MCDONALD’S 90 ligeiros em renting ASCENDI Critérios de escolha TCO e consumos N.º 017 | JUNHO · JULHO · AGOSTO | 2013 | ANO V | 3,50 EUROS
Ford Fiesta
MOTOR DE SONHO
ESTUDO ALF
Leasing e renting nas PME
FINLOG
Negócio na gestão de frotas
DADOS 1ºT
Renting perde terreno
POR DENTRO
Editorial
D
Novas direções
ados revelados nos artigos iniciais desta revista mostram como o renting, até aqui um modelo de financiamento imaculado no que toca a oscilações do mercado, está em queda. Pior que isso é que estes números mostram também uma tendência para o renting estar a perder importância no mercado automóvel, como revelam os dados do primeiro trimestre deste ano que aqui analisamos e que pretendemos repetir em edições futuras. Uma conclusão rápida acerca destes valores será que o renting, pelo menos na produção de contratos novos, está a perder peso em relação a outros modelos de financiamento. Quais, pergunta-se, mas acho que a questão é como é que isso acontece. Os dados que a ALF fez sair, a partir de um estudo elaborado com a Universidade Católica, e que publicamos aqui, dizem que poucas empresas de pequena dimensão utilizam esta alternativa. Preferem o leasing ou o crédito bancário. E sugerem que conseguem preços mais baixos para as suas viaturas através desses dispositivos, uma crença com vários flancos por onde pode ser contestada. Há outra nota que vale a penar ver com atenção. As empresas contactadas dizem também que o principal ponto de acesso ao renting está na banca. Significa isto que há ainda algum trabalho de campo por
fazer junto destes clientes? Ou, como também é sugerido, trata-se mais de um trabalho de pedagogia do que comercial? Há empresas que perceberam isto e reagiram. A Rede Rino, do grupo MCoutinho, um dos maiores grupos do sector automóvel em Portugal (já não só no retalho…) olha para estes clientes e apresenta-lhes serviços de reparação e manutenção, marcando assim o primeiro golo desta partida. Uma gestora como a Finlog é confrontada com uma vontade desmedida das empresas estenderem a duração dos seus contratos (falam já em sete anos!) e reorienta o seu negócio. Talvez com o suporte do grupo Salvador Caetano, um dos donos, apresenta um leque de serviços desligado do financiamento das viaturas. Como Jorge Costa Silva coloca a questão, o mercado de gestão de frotas vai ter muito mais crescimento que o de renting. A ser verdade, significa uma clara reestruturação do mercado para direções onde as oportunidades são mais do que muitas. Gestão de frotas, gerir a frota. Renting, financiar. Será mesmo assim? Veremos. (A Fleet Magazine mudou de dono. Pertence agora à HDD Media. A pouco e pouco, vamos chegar aos clientes de que falamos em cima.) Hugo Jorge hj@fleetmagazine.pt
Ficha Técnica DIRETOR: Hugo Jorge EDITOR E PROPRIETÁRIO: HDD Media – LX Factory – Ed. 1 – 4º Piso R. Rodrigues Faria, 103 1300-501 Lisboa Telefone: 966031838 - E-mail: hj@fleetmagazine.pt COLABORAM NESTA EDIÇÃO: Paulo Homem, Renato Rodrigues, Ricardo Silva, Marcelo Oliveira, 4Fleet, Leaseplan Portugal PAGINAÇÃO: Pedro Marques PERIODICIDADE: Trimestral ASSINATURA ANUAL: 14 euros (4 números) IMPRESSÃO: DPS - Digital Priting Solutions MLP - Quinta do Grajal - Venda Seca - 2739-511 Agualva Cacém – Tel: 214337000 Nº Registo ERC: 125.585 Depósito Legal: 306604/10 © COPYRIGHT: Nos termos legais em vigor é totalmente interdita a utilização ou a reprodução desta publicação, no seu todo ou em parte, sem a autorização prévia e por escrito da “Fleet Magazine”
Índice Mercado Automóvel 1ºT Encontro Gestoras de Frotas Estudo Leasing e Renting UCP Nova Lei para GPL Gerir a frota na McDonald’s Brisa e o curso de condução Gerir a frota na Ascendi TCO 4Fleet: Golf vence comparativo Rede Rino olha para pequenos frotistas Pneus: Garland com Nokian e Continental Finlog: renting vs gestão de frotas Oferta Garmin na geolocalização BCA com serviço de remarketing MobCarsharing: partilha de veículos Hertz: rent-a-car de média duração Mobiag: inovação no carsharing TomTom com nova oferta OnFleet com pacotes de serviço Opinião: renting é melhor opção? Opinião: conhecimento de mecânica Honda Portugal aposta em frotas Skoda Octavia já chegou Hyundai Santa Fé regressa Nissan reposiciona financiamento Ensaio: Ford Fiesta e o 1.5 TDCi Ao volante
08 10 12 16 18 21 22 24 26 29 30 32 34 36 38 40 42 43 44 46 48 51 52 53 54 56
2013 JUNHO FM17 03
NOTÍCIAS O OPEL MOKKA é a primeira entrada da Opel no segmento dos SUV sub-compactos e aparece com motores 1.6 a gasolina com 115 cv, 1.4 turbo a gasolina com 140 cv e Turbodiesel 1.7 CDTi com 130 cv. Além da tracção Às rodas dianteiras, o Mokka pode estar equipado com transmissão integral AWD. Os preços começam nos 21.720 euros. CHEVROLET VOLT ELEITO o carro de frota mais limpo da Bélgica, por um júri constituído por jornalistas, professores universitários, gestores de frota e organizações ambientais. Um dos parâmetros avaliados foi o custo ao longo do ciclo de vida da viatura. Esta foi já a terceira vez que o modelo recebeu um prémio na Bélgica, depois de ter sido agraciado com o mesmo galardão o ano passado e ter sido também o carro elétrico familiar em 2012.
RENAULT FLUENCE regressa com novo motor e um sistema multimédia apenas disponível até agora no Clio, Captur e Zoe. Os blocos são os que constituem o 1.5 dCi 90, 1.5 dCi 110, mas aparece também o 1.6 dCi 130. Comercializado a partir de 24.500 euros, o Fluence procura afirmar-se como um modelo estatuário – é maior que o Mégane, seja na berlina ou na carrinha Com a SEGUNDA GERACAO DO LEAF, a Nissan vai oferecer a opção de aluguer da bateria à maioria dos clientes europeus. Esta solução significa que os clientes podem optar por alugar a bateria de iões de lítio do Nissan Leaf mediante uma mensalidade. Este método de aquisição permite reduzir o preço inicial que o cliente paga pelo seu automóvel em quase seis mil euros.
PEUGEOT LANÇA O 2008 e está confiante neste crossover para chegar aos clientes frotistas, num segmento onde têm aparecido muitas novidades. Ricardo Amaral, director-geral do importador classifica-o como uma excelente alternativa, combinando estatuto com racionalização de custos e destaca a oferta da manutenção programada 48 meses/80.000 km.
O RENAULT CAPTUR, o crossover da marca para o segmento B, está à venda com preços a partir dos 15.450 euros. Dois motores estão, para já, disponíveis: o Energy TCe 90 (três cilindros de apenas 898cc) a gasolina e o motor diesel Energy dCi 90, com um consumo anunciado de 3.6 litros/100km e 95g de CO2 por km. O motor dCi 90 estará disponível, posteriormente, com a transmissão EDC.
ELETRICO PARA O CLASSE B, primeiro nos EUA onde é lançado apenas nessa versão e só depois na Europa. Este Mercedes-Benz vem equipado com um motor elétrico que debita mais de 136cv e um binário máximo de 310 Nm, disponível ao primeiro toque no pedal do acelerador, que a marca garante corresponder aproximadamente ao binário de um motor a gasolina com 3,0 litros de cilindrada. Na Europa, só depois de 2014.
A FORD TRANSIT COURIER estará à venda na Primavera de 2014, quando todos os quatro novos modelos Transit estarão disponíveis nos concessionários europeus. Baseada na plataforma global da Ford para o segmento B, a Transit Courier oferece volume de carga de 2,3 m3 (SAE) com antepara integral, com um comprimento total de 4,16 metros, e oferece uma condução ágil e capacidade de manobra de um veículo compacto.
FORMAÇÃO CARRISTUR
A CarrisTur tem vindo a preparar acções de formação para entidades externas. Embora muito do seu portfolio esteja virado para o transporte coletivo de passageiros, existem também eventos para outro tipo de clientes. Até julho, estão previstas algumas formações com interesse para a generalidade dos frotistas, desde condução defensiva até preenchimento de declaração amigável em caso de acidente. 04 FM16 MAIO 2013
Informação em tempo real na Leaseplan Dá pelo nome de Leaseplan Now e trata-se do serviço da gestora que dá, através de e-mail, SMS ou Fax, alertas sobre a situação dos automóveis das frotas dos seus clientes. Entre outras situações, o LeasePlan NOW disponibiliza informação sobre o estado da encomenda de automóveis novos, o estado da imobilização por intervenção de manutenção ou por sinistro e uma lista dos automóveis em fim de contrato.
Duração
JUNHO
JULHO
Prevenção de Acidentes e Técnicas de Condução
14 Horas
5e6
11 e 12
Condução Defensiva e Económica
14 Horas
19 e 20
9 e 10
Tacógrafos
7 Horas
25
4
Actualização Código de Estrada
7 Horas
27
25
Declaração Amigável
4 Horas
26
24
Tecnologias de Informação e Comunicação nos Transportes
7 Horas
28
26
Os preços do RANGE ROVER SPORT chegam a partir de 88.506 euros para a versão 3.0 TDV6 de 258 cavalos de potência. Nos motores V6, a lista sobe pelos vários escalões de equipamento até chegar aos 119 mil euros da versão Autobiography Dynamic, com 292 cavalos. O V8, com 5.000 cc de cilindrada, e os incríveis 510 cavalos, começa nos 137 mil euros. Chevrolet traz o novo AVEO BI-FUEL, disponível nas variantes de 4 e 5 portas, que a marca diz destacar-se pelos custos de utilização especialmente reduzidos. O GPL, assegura, permite uma redução de custos de utilização da ordem dos 30 a 40 por cento (considerando o atual custo do litro de GPL, de cerca de 0,80 € / litro), e lembra que os clientes empresariais podem beneficiar de vantagens fiscais similares às que obtêm com veículos a gasóleo. O STANDVIRTUAL acaba de estabelecer uma parceria com a Renault Portugal que vai permitir a inclusão de mais de 2.000 viaturas do programa “Usado Aprovado Renault” na sua página. O portal é assim o primeiro a disponibilizar viaturas usadas ao abrigo de um
Novo Kangoo
A Renault Kangoo foi reformulada com a segunda geração do Express. As Kangoo Normal, Compact e Maxi têm uma nova configuração de três lugares dianteiros, disponível em todos os comprimentos, excepto nas versões elétricas. É preciso contar ainda com as versões elétricas Z.E. e Maxi Z.E., mas estas terão apenas dois ocupantes nos lugares da frente. Os intervalos de manutenção passam de 30 para 40 mil quilómetros em dois anos.
programa de marca. Este programa está disponível em duas opções, o “Usado Aprovado Renault” para viaturas usadas até quatro anos e o programa “Usado Aprovado Renault Opção Económica” para viaturas usadas até oito anos. A CHRONOPOST, através da formação dos seus operadores de distribuição em ecocondução, obteve uma redução de 0,5litros de combustível por cada 100km. A Chronopost tem atualmente 274 operadores de distribuição com 1.096 horas de formação em eco-condução. Através da utilização de sistemas de medição, identificaram-se os comportamentos a corrigir, como por exemplo, as travagens e acelerações bruscas. FORD COM SITE PARA USADOS, com todas as unidades disponíveis da rede de concessionários. O cliente poderá pesquisar por marca, modelo, segmento, combustível, área geográfica e preço, quilómetros, data de matrícula e potência desejada. Ainda é possível marcar directamente um test-drive. PUB
2013 MAIO FM16 05
NOTÍCIAS A ENTERPRISE RENT-A-CAR abre agências nos quatro principais aeroportos de Portugal pelas mãos da Guerin, passando a estar presente nos aeroportos internacionais de Lisboa, Faro, Porto e Funchal. Além dos turistas, os empresários que visitam o país são um dos mercados-alvo preferenciais. A CAMPANHA MINI RELAX, para frotistas, acaba de ser lançada pela Mini Financial Services e pela Mini Portugal. Trata-se de uma redução significativa do valor da renda, unicamente para clientes empresa que contratem um Contrato de Manutenção Basic, Extra, Total ou Premium. A campanha é válida em todos os produtos financeiros da Mini Financial Services e para os modelos Mini Countryman One D, Countryman Cooper D e Countryman Cooper D Auto, mas disponível apenas para propostas aprovadas até 31 de Maio. A Goodyear renovou a sua gama do EFFICIENTGRIP PERFORMANCE. O pneu está agora disponível em 39 tamanhos e apresenta classe A na aderência em molhado e classe B na resistência ao rolamento. Também no ruído, o terceiro critério avaliado pela
Millennium em “regressão”
O Millennium bcp Renting admite alguma regressão nas suas operações, que canaliza directamente para o seu parceiro actual, a ALD Automotive. O desempenho do setor automóvel e a estratégia interna de desalavancagem são as razões apontadas para a prestação desta entidade, que continua com os produtos Leasing Automóvel, ALD e Crediauto nos seus balcões.
ALD cresce 50% no primeiro trimestre
ALD Automotive cresce mais de 50% nas vendas do primeiro trimestre deste ano. A quota de mercado fica assim nos 13,9% e confirma a sua posição de 2º maior comprador de veículos novos no mercado de renting nacional. Adicionalmente, a gestora tem vindo a conquistar quota de mercado no que se refere a frota instalada, mantendo a sua posição de 3º operador no ranking, agora com uma quota de 12.3% do mercado total.
etiqueta, o pneu oferece alguns dos valores em decibéis mais baixos disponíveis no mercado, em relação a esta gama de tamanhos. CETRA EXPLORADO PELA MCOUTINHO depois de uma acordo assinado com o Grupo Caixa Seguros. Esta parceria reforça a presença do Grupo MCoutinho em Lisboa, complementando a operação da Unidade de negócio Peças e vai trazer melhorias significativas na operação do atual Centro de Colisão com ganhos significativos na qualidade do serviço e celeridade das reparações. Por outro lado, também vai contribuir para o crescimento sustentado do negócio colisão para o Grupo MCoutinho O 2ND MOVE, serviço de venda de viaturas usadas da frota da Europcar foi agora relançado com uma nova identidade visual. Disponível em Portugal desde 2009, passa a estar disponível em todas as estações Europcar, de norte a sul do país. No site oficial da rent-a-car, encontra-se uma amostra das viaturas que se encontram para venda em cada momento e os respetivos preços. NOVAS MOTOS BMW para alugar em renta-car, extensíveis a grupos e com guias personalizados, eis o que a Hertz apresentou recentemente. Com preços desde 73 euros por dia, os modelos em questão são a F 700 GS, a R 1200 GS e a R 1200 RT.
06 FM16 MAIO 2013
A PRIO.E abre o primeiro espaço dedicado em exclusivo à mobilidade elétrica de duas rodas, bicicletas, motos e scooters 100% elétricas, um conceito “zero emissões” único em Portugal localizado bem no centro da principal zona industrial e de negócios do Porto, Rua Engenheiro Ferreira Dias nº 1120. O novo espaço da Prio.e faz conviver de forma original acessórios e veículos eléctricos vintage com verdadeiros gadgets high-tech que prometem revolucionar a mobilidade em cidade. OLIVIER QUILICHINI é o novo diretorgeral de Automóveis Citroën SA, depois de uma passagem como diretor-geral da Peugeot Itália, onde estava desde Janeiro de 2012. Quilichini vai depender hierarquicamente de Alfredo Vila que, entretanto, assumiu a Direcção Geral Ibérica da Marca Citroën. Ambas as nomeações tiveram efeitos práticos a 2 de Abril último e surgem na sequência de uma recente reestruturação implementada ao nível da direção do Grupo PSA Peugeot Citroën. JOSE BARATA transita das vendas a frotas e usados para a direção de comunicação da Peugeot Portugal, na sequência de uma alteração na organização do importador que trouxe três novos diretores. Além de Barata na comunicação, Antonio Santos assume a direção comercial e Nuno Marques o marketing.
A EXPRESSGLASS reuniu pela primeira vez todos os colaboradores da sua rede na décima convenção. A principal mensagem deste evento foi a união e a importância do trabalho de grupo como um fator crítico de sucesso para alcançar resultados de excelência. Esta data foi também a escolhida para anunciar e partilhar o mérito de algumas lojas e colaboradores com o programa Improvement 2012, um programa de melhoria contínua desenvolvido internamente que pretende uniformizar processos. A CARGLASS prepara-se para inaugurar o seu primeiro hub logístico na Península Ibérica. Localizado nos arredores de Madrid, a infraestrutura resulta de um investimento de 2,5 milhões de euros e vai passar a servir diretamente a operação da Carglass em Portugal. Este investimento permite à Carglass colocar uma referência de vidro no mercado nacional em menos de 12 horas. 5.000 NOVAS INSTALACOES e contratos firmados com empresas como EMAC,
CRÉDITO PARA USADOS PODERÁ SUBIR
Crédito automóvel para usados pode recuperar este ano, mantendo os valores de 2012, se as metas de equilíbrio orçamental forem atingidas e, consequentemente, a confiança dos consumidores aumentar, diz a Associação de Instituições de Crédito Especializado. Esse ano fechou com 796 milhões de euros concedidos para aquisição de meios de transporte, menos 35,4% do que no ano anterior.
