7a Edição - Abril 2016
NAR-SP
Produzindo conhecimento para atletas olímpicos
Sucos do Bem
Marcos Leta: o homem que celebra a saúde e o bom-humor
Sri Lanka
Conheça a exótica ilha resplandecente
Frank Belzer O lado executivo do Universal Orlando Resort
EDITORIAL
CARO(A) LEITOR(A), Desenvolver um produto revolucionário ou oferecer um serviço exclusivo jamais será sinônimo de sucesso. Exatamente por isso, a sétima edição da Flyers foi buscar informações valiosas a respeito de uma área essencial para o desenvolvimento e evolução de qualquer empresa: vendas. Frank Belzer, que ilustra nossa capa, é Vice-Presidente Sênior da área de vendas de uma das maiores empresas de entretenimento do mundo, a Universal. Isso significa sincronizar informações de hotéis, parques, restaurantes, atrações, parceiros, clientes e mercado. Não é fácil. Nessa entrevista ele dá uma verdadeira aula de como fazer isso. A matéria com Frank, inclusive, serve para complementar a conversa que tivemos com Marcos Leta, fundador da marca de sucos Do Bem, que investiu em uma dinâmica de relacionamento com os clientes totalmente diferente da que estamos acostumados a ver por aí, e conseguiu levar suas caixinhas cheias de simpatia para os quatro cantos do Brasil. Para sair um pouco dos negócios, fomos conhecer o maior centro de pesquisa esportiva do Brasil, que vem ajudando nossos atletas olímpicos de um jeito inovador através da análise de números e gráficos precisos. Conversamos também com uma paisagista para entender como se constrói um cenário natural e visitamos uma escola totalmente diferente daquela que um dia você estudou. Nas próximas páginas você ainda navegará pela Antártida, verá a riqueza cultural do Sri Lanka, saberá como é viver no Havaí e se maravilhará com um conjunto de fortes no meio do oceano que foram transformados em hotéis cinco estrelas e um museu. Boa leitura. Eloi Khouri de Oliveira Diretor de Marketing Grupo Flytour
EXPEDIENTE
Compatível com sistemas Android e iOS.
Diretores Executivos Eloi Khouri de Oliveira - Marketing Grupo Flytour Michelly Vasconcellos - Agência EKO Editor Chefe Maurício C. Gomide
Projeto Editorial Agência EKO Projeto Gráfico, Diagramação e Finalização Adriano R. Araújo Redação e Revisão Danniel Teller Fotografia Fotos:Gui Tichauer. Anna Jedynak, MarcAndreLeTourneux, Yuliya Ozeran e Janaka Dharmasena/Shutterstock.com Colaboradoras Gabriela Minguez, Lais Galdino e Renata Medeiros Atendimento ao Leitor contato@revistaflyers.com.br Publicidade Rafael Prado Lopes comercial@revistaflyers.com.br anuncie@revistaflyers.com.br (11) 4208-5231 A Revista Flyers é uma publicação do Grupo Flytour. Tiragem de 10.000 exemplares impressos na gráfica Stilgraf. Todos os direitos reservados. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da revista ou do Grupo Flytour. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito, com crédito da fonte. Não há responsabilidade sobre qualquer conteúdo publicitário anunciado nessa edição ou alteração nos preços dos produtos divulgados.
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08.
5 ESTRELAS
Solent Forts
16. 24. 16
32. 40. 48. 50.
64. 70. 78. 86. 94.
IMPERDÍVEL
Cruzeiro abaixo de zero
VIDA EXECUTIVA
Marcos Leta - Do Bem
VIAJAR É CULTUR A
Sri Lanka
VERDE E AMARELO
NAR-SP
CONECTADO
Novidades tecnológicas
MATÉRIA DE CAPA
Frank Belzer
PALADAR
Cervejarias artesanais
CRÔNICA DE UM VIAJANTE
Hawaii
L AR DOCE L AR
Paisagismo - Renata Tilli
DESENVOLVIMENTO
Projeto Âncora
FICA A DICA
Descubra como é voar de balão
5 ESTRELAS
SOLENT
FORTS U M A FO RTA L E Z A D E H OT É I S LU X U O S O S E U M FAS C I N A N T E M U S E U
Por Danniel Teller
5 ESTRELAS
Rememorando ao longínquo ano de 1865, a corte inglesa, tendo em vista resguardar e defender o porto de Portsmouth contra ofensivas marítimas, ergueu estrategicamente três fortes na costa Sul de seu território. Batizado de Solent Forts, o conjunto se localiza em um estreito que separa a ilha de Wight da Grã-Bretanha (o nome “Solent” deriva desse estreito). Construídos objetivando abrigar centenas de soldados, armamentos e munições, foram descontinuados após a Segunda Guerra Mundial, sem nunca, de fato, terem sido usados com propósitos bélicos ou para os efeitos originalmente pretendidos. O Solent Forts é uma coleção de três incomuns e históricas fortalezas do mar. Cada local proporciona uma experiência única e distinta, seja em termos de hospedagem, casamentos, eventos ou até uma excursão para conhecer um pouco da história britânica. Remodelados e renovados, tanto na parte interna quanto na externa, só entraram como ponto turístico no cenário mundial por volta de 2012.
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SPITBANK FORT Spitbank Fort, o menor dentre os demais, foi o primeiro a ser finalizado, em 1878, treze anos após o começo das obras, que se iniciaram em 1865. Inaugurouse no serviço hoteleiro apenas em junho de 2012, se especializando em festas particulares, eventos exclusivos e casamentos. Suas instalações incluem
quartos luxuosos, piscina ao ar livre, adega, banheira de hidromassagem, ginásio, sala de jogos, sauna e um imponente farol. Considerado um dos locais mais exclusivos do mundo, dispõe de uma encantadora fogueira na cobertura e um bar específico para amantes de champanhe. 11
5 ESTRELAS
NO MAN’S LAND FORT E HORSE SAND FORT No Man’s Land Fort e Horse Sand Fort concluíram suas obras quase que ao mesmo tempo, em 1880, após enfrentarem grandes problemas devido as ameaças de invasões francesas. Suas intrincadas instalações foram utilizadas, em 1972, como pano de fundo para várias cenas da série Doctor Who durante o arco The Sea Devils, de seis episódios.
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Contudo, a história do hotel, em si, é recente, abrindo suas portas apenas em abril de 2015. Remodelado, todavia, mantendo o estilo vitoriano original, se tornou o destino perfeito para viagens corporativas e grandes eventos. Uma das cenas mais fascinantes é a vista através do telhado de vidro localizado no átrio do No Man’s Land Fort, onde o céu noturno se abre para o magnífico pontilhado de estrelas alvas e reluzentes.
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5 ESTRELAS
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Programado para estrear em agosto de 2016, muito já se fala no Horse Sand Fort, que irá se tornar um dos museus mais impressionantes da história inglesa. Em contraste com seus coirmãos, esse forte conservou seu estado original, mantendo todas as placas de parede, ganchos, portas e escadarias, oferecendo um vislumbre da vida e do dia a dia dos militares. Grandioso e apenas um pouco menor do que o No Man’s Land Fort, conta com mais de noventa câmaras e aposentos, carruagens e carcaças de armas originais, paredes blindadas e portas em arco. Com serviço de luxo, cenas deslumbrantes e hospedagem diferenciada, essas fortalezas o farão esquecer do mundo exterior, bem como da rotina. Ganhador de inúmeros prêmios, a experiência que irá proporcionar será completamente distinta de tudo que já viveu, além de inesquecível.
