizada em 5 de
pode ser uma ação importante para com-
à Câmara dos Deputados.
Silva, apresentou a minuta do Manual Básico de Proteção Coletiva dos Trabalhadores Rodoviários do Estado do Paraná, que lista princí-
de ao menos 1% do eleitorado brasileiro, dis-
outubro, uma das atividades que fizeram parte da programação do seminário.
UNIÃO DA CATEGORIA
A diretoria da Federação também debateu a necessidade da união tanto entre os sindisentam outras categorias, pois a retirada de direitos causada pela Reforma Trabalhista afeta toda a classe trabalhadora. “Esse é um dos nossos principais desafios, pois nossas atividades em defesa dos trabalhadores não podem ser prejudicadas pelas dificuldades causadas pela Reforma Trabalhista.
“
ESSE É UM DOS NOSSOS PRINCIPAIS DESAFIOS. NOSSAS ATIVIDADES EM DEFESA DOS TRABALHADORES NÃO PODEM SER PREJUDICADAS PELAS DIFICULDADES CAUSADAS PELA REFORMA
“
catos da categoria quanto com os que repre-
JOÃO BATISTA DA SILVA, PRESIDENTE DA FETROPAR SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR 88 PÁG. I DIREÇÃO CERTA
NOTÍCIAS
SINDICAL
DIRETORIA DA FETROPAR DISCUTE CARTA DE PRINCÍPIOS E ASSEMBLEIAS SETORIAIS Em 26 de outubro, a diretoria da Fetropar
Para o presidente da Fetropar, João
“Devemos orientar a base em relação
reuniu-se para debater, entre outros assuntos,
Batista da Silva, essas atividades são fun-
às questões políticas e às eleições do pró-
o Manual Básico de Proteção Coletiva dos Tra-
damentais para barrar medidas que visam
ximo ano, pois conscientizar a categoria
balhadores Rodoviários do Estado do Paraná,
beneficiar apenas as elites e o empresariado
sobre a conjuntura do país também é uma
que lista princípios, valores e limites éticos
em detrimento das condições dos trabalha-
maneira de fortalecer a luta por melhores
para a atuação dos sindicatos filiados. O do-
dores. “A tentativa de restringir a atuação
condições de trabalho e salários”, destacou
cumento tem o objetivo de direcionar as ações
sindical acaba facilitando os abusos das em-
João Batista.
das entidades após a Reforma Trabalhista, que
presas, mas vamos lutar para garantir que os
Os diretores também foram orientados a
entrou em vigor em 11 de novembro.
direitos dos trabalhadores continuem sendo
distribuir o Jornal Especial de Negociações,
respeitados”, afirmou.
que traz informações essenciais sobre a dis-
Os dirigentes também discutiram o ato de resistência, do qual a Fetropar participou, em 27
Ele lembrou ainda que os ataques do gover-
cussão das demandas dos trabalhadores em
de outubro, que foi reproduzido também em ou-
no querem limitar o acesso dos trabalhadores
tros estados, com o objetivo de ampliar a dimen-
à Justiça do Trabalho, representando um risco
“Também temos que mostrar a importân-
são das mobilizações contra os retrocessos que
ainda maior de fraudes nas relações laborais. Na
cia de os trabalhadores continuarem contri-
retiram direitos dos trabalhadores. A atividade
reunião, os dirigentes debateram a realização das
buindo com os sindicatos, para que possa-
também contou com a coleta de assinaturas para
assembleias setoriais deste ano, que, segundo o
mos seguir realizando nossas atividades em
o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP), que
presidente da Fetropar, serão de extrema impor-
defesa das categorias, principalmente neste
visa anular a Reforma Trabalhista e está previsto
tância para mobilizar os trabalhadores diante do
momento que a classe trabalhadora enfrenta”,
no artigo 61 da Constituição Federal.
cenário que está sendo enfrentado.
lembrou o presidente da Fetropar.
relação aos acordos coletivos.