Tubosvouga, Visabeira, MRW, Cardoso e Maia, DST, Egeo, Servilimpe ou Transportes Gama marcaram o ano de 2012 para a Cartrack. Em época de contenção, o percurso da especialista em Segurança e Gestão de Frotas continua a crescer, em contraciclo. A EUROMASTER anuncia o lançamento de um serviço exclusivo, em parceria com a Inter Partner Assistance, o qual se trata da garantia mais completa de pneus, proporcionando garantia contra qualquer dano durante a vida útil do pneu, assistência em estrada 24h em Portugal e na Europa, por dano nos pneus (durante 3 anos) e cobertura em toda a rede. A CARCLASSE assume a representação em Lisboa da Jaguar e da Land Rover, como concessionário e oficina autorizada. No entender de Joaquim Monteiro, directorgeral da Carclasse, estas marcas de grande legado histórico “apresentam sinais de crescimento sustentados, fruto do desenvolvimento das suas linhas de produto, o que revela o acerto da nossa aposta”. PUB
2013 MAIO FM16 07
MERCADO O mercado de vendas de novos e o renting e o leasing (1º T) 2012
2013
Var. Uni.
Var. %
Contratos
4 563
3 721
– 842
– 18,5
Gestão
110 000
95 756
– 14 244
– 12,9
Contratos
5 702
4 674
– 1 028
– 18,0
Gestão*
190 000
180 000
– 10 000
– 5,3
Ligeiros
23 511
24 135
624
2,7
LCV
4 133
3 476
– 657
– 15,9
Total Ligeiros
27 644
27 611
– 33
– 0,1
Total Mercado (inclui Pesados)
28 215
28 124
– 91
– 0,3
RENTING
LEASING
MERCADO
Leasing e renting perderam, em conjunto, quase 25 mil viaturas em circulação desde o ano passado. A quebra nos contratos novos é expressiva, cerca de 18% para ambos, mas as dos veículos em gestão penaliza mais o renting (12,9%) que o leasing.(-5,3%). Nas vendas totais, há estabilidade. Apenas os comerciais ligeiros é que comprometem, com uma quebra de 15,9 por cento.
Dados: ACAP e ALF / *Valores aproximados
Vendas de novos recuperam, mas leasing e renting caem No final do primeiro trimestre deste ano, o mercado parecia estar a recuperar da quebra que tem tido nos últimos tempos. Mas o leasing e o renting parecem estar a perder terreno para outro tipo de aquisições
08 FM17 JUNHO 2013
À
medida que o número de vendas de viaturas novas vai estabilizando, os novos contratos de leasing e renting vão sendo cada vez menos. Dados que comparam o primeiro trimestre do ano com o seu homólogo mostram que enquanto o mercado de ligeiro de passageiros começa a recuperar, a produção de novos contratos em renting e leasing está a cair cerca de 18 por cento. A recuperação do mercado pode ser explicada por vários factores. Este pode ser o momento em que as vendas começam a subir. No entanto, recorda a ACAP, a associação que compila estes dados, este é um valor 32,5 por cento mais baixo em relação à média dos meses de Março no período 2009-2012. De qualquer forma, há marcas que estão a aproveitar o momento. Já com dados de Abril, a Dacia está com mais 48% unidades vendidas, a Mercedes-Benz cresceu 30 por cento, em relação ao período homólogo, a BMW 21% e a Opel 10%, apenas para falar nas marcas com melhores resultados entre as vinte mais vendidas. Por outro lado, a Ford, que é a décima marca mais
vendida, tem uma queda de 26,5%. Mas é a Kia, com 36,5% de quebra de vendas, e a Smart com 30,6% que tiveram os piores resultados deste primeiro trimestre. O renting e o leasing, modelos de aquisição normalmente só utilizados por empresas, é que estão a perder terreno para outros tipos de compra. Do primeiro trimestre do ano passado para este que passou agora, o renting passou a ser responsável por apenas 13,5% dos carros que eram vendidos, quando anteriormente tinha um peso de 16,5 por cento. Mesmo o leasing, com um peso maior, passa de 20,6% das compras em 2012 para 16,9% em 2013. No parque em gestão, também há quedas. No renting, estas cifram-se pelos 12% em relação a igual período do ano anterior, contando com 95 mil unidades a circular em renting neste momento. Já no leasing, apenas com calores aproximados, há uma perda de dez mil viaturas, embora se tenha que considerar que a proporção é muito maior. De acordo com as contas da ALF, há neste momento em Portugal cerca de 180 mil veículos geridos em leasing.
•
LEASING E RENTING NO CONJUNTO DAS VENDAS DE NOVOS (LIGEIROS)
CRÉDITO TAMBÉM BAIXA O crédito para aquisição a meios de transporte está a cair 16,9 por cento. Dos 175 milhões de euros destinados a este canal, diz a Associação das Instituições de Crédito Especializado
(ASFAC), 154 foram para particulares e 21 para empresas. Mas foi nos particulares que mais se sentiu a quebra: -17,9%. Já nas empresas, foi apenas de -16,9%.
EVOLUCAO DE VENDAS (20 MAIORES MARCAS) Janeiro-Abril (em %)
O leasing e o renting continuam a ter uma expressão reduzida face ao total dos carros vendidos. De janeiro a março, são responsáveis por 30,4 dos automóveis novos adquiridos no país. Contudo, na formulação de contratos novos estas alternativas começam a ter valores parecidos. Nem mil contratos separam o renting do leasing: o primeiro tem 3.721 e o leasing 4.674
Nem todas a empresas estão a reagir da mesma forma ao estado atual do mercado. Enquanto umas demonstram uma boa fase de crescimento nestes últimos quatro meses do ano, em comparação com o período homólogo do ano passado, há outros que estão ao passar por momentos difíceis. As vinte mais vendidas conseguem, mesmo assim, ter um resultado positivo de um por cento, praticamente coincidente com o total do mercado (0,9%)
PESO DO LEASING E RENTING NAS VENDAS O leasing e o renting “vendem” menos, mas aparentemente caem mais que o mercado. O peso destes modelos de financiamento no total das aquisições de automóveis caiu do primeiro trimestre de 2012 para o deste ano, mostrando que a quebra de resultados terá mais algumas justificações que apenas a falta de compradores de automóveis
Dados: ACAP e ALF
2013 JUNHO FM17 09
MERCADO
Renting: arma contra a crise Os operadores de renting acreditam que é possível que o setor ultrapasse a crise que se instalou na economia. As companhias apostam forte numa maior presença e aconselhamento junto dos clientes, num ano que deverá fechar ao nível de 2012
10 FM17 JUNHO 2013
O
negócio do aluguer operacional de veículos também está a ser duramente afetado pela crise económica que se instalou na generalidade do tecido empresarial português. Em 2012, segundo a Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), o mercado caiu 41,8% na produção de novos contratos, número ligeiramente superior à queda das vendas de automóveis ligeiros, que se cifrou nos 40,9%. A conjuntura adversa até pode adiar, mas não risca as intenções de investimento da agenda dos principais operadores presentes no mercado nacional que estão a aproveitar a crise para fazerem o seu próprio ajustamento e investir em contraciclo. O prolongamento dos contratos existentes e algum downgrade de segmentos nos novos contratos tem sido a principal arma dos operadores que elegem o seu papel de aconselhamento à gestão de frotas que faz do renting a melhor opção de financiamento, concluíram os representantes do sector, presentes no pequeno-almoço/debate «O renting automóvel e a crise económica: é
possível crescer?», promovido pelo semanário Vida Económica. “O renting é a única solução de financiamento automóvel que consegue dar o aconselhamento. Há um ano, as opções dos clientes eram diametralmente diferentes do que são hoje, o renting coloca-se, claramente, à frente nos blocos na vertente de aconselhamento, de estar próximo do cliente e de identificar aquilo que é melhor em termos de serviço, de produto e de extensões de contrato”, afirmou Maurício Marques (Locarent). José Madeira Rodrigues (Arval), concorda: “Tornamos muito claro quais os custos e, ao fazê-lo, torna-se fácil a comparação entre diferentes marcas, modelos, possibilidades.” A vertente de consultoria é encarada pelos operadores como a grande mais-valia que podem fornecer às empresas clientes. “Por alto, e em quatro anos, os nossos clientes (de todas as empresas) terão poupado 200 milhões de euros em custos”, avançou Ricardo Silva (LeasePlan). Para estes responsáveis não há solução de financiamento melhor do que o renting, porque é um produto em que os riscos são transferidos para a locadora, o que permite
Marcas não são ameaça
uma previsibilidade total de custos. “O renting tem a particularidade de mostrar os custos e uma das grandes vantagens é não ter surpresas. O custo vai ser 500 euros, é 500 euros!”, exclamou Guillaume de Léobardy (ALD Automotive). LeasePlan Portugal, Arval, ALD Automotive e Locarent afastaram mesmo qualquer cenário de encerramento (ou deslocalização no caso das multinacionais). Mesmo mais limitado, lembraram, o mercado nacional tem ainda grande margem de crescimento. Nos últimos anos o negócio do renting registou a uma erosão de operadores, seja pelo encerramento de empresas, seja pela fusão e aquisição de outros, sobretudo no setor bancário. “Este período vai passar e estamos a criar condições para que quando a economia cresça estejamos preparados para isso”, disse António Oliveira Martins, vicepresidente da ALF. Nas multinacionais, o problema da retracção nas contratualizações coloca-se de outra forma. “Há uma questão de rede. Não será tanto a dimensão do mercado, mas antes a rentabilidade que se consegue obter, independentemente do tamanho do mercado”, explicou.
A entrada em força das marcas de automóveis no negócio do aluguer operacional de veículos, através de campanhas de financiamento muito atrativas, contratos de programação e modelos taylor-made não é percepcionada pelos operadores de renting como ameaça ao negócio. A oferta pode ser parecida, mas não é igual, sublinham. “Mais do que uma ameaça, é o paradigma de que esta solução de financiamento é vista como solução segura”, disse Maurício Marques (Locarent). O responsável sublinhou que a presença deste novo “operador” poderá permitir ao renting estar presente em empresas e empresários “que até aqui não tinham grande noção do nosso produto ou o consideravam demasiado inacessível”. Guillaume de Léobardy (ALD Automotive) esclarece que “as marcas de automóveis estão a criar novas soluções para venderem carros porque sentem muito o efeito da crise. Mas, regra geral, oferecem soluções menos completas que as gestoras de frotas”. Para José Madeira Rodrigues (Arval) a vantagem das locadoras face às marcas está na fraqueza destas últimas, já que apenas podem propor uma oferta “monomarca”, sem “uma visão clara e abrangente de tudo o que está disponível no mercado”.
“O renting tem a particularidade de mostrar os custos e uma das grandes vantagens é não ter surpresas. O custo vai ser 500 euros, é 500 euros!”
O outro lado dos impostos Os custos fiscais na aquisição e utilização do automóvel, que se traduz em automóveis mais caros quer na compra quer na utilização, não são a única “queixa” do setor face às Finanças. Existe um lado menos conhecido da fiscalidade, um entrave ao recurso ao renting por parte dos organismos públicos, que é a impossibilidade da isenção do Imposto sobre Veículos (ISV) se repercutir nas rendas. “Há um entrave ao renting nas viaturas do Estado, porque as isenções que muitos departamentos têm não são passadas para as empresas de renting. Há mesmo uma descriminação negativa do renting”, alertou Margarida Ferreira, secretária-geral da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF). Outro ponto negativo é o avolumar, junto dos operadores, de impostos por liquidar de viaturas entretanto vendidas no final dos contratos. “Os compradores não alteram a propriedade e são as nossas associadas que têm de liquidar o Imposto Único de Circulação (IUC) de viaturas que já não são sua propriedade”, lembrou Margarida Ferreira. A dirigente da ALF acusa o Governo e as Finanças de “má-fé” em todo este processo. “A administração fiscal considera a fatura de venda válida para o IVA, mas não para a propriedade. Todos os meses solicitamos uma informação vinculativa urgente sobre esta matéria e nunca temos resposta”, lamentou Margarida Ferreira. Em 2012, apesar na quebra de novos contratos, a frota sob gestão (cerca de 100.000 unidades), regrediu apenas 12%, sinal de que as empresas continuam a apostar nesta solução de financiamento e gestão de frotas. “2013 vai ser muito próximo do que foi 2012”, admite Oliveira Martins. “O nosso setor vai precisar de criatividade para não descer tanto”, acrescentou a secretária-geral da ALF, Margarida Ferreira.
•
2013 JUNHO FM17 11
MERCADO
“Preço é mais vantajoso no renting do que no leasing” Ricardo Ferreira Reis, responsável do estudo “O Recurso ao Leasing pelas PME portuguesas”
Mercado de leasing e renting ainda sobrevive dentro das pequenas e médias empresas porque as vantagens operacionais são reconhecidas, diz o autor de um estudo publicado recentemente. Entre estes dois instrumentos, a grande diferença vista por estas entidades está nos serviços associados, conclui o estudo 12 FM17 JUNHO 2013
N
ão só a distinção de leasing e renting foi difícil de fazer, porque a nomenclatura do estudo tentava reproduzir um outro documento elaborado para outros países europeus, como a própria amostra era pequena para o aluguer operacional. Mas mesmo assim, a equipa responsável por um estudo encomendado pela Associação de Leasing e Factoring à Universidade Católica, cujas conclusões se souberam em Abril, tentou perceber como é que as empresas olhavam para estes instrumentos de financiamento. A Fleet Magazine falou com o investigador responsável, o professor Ricardo Ferreira Reis, sobre as conclusões do documento no que se refere ao sector automóvel.
Dos dados do estudo, é possível concluir que o renting é utilizado exclusivamente para veículos? Não exclusivamente, mas quase. Isso ficou bem claro na análise. Há muito pouca utilização do renting em equipamento industrial. Primeiro, porque há muito pouco investimento em equipamento industrial neste momento, sobretudo de PMEs. E depois porque há muita hesitação em apoiar a aquisição deste tipo de equipamento em leasing porque estes equipamentos são costumizados e, como tal, não têm mercado em segunda mão. Este tipo de financiamento é muito mais adequado a equipamentos que tenham um grande valor em segunda mão. A distinção entre leasing e renting foi pouco precisa de início…
Sim, tivemos que fazer um trabalho de análise para saber, dentro dos que utilizavam leasing, quais os que o faziam em leasing e renting ou apenas neste último. As conclusões foram interessantes. Coincidindo com o que era a nossa expectativa, ficou claro que a vantagem de preço é maior no renting apenas do que no leasing e isso prende-se com o tal alto valor residual, que permite antecipar em renting esse beneficio na prestação a pagar. O facto de se falar sobretudo de automóveis no renting, também condiciona a resposta da adaptabilidade, dado que este tipo de bem é mais adaptável. A dispensa de garantias adicionais também é importante, mas não surpreendente, porque de facto não se dá garantias nenhumas – o veículo é a garantia. Outra vantagem do renting muito referenciada é a agregação de outros serviços. Não era muito importante para o leasing, mas é no renting. E onde é que estão as desvantagens? Na facilidade de aquisição. Os utilizadores de renting não consideram a facilidade de aquisição uma vantagem do renting, precisamente porque na prática não se está a adquirir coisa nenhuma. Se eu quiser mesmo adquirir, o renting não é a melhor estratégia. Além disso, os utilizadores não identificam benefícios fiscais no renting. À semelhança aliás do que sucedeu no leasing. Não há benefícios fiscais directamente, mas há outro tipo de benefícios contabilísticos… Mas não tem benefícios fiscais por aí. A existir, seria algum tipo de amortizações ou qualquer outra coisa que de facto não tem… Mas acha que as empresas estão à espera desses benefícios para fazer investimentos em renting? Não sei, mas se calhar sim. O facto de termos valores tão baixos na utilização do renting pode estar relacionado com a inexistência de benefícios fiscais. No leasing, acontece o mesmo. Mas isso significa que estes modelos de financiamento não têm vantagens operacionais por si? Fiscalmente, não têm. Mas operacionalmente, sim. Aliás só isso explica porque é que o mercado não morreu. Ainda há essas outras vantagens. A teoria financeira dizia que não há
diferença nenhuma entre usar leasing ou renting e um financiamento bancário, exceto se houver benefícios fiscais. No entanto, em Portugal, continua a existir leasing e renting, e sem benefícios fiscais. As vantagens, que mantêm o setor vivo, vêm, por exemplo, do montante das prestações do renting ser mais baixo. Esse benefício no montante das prestações mais baixas decorre do renting reter muito valor residual e não de benefícios fiscais. Agora, as nossas taxas de utilização são muito mais baixas que no resto da Europa, sobretudo nas microempresas. E, porventura, isso até é explicável porque estas são criadas sobretudo para aproveitar benefícios fiscais. Como não há benefícios fiscais no renting, estas empresas não utilizam renting. Nas outras empresas, onde a adaptabilidade do financiamento, onde o provimento de serviços adicionais e as garantias colaterais são mais relevantes que os benefícios fiscais, encontramos padrões de utilização semelhantes ao resto da Europa. Pode então concluir-se que essas empresas não vão para o leasing e renting porque não percebem benefícios fiscais? Não os percebem ou não têm mesmo.