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IMPERDÍVEL
ABAIXO DE ZERO
Não existe passeio mais surreal e imperdível do que navegar pelas águas da Antártida
IMPERDÍVEL
A beleza indomável da Antártida, que por muitos anos foi restrita a corajosos aventureiros e pesquisadores, é cada vez mais explorada por cruzeiros que levam centenas de passageiros rumo a esse paraíso ecológico e intimidador. Com mais de 14 milhões de quilômetros quadrados de icebergs, vulcões e glaciares que abrigam diversos animais, a paisagem alva do continente branco desperta mais do que a simples curiosidade. Ela mexe com nossos desejos de explorar o desconhecido e ir aonde ninguém mais conseguiu chegar. Essas viagens de turismo rumo ao extremo sul do planeta só podem ser realizadas durante a curta temporada de verão da Antártida, que vai de novembro ao fim de fevereiro. Apenas nessa época os navios conseguem abrir caminho através dos blocos de gelo pela instável passagem de Drake, a rota que leva à Península Antártida. As expedições costumam partir de Ushuaia, na Argentina, ou Punta Arenas, no Chile, e são pelo menos dois dias de viagem até o continente gelado.
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Ao chegar no destino, além do contraste das paisagens com as quais estamos acostumados a ver, outra característica da região e que talvez cause um pouco de estranhamento, à princípio, são os longos dias de verão, que chegam a ter 20 horas de claridade. Esse detalhe, no entanto, acaba sendo um grande aliado dos turistas, que ganham mais tempo para admirar as belezas e singularidades do passeio. 19
IMPERDÍVEL
É no verão, também, o período reprodutivo de diversas espécies. Isso facilita, e muito, a observação de inúmeros leões-marinhos, focas, baleias, pinguins e outras aves. Vale ressaltar que isso não é feito do navio. Para ver de perto essas e outras espécies, os viajantes sobem a bordo de pequenos botes motorizados, os Zodiacs. Em alguns passeios é possível ainda caminhar pelo continente. O desafio, nesse caso, fica por conta de superar uma mistura de neve, rocha, água e ventos muito gelados e cortantes.
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Antes de fechar um pacote de cruzeiro pela Antártida, informe-se se o roteiro inclui as Ilhas Falkland (Malvinas) e Geórgia do Sul no itinerário. Apesar desses lugares não serem imprescindíveis à viagem, a visita vale como preparação para a chegada ao extremo sul do planeta. Se a opção for ir diretamente para o continente mais frio, isolado e seco do mundo, sem problemas, a beleza natural e inexplicável desse lugar quase surreal vai encantar você da mesma forma. A Antártida é um convite a uma aventura imperdível e encantadora, seja qual for a sua idade.
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VIDA EXECUTIVA
DO BEM
Esse aí é o Marcos Leta, fundador da marca de sucos que (muito provavelmente) já fez você sorrir.
Por Maurício C. Gomide 24
- Desce um laranja com gelo! - Manda um açaí com banana! - Abacaxi com hortelã caprichado e pra já! Quem já foi a uma casa de sucos genuinamente carioca conhece o clima cheio de energia desses lugares. Frutas lindas e frescas dispostas no balcão, com tantas opções que chega a ser difícil escolher uma: vai um suco com uma, duas ou três frutas? Com água ou leite? Suco de clorofila? Também tem. Até antigripal dá para pedir. Não é à toa que esse é um dos grandes prazeres dos cariocas, sem abrir concorrência com o gosto de ir à praia, é claro. Frequentar casas de sucos e sanduíches naturais é um hábito que alia muitas vantagens: você se alimenta ou bebe algo saudável, dedica um tempo ao descanso, conversa com os amigos e vive momentos agradáveis em um ambiente que transborda positividade e repele o estresse do mundo corporativo. Foi exatamente em um pitstop desses que Marcos Leta teve a ideia improvável de colocar tudo isso, todo esse universo das casas de sucos do Rio de Janeiro, em uma caixinha. A comunicação despojada e alegre da Do Bem foi inspirada na descontração das casas de sucos, mas possui em seu DNA uma característica totalmente singular: a simplicidade. “Simplificar a vida das pessoas” é o que está por trás de todo o sucesso de uma das marcas mais simpáticas do mercado. A qualquer um que queira saber como é encarar os negócios com simplicidade, a leitura a seguir é imprescindível. Conheça a vida executiva (e simples) de Marcos Leta.
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VIDA EXECUTIVA
Flyers - Qual é o resumo da sua carreira até aqui? Marcos Leta - Vou começar do começo (risos). Sou carioca e fiz administração de empresas na Ibmec, aqui no Rio de Janeiro, que era uma faculdade muito focada em economia. Acabei indo para o mercado financeiro durante a faculdade e logo que terminei os estudos trabalhei em uma corretora de investimentos. Meu último emprego no mercado financeiro foi no Banco Votorantim, onde fiquei por algum tempo até sair para montar a Do Bem. Minha carreira é: fiz administração de empresas, fui para o mercado financeiro e veio isso aqui (sorri mostrando a sede da empresa).
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F - Parece simples quando você fala “sair para montar a Do Bem”, mas o caminho é um pouco mais complicado, não? Como foi o início de tudo? M.L - O processo todo demorou dois anos. A ideia começou em 2007, mas lançamos o primeiro suco de caixinha em 2009. Quando eu ainda estava no meu emprego antigo, sempre ia para uma casa de sucos no Leblon que eu adorava. No Rio de Janeiro existe essa cultura um pouco diferente de outras regiões, que é parar em casas de sucos para comer e beber produtos naturais. Foi numa dessas idas que comecei a pensar: por que não colocar esse suco de laranja que estou bebendo dentro de uma caixinha e simplificar a minha vida e a de outras pessoas?
Era 2007, o Facebook estava começando a explodir e tinham várias matérias falando sobre como as pessoas estavam se comunicando de forma diferente. Foi aí que comecei a me questionar: a forma como a gente se comunica está avançando, a medicina está avançando, novas tecnologias estão surgindo, mas continuamos com bebidas e fórmulas antiquadas onde, se você olhar friamente, a tecnologia não conseguiu evoluir. Costumo dizer que a minha primeira consultora foi o Google. Comecei a pesquisar sobre tecnologia de envaze, como eu conseguiria colocar o suco sem nenhum tipo de aditivo químico dentro da caixinha. Fiquei três meses fora também para estudar tecnologias de envaze. Até que, em 2009, lançamos em alguns pontos de vendas, como cafeterias e minimercados do Rio, o primeiro suco de laranja integral de caixinha do Brasil.
