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S UMÁRI O 05 Painel digital 06 diretoria 07 editorial 08 charge 09 entrevista 12 Fala, indústria 24 giro da indústria 56 dicas 58 radar industrial 60 quanto você pagou? 62 artigo capa
30 RETOMADA DO CRESCIMENTO Nem mesmo a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foi capaz de parar o avanço do setor em Mato Grosso do Sul, que bateu recorde na geração de emprego e na exportação
14 inovação ISI Biomassa desenvolve projeto para produção de sanitizante a partir de bioóleo da macaúba
20 PROCESSOS TRANSPARENTES Sistema Fiems aprova Programa de Compliance como forma de combate à corrupção
50 sesi Sesi e Sebrae se unem em mutirão contra Covid-19, em Bonito, durante o feriado do Dia de Finados
61 quem te cohece que te compre Indústria Pais & Filhos é uma das maiores fabricantes nacionais de jogos de tabuleiro e quebra-cabeças
40 senai IST Alimentos e Bebidas passa por auditoria interna para ampliar escopo de atuação
18 AUXÍLIO EMERGENCIAL Parcelas de outubro, novembro e dezembro do FCO Empresarial estão prorrogadas para janeiro de 2021 4 •
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46 iel PQF do IEL finalizou auditoria remota de 43 empresas fornecedoras, entre os meses de junho e julho
PAINEL DIGITAL
SISTEMA FIEMS NA REDE Fique por dentro dos nossos destaques nas redes sociais
Bonito está preparada para te receber! Com a junção de esforços do Sebrae, Sesi e Senac, o programa Bonito Seguro orientou as empresas em protocolos de biossegurança para que você possa aproveitar ao máximo com todos os cuidados necessários. Bonito, o melhor destino de ecoturismo do país!
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Turistas e empresários aprovam mutirão do Sesi de prevenção à Covid-19 em Bonito https://mla.bs/ ad5a1e07 Senai e Energisa recebem agradecimento da Força Aérea por manutenção de respiradores https://mla. bs/0b3ccaa7
Você já parou para pensar sobre a importância da língua inglesa para a carreira? Além de ser fator essencial em alguns processos seletivos — há empresas que exigem essa habilidade tanto em vagas de estágio quanto de emprego — saber falar um segundo idioma ainda pode agregar outros benefícios. #sfiems
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D I RET ORI A
S IS TE MA F I E M S Diretor Executivo: Anatole Verlaine Etges Superintendente do Sesi/MS: Bergson Henrique S. Amarilla Diretor Regional do Senai/MS: Rodolpho Caesar Mangialardo Superintendente do I EL/MS: José Fernando Gomes do Amaral
Presidente: Sérgio Marcolino Longen 1ª Vice-pres.: Claudia Pinedo Zottos Volpini 2º Vice-pres.: Alonso Resende do Nascimento 3º Vice-pres.: José Francisco Veloso Ribeiro 1º Vice-Pres Regional: Luiz Claudio Sabedotti Fornari 2º Vice-Pres Regional: Roberto José Faé 3º Vice-Pres Regional: Romildo Carvalho Cunha 4º Vice-Pres Regional: Francisco Giobbi 5º Vice-Pres Regional: Lourival Vieira Costa 6º Vice-Pres Regional: Gilson Kleber Lomba 1º Secretário: Silvana Gasparini Pereira 2º Secretário: Antônio Carlos Nabuco Caldas 3º Secretário: Zigomar Burille 1º Tesoureiro: Altair da Graça Cruz 2º Tesoureiro: Edis Gomes da Silva 3º Tesoureiro: Nilvo Della Senta Diretores: João Batista de Camargo Filho Antônio Breschigliari Filho Julião Flaves Gaúna Marcelo Alves Barbosa Alfredo Fernandes Marcelo De Carli Ferreira Cláudio George Mendonça Marismar Soares Santana Regis Luís Comarella Walter Ferreira Cruz Walter Gargione Adames Vagner Rici Silvio Roberto Padovani Omildson Regis Guimarães José Eduardo Maksoud Rahe
Revista da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul Diretor de Comunicação: Robson Del Casale (DRT/MS 064) Chefe de Redação: Daniel Pedra (DRT/MS 088) Jornalistas: Flávia Melo (MTB/MS 1032) Fotos: Dicom/Fiems Endereço: Avenida Afonso Pena, 1.206 - 4º Andar Bairro Amambaí - Campo Grande/MS - 79.005-901 E-mail: dicom@sfiems.com.br Site: www.fiems.com.br Fone: (67) 3389-9017 As opiniões contidas em artigos assinados são de total responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, o posicionamento do Sistema Fiems Revista Mensal - 10 mil exemplares
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Conselho Fiscal: Efetivos: Milene de Oliveira Nantes Ivo Cescon Scarcelli Lenise de Arruda Viegas Suplentes: Egon Hamester Edson Luiz Germano de Souza Irma Tinoco Atagiba Asseff Delegados Suplente junto à CNI: Efetivos: Sérgio Marcolino Longen Claudia Pinedo Zottos Volpini Suplentes: Roberto José Faé José Francisco Veloso Ribeiro
ED ITOR I A L
TREM BALA DA ECONOMIA
M
esmo com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a indústria de Mato Grosso do Sul continua demonstrando a sua importância para a economia estadual. Neste período conturbado, o setor transformou-se na locomotiva da economia sul-mato-grossense, estando presente desde o dia a dia das pessoas até na geração de emprego. O bom desempenho da indústria contribui em muito para o aumento do investimento e do crescimento do Estado, de maneira sustentável. O “trem bala” da indústria começou a andar e está puxando o resto da economia estadual, tal qual uma locomotiva faz com os vagões. O setor industrial sul-mato-grossense está a todo vapor, presenteando o Estado com aumento na geração de empregos, na receita de exportações de produtos industrializados, na abertura de novos estabelecimentos industriais e na produção das indústrias. No ano, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems, a indústria já tem 131.542 trabalhadores com carteira assinada, a receita de exportações de industrializados está em US$ 2,871 bilhões e deve encerrar o ano na casa dos US$ 3,74 bilhões, enquanto o número de estabelecimentos industriais chegou a 6.014 empresas e a produção industrial deve fechar 2020 com uma movimentação de R$ 53,9 bilhões. Além disso, o PIB Industrial caminha para terminar o ano em R$ 23,1 bilhões, o que representa 23% do total do PIB de Mato Grosso do Sul, que deve encerrar 2020 em R$ 116,7 bilhões. Esses dados extremamente positivos são, com certeza, o melhor presente que o setor industrial poderia dar ao Mato Grosso do Sul neste momento de crise mundial. No início da pandemia, em março, inúmeras indústrias nos procuraram preocupadas com
os efeitos dessa doença sobre o setor. Imediatamente, por meio da área de SST (Saúde e Segurança do Trabalho) do Sesi, iniciamos a elaboração dos protocolos de biossegurança, para que as empresas continuassem produzindo apesar da Covid-19, e o resultado estamos verificando agora. Aliada à adoção dos protocolos de biossegurança, para continuarem produzindo, as indústrias também foram beneficiadas com o ajustamento do mercado à nova realidade do setor. Conseguimos, junto às autoridades competentes e com o apoio das instituições financeiras, a criação de linhas de crédito especiais via FCO e a prorrogação do pagamento de alguns compromissos, para dar fôlego aos empresários. Em negociação com o Governo do Estado, até foi possível garantir a manutenção de alguns incentivos fiscais para determinados segmentos mais atingidos pela pandemia. Além disso, obtivemos o refinanciamento de dívidas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) com o Governo, enfim, foram inúmeras ações que ajudaram a construir um cenário favorável à retomada do setor industrial. Toda essa estrutura disponibilizada permite que Mato Grosso do Sul figure entre os principais Estados em desenvolvimento, mesmo com a pandemia. Enfim, ao que tudo indica, 2020, apesar da Covid-19, vai terminar como sendo um bom ano para o setor industrial e para o resto da economia de Mato Grosso do Sul.
SÉRGIO LONGEN Presidente do Sistema Fiems
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ENTREVISTA
ROBSON BRAGA DE ANDRADE PRESIDENTE DA CNI (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA) “Em razão da crise, as projeções da CNI indicam que a economia brasileira terá uma queda de 4,2% e o PIB Industrial diminuirá 4,1%”
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residente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade é graduado em Engenharia Mecânica, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com especialização em Gestão Estratégica para Dirigentes Empresariais, pela Fundação Dom Cabral e pelo INSEAD, na França. Presidiu a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) por dois mandatos consecutivos, antes de ser eleito presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2010. Reeleito em 2014, para o mandato 2014/2018, e em 2018, para o período 2018/2022. Foi vice-presidente
da CNI nas gestões 2002/2006 e 2006/2010. Lidera o Movimento Empresarial pela Inovação (MEI) e o Fórum Nacional da Indústria (FNI). Foi membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES), entre 2010 e 2018. É membro do Centro de Altos Estudos em Controle e Administração Pública (CECAP) do Tribunal de Contas da União (TCU). Como empresário, preside o Grupo Orteng, um conglomerado brasileiro fornecedor de equipamentos elétricos e eletromecânicos e de sistemas de energia e automação, atendendo aos mercados nacional e internacional. MS INDUSTRIAL | 2020 • 9
Qual o balanço que o senhor faz a respeito do setor industrial brasileiro em razão deste ano atípico, marcado pela pandemia do novo coronavírus? Em todo o mundo, a indústria e os demais setores da economia foram duramente atingidos pelas medidas de isolamento social, adotadas para conter a disseminação do novo coronavírus. No Brasil, a queda recorde de 9,7% no Produto Interno Bruto (PIB) e a retração de 12,3% no PIB industrial, no segundo trimestre do ano, dão a dimensão do forte impacto econômico da Covid-19. No entanto, a partir de maio, a economia começou a reagir de forma muito positiva, impulsionada pelas medidas emergenciais do governo e pela retomada gradual das atividades. Dados da CNI mostram que a confiança dos empresários já voltou aos níveis anteriores à pandemia, e o faturamento da indústria, em agosto, foi 37,8% maior do que o de abril, o mês mais agudo da crise. Mesmo assim, o ritmo de crescimento registrado no terceiro trimestre pode perder força nos próximos meses. Em razão da crise, as projeções da CNI indicam que a economia brasileira terá uma queda de 4,2%, e o PIB Industrial diminuirá 4,1% neste ano em relação a 2019.