DIREÇÃO CERTA I 9
FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 9
NOTÍCIAS
SINDICATOS
DIRETORES DO SINETRAPITEL PARTICIPAM DO IV CONGRESSO ESTADUAL DA NCST- PR Em 30 e 31 de outubro, a Nova Central Sindical dos Trabalhadores do Estado do Paraná (NCST-PR) realizou o IV Congresso Estadual, em Foz do Iguaçu (PR). Diretores do Sindicato dos Empregados de Empresas de Transportes de Passageiros Intermunicipal, Interestadual e de Turismo de Cascavel (Sinetrapitel) participaram do even-
A LUTA CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA FOI DEBATIDA NO EVENTO
to, que contou com diversas palestras sobre os impactos da Reforma Trabalhista, os desafios
Durante o congresso, os participantes tam-
das entidades sindicais e as alternativas para
bém discutiram os reflexos da nova legislação
o custeio dos sindicatos diante das mudanças.
nas negociações coletivas e elegeram a nova
diretoria da NCST-PR. A luta contra a Reforma da Previdência foi debatida no evento. Fonte: Sinetrapitel
4ª CAMINHADA OUTUBRO ROSA DO SINDEESMAT REÚNE TRABALHADORAS DA CATEGORIA Em 20 de outubro, o Sindicato dos Empregados em Escritório e Manutenção nas
debate sobre violência contra a mulher, um coffee break e sorteio de brindes.
Para o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, a
Empresas de Transportes de Passageiros
O câncer de mama é o segundo mais fre-
atuação do sindicato nessa causa é uma
de Curitiba e Região Metropolitana (Sin-
quente em mulheres do Brasil e do mundo
questão de responsabilidade social. “Rea-
deesmat) realizou a 4ª Caminhada Outu-
e suas chances de cura aumentam quando
lizamos eventos como a Caminhada para
bro Rosa como participação na campanha
descoberto no início. É por esse motivo que
trazer informações e encorajar as traba-
mundial que visa conscientizar a popula-
eventos que promovem discussões e trocas
lhadoras a lutarem por seus direitos e por
ção sobre a importância da prevenção ao
de experiência são fundamentais para redu-
melhores condições de vida em socieda-
câncer de mama. O evento reuniu diversas
zir o número de casos e até mesmo a morta-
de”, salientou.
trabalhadoras/associadas e contou com um
lidade por esse tipo de câncer.
10 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR 10 I DIREÇÃO CERTA
Fonte: Sindeesmat
NOTÍCIAS
SINDICATOS
TRABALHADORES DO TRANSPORTE URBANO DE SETE MUNICÍPIOS APROVAM PAUTA DE REIVINDICAÇÕES PARA 2018 Entre 24 e 27 de outubro, trabalhadores do transporte urbano de sete cidades votaram e aprovaram a pauta de reivindicações para 2018. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina (Sinttrol) visitou os municípios de Cambé, Rolândia, Arapongas, Cornélio Procópio, Jacarezinho e Ibiporã, para recolher os votos da categoria.
SINTTROL ESTEVE EM CAMBÉ, ROLÂNDIA, ARAPONGAS, CORNÉLIO PROCÓPIO, JACAREZINHO E IBIPORÃ
Foram contabilizados 1.034 votos, dos quais 941 foram favoráveis à pauta, 86 contrários, 6
dos trabalhadores na votação deste ano foi ainda
“É importante que a pauta de reivindicações
brancos e 1 nulo. De acordo com o diretor da
mais importante, devido aos ataques sofridos
atenda às necessidades da categoria”, destacou.
entidade Rogério Pereira da Silva, a presença
pela classe trabalhadora.
Fonte: Sinttrol
SINTTROMAR RECOLHE ASSINATURAS PARA A ANULAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA A Reforma Trabalhista, que acaba com os direitos trabalhistas que temos garantidos hoje, entrou em vigor no dia 11 de novembro. Para impedir que ela passe a valer, sindicatos e organizações de todo o país estão coletando assinaturas em apoio ao PLIP, que revoga a nova lei. O Sindicato dos Motoristas Condutores de Veículos Rodoviários e Trabalhadores em Empresas
É NECESSÁRIO COLETAR ASSINATURA DE 1% DO ELEITORADO BRASILEIRO
de Transportes de Cargas, Passageiros Urbanos, Motoristas, Cobradores de Linhas Intermunicipal,
dores nas empresas da região para tentar reverter
é protocolado na Câmara dos Deputados e segue
Interestadual e de Turismo e Anexos de Maringá
esse cenário desafiador para a classe trabalhadora.
para o Congresso Nacional.