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VIDAVITALIDADE EXECUTIVA F - E qual foi o investimento inicial disso tudo? Você teve parceiros? M.L - Essa parte de investimento e números a gente não fala, mas a Do Bem começou com a venda do meu carro e de um apartamento que meu avô deixou de herança para mim. Foi o início da marca. Com relação à outra pergunta, não existe sócio, fundo, investidor, nada disso. Todo o nosso crescimento vem do lucro da empresa e de reinvestimentos. É um crescimento orgânico, como gostamos de chamar, mas que nos obriga a ter uma agressividade positiva no sentido de desenvolver novos produtos e aumentar os canais de vendas e distribuição. F - Sem contar a embalagem, qual é a grande diferença da Do Bem em relação aos concorrentes? M.L - Quando você fala em concorrente, é preciso entender que o Ministério da Agricultura divide o mercado em quatro categorias: 1- sucos integrais, que é onde a Do Bem está e oferece 100% de fruta; 2- sucos tropicais, que é 50% de fruta e 50% de água; 3- néctares, que é 30% de fruta e 70% de água; 4refrescos, que possuem até 10% de fruta e o restante de água. Podemos dizer que a Do Bem está no topo dessa pirâmide, oferecendo sucos integrais, feitos com 100% de fruta e sem adição de água, açúcar e nenhum tipo de aditivo químico. A gente oferece 100% de fruta, enquanto o maior mercado, de néctar, tem, em média, 30% de fruta e 70% de água. Essa é a diferença. F - Como é possível fazer um suco sem conservantes? M.L - O que estraga uma fruta ou qualquer alimento? O contato com o oxigênio, além de contaminações porque a faca que você usou para cortar a fruta provavelmente não estava totalmente esterilizada. O trabalho da Do Bem foi conseguir processar e envazar uma fruta sem deixar com que ela entrasse
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em contato com o oxigênio ou fosse contaminada nesse caminho. Essa tecnologia chama-se envaze asséptico. Com ela, o suco não estraga mesmo sem o uso de aditivos químicos. As nossas embalagens são até mais chupadas, por causa do vácuo. Quando você abre, entra oxigênio e aí você tem de dois a três dias para beber. F - Levando em conta a embalagem, como você explicaria a estratégia de comunicação bem-humorada de vocês? M.L - A gente nunca teve departamento de marketing para isso. Lembro que eu costumava fazer alguns testes. Ligava para indústrias, empresas de telefonia, e sempre recebia respostas automáticas. Ou quando eu mandava e-mail, os fornecedores demoravam de 7 a 10 dias para responder. Então decidi que eu não iria apenas simplificar a vida das pessoas oferecendo um suco. Eu teria também uma relação mais próxima com os consumidores. A partir do momento que eles entrassem em contato com a gente, faríamos o máximo para dar a resposta o mais rápido possível. Quando eu comecei a analisar rótulos e embalagens em supermercados, vi que tudo era muito padrão, com 0800, SAC e etc. Eu não queria nada daquilo. Foi aí que começamos a trazer para nossa comunicação o espírito das casas de suco que eu frequentava, aquele espírito do carioca informal, que é muito cultural do Rio. F - Média de 15 mil pontos de vendas, sucos comercializados em 18 estados brasileiros, além de estar presente em estabelecimentos comerciais na Colômbia, Paraguai, Espanha e França. Você esperava esse sucesso? M.L - Esse crescimento mais acelerado, que pode ser considerado um sucesso, sempre esteve atrelado a um foco e um
posicionamento muito bem definido desde o início. A gente sempre acordou, e acorda todos os dias, com os planos bem definidos, o que vamos fazer, quais clientes vamos visitar e por aí vai. Além disso, sempre estudamos muito o mercado e os consumidores. Foi assim que conseguimos chegar em tantos pontos de vendas. Mas acho também que tivemos um pouco de sorte. Enquanto estávamos procurando o nosso espaço no mercado, os varejistas estavam procurando bebidas naturais e produtos mais saudáveis. Ou seja, a Do Bem estava pronta para oferecer isso aos consumidores naquele momento. Com relação às vendas fora do Brasil, a gente ainda é muito novo nisso. No entanto, essa pequena experiência já nos mostra que a marca tem um grande potencial lá fora. Em 2014, foi feita uma pesquisa dentro do Grupo Cassino e, dentre 10 marcas, a Do Bem foi escolhida para ser a fornecedora de sucos do Grupo para a França. Desde então, estamos em 303 lojas no país, se não me engano. E por causa do sucesso que tivemos, acabamos indo também para o Paraguai, Colômbia e agora estamos fazendo alguns testes na Espanha e em Portugal, entendendo como é que os consumidores de lá aceitam a nossa marca. F - Que tipo de adversidades você teve que enfrentar por conta das inovações propostas pela Do Bem? M.L - É engraçado. No início, a maior adversidade foi que o mercado ainda não estava preparado para receber ou entender o que era aquele conceito. Sempre que existe algo novo, no começo as pessoas demandam mais explicações. Então a grande adversidade era essa, ter tempo para explicar o nosso conceito, os diferenciais dos nossos sucos, quais tecnologias a gente usava para colocar a fruta dentro da caixinha e por aí vai.
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VIDA EXECUTIVA
F - Fale um pouco sobre as barrinhas de cereais da Do Bem. M.L - Na verdade não é barra de cereal. É importante frisar isso. Estamos no mercado de barra de nuts com fruta, que é um pouco diferente. Mas a ideia das barras surgiu do contato que temos com os nossos consumidores. Sempre que a gente ia lançar um produto, uma bebida nova, fazíamos um teaser e tal, sem mostrar o que era. Enquanto isso, recebíamos mensagens dos
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consumidores dizendo: “Será uma barra de cereal! Será um snack saudável!”, e era um suco (risos). Com isso, a gente começou a observar que tinha uma galera querendo um outro tipo de produto. Isso foi em 2013. Quando começamos a estudar alimentos simples, saudáveis e nutritivos, o pensamento foi facilitar e ter praticidade em primeiro lugar. A partir daí, a gente desenvolveu as barras de nuts com cereais e com frutas de verdade. Não queríamos
ter o aroma de banana. Queríamos ter a banana passa, na quantidade certa, para manter você mais nutrido, com o carboidrato certo, com a proteína certa, com tudo ali certinho, como deve ser. Enquanto a média do mercado é de 18g a 22g, a nossa barra tem 30g, porque é a quantidade certa para você se alimentar entre as refeições.
M.L - Em ambientes assim, você tem que ser criativo e ter um relacionamento e uma proximidade maior com os seus clientes e/ou fornecedores para encontrar as melhores alternativas. Além disso, é preciso manter o foco e, obviamente, acreditar e confiar na tua ideia, no teu sonho e na tua empresa.
F - Tendo em vista o período econômico instável, qual mensagem você deixa para os leitores da Flyers?
F - Para finalizar, quantos anos você tem? M.L - 33 anos.
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VIAJAR É CULTURA
SRI L ANKA
A ilha resplandecente Colombo. O nome é português, mas o destino é asiático. Situado no Oceano Índico, a capital do Sri Lanka, bem como suas outras cidades, têm forte influência portuguesa, ainda que apresente, também, indícios culturais ingleses e holandeses. Por Danniel Teller com colaboração de Tiago Caramuru
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VIAJAR É CULTURA
De um lado, feiras de rua, casas simples, entornos envelhecidos, antigas construções no melhor estilo colonial inglês e um povo acolhedor. Do outro, grandes palácios, festividades encantadoras, monumentos e templos vistosos. O contraste indica que a questão religiosa possui grande valor e relevância para os cingaleses. Andando pelas ruas o que se vê é uma miscelânea de bicicletas, tratores, elefantes, monges e até o famoso tuk-tuk – meio de transporte característico da Ásia, composto por um triciclo com cabine, movido à motor, pedal ou tração humana – transitando de forma caótica. A gastronomia é uma arte à parte. Os pratos, em sua maioria vegetarianos, são normalmente bem apimentados e ardidos, sempre fumegantes, muito temperados e extremamente frescos. Os pratos mais famosos são o arroz misturado com diferentes tipos de curry e o roti, uma massa frita, parecida com rolinho primavera, recheada com vegetais dos tipos mais variados.
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A religião é o traço mais marcante do pacífico povo. Budismo e hinduísmo são as crenças mais difundidas, com grande rivalidade entre ambas. É fácil encontrar monumentos, estátuas e imensos templos em homenagem à ambas práticas, isso sem contar os festivais que se estendem por dias. Muitos dos templos ainda são utilizados por monges, seja como forma de moradia ou para a realização de rituais e rezas. Os locais mais visitados e, com aspectos únicos, são também patrimônios mundiais da Unesco.