cadeias industriais, manter empregos e gerar riquezas. Não podemos produzir tudo, mas também não podemos depender de um ou dois fornecedores nem de um ou dois clientes. Essas e outras lições deixadas pela Covid-19, certamente, nos ajudarão a construir um mundo melhor. Para o senhor, a indústria está sendo a locomotiva da economia brasileira neste momento de pandemia? A indústria é crucial para impulsionar a economia e a criação de empregos em qualquer país. No Brasil, o setor, que tem uma participação de 21% na economia e emprega 20% dos trabalhadores formais, é responsável por 70% das
exportações de bens e serviços, e por 72,2% dos investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento. Ele também responde por 33% da arrecadação de tributos federais. Com sua capacidade de inovar, e de desenvolver tecnologias e novos produtos, a indústria é estratégica para o desenvolvimento de outras atividades. Por exemplo, é a indústria que produz máquinas, implementos, fertilizantes, e outros insumos que elevam a produtividade e a competitividade da agricultura brasileira. Além disso, o setor tem grande poder multiplicador de riquezas. Cada R$ 1 produzido nas nossas fábricas gera R$ 2,40 na economia brasileira. Nos demais setores, esse retorno é menor. Na agricultura, chega a R$ 1,66 e, no comércio e nos serviços, a R$ 1,49.
Na sua avaliação, quais foram as lições tiradas pelo setor industrial com esta crise? Com a pandemia, todos nós aprendemos a lidar com inúmeras adversidades, muitas, até então, desconhecidas. O novo cenário exigiu soluções imediatas para salvar vidas e confirmou que temos que dar prioridade à ciência, à pesquisa e à tecnologia. Além disso, a necessidade de as empresas se adaptarem rapidamente ao teletrabalho e à digitalização dos processos reforçou a importância dos investimentos constantes e robustos em inovação e desenvolvimento tecnológico. A crise também provocou algumas reflexões sobre a economia globalizada. A falta de insumos e equipamentos, especialmente na área de saúde, mostrou que os países precisam ter uma ampla base local de produção, para assegurar o suprimento das 10 •
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- ROBSON BRAGA Presidente da CNI
“A indústria é crucial para impulsionar a economia e a criação de empregos em qualquer país. No Brasil, o setor, que tem uma participação de 21% na economia e emprega 20% dos trabalhadores formais, é responsável por 70% das exportações de bens e serviços, e por 72,2% dos investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento”
É por isso que um país forte se constrói com uma indústria dinâmica, diversificada e inovadora. Por que estamos registrando tantas altas de preços de produtos alimentícios industrializados? O recente aumento dos preços é resultado de uma combinação de fatores. Um deles é a valorização do dólar frente ao real, que encareceu a importação de alguns insumos industriais. Além disso, a paralisação da produção em abril, seguida de uma inesperada recuperação da atividade nos meses seguintes, causou um certo descompasso entre a demanda e a oferta de matérias-primas e de outros insumos industriais, o que acabou afetando os preços. Mesmo com as altas recentes, as previsões da CNI indicam que a inflação acumulada, neste ano, ficará em 2,7%, abaixo da meta fixada pelo governo para 2020. A reforma tributária está na pauta do Congresso Nacional e, na percepção do senhor, quais as mudanças imprescindíveis que ela deve trazer para o setor industrial? A indústria defende uma reforma que torne o sistema tributário mais simples e eficiente, com foco na redução da cumulatividade. Isso permitirá a desoneração completa dos investimentos e das exportações, e aumentará as condições para os produtos brasileiros competirem com os estrangeiros nos mercados interno e externo. A reforma deve substituir os tributos que hoje incidem sobre o consumo (PIS/Cofins, ICMS, ISS e IPI), além do IOF, por um único Imposto sobre Valor Adicionado, de abrangência nacional, com alíquota uniforme para todos os bens e serviços. Um sistema tributário que garanta a competitividade das empresas é fundamental para o Brasil voltar a crescer e a gerar empregos. Como um eventual corte nos recursos do Sistema S pode inviabilizar a formação profissional de milhares de trabalhadores?
Algumas pessoas, equivocadamente, defendem os cortes de recursos destinados ao Sistema S como parte da desoneração da folha de pagamento das empresas. Caso essa proposta se concretize e alcance as contribuições que financiam o SESI e o SENAI, haverá incalculáveis prejuízos para os trabalhadores, para a indústria e para a economia brasileira. Há quase 80 anos, o SENAI tem atuado, com excelência, em favor da qualificação da mão de obra, da produtividade e da competividade de indústrias dos mais variados portes e setores. O SESI, por sua vez, oferece educação básica de qualidade e mantém ações para melhorar a saúde, a segurança e a qualidade de vida de trabalhadores de todo o país. Hoje, o SESI e o SENAI são imprescindíveis para o enfrentamento dos desafios da quarta revolução industrial (Indústria 4.0), que exige a constante adequação de empresas e trabalhadores às novas tecnologias e a mercados cada vez mais competitivos. Um eventual corte nos recursos que financiam as duas entidades reduziria, na mesma proporção, os serviços prestados a milhares de empresas e a oferta de cursos de educação profissional para milhões de jovens e trabalhadores brasileiros, agravando o problema da produtividade no país e dificultando a superação da crise provocada pela Covid-19. Na avaliação do senhor, quais as perspectivas para o setor industrial brasileiro no próximo ano e, em especial, para a indústria de Mato Grosso do Sul? As empresas, as famílias e os governos estão saindo dessa crise bastante fragilizados. Por isso, o desempenho da indústria e da economia brasileira e sul-matogrossense no próximo ano dependerá muito das medidas que serão tomadas daqui para a frente. No documento Propostas para a Retomada do Crescimento Econômico, a CNI sugere 19 ações capazes de estimular a produção e o emprego. A publicação, entregue ao governo e ao Congresso Nacional, destaca que, neste período de transição, são necessárias a manuten-
“O desempenho da indústria e da economia brasileira e sulmato-grossense no, próximo ano, dependerá muito das medidas que serão tomadas daqui para a frente. No documento Propostas para a Retomada do Crescimento Econômico, a CNI sugere 19 ações capazes de estimular a produção e o emprego” ção, pelo menos até junho de 2021, de algumas medidas emergenciais, como os programas especiais de financiamento e as políticas de expansão do crédito e de redução dos custos dos empréstimos. A volta do crescimento sustentado também requer a retomada da agenda de reformas estruturantes, a redução efetiva do Custo Brasil e o aumento dos investimentos e da produtividade. A prioridade dessa agenda é a reforma tributária. MS INDUSTRIAL | 2020 • 11
FALA, INDÚSTRIA
Segundo levantamento da Fiems, de tudo o que exportamos para a Bolívia, 13% são grãos, e com certeza esses números podem melhorar. Por isso, estamos de portas abertas para alinharmos as demandas dos empresários do setor industrial sul-mato-grossense e os da Bolívia, para a construção de uma agenda conjunta” CL Á U D I A P I N E D O ZOT T OS VOLPIN I vice-presidente da Fiems
É muito importante essa capacitação profissional oferecida pelo Senai de Corumbá, pois dá uma profissão adequada aos militares temporários. O tempo de serviço dos militares de início de carreira é limitado, então, devemos entregar esses jovens aptos ao mercado de trabalho após o serviço militar obrigatório” TENENTE-CORONEL DO EXÉRCITO JOSÉ ITACIR BLNDÉ DA SILVA CHEFE DE RELAÇÕES PÚBLICAS DA 18ª BRIGADA DE INFANTARIA DE FRONTEIRA DO EXÉRCITO
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Neste cenário de crise, cabe aos políticos a difícil e nobre tarefa de encontrar soluções institucionais e dar estabilidade ao País (...) A democracia não é fruto de duas ou três eleições, é, antes, uma solução diária, meticulosa e permanente, que obriga o exercício constante da cidadania” ALEXANDRE MAGNO BENITES DE LACERDA procurador-geral de Justiça do Estado Sobre a parceria com a Fiems no combate à corrupção nas eleições
A ação do Sesi, em parceria com o Sebrae-MS, foi fundamental para a manutenção das atividades econômicas e a reabertura das atrações de forma segura em Bonito. Desde o início da pandemia, nós tivemos consultorias e orientações dos técnicos do Sesi para proporcionarmos o melhor atendimento aos nossos clientes e essa ação, nesse feriado prolongado, com foco nos turistas, só traz benefícios, porque eles se sentem ainda mais seguros de vir a Bonito” AL EXANDRE FRI EDRI CH PROPRIETÁRIO DO BALNEÁRIO DO SOL
Ao lado do IEL e das demais empresasâncoras, pensamos diferente e realizamos um novo modelo de auditorias remoto, algo totalmente inovador. Com isso, conseguimos a participação de auditores de outros estados, algo incomum e que contribuiu ainda mais para o sucesso desta edição, mesmo com a pandemia” GUSTAVO SALVADOR COORDENADOR DE SUPRIMENTOS DA SUZANO
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I N O VA Ç Ã O
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Indústria mais
segura Centro de Inovação do Sesi inicia implantação de tecnologia para reduzir acidentes na Inflex
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A