Coincidindo com o que era a nossa expectativa, ficou claro que a vantagem de preço é maior no renting apenas do que no leasing e isso prende-se com o tal alto valor residual, que permite antecipar em renting esse beneficio na prestação a pagar
E, por outro lado, pode-se concluir que estas empresas não percebem os benefícios diretos do produto em si? Pode ser que estes benefícios não se adaptem diretamente a este tipo de empresas tão pequenas ou neste período de estagnação económica. E esse é um dos pontos que o estudo procura relevar. São empresas que não cresceram ainda porque não tiveram investimento. E não o tiveram porque as outras vantagens não se lhes aplicam e não há um benefício fiscal. Por exemplo, imagine um pequeno dentista e que pode crescer. Mas, se não tem nenhuma vantagem em promover o investimento no equipamento do consultório, não vai deixar nunca de ser um pequeno dentista. Isso a nível de investimento de equipamento. E do automóvel? O que estamos a reparar é que o pequeno dentista já tem o automóvel em renting. Provavelmente, o motivo por que tem a micro-empresa é para ter o automóvel em renting. Não é para ter o equipamento de dentista, que era o que podia estar em renting também. É isso que notamos. O investimento que estas micro-empresas têm em renting é sobretudo em automóveis. Outra conclusão surpreendente é a nível dos canais de acesso. Sim, não estava à espera de que houvesse um papel tão preponderante da banca no acesso ao leasing e ao renting. Mas mesmo tendo todas as hipóteses de financiamento em cima da mesa, quando as empresas vão à banca preferem em maior parte o crédito. Porquê? Os bancos têm objetivos comerciais e o leasing e o renting não estão numa posição de destaque no banco. Mas estamos no domínio das hipóteses, sem forma de conseguir validar esta conclusão. E porquê? Terá a ver com a taxa de juro? Sim, mas as taxas são mais altas no crédito do que no leasing porque os mercados conduziram a que fosse assim. E são-no porque as garantias são muito maiores no caso do leasing e muito menos arriscado. Essa taxa reflete o nível de risco. Numa altura em que os bancos estão a precisar de baixar os níveis de risco, estão a apostar em elevadas rentabilidades no crédito e não na redução do risco que o leasing e o renting trazem.
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2013 JUNHO FM17 13
MERCADO
Estudo: os automóveis, os leasings e as PME O estudo da Associação de Leasing e Factoring sobre leasing que mostra que a aquisição de viaturas é um dos principais motivos para utilizar este instrumento de financiamento, superado apenas pela compra de maquinaria. O renting também é abordado, mas os autores do documento, realizado pela Universidade Católica, dizem que amostra para este tipo de financiamento ainda é baixa, pelo que as conclusões ainda carecem de outro tipo de validação. Os veículos a motor são claramente um dos tipos de bens mais procurados por este sistema. Na amostra do estudo, que se referia a cerca de 900 pequenas e médias empresas, o volume de investimento em leasing e renting atingiu cerca de três milhões de euros. Se para o leasing o investimento alocado por estas empresas foi de dois milhões de euros, no renting foi de um milhão. O tipo de veículo mais comprado nestes sistemas é o ligeiro (87%). Os comerciais pesados representam 7% das respostas e os restantes 6% outro tipo de viaturas. Quanto ao valor médio dos veículos adquiridos ronda os 44 mil euros. Mas novamente ocorre uma distinção entre aqueles financiados em leasing e renting. Se, no primeiro caso, o valor médio financiado é de 52 mil euros já no renting é substancialmente mais baixo, em 34 mil euros.
14 FM17 JUNHO 2013
O estudo fala também nos canais de acesso ao leasing. Mais de 62% das PME inquiridas escolhem a banca ou outra instituição financeira como canal de acesso a este financiamento. Os restantes vão por sugestão de vendedores, distribuidores ou produtores de equipamento. Os autores do estudo procuraram ainda fazer uma análise mais fina, limitando às empresas que afirmaram utilizar renting, que foram apenas 24. Uma das diferenças verificadas foi que a opção de agregar serviços à aquisição assume agora uma relevância muito maior nas empresas que recorrem ao renting. A adaptabilidade, a dispensa de garantias adicionais, a gestão de tesouraria, a previsibilidade e os menores custos são os cinco motivos principais paras se utilizar renting, que já o eram também para o leasing. A grande diferença está na possibilidade de agregar serviços com a aquisição, que é invocada mais vezes como um fator para recorrer a este serviços do que no leasing. Para quem não recorre mais ao renting, a principal razão invocada foi de que não é opção para os ativos de que necessita. Trata-se de uma resposta semelhante à das empresas que não utilizam leasing, tal como o facto de conseguirem um melhor preço de compra.
Nos canais de acesso, houve também algumas diferenças expectáveis, de acordo com os autores do estudo. Os vendedores e distribuidores de equipamento tornam-se mais importantes, passando para perto de 40% das respostas, quando no leasing eram apenas de 35%.
Este resultado é conseguido em detrimento da banca e outras instituições financeiras, que passam de 63% para 57 por cento. O estudo refere mesmo o seguinte: “Era previsível que o renting, podendo estar mais associado à aquisição de viaturas, fosse mais acessível pelos vendedores do que o leasing financeiro”.
MERCADO
Empresas começam a ter interesse no GPL A lei que deixa os carros movidos a GPL estacionar em parques fechados e abaixo do nível do solo trouxe alguma esperança às marcas que comercializam modelos com esta propulsão. Ainda é difícil falar em rendas, mas o interesse já está instalado
16 FM17 JUNHO 2013
C
om uma pequena frota de cinco unidades, todos eles citadinos, a Trovisco Aires & Carmo tem dois Chevrolet Spark ao serviço desde o início de 2012. A “experiência”, que é assim que o responsável pela compra das viaturas na empresa vê este investimento, foi feita a partir de uma sugestão de um amigo sobre os benefícios do GPL. “Tem sido muito positivo”, conta. Com uma lei publicada a 31 de Janeiro deste ano, os veículos a gás passaram a poder estacionar em parques de estacionamento fechados e abaixo do nível do solo. Além disso, deixa de ser obrigatório um dístico que identifica o veículo como abastecido a gás liquefeito. Os importadores que comercializam estes carros acreditam que esta
disposição pode acelerar as vendas destas viaturas. “Desaparecem os fatores que ainda constituíam entraves para muitos dos potenciais compradores de modelos com este sistema, alargando-se naturalmente o leque de interessados”, diz Nuno Heleno, relações públicas da Chevrolet. Os defensores da propulsão a GPL dizem que as poupanças podem chegar aos 30 por cento. O despachante de Leça da Palmeira confirma. Com 80 mil quilómetros já percorridos desde há pouco mais de um ano em cada viatura, ele reconhece essa diferença, mesmo em relação a outros veículos diesel da sua frota. As marcas dizem que os custos de utilização são idênticos aos de outras propulsões. Nos Dacia – outra das marcas presentes com GPL –
A nível de planos de manutenção e de fiabilidade, não há dados que indiquem muita diferença para viaturas a gasolina – a adaptação para GPL é feita a partir destes motores os períodos e as operações de manutenção são as mesmas dos modelos a gasolina, garante Ricardo Oliveira, Relações Públicas do importador. “Tendo em conta que o custo do combustível é sensivelmente inferior e que a utilização do GPL prolonga a longevidade do motor, estão reunidas as condições para que o TCO seja favorável em comparação com os modelos a gasolina e mesmo a diesel”, diz. Nuno Heleno aponta ainda outros argumentos. “Para as empresas, uma das grandes vantagens é o facto de o GPL beneficiar do mesmo regime fiscal que o gasóleo, no que respeita aos benefícios associados à dedução do IVA (50%)”, explica. A autonomia alargada também é referida como um ponto positivo. Como estes modelos são, normalmente de dupla alimentação (gasolina e GPL), as distâncias percorridas podem ser maiores. No caso dos Chevrolet Spark que a Trovisco Aires & Carmo tem ao serviço, todos os dias fazem vários percursos Porto-Aveiro. A nível de planos de manutenção e de fiabilidade, não há dados que indiquem muita diferença para viaturas a gasolina – a adaptação para GPL é feita a partir destes motores. “O plano de manutenção é exatamente igual”, diz Ricardo Oliveira. “As únicas operações específicas dizem respeito ao controle das válvulas do GPL que se realizam apenas a cada 120.000 km”. O interlucutor da Chevrolet fala ainda da mudança de filtro de gás em intervalos de 15 mil km, com um custo aproximado de 50 euros (incluindo mão-de-obra). Até agora, o mercado do GPL em Portugal representou, na totalidade, apenas pouco
mais de 700 automóveis. Com este histórico, torna-se difícil saber o impacto que o GPL pode ter nas rendas de aluguer operacional e nos valores residuais destas viaturas. A Dacia, por exemplo, admite não ter números sobre isso. “No entanto tendo em conta que a utilização do GPL prolonga a longevidade do motor e que o TCO é potencialmente menos elevado, o impacto é, em teoria, positivo”, adianta Ricardo Oliveira. Nuno Heleno diz que poderá haver é o custo do kit de instalação. Mas também refere que não há histórico suficiente para se fazer uma análise adequada. As empresas começam a chegar às marcas que dizem que tem havido interesse da parte dos clientes empresariais. “O número de potenciais negócios em curso é ainda demasiado reduzido para podermos qualificar o cliente-tipo”, diz o RP da Renault. “De qualquer forma, se anteriormente o interesse das empresas era virtualmente nulo, neste momento já há vários pedidos mas, sobretudo, de informação”. A Chevrolet fala de um “interesse muito significativo”. “Começa de facto a haver alguma apetência no canal empresas, já que com o GPL estas conseguem obter uma redução significativa dos custos de utilização das suas frotas. Não obstante o ligeiro aumento do consumo da viatura, o facto de o GPL ser incomparavelmente mais baixo que o gasóleo compensa largamente”, diz Nuno Heleno. Para Fernando Carmo há poucas dúvidas. Não só pensa trocar a restante frota por mais modelos GPL, como o poderá vir a fazer com modelos de gama superior.
Até agora, o mercado do GPL em Portugal representou, na totalidade, apenas pouco mais de 700 automóveis. Com este histórico, torna-se difícil saber o impacto que o GPL pode ter nas rendas de aluguer operacional e nos valores residuais destas viaturas
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2013 JUNHO FM17 17
FROTISTAS
McDonald’s com frota de conforto para colaboradores Com cerca de 90 carros em frota, todos eles ligeiros e em renting, a McDonald’s faz as compras unidade a unidade e todos os anos avalia os custos de cada uma. Os recondicionamentos são a principal preocupação de Sara Bolas e Maria João Mendes
18 FM17 JUNHO 2013
E
mbora com 90 carros e uma renovação de cerca de 25 a 30 unidades por ano, a McDonald’s Portugal pede as propostas uma a uma. As gestoras têm 48 horas para responder a critérios que são exatamente iguais para todas as consultadas, onde se inclui já o modelo pretendido. Depois de chegarem as propostas, Maria João Mendes e Sara Bolas, responsáveis pela frota da empresa de restauração, analisam e decidem. Há alguns critérios a ter em conta, mas um aspeto fundamental é a renda. “Já tivemos quilometragens fixas, mas depois apercebemo-nos de que financeiramente essa não era a situação mais vantajosa”, explica Maria João Mendes. “Temos pessoas com as mesmas funções a fazer quilometragens muito
diferentes. Chegávamos ao fim do contrato e tornava-se tudo muito imprevisível ”. A McDonald’s tem um orçamento anual para a sua frota que não pode sofrer oscilações. “Não podemos correr o risco de não saber o que vai acontecer nesse ano”, diz a responsável. Os 90 carros que fazem parte da frota da McDonald’s encontram-se espalhados por todo o país. Maria João Mendes e Sara Bolas gerem os carros da sede e dos restaurantes de companhia. As viaturas são de várias categorias, mas a empresa tem uma política de modelos fixos para cada uma delas. Todos os carros são a gasóleo. Os critérios para definir cada grupo estão ajustados de acordo com uma cilindrada máxima. As marcas escolhidas obedecem a um critério de análise entre a empresa e as gestoras de frota.
As marcas escolhidas obedecem a um critério de análise entre a empresa e as gestoras de frota. A tabela de viaturas é revista ao final de cada ano. O departamento avalia o valor de cada carro, através de uma consulta onde volta a pedir valores de rendas para todos. As viaturas elegíveis têm que corresponder a essa renda média pré-definida A tabela de viaturas é revista ao final de cada ano. O departamento avalia o valor de cada carro, através de uma consulta onde volta a pedir valores de rendas para todos. As viaturas elegíveis têm que corresponder a essa renda média pré-definida. Desde 2000 que a frota passou para um regime de aluguer operacional. Quanto a condições negociadas: viatura de substituição, sistema de manutenção, seguro… “As condicionantes do contrato são iguais para todas as Gestoras de Frota”, diz Sara Bolas. A McDonald’s consulta ainda todas as marcas com uma previsão das aquisições que vai fazer nesse ano e negoceia diretamente os preços das viaturas. Depois, tem também alguns acordados internacionalmente, como com a Mercedes-Benz e a BMW. No entanto,
a divisão nacional da empresa não tem que reportar diretamente com a sede europeia. Redução de custos Em 2011, a empresa prolongou contratos e aumentou o número de quilómetros contratados. O motivo para o fazer tem a ver com otimização de custos. E as medidas não ficaram por aqui. Incluíram ainda a revisão do número de pneus contratados e o tipo de viatura de substituição. Neste momento, a McDonald’s trabalha com três gestoras. Os níveis de segurança são importantes na escolha de viaturas. Outro aspeto que aparece na tabela de viaturas da empresa é a classificação EuroNCap. Outro ainda é o conforto. “A nossa preocupação principal é que não haja um grande desgaste
McDonald’s Portugal Maria João Mendes
Telefone: 214405300 Email: maria.mendes@pt.mcd.com Internet: www.mcdonalds.pt
2013 JUNHO FM17 19
FROTISTAS
Os níveis de segurança são importantes na escolha de viaturas. Outro aspeto que aparece na tabela de viaturas da empresa é a classificação EuroNCap. Outro ainda é o conforto. “A nossa preocupação principal é que não haja um grande desgaste físico dos condutores”, diz Maria João Mendes físico dos condutores”, diz Maria João Mendes. O AOV é o modelo de financiamento preferido pela McDonald’s. “Evita-nos flutuações financeiras e recursos administrativos”, explica a responsável. Uma das questões mais preocupantes para estas responsáveis são os recondicionamentos. “Nos últimos cinco anos, mudaram drasticamente”, diz Maria João Mendes. “Se, anteriormente, eram muito permissivos, de há cinco anos para cá temos que entregar os carros praticamente como se fossem novos”, diz. É a própria McDonald’s que faz esse serviço, através de um prestador de serviço. As responsáveis dizem que o valor conseguido é 30% menor do que o cobrado pelas gestoras. E admiram-se de não haver mais operadoras a trabalhar esta área. “O que procuramos é um parceiro que nos garanta que o carro é entregue sem mais nenhum custo adicional. E que, quando isso aconteça, que se responsabilize por isso”.
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20 FM17 JUNHO 2013
Financeiras das marcas
Tipologia
“Já analisámos essa solução, mas como não trabalhamos em exclusivo com uma marca, acaba por ser secundário”
Frota
90 carros
Tipo Pneus “Chegámos à conclusão que entregávamos muitos carros sem substituir os pneus que estavam contratados e sobre os quais não havia reembolso. Isso era claro para nós. Não sabíamos ainda qual o valor de substituição, mas fizemos um estudo e achámos que os 60 mil quilómetros para substituição dos pneus seria um valor razoável”
Ligeiros de passageiros
Financiamento AOV (100%)
Propulsão Diesel
Responsabilização do condutor (em desenvolvimento)
As sessões assentam sobre uma forte componente prática, realizada em “circuito” interno, simulador e estrada. Pretende-se que o condutor tire partido dos sistemas de segurança activos e passivos
Brisa arranca com segundo nível de formação A Brisa continua a fazer contatos com empresas externas para promover a sua academia de condução. A mudança comportamental dos condutores é dos objetivos, bem como a sensibilização para a melhoria dos hábitos de condução
A
Academia Brisa de Condução, arrancou no passado dia 26 de Março com o Nível II de formação, sob o tema “Sistema homem/máquina, condução
defensiva”. As sessões assentam sobre uma forte componente prática, realizada em “circuito” interno, simulador e estrada. Pretende-se que o condutor tire partido dos sistemas de segurança activos e passivos, percebendo toda a sua dinâmica, adquirindo técnicas de condução defensiva. No final, os formandos recebem uma informação resultante das Assessorias Individuais de Condução, que servirá como ferramenta para melhorarem o seu desempenho na tarefa de condução. Um dos principais pilares deste projecto é a mudança comportamental dos condutores e a sua sensibilização no sentido da melhoria contínua dos hábitos de condução.
