Elle Brasil 308

Page 1

BeauTy awards

Os prOdutOs eleitOs pelas editOras das elles internaciOnais

B

up no closeT

R

A

S

I

L

on

cOnecte-se: tOp apps para cOmprar e amar e a Onda selfie

Tudo novo

o EsportE Encontra o sExy A sAiA mídi é A it-peçA dA temporAdA E a vErsão urbana do navy

oFF

descOnecte-se: uma viagem pelO ButãO e pelO nepal

david BoWie

janeiro 2014

R$ 15,00 EDIçÃO 308 ANO 26 janeiRo 2014

o cantor ganha Exposição E vira tEndência

EL308_CAPA_ESCOLHIDA_2.indd 1

aposTas para 2014 quEm vAI fAzEr A mODA, A fOtOgrAfIA, A gAstrONOmIA E A ArtE vIbrArEm! 12/19/13 11:21 PM


ELLE viagem

compacto EL308_VARIEDADES_VIAGEM.indd 218

12/19/13 10:44 PM


D

A EstiListA FErnAndA YAmAmoto E o ArquitEto rodrigo ohtAkE trAçArAm sEu rotEiro dE LuA dE mEL no nEpAL E no Butão. EntrE tEmpLos, tuk-tuks E pAisAgEns imprEssionAntEs no corAção do himALAiA, os pAísEs rEsumEm o mELhor dA ÁsiA. mAriAnA pAYno

o caos atordoante à paz absoluta. As sensações despertadas em quem visita o Nepal e o Butão, no coração da Ásia, dançam entre extremos. Incrustados na cordilheira do Himalaia, entre a Índia, ao sul, e a China, ao leste, os dois pequenos países ocupam juntos menos de 200 mil km2 (uma área menor do que a do estado de São Paulo) e abrigam pequenos universos, distintos entre si e diferentes de tudo que nossos olhos ocidentais estão acostumados a ver. O Nepal abandonou a monarquia para se tornar uma república parlamentarista em 2008 e, a despeito da maioria rural da população, possui grandes cidades e uma das maiores densidades demográfcas da região, com 27 milhões de habitantes. Guardando algumas semelhanças com a vizinha Índia, a religião predominante é o hinduísmo, apesar de o país ser a terra natal de Buda. O Butão, esse sim de maioria budista, vive sob regime monárquico, e a pequena população (700 mil pessoas), que habita os vilarejos, carrega uma boa dose de admiração pelo rei e pela rainha – do tipo que a faz pendurar retratos dos governantes nas paredes de casa. Terra de pacatos camponeses, o Butão é conhecido como o país da felicidade. Não é à toa, portanto, que a região foi escolhida pela estilista Fernanda Yamamoto e pelo arquiteto Rodrigo Ohtake como o destino de lua de mel. “Queríamos ir a um lugar que nenhum dos dois conhecesse”, conta Fernanda. “A cultura diferente, superespiritualizada, nos encantou.” Entre visitas a templos e rafing nas águas de degelo do Himalaia, os dois revelam a ELLE seu roteiro alternativo. www.elle.com.br

EL308_VARIEDADES_VIAGEM.indd 219

219 ELLE

12/19/13 10:44 PM


ELLE viagem

BUTÃO Fortaleza de Punakha Dzong, no Butão. Abaixo, Fernanda e Rodrigo, também em Punakha, e monges em Paro.

O verde a perder de vista no país da felicidade. Com a paisagem feita de vilarejos e plantações de arroz, o Butão não abriga grandes cidades – salvo Timphu, a capital. Só é possível chegar ao aeroporto de Paro, o único do país, pela companhia área nacional, a Dukair, com escala obrigatória em Katmandu, na Tailândia, em Bangladesh ou na Índia. Até pouco tempo atrás, o número de turistas era limitado e hoje é preciso pagar a taxa mínima de 200 dólares para ficar lá (diária por pessoa, que inclui um guia, um motorista, hospedagem e alimentação). Tudo é autêntico – não espere encontrar, por exemplo, suvenires padronizados made in China. Os trajes dos habitantes são invariáveis: o masculino é composto de um grande quimono, meias compridas e sapato social. O feminino, um retângulo de tecido, que forma uma saia, acompanhado por uma espécie de blaser mais soltinho. “Todos se vestem da mesma forma. Fizemos uma pesquisa de