partir dessa ação, já iniciamos os estudos e desenvolvimento das tecnologias que serão desenvolvidas para a indústria como um todo”, explicou o gerente de Tecnologia de Inovação do Centro de Inovação do Sesi de Mato Grosso do Sul, Ricardo Egídio, completando que a Inflex, por ter sido uma das empresas que submeteu e teve a proposta selecionada pelo Edital de Inovação, receberá um piloto do projeto. Entretanto, ele é desenvolvido com a finalidade de ser aplicado em escala, por indústrias de todo o Brasil. O projeto, batizado de “Gestão de Ambientes Críticos”, é desenvolvido e viabilizado com recursos do Edital de Inovação para a Indústria, iniciativa do Sesi e Senai que financia o desenvolvimento de produtos, processos ou serviços inovadores com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade da indústria brasileira, além de promover a otimização da segurança e saúde. São financiados projetos de R$ 200 mil até R$ 1 milhão, destinado para o desenvolvimento dos projetos, com a participação das empresas selecionadas. “Com essa tecnologia que estamos desenvolvendo, gestores das empresas poderão receber alertas em dispositivos móveis em tempo real sobre esses ambientes de risco, evitando acessos não-permitidos de pessoas não capacitadas ou autorizadas, e gerando, ainda, indicadores de gestão, como o tempo de permanência dos colaboradores nesses ambientes”, detalhou Ricardo Egídio sobre 16 •
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como funciona o protótipo. Com isso, a empresa pode usar os dados e informações obtidas para reduzir as chances de acidentes e aprimorar a gestão dos ambientes de trabalho. O supervisor de tecnologia da informação da Inflex, Fernando Eduardo de Lima, já vislumbra inúmeras outras possibilidades para a empresa, com o projeto pensado pelo Centro de Inovação do Sesi. “Podemos aplicá-lo para outras finalidades, como reconhecimento facial de colaboradores que têm acesso a empilhadeiras e a outros ambientes restritos”, avaliou. Além do gerente do Centro de Inovação do Sesi de Mato Grosso do Sul, também participaram da visita técnica o engenheiro de software e matemático Hueligton Melo e a técnica especializada em levantamento de requisitos e documentações Camila Garcia. O Centro de Inovação faz parte de uma rede integrada de nove centros do Sesi, cada um voltado para um tema ligado ao bem-estar do trabalhador da indústria, e que estão distribuídos por nove estados, além de atuar em rede para atender empresas de todo o Brasil. Empreendimentos de todos os portes podem adquirir e utilizar os serviços dos Centros de Inovação e o primeiro passo é relatar seu desafio e, uma vez identificado o que pode ser feito, o projeto é direcionado ao centro mais adequado. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, a área de pesquisa é voltada para a gestão da saúde e segurança do trabalho. Há também a possibilidade de adquirir as soluções já desenvolvidas, que ficam expostas na Plataforma Nacional de Soluções Sesi, à disposição dos gestores das áreas de saúde e segurança do trabalho da indústria. MS INDUSTRIAL | 2020 • 17
FIEMS
FCO Auxílio
EMERGENCIAL Parcelas de outubro, novembro e dezembro do FCO Empresarial estão prorrogadas para janeiro de 2021, e Fiems reforça que medida veio no momento certo.
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O
s empresários de Mato Grosso do Sul que têm contratos do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do CentroOeste), na modalidade Empresarial, poderão prorrogar o pagamento das parcelas referentes aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2020 para o mês de janeiro de 2021. A informação foi dada pelo Banco do Brasil durante a reunião do CEIF/FCO (Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis pelo FCO), realizada na Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). Para o presidente da Fiems, Sérgio Longen, a medida veio no momento certo. “Essa prorrogação das parcelas é um trabalho em conjunto da Diretoria da Fiems, da Semagro e da Superintendência do Banco do Brasil no Estado”, informou, completando que conversou pessoalmente com o secretário estadual Jaime Verruck, titular da Semagro, e com o superintendente do BB, Sandro Grando, para mostrar que, apesar de alguns segmentos do setor industrial já terem melhorado suas condições financeiras, outros ainda estão passando por dificuldades. “Por isso, entendemos que, como nem todas as indústrias estão em condições financeiras satisfatórias, seria melhor prorrogar o pagamento desses três meses, o que, na prática,
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FCO
PRORROGAÇÃO
será uma grande ajuda para esses empresários que ainda estão em recuperação devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19)”, destacou o presidente da Fiems, reforçando que, na prática, essa prorrogação acaba funcionando como um capital de giro para as empresas. “Temos que comemorar porque o FCO Empresarial vem fazendo a diferença em Mato Grosso do Sul ao contribuir com o desenvolvimento do setor industrial do Estado. O não pagamento, neste momento, dessas três parcelas vão impactar positivamente no caixa das empresas neste fim de ano”, assegurou, referindo-se às despensas do fim de ano. Sérgio Longen ressalta que, no próximo mês de novembro, o empresário já tem o 13º salário dos funcionários para pagar e muitas empresas estavam preocupadas com isso. “Alguns investimentos que seriam feitos estavam suspensos e, agora, poderão ser retomados com essa prorrogação do pagamento dessas três parcelas. Os indicadores industriais estão demonstrando a recuperação do setor e essa ajuda, do Banco do Brasil, vem no momento certo para ajudar na recuperação da nossa economia”, reforçou. Para o secretário estadual Jaime Verruck, que é presidente do CEIF/FCO (Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste), o Banco
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FCO EM NÚMEROS
R$ 315,9 MILHÕES
Dados de 2020
de incremento para os últimos meses
Central já tinha autorizado a prorrogação do pagamento desses contratos para até o mês de dezembro, e permitiu a cada instituição financeira fazer o seu regramento. “O Banco do Brasil prorrogou, inicialmente, por dois meses, estendeu por mais dois e, agora, após as solicitações do CEIF e Fiems, decidiu por prorrogar também as parcelas de outubro, novembro e dezembro”, completou. Já o superintendente do Banco do Brasil no Estado, Sandro Grando, acrescenta que essas parcelas serão prorrogadas e diluídas nas parcelas remanescentes a partir de janeiro de 2021. “Isso significa que o empresário poderá deixar de pagar as parcelas durantes os meses de outubro, novembro e dezembro, mas terá as parcelas um pouco mais altas nos meses seguintes, porque o prazo final de quitação do financiamento não será alterado. Acreditamos que essa é uma excelente medida, porque ela dá a possibilidade para o empresário tomar a decisão baseado no seu fluxo e na sua organização”, informou.
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R$ 124 MILHÕES de adicional, direcionado para a linha empresarial
COM REDISTRIBUIÇÃO, FCO TERÁ MAIS R$ 315 MILHÕES EM CRÉDITO PARA CONTRATAÇÃO AINDA EM 2020
A linha de financiamento FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do CentroOeste) recebeu incremento de R$ 315,9 milhões, para atender as demandas por crédito nos últimos meses de 2020, totalizando R$ 1,5 bilhão no ano. A ampliação do valor em decorrência de ajuste nas linhas, como acontece todos os anos no fim de setembro, foi aprovada na reunião desta quarta-feira (21) do CEIF/FCO (Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis pelo FCO). Com a redistribuição, a linha empresarial vai receber adicional de R$ 124 milhões, enquanto que a rural terá mais R$ 233,8 milhões para contratação ainda em 2020. A diferença no montante se dá de acordo com a demanda por recursos em cada linha. Parte do valor de incremento saiu da linha emergencial criada durante a pandemia de Covid-19, e parte da não aplicação por parte de cooperativas e outros bancos. Titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e presidente do CEIF/FCO, o secretário Jaime Verruck destaca
R$ 233,8 MILHÕES
R$ 33 MILHÕES
de adicional, direcionado para a linha rural
de recursos aprovados para atender pecuaristas do Pantanal
R$ 1,5 BILHÃO TOTAL DE RECUROS NO ANO
que o remanejamento de recursos acontece sempre em 30 de setembro. “Os recursos foram realocados considerando a demanda por crédito e a pouca contratação da linha emergencial, até por questões burocráticas, mas ainda há R$ 43,3 milhões para contratação dessa linha”, explica. O conselho aprovou 49 cartas-consultas na reunião ordinária de hoje, com destaque para a avicultura que teve R$ 2,402 milhões em recursos aprovados, a irrigação com R$ 4,197 milhões e a suinocultura que teve projetos que somam R$ 16 milhões em crédito para contratação. “Os números mostram que a economia segue aquecida, principalmente no setor rural”, afirmou Jaime Verruck. O CEIF/FCO aprovou, na reunião ordinária, a reserva de R$ 33 milhões em recursos da linha rural, para atender pecuaristas do Pantanal que necessitem de crédito para a retenção de matrizes. Na reunião, foram aprovados dois projetos que somam R$ 3,207 milhões para esse fim. O secretário explica que em função dos incêndios e a seca histórica que atinge o Pantanal, o produtor tem encontrado mais dificuldades em manter as matrizes em boas condições, aumentando a necessidade da tomada de crédito para o fim.
Os indicadores industriais estão demonstrando a recuperação do setor e essa ajuda do Banco do Brasil vem no momento certo para ajudar na recuperação da nossa economia ” - SÉRGI O LONGEN presidente do Sistema FIEMS
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GIRO DA INDÚSTRIA
PA GA ME NT O S INS TA NTÂ NE O S O PIX é um novo meio de pagamentos e transferências desenvolvido pelo Banco Central para facilitar as transações financeiras. Não é um aplicativo, nem banco, e funciona com as contas que o cliente já tem em alguma instituição financeira. A expectativa do mercado é que o sistema seja o grande substituto de DOCs e TEDs, por ser gratuito e estar disponível a qualquer hora, sete dias por semana. A quantia cai instantaneamente.
M A I S DE 1 , 5 MI L O P ER A Ç Õ E S O primeiro dia de operação do PIX, novo sistema de pagamentos instantâneos do Brasil, registrou 1.570 operações e ocorreu com poucos percalços técnicos, afirmou o Banco Central. O BC e instituições financeiras deram início, em 3 de novembro, à primeira fase de testes do PIX, somente com grupos selecionados. O serviço foi liberado para uma base de 1% a 5% dos clientes cadastrados, escolhidos pelos bancos.