Foram já realizadas as três primeiras sessões, abrangendo 48 colaboradores, na Marinha das Ondas (A17 - Figueira da Foz), onde a Brisa conta com um espaço criado para exercícios de condução em circuito fechado. A Brisa está a desenvolver contactos para promover quer o Nível 1 - Eco condução – Segurança - Sustentabilidade ambiental quer o Nível 2 - Veículo – Sistema homem/máquina, condução defensiva, a empresas externas ao grupo. O objetivo é contribuir para o aumento da segurança rodoviária e consequentemente dos colaboradores, levando a cabo uma acção de responsabilidade social. “Em simultâneo”, refere fonte da empresa “representa uma oportunidade real de reduzir consumos e poupar na factura energética, assim como contribuir para a redução dos números da sinistralidade rodoviária”.
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2013 JUNHO FM17 21
FROTISTAS
Ascendi com vários modelos de financiamento Na frota da concessionária de auto-estradas, a preocupação está no preço, mas a qualidade também não é descurada. O custo total de utilização e, neste, o do combustível, são itens sempre em cima da mesa
22 FM17 JUNHO 2013
D
esde aquisição, aluguer operacional, leasing financeiro, aluguer de média duração a rent-a-car, a Ascendi utiliza quase todos os modelos de aquisição de viaturas disponíveis no mercado. Os critérios para definir em que situação se aplica cada uma deles são claros. “A determinação do modelo a aplicar depende da tipologia da viatura, da funcionalidade a que se destina e do tempo de utilização expectável, podendo variar consoante o custo benefício das diferentes soluções”, explica Célio Pereira, responsável da frota desta concessionária de auto-estradas. Os modelos de aquisição são para manter no futuro. O gestor explica que é a relação qualidade preço o que mais interessa à empresa quando escolhe as viaturas. “Procuramos sempre a melhor relação qualidade-preço, privilegiando também a fiabilidade e os aspectos relacionados com a segurança”, explica, falando da frota operacional. “É essencial que a marca possua uma boa rede de oficinas com
tempos de intervenção reduzidos uma vez que a nossa frota operacional se encontra bastante dispersa a nível geográfico e é para nós fundamental que as viaturas estejam imobilizadas o menor tempo possível. Nestas viaturas operacionais, a maioria da frota concentra-se numa única marca. No entanto, não é só o custo directo das viaturas que preocupa estes profissionais. “A missão da Gestão de Frota passa por assegurar a aquisição/contratação de marcas e modelos que para além do custo directo tenham também o “Total Cost of Ownership” mais baixo com especial enfoque para o consumo de combustível”, explica Célio Pereira. A frota da Ascendi tem viaturas de vários tipos. Das 134 que fazem o total, 80 são ligeiros de mercadorias, a parcela maior. Os ligeiros de passageiros são 44 e os pesados de mercadorias 10. Cerca de 79% das viaturas estão afetas diretamente aos serviços de Operação e Manutenção Rodoviária e de Cobrança de Portagens nas Auto-Estradas da rede Ascendi. As restantes são viaturas afetas às áreas de suporte.
Tipologia
Frota
134 carros
Tipo
Ligeiros de passageiros, mercadorias e pesados
Financiamento
Aquisição, AOV, leasing financeiro, aluguer de média duração a rent-a-car
Propulsão Diesel
Para a Ascendi, é essencial que a marca dos automóveis adquiridos possua uma boa rede de oficinas Em 2010, o parque de viaturas aumentou significativamente com o aumento do número de kms em exploração e com a implementação do serviço de fiscalização nas Auto-Estradas com cobrança de portagens. “De 2010 até hoje, o número de viaturas têm-se mantido estável e assim prevemos que se mantenha nos próximos tempos”, diz o gestor de frota. A dimensão da frota operacional da Ascendi está diretamente relacionado com o número de equipas a trabalhar no terreno e com especificidades do negócio, como o serviço 24 horas, sete dias por semana. Nas áreas de suporte, a opção passa por manter um conjunto de viaturas partilhadas entre as várias
áreas, de forma a otimizar o dimensionamento global. A Ascendi utiliza ainda rent-a-car para suprir necessidades pontuais. Célio Pereira é responsável pelo Serviço de Compras, o qual assegura grande parte da aquisição de bens e contratação de serviços bem como a gestão de stocks dos vários armazéns da Ascendi. Na gestão diária da frota, este serviço conta com o apoio de um outro colega, Pedro Barros, do Serviço Administrativo. Ambos os serviços estão integrados na Direcção Administrativa e Financeira da Organização. Para este ano, a Ascendi tem prevista uma iniciativa que passa pela renegociação dos serviços de manutenção e pneus para as viaturas adquiridas. “Em função dos resultados poderemos equacionar expandir essas condições a toda a frota”, acrescenta o responsável. Dos serviços contratados, há uma questão que gostaria de ver melhorada. O gestor gostava que as locadoras disponibilizassem uma ferramenta de acompanhamento de frota on-line, “que permitisse uma utilização rápida, simples e atualizada”.
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Ascendi Célio Pereira
Telefone: 229994837 Email: n/d Internet: www.ascendi.pt
“Eco-condução merece uma atenção especial” Já fizeram acções de eco-condução com os vossos colaboradores? Com que resultados? Dado o peso dos combustíveis na estrutura de custos operacionais, é crucial que exista uma atenção especial para esta rubrica. A Ascendi, através dos respectivos gestores de equipa, tem levado a cabo acções internas de sensibilização para este tema ao nível das viaturas operacionais. Está a ser analisada a possibilidade de efectuar formação específica dos condutores nesta matéria através de entidades externas especialistas. É para nós muito importante que a própria viatura seja o mais eficiente possível no que diz respeito ao consumo de combustível, sobretudo quando estamos a falar de viaturas transformadas em que os equipamentos instalados e o seu peso têm um papel essencial. A este nível p.e. no caso das viaturas de Assistência e Vigilância que percorrem cerca de 200.000 kms/ano temos vindo a efectuar alterações de tipologia, motorização e equipamentos que nos permitem uma redução de custos com combustíveis na ordem dos 20%. Existem algumas políticas a nível ambiental e de monitorização de condutores? Quais? As práticas e políticas ambientais ao nível da frota da Ascendi estão actualmente em fase de sistematização para a inclusão, a breve prazo, nas actividades correntes de monitorização ambiental da Organização.
2013 JUNHO FM17 23
ANÁLISE TCO
Volkswagen Golf custa 21,89 euros/100km O Volkswagen Golf bateu, mais uma vez, os seus concorrentes da análise de custos totais de utilização que a Fleet Magazine apresenta todas as edições. A prestação foi boa em todos os sectores, mas o valor residual foi decisivo
24 FM17 JUNHO 2013
O
Volkswagen Golf é o carro com menores custos de utilização do lote analisado para esta edição pela 4Fleet, empresa especializada em analisar estes dados para o sector automóvel nacional. O custo total de utilização do Volkswagen Golf é de 26.267 euros, para 48 meses e 120 mil quilómetros. Muito perto dele ficaram o Mercedes-Benz Classe A (mais 53 euros) e o BMW Série 1 (mais 314 euros). O mais caro é o Lancia Delta, com um custo total de utilização de 29.283 euros. Quanto ao custo por cada 100 quilómetros, o Golf tem 21,89 euros, seguido do Classe A com 21,93 euros e o Série 1 com 22,15 euros. Logo depois vem o Audi A3 com 22,35 euros para cada 100 quilómetros, o Alfa Romeo Giulietta com 23,01, o Volvo V40 com 24,33 e o Lancia Delta com 24,4 euros.
Os grandes factores para este resultado do Volkswagen Golf prendem-se com o seu valor residual mas o preço também é decisivo. Por outro lado, importa referir que o Golf esteve sempre abaixo da média de todos os custos analisados pela 4Fleet, exceto para a manutenção. A presente análise refere-se à comparação de custos totais de utilização entre Alfa Romeo Giulietta, Audi A3, BMW Série 1, Lancia Delta, Mercedes-Benz Classe A, Volkswagen Golf e Volvo V40 nas versões a diesel. O TCO foi calculado para o prazo de 48 meses com uma quilometragem anual de 30.000 km (o que se traduz num total de 120.000 kms no final de quatro anos) e inclui a substituição de 10 pneus. Como que a fazer prova de que nem sempre o modelo com o preço mais baixo é aquele que efectivamente fica mais barato, o Volkswagen Golf tem o Lancia Delta e o Alfa Romeo Giulietta com valores de aquisição mais baixos.
TOTAL COST OWNERSHIP Detalhe dos Custos Directos Descrição Alfa Romeo Giulietta 1.6 JTDm-2 105 Distinctive 5p Audi A3 Sportback 1.6 TDI 105 Attraction 5p BMW Série 1 F20 116d 116 Efficient Dynamics 5p Lancia Delta 1.6 Multijet 105 Gold 5p Mercedes-Benz Classe A 180 CDI BE 109 5p Volkswagen Golf VII 1.6 TDI 105 Confortline 5p Volvo V40 1.6 D2 Eco 115 Momentum 5p MY13 Média
48 meses / 120.000 Kms
PVP *
% VR
Depreciação
Manutenção
Pneus
Combustível
IUC
TCO
TCO/100 kms
26 600
44%
14 896
2 727
1 780
7 693
514
27 610
23,01
28 333
48%
14 733
3 154
1 780
6 644
514
26 825
22,35
27 944
44%
15 649
2 039
1 735
6 644
514
26 581
22,15
26 000
41%
15 340
2 832
2 554
8 043
514
29 283
24,40
27 895
47%
14 784
3 198
1 180
6 644
514
26 320
21,93
27 163
48%
14 125
3 205
1 780
6 644
514
26 267
21,89
29 930
42%
17 359
3 296
1 735
6 294
514
29 199
24,33
27 695
45%
15 270
2 922
1 792
6 944
514
27 441
22,87
* Valores em euros / Fonte: 4Fleet
Enquanto o Lancia fica por 26.000 euros, o Alfa custa 26.600 e o Golf 27.163 euros. Já no valor residual, é o Golf que, juntamente com o Audi A3, apresenta uma desvalorização menos elevada. Ao fim dos quatro anos e 120 mil quilómetros que esta análise preconiza, mantém ainda 48% do seu valor inicial. A média entre os sete veículos em questão é de 45 por cento. Os que perdem mais valor são o Lancia Delta (41% do inicial) e o Volvo V40 (42%). Em conjunto com o preço, o valor residual tem um impacto direto na depreciação, que
representa o valor absoluto que o carro perde ao fim deste período de utilização. O Volkswagen Golf mantém a melhor prestação, perdendo apenas 14.125 euros do seu preço de venda ao público. A média é de 15.270 euros e o valor mais alto de depreciação é claramente do Volvo V40, com 17.359 euros perdidos ao fim do período contabilizado. A manutenção é o único item onde o Volkswagen Golf se situa acima da média. De facto, apresenta o segundo valor mais alto de manutenção preconizada (3.205 euros), superado apenas pelo Volvo V40 (3.296
euros). Quem consegue o valor mais baixo de manutenção é a BMW, para o Série 1, com 2.039 euros previstos de oficina. Nos consumos, que para esta análise são considerados os mistos declarados pelas marcas, o valor mais baixo é do Volvo V40. Este gastará 6.294 euros para percorrer os 120 mil quilómetros considerados desta comparação, sendo que o Golf, o A3 e o Classe B precisam de 6.644 euros de gasóleo para a mesma distância. O carro que apresenta o consumo maior é o Lancia Delta, a precisar de 8.043 euros.
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SERVIÇOS
Rino com outros olhos para empresas Os “Rinos”, como são chamadas as oficinas da rede Rino, vão ter mais serviços para este ano. A aposta em clientes empresariais está garantida, seja nas novas valências de reparação, nos seguros ou até mesmo na venda de usados
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O
s planos da rede Rino para este ano passam por encontrar mais clientes empresariais, como forma de diversificar a sua atuação. Estes novos clientes serão não só de âmbito nacional como também locais. Estas novidades foram dadas na segunda convecção da rede, que decorreu em Óbidos, e onde se tratou de apresentar a estratégia para este ano aos associados. A rede tem tido, desde sempre, interesse neste tipo de cliente. A ASAE e o Montepio são duas frotas emblemáticas onde a rede está a fazer a reparação das viaturas. Apesar do seu interesse ser junto de frotistas que queiram externalizar a manutenção e reparação das suas viaturas, a Rino vai também continuar o esforço que tem feito junto de seguradoras e gestoras de frota. Aqui o que pretende são novos contratos que tenham abrangência nacional.
Para isso, vai contar com a introdução de duas novas especializações: serviços rápidos e climatização. Nos serviços rápidos, a rede conseguiu uma parceria com um fornecedor com provas dadas, o SSR. Quanto à climatização, a recente parceria com um dos maiores fornecedor de material desta família, a RPL Clima, veio dar uma nova velocidade a este desígnio. Outra novidade que os clientes da rede podem esperar é um crédito de reparação. Neste modelo, que também é dirigido para pequenas empresas e profissionais liberais, existe uma entrada de 20%, com uma taxa de juro de 10,3%. Os prazos estão entre os 6 e 36 meses e os capitais financiados vão desde os 150 aos 7500 euros. De acordo com o valor de reparação, os prazos também se modificam. Em reparações inferiores a 500 euros, o prazo é de seis meses, por exemplo. O patamar seguinte, até 1500 euros, tem um prazo de 12 meses.
Alexandre Barbosa, director-geral Rede Rino Qual a importância destes novos serviços para os clientes empresariais? Na garantia, torna-se importante porque os clientes podem acionar noutro ponto em que não foi contratualizada. Em termos dos descontos conseguidos nas parcerias, que se refletem nos outros serviços, o objectivo é dar condições aos aderentes para que possam lutar com os grandes operadores do sector. Nos pneus, por exemplo, temos condições para lutar de igual para igual.
Apesar do seu interesse ser junto de frotistas que queiram externalizar a manutenção e reparação das suas viaturas, a Rino vai também continuar o esforço que tem feito junto de seguradoras e gestoras de frota
Qual o tipo de cliente empresarial que mais pode beneficiar dos serviços Rino? Temos condições diferenciadas para os três tipos de clientes que temos: o particular, o profissional de âmbito local e o de âmbito nacional. A nossa estratégia de angariação de clientes passa também por fazer o levantamento daqueles que têm frota e aplicar o nosso modelo nacional ao mercado de âmbito regional. Acho que esta é uma das nossas grandes mais-valias em relação às redes concorrentes.
A ASAE e o Montepio são duas frotas emblemáticas onde a rede está a fazer a reparação das viaturas
Quanto é que já pesam os clientes empresariais na rede? Nos grandes centros urbanos em que operamos (Lisboa, Coimbra e Porto), representam já cerca de 50% e com uma capacidade de ocupação considerável. É por isso que, nas outras localidades onde estamos, complementamos com a captação de clientes locais. Nestes, apostamos muito em situações como as manutenções preventivas, reparações fora do horário normal de trabalho e serviços que podem nascer daí, como colisão ou vidros.
Rede Rino Alexandre Barbosa
Telefone: 225323782 Email: marketing@rino.pt Internet: www.rino.pt
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SERVIÇOS
A Rino vai também passar a vender viaturas usadas. Mais de 300 viaturas em stock e 19 marcas disponíveis é os que os clientes podem esperar. As oficinas terão acesso a uma plataforma, que é a mesma que toda a MCoutinho, grupo que detém a rede, utiliza para a gestão dos seus usados. Estes vendedores terão não só acesso às viaturas disponíveis de acordo com os critérios pedidos, como ao próprio sistema de composição de valor em usado. As oficinas vão ter também acesso às viaturas para profissionais e um gestor que pode ajudar no transporte da viatura para finalizar a venda. A rede terá também uma garantia para os seus clientes. Esta será feita numa parceria com a Gras Savoye NAS e destina-se para situações futuras, ou seja, aquelas que podem ocorrer depois da reparação. Mas os clientes onde tenha terminado a garantia de compra de novo também recolhem aqui uma possibilidade de ter
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A rede terá também uma garantia para os seus clientes. Esta será feita numa parceria com a Gras Savoye NAS e destina-se para situações futuras, ou seja, aquelas que podem ocorrer depois da reparação
um seguro de reparação. Os preços anuais para carros com idade até 4 anos e menos de 90 mil km, são de 249 euros ou até sete anos, quilometragem menor que 180 mil km, de 299 euros. Para veículos de tracção integral, o preço dobra e para comerciais aumenta 1,5 vezes. Nada disto seria possível se não houvesse um aumento de rede. A Rino espera ter, no final do ano, 75 oficinas na rede. Neste momento, são 49, sendo que apenas 19 têm imagem de marca. A qualidade de serviço é o principal argumento da rede, sendo que na convenção quase todos os assuntos mostravam como melhorar a rentabilidade das suas oficinas. Nos pneus, por exemplo, a rede vai ter uma política muito agressiva. Esperam-se descontos superiores a 50% nestes componentes. Quanto à qualidade, basta dizer que o consumo de peças originais nas reparações das oficinas da rede é superior a 50%.