tecidos típicos e voltei muito inspirada”, diz Fernanda. Em Timphu, além dos tecidos, também se pode encontrar uma variedade de produtos orgânicos de todo o país, no Centenary Farmer’s Market. A base da alimentação são o arroz e as verduras – acompanhados de um tempero bem apimentado –, e a carne de vaca aparece com certa frequência. Também dá para provar especiarias curiosas, como uma bebida preparada com arroz fermentado e ovo cru. Os hotéis, como o Amankora (www.amanresorts.com, diárias a partir de 775 dólares) e o Uma (www.comohotels.com/umaparo, diárias a partir de 550 dólares), costumam oferecer piqueniques para os hóspedes. “Encontrar um restaurante na rua no Butão é quase impossível, então o que salva mesmo são essas cestas”, conta a estilista. A maioria dos passeios no país está envolta em uma áurea de espiritualidade e inclui visitas a templos budistas. Na capital, são imperdíveis a gigantesca estátua Buddha Dordenma – que, com mais de 50 m de altura, é uma das maiores reproduções da entidade no mundo – e o monastério de Tashichho Dzong, às margens do rio Wangchhu. Originalmente construído no século 13, o local passou por várias reformas até chegar à impressionante estrutura de hoje.

ELLE 220 www.elle.com.br

EL308_VARIEDADES_VIAGEM.indd 220

12/19/13 10:44 PM


Rumo a Paro, lugares bacanas para incluir no pacote são o Museu Nacional, na torre de Ta Dzong, e o monastério Paro Dzong – onde, com alguma sorte, dá para assistir a um ensaio artístico dos monges, como aconteceu com Fernanda e Rodrigo. A cidade ainda abriga o icônico templo Taktsang, ou Ninho do Tigre – aonde se pode chegar fazendo trekking. Ainda na lista dos santuários, vale incluir a fortaleza de Punakha Dzong, na cidade de mesmo nome – e depois, quem sabe, descer de rafing os rios de degelo do Himalaia? Talvez a experiência mais marcante para Fernanda e Rodrigo no Butão tenha sido o homestay em uma casa de camponeses. Eles passaram um dia e uma noite em Paro na companhia de uma senhora e seus flhos, com direito a ordenha de vacas, colheita de frutas, comidas típicas e um banho de pedras quentes. “Isso não é muito comum”, conta Fernanda, “mas, depois de muita insistência nossa, a agência (www. teresaperez.com.br) conseguiu um operador local, que arranjou tudo.”

Templo Taktsang, ou Ninho do Tigre, um dos principais templos budistas do país, em Paro.

nepal Passeio de barco pelo rio Phewa, em Pokhara. À dir., a praça Patan Durbar, na cidade antiga de Katmandu.

Com pouco mais de 140 mil km², o pequeno Nepal esconde antagonismos. A paz espiritual dos templos budistas e hinduístas (a religião da maioria da população) e o silêncio que emana do Himalaia e dos arrozais desaparecem frente à imponência caótica de uma cidade como Katmandu. A capital, que tem cerca de 1 milhão de habitantes, corresponde ao imaginário ocidental de uma metrópole do Oriente: a confusão de cores e sabores das especiarias se mistura a tuk-tuks, motos e carros tresloucados, em meio às vacas, que passeiam pelas ruas, sem calçadas e sem semáforos. “É uma paisagem marrom”, resume Fernanda. Cheia de encantos, porém, nas imersões culturais. Uma delas é a visita ao templo de Pashupatinath, o centro hinduísta mais importante do Nepal. Localizado às margens do rio Bagmat, o local celebra diariamente rituais de cremação, uma das práticas sagradas da religião. Ainda na região da capital, em uma área batizada de vale do Katmandu, três www.elle.com.br