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R IS CO S D E E ND IV IDA ME NT O Contudo, nem tudo pode ser só novidade boa com a utilização do Pix. Apesar da ferramenta garantir o benefício - com o TED e DOC mais baratos, ficando isentos até 30 operações para pessoas físicas - isso também pode estimular a utilização facilitada e desenfreada do dinheiro existente em conta corrente, alertam especialistas.
P O UPA N Ç A TE M PI OR R E N TA B I L IDA D E
PA CT O F E D E R A T IVO
Com a inflação acelerando em outubro, a caderneta mais uma vez ficou sem ganho real no mês, acumulando nos últimos 12 meses, descontando o IPCA do período, perdas de 1,40%, de acordo com levantamento da provedora de informações financeiras Economatica. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 0,86% em outubro, acumulando alta de 3,92% em 12 meses, segundo divulgou nesta sexta-feira (6) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O retorno negativo de 1,40% registrado em outubro é o pior resultado para a poupança no acumulado em 12 meses, desde dezembro de 2015, quando a rentabilidade ficou negativa em 2,28%, descontada a inflação. Em setembro, a perda em 12 meses tinha sido de 0,46%. Em agosto, a poupança ainda registrou ganho real de 0,45% no acumulado em 12 meses.
A união dos estados em torno da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo é essencial para ajudar os estados a reequilibrar as contas públicas, afirmou o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues. Ele reuniuse com governadores, vice-governadores e secretários de 13 estados e do Distrito Federal como parte da agenda do Fórum dos Governadores. Entre os assuntos prioritários da reunião estava a votação do Projeto de Lei Complementar 101/2020, que estabelece o Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal para os estados e o Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (PEF). Os governadores e os demais representantes dos estados destacaram a importância da aprovação do projeto ainda em 2020, para melhorar a gestão das unidades da Federação e permitir a retomada da capacidade de investimento dos governos locais. Segundo os governadores, a Covid-19 tornou mais dramático o quadro fiscal dos estados, que enfrentavam um cenário de dificuldades, mesmo antes da pandemia.
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GERAL Sistema Fiems aprova Programa de Compliance como forma de combate à corrupção
Processos
TRANSPA 26 •
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RENTES MS INDUSTRIAL | 2020 • 27
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omo forma de contribuir com o combate à corrupção no Brasil, o Sistema Fiems, composto pelo Sesi, Senai e IEL, aprovou o Programa de Compliance, um conjunto de medidas e ações institucionais voltadas à prevenção, à detecção e à correção de desvios em relação às leis, normas e regulamentos externos e internos e ao Código de Conduta e Ética. Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, o Sistema
Indústria já vem executando práticas de compliance há anos, mas agora foi estruturado um programa mais abrangente, para ser implementado internamente, com o objetivo de melhorar os processos voltados, cada vez mais, para o compromisso com a integridade e transparência na condução de seus negócios. “Da forma que estamos utilizando o compliance no Sistema Indústria, pretendemos inclusive inserir essa base inicial nas
As principais políticas, normas, procedimentos e manuais para mitigar os riscos de compliance, devem ser descritos de acordo com o atual cenário e necessidades institucionais, refletindo o compromisso, diretrizes e a postura das instituições. ” - S Í LV I A GON DA gerente de compliance do Sistema FIEMS
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pequenas e médias empresas. Até porque, as grandes empresas, em sua maioria, já têm seu Programa de Compliance, mas é importante que o pequeno empreendedor conheça o compliance, de que forma ele pode começar a se manifestar no seu negócio. Então com, certeza, esse programa vai ser um avanço”, afirmou. A gerente de compliance do Sistema FIEMS, Sílvia Gonda, explica que o programa vai se aplicar a toda a força de trabalho da instituição, desde os membros dos órgãos normativos, dirigentes, colaboradores, estagiários e terceiros, sem distinção da função exercida, além dos clientes, fornecedores e parceiros. “No Programa de Compliance do Sistema Fiems, foram definidos os pilares que vão nortear nossa atuação, que são Suporte da Alta Administração, Avaliação de Riscos, Código de Conduta e de Políticas de Compliance, Controles Internos, Treinamentos e Comunicação, Canais de Denúncia, Investigações Internas, Monitoramento e Auditoria e Due Diligence. Já temos o primeiro e principal pilar, que é o apoio da alta administração, que aprovou o programa e nos deu toda a autonomia necessária para darmos continuidade na implantação”, destacou Sílvia Gonda. Ela ainda reforça que as ações envolverão todos os colaboradores do Sistema FIEMS, para saberem como agir. “As principais políticas, normas, procedimentos e manuais para mitigar os riscos de compliance, devem ser descritos de acordo com o atual cenário e necessidades institucionais, refletindo o compromisso, diretrizes e a postura das instituições. Queremos levar melhorias na governança corporativa, o que, por sua vez, gera competitividade, além de aumentar a reputação da empresa”, finalizou. MS INDUSTRIAL | 2020 • 29
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A LOCOMOTIVA
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Nem mesmo a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foi capaz de parar o avanço do setor, em Mato Grosso do Sul, que bateu recorde na geração de emprego e na exportação
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m um ano atípico que teria tudo para ser extremamente negativo para o setor industrial de Mato Grosso do Sul, devido à pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19), foi exatamente ao contrário e a atividade acumulou recordes nos dois dos seus principais indicadores: a geração de emprego e a exportação de produtos industrializados. Graças ao bom desempenho de ambos, a indústria foi uma verdadeira locomotiva de economia sul-matogrossense, alavancando os demais setores da matriz produtiva estadual, principalmente, o de comércio e o de serviços, que foram muito afetados pelo isolamento social imposto para frear o avanço do vírus mortal. Diferentemente de anos anteriores, o setor industrial sul-mato-grossense está a todo vapor, registrando aumento na geração de empregos, na receita de exportações de produtos industrializados, na abertura de novos estabelecimentos industriais e na produção das indústrias. No ano, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems, a indústria já tem 131.542 trabalhadores com carteira assinada, a receita de exportações de industrializados está em US$ 2,87 bilhões e deve encerrar o ano na casa dos US$ 3,74 bilhões, enquanto o número de estabelecimentos industriais chegou a 6.014 empresas e a produção industrial deve fechar 2020 com uma movimentação de R$ 53,9 bilhões.
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Além disso, o PIB Industrial caminha para terminar o ano em R$ 23,1 bilhões, o que representa 23% do total do PIB de Mato Grosso do Sul, que deve encerrar 2020 em R$ 116,7 bilhões. Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, esses dados extremamente positivos e o setor industrial consolida-se como a força motriz da economia de Mato Grosso do Sul neste momento de crise mundial. “No início da pandemia, em março, inúmeras indústrias nos procuraram preocupadas com os efeitos dessa doença sobre o setor. Imediatamente, por meio da área de SST (Saúde e Segurança do Trabalho) do Sesi, iniciamos a elaboração dos protocolos de biossegurança para que as empresas continuassem produzindo, apesar da Covid-19, e o resultado estamos verificando agora”, destacou Sérgio Longen. Ele reforça que, aliada à adoção dos protocolos de biossegurança para continuarem produzindo, as indústrias também foram beneficiadas com o ajustamento do mercado à nova realidade do setor. “Conseguimos, junto às autoridades competentes e com o apoio das instituições financeiras, a criação de linhas de crédito especiais via FCO e a prorrogação do pagamento de alguns compromissos, para dar fôlego aos empresários”, analisou.
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INDICADORES INDUSTRIAIS RECOLOCAM O ESTADO NOS TRILHOS DO DESENVOLVIMENTO
Os indicadores industriais de Mato Grosso do Sul mostram que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) não afetou o setor, como todos temiam logo no início da quarentena imposta para evitar a propagação do vírus entre a população estadual. De acordo com o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, em relação à geração de empregos pela indústria, os 131.542 trabalhadores com carteira assinada, de janeiro a setembro deste ano, já representam um aumento de 4,98% em relação ao fechamento do ano anterior, quando o contingente ficou em 125.300 funcionários. Além disso, a atividade industrial responde por 19,6% de todo o emprego formal existente em Mato Grosso do Sul, ficando atrás dos setores de serviços, que emprega 195.671 trabalhadores, com participação equivalente a 29,1%, e da administração pública, com 145.104 empregados ou 21,6%. “De janeiro a setembro deste ano, apesar da pandemia, o setor industrial consolidou-se como o maior gerador de postos formais de trabalho no Estado, com a abertura de 6.242 novas vagas de emprego, um crescimento de 101% no total de vagas abertas pelo setor, quando comparado com o mesmo intervalo do ano anterior, que foi de 3.109 novas vagas”, completou o economista.