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A comercialização e distribuição das marcas representadas é feita através de dois armazéns em Portugal, com entregas bidiárias em Lisboa e Porto e 24 horas para o restante território
Garland representa pneus Nokian
A Garland passou a representar os pneus Nokian, depois de ter já anunciado a comercialização da Continental. Uniroyal, Kenda, Runway, Primewell e Cultor são as outras marcas
Garland Pneus Jorge Sousa
Telefone: 229478387 Email: jorge.sousa@garland.pt Internet: www.garland.pt
A
Garland, através da Garland Pneus, vai comercializar os pneus da Nokian. A marca de origem finlandesa, cujo nome está inscrito no livro do Guiness graças ao desempenho de um dos seus produtos, chega a Portugal com uma oferta de pneus para viaturas ligeiras, comercias, 4x4 e SUV. A Garland torna-se, desta forma, importador da Nokian para o país e é o único canal de distribuição actual para esta marca. A venda vai privilegiar os profissionais do ramo – instaladores de pneus – mas é possível que venham a existir acordos com gestoras de frota ou outros agentes de mercado de grande volume. O ambiente e a segurança são duas das grandes preocupações da Nokian Tyres na conceção dos seus produtos. Antecipando a implementação de diretrizes nesse sentido, a marca foi pioneira no uso de químicos seguros e desenvolve os seus pneus de forma a garantirem a maior rentabilidade possível, garantindo uma duração mais longa e um menor impacto ambiental, através da redução
de produção de ruído e de consumo de combustíveis. Recorde-se que, desde o início do ano, a Garland Pneus tem estado a apostar fortemente no reforço da sua oferta, de modo a ir cada vez mais ao encontro das crescentes exigências do mercado, com as melhores marcas, reconhecidas pela sua elevada qualidade, segurança e inovação. Em 2013 a Garland deu início à comercialização da gama Continental nas áreas de ligeiros, 4x4, comerciais, pesados e industriais, e reforçou a oferta da marca Primewell, com a introdução do novo PSR 120 para camião. A comercialização e distribuição de todas estas marcas são feitas através de dois armazéns em Portugal, com entregas bidiárias em Lisboa e Porto, e 24 horas para os restantes locais em território nacional. Suportada por uma plataforma B2B, uma equipa de atendimento telefónico permanente, a equipa de vendas cobre todo o território nacional e dispõe de elevados stocks de pneus das marcas Uniroyal, Kenda, Runway, Primewell, Continental e Cultor, nos segmentos de ligeiros, comerciais, suv, 4x4, pesados e agrícolas.
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SERVIÇOS
“Gestão de frota crescerá mais que o renting” Jorge Costa Silva, director de operações da Finlog
A Finlog chega ao fim de 20 anos de atividade com 8.500 viaturas em gestão. O balanço é positivo, mas a aposta de futuro está em serviços sem financiamento, conforme conta o diretor de operações nesta entrevista
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om algumas reservas no produto renting, quer seja dentro da própria Finlog ou mesmo no mercado em geral, Jorge Costa Silva vem dizer que ainda há margem de progressão noutros produtos que não incluam o financiamento. O diretor de operações da gestora que começou por gerir a frota do universo Sonae diz ainda que se assiste a um aumento expressivo do tempo de permanência dos veículos em utilização. Esta pressão no renting, por causa dos prazos máximos de contratação, leva a que apareçam clientes que pretendem manter parte da sua frota por um período de seis ou mesmo sete anos. O critério passa a ser quilómetros e não tempo. É aí que a Finlog espera crescer.
A Finlog comemora 20 anos em 2013. Que balanço faz até agora? Necessariamente teremos de fazer um balanço positivo. Apesar de termos nascido em 1993, tivemos durante sete anos no universo de empresas do grupo Sonae, com a incumbência de gerir a frota do grupo, pelo que a exposição ao exterior era muito reduzida. Em 1997, conscientes que já tínhamos o know-how necessário, iniciamos a atividade no mercado generalista e incrementamos de forma significativa o nosso leque de clientes. Em 2000, com a entrada do Grupo Salvador Caetano na estrutura acionista, a Finlog alicerçou uma posição de referência no mercado nacional da gestão de frotas. Não considerando os internacionais, quase na sua totalidade ligados à banca, somos a
mentalidade, que se reflete também na gestão do seu parque automóvel. Tendencialmente, estamos a assistir a um aumento expressivo do tempo de permanência dos veículos em utilização, o que coloca alguma pressão no produto renting, que, como sabemos, tem prazos máximos de contratação. Começa a ser habitual encontrar clientes que pretendem manter parte da sua frota por um período de seis ou mesmo sete anos, colocando o ónus nos quilómetros e não no tempo. Isto leva a que alguns clientes tradicionais do renting equacionem dissociar a componente financeira da gestão operacional, optando por métodos alternativos de financiamento e contratando autonomamente a gestão da frota. Acredito que nos próximos anos, a Gestão de Frotas, mais do que o Renting, será um mercado de elevado crescimento.
maior gestora de frota nacional com cerca de 8.500 veículos em gestão, dos quais cerca de 6.200 são em renting, a segunda maior frota de uma renting nacional. Por outro lado, será de realçar a enorme confiança que inúmeros organismos públicos depositam em nós, que nos posiciona como um dos maiores fornecedores estatais nos diversos produtos que comercializamos. Assim, o balanço é claramente positivo, apesar da nossa ambição nos obrigar a fazer sempre mais e melhor. O mercado de gestão de frota em 2013 é substancialmente diferente do que era quando a Finlog começou. Como é que caracterizaria o mercado neste momento? Estamos num momento conturbado da economia portuguesa, devido à crise financeira internacional e aos ajustamentos dos desequilíbrios internos, pelo que grande parte do tecido empresarial está a mudar de
Acha que o renting ainda é um modelo de financiamento com a mesma força que teve há poucos anos atrás? A queda da contratação em renting no ano de 2012 face a 2011, foi de 41,8% em número de veículos e de 43,1% em valor, superior à queda de 40,9% do mercado automóvel, uma diferença tão reduzida que não permite confirmar uma tendência, apesar de ocorrer num período com fortes restrições de acesso a métodos alternativos de financiamento. Dependendo da evolução da economia, penso que quota de mercado do renting tenderá a estabilizar, crescendo em função de novos clientes que, devido a diversos fatores, inclusive os entraves no acesso ao mercado financeiro, tenderão a apostar no renting, mas perdendo alguns clientes que pretendem dissociar a parte financeira da parte operacional na gestão da sua frota. Quais são as expectativas da Finlog para os próximos anos? As nossas expectativas são muito boas, porque sempre tivemos uma atitude proactiva, apostando de forma crescente em produtos alternativos, que acrescentam valor aos nossos clientes. Com o produto GFT (Gestão de Frotas Transparente) em que o cliente nos contrata para gerir a sua frota de forma totalmente transparente, em que o único encargo adicional que tem é um reduzido fee mensal, tendo como garantia uma gestão profissional da frota, com um custo dos serviços
“Estamos num momento conturbado da economia portuguesa, devido à crise financeira internacional e aos ajustamentos dos desequilíbrios internos, pelo que grande parte do tecido empresarial está a mudar de mentalidade, que se reflete também na gestão do seu parque automóvel” exatamente igual ao que nós suportamos, ou através do produto M&S (Manutenção & Serviços), em que através de um valor fixo mensal, fornecemos exatamente os mesmos serviços que o renting - sem a componente financeira - com prazos que podem ir até aos 84 meses, temos a garantia de ter uma solução integrada para todos os clientes, quer optem pelo renting ou por outras fontes de financiamento. Acreditamos que iremos crescer de forma moderada no renting, mas temos uma enorme margem de progressão nos outros produtos. O volume de solicitações dos últimos meses para contratos de GFT e principalmente de M&S, deixa-nos perfeitamente tranquilos de que estamos no caminho certo.
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Finlog Jorge Costa Silva
Telefone: 220102202 Email: jcsilva@finlog.pt Internet: www.finlog.pt
2013 JUNHO FM17 31
SERVIÇOS
Garmin com novas aplicações para gestão de frota O GTU10 API e o FMI são as novidades do conhecido fabricante de GPS para o mercado profissional. O primeiro tem funcionalidades mais simples, mas o segundo já é uma ferramenta potente de gestão do parque de viaturas
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Garmin vai lançar em Setembro o GTU10 API, uma evolução do conhecido GPS da marca, que agora traz mais funcionalidades para o utilizador. Entre eles, está um software mais intuitivo para o operador e a possibilidade de ter mais informação sobre o veículo. Mas o fabricante de soluções de navegação por satélite vai ainda lançar o Garmin FMI (Fleet Management Interface). Se o primeiro é definido pela própria empresa como um localizador móvel para gerir os recursos humanos, já o segundo localiza os veículos da frota e permite a comunicação entre eles por SMS, além de outras funcionalidades. “O GTU 10 não se virava muito para a empresa, era mais para o particular”, diz Miguel Teixeira, gestor de vendas da marca para o sector automóvel. Uma das potencialidades que lhe faltava era a gravação do histórico dos dados. Para isso, o cliente tinha que fazer uma subscrição paga
para mais sete dias. Com esta nova geração, a API, o cliente já tem esta informação disponível. “Este dispositivo pode ser utilizado para gestão de frotas, mas as mais pequenas e de utilização simples”, diz o gestor. O novo localizador instala-se no veículo que se pretende localizar e funciona mediante uma interface de programação de aplicações (API) telemáticas para rastrear os veículos da frota. Extremamente intuitivo, instala-se no veículo, regista-se e ativa-se uma conta por cada dispositivo que se pretenda utilizar. A partir daqui, a comunicação faz-se de forma telemática a partir de um computador portátil ou um telemóvel para visualizar o percurso e a localização do veículo, nomeadamente através de um mapa. Com o GTU 10-API torna-se possível limitar zonas de circulação: a central recebe um alerta via sms ou email sempre que determinado veículo “foge” dessa área permitida. Do mesmo modo, através de um computador
A experiência em veículos pesados e de transporte de mercadorias já é considerável, mas o gestor de negócio da marca diz que, nos ligeiros, ainda está a dar os primeiros passos portátil ou de outro dispositivo móvel é possível consultar o historial dos percursos e ter acesso à informação de vários GTU 10API, e configurar cada dispositivo segundo as regiões específicas. Outra vantagem que esta nova solução oferece consiste em alertar para as entradas e saídas das áreas atribuídas a determinado veículo; verificar se o dispositivo está desligado; e ainda recuperar todas as informações do GTU, assim como os dados de configuração e facilitar o histórico do rastreamento. O Garmin FMI é um produto mais profissionalizado. Fazendo o contacto com um centro de dados – uma “caixa negra” – e recolhe e trata outro tipo de informação. Quando um equipamento da marca de média e alta gama é emparelhado com o cabo fornecido, o software existente desaparece e dá lugar ao programa de gestão de frotas. O centro de dados onde liga o FMI não é um produto fornecido pela Garmin, mas antes comercializado por empresas que fornecem esse serviço de ligação entre as várias componentes do sistema. Em Portugal, a Garmin trabalha com a Frotcom. Na Europa, oito parceiros disponibilizam essa “caixa negra”. A experiência em veículos pesados e de transporte de mercadorias já é considerável, mas Miguel Teixeira diz que nos ligeiros, ainda está a dar os primeiros passos. Para os profissionais que queiram fazer eles próprios a integração deste sistema, a Garmin tem um site com toda a informação que é necessária.
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“GPS é diferente de um telefone” Como é que está o mercado de navegação automóvel? Tem estado em queda, mas o tempo acabará por nos dar razão. Hoje há muitos smartphones que têm já GPS, mas as pessoas vão concluir que um GPS é diferente de um telefone. Tem pontos de interesse, marcação de rotas, atualizações gratuitas, não se gastam dados, entre outros. E em relação aos GPS que vêm cada vez mais integrados nos automóveis? Ainda não fazem muita diferença, porque têm dois problemas. Primeiro, são caros e depois tem as atualizações que só podem ser feitas na reparação oficial. Há planos para incorporar GPS nas marcas de automóveis, à semelhança do que fizeram outras marcas? A Garmin já tem GPS em algumas marcas, como a BMW, mas não como assinatura própria. Há também parcerias com a Honda, a Citroen e a Dacia onde existe um suporte próprio para fixação destes equipamentos amovíveis. Em que é que a Garmin se distingue? No design de equipamentos e nas aplicações. No entanto, e devido a circunstâncias próprias do país, há funcionalidades que não conseguimos ter por cá. Não conseguimos ter acesso, por exemplo, às câmaras de trânsito.
Garmin Miguel Teixeira
Telefone: 214447460 Email: miguel.teixeira@garmin.com Internet: www.garmin.pt
2013 JUNHO FM17 33
SERVIÇOS
BCA arranca com unidade independente de remarketing Percebendo a procura de parceiros globais para remarketing, a BCA avança para um serviço que pode ser adaptado à medida de cada cliente e algumas ferramentas, das quais faz parte o Fleet Control Monitor
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BCA tem, desde o início do ano, uma unidade exclusivamente dedicada ao remarketing de viaturas em fim de contrato. A BCA Remarketing Services desenvolve soluções para todas as tarefas que compõem as operações de remarketing das empresas. O cliente pode contar com um Contact Center, equipas de apoio administrativo, transportes em camião ou por condutor, inspeções e levantamento de danos. E é oferecida ainda uma ferramenta que permite a visibilidade e gestão de toda a operação de remarketing – o Fleet Control Monitor. A leiloeira já se apresenta como empresa de remarketing global desde 2005 e, lá fora, já
prestava esse serviço global há alguns anos. “No entanto”, explica Mário Claro, responsável de produto, “até aqui eramos apenas conhecidos por ser líderes em leilões de automóveis, quer físicos quer eletrónicos, apesar de já prestarmos serviços globais a alguns clientes”. A empresa tem vindo a assistir a uma tendência cada vez maior de procura de parceiros globais de remarketing. Com a entrega deste processo, as empresas podem focar-se na sua atividade central ao mesmo tempo que maximizam o resultado da venda das suas frotas em fim de utilização. “Com as variações nas vendas que todas as empresas estão a ter, o momento era oportuno para apresentar soluções que lhes tornassem as
Bancos e financeiras, gestoras de frota, as próprias marcas ou importadores, e também rent-a-car serão as empresas que melhor podem beneficiar deste serviço. Mas a BCA lembra que também tem serviços úteis a concessões, empresas com frotas e outras organizações operações mais flexíveis e eficazes e, assim, estar mais uma vez ao lado dos nossos clientes com soluções adequadas às suas necessidades”, diz o responsável por este serviço. Bancos e financeiras, gestoras de frota, as próprias marcas ou importadores, e também rent-a-car serão as empresas que melhor podem beneficiar deste serviço. Mas a BCA lembra que também tem serviços úteis a concessões, empresas com frotas e outras organizações. O serviço pode ser adaptado à medida de cada cliente. A oferta BCA Remarketing Services não é estanque, na medida em que é uma unidade de Business Process Outsourcing e, portanto, podem ser criadas soluções a pedido do cliente que até aí ainda não tinham sido equacionadas. Mário Claro dá um exemplo. “A Gestão de Terminações pode incluir o nosso Contact Center para
agendar as entregas, a recolha das viaturas, o levantamento e valorização dos danos e o transporte para o canal de venda escolhido”. Vendas aos condutores e redes de concessões são apenas dois dos serviços preconizados. A empresa já fazia a venda a colaboradores para algumas empresas com frotas próprias, recorrendo a ferramentas próprias. No entanto, a nível internacional, a BCA adquiriu há três anos uma empresa especializada em vendas a condutores e que trouxe para o grupo esse know how e as ferramentas específicas criadas para o efeito. A oferta em vendas a condutores tem sido muito enriquecida com essa formação obtida na sede da BCA, no Reino Unido. As vendas a redes de concessões recorrem habitualmente a plataformas exclusivas, como a que a BCA criou para a Volvo Car Portugal e, mais recentemente, para a Mercedes-Benz Portugal. As plataformas são criadas de
Fleet Control Monitor O Fleet Control Monitor é uma ferramenta de BPM (Business Process Management) vocacionada para o remarketing de viaturas. Com ela, consegue-se ter uma visão clara de todas as viaturas em gestão e acompanhar passo a passo cada momento do processo de venda. Por outro lado, é possível gerir todas as intervenções nas viaturas e escolher os fornecedores para cada intervenção, tais como transportadores, empresas de inspecção, oficinas, etc. No final, o cliente pode escolher qual o canal de venda e o parceiro pretendido e gerir todo o processo a partir daí. No fim, fica registado o resultado de cada viatura, o que lhe permitirá também aferir e comparar a eficácia de cada canal ou parceiro. O Fleet Control Monitor tem versões standard, que se adequam à generalidade das empresas do mesmo ramo, mas podem ser construídas versões específicas. Nestas, as fases do processo, as intervenções necessárias e até as integrações com outros sistemas são definidas por medida.
acordo com a imagem do cliente, sendo o seu acesso exclusivo aos grupos de utilizadores definidos pela marca. Alguns destes serviços, de forma individual, já têm sido prestados a diversos clientes ao longo dos anos. Mas a visão da BCA é mais abrangente. “É como abordagem global, concertada e integrada, que achamos que há espaço para progredir em Portugal”, diz o responsável.