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VIAJAR É CULTURA
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TEMPLOS SAGRADOS Acredita-se que o único resto mortal de Buda, um dente, reside na cidade sagrada de Kandy, mais especificamente conservado no Templo do Dente. Utilizado como palácio real quando a cidade era um reino independente, atualmente abriga multidões de peregrinos em busca de bênção diante da caixinha que protege o místico objeto. Com entrada grátis e disponível para visitação, a viagem de trem, a partir da capital, é imperdível. É possível conhecer vagões charmosos - antigas embarcações inglesas dos anos 20/30 com assentos de madeira e barulhentos ventiladores de teto -, bancos estofados conservados e mobílias do início do século. Outro sítio arqueológico peculiar e também um dos mais visitados desse país é o Templo Dourado, construído nas cavernas da cidade de Dambulla. Cinco grutas com templos budistas, inúmeros murais que retratam a vida e os costumes de Buda e uma imensa coleção com mais de cento e cinquenta estátuas de Buda e deuses hindus em diferentes poses e expressões adornam o local. O caminho só pode ser percorrido descalço, em um chão de terra batida e inclinada, com uma longa escadaria até atingir o pico da montanha.
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VIAJAR É CULTURA
CIDADE ANTIGA DE SIGIRIYA, construída sobre um rochedo Construída em forma de leão – a entrada se dava pela boca do animal, embora agora só reste as imponentes patas –, acima de um rochedo de granito, se ergue os resquícios de um reino auto suficiente, com mais de 2.000 anos. Para alcançar o topo é necessário atravessar uma longa escadaria que, sem paradas para vislumbrar e admirar a magnífica paisagem, leva em torno de trinta minutos. O Sri Lanka oferece uma infinidade de outros passeios e destinos, que o torna um excelente lugar para se visitar e aproveitar para conhecer uma cultura tão diferente da ocidental.
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VERDE E AMARELO
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N A R -S P O AMIGO OCULTO DAS OLIMPÍADAS DO RIO Por Maurício C. Gomide
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VERDE E AMARELO
REFERÊNCIA MUNDIAL NA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO CIENTÍFICO NO ESPORTE, PROJETO DE INICIATIVA PRIVADA É UM DOS MAIORES ALIADOS DOS ATLETAS BRASILEIROS.
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A prova dos 100 metros rasos das Olimpíadas é definitivamente uma das maiores atrações dos jogos. São 10 segundos - para o velocista Usain Bolt, menos - de pura emoção, em uma corrida cujo os mínimos detalhes podem fazer a diferença entre a glória e o fracasso, separados, muitas vezes, por centésimos de segundo. Mas como um atleta, correndo no limite, pode diminuir seu tempo? Como seria possível fazer com que alguém que sempre correu 100 metros em 10’50’’ diminuísse seu tempo para 10’16’’, índice de classificação para as Olimpíadas do Rio? É exatamente aí que entra o trabalho desenvolvido no NAR-SPNúcleo de Alto Rendimento Esportivo de São Paulo. Por mês, o NAR-SP recebe cerca de 2 mil atletas em mais de 80 modalidades. Irineu Loturco, Diretor Técnico e idealizador do Núcleo, explica que o trabalho desenvolvido
com eles é 100% em conjunto com os treinadores e visa a melhoria de desempenho nos treinamentos. “Basicamente nós trabalhamos dentro do sistema de treinamento do atleta fazendo medidas. Através dessas medidas nós interferimos no processo de treinamento, de maneira que a gente consiga potencializar os resultados.” No dia em que visitamos o Núcleo de Alto Rendimento a equipe estava realizando testes com a seleção olímpica de boxe. Primeiro, os atletas fizeram um exercício que consistia em pular sobre um aparelho. Depois, outros dois testes de força onde tinham que arremessar uma carga para cima. Tudo, é claro, registrado e acompanhado por alta tecnologia. É daí que saem as tais medidas apontadas pelo Irineu e que darão aos treinadores números exatos para a melhoria dos treinos.
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VERDE VITALIDADE E AMARELO
Nicholas Malcolm Smith, da seleção brasileira de rúgbi, exemplifica como o NAR-SP funciona na prática. “Aqui ganhamos um treino específico, feito de acordo com as medidas tiradas, e que leva em consideração a massa, velocidade e especificidades de cada atleta. Sabemos
exatamente qual é o peso, a carga e o número de repetições ideais para termos o melhor rendimento possível. Esse treino é 100% perfeito. Com isso, além de aumentar o nosso desempenho, o trabalho do NAR-SP ainda previne lesões e fadiga muscular.”
TUDO PELO ESPORTE E APENAS PELO ESPORTE 44
Financiado pelo Instituto Península, da família Diniz, o NAR-SP custou R$ 20 milhões para ser construído em um terreno cedido pela Prefeitura de São Paulo e seu custo anual gira em torno de R$ 4 milhões. “A gente tem uma estrutura enxuta, até porque somos uma entidade sem fins lucrativos. Mas se você for pensar que tudo isso, ou quase tudo, é mantido por um instituto sem fins lucrativos de uma única família, acaba sendo um investimento muito importante”, enfatiza Irineu. Para usar a infraestrutura e informações técnicas fornecidas pelo NAR-SP, equipes e treinadores
não precisam pagar absolutamente nada. Daí surge a pergunta: e o que o Núcleo ganha com isso? De acordo com Irineu, ganha números e embasamento para o desenvolvimento de pesquisas. “Nossa meta é ser uma referência mundial na produção de conhecimento científico no esporte de alto rendimento. No mundo inteiro, não existe nada como o NAR-SP. Em qualquer lugar que você vá, centro de treinamento é um local onde os atletas vão para treinar e universidade é um local onde se produz conhecimento. Nós somos um centro de treinamento que produz conhecimento, um modelo único.”
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VERDE E AMARELO
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Irineu Loturco
Na página do NAR-SP na internet, o que não faltam são artigos científicos e pesquisas inéditas desenvolvidas a partir dos números colhidos nos treinamentos dos atletas. São dados, constatações, estudos e análises que visam o desenvolvimento do esporte como um todo. “Hoje, nós já somos o centro de investigação científica esportiva com o maior número de publicações científicas no mundo”, afirma Irineu. Como conhecimento deve ser compartilhado, o Núcleo possui ainda um curso de pós-graduação para treinadores. “Nosso foco de atenção total é o treinador. Nós acreditamos que, com a especialização deles, temos condição de mudar o esporte para melhor. Dessa forma, o curso serve para multiplicar o alcance do trabalho desenvolvido pelo NAR-SP”, finaliza o Diretor Técnico e idealizador do Núcleo, Irineu Loturco. Três, dois, um... foi dada a largada para as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Boa sorte para nós. Fotos: Assessoria de Imprensa - NAR-SP e A. Araújo 47
CONECTADO
ÓCULOS DE REALIDADE VIRTUAL PARA SMARTPHONES Com apenas 1 ano de vida, a startup brasileira Beenoculus agitou o mercado de realidade imersiva ao apresentar seu pioneiro óculos virtual. Sua simplicidade de utilização e preço bastante acessível, além da tecnologia inovadora, lhe renderam diversos prêmios importantes pelo país em 2015.
Valor sugerido: R$ 159,00 www.beenoculus.com
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Acoplando o smartphone no adaptador, que se insere na tampa de realidade aumentada, a sensação é a de ser tele transportado para uma realidade alternativa em 360º, seja vivenciando, em tempo real, um passeio em uma montanha russa, uma partida de futebol à beira do gramado ou até conhecer e descobrir inúmeras cidades e suas atrações. A experiência da realidade virtual nunca foi tão instrutiva e divertida.