Ele informa que as atividades industriais que mais abriram vagas no acumulado de janeiro a setembro foram abate de suínos (+1.568), abate de aves (+1.025), construção (+767), fabricação de celulose (+695), fabricação de açúcar (+638), preparação de subprodutos do abate (+531), abate de bovinos (+454), fabricação de óleos vegetais (+272) e fabricação de etanol (+219). Em relação aos municípios, constatase que em 54 deles as atividades industriais registraram saldo positivo de contratação no período de janeiro a setembro de 2020, com destaque para Dourados (+1.515), São Gabriel do Oeste (+542), Sidrolândia (+462), Naviraí (+440), Rio Brilhante (+403), Campo Grande (+329), Três Lagoas (+310), Caarapó (+267), Itaquiraí (+259), Aparecida do Taboado (+252), Angélica (+197), Fátima do Sul (+194), Brasilândia (+192), Água Clara (+180) e Nova Andradina (+167). A Covid-19 também não conseguiu afetar as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul, e a receita obtida com a venda de produtos industrializados para o exterior teve o melhor resultado para os primeiros oito meses do ano dos últimos seis anos. De janeiro a setembro deste ano, a receita com as vendas internacionais das indústrias locais
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alcançou US$ 2,87 bilhões, indicando aumento de 6% em relação ao mesmo período de 2019, quando ficou em US$ 2,71 bilhões. “A nossa projeção é de que devemos encerrar o ano em US$ 3,74 bilhões, ou seja, crescimento de 2,47% na comparação com o ano passado”, calculou Ezequiel Resende. Na avaliação, apenas do mês de setembro deste ano com o mesmo mês do ano passado, o aumento foi de 23%, indo de US$ 295,4 milhões para US$ 364,7 milhões. “Na prática, esse foi o melhor resultado para o acumulado de janeiro a setembro da série histórica das exportações de produtos industriais de Mato Grosso do Sul”, analisou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende. Em relação ao número de estabelecimentos industriais no Estado, ele explica que já temos 6.014 empresas ativas, um aumento de 1,55% em relação ao ano passado, quando encerramos com 5.981. O responsável pelo Radar Industrial da Fiems acrescenta que, no que tange a produção industrial, o setor deve encerrar 2020 com uma movimentação de R$ 53,9 bilhões, o que representa uma elevação de 3,45% em relação ao ano passado, quando as indústrias movimentaram R$ 52,1 bilhões. O coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems reforça que o PIB Industrial caminha para terminar o ano em R$ 23,1 bilhões, o que significa um salto de 6,45% na comparação com 2019, quando o PIB Industrial ficou em R$ 21,7 bilhões. “Esse avanço significa que o PIB Industrial de Mato Grosso do Sul representa 23% do total do PIB de Mato Grosso do Sul, que deve encerrar 2020 em R$ 116,7 bilhões”, calculou.
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SESI E SENAI: OS COMBUSTÍVEIS PARA MANTER A “LOCOMOTIVA” DA INDÚSTRIA EM MOVIMENTO
Para manter essa locomotiva, que é o setor industrial em movimento, o Senai e o Sesi desenvolveram um trabalho fundamental em Mato Grosso do Sul, apoiando as empresas para que continuassem de portas abertas, mesmo diante da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Enquanto o Sesi se dedicou aos protocolos de biossegurança, para evitar o contágio do vírus dentro dos ambientes de trabalho, o Senai ajudou as empresas a se equilibrarem com as contas e a gestão. Antes mesmo do primeiro caso de Covid-19 registrado no Brasil, em fevereiro deste ano, a área de Saúde e Segurança do Trabalhador (SST) do Sesi de Mato Grosso do Sul já discutia como lidar com a doença. O primeiro passo foi reunir toda a área técnica e, com a expertise de anos no atendimento da indústria e programas de SST, surgiu o esboço dos primeiros protocolos de biossegurança, que mais tarde se estenderia para empresas de diversos segmentos do comércio e serviços. “ Esse primeiro protocolo foi o início de tudo, mas se desmembrou em diversos documentos, cada um deles com orientações específicas para que cada empresa, de acordo com seu segmento de atuação, pudesse continuar funcionando, garantindo a segurança dos trabalhadores e clientes”, relatou o gerente de SST do Sesi, Michel Klaime Filho. Depois de elaborar os protocolos de biossegurança que levaram a Prefeitura de Campo Grande a autorizar a reabertura de estabelecimentos como academias, restaurantes e salões de beleza. O Sesi, em parceria com o Sebrae/MS, passou a oferecer uma consultoria individual para cada empresa, de forma totalmente gratuita, e que consegue avaliar e orientar o empresário sobre os procedimentos necessários para evitar a proliferação do vírus. Até o fim de outubro, 2.217 empresas de Mato Grosso do Sul já haviam recebido atendimento do Sesi para protocolos de biossegurança. REDUÇÃO DE DESPERDÍCIO Com relação às dificuldades financeiras que muitas empresas passaram ou ainda
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estão passando durante a pandemia do novo coronavírus, o Senai e o Sebrae/MS desenvolveram a consultoria de redução de desperdício, que tem como objetivo auxiliar os empresários a readequarem sua produção e estoque de acordo com as novas demandas e regimes de trabalho. Customizada para atender as reais necessidades de mercado, a consultoria integra as ações do programa Sebrae Orienta e é oferecida de forma gratuita para micro e pequenas empresas. Segundo o gerente do Senai Empresa, Thales Saad, já foram atendidas 362 empresas em todo o Estado e o trabalho tem como objetivo a redução de desperdícios, fundamental nesse período de pandemia para o contingenciamento de custos. Com um total de 20 horas, o serviço é gratuito para empresas que atenderem aos requisitos do programa, que são enquadramento dentro de micro e pequenas empresas e possuir ao menos uma atividade produtiva. “O trabalho consiste em três etapas. Na primeira, é realizado o pré-diagnóstico da empresa, para que possamos conhecer quais os impactos da pandemia no negócio, considerando demanda, processos e estoques. Na segunda etapa são avaliadas quais os tipos de desperdícios que podem ser atacados, com objetivo de aumento de produtividade, e na terceira etapa é realizado o monitoramento do plano de ação elaborado em conjunto com a empresa, para reduzir os desperdícios”, detalhou Thales Saad. Ele explicou que as etapas 1 e 3 são realizadas de modo remoto por telefone, WhatsApp ou mesmo com ferramentas de vídeo conferência, enquanto na segunda etapa o consultor vai até a empresa para confirmar o diagnóstico, sensibilizar o cliente na importância da redução de desperdícios e elaborar o plano de ação. “O Senai já atua com consultorias de lean e mudanças de layout e agora temos uma única consultoria que reúne nossa expertise para ajudar as empresas do Estado num momento de crise, como o que estamos vivendo”, finalizou, informando que os interessados podem obter mais informações pelo telefone (67) 999126608.
O líder industrial completa que, em negociação com o Governo do Estado, até foi possível garantir a manutenção de alguns incentivos fiscais para determinados segmentos que foram mais atingidos pela pandemia. “Além disso, obtivemos o refinanciamento de dívidas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) com o Governo, enfim, foram inúmeras ações que ajudaram a construir um cenário favorável à retomada do setor industrial”, ressaltou. O presidente da Fiems também recorda do apoio do secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, e da bancada federal de Mato Grosso do Sul em Brasília (DF) na defesa dos interesses do setor industrial do Estado. “Tenho que destacar, ainda, a importância do líder da bancada, senador Nelsinho Trad, que trabalhou diretamente com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em defesa do setor sucroenergético, para que o Brasil não renovasse a cota de isenção tarifária para a importação de etanol”, lembrou. Para Sérgio Longen, toda essa estrutura disponibilizada permite que Mato Grosso do Sul figure entre os principais Estados em desenvolvimento, mesmo com a pandemia. “Os indicadores positivos da indústria foram alcançados graças ao trabalho construído a quatro mãos pela Fiems, pelo Governo do Estado, pela bancada federal e pelas instituições financeiras parceiras, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Essa união de forças deu certo e vamos continuar atuando para que possamos mantê-la em prol do desenvolvimento do nosso Estado”, pontuou. MS INDUSTRIAL | 2020 • 39
SENAI
AMPLIAÇÃO DE
SERVIÇOS IST Alimentos e Bebidas passa por auditoria interna para ampliar escopo de atuação
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om o objetivo de ampliar o escopo de atuação, tanto entre os serviços de análises de sementes, quanto de alimentos e bebidas, o IST Alimentos e Bebidas (Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas), localizado em Dourados (MS), passou por uma auditoria interna, nos dias 20 e 23 de outubro, para se preparar para as auditorias do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). A auditoria foi realizada pela coordenadora e gerente de qualidade do LabSenai Cerâmica (Laboratório Senai de Cerâmica), de Rio Verde (MS), Liliana Florêncio Pereira, que observou se os processos estavam em conformidade com as especificações necessárias para garantir a qualidade dos serviços, tanto do LabSenai Alimentos e Bebidas, quanto do LabSenai Sementes, que integram o complexo do IST Alimentos e Bebidas. Segundo ela, houve pontos de melhoria a serem observados, mas nada que impede a acreditação do Inmetro e o credenciamento do Mapa. “O IST Alimentos e Bebidas conta com uma equipe técnica de alto nível e muito comprometida com a qualidade dos processos e todos ficaram otimistas com os resultados obtidos na auditoria interna. Foram identificadas oportunidades de melhoria e algumas não conformidades na parte administrativa, mas nada que atrapalhe a parte técnica, que é bem coesa e bem estruturada”, afirmou.
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AUTORIZAÇÃO PARA AMPLIAÇÃO DE ATUAÇÃO
Diante da pandemia de Covid-19 e o fechamento das fronteiras, como uma das formas de prevenir o contágio da doença, abatedouros de suínos, bovinos e frangos não tiveram mais como mandar suas amostras para laboratórios fora do Estado para análises de controle qualidade. Para solucionar essa demanda, o LabSenai Alimentos e Bebidas, que integra o complexo IST Alimentos e Bebidas (Instituto Senai de Inovação em Alimentos e Bebidas), localizado em Dourados (MS), foi autorizado, em junho de 2020, pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) a realizar esses atendimentos em indústrias em Regime de Inspeção Federal. A autorização, que inicialmente tinha um prazo de 60 dias, foi prorrogada até dezembro e agora o laboratório busca conseguir a autorização permanente.
Com isso, o LabSenai tornou-se o único laboratório no Estado apto para a prestação de serviços metrológicos para as matrizes de alimentos, bebidas e sementes, pois os laboratórios de outros Estados, que prestavam serviço de coleta, acabaram interrompendo esse tipo de serviço devido ao risco de contaminação. Segundo a coordenadora do IST Alimentos e Bebidas, Maria Carolina Silva Pêgo, o laboratório possui em seu escopo de análises microbiológicas e físico-químicas os ensaios preconizados na instrução normativa nº20 de 1.999 para a matriz de carnes e derivados, realizando os ensaios referentes ao controle de qualidade de matériasprimas suínas congeladas e industrializados.