EL308_VARIEDADES_VIAGEM.indd 221

221 ELLE

12/19/13 10:44 PM


ELLE viagem

fotos arquivo pessoal

À esq. e abaixo, moradores locais no centro hindu Pashupatinath, em Katmandu. Abaixo, a praça Patan Durbar e o nascer do sol na cordilheira do Himalaia, em Pokhara.

cidadezinhas merecem atenção. Bhaktapur, a 15 km de Katmandu, é uma antiga cidadela, que ainda guarda os traços medievais na arquitetura. Lá está a pagoda Nyatapola, um templo hindu de mais de 30 m de altura, dedicado à deusa da prosperidade, Siddhi Lakshmi. Já Boudha, como o próprio nome sugere, abriga a estupa Boudhanath, um santuário budista, a 6 km da capital. Em Patan, do outro lado do rio Bagmat, o cartão-postal é a praça Durbar – de quebra, é possível visitar o palácio Kumari Ghar, onde vive a princesa Kumari, uma espécie de deusa viva nepalesa, materializada na fgura de uma garotinha de 4 anos, escolhida de tempos em tempos. Para além da hipnose do caos de Katmandu e da espiritualidade do entorno, a cidade de Pokhara promete aventuras. Lá, os passeios incluem voos de paraglider sobre a cordilheira e trajetos de barco pela paisagem carregada de verde do lago Phewa. Mas o crème de la crème é assistir ao nascer do sol por detrás das montanhas brancas do Himalaia. “Surpreendente, revigorante e inspirador”, segundo as palavras de Fernanda. A hospedagem no Nepal varia de hotéis de grandes redes, como a Hyatt Regency (www.hyatt.com, diárias a partir de 165 dólares), a serviços tradicionais, como o Shangri-la (www. hotelshangrila.com, diárias a partir de 200 dólares). Para comer, escolha um dos pequeninos restaurantes locais. “Nós gostávamos de explorar o que as pessoas de lá comiam na rua.” E, claro, tudo carregado com o tempero forte do Oriente. Arroz, legumes e curry são como uma santíssima trindade.

ELLE 222 www.elle.com.br

EL308_VARIEDADES_VIAGEM.indd 222

12/19/13 10:44 PM




FLOWER POWER

Para complementar o seu beachwear cool, a Triya lança este mês uma linha de acessórios de resina baseada em orquídeas de verdade. As peças podem ser combinadas com as estampas exclusivas da coleção, em composições dignas de St.-Tropez. Preço: R$ 385. www.triya.com.br.

HAUTE LINGERIE

Novas peças da coleção de inverno da italiana Intimissimi desembarcam por aqui em fevereiro e março. Dividida em seis linhas, além da coleção cápsula Luce, composta de lingeries criadas com joias, os modelos investem no total black, em criações de seda, rendas e aplicações de pérolas e canutilhos. www.intimissimi.com.

CAIXINHA DE SURPRESA Já ouviu falar em Tomas Paul? O designer nova-iorquino tem no currículo trabalhos para DKNY e Calvin Klein e atualmente comanda sua própria marca de lenços e peças de décor. O destaque são as caixinhas de joias, com ilustrações de brincos, anéis e relógios. O melhor? Entrega no Brasil! www.thomaspaul.com.

it-bag Este mês, a Louis Vuitton lança duas novas cores da sua bolsa-desejo, a Damier Couleur. Roxo e verde arrematam os modelos, que aterrissam nas lojas da grife em São Paulo e devem ser os hits do verão. Com inspiração na designer e arquiteta Charlotte Perriand, as bolsas são perfeitas para o dia a dia e podem ser usadas com ou sem alça. www.louisvuitton.com.br.