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MATÉRIA DE CAPA
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FRANK BELZER Um especialista em vendas
Prepare-se para uma imersão no universo por trás dos parques, hotéis e atrações de uma das maiores empresas de entretenimento do mundo, o Universal Orlando Resort. Quem já foi para o Universal, em Orlando, vai querer voltar imediatamente e, aqueles que nunca foram, pensarão duas vezes antes de fechar o próximo destino das férias. O motivo? Você conhecerá a fundo um trabalho desenvolvido para flertar com os nossos
sonhos e fantasias. “Tudo que fazemos nasce da ideia de levar nossos convidados a um outro lugar. No Diagon Alley do The Wizarding World of Harry Potter, você beberá os mesmos drinks que estão nas histórias. Você terá a sensação de estar na Polinésia quando se hospedar no Loews Royal Pacific Resort. No Sapphire Falls Hotel você se sentirá no Caribe e no Hard Rock será um rock star. É esse tipo de experiência imersiva que gostamos de criar”, instiga Frank Belzer. Por Maurício C. Gomide
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Universal elements and all related indicia TM & Š 2016 Universal Studios. All rights reserved.
MATÉRIA DE CAPA
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Sendo fiel ao cartão de visita, Frank é Senior Vice President of Sales do Universal Orlando . Alto, imponente e com uma simpatia incomum a quem ocupa um cargo de tamanha relevância, sobre ele recaem todas as demandas de vendas dos parques, hotéis e atrações. Isso significa lidar, por exemplo, com as suas expectativas. “Na área de vendas, temos provavelmente mais interação com os clientes do que qualquer outro departamento. Quem trabalha com vendas precisa ser um intermediário para a resolução de diversos assuntos. Portanto, na maior parte do tempo, concentramos os esforços em treinar nossa equipe para esse tipo de situação.” Faz todo o sentido, principalmente quando o assunto em questão é a Universal. Parques, hotéis, restaurantes, shows, tudo foi elaborado milimetricamente para dar aos convidados experiências, no mínimo, inesquecíveis. As atrações, produtos e serviços oferecidos cumprem o papel de entreter, enquanto a equipe de vendas trabalha para que tudo aconteça conforme o planejado. Por isso, a proximidade com a “terceira parte”, como Frank chama, é fundamental. “Grande parte do nosso trabalho é gerenciar o relacionamento com os nossos parceiros, como a própria Flytour, por exemplo, ou com companhias aéreas.”
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MATÉRIA DE CAPA
São tantas empresas envolvidas nos mais diversos processos que a equipe, com cerca de 800 pessoas que se reportam a Frank, participa de treinamentos constantes. “Vendemos para a pessoa que está no hotel, para o CEO que está organizando um evento corporativo, para agências de viagens, adolescentes que viajarão em grupo. Enfim, públicos totalmente diferentes. Investir em treinamentos faz parte de um processo que desenvolvemos para que todos fossem capazes de lidar com essas diversas demandas.” Chama a atenção a frequência com que os treinamentos ocorrem. Nada de encontros anuais ou semestrais. A cada seis semanas há uma capacitação em grupo. E nesse meio tempo, os colaboradores também recebem ligações estratégicas, que funcionam como um coaching por telefone e duram 15 minutos. “Nessa ligação, a conversa aborda tudo que aconteceu durante a semana e dá diretrizes, encaminhamentos.” Trata-se de uma visão atual a respeito de algo que sofreu mudanças bruscas. Se voltarmos 20, 30 anos no tempo, todo o processo de compra e venda era diferente. “Nós assistíamos mais televisão e comerciais. Não tínhamos celulares ou internet. Dependíamos da figura do vendedor para nos providenciar todas as informações que não poderíamos ter por conta própria. O vendedor era um expert daquilo que vendia. Mas isso mudou.”
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MATÉRIA DE CAPA
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“Hoje, se você quiser comprar um carro, você vai na internet e aprende tudo sobre ele, conhece suas funções, vê o que as pessoas estão dizendo e conversa com outros consumidores que compraram exatamente o mesmo carro que você quer. O negócio é muito diferente dos velhos tempos. Como vendedor eu não preciso mais ser um expert do produto. Eu preciso construir um relacionamento baseado na confiança, vender o meu valor. Você realmente precisa ser bom em mostrar as razões pelas quais as pessoas precisam
comprar de você. Isso é muito mais difícil do que ser um expert do produto.” Frank tem uma metáfora que ilustra muito bem essa mudança no relacionamento entre empresas e consumidores. “Como estabelecer confiança? Eu costumo dizer que, no velhos tempos, era como jazz, você tinha a chance de aquecer. Mas hoje é rock’n roll, você precisa ser enérgico e acertar o seu consumidor em cheio.” Para atingir esse objetivo, ter uma equipe treinada e qualificada é fundamental.
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MATÉRIA DE CAPA
CALL CENTER já incomodou você? Que atire a primeira pedra aquele que nunca se incomodou com uma ligação de call center. Os assuntos são sempre os mesmos, os discursos praticamente idênticos e existe uma limitação exacerbada para conseguir qualquer tipo de informação. Mudou de assunto, é transferido e ponto. São minutos ouvindo a mesma música até ser atendido novamente e transferido
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de novo, porque resolveu tratar de uma nova questão. Se a sua empresa tem call center, “salve todas as conversas dos próximos dois meses e depois ouça todas elas. Você escutará as mesmas coisas várias vezes, de diferentes pessoas, vendendo diferentes produtos e soando exatamente iguais”.
A questão levantada por Frank é a seguinte: o que está sendo oferecido é novo? É diferente? O assunto em questão realmente importa para o seu consumidor? “Como minha mãe costumava me dizer, se você não tem nada para falar, não diga nada. Se você não tem nada de valioso para dizer ao seu cliente, não ligue para ele. Antes, encontre algo interessante e que valha a pena compartilhar.”
É simples. “Siga seus clientes no LinkedIn, no Twitter, nas mídias sociais e você saberá o que eles estão fazendo. Então poderá ligar para eles e dizer: eu vi a sua última atualização no LinkedIn, um ótimo artigo, eu realmente gostei e comecei a pensar que posso te ajudar com essa questão, se você quiser conversar sobre isso. Assim, eu mostro interesse na companhia dele, não na minha, e ofereço algo realmente útil, interessante e que vai ajudar de alguma forma.”
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MATÉRIA DE CAPA
EM TEMPOS DE CRISE
É difícil fugir desse assunto, principalmente quando estamos diante de alguém que passou pela grande crise imobiliária nos Estados Unidos, em 2008. “Nessa época nós estávamos gastando dinheiro, desenvolvendo o The Wizarding World of Harry Potter Hogsmeade. Era a hora certa de fazer aquilo? Chega a soar como maluquice. A economia estava no toilet. Ainda assim, em 2010 o investimento valeu muito a pena.” De acordo com Frank, a pior parte durante uma crise é dar continuidade aos negócios e ao planejamento feito anteriormente. Com o mercado tão volátil na América Latina, não dá para se pautar exclusivamente pela situação atual. “O mercado é assim, tem melhoras e pioras. Se você for reagir a isso todos os dias, irá enlouquecer. Continue no curso. Claro que é importante também salvar algum dinheiro, mas primeiramente vem a posição de manter-se firme às estratégias.”