(Sinttromar) recolheu assinaturas dos trabalha-
Com o número suficiente de assinaturas, o PLIP
Fonte: Sinttromar
DIREÇÃO CERTA I 11
FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 11
NOTÍCIAS
SINDICATOS
SALA DE CURSO HOMENAGEIA JOSÉ APARECIDO FALEIROS CURSO DE FORMAÇÃO POLÍTICA E SINDICAL
Convidado para participar da inau-
Emocionado, Faleiros agradeceu à di-
guração da sala de curso oficializada
retoria e a todos os associados pela ini-
pelo Detran do Paraná, o coordenador
ciativa e destacou que, apesar das muitas
de negociações coletivas, José Aparecido
homenagens recebidas ao longo de sua
Faleiros, foi surpreendido com a home-
carreira sindical, considerou esta uma das
nagem feita pela diretoria do Sindicato
mais importantes e significativas de sua
A festa de inauguração foi encerrada com
dos Condutores de Veículos Rodoviários
vida. Coube a ele e ao presidente do Sin-
um coquetel de confraternização entre todos
e Anexos de Paranguá (Sindicap), que o
dicap, Josiel Veiga, fazer o descerramento
os participantes da quinta etapa do curso de
homenageou dando seu nome ao auditó-
da placa do auditório e o corte da fita da
Formação Política e Sindical do ISC.
rio da sala de cursos.
sala de cursos.
Fonte: Sindicap
SINTRODOV PROMOVE CURSOS DE RECICLAGEM E CAPACITAÇÃO PARA TRABALHADORES DE DOIS VIZINHOS E REGIÃO No mês de novembro, o Sindicato dos Motoristas, Condutores de Veículos Rodoviários Urbanos e em Geral, Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Dois Vizinhos (Sintrodov) promoveu quatro cursos de reciclagem e capacitação para os trabalhadores de Dois Vizinhos e Capanema. O objetivo é propiciar aos condutores e passageiros maior segurança no transporte e contribuir com um trânsito melhor
O SINDICATO TAMBÉM REALIZOU O CURSO DE TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS
para todos. Em 4 e 5 de novembro, 16 trabalhadores
nistrado pelo instrutor do ISC Romeu Santoro.
alizou o curso de reciclagem de Movimentação
participaram do Curso de Reciclagem para Con-
A parceria com a entidade é fundamental para
Operacional de Produtos Perigosos (MOPP).
dutores de Veículos de Transporte Escolar, mi-
a realização das aulas. O sindicato também re-
SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR 1212 PÁG. I DIREÇÃO CERTA
Fonte: Sintrodov
INSTITUTO
ISC
AÇÕES SINDICAIS SÃO FUNDAMENTAIS PARA PREVENÇÃO DE DOENÇAS OCUPACIONAIS COMO LER E DORT Os Distúrbios Osteomusculares Relacio-
sobre os riscos de doenças e acidentes de tra-
de prevenção a serem adotadas pela empresa
nados ao Trabalho (DORT) e as Lesões por Es-
balho, suas causas e origens e, principalmente,
e, se for necessário, entrar com medidas le-
forços Repetitivos (LER) são as doenças ocu-
como evitá-los. Segundo o coordenador admi-
gais em caso de desrespeito aos direitos dos
pacionais que mais atingem os trabalhadores
nistrativo-pedagógico do ISC, Munir Varela,
trabalhadores ou à legislação.
brasileiros. De acordo com um levantamento
a participação dos trabalhadores no monito-
da Previdência Social, essas enfermidades re-
ramento das condições de trabalho é funda-
presentam cerca de 80% das doenças adquiri-
mental para que sejam elaboradas propostas
das pelos trabalhadores e têm relação direta
de solução para os problemas encontrados.
LER E DORT
Não existe uma causa única para o desen-
“As visitas às empresas são importantes e
volvimento dessas doenças, mas alguns fato-
muitos riscos estão no cotidiano, fazendo par-
res podem ser identificados e serem objeto de
O aumento de processos automatizados,
te da rotina, por isso os trabalhadores acabam
atenção dos trabalhadores, como movimentos
do ritmo de trabalho e da pressão por produti-
não os percebendo. Fazer esse esclarecimento
repetitivos, ritmo acelerado, mobiliado ina-
vidade trazem novos riscos para os ambientes
e mostrar que seguir as normas de segurança
dequado, ausência de pausas na jornada de
de trabalho, gerando doenças ocupacionais
e usar os EPIs [Equipamentos de Proteção In-
trabalho, ambientes mal ventilados ou rui-
nos trabalhadores. Esses também são os
dividual] é essencial para prevenir acidentes e
dosos, entre outros.
motivos pelos quais muitos funcionários es-
doenças é um papel fundamental do sindicato
condem seus sintomas com medo de alguma
na proteção da categoria”, ressalta Munir.
com as mudanças nos processos de produção e condições de trabalho nos últimos anos.