“O LabSenai Alimentos e Bebidas possui, atualmente, uma estrutura de alta tecnologia e profissionais capacitados para atendimento tanto em amostras de controle de qualidade e fiscais, a nível estadual, quanto nacional. Além dos equipamentos para analises físico-químicas e Microbiológicas, o LabSenai possui equipamentos de ponta com uma precisão de 10-9, conhecidos como Cromatógrafos, tanto o líquidos quanto o gasoso. Estes equipamentos geram uma confiança maior para o laboratório, para os laboratoristas e para os nossos clientes”, afirmou Maria Carolina Pêgo. Ela ainda ressaltou que a oportunidade de atender frigoríficos em Regime de Inspeção Federal só reforça a estrutura
e capacidade do Senai de se posicionar no mercado como referência nesse tipo de prestação de serviço. Atualmente, o LabSenai possui as credenciamentos e certificações da ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017, ABNT NBR ISSO 19011/2018, acreditação Inmetro/CGRCRE, Mapa-LabSementes, Imasul, Codavele, Iagro e prefeituras de Maracaju e Paranhos. “Isso representa um posicionamento mais competitivo frente ao mercado e concorrentes diretos, além de proporcionar à sociedade a garantia dos parâmetros de qualidade e segurança dos alimentos”, finalizou a coordenadora do IST Alimentos e Bebidas.
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Ela ainda ressaltou que o trabalho de auditoria interna é uma oportunidade de crescimento para os laboratórios de Dourados e de Rio Verde. “A gente consegue trocar experiências e falar das nossas vivências. Existem processos diferentes realizados aqui no IST Alimentos e Bebidas que, mesmo que sejam áreas completamente distintas, podemos adaptar no LabSenai Cerâmica e o contrário também”, completou. Para o gerente do Senai de Dourados, Rogério de Oliveira Mattos, passar por essa auditoria interna foi uma oportunidade de verificar como estão os processos dentro dos laboratórios e o que pode ser melhorado. “Ter uma pessoa de fora, que conhece as normas técnicas e também as regras do Senai, porque faz parte da mesma instituição, nos ajuda a ter uma visão melhor de nós mesmos enquanto laboratório, e entender os pontos que podem ser melhorados”, ressaltou. Agora, o LabSenai Alimentos e Bebidas e o LabSenai Sementes têm cerca de um mês para fazer as adequações necessárias para receber as auditorias do Inmetro e do Mapa. “Estamos confiantes, principalmente por vermos que as não conformidades apontadas pela auditoria interna foram apenas na parte administrativa, sem atrapalhar a parte técnica e, agora, esperamos a acreditação do Inmetro e o credenciamento do Mapa para ampliar nosso escopo de atuação, tendo a oportunidade de apoiar cada vez mais a indústria de Mato Grosso do Sul com serviços de qualidade”, finalizou.
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IEL
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CERTIFICAÇÃO
ONLINE
Em cerimônia 100% online, IEL certifica 51 empresas, de quatro cidades, no PQF
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em a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foi capaz de atrapalhar e, depois de um “choque de gestão” quase que totalmente de forma remota, 51 micro e pequenas empresas das cidades de Água Clara (MS), Campo Grande (MS), Ribas do Rio Pardo (MS) e Três Lagoas (MS) foram certificadas por terem concluído o PQF (Programa de Qualificação de Fornecedores), oferecido pelo IEL em parceria com o Sebrae/MS. A cerimônia foi realizada de forma 100% online, por meio da plataforma TEAMS, da Microsoft. Ao abrir o evento, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, destacou que o PQF existe há mais de 10 anos e faz parte das ações da Federação que busca integrar cada vez mais empresas à indústria de Mato Grosso do Sul. “Cada vez mais a indústria se consolida e tem apresentado números positivos na sua cadeia de desenvolvimento e geração de emprego. Nesse contexto, programas como o PQF são de extrema importância e, por isso, vamos manter programas de apoio às empresas e ampliar algumas ações em 2021 e 2022, que trarão mais competitividade para as nossas empresas”, afirmou. Na avaliação do superintendente do IEL, José Fernando do Amaral, a certificação 100% online é mais um marco inédito na trajetória do Programa, assim como foram as auditorias remotas, realizadas com 47 das 51 empresas. “É a chancela de que empresas qualificadas ao longo de 12 meses se dedicaram para implementar o seu Sistema de Gestão da Qualidade na busca
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de tornar-se competitivas, não só no fornecimento para as grandes indústrias, mas também em seu negócio”, disse. Ele completa que, quando começou a pandemia, era muito mais fácil suspender o PQF, mas o IEL e os parceiros foram corajosos e, ao lado da Suzano, resolveram assumir esse desafio. “Hoje, essas empresas se tornaram capacitadas para fornecer para grandes empresas. O que pudemos perceber é uma total transformação das empresas que passaram pelo PQF, ao longo destes 13 anos. Elas saem de uma gestão primária para ingressar em um nível altíssimo”, ressaltou. Para o diretor de operações do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro, a certificação online do PQF representa um marco na história das empresas participantes do programa, principalmente neste ano atípico que foi 2020. “As empresas souberam reconhecer os desafios impostos e superá-los
com maestria, encerrando a participação no PQF com mensagem de otimismo e sem perder o foco. Aproveito para reafirmar nosso compromisso, em 2021 e 2022, em desenvolver a cadeia produtiva de valor do nosso Estado, gerando mais emprego e renda”, declarou. EMPRESAS ÂNCORAS Para garantir a realização do PQF durante a pandemia, foram disponibilizados 16 auditores da Suzano, que atuaram para desenvolver um novo modelo remoto de auditorias. “Ao lado do IEL e das demais empresas-âncoras, pensamos diferente e realizamos um novo modelo de auditorias remoto, algo totalmente inovador. Com isso, conseguimos a participação de auditores de outros estados, algo incomum e que contribuiu ainda mais para o sucesso desta edição, mesmo com a pandemia”, destacou o coordenador de suprimentos da Suzano,
Gustavo Salvador. O gerente da Amcor, Gustavo Ferreira, que também participou do evento, reforçou a importância de as empresas fornecedoras buscarem sempre qualidade de gestão para se manterem competitivas. “Quero parabenizar a todos que se empenharam e se dedicaram e hoje comemoram essa certificação e dizer que estamos de portas abertas para ajudá-los”, declarou. O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Três Lagoas, José Aparecido Moraes, lembrou que a Prefeitura faz parte do PQF desde o início do programa, ajudando a qualificar empresas da região e contribuindo para o desenvolvimento local. “Ficamos muito felizes ao ver que das 51 empresas certificadas nesta noite, 35 são de Três Lagoas, reforçando o nosso compromisso com o desenvolvimento”, pontuou. Para a gerente de fomento e empreendedorismo da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Campo Grande), Patrícia Sarapiva, o momento merece ser comemorado, principalmente por todas as dificuldades enfrentadas durante 2020. “Diante dos desafios vêm as oportunidades e essas empresas participantes do PQF souberam aproveitar o momento de se qualificar e buscar a melhoria de seus processos e, com certeza, sairão na frente nesse momento de retomada para a economia, ajudando a desenvolver ainda mais a economia local”, disse. EMPRESAS CERTIFICADAS - Representando as empresas certificadas, a empresária Máyra
NÚMEROS DO PQF
R$ 1,5 bilhão
de movimentação em negócios
456
micro e pequenas empresas qualificadas
15.300
horas em diagnósticos, avaliações e auditorias
Golin Rodrigues, da Arater, de Campo Grande, destacou que todas as participantes do PQF tiveram sorte por estarem implantando o Sistema de Gestão de Qualidade quando chegou a pandemia do coronavírus. “Falo em sorte porque já estávamos com os processos mais organizados e não sofremos os impactos de forma tão significativa. Aprendemos com o PQF que a busca por uma gestão de qualidade é um trabalho que só começou, e é um processo de melhoria contínua”, declarou. Para o empresário Gustavo Carvalho do Val Bispo, um dos sócios da Consult SST, de Três Lagoas, o PQF proporcionou uma melhoria significativa na parte organizacional da empresa. “Com as consultorias mensais, enxergamos com mais clareza a importância de os processos estarem alinhados ao fluxo de trabalho diário e conseguimos dar agilidade aos atendimentos sem pular etapas de cada processo. Hoje somos outra empresa, estamos em processo de evolução diária, com metas e procedimentos pré-definidos”, salientou. Na mesma linha, a gerente administrativa da Fibracon, de Campo Grande, Eliane dos Santos Breda, também destacou as mudanças que as consultorias do PQF ajudaram a fazer. “Tínhamos pouco controle dos processos operacionais e problemas com a comunicação interna que, depois de participar do PQF, conseguimos solucionar. Foi graças à consultoria que tivemos a oportunidade de nos enxergar melhor como empresa e melhorar nossos processos, além de obter muito mais conhecimento”, finalizou.