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Hoje ele até brinca com o caos econômico vivido em 2008. “Sou ‘agradecido’ pelo fato de, durante a crise, nós não termos mudado as nossas estratégias. Acho que muitas empresas podem fazer o mesmo. Se você tinha uma boa estratégia há três anos, provavelmente ela continua sendo uma boa estratégia hoje. Não deixe os tempos difíceis influenciarem nos planos e no modo de agir da sua companhia.” Isso tem tudo a ver com liderança. Nos períodos de instabilidade, existem etapas básicas a serem cumpridas: manter o foco de toda a equipe, não desanimar e, principalmente, encarar que nem tudo será agradável. “Em momentos de budget limitado, às vezes é necessário tomar decisões difíceis. Seja forte e encare essa dura realidade”, aconselha Frank, sem citar diretamente que, dependendo da situação, é natural que demissões aconteçam.
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MATÉRIA VITALIDADE DE CAPA
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E há ainda outro aspecto da liderança que merece destaque. O respeito. Sem ele nenhum líder dá muitos passos antes de tropeçar na própria perna. Existem diferentes formas de conquistá-lo. A que o executivo da Universal escolheu foi através do reconhecimento de sua equipe. “Eu tenho o costume de enviar cartões de agradecimento. Mando uns dois ou três cartões por semana para pessoas da companhia, escritos a mão. São pessoas, que na minha opinião, fizeram alguma coisa muito bem”, finaliza o Senior Vice President of Sales, Frank Belzer. Esse é um pedaço da Universal, um universo que vai além da imaginação. Haja páginas para falar de tudo e todas as vertentes de negócio desta mega empresa de entretenimento. Limitamos o assunto às vendas porque, para abrir um leque que abordasse logística, equipe técnica, administrativo, jurídico, recursos humanos e tantos outros canais da empresa um livro se faria necessário, talvez um filme. A quem tiver a oportunidade, agora ou depois, boa viagem. O Universal Orlando Resort estará sempre pronto para receber você com muitas novidades, é o que garante Frank.
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PALADAR
UM BRINDE ÀS C E RV E JA R I AS A RT ESA N A I S
Por Maurício C. Gomide
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NUNCA BEBEU-SE TÃO BEM NO BRASIL E A TENDÊNCIA É MELHORAR AINDA MAIS. Quando o assunto é a tão querida gelada de todas as ocasiões, fica difícil tirar da cabeça a brilhante frase do jornalista Ronaldo Lemos. Em matéria da revista Trip de janeiro deste ano, disse ele a respeito do mercado cervejeiro no país até o fim do século XX: “O gosto das cervejas brasileiras era tão variado quanto os tipos de vegetação em um campo de futebol.” Sublime. Afinal, se hoje temos diversidade e produtos de altíssima qualidade, até pouco tempo atrás as opções nos faziam, no máximo, trocar seis por meia dúzia. Foi nos últimos 10 anos que o mercado começou a mudar para melhor. Surgiram rótulos, sabores e variedades para todos os gostos. Essa verdadeira revolução teve dois motivos principais. O primeiro é o acesso as informações. Há 10, 12 anos, era difícil encontrar literatura a respeito da produção de cerveja. Hoje, em questão de segundos, é possível encontrar na internet milhares de páginas sobre o assunto. O segundo motivo é econômico, como explica o empresário Lucas Berggren: “Com a valorização das moedas estrangeiras, a cerveja importada
não consegue chegar aqui hoje por menos de R$ 20,00. Isso beneficia o produtor nacional, porque nós pegamos uma fatia desse mercado.” Lucas abriu sua microcervejaria, a Berggren, no fim do ano passado. Com produção de 120 mil litros por mês, ele diz que nem os altos impostos têm segurado o ímpeto dos pequenos produtores. “A cerveja importada entra no país com imposto de 35%, enquanto a nacional paga 57%. Mesmo assim, a cerveja importada ainda fica mais cara do que as que são produzidas aqui.” Com isso, ganha o consumidor, que está bebendo melhor e adquirindo produtos com preços cada vez mais acessíveis. Um território propício ao crescimento e que tem difundido em ritmo acelerado a produção de cerveja em pequena escala. “Hoje temos boas microcervejarias no mercado, fazendo produtos especiais, artesanais e gourmets. São ótimas cervejas, que alimentam uma concorrência saudável e fazem o mercado continuar em expansão”, analisa Lucas Berggren.
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PALADAR
FAÇA VOCÊ MESMO A procura de pessoas interessadas em fazer cursos para produzir suas próprias cervejas em casa também deu um salto nos últimos anos. Julia Reis, sócia-proprietária da Sinnatrah Cervejaria Escola, em São Paulo, confirma esse movimento inédito no Brasil. “No começo do Sinnatrah, há 6 anos, fazer cerveja em casa não era um hobby tão difundido, então a gente tinha apenas um curso por mês. Era o curso de janeiro, o curso de fevereiro. Hoje a gente tem pelo menos 3 turmas por mês. Triplicou.”
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É compreensível esse aumento tão significativo. Não bastasse os rótulos inéditos que pipocam nas prateleiras, há um movimento de desmistificação da produção artesanal de cerveja. “Dá para reproduzir em casa tudo o que há em uma cervejaria, usando fogão comum e geladeira convencional. Ou seja, os eletrodomésticos envolvidos todo mundo já tem. Já as ferramentas extras e utensílios, como panela, fermentador, colher, termômetro, essas coisas básicas, custam a partir de R$ 600,00”, conta Julia. Malte, lúpulo, levedura? O curso para iniciantes do Sinnatrah aborda cada um desses ingredientes e funciona “como um
encurtador de caminho para quem quer aprender a fazer cerveja. É um curso que ajuda as pessoas a entenderem mais sobre a bebida, mostra os insumos, os processos e o que é mito e o que não é quando o assunto é boa cerveja”. O fato é que, seja pelas microcervejarias, cursos ou até clubes de assinatura de cervejas, temos cada vez mais acesso a produtos melhores, com preços justos e que são verdadeiros fermentos desse mercado em plena expansão. Parodiando a frase do jornalista Ronaldo Lemos, eu diria que, hoje, o gosto das cervejas brasileiras é tão variado quanto os tipos de vegetação da mata Atlântica. E isso merece um brinde. Ou talvez vários...
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CRÔNICA DE UM VIAJANTE
O (MEU) MUNDO À PARTE DO HAWAII THE ALOHA STATE
Pelo viajante Danniel Teller
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Foto: Pushkr. via Visualhunt.com
CRテ年ICA DE UM VIAJANTE
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O estado havaiano se localiza em um arquipélago no meio do Oceano Pacífico, que se estende por 2.450km e abrange 132 ilhas. Entretanto, apenas as sete maiores, situadas ao sudoeste, são habitáveis. O’ahu, Island of Hawai’i (mais conhecida como Big Island), Maui, Moloka’i, Lanai, Ni’ihau, Kauai. Com a menor taxa de desemprego do país – menos que 4% – e um dos melhores sistemas de transporte público de toda a América, a capital (incorporada à ilha de O’ahu), Honolulu, dispõe de um clima tropical o ano inteiro e forte presença turística, tendo em vista que é a principal fonte de renda do Hawaii. Ao pisar fora do avião, garotas vestidas com saias de palha e tops floridos te brindam com o característico e peculiar ritual: com sorrisos afáveis e abraços calorosos, enlaçam em seu pescoço um perfumoso colar de flores – conhecido como “lei” – e carinhosamente lhe dão um beijo no rosto. Por último, proferem o tradicional “Aloha” como forma de saudação e boa estadia. Essa tradição é apenas a entrada para um país à parte, praticamente desconexo dos EUA. O aeroporto dá mostras que a cultura é profundamente enraizada e altamente cultuada. Descendo as escadarias de granito através do saguão principal, um mural com os dizeres ALOHA
– WELCOME TO HAWAII, ornada com flores, te acolhe assim como um nativo. A partir dessa recepção, a terra natal do atual presidente americano, Barack Obama, se abre diante de seus olhos como o sol nascente no horizonte. A praia mais famosa do Hawaii reside, sem dúvidas, em Honolulu – a cidade com mais atrativos, tanto para os visitantes como para os nativos – e atende pelo nome de Waikiki Beach. Ao lado de uma simpática e rústica delegacia de polícia, a areia invade a calçada, apresentando seu cartão de boas-vindas. A entrada te saúda com um relógio ostensivo de épocas passadas e um memorial, o The Stones of Life, que consiste em quatro grandes rochas místicas. Os nativos acreditam que elas são capazes de realizar os sonhos mais profundos à quem fizer um pedido. Caminhando pela Kalakaua Ave., paralela à praia, é possível identificar no chão algumas palavras e expressões escritas em havaiano – eles possuem um dialeto próprio – e, abaixo, suas respectivas traduções em inglês, além de se deparar com uma mini cachoeira, uma corpulenta e colossal árvore centenária e inúmeras estátuas de figuras importantes do cenário havaiano, sendo a mais famosa do lendário surfista Duke Kahanamoku.