“Muitas vezes as empresas que não se preocupam em propiciar um ambiente de
repressão por parte da empresa, que frequen-
Outro ponto destacado pelo coordenador
trabalho adequado também dificultam a co-
temente negligencia as normas de segurança.
é o trabalho em conjunto entre o sindicato e a
municação com os funcionários sobre essa
Os sindicatos têm uma importante função
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
questão, impossibilitando as sugestões para
de auxiliar os trabalhadores com informações
(CIPA), pois assim é possível estudar medidas
melhorias”, lembra Munir.
DIREÇÃO CERTA I 13
FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 13
INSTITUTO
ISC
RESOLUÇÃO DO CONTRAN PROÍBE QUE CONDUTORES HABILITADOS NA CATEGORIA E REALIZEM CURSOS DE TRANSPORTE COLETIVO E ESCOLAR Em 15 de agosto, o Contran publicou a resolução 685/2017, que altera as exigências para que o motorista realize cursos de transporte escolar e de transporte coletivo de passageiros. O documento altera a resolução 168/2004 e proíbe que o condutor habilitado na categoria E frequente essas capacitações, ficando restritas somente para quem tem a
A RESOLUÇÃO ALTERA AS EXIGÊNCIAS PARA QUE O MOTORISTA REALIZE CURSOS DE TRANSPORTE
categoria D. Segundo o coordenador administrati-
tados para a categoria E também poderiam
do medidas que possam ser tomadas para
vo-pedagógico do ISC, Munir Varela, os im-
conduzir os veículos enquadrados nas cate-
fazer com que essa resolução seja revisada.
pactos dessa resolução sobre os motoristas e
gorias B, C e D. Essa nova regra irá fazer com
“Vários equívocos estão presentes nesse do-
sobre a atuação do Instituto serão grandes.
que muitos condutores tenham que “rebaixar”
cumento e irão causar muitos transtornos
“Grande parte da frota do transporte cole-
a categoria e realizar novamente os exames e
para os trabalhadores, já que haverá custos
tivo é de veículos articulados, o que exige que
as horas-aula para adquirir novas habilitações
para quem precisar realizar os cursos de ha-
o condutor tenha a categoria E. Além disso,
e estar de acordo com as normas.
bilitação. Estamos lutando para que nossa
os cursos e as reciclagens ofertadas pelo ISC
O presidente do ISC, João Batista da
serão atingidos, pois a resolução não permi-
Silva, afirma que o Instituto está analisan-
categoria não seja prejudicada por essas novas normas”, afirma.
te a matrícula de alunos que não possuam a categoria D”, destaca. Outra mudança que a resolução 685/2017 irá trazer para os motoristas é a revogação da correspondência das categorias. Quem se habilitar na categoria D, voltada para a condução de veículos de transporte de carga e peso de na categoria C. Para a categoria E, que inclui os veículos de transporte de passageiros com mais de oito lugares, o condutor deverá ser habilitado na categoria D, que exigirá a habilitação na categoria C. Antes, as normas se baseavam no critério de que os motoristas que estivessem habili-
“
OS CURSOS E AS RECICLAGENS OFERTADAS PELO ISC SERÃO ATINGIDOS, POIS A RESOLUÇÃO NÃO PERMITE A MATRÍCULA DE ALUNOS QUE NÃO POSSUAM A CATEGORIA D
“
até 3.500 kg, deverá comprovar a habilitação
MUNIR VARELA, COORDENADOR ADMINISTRATIVO - PEDAGÓGICO DO ISC 14 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR 14 I DIREÇÃO CERTA
INSTITUTO
ISC
ÚLTIMA ETAPA DO CURSO DE FORMAÇÃO SINDICAL ABORDA PLANEJAMENTO DO MOVIMENTO SINDICAL COM DIRIGENTES Entre 8 e 10 de novembro, o ISC realizou, em parceria com a Fetropar, a quinta etapa do curso de Formação Política e Sindical em Paranaguá (PR). No total, 25 dirigentes sindicais participaram das aulas, que fazem parte da pós-graduação em Formação Popular e Sindical do ISC e abordaram conceitos de
O CURSO DO ISC TEVE CINCO ETAPAS EM 2017
planejamento estratégico e situacional dos sindicatos. A partir de situações, como a elaboração de um plano de estudo ou de carreira, os parti-
e como agir em cada uma delas de maneira
Paranaguá (Sindicap), assim como acon-
adequada.