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BCA Portugal Mário Claro
Telefone: 219227300 Email: mclaro@bca.com.pt Internet: http://pt.bca-europe.com
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SERVIÇOS
MobCarsharing com mais de 300 inscritos A empresa de car-sharing do grupo da Carris vai incluir mais viaturas e tem um novo ponto de aluguer em estudo. O negócio tem vindo a crescer e conta com mais de metade das utilizações feitas por empresas
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MobCarsharing, empresa de car-sharing da CarrisTur, vai colocar mais quarto viaturas na sua pool de serviço. Duas delas serão ligeiros de transporte de passageiros e outras duas serão unidades do segmento premium. A data de lançamento ainda não está prevista, mas espera-se que estejam já disponíveis para utilizar depois dos meses de verão. Estas viaturas vêm ao encontro de algumas sugestões feitas pelos clientes da MobCarsharing, que rondam já os 300 inscritos. A MobCarsharing foi a primeira empresa nacional a assegurar um serviço de partilha de veículos ao público em geral. Com ele, os clientes podem alugar uma viatura durante um curto período de tempo, com os processos administrativos e de pagamento simplificados. Os clientes inscrevem-se para ser utilizadores e, a partir daí, a reserva é feita através de telefone (707 207080) ou de um site de internet (em www.mobcarsharing.pt). As
viaturas encontram-se espalhadas por vários locais fixos e prontas a utilizar, incluindo o combustível necessário para a maioria das viagens. Chegando ao carro, basta colocar um cartão de acesso para desbloquear as portas e começar a utilizar. A entrega deve ser feita no local de levantamento. Neste momento, a MobCarsharing tem oito viaturas colocadas por vários pontos de Lisboa (ver caixa). Mas um dos projectos de desenvolvimento que a empresa tem na manga passa por abrir mais uma estação fora da capital, numa das zonas de maior movimento empresarial, onde podem existir mais clientes para o car-sharing. Os clientes empresariais têm sido um dos maiores adeptos dos serviços desta empresa. Metade dos inscritos são profissionais, na sua maioria de pequena dimensão. A tipologia de utilização é totalmente díspar. Há empresas que alugam carros quase todos os dias e outras que passam muito tempo sem recorrer ao serviço. “Mas a partir do momento em que
A MobCarsharing foi a primeira empresa nacional a assegurar um serviço de partilha de veículos ao público em geral. Com ele, os clientes podem alugar uma viatura durante um curto período de tempo, com os processos administrativos e de pagamento simplificado
entra no método de trabalho de uma empresa, fica enraizado”, diz Inês Matos, responsável da empresa. Gabinetes de advogados, empresas de arquitectura e pequenas empresas com três ou quatro pessoas têm sido os clientes mais usuais. Nas grandes empresas, que normalmente atribuem frotas aos colaboradores e têm frotas de serviço, a utilização é quase nula, diz a responsável. “Onde é que temos muito sucesso? Nas pequenas empresas que não têm frota. Mas isto passa muito pela forma como as empresas olham para os carros. O que tentamos fazer é mostrar, através de comparações reais, como é que o car-sharing pode ser mais vantajoso do que outros modelos em determinadas situações”, explica. A pool de viaturas disponível para as empresas é a mesma para os particulares, tal como o preço. Mas, para utilizações mais intensivas, é possível implantar o serviço dentro da empresa. É o que acontece com a CarrisTur, a empresa detentora do MobCarsharing, que tem vindo a acabar com os carros de serviço que tinha. Nesse caso, os pontos de levantamento e entrega são feitos dentro da empresa. A gestão é feita pela MobCarsharing, utilizando os mesmos cartões e sistemas de pagamentos. “A recetividade tem sido ótima”, diz Inês Matos. “Cada vez têm vindo a acabar com mais contratos de renting e têm planos para colocar mais um carro”. Empresas que queiram replicar este modelo têm que ter um nível de utilização que o justifique. De acordo com cálculos rápidos feitos pela responsável, tem que haver reservas diárias e durante três horas, para que compense
Onde estão os carros? As viaturas da MobCarsharing estão espalhadas pela cidade de Lisboa nos seguintes pontos: R. Alexandre Herculano Cais do Sodré Campolide Campo Pequeno Entrecampos Parque das Nações Saldanha Sete Rios ter o carro alocado apenas a uma entidade. Os carros são a gasolina. Há dois híbridos, pequenos familiares. “Já olhámos para os carros elétricos, mas ainda não tomámos decisões, porque isso iria mudar muito a gestão operacional do negócio”, explica Inês Matos. O combustível não tem sido um fator de decisão para a utilização dos carros. Os clientes encontram sempre os carros já atestados e não têm que abastecer – esse valor está incluído no preço. Critério de escolha tem sido, por exemplo, o facto de o carro ter caixa manual ou automática, sendo esta última preterida.
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CarrisTur Inês Matos
Telefone: 213613193 Email: geral@carristur.pt Internet: www.mobcarsharing.pt
2013 JUNHO FM17 37
SERVIÇOS
Hertz Mini-lease: o rent-a-car no máximo A Hertz faz o balanço possível do seu produto Mini-lease, com prazos de aluguer que podem ir até aos 12 meses. Seguro com capitalização à medida é apenas uma das vantagens
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produto nasceu de uma necessidade encontrada no mercado. A Hertz começou a ver que algumas empresas não queriam assumir compromissos de longo prazo com os seus fornecedores de viaturas. E, em Novembro do ano passado, apresentou o Hertz Mini-lease. “Outras vantagens que eram vistas pelos nossos clientes tinham a ver com dificuldades de acesso ao crédito”, explica o responsável por este produto. “Como as próprias gestoras de frota se tornaram mais criteriosas nos compromissos que concedem, isso fez com que os clientes encarassem este produto como uma forma de terem acesso a viaturas de trabalho”, diz Fernando Silva. No entanto,
este fenómeno não se verificou apenas nas contratualizações mensais, mas também como produto híbrido de período mais estendido, de um a 12 meses. O Hertz-Mini Lease é um produto de alugueres mensais, com duração até 12 meses. No entanto, há várias soluções de composição de preço, dependendo do nível de compromisso assumido entre as partes. “A nossa diferença é que tentamos ajustar o Mini-lease às conduções habituais do renting”, explica o diretor de frota da Hertz. “O cliente assume alguns compromissos de retenção connosco durante um determinado período, até 12 meses, fazendo nós, como contrapartida, condições especiais. A aproximação ao
Do ponto de vista do cliente, o acesso a este tipo de aluguer é bastante semelhante ao do rent-a-car
renting vai não só na linha do preço mas também dos serviços”. Uma das novidades que o Hertz Minilease veio trazer é o preço dos seguros. As franquias do seguro são fixas, mas podem ser ajustadas à medida do contrato que o cliente faz. Outra aposta que a Hertz fez para este produto tem a ver com a quilometragem contratada. No Mini-lease, o número de quilómetros que é possível percorrer já está numa tarifa superior ao que acontece no renting. São quatro mil quilómetros permitidos por mês, o que dá 48 mil quilómetros por ano. No entanto, esta quilometragem pode também ser contratada à medida. Do ponto de vista do cliente, o acesso a este
tipo de aluguer é bastante semelhante ao do rent-a-car. Apesar de existir uma equipa comercial contratada para o efeito, a contratualização pode ser iniciada em qualquer uma das 67 estações da marca. A duração do contrato é combinada logo no início, sendo que o preço é ajustado em função do período acordado. A entrega das viaturas não tem que ser feita no local de levantamento. E, se o cliente quiser que a entrega da viatura seja feita num local específico, isso pode ser feito. As viaturas que têm sido mais pedidas pelos clientes do Mini-lease são os segmentos C e D a diesel. Algumas empresas também recorrem a este serviço para viaturas todo-oterreno ou para comerciais ligeiros. “Depende
muito se é uma vertente mais operacional ou comercial da empresa”, explica o responsável. Em todo o caso, toda a carteira de viaturas da Hertz está disponível para este aluguer. Nos preços, a diferença para um renting é, em média, cerca de 10 a 15% superior. A empresa acredita na flexibilidade do produto para compensar esta diferença. Isso não significa que não peça, também, algumas garantias financeiras, sobretudo quando a contratualização ultrapassa os seis meses. O risco de exploração para os veículos afetos a este aluguer de média duração são maiores do que no rent-a-car diário. Alguma da frota alocada a este produto é específica, mas só porque essa foi a necessidade do cliente. “Sempre que se justifica, fazemos compras direcionadas para determinado tipo de cliente”, diz Fernando Silva. A aquisição é, normalmente feita em compra firme. Mas a Hertz não é rígida com esse sistema. “O buy-back pode mesmo tornar-se um forte argumento, dado que o cliente pode trocar receber um carro novo ainda durante a vigência do contrato”, diz o diretor de frota. A equipa comercial da Hertz tem vindo a notar cada vez mais procura para este produto. Dez por cento da frota da empresa de aluguer de viaturas está alocada para o serviço. Dentro do segmento corporate, que representa 51% para a companhia, o Minilease tem um peso de 18,5 por cento.
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HR – Aluguer de Automóveis Fernando Silva
Telefone: 219426300 Email: fsilva@hertz.pt Internet: www.hertz.pt
2013 JUNHO FM17 39
SERVIÇOS
Mobiag: car-sharing para todos Se a visão de João Félix estiver certa, o car-sharing poderá massificar-se muito mais depressa que o esperado. Qualquer operador com veículos parados pode rentabilizá-los com este serviço de mobilidade, desde concessionários a gestoras de frota
40 FM17 JUNHO 2013
À
medida que o car-sharing deixa de ser uma estranha forma de utilização dos veículos e se torna uma verdadeira opção para reduzir custos e outros encargos com as viaturas, os modelos vão tornando-se mais complexos e eficientes. Foi nisto que terá pensado João Félix quando resolveu apostar num modelo de negócio para o car-sharing que permite mais agentes e, por isso, mais utilizadores. De acordo com a visão deste empreendedor, todos podem ser operadores de car-sharing, desde que o acesso a esse negócio seja fácil. A ideia é aproveitar os recursos de algumas empresas para desenvolver este modelo. Gestoras de frota, empresas de rent-a-car, grandes frotistas, concessionários podem ser prestadores de serviços de car-sharing, sem criar uma estrutura totalmente dedicada para
o efeito. Eles já têm carros. Só não têm o negócio estruturado. A Mobiag quer desenvolver um conceito que lhes resolva o problema. Ela não vai ter carros, nem fazer negócio com os utilizadores. A sua participação no alargamento do car-sharing a todos e para todos consiste em criar e gerir uma rede que congregue todos os fornecedores, utilizando para isso uma plataforma que está a ser desenvolvida com a Critical Software. No modelo actual, existe um prestador do serviço e os seus clientes. No modelo da Mobiag, vão existir muitos prestadores de serviço e ainda mais utilizadores. Vários operadores convivem no mesmo espaço, com os carros ao dispor do utilizador final. A diferença é que este pode utilizar qualquer carro da rede, independentemente de a quem ele pertença. No entanto, o pagamento do serviço é feito directamente ao operador em
CAR-SHARING
Modelo Mobiag Operador
Operador
Modelo tradicional
Operador
Mobiag
Cliente
Cliente
Operador
Cliente
Cliente
Cliente
Cliente
causa. O papel da Mobiag é mostrar quais são os carros disponíveis e a que preço, além de outras funcionalidades. O operador tem na Mobiag um serviço mais completo de gestão do seu negócio e uma rede de cliente mais ampla. Os próprios preços são definidos por si e entram directamente em concorrência com os que já existem na rede. O sistema parece tão promissor que a própria CarrisTur – um dos únicos dois operadores de car-sharing do país – alterou o seu sistema de gestão interna para o da Mobiag. Quanto a preços, os operadores pagam pela utilização da sua frota e não uma
mensalidade fixa, ficando o risco deste investimento todo do lado da Mobiag. Cooptição e roaming são dois conceitoschave para entender este negócio. O primeiro mistura os termos cooperação e competição, para que o sistema vá aumentando de escala e densidade, com benefícios no serviço ao utilizador. Já roaming aqui significa a utilização de qualquer carro do sistema por qualquer utilizador. Desta forma, aumenta a oferta, mas também a concorrência. No entanto, dado que a gestão da rede pertence à Mobiag, a oferta nunca fica saturada. Desta forma, garante-se
O operador tem na Mobiag um serviço mais completo de gestão do seu negócio e uma rede de cliente mais ampla rentabilidade a todos os operadores. Ao mesmo tempo, é impulsionada a entrada de clientes no sistema. Como o investimento e o risco estão repartidos, o sistema ganha escala e densidade funcional com alguma rapidez. A gestão da rede é traduzida em duas plataformas diferentes. Os operadores conseguem gerir o negócio sem fazer investimentos iniciais em software. Os utilizadores têm acesso a um interface simples e intuitivo para utilização via web e smartphone, a plataforma preferencial para este sistema. Para os operadores, a Mobiag oferece ainda serviços de consultadoria para a construção e gestão das suas operações. Neste momento, a Mobiag já tem o acordo com a CarrisTur. Mas conversas com alguns operadores do sector automóvel, entre os quais uma gestora e uma rent-a-car, dão ânimo ao negócio. Um dos próximo passos é captar operadores de carros e clientes. Se os primeiros, como as locadoras ou os importadores de automóveis, podem ter aqui uma oportunidade para rentabilizar os seus stocks de viaturas, já os operadores de clientes podem ficar com mais um serviço para acrescentar aos seus clientes. João Féliz dá o exemplo de um clube de futebol ou uma associação de condutores, mas qualquer entidade com uma carteira de clientes de alguma dimensão e que seja activa pode entrar no negócio. Bem-vindos ao car-sharing do futuro.
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Mobiag João Félix
Telefone: n/d Email: info@mobiag.com Internet: www.mobiag.com
2013 JUNHO FM17 41
SERVIÇOS
O NavKit será, a partir de agora, a fonte de informação para todos os equipamentos de navegação da marca, estando também disponível para o mercado automóvel e profissional
Tom Tom apresenta novidades para gama automóvel A renovação da linha Tom Tom Go, um novo motor de navegação e um conceito que antevê percursos, baseado-se no histórico de condução, fazem parte da frente de ataque da marca holandesa
42 FM17 JUNHO 2013
A
Tom Tom apresentou recentemente três novidades para a sua linha automóvel. Uma delas é a renovação da linha TomTom Go, onde o mapa interactivo, o sistema Traffic Vitalício e os Mapas 3D são as funcionalidades de destaque. No mapa interactivo, os utilizadores podem facilmente aceder a toda a informação da viagem através do ecrã táctil capacitivo e de alta resolução. O novo Mapa Interativo responde e ajusta-se ao toque. O novo dispositivo traz ainda funcionalidade adicionais, como barra de percursos e pesquisa rápida. A TomTom mostrou ainda um novo motor de navegação, o NavKit. Este será, a partir de agora, a fonte de informação para todos os equipamentos de navegação da marca, estando também disponível, através de licenciamento, para o mercado automóvel e profissional.
O motor de navegação NavKit possui novos níveis de flexibilidade. A arquitectura de componentes, configuráveis, foi desenhada para permitir uma integração rápida. O NavKit dispõe de interfaces de programação, o que permite aos utilizadores terem um interface personalizado, bem como a sua adaptabilidade a qualquer sistema operativo e sistema de navegação. Isto vem facilitar e acelerar o desenvolvimento de um sistema de navegação interligado em qualquer plataforma. Outra das novidades apresentadas pela Tom Tom foi o novo conceito Commuter. Baseado no TomTom Traffic, o conceito irá antever o melhor percurso de acordo com os hábitos diários de condução. Desta forma, os condutores saberão qual o caminho mais rápido para o seu percurso habitual entre casa e o trabalho.
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Na gestão das compras, a empresa faz a consulta ao mercado, a negociação, aquisição e entrega, controlando todo o processo administrativo e logístico
OnFleet com novos serviços de gestão para PME A partir de cinco euros por mês e por carro, a OnFleet gere frotas de empresas que não estejam ligadas a gestoras e com contratos de renting. É apenas uma das valências de um novo conjunto de serviços que acaba de apresentar OnFleet Luís Marques
Telefone: 211920786 Email: onfleet@ onfleet.pt Internet: www.onfleet.pt
A
OnFleet, consultora de gestão de frotas, reformulou a sua oferta de serviços nas áreas de gestão de frota e consultadoria. A empresa, dirigida por Luís Marques, criou novos pacotes de serviço, divididos por três níveis de oferta. O mais simples trata da gestão de viaturas em frota que não tenham contrato de aluguer operacional. Entre os serviços de gestão disponibilizados por esta empresa estão as compras, combustível, sinistros e obrigações legais. A OnFleet oferece ainda o apoio administrativo e um relatório operacional periódico. Na gestão das compras, por exemplo, a empresa faz a consulta ao mercado, a negociação, aquisição e entrega controlando todo o processo Administrativo e Logístico. O preço deste pacote é de cinco euros por viatura e por mês. Além do Smart, a OnFleet ainda oferece outros dois pacotes de serviços o Smart AOV e Smart Plus, estes já para clientes que
tenham contratos com gestoras de frota. Aqui, a intervenção da empresa faz-se ao nível da gestão total da relação com a gestora de frota além de todas as outras necessidades fora do contrato. A OnFleet propõe renegociação de contratos, prolongamentos, “recálculos” e rescisões, ou gestão das devoluções, entre outros serviços. Mas a empresa ainda foi mais longe. Pegando nos serviços mais solicitados pelos seus clientes de consultoria – neste momento, a OnFleet tem 179 carros em gestão – criou dois serviços independentes destes pacotes. Um deles é a Gestão de Aquisição, onde faz a pesquisa de mercado necessária a fim de obter a melhor renda em qualquer modalidade de financiamento e de serviços. A outra é a Gestão da Devolução. Nesta, a OnFleet orçamenta o recondicionamento das viaturas, controla a reparação e devolve a viatura diretamente à gestora, garantindo que no final, não existem mais débitos por parte da gestora contratada.