DOBRADINHA COOL

Resultado da parceria entre Puma e Solange Knowles, a coleção cápsula Girls of the Blaze Disc desembarca em fevereiro nas lojas da marca no Hemisfério Norte. Com versões renovadas do clássico tênis Blaze Disc, a linha tem inspiração no Brasil e é a primeira da cantora, que foi nomeada consultora criativa da marca em novembro do ano passado. Vem mais por aí! www.puma.com

www.elle.com.br

EL308_MODA_NOVIDADES.indd 49

49 ELLE

12/20/13 8:04 PM


M

ELLE fashion rep贸rter

asterpiece Em mais um cap铆tulo do namoro EntrE moda E artE, grifEs hypadas olham para os musEus E criam looks para vEstir E sonhar. rEnata piza

EL308_MODA_REPORTER_MODAeARTE.indd 96

12/20/13 6:30 PM


fotos agência fotosite

Q

ue atire o primeiro Picasso o estilista que nunca se inspirou em uma tela. Ou em uma escultura. Ou em uma instalação. A despeito da recorrente discussão “moda é arte?”, designers do mundo todo seguem na paralela, investindo em um dos crossovers mais famosos da história, desde que Yves Saint Laurent criou seu Mondrian dress (lá se vão quase 50 anos) e Elsa Schiaparelli convocou Salvador Dalí para criar a quatro mãos “looks instalação”. Na última temporada de desfles internacionais, a do verão 2014, não foi diferente e o casamento se repetiu em coleções tão díspares quanto a da Giorgio Armani e a da Prada, ambas desfladas em Milão. Com approach clássico ou moderno, o denominador comum que permeia grande parte das passarelas é o trabalho calcado nas artes plásticas – na escola surrealista, à la Dalí (que começou a saltar aos olhos na estação passada, vide o boom de lagostas, bocas e afns), nas pinceladas impressionistas à Monet, nos jatos de tinta à Pollock ou nos graftes de Stephen Sprouse (homenageado no último desfle de Marc Jacobs à frente da Louis Vuitton). Isso sem falar nas reproduções de paletas de cores usadas por pintores, um recurso utilizado por Karl Lagerfeld na Chanel, que ajudou a rejuvenescer grande parte dos looks da grife, ou nos traços que lembram rolos de tinta, vistos, por exemplo, na Céline. “A moda sempre se inspira na arte. É uma maneira de agregar valor às roupas”, diz Dinah Bueno Pezollo, autora do livro Moda e Arte, da editora Senac, que lembra que na estação passada Domenico Dolce e Stefanno Gabbana viajaram até o período bizantino para criar as roupas e os acessórios da Dolce & Gabbana. “O mundo não anda fácil, e as pessoas procuram coisas bonitas, que suavizem o olhar. E a arte é essencial para isso.” Em outras palavras, é a forma que as grandes grifes encontraram de reforçar o caráter lúdico, de sonho, intrínseco à moda. Para comprovar a tese, basta olhar as imagens. Estampas que brincam com a percepção, como o trompe-l’oeil da Prada, nos levam a outra realidade, ainda que momentaneamente. O mesmo vao mundo não le para os forais dignos de Monet na passarela da Dior – Raf anda fácil, e as vistos Simons, por sinal, é um dos maiopessoas estão res entusiastas desse afair, basta lembrar sua coleção Picassiana, procurando para a Jil Sander – e para os rostos coisas bonitas, inspirados no trabalho de BrancuJean-Charles de Castelbajac, que suavizem o siquenaajudam a transformar roupas olhar. e a arte teoricamente simples em itens exé fundamental traordinários. E, claro, assim como no mercapara isso. do de arte propriamente dito, esses trabalhos mais exclusivos fazem Dinah Bueno Pezollo com que as peças tenham um caráter mais raro, mais caro, de difícil reprodução – uma preocupação relevante das marcas num mundo cada vez mais massifcado, ditado pelo ritmo do fast fashion. Se nas formas já não há praticamente barreira para as cópias, estampas artsy e tecidos tecnológicos ajudam a diferenciar um pôster de uma tela, para usar um trocadilho. www.elle.com.br

EL308_MODA_REPORTER_MODAeARTE.indd 97

97 ELLE

12/20/13 6:30 PM


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.