39 mil
horas de consultorias
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FERIADO
SEGURO Sesi e Sebrae se unem em mutirão contra Covid-19, em Bonito, e reforçam com turistas medidas de segurança durante o feriado do Dia de Finados 50 •
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rincipal destino turístico de Mato Grosso do Sul, a cidade de Bonito (MS) recebeu durante o feriado prolongado do Dia de Finados muitos visitantes. Para garantir que protocolos de biossegurança sejam cumpridos nesse período de possível aglomeração, o Sesi, em parceria com o Sebrae/MS, realizou nos dias 31 de outubro e 1º e 2 de novembro um mutirão para reforçar, entre os turistas, as medidas de segurança necessárias para evitar o contágio do novo coronavírus (Covid-19) com a entrega de panfletos informativos, adesivos e máscaras. Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, que também preside o Conselho Deliberativo do Sebrae/MS, os esforços realizados, até agora, foram de extrema importância para o retorno do turismo e das atividades comerciais no município, mas ainda é preciso manter toda a atenção frente à Covid-19. “É uma doença que só será superada com a vacina e, por isso, precisamos conviver com esse vírus, sempre com proteção e segurança, e é isso que o Sesi vem tentando fazer tanto com as empresas como com as pessoas”, afirmou. A ação integra o cronograma de atividades do Programa Bonito Seguro, que desde julho auxilia os empresários com a consultoria do Sesi Protocolos de Saúde e Segurança Covid-19 de forma gratuita, e trouxe alívio para os donos de negócios no município, bem como para os visitantes, que podem curtir o feriado mais tranquilos, mostrando que lazer e saúde e segurança podem andar de mãos dadas. Para o empresário Alexandre Friedrich, proprietário do Balneário do Sol, a ação do Sesi em
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CONFIRA OS LOCAIS QUE RECEBERAM A AÇÃO
AGÊNCIAS DE VIAGENS VISITADAS
1 - Balneário do Sol 2 - Cabanas Aventura 3 - Balneário Bosque das Águas 4 - Eco Park – Porto da Ilha 5 - Balneário Municipal 6 - Nascente Azul 7 - Rio Sucuri Ecoturismo 8 - Aquário Natural 9 - Parque Ecológico Rio Formoso 10 - Balneário Ilha Bonita 11 - Boca da Onça 12 - Bio Park 13 - Cavalgada do Peão 14 - Refúgio da Barra 15 - Barra do Sucuri 16 – Gruta de São Miguel AGÊNCIAS DE VIAGENS VISITADAS
1 - Surucuá / Acqua Viagens 2 - Viva Bonito / H2O Ecoturismo 3 - Bigtour/Remando 4 - Bonito Way / Bonito Brasil Turismo 5 - Viva Bonito / H2O Ecoturism
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parceria com o Sebrae-MS foi fundamental para a manutenção das atividades econômicas e a reabertura das atrações de forma segura na cidade. “Desde o início da pandemia nós tivemos consultorias e orientações dos técnicos do Sesi para proporcionarmos o melhor atendimento aos nossos clientes, e essa ação, nesse feriado prolongado, com foco nos turistas, só traz benefícios, porque eles se sentem ainda mais seguros de vir a Bonito”, afirmou. Na mesma linha, o gerentegeral da Nascente Azul, Carlos Eduardo Trindade, elogiou as equipes do Sesi, que ajudam a reforçar os protocolos de segurança com os turistas. “A gente já colocou alguns totens pelo espaço com informações sobre como se prevenir, recomendando que todos usem máscaras, mantenham o distanciamento social e higienizem sempre as mãos. Ter esse reforço, num período em que a cidade recebe mais turistas, é uma grande ajuda e acredito que deixa todos com um sentimento ainda maior de segurança”, comentou. O gerente-geral do Hotel Wetiga, Gelson Miranda Nunes, também ressaltou o apoio do Sistema S para a retomada das atividades econômicas na cidade. “Nós sofremos muito com o início da pandemia e ficamos quase quatro meses parados. Agora com a reabertura do turismo, aqui na cidade, precisamos ser ainda mais cautelosos para manter nossos empreendimentos abertos, e o Sesi é um grande parceiro. Nosso hotel tomou uma série de medidas, que vão desde a higienização dos quartos até o café da manhã, que teve a forma de ser servida mudada, e tudo isso é uma forma de garantir segurança para turistas e funcionários”, salientou. 54 •
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ENTENDA O QUE É O PROGRAMA BONITO SEGURO
O Bonito Seguro é desenvolvido pelo Sesi, em parceria com o Sebrae/MS, com o objetivo de retomar as atividades econômicas e reabrir atrações de forma segura e 100% gratuita. O Sesi atuou em duas frentes para possibilitar a retomada do turismo: primeiro, elaborou os protocolos de segurança, contendo as orientações necessárias para readequação do atendimento de cada segmento durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). E também está oferecendo uma consultoria individual para cada empresa, sem qualquer custo, para que o empresário entenda qual postura adotar e que mudanças implementar para garantir a segurança do cliente. Essa consultoria já foi contratada por 498 empresas de Bonito.
“Estamos aqui, novamente, para orientar os empresários, caso ainda haja alguma dúvida a ser sanada nos seus procedimentos, mas nosso foco agora é o turista, para que ele entenda a importância de obedecer os protocolos de biossegurança, para que eles possam ter um momento de lazer durante esse feriado e voltem aos seus lares em segurança. Então nosso trabalho está muito bem estruturado, com olhos para o empresário, para os trabalhadores do trade turístico e também para o turista, ajudando a desenvolver o turismo e contribuindo com a manutenção das atividades econômicas”, finalizou o gerente de SST (Saúde e Segurança do Trabalho) do Sesi, Michel Klaime Filho.
TURISTAS A família do gestor financeiro Rodney Maruyama aproveitou o feriado para o primeiro passeio fora de Campo Grande desde o início da pandemia, e a segurança de Bonito foi um dos fatores que pesou na hora de escolher o destino. “Nós pesquisamos os melhores lugares para ir e quais os estabelecimentos que estavam seguindo os protocolos de segurança. A vida precisa continuar, mas a gente também precisa ter cuidado com as medidas de prevenção e essa ação do Sesi nos deixa ainda mais seguros”, declarou. Na avaliação da pedagoga Cleia Fernandes Cabreira, Sesi e Sebrae/MS são instituições conhecidas e de referência, por isso visitar locais que receberam a consultoria do programa Bonito Seguro traz mais tranquilidade na hora de curtir o feriado. “Estou na cidade com a minha família, e até entre a gente o protocolo mudou. Estamos preferindo ficar no hotel em vez de sair e ficar passeando pela cidade, mas visitar lugares que estão em conformidade com os protocolos permite que a gente curta sem se preocupar”, ressaltou. Para o aposentado Celso Dias da Silva, que veio de Rondônia para passar uns dias em Bonito, o trabalho desenvolvido na cidade traz segurança aos turistas. “Aqui você pode ir para qualquer lugar, seja bar, restaurante, hotel ou passeio, com tranquilidade ,porque todos estão mantendo os protocolos, aferindo a temperatura dos visitantes na entrada e essa ação do Sesi nos deixa ainda mais seguros, porque sabemos que é uma instituição que trabalha com seriedade e competência”, finalizou. MS INDUSTRIAL | 2020 • 55
DICAS
SABE SE SUA EMPRESA ESTÁ SEGURA? Quando o assunto é segurança, a prevenção de incêndios deve ser uma das medidas prioritárias em qualquer empresa. Afinal, graves eventos podem acontecer quando não há essa preocupação, colocando o patrimônio da empresa e a vida dos colaboradores em risco. São inúmeras as situações capazes de causar incêndios, como a falha em equipamentos elétricos, o superaquecimento
Senai dá 5 dicas para prevenção de incêndio no ambiente de trabalho
de equipamentos eletrônicos e a negligência humana. Para evitar que esse tipo de situação ocorra, o Senai Empresa separou algumas dicas de prevenção de incêndio no ambiente de trabalho. Confira:
Realize manutenções periódicas nas instalações elétricas Segundo o coordenador do PSMI (Programa Senai de Manutenção Industrial) do Senai Empresa, Jeancarlos Lucietto, uma das principais causas de incêndios são falhas nas instalações elétricas, o famoso curto-circuito, que podem acontecer a qualquer momento. “É evidente que existem outros motivos relacionados à parte elétrica que podem causar um incêndio, como falta de manutenção, envelhecimento da rede, entre outros. Nesse sentido, fazer inspeções regularmente, se possível com uso de termografia, e realizar as manutenções periódicas da rede elétrica são ações importantes para evitar incêndios”, afirma.
Possua equipamentos de prevenção e combate ao incêndio Além da manutenção periódica, é fundamental estar preparado com os recursos adequados para que qualquer situação inicial possa ser controlada sem maiores problemas. “Esses recursos envolvem desde placas de sinalização até os mais diversos equipamentos de combate ao fogo. Dentre eles, destacamos a utilização de alarmes, portas corta-fogo, extintores, hidrantes e sistemas sprinkler, que devem ser projetados e instalados em locais específicos da empresa”, detalha Jeancarlos Lucietto, acrescentando que esses equipamentos também precisam de manutenção periódica para que sejam efetivos e funcionem da maneira esperada.
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Tenha trabalhadores treinados para o combate a incêndio É necessário que os colaboradores da empresa consigam controlar pequenos incêndios até a chegada dos bombeiros. Para isso, existe a necessidade de capacitar uma equipe de colaboradores para esses casos. “É importante buscar empresas especializadas, que possam dar segurança para que os colaboradores lidem com este tipo de situação, bem como os ensinem a identificar problemas em seus sistemas e recursos de combate a incêndio”, ressalta o coordenador do PSMI do Senai Empresa.
Mantenha o ambiente organizado e ventilado
Ele ainda destaca que muitos acidentes são causados por negligência humana, por isso ter regras definidas e um ambiente organizado evita problemas, como o uso de cigarros próximo a produtos inflamáveis e o acesso de pessoas não autorizadas em áreas como cozinhas, refeitórios e churrasqueiras.
Tenha o suporte de profissionais especializados Para uma operação em conformidade com a legislação, todas as empresas são obrigadas a ter o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros e, de acordo com cada edificação, é ainda necessário elaborar o Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PSCIP), para dimensionar as medidas de segurança necessárias, além de realizar as inspeções periódicas. “Este trabalho vai além de apenas uma responsabilidade técnica. Ao realizar a inspeção, é necessário garantir o pleno funcionamento das medidas de segurança existentes, e com isso assegurar que a empresa esteja preparada para reagir corretamente em caso de um incêndio”, acrescenta Jeancarlos Lucietto.