teceu nas demais etapas do curso com as
cipantes discutiram como fazer um plano para
Também foi realizada uma oficina de
o sindicato, desde a administração da entida-
organização sindical, que abordou ques-
de até os trabalhos de base. De acordo com o
tões práticas, como a realização de uma
Durante as aulas, os participantes tam-
coordenador administrativo-pedagógico do
campanha de sindicalização, reuniões
bém analisaram as mudanças nos direitos
ISC, Munir Varela, destacar a importância
com a base, organização de assembleias,
trazidas pela Reforma Trabalhista e um pai-
de ter uma boa assessoria jurídica e de uma
preparação para uma greve e elaboração
nel sobre a Política Nacional de Mobilidade
comunicação eficiente é essencial para que
de editais e ofícios. “Muitos dirigentes
Urbana e como ela reflete no Paraná, tanto
as entidades possam ter uma atuação cada
estão em sua primeira gestão, por isso é
em Curitiba e Região Metropolitana quanto
vez mais forte.
importante esclarecer essas questões que
no interior do estado. O documento exige que
“O planejamento envolve diversos as-
já fazem parte da rotina para alguns dire-
municípios com mais de 20 mil habitantes
pectos das atividades do sindicato e direcio-
tores, mas para outros é um universo novo”,
apresentem um plano de mobilidade urbana,
na suas atividades para que seus objetivos
lembrou Munir.
priorizando os serviços de transporte coletivo
sejam alcançados com maior eficiência. Fa-
O ISC visitou o Sindicato dos Condu-
lamos sobre gestão e estratégias, mas tam-
tores de Veículos Rodoviários e Anexos de
Federal, como direitos individuais e coletivos, assim como os deveres dos dirigentes sindicais”, destacou. O ISC apresentou aos participantes materiais sobre saúde e segurança do trabalho com planilhas, slides e vídeos para orientar os diretores a respeito de situações cotidianas
“
e os projetos do sindicato para o futuro.
e os meios de transporte não motorizados, como as bicicletas.
O PLANEJAMENTO ENVOLVE DIVERSOS ASPECTOS DAS ATIVIDADES DO SINDICATO E DIRECIONA SUAS ATIVIDADES PARA QUE SEUS OBJETIVOS SEJAM ALCANÇADOS COM MAIOR EFICIÊNCIA
“
bém abordamos questões da Constituição
entidades locais, para conhecer a estrutura
MUNIR VARELA, COORDENADOR ADMINISTRATIVO - PEDAGÓGICO DO ISC DIREÇÃO CERTA I 15
FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 15
NOTÍCIAS
SEGURANÇA
CAPACETES SÃO INDISPENSÁVEIS PARA OS MOTOCICLISTAS E DEVEM SER HIGIENIZADOS FREQUENTEMENTE Nos últimos anos, houve um crescimento na utilização das motocicletas no mercado formal e informal de trabalho. Os profissionais que trabalham com a entrega de produtos e mercadorias são conhecidos como motoboys ou motofretistas. Já os profissionais encarregados do transporte de
O USO DE CAPACETES GARANTE A SEGURANÇA DO MOTOCICLISTA
pessoas são conhecidos como mototaxistas. E para poderem exercer suas atividades profissionais, esses trabalhadores necessi-
com o intuito de preservar a saúde e a
doenças respiratórias e doenças de pele,
tam que os serviços estejam regulamenta-
segurança do trabalhador. Os capacetes
como caspas e micoses.
dos pelos municípios. Regras de segurança
utilizados devem ser aprovados pelo Ins-
A higienização diária do capacete é
devem fazer parte da rotina desses trabalha-
tituto Nacional de Metrologia, Qualidade
uma forma de minimizar a ação de fungos
dores, para que ninguém seja prejudicado.
e Tecnologia (Inmetro) e devem conter
e bactérias. A prática, entretanto, requer
viseira ou óculos de proteção, além de
tempo e disciplina.
PENALIDADES
Desde 2012, por exemplo, os profissionais estão sujeitos a penalidades, caso
elemento retrorref letivo.