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2013 JUNHO FM17 43
OPINIÃO
O renting continua a ser a melhor solução?
N
Com a forte queda do valor de vendas dos veículos usados e respetivas consequências nos valores residuais, continua o renting a ser a melhor solução? Num momento em que todos estamos pressionados a reduzir custos, somos forçados a colocar tudo em causa. O modelo de aquisição de veículos não escapa a esta realidade até porque, na generalidade das empresas, representa uma boa fatia da despesa. Sucede que, há meses atrás, participei num seminário relacionado com gestão de frotas em que um responsável de frota de uma
empresa referiu estar a regredir no modelo de aquisição de renting para a compra directa, com base no princípio de que os valores residuais estimados pelos prestadores de renting estavam a reduzir decorrente da queda do valor de venda dos veículos usados. Se um responsável de frota profere esta afirmação, provavelmente outros o farão, de forma que é fundamental esclarecer um ponto tão importante para quem gere frotas. Esta perceção está errada, uma vez que os dados indicam precisamente o oposto. O primeiro indicador nesse sentido está relacionado com as perdas obtidas na venda de
1. Risco coberto pelas empresas de renting
44 FM17 JUNHO 2013
Por: Ricardo Silva Leaseplan Portugal
veículos usados por parte das empresas de renting. Ou seja, estão a vender os veículos usados a um preço (muito) inferior ao que haviam estimado, fruto da conjuntura económica que se vive e que lhes era impossível antecipar. Se as empresas de renting estão a perder dinheiro na venda dos usados, significa que, quem optou ou tivesse optado por uma modalidade sem cobertura deste risco, incorreria nessa perda. Esta é, aliás, uma das maiores vantagens do renting, a isenção de risco por parte do consumidor que, de 2009 até final de 2012, correspondeu à módica quantia de 200 milhões de euros. Ou seja, os
Se as empresas de renting estão a perder dinheiro na venda dos usados, significa que, quem optou ou tivesse optado por uma modalidade sem cobertura deste risco, incorreria nessa perda
2. Usados: estimativa de terminações actuais e valor real
Os consumidores que recorreram ao renting evitaram perdas conjuntas na ordem dos 200 milhões de euros, o que significa que aqueles que não recorreram...
consumidores que recorreram ao renting evitaram perdas conjuntas na ordem dos 200 milhões de euros, o que significa que aqueles que não recorreram... (ver gráfico 1). Posto isto pensei: “Bom, talvez quem pense desta forma assuma que os valores residuais estão tão baixos que só podem subir”. É um pensamento legítimo, mas que peca num grande pormenor: os valores de venda dos usados estão em queda há quatro anos consecutivos, não sendo expectável que retomem aos valores passados. Ou seja, não é expectável que haja subida nos valores de venda dos veículos usados, o que inviabiliza este pensamento. No gráfico anexo é possível constatar essa realidade e outra tão ou mais importante. O ritmo de descida dos valores de venda dos veículos em usado é
3. Usados: estimativa para novos contratos e valor real
superior ao ritmo de descida dos valores residuais inicialmente projetados pelas empresas de renting, o que significa, portanto, que estas empresas estão a cobrir cada vez mais risco (gráfico 2). No entanto, há ainda um outro fator, também ele decisivo, que complementa esta conclusão. Fruto da saudável concorrência que existe no sector do renting, as empresas de renting não conseguem refletir a queda efetiva do valor de venda dos veículos em usado nos seus valores residuais. A necessidade de fazer negócio obriga-as a considerarem valores residuais competitivos, fazendo com que, mesmo que exista futuramente uma ligeira melhoria nos valores de venda dos veículos em usado, os valores residuais das empresas de renting continuam a ser, infelizmente para elas, superiores ao real valor de venda do usado, conforme se pode verificar no gráfico 3. Também neste caso é possível verificar que o ritmo da queda dos valores de venda dos veículos usados é superior à tendência de decréscimo das estimativas das empresas de renting. Ainda que as estimativas de valores residuais por parte das empresas de renting estejam a descer, estas não só continuam a cobrir risco como estão a cobrir mais risco. Conclui-se, portanto, que o renting não só continua a ser a forma mais eficiente de gerir frotas, de cobrir risco e garantir previsibilidade de custos, como a tendência futura ainda reforça esse posicionamento, quer a frota em causa seja grande ou de apenas um só automóvel. Espero, com esta análise, que o tenha ajudado a tornar a gestão da sua frota ainda mais eficiente e fácil.
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O renting não só continua a ser a forma mais eficiente de gerir frotas, de cobrir risco e garantir previsibilidade de custos, como a tendência futura ainda reforça esse posicionamento 2013 JUNHO FM17 45
OPINIÃO
Como vão os seus conhecimentos técnicos?
H
á uma eterna discussão a respeito do perfil ideal de um gestor de frota, existindo aqueles que dão muita importância à vertente financeira, outros valorizam a vertente comportamental, não esquecendo aqueloutro que considera a linha eminentemente técnica. Face às exigências do mercado, considero que um gestor de frota moderno e competente deve reunir as três competências já mencionadas: gestão financeira (a abordar num próximo
artigo), gestão comportamental (já alvo de um texto na edição 15 da Fleetmagazine) e gestão técnica, tema que abordo de seguida. É muito curioso notar que são vários os mitos que rodeiam a técnica automóvel, que apenas se afirmam por manifesta falta de formação técnica por parte da esmagadora maioria dos colegas gestores de frota. Afinal, sabe o que é a multiplexagem, e seu princípio de funcionamento, e por que é impensável um automóvel moderno sem este princípio? Quais são diferenças entre segurança ativa e
Por: Marcelo Oliveira
Gestor de Frota (marceloxoliveira.com)
passiva? Enfim, são inúmeras as questões que poderíamos colocar, mas vamos focar a nossa atenção nos injetores, volantes de motor, válvulas EGR e filtros de partículas, por serem aqueles que considero ser os elementos que provocam mais imobilizações e, por isso, maiores custos. Os motores de ciclo diesel modernos são alimentados com recurso a uma plataforma common-rail, que é controlada eletronicamente, tendo uma decisiva contribuição nas necessidades dos
É muito curioso notar que são vários os mitos que rodeiam a técnica automóvel, que apenas se afirmam por manifesta falta de formação técnica por parte da esmagadora maioria dos colegas gestores de frota 46 FM17 JUNHO 2013
fabricantes de motores, ao permitir atingir os futuros requisitos legais a respeito das emissões de gases para a atmosfera. Ora, com a entrada da norma Euro 6 em Setembro de 2014, a utilização de injetores piezoeléctricos será quase obrigatória, pois esta tecnologia permite sequências repetitivas com alta velocidade e precisão, maximizando a combustão e, por inerência, aumentando a potência e reduzindo os consumos. O volante de motor, ou de inércia, consiste numa roda de peso elevado que é aplicado a um dos extremos da cambota, e até há pouco tempo era quase um desconhecido para a maioria dos gestores, passou a ter lugar de destaque aquando do apuramento das razões de imobilização. Por quê esta alteração? Este componente opõe-se às variações de regime de rotação da cambota, pelo efeito de inércia devido ao seu peso, armazenando a energia recebida em cada impulso motor e devolvendo-a quando este termina. Com a massificação dos sistemas de injeção
common-rail, cujas pressões de injeção atuais já ultrapassam os 2.000 bar (!), são geradas enormes vibrações, principalmente no funcionamento durante os regimes de baixas rotações. Essas oscilações são transmitidas através da embraiagem ao sistema de transmissão do veículo. Os volantes bimassa anulam essas vibrações, protegendo a caixa de velocidades, aumentando ainda o conforto de condução. As válvulas EGR (Exhaust Gas Recirculation) são montadas para reduzir a emissão de NOx (óxidos de azoto) nos gases de escape, fazendo recircular uma parte dos gases de escape para o coletor de admissão, para serem introduzidos juntamente com os gases frescos de admissão na câmara de combustão. A mistura ar/combustível assim formada fica mais pobre, o que provoca uma ligeira diminuição da velocidade de combustão e consequente diminuição das temperaturas e pressões máximas. Como os NOx só se formam com temperaturas e pressões elevadas, consegue-se deste modo a
diminuição da emissão destes gases no escape. Há a ideia de que estas válvulas são exclusivas de motores diesel: nada mais errado, pois motores a gasolina também as utilizam. Frequentemente as mensagens de erro que são apresentadas não implicam a sua substituição, normalmente onerosa, mas apenas uma boa limpeza. Os filtros de partículas, exclusivos dos motores diesel, são um grande desconhecido, não sendo mais do que uma incineradora de partículas microscópicas resultantes da não combustão de todo o gasóleo. Estas partículas não são mais que o famoso fumo negro que vê sair do escape dos automóveis diesel no trânsito. Por norma, este componente está localizado no fim da linha de escape. Quando estas se acumulam em quantidade suficiente, são incineradas. Por experiência, podemos afirmar que as avarias existentes são normalmente atribuídas a má utilização, pois os ciclos de regeneração são inadvertidamente interrompidos.
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2013 JUNHO FM17 47
MARCAS
Honda aproveita Civic e aposta nos clientes frotistas Com o posicionamento de preço bem estudado e um produto de renting específico para dois dos seus modelos mais emblemáticos, a Honda vai tentar subir a sua quota de clientes empresariais que se situa apenas nos 4,3%
48 FM17 JUNHO 2013
C
om o lançamento da motorização 1.6 diesel no novo Civic, a Honda já tem um produto à medida dos clientes empresariais. Preços ajustados à realidade do momento, renting exclusivamente dedicado a este modelo e mais apoio comercial nas concessões, são apenas algumas das novidades com que se pode contar. Embora os preços de venda a particulares comecem nos 24.350 euros, para as empresas o Civic 1.6 diesel ficará disponível a partir de 23.574 euros. O preço já inclui todos os averbamentos e rubricas necessárias à entrega do carro. Desta forma, situa-se num patamar inferior de tributação autónoma, que passaria de 10 para 20% caso ultrapassasse os 25 mil euros. Por outro lado, as 94 gCO2/km que o Civic emite fazem com
que a penalização provocada por impostos seja menor. O Civic vem com a promessa de 3,6 l/100km e 94gCO2/km, naquele que é apresentado como o motor mais eficiente de sempre da marca. O resultado é surpreendente. O 1.6 turbodiesel é já um dos melhores motores do segmento. Mesmo que não se tenha conseguido cumprir o resultado dos consumos iniciados, a verdade é que as prestações deste pequeno bloco são admiráveis. O segredo está no binário. Com 300 Nm, o Honda Civic é um carro com um comportamento ao nível de berlinas de luxo, dada é a suavidade com que se consegue conduzir. Um nível baixo de rotações do motor e pouca necessidade de passagens de caixa fazem com que os consumos sejam reduzidos ao mínimo. A suavidade do motor tem, depois, efeitos no conforto a bordo. Sem
Plano de lançamentos das frotas A Honda está a apostar no mercado de frotas. Além de modelos especialmente adequados a este mercado, tem também previsto o lançamento de um programa de usados e um renting para o CIvic e o Jazz.
2013 Janeiro Civic 1.6
Maio
Produto renting Civic e Jazz
Final 1.º semestre Programa usados
Outubro
CR-V com motor 1.6 diesel
2014 Janeiro
Carrinha Civic com motor 1.6
2015
SUV intermédio com motor 1.6
Os concessionários já iniciaram um trabalho de identificação dos responsáveis de compras nas empresas. Com uma política de frotas definida, o grau de exigência para a rede aumentou. “A Honda é uma marca muito virada para o cliente particular. Tem que haver alguma mudança de mentalidades”, diz o responsável
ser necessariamente muito espaçoso, mas suficiente para o segmento em que se insere, o Civic apresenta-se com uma qualidade de construção excepcional. “Acreditamos que, finalmente, temos um produto que nos irá trazer algumas mais-valias para as vendas a empresas, diz Nuno silva, responsável do recém-criado departamento de frotas da marca. Fiabilidade, emissões e consumo vão ser os argumentos da marca para chegar às pequenas empresas. É nelas que tem encontrado os seus clientes frotistas. O Accord talvez tenha sido um dos modelos mais emblemáticos, mas a dimensão do seu motor ajuda pouco. “Tratase de um 2.2 litros e é, por isso, muito penalizado pela fiscalidade”, diz Nuno Silva. “Com o downsizing que tem havido, é um carro com pouca procura. Mas destes, 80 ou 90 por cento são vendidos a empresas de
Honda Portugal Nuno Silva
Telefone: 219155300 Email: nuno.silva@honda-eu.com Internet: www.honda.pt
2013 JUNHO FM17 49
MARCAS
E os híbridos?
pequenas dimensões, onde é o próprio administrador que decide”. Além do novo Civic, a Honda conta ainda com os cinco anos de garantia das suas viaturas. E existem ainda os contratos de manutenção, comercializados junto da rede de concessionários. “Para as empresas que não optem pelo renting, é sempre um produto interessante”, diz Nuno Silva. Por outro lado, a Honda Portugal tem um produto próprio de financiamento em aluguer operacional. Num exemplo de uma renda para este novo Civic, com prazo de 48 meses, 80 mil km, mas sem pneus, chega-se aos 457 euros (IVA incluído). Nuno Silva diz que se trata de uma renda abaixo daquilo que tem sido observado nos concorrentes mais diretos do modelo. A Honda Portugal vendeu 65 carros a empresas durante 2012. O número em si não é surpreendente, dada a quota da marca no mercado nacional de vendas de automóveis.
50 FM17 JUNHO 2013
Embora os preços para particulares comecem nos 24.350 euros, para as empresas o Civic 1.6 diesel ficará disponível a partir de 23.574 euros. O preço já inclui os averbamentos necessários à entrega do carro. Fica assim num patamar inferior de tributação autónoma, que passaria de 10 para 20% caso ultrapassasse os 25 mil euros Mas trata-se de uma penetração junto deste canal de apenas 4,3% (no total, a marca vendeu 1.500 carros novos). Com um departamento especificamente orientado para as frotas, a Honda espera duplicar as vendas para empresas, apoiado neste modelo. O objetivo para este ano são 105 carros. Os concessionários já iniciaram um trabalho de identificação dos responsáveis de compras nas empresas. Com uma política de frotas definida, o grau de exigência para a rede aumentou. “A Honda é uma marca muito virada para o cliente particular e a rede
O Civic 1.6 diesel em detalhe
23.574 Euros 457 €/mês (36m)* 3,6 l/100km 94 gCO2/km 4/1.597 cc 120/4.000 cv/rpm 300/2.000 Nm/rpm está muito habituada a trabalhar esse tipo de clientes. Tem que haver alguma mudança de mentalidades”, diz o responsável. A rede da Honda Portugal tem 28 concessionários e, com esta perspectiva, espera manter todos esses pontos de venda. Além das frotas, outro mercado para o qual está particularmente atenta é o dos usados. Dentro de pouco tempo, será lançado um programa para estas viaturas. “Vamos tentar melhorar um pouco o valor residual. Tem que haver uma combinação de factores para que tudo siga a mesma direcção”.