APOIO DO SENAI EMPRESA - Atento a todas essas necessidades, o Senai Empresa oferece em seu portfólio o serviço “Projeto e inspeção de sistemas de segurança, combate a incêndio e pânico”. Trata-se de uma avaliação da edificação, seguida de um dimensionamento das medidas de segurança de acordo com as normas técnicas do Corpo de Bombeiros. “Da mesma forma, o Senai Empresa também realiza as inspeções periódicas, para garantir que o sistema permaneça em correto funcionamento, atendendo as exigências dos bombei-
ros”, explica o coordenador do PSMI. Nesse processo são analisados os projetos e as instalações existentes, buscando identificar as medidas de segurança que a empresa deve aplicar e seu estado atual de funcionamento. Na inspeção, em loco, são avaliadas todas essas medidas de segurança, verificando características, validades e condições da estrutura, bem como são testados todos os equipamentos e sistemas. O trabalho oferecido pelo Senai Empresa pode ser realizado tanto em indústrias como co-
mércios e propriedades rurais. “Nossos serviços são baseados em normas e legislações, e ao contratar o Senai Empresa é garantido que todos os itens voltados para segurança serão avaliados, tanto em relação ao projeto aprovado, como também considerando todas as normas vigentes, normas estas que recebem atualizações constantes”, ressaltou Jeancarlos Lucietto. Serviço – Mais informações pelo e-mail senaiempresa@ ms.senai.br ou pelo telefone (67) 3311-8533. MS INDUSTRIAL | 2020 • 57
RADAR INDUSTRIAL
E MP R E GO De janeiro a setembro deste ano, o setor industrial de Mato Grosso do Sul abriu 6.242 novas vagas de emprego, que é resultado de 45.285 contratações e 39.043 demissões. Garantindo, desse modo, ao setor industrial a condição de maior gerador de postos formais de trabalho em Mato Grosso do Sul, até aqui, no ano de 2020. Na prática, teve um crescimento de 101% no total de vagas abertas pela indústria em Mato Grosso do Sul, quando comparado com o mesmo intervalo do ano anterior, quando foram abertas 3.109 no mesmo período de 2019. As atividades industriais que mais abriram vagas, no acumulado de janeiro a setembro, foram abate de suínos, abate de aves, construção, fabricação de celulose, fabricação de açúcar, preparação de subprodutos do abate, abate de bovinos, fabricação de óleos vegetais e fabricação de etanol.
E X P O R TA ÇÃ O As exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul voltaram a registrar alta no mês de setembro e, mesmo com a pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19), a receita já soma US$ 2,8 bilhões no ano, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. De janeiro a setembro, a receita teve crescimento de 6% na comparação com o mesmo período de 2019, saltando de US$ 2,711 bilhões para US$ 2,8 bilhões. Na avaliação apenas do mês de setembro deste ano com o mesmo mês do ano passado, o aumento foi de 23%, indo de US$ 295,4 milhões para US$ 364,7 milhões. Na prática, esse foi o melhor resultado para o acumulado de janeiro a setembro da série histórica das exportações de produtos industriais de Mato Grosso do Sul.
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PROD UÇÃ O IN D UST RIA L Mesmo com a pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19), a produção industrial de Mato Grosso do Sul encerrou setembro em 57,5 pontos, sendo o melhor resultado já registrado para o mês em toda a sua série histórica iniciada em fevereiro de 2010, de acordo com a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto a 63 empresas no período de 1º a 14 de outubro deste ano. No último mês, 89% das empresas industriais do Estado apresentaram estabilidade ou aumento na produção, 47% das empresas tiveram produção estável e 42% tiveram crescimento. Comparando com o mesmo mês do ano passado, essa participação foi superior em 14 pontos percentuais. Com esse desempenho, o índice de evolução da produção fechou setembro de 2020 com crescimento de 8 pontos na comparação com igual mês do ano anterior, e de 8,4 pontos sobre a média histórica obtida para o mês.
D E S E M PEN H O IN D UST RIA L - IGDI O IGDI (Índice Geral de Desempenho Industrial) de Mato Grosso do Sul alcançou, no mês de setembro, 62,2 pontos, indicando um aumento de 1,4 ponto na comparação com o levantamento de agosto. Nos últimos cinco meses, o indicador acumula alta de 23,7 pontos, sinalizando a forte retomada da atividade industrial, após o período mais crítico da pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19). É importante ressaltar que esse foi o melhor resultado já registrado para o mês de setembro desde 2014, com crescimento de 6,2 pontos sobre igual mês do ano anterior e de 10,2 pontos sobre a média histórica obtida para o mês. Neste levantamento, 89% das indústrias do Estado reportaram estabilidade ou crescimento da produção. Comparando com o mesmo mês do ano passado, essa participação foi superior em 14 pontos percentuais.
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QUANTO VOCÊ P A G O U ?
Fonte: Boletim de arrecadação de tributos estaduais - CONFAZ / Minstério da Economia. Elaboração: SFIEMS COEP
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Quem te conhece LOCALIZADA EM APARECIDA DO TABOADO, INDÚSTRIA PAIS & FILHOS É UMA DAS MAIORES FABRICANTES NACIONAIS DE JOGOS DE TABULEIRO E QUEBRA-CABEÇAS Nunca ouviu falar de indústria de brinquedos em Mato Grosso do Sul? Mas existe. A Pais & Filhos está instalada em Aparecida do Taboado desde 1999 e atualmente emprega cerca de 950 colaboradores diretos, entre efetivos e temporários, e produz uma grande variedade de brinquedos, sendo um dos maiores fabricantes nacionais de jogos de tabuleiro e quebra-cabeças. Entre os brinquedos produzidos, o Cuca Legal merece destaque, pois é considerado um dos carros-chefes da empresa. O jogo é um desafio de conhecimentos em seis temas diferentes: atualidades, ciências, esportes, geografia, história e português. É um jogo que une diversão e aprendizado, indicado para toda família, com uma excelente relação custo e benefício.
Segundo o empresário Faber Lalucci, a Pais & Filhos tem um parque capacitado para produzir para diversas marcas, com tecnologia que permite terceirizar parte da produção, mas o foco principal são as marcas próprias da empresa. “Temos um excelente conceito no mercado de jogos de tabuleiro, por meio das nossas linhas ‘Top Line’ e ‘Super Jogos’”, afirmou. Além das duas linhas, a “Pais & Filhos Baby” vem se consolidando no mercado como linha de puericultura leve, área que se preocupa com o acompanhamento integral do processo de desenvolvimento infantil. Ainda faz parte do portfólio da empresa a marca “Gala”, que atua no segmento de embalagens plásticas.
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ART IG O
INFRAESTRUTURA É INVESTIMENTO - PA ULO A FONSO FERREI RA Vice-presidente da CNI
Infraestrutura é algo imprescindível para o desenvolvimento de um país, pois movimenta a cadeia produtiva e gera benefícios à sociedade. O Brasil investe 1,8% do PIB, ao contrário de países que investem em média 5%. Há décadas convivemos com esse déficit e são grandes os entraves que precisam ser rompidos, eliminando equívocos, como cortes nos recursos, a falta de marcos regulatórios modernos e de segurança jurídica nos contratos, gerando um grande número de obras paralisadas. O tema deve ser encarado sem viés político, mas como uma agenda de País, com eficiência na aplicação de recursos, atendendo aos interesses da sociedade. Precisamos de planejamento, metas e indicadores, priorizando projetos sustentáveis, viáveis, exequíveis, que não atendam somente a interesses eleitorais. São várias as cidades do país precárias de saneamento básico, serviço fundamental para promoção da saúde pública e que não possuem projetos para superar essa realidade. Convivemos com um custo elevado de energia, que afeta o preço dos produtos, a competitividade das empresas e o poder de compra da população. Limi-
tações no transporte e logística da produção afetam o suprimento dos mercados internos e externos. Precisamos de mais portos, ferrovias e melhorar a malha rodoviária, com a integração de modais em todas as regiões do País. Diante de limitações fiscais e de recursos públicos, o setor privado possui competência e interesse em contribuir com esse desenvolvimento, somando esforços, mas a participação empresarial depende de regulamentações, garantias, segurança jurídica de que contratos não serão interrompidos, com projetos factíveis, valores justos, adequadas às possibilidades dos beneficiários e à sustentação dos investimentos. Parceria Público-Privada (PPP) e Concessões são instrumentos capazes de combater entraves, atender às demandas sociais, atrair investimentos, reduzir custos com a melhoria na qualidade dos serviços prestados e promover desenvolvimento. Se bem utilizadas podem trazer grandes benefícios, como melhor uso do recurso público, inovação e compartilhamento de responsabilidades. Alguns avanços estão ocorrendo na legislação brasileira e é
justo reconhecermos o relevante papel do Congresso Nacional e do governo federal, como a aprovação e sanção do novo marco do Saneamento e a nova Lei do Gás, aprovada na Câmara dos Deputados, que possibilitarão maior participação do setor empresarial. Estão em andamento também, no Congresso Nacional, a nova lei de licitações e de licenciamento ambiental, temas que contribuirão para destravar obras e investimentos. É preciso enaltecer a atuação do ministro Tarcísio de Freitas, pela competência técnica e conhecimento dos desafios e necessidades do Brasil relacionadas à infraestrutura. É um gestor que tem prezado pelo diálogo, ouvindo sugestões de diversos segmentos da sociedade e tem demonstrado interesse em negociar e apresentar propostas de melhorias e soluções frente a esse grande desafio. Acreditamos que a melhoria da infraestrutura brasileira contribuirá para a retomada do crescimento, pois favorecerá com um ambiente mais favorável para os negócios, para atração de mais investimentos e competitividade das empresas.
O conteúdo publicado nesta página é de inteira responsabilidade do autor e as opiniões no texto não representam o posicionamento do Sistema Fiems
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