Em alguns municípios, há a opção da touca descartável sob o capacete. Nos ca-
DEBATE
sos dos municípios onde há a exigência, o mototaxista pode ser obrigado a carregar
descumpram a Resolução 356 do Conse-
E por falar em capacetes, o debate so-
lho Nacional de Trânsito (Contran) – que
bre a utilização das viseiras já vem de lon-
estipula regras para o transporte remu-
ga data. O Contran, por exemplo, permi-
Conforme explicação do presidente
nerado de passageiros e de mercadorias.
te ao condutor o levantamento da viseira
da Fetropar, João Batista da Silva, os mo-
Dentre as obrigações desses profis-
quando o veículo estiver parado na via. No
totaxistas devem obrigar os passageiros
sionais, estão o registro do veículo na
entanto deve ser imediatamente abaixada
a usarem o capacete. “Sabemos que a
categoria “aluguel”, a instalação de dis-
na posição frontal aos olhos quando o ve-
utilização do capacete para motociclis-
positivos específicos, o uso de determi-
ículo for colocado em movimento.
ta e passageiro reduz as lesões graves e
consigo as toucas descartáveis para oferecer o serviço aos usuários.
nados equipamentos de segurança, além
Os mototaxistas, bem como os usu-
sequelas, em caso de acidente. Também
dos cursos de especialização para o con-
ários do serviço, devem ficar atentos às
é necessário manter a higienização do
dutor, que deve ter, no mínimo, 21 anos.
condições dos capacetes. Equipamento
equipamento. Quando o capacete não é
Assim como em qualquer outra pro-
de segurança obrigatório para quem anda
utilizado, configura-se uma infração gra-
fissão, motofretistas e mototaxistas pos-
de moto, o capacete que não estiver em
víssima, passível de multa e de suspensão
suem regras para exercer a atividade,
condições adequadas de uso pode causar
do direito de dirigir”, considera.
16 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR 16 I DIREÇÃO CERTA
NOTÍCIAS
CARGAS
DEU NÓ: NOVAS REGRAS PARA A AMARRAÇÃO DE CARGAS PODEM AUMENTAR SEGURANÇA NAS ESTRADAS Foram necessários 18 anos para que a regulamentação da amarração de cargas fosse definida. Em setembro do ano passado, o Contran estabeleceu novas regras para a amarração de cargas. Essa regulamentação era aguardada desde a década de 1990. A Resolução 552 determina que os veícu-
A NOVA RESOLUÇÃO PREVÊ UMA SÉRIE DE PROIBIÇÕES E NORMAS A SEREM SEGUIDAS
los fabricados a partir de 1º de janeiro devem atender a todos os requisitos previstos na nova norma. Os veículos que já estão em circulação
de cintas têxteis, correntes e cabos de aço,
têxteis ou da combinação desses três tipos.
estarão sujeitos ao cumprimento das regras a
com resistência total à ruptura. Esses equi-
Um ponto importante da resolução é que
partir de 1º de janeiro de 2018. Isso quer dizer
pamentos devem resistir duas vezes mais
os dispositivos de amarração só poderão
que as empresas terão até o final de 2017 para
do que o peso total da carga. Já as barras
ser passados pelo lado externo da carro-
se adaptarem às novas regras.
de contenção, os trilhos, as malhas, as re-
ceria, para os veículos do tipo carga seca,
des, os calços, os separadores, as mantas
quando a carga ocupar totalmente o espa-
NOVA RESOLUÇÃO
de atrito e os bloqueadores serão utilizados
ço interno da carroceria.
A nova resolução prevê uma série de proi-
Para o transporte de cargas indivisíveis,
Batista da Silva, as novas regras aumen-
bições. De acordo com uma delas, é possível
também foram determinadas novas regras,
tam a segurança nas estradas. “Além de
destacar a utilização de cordas para a amarra-
principalmente para os veículos do tipo
trazer um impacto geral para a seguran-
ção da carga. O uso desse item está permitido
prancha ou carroceira, como máquinas e
ça no transporte rodoviário, os grandes
somente para a fixação da lona de cobertura,
equipamentos. Conforme a determinação,
beneficiados serão os próprios motoris-
quando esta for uma exigência. Também está
esse tipo de carga deve conter, no mínimo,
tas. É importante salientar que é obri-
proibida a utilização de dispositivos de amar-
quatro pontos de amarração – com utili-
gação das empresas providenciar essas
ração em pontos de madeira. Os pontos metá-
zação de correntes, cabos de aço, cintas
mudanças”, considera
da carroceria, também estão proibidos. Não é raro, por exemplo, que muitas usinas e empresas agrícolas utilizem, em seus caminhões de carga, apenas uma corda para segurar a carga. Para impedir esse tipo de comportamento, a resolução criou a obrigatoriedade
“
Para o presidente da Fetropar, João
ALÉM DE TRAZER UM IMPACTO GERAL PARA A SEGURANÇA NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO, OS GRANDES BENEFICIADOS SERÃO OS PRÓPRIOS MOTORISTAS
“
licos, se estiverem fixados na parte de madeira
como dispositivos adicionais.