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* Valores Honda Portugal
Que balanço é que é possível fazer, nesta altura, com os híbridos? O balanço é sempre positivo. Neste momento, temos dois modelos híbridos: o Insight e o Jazz. O insight é comprado sobretudo por clientes empresariais. É mais uma questão de imagem, mas há sempre empresas que nos compram estes veículos. A Honda não vai deixar cair esse tipo de veículos mas, no mercado europeu, está a voltar-se para o 1.6. (Nuno Silva, responsável de frotas Honda Portugal)
MARCAS O modelo tem tido uma boa prestação a nível de custos totais de utilização, tendo vindo mesmo a vencer alguns dos comparativos publicados nesta revista SIVA António Caiado
Telefone: 263407186 Email: antonio.caiado@siva.pt Internet: www.skoda.pt
Skoda chega com Octavia a partir de 23.850 euros Maior, com mais equipamento e tecnologia, mas com um recorde de consumos e emissões. A isto junte-se um preço de arromba e versão Greenline que chega no fim do ano e tem-se a nova versão do best-seller da Skoda
A
Skoda acaba de lançar o novo Octavia, um modelo que só em Portugal já vendeu 14700 unidades desde que saiu em 2006. Trata-se do “coração da Skoda”, conforme lhe chamou Orlando Teixeira, citando o director internacional da marca, na apresentação à imprensa nacional nas instalações da SIVA. E muito do seu sucesso tem vindo dos clientes frotistas. A Siva admite que 65% das vendas do Skoda Octavia são feitas a clientes empresariais e frotistas. O modelo tem tido uma boa prestação a nível de custos totais de utilização, tendo vindo mesmo a vencer alguns dos comparativos publicados nesta revista. Para esta nova geração, a marca colocou a fasquia ainda mais alta e o importador acompanhou com um esforço na colocação de preços. As versões diesel começam nos 23.850 euros, com o bloco 1.6 TDI. A partir daí, os preços crecem até mais 2.800 euros para o pacote de equipamento completo, o Elegance. Para o final do ano, espera-se a versão Greenline, onde os 87 g de emissões e os consumos de anunciados de 3,3 l/100km vão
colocar o modelo como um dos mais eficientes do seu segmento. De resto, nota-se nesta nova geração um porte maior, com mais 9 cm no comprimento e 5 na largura do que a versão anterior e uma distância entre-eixos também ela superior em 10 cm. Esta alteração das dimensões tem reflexos no espaço interior. Há mais espaço para os ocupantes do banco de trás e a bagageira fica com 590 litros. Outras novidades são os níveis de equipamento, com vários dispositivos que entram pelo primeira vez nos modelos da Skoda. O Assistente de Velocidade Adaptativo ou o Assistente de Estacionamento Automático, são apenas dois deles. A versão carrinha do Octavia chega no mês de Junho.
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2013 MAIO FM17 51
MARCAS Modificações ao nível da direção, suspensão e travões, bem como alterações na conceção do veículo para incrementar a estabilidade a alta velocidade e ser líder da classe na capacidade de reboque são algumas melhorias para a geração anterior
Nova geração do Santa Fe a partir de 38.890 euros Com 147 g/km de emissões e um consumo misto prometido de 5,6 l/100km a Hyundai regressa com um dos seus modelos mais competitivos, o Santa Fe. Os cinco anos de garantia que existem na marca estão também aqui presentes
52 FM17 JUNHO 2013
A
Hyundai acabou de lançar a nova geração do Santa Fe, um SUV que tem tido bons resultados junto dos clientes empresariais. O preço deste modelo começa nos 38.890 euros, numa versão a que a marca chama de Confort. Para a versão seguinte, a Style, o preço é de 29.286 euros com a opção de ter jantes de 18 ou19 polegadas sem acréscimo de valor. Modificações ao nível da direção, suspensão e travões, bem como alterações na conceção do veículo para incrementar a estabilidade a alta velocidade e ser líder da classe na capacidade de reboque são alguns dos argumentos. Mas, tal como tem acontecido no resto da gama, o programa de garantia “5 Anos Tripla Confiança”, onde se combinam a garantia com quilometragem ilimitada, a assistência em viagens grátis e verificações anuais gratuitas, também estará disponível. O motor do Santa Fé é o 2.2 litros “R” da Hyundai, um Common Rail de terceira geração com injectores piezoeléctricos de 1.800 bares e turbo electrónico de geometria variável
(E-VGT). A utilização destes injectores na terceira geração Common Rail reduz significativamente as emissões de CO2 enquanto reduz também o consumo de combustível e o ruido do motor. Este motor com 2199 cc desenvolve uma potência de 197 CV e 421 Nm de binário nas variantes equipadas com caixa manual. Os engenheiros da Hyundai conseguiram reduzir o valor das emissões de CO2 para um nível de 147g/km (em ciclo combinado na versão 2WD de caixa manual e jantes de 17”) o que coloca o Santa Fé com valores de referência para a classe. Quanto a consumos, a Hyundai prevê 5,6 l/100km.
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Entreposto VH Gonçalo Rosa
Telefone: 218548300 Email: grosa@entreposto.pt Internet: www.hyundai.pt
MARCAS
Nissan refaz oferta de financiamento próprio Os pacotes de financiamento PRomo que a marca lançou o ano passado, recebem um novo nome e algumas novidades, das quais se destaca uma campanha para aluguer operacional
Nissan Iberia Ricardo Freitas
Telefone: 218392564 Email: ricardo-jorge.freitas@nissan.pt Internet: www.nissan.pt
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Nissan refez a oferta dos seus produtos de financiamento próprio e garante que as condições atuais são melhores. À semelhança do que foi divulgado no segundo semestre do ano passado, continuam a estar disponíveis os modelos de AOV e de ALD, anteriormente chamados de Promo e Pack Promo, mas agora como Nissan Business Finance (NBF) e Promo O NBF é um produto de aluguer operacional que acrescenta um serviço de consultoria na área de negócios de frota aos clientes da marca. A Nissan tem neste momento a decorrer uma campanha deste produto com condições comerciais especiais para os clientes-empresa, que se traduzem em rendas fixas mensais muito competitivas e bastante mais baixas que a média do mercado, assegura a marca. Os serviços disponibilizados para a frota dos clientes NBF são os seguintes: Financiamento; Gestão da Documentação; Manutenção; Substituição de Pneus; Gestão da Imobilização; Linha de Apoio ao Condutor; Inspecção
Periódica Obrigatória; Seguro Automóvel; Gestão de Sinistros e Gestão de Combustível. Já o Promo Relax é o produto de ALD que permite aos clientes empresa usufruírem do automóvel e de um conjunto de serviços, sem a obrigatoriedade de desembolso inicial. O cliente poderá utilizar um veículo por um determinado prazo, em contrapartida do pagamento de mensalidades. O cliente tem a vantagem de, no final do contrato, poder comprar a viatura pelo valor residual, fixado no início do contrato. A marca garante taxas fixas competitivas para este produto e tem incluído o seguro automóvel de danos próprios e um serviço de assistência em viagem, nacional e internacional 24 horas.
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Nissan Business Finance para AOV e Promo Relax para ALD são os dois produtos de financiamento que a marca tem para os clientes empresariais 2013 JUNHO FM17 53
AO VOLANTE
Ford Fiesta 1.5 TDCi
No caminho certo A melhor condução que se pode ter no segmento B continua a valer argumentos que fazem do Ford Fiesta uma dos melhores do seu segmento. Este novo motor 1.5, com um binário surpreendente, vem ajudar
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Fiesta tem sido um dos modelos mais vendidos da Ford e esta nova edição parece ter tudo para continuar a sê-lo. Com bastante equipamento e um motor que é um sério candidato a bloco do ano, continua a ser um dos melhores carros do segmento B. Desde sempre que o Ford Fiesta foi um dos carros mais divertidos de conduzir dentro do seu segmento. Uma posição para o condutor, que o colocava com a noção certa do tamanho do carro, ajudava a colocar o Fiesta na melhor trajetória da estrada como se de uma mota se tratasse. Por outro lado, um chassis com a rigidez afinada ao milímetro deu a possibilidade de curvar e de conduzir com muito menos limites do que
aqueles que se poderiam esperar de um carro desta natureza. Ele não precisava de ter sequer versões desportivas – embora as tivesse – para se assumir como um carro que deixava um verdadeiro prazer de condução. As motorizações também ajudaram. O Fiesta esteve sempre bem equipado e não será um exagero dizer que o 1.4 TDCi o tornava uma combinação notável. Agora, com este novo motor, a Ford subiu a parada. O anterior era de uma geração onde a potência e a disponibilidade eram questões importantes. Mas, mesmo assim, com algumas evoluções que a marca ia acrescentando, cumpria com consumos surpreendentes. Sobretudo a partir do ECOnetic, os resultados melhoraram muito. Basta dizer, a propósito, que o menor
* Fonte: Leaseplan
consumo registado por esta revista, até hoje, foi precisamente num Fiesta com esse motor. Desta vez, a Ford prometia 3,7 l/100 km de consumos, mas não foi isso o conseguido. Sem esforço nenhum, conseguimos chegar aos 5,8 l/100km num percurso inteiramente de cidade, ainda por cima sem sistema Stop/Start. O mais importante e que nos impressionou foi a capacidade deste modelo de conseguir aproveitar os 185 Nm de binário, fazendo parecer que o carro se deslocava em qualquer situação sem dificuldade. No carro em si, encontramos sobretudo alguns dispositivos de segurança que não existiam nas gerações anteriores. Uma delas é o sistema MyKey, que permite colocar restrições na condução através da programação desta chave. Velocidade máxima, volume do sistema
de áudio, proibição de desactivação de tecnologias de segurança, tudo isto pode ser pré-definido. A Ford indica o dispositivo para quando os pais emprestam o carro aos filhos, de forma a garanta a sua segurança, mas também lança outra possibilidade: frotas. Da mesma forma que os frotistas colocam aparelhos para limitar a velocidade máxima das suas viaturas, com o propósito de poupar combustível, ou colocam toda a série de restrições na utilização dos carros, isso pode ser agora feito com este sistema. Todas as gerações do Fiesta têm sido ótimas em chassis, mas esta é a melhor de todas. O Fiesta evoluiu na direção certa, sem perder os pontos positivos que já tinha conquistado até aqui. É isto que os construtores devem fazer.
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19.956 Euros* 416 €/mês (36m)* 397 €/mês (48m)* 3,7 l/100km 98 gCO2/km 4/1499 cc 75/4.000 cv/rpm 185/1.750 Nm/rpm
Um chassis com a rigidez afinada ao milímetro deu a possibilidade de curvar e de conduzir com muito menos limites do que aqueles que se poderiam esperar de um carro desta natureza Ford Lusitana João Ferro
Telefone: 213122300 Email: infopt@ford.com Internet: www.ford.com
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AO VOLANTE
45.333 Euros* 890 €/mês (36m)* 810 €/mês (48m)* 4,9 l/100Km 129 gCO2/km* 4/1968 cc 163/4200 cv/rpm 300/1750-2500 Nm/rpm
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* Fonte: Leaseplan
Audi A4 Avant 2.0 TDI multitronic
conseguir muitos adeptos no mundo das frotas. Esta versão, com 163 cavalos, ainda não é a mais potente e vem equipada com caixa automática. É uma opção e, como todas as escolhas, pode trazer surpresas. A baixas velocidades, a multitronic mantém-se demasiado tempo engrenada sem conseguir saber se pode ou não passar para a mudança seguinte. Trata-se de uma questão
asta é a concorrência entre as carrinhas deste segmento, mas desde há algum tempo que a A4 se tem posicionado como uma opção especial. Os seus argumentos de prestações fortes e um design que consegue o compromisso entre a informalidade e o estatuto fazem dele um carro que tem vindo a
comum a toda a indústria que, aos poucos, tem vindo a ser resolvida. Em todo o caso, é de louvar os consumos conseguidos. Nada de espantar nos 6,9 l/100km, mas se for tomado em consideração que, dos 545 km percorridos, grande parte foram em auto-estrada, o valor é tolerável, apesar de bem longe dos 4,9l/100km anunciados pela marca.
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34.600 Euros* 704 €/mês (36m)* 654 €/mês (48m)* 4,6 l/100Km 114 gCO2/km* 4/1796 cc 109/3.200-4.600 cv/rpm 250/1400-2800 Nm/rpm
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Mercedes-Benz continua a oferecer aos seus clientes frotistas produtos especiais, conforme o prova este Classe B ensaiado pela Fleet Magazine. Na verdade, trata-se de um 180 CDI, com alguns ajustes no nível de equipamento, de forma a oferecer o máximo de equipamento
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* Fonte: Leaseplan
Mercedes-Benz Classe B Fleet Pack
ao menor custo possível. O pack espelhos, uma pintura metalizada e o sistema de estacionamento ativo, bem como alguns sistemas de assistência à condução fazem parte do equipamento de série. Contando ainda com os bancos em pele, o resultado final é uma versão que pouco fica a dever a outras mais equipadas. O nível de conforto é
mais do que suficiente e se lhe faltam alguns dispositivos, como o limpa para-brisas automático, este Classe B pode bem ser a melhor opção quando o critério é também custos. Na condução, poucas diferenças há, obviamente, para uma outra versão regular do 180 CDI. Neste, os consumos conseguidos foram de 6,8 l/100km.
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24.527 Euros* 482 €/mês (36m)* 455 €/mês (48m)* 4,4 l/100Km 99 gCO2/km* 4/1364 cc 90 cv/rpm 205/1800-2800 Nm/rpm
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* Fonte: Leaseplan
Toyota Auris 1.4 D4D
precisamente dos interiores do Auris. Materiais fracos, em muitos locais, eis o que se encontra no interior do carro. Jogando com clichés, sabemos que estamos dentro de um carro japonês por causa da falta de dispositivos de conforto para o condutor. Ao mesmo tempo que as marcas têm vindo a equipar este segmento com cada vez mais equipamento, a Toyota parece ter-se
esta revista, não é costume dar destaque ao design dos carros – acreditamos que esse não é um critério de compra para quem tem frotas – mas é isso o melhor do Auris e é tão bom que não podemos deixar de o referir. O resto pouco acrescenta à versão anterior da viatura. A maior surpresa vem
esquecido disso mesmo e aparece, por exemplo, sem faróis automáticos. O que vale é a mecânica. Um consumo de 5,0 l/100km sem start-stop, escalonamento de velocidades até à sexta com bom binário (recorde-se que se trata de um 1,4 litros), boa tração e um chassis rígido sem ser desconfortável é aquilo que redime o Auris e o torna num carro aprazível.
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19.143 Euros* 425 €/mês (36m)* 402 €/mês (48m)* 3,6 l/100Km 95 gCO2/km* 1461 cc 90 cv/rpm 220 Nm/rpm
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co ou normal? Qual a diferença? A primeira impressão mostrava pouca entre um e outro modo de condução com que o Renault Clio vem equipado. Procurava-se saber que diferença faria o botão por baixo do travão de mão para tornar o novo Renault Clio, equipado com o 1.5 dCi, um carro mais
* Fonte: Leaseplan
Renault Clio 1.5 dCi Eco
poupado. Foi nas reprises a partir da quarta velocidade que se conseguiu descobrir onde estava o desempenho do sistema que fez com que este modelo fizesse apenas 5,5l/100km, sem uma sexta-velocidade que o ajudasse. Por dentro do Renault Clio, encontram-se todo o tipo de composições. É um carro espaçoso, com boa postura para condução e com um
volume de bagageira bastante aceitável. O que fica da experiência com este modelo é a continuação de uma saga iniciada já há uns bons anos e que parece ter aqui motivos para continuar. Nota ainda para o sistema multimédia, bastante avançado, e que vem trazer mais um argumento de conforto a esta viatura.
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AO VOLANTE
31.300 Euros* 739 €/mês (36m)* 672 €/mês(48m)* 8,3 l/100Km 218 gCO2/km* 4/2298 cc 125/3500 cv/rpm 310/1250-2500 Nm/rpm
E
* Fonte: Leaseplan
Nissan NV 400
poucas surpresas invocam. A diferença faz-se em percursos apertados. É no curvar e na capacidade de manobrar que se vê a eficiência deste tipo de veículos. Para isso, este Nissan vem equipado com sensores de estacionamento. Mas, com o posto de condução já a alguns metros do para-choques, quem confia nisso? A solução é acreditar na brecagem e no golpe de vista e arriscar. A direção
nquanto não chegam as versões de caixa aberta, temos a experiência com o furgão do NV400, recente comercial ligeiro da Nissan. Trata-se do maior veículo da marca dentro dos ligeiros, com capacidade de carga que pode chegar aos 15,8 m3. Carros destes em percursos longos, desde que conduzidos com parcimónia,
assistida e a facilidade de engrenagem de mudanças para a frente e para trás tornam-se cruciais. É nestes momentos até que se vê, por exemplo, a importância da distância entre o condutor e a sua porta. A Nissan NV400 tomou todos estes e outros elementos em consideração e conseguiu apresentar-se como um grande furgão, mas simples de manobrar.
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38.343 Euros* 937 €/mês (36m)* 838 €/mês (48m)* (n/d) l/100Km 0 gCO2/km* Motor eléctrico 60 cv 226 Nm
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s últimos relatórios internacionais parecem dar a fase de explosão dos veículos elétricos como terminada, mas há marcas que acreditam neste tipo de propulsão e querem aproveitar o investimento em I&D já feito. A Renault é uma delas e parece ter compreendido bem o
58 FM17 JUNHO 2013
* Fonte: Leaseplan
Renault Kangoo Z.E.
nicho onde os elétricos ainda têm alguma margem de progressão: nos comerciais ligeiros. Este Kangoo Z.E. é a prova disso mesmo e, colocando de parte os debatidos problemas de autonomia, ainda não resolvidos, mas já melhorados, pouco fica a dever à sua versão térmica. A maior diferença está precisamente na disponibilidade de
binário – interessante alguns metros depois de arrancar – mas também na estabilidade gerada pelo peso das baterias colocadas no chassis. Quanto a capacidade de carga, este Kangoo mantém a mesma dos modelos diesel. A versão ensaiada trazia uma porta lateral deslizante, de grande utilidade para o acesso ao compartimento de carga.
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