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CRÔNICA DE UM VIAJANTE
Atrações O que não falta são passeios e lugares para conhecer. A começar por dois museus com um grandioso acervo. O primeiro, US Army Museum, expõe o armamento norte americano utilizado em guerras. O segundo, Bishop Museum, é o maior e conta o passado das ilhas, bem como a vida e as rotinas de todos seus governantes. A beleza natural também se faz presente e desfila todo seu charme através da Hanauma Bay, uma reserva natural marítima, onde é possível mergulhar e praticar snorkel, encontrando peixes, tartarugas e até golfinhos. Outra mostra da natureza é o majestoso Diamond Head Crater que, como o próprio nome já diz, é uma cratera de um vulcão extinto, utilizado para caminhada – a cena, vista do pico, é aprazível. Como não poderia deixar de fora, a base naval norte americana, Pearl Harbor, desperta sentimentos dúbios, com o contraste entre a beleza dos memoriais e murais e os destroços do passado encravados na história.
Entretanto, o que mais chama a atenção nesse trajeto, além das casas rústicas, do simpático povo interiorano e das fazendas utilizadas como cenário para o seriado americano Hawaii Five-O, é a Dole Plantation, uma imensa plantação de abacaxi. Mais do que isso, ali se localiza um parque temático, onde é possível pegar um bondinho e visitar toda a extensão do parque e seus trabalhadores na lavoura. Os ambientes, em sua maioria, são pintados de amarelo, assim como todas as comidas são feitas de abacaxi, seja salgado ou doce, e os funcionários vestemse com algo que remete a essa fruta.
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Foto: Alexander Rabb via Visual Hunt
Para quem gosta de dirigir, uma ótima opção, além de divertida e prática, é alugar um carro e percorrer toda a costa da ilha, de uma ponta a outra. Corredores arbóreos cerceando as estradas, lanchonetes à beira da rodovia, feiras vendendo frutas frescas, plantações de milho, praias com areia fofa e branca como a neve e mar cristalino com temperatura agradável fazem parte desse revigorante passeio.
Pearl Harbor
Hanauma Bay
Estรกtuas Tiki`s
Honolulu
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foto: dronepicr
CRÔNICA DE UM VIAJANTE
Pode até parecer estranho falar de hotéis como forma de turismo, mas em todos há um atrativo que os diferem das hospedagens comuns em outras partes do mundo. A maioria conta com inúmeros restaurantes beira-mar, bares chamativos e lojinhas de souvenir, como a popular ABC Store. Os mais famosos são o Moana Hotel, que se assemelha a uma mansão dos antigos filmes de gângster e o Royal Hawaiian Hotel, com sua fachada inteiramente rosa. Os famosos Tikis, personificações dos deuses polinésios talhados em pedra ou na 76
madeira, estão espalhados por esses hotéis e sua procura é quase como uma caça ao tesouro, uma aventura em busca da bênção dos soberanos que detêm o poder da fertilidade, sabedoria, força e bravura. Sem dúvidas, foi o lugar mais exótico e incrível que conheci. Não só penso em voltar, mas planejo morar lá. O clima, as praias, a culinária (basicamente americana) e o povo me deixaram com uma impressão de que, se ali não é o paraíso, se aproxima bastante. Mahalo!
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LAR DOCE LAR
PAISAGISMO A difícil missão de construir (e desconstruir) um cenário “natural”
Por Maurício C. Gomide 78
O que é paisagismo? Por mais retórica que seja essa pergunta, vale a reflexão. Afinal, quando olhamos pela janela, enxergamos inúmeros elementos que formam uma equação indecifrável e que nos dizem instintivamente se aquilo que vemos é belo ou não. O que exatamente define isso é impossível de saber. Por que uma paisagem prende o olhar e outras não? Tentamos descobrir isso em visita a um renomado escritório de paisagismo da artista, como se auto classifica, Renata Tilli. Localizado no Brooklin, em São Paulo, em uma área totalmente urbanizada e com inúmeros prédios no horizonte, o lugar onde Renata recebe seus clientes
está mais para refúgio campestre do que um local de trabalho. Alheio às transformações que o cercam, o escritório tem uma atmosfera totalmente oposta ao caos da metrópole. Bambuzais gigantes, árvores centenárias, gramados enormes e até um lago fazem parte dessa paisagem cuja beleza nos transporta para fora da cidade. Daí surge outra pergunta, essa não mais retórica: como um lugar no meio de uma megametrópole como São Paulo nos dá a sensação de estarmos em uma casa de campo? Íntima das plantas e paisagens desde os 16 anos, quando ainda trabalhava com o pai e o avô, Renata Tilli é afinada na resposta: “com paisagismo”.
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LAR DOCE LAR
Engana-se, no entanto, quem pensa que colocar uma planta aqui e outra ali, fazer um jardim de pedras ou comprar uma fonte terá o mesmo impacto que Renata conseguiu com seu escritório. Um projeto paisagístico exige conhecimentos que vão muito além da botânica e do bom gosto. “Não é só o know how técnico. Não é só conhecer plantas. Você precisa entender de topografia, volumetria, arquitetura, geologia... são muitas variáveis envolvidas na construção de uma paisagem.”
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É preciso, inclusive, entender de pessoas. “Para saber quais são os sonhos e desejos dos meus clientes, eu gosto de olhar nos olhos para fazer uma leitura desses aspectos. É, a partir disso, que realizarei o meu trabalho.” Mas, independentemente de quem observa, de acordo com Renata, “uma paisagem é agradável aos olhos quando ela parece natural”. Por isso, às vezes, a menor interferência possível, ou até mesmo a forma de observar é o que transforma um cenário comum em uma linda paisagem.
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LAR DOCE LAR
Para ilustrar isso, Renata lembra de um projeto que fez para o falecido dono da Camargo Corrêa, o Seu Sebastião. “Ele me levou até uma casa com um pátio central que ficava no meio de uma mata maravilhosa. Assim que chegamos, ele me perguntou o que eu faria ali. Depois de observar tudo por um tempo, eu respondi que não faria nada, pois ele tinha ali a coisa mais linda do mundo, que era aquela mata. Qualquer coisa que eu fizesse não ficaria melhor. Ele ficou perplexo com minha resposta e até perguntou se eu não gostava de ganhar dinheiro. Respondi que era justo eu ser remunerada e que eu faria um projeto no pátio central da casa”, recorda.
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LAR VITALIDADE DOCE LAR
Seu Sebastião sabia que era necessário fazer uma intervenção na natureza, ao redor de sua casa, para que virasse um projeto paisagístico. Não se deu conta, no entanto, de que a própria natureza já havia feito o trabalho duro. A missão do paisagista é, também, fazer com que os clientes enxerguem esse tipo de coisa. Respondendo a pergunta inicial dessa matéria, paisagismo é a construção de uma paisagem que, depois de finalizada, parece algo natural. Essa, no entanto, é uma afirmação imprecisa. Para saber exatamente tudo o que está por trás de projetos como esses que ilustram a matéria, é imprescindível falar com um paisagista.
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DESENVOLVIMENTO
PROJETO ÂNCORA Uma escola diferente de tudo que você já viu
Por Maurício C. Gomide
DESENVOLVIMENTO VITALIDADE
Uma escola com escolha. Eis um resumo preciso do grande diferencial oferecido pelo Projeto Âncora aos seus quase 200 alunos. Esqueça aquele velho coro uníssono disparado por professores de todas as partes do mundo: “abram seus livros no capítulo 3, página 30, tópico 3”. Essa didática do século XIX, que obriga os estudantes a aprenderem as mesmas coisas ao mesmo tempo, está a anos-luz de distância da inovadora metodologia de ensino do Âncora.
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O Projeto nasceu do sonho do empresário Walter Steurer de retribuir o que o país havia oferecido à sua família. Filho de imigrantes austríacos que fugiram da Guerra, o empresário conseguiu se destacar no mercado de turismo ao longo dos anos graças às oportunidades que o Brasil lhe ofereceu. E foi com o dinheiro da venda da sua própria empresa que ele conseguiu iniciar o Projeto Âncora. Hoje, mais de 20 anos depois, seu legado é referência mundial em inovação e criatividade na educação.
Regina Machado Steurer, fundadora
Pedagogos dos quatro cantos do país e muitos vindos do exterior são figuras constantes no Projeto. Todos têm interesse na metodologia de ensino que foge totalmente aos padrões com os quais estamos tão acostumados e que vem ganhando destaque mundo afora. Suzana Maria de Camargo Ribeiro, Coordenadora Geral do Âncora, explica: “Nós não temos séries e as crianças não são separadas por idade. Aqui elas têm o direito de escolherem o que querem aprender.” Esse método de ensino é obra do educador português José Pacheco, que se notabilizou por divulgar e defender um projeto educativo baseado na autonomia dos estudantes. Suzana exemplifica como isso funciona na prática. “Um de nossos estudantes tinha a vontade de tomar banho de esguicho e por isso resolveu fazer uma cisterna. Mas para fazer o projeto ele precisou aprender média aritmética, transferência de litro para metro cúbico, estudar o que é um pluviômetro, escrever toda a ideia no papel, mapear os rios da região, ou seja, da ideia de tomar banho de esguicho, ele foi aprendendo matemática, redação, geografia”.
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Foto: Embrafoto para Projeto Ă‚ncora
DESENVOLVIMENTO VITALIDADE
Nossas guias: Jennifer e Gabriela 90
CRIANÇAS AUTODIDATAS E
RECONHECIMENTO DO MEC De imediato, é difícil compreender como isso funciona. Afinal, se cada aluno escolhe o que vai estudar, como os professores poderiam acompanhar? Na teoria, são quase 200 estudantes aprendendo simultaneamente diversos assuntos. “Temos tutores que auxiliam 15 crianças, no mínimo. Uma vez por semana, ou a cada 15 dias, dependendo da necessidade do aluno, o tutor faz uma reunião individual com cada uma das crianças sob sua responsabilidade para acompanhar o desenvolvimento das tarefas”, conta a coordenadora. Na reunião, o tutor conversa sobre tudo o que a criança tem feito, em um diálogo estimulante para a autoavaliação. São as próprias crianças que apontam o que precisa ser melhorado, como leitura, escrita, matemática, história e assim por diante. Com base nessa autoavaliação, o tutor e a criança elaboram, juntos, as tarefas que deverão ser realizadas nos próximos 7 ou 15 dias, até a próxima reunião.
A escola e seu sistema de ensino público são reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), mesmo sem a tradicional divisão de séries. De acordo com Suzana, todas as crianças fazem parte do sistema de ensino público. “Nossos alunos estão inscritos no GDAE (Gestão Dinâmica da Administração Escolar), que é o órgão que controla a progressão escolar das nossas crianças.” Há, no entanto, uma grande diferença entre a avaliação pública e o sistema adotado pelo Projeto Âncora. Enquanto na primeira, pública, um aluno pode avançar com defasagem, na segunda, ele é avaliado pela sua capacidade de desenvolvimento pessoal, social e cognitivo. Sem levar em consideração a idade, mas sim a autonomia de aprender, as crianças são dispostas em quatro grupos que representam do ensino básico até o fundamental: Iniciação I e II, Desenvolvimento e Aprofundamento.
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DESENVOLVIMENTO VITALIDADE
VALORES E
RESPONSABILIDADE
COLETIVA
Às terças-feiras há um tour no Projeto Âncora para os visitantes que desejam conhecer esse “complicado” sistema educacional. Tão complicado que, para explicar tudo o que acontece por lá e como a escola funciona, os guias desse tour são os próprios alunos. A pequena Jennifer, de apenas 10 anos, foi quem acompanhou a Flyers: “quem chega aqui vai para a Iniciação I, que é onde a criança aprende os valores da escola e as regras básicas, como falar baixo”, diz em tom quase inaudível. Ana Paula Alcantara (assessora de imprensa) e Suzana de Camargo Ribeiro (coordenadora geral)
Os valores em questão são afetividade, respeito, responsabilidade, solidariedade e honestidade, excelentes princípios para quem encara escola e comunidade como uma coisa só. “Escola é comunidade e comunidade é escola. Defendemos que 92
a cidade seja educadora”, enfatiza a Coordenadora Geral do Projeto Âncora, Suzana Maria de Camargo Ribeiro, completando a afirmação com um ditado de uma tribo africana: “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança.”
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FICA A DICA
DESCUBRA COMO É VOAR DE BALÃO
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Conheça todos os detalhes dessa experiência que você deve fazer pelo menos uma vez na vida. São seis horas da manhã e o sol ainda não deu sinal de aparecer em Boituva, interior de São Paulo. No Centro Nacional de Paraquedismo o movimento na penumbra da madrugada é intenso. São dezenas de trabalhadores das companhias de balonismo da região indo para lá e para cá em ritmo acelerado para inflar os balões. O corre-corre tem motivo: os voos precisam necessariamente ser ao raiar do dia, quando os ventos e a pressão atmosférica estão favoráveis. Enormes ventiladores abrem espaço entre os tecidos engruvinhados para que os motores, com suas imponentes chamas, entrem em ação. Aos poucos, os balões vão ganhando forma, erguendose monstruosamente acima dos cestos que levam os passageiros. Nesse ponto, mantê-los no lugar não é fácil. Um time de pelo menos quatro pessoas seguram cordas presas aos cestos para estabilizar ao máximo os balões e assegurar um embarque tranquilo.
Por Maurício C. Gomide
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FICA A DICA
O cesto é divido em cinco partes: os quatro cantos, com três passageiros em cada um, e o centro, onde fica o piloto e os bujões de gás que alimentam o motor. O barulho emitido pelas chamas é impressionante e uma das primeiras coisas que prende a atenção. Ainda em solo, olhei para cima para admirar aquela cena totalmente nova e... gritos e aplausos. Estávamos no ar, quase em sincronia perfeita com o nascer do sol.
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A sensação inicial após o balão sair do chão é um misto de deslumbre, euforia, medo e felicidade. Os estalos constantes dos cabos