JOÃO BATISTA DA SILVA, PRESIDENTE DA FETROPAR DIREÇÃO CERTA I 17
FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 17
NOTÍCIAS
SEGURANÇA
NA SERRA É MELHOR SE PREVENIR, PORQUE NA DESCIDA A COISA É MAIS COMPLICADA Na metade do ano passado, um acidente na BR-277 causou comoção em todo o país. Um caminhão carregado com 44 mil litros de álcool tombou e explodiu durante a descida da serra que liga Curitiba a Paranaguá. O acidente envolveu mais 12 veículos de passeio. Ao todo, seis pessoas morreram e
OS CAMINHÕES SÃO EQUIPADOS COM O FREIO MOTOR E O FREIO CONVENCIONAL
14 ficaram feridas, incluindo um bebê de apenas 19 dias de vida, que perdeu os pais na tragédia. Esse é apenas mais um dos episódios envolvendo caminhões nas descidas das serras
tros técnicos que garantam a sua eficiência.
Quando ocorre algum problema decor-
O que não é caso na descida de uma serra,
rente de falha no veículo, muitas empresas
por exemplo.
procuram jogar toda a culpa no trabalhador,
por todo o país. Diariamente, as estradas fa-
Utilizar o freio convencional em uma
que pode ser responsabilizado civil e criminal-
zem vítimas fatais em acidentes que poderiam
descida da serra faz com que o sistema de
mente. Portanto, é melhor se prevenir e deixar
ser evitados.
frenagem seja aquecido demais, em razão do
tudo registrado na empresa.
No caso da explosão do caminhão na BR-277, o motorista teria perdido o controle do
declive da pista e da velocidade do veículo, gerando uma redução na sua eficiência.
DESCENDO A SERRA
veículo por causa de uma falha nos freios.
Em alguns casos, esse processo pode resul-
Em depoimento à Polícia Civil do Estado do
tar em estragos no sistema, gerando fumaça e
Antes mesmo de descer uma serra, o mo-
Paraná, o condutor afirmou que o painel do
até fogo. Isso irá afetar a distância de parada e
torista deve reduzir a velocidade do caminhão
caminhão acusou a falha.
até a perda da capacidade de reduzir ou parar
para já iniciar o declive de forma controlada. A
o caminhão. É aí que ocorrem os acidentes.
velocidade ideal deve ser avaliada pelo condu-
Para garantir a sua segurança e a dos demais veículos durante a descida na serra, é necessário seguir algumas orientações. Essas normas técnicas garantem o controle do veículo durante a descida e evitam coli-
tor, conforme a carga do veículo e a capacidade
GARANTIR A SEGURANÇA
de frenagem. Se o sistema de freios estiver em ordem e
É muito importante que a empresa cumpra
a sua velocidade estiver reduzida, você está
com sua responsabilidade em relação à ma-
pronto para descer a serra. Acione o freio
Os caminhões são equipados com dois
nutenção constante dos veículos. Em caso de
motor e deixe uma marcha reduzida enga-
tipos de freio: o motor e o convencional (de
qualquer sinal de problema, a empresa deve
tada. Isso é importante para que, durante a
pedal). Quando o freio convencional é utili-
ser comunicada e, então, tomar as providên-
descida, não seja necessário utilizar o freio
zado, gera um aumento de temperatura no
cias. O trabalhador tem o direito de se recusar
convencional o tempo todo, pois isso poderá
sistema de frenagem. Esse aquecimento é nor-
a dirigir um veículo com problemas que com-
provocar uma falha no sistema, em razão do
mal, desde que mantido dentro dos parâme-
prometam a sua segurança.
seu aquecimento.
sões e tombamentos.
18 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR 18 I DIREÇÃO CERTA
REALIZAÇÃO
Filiada a:
20 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR 20 I DIREÇÃO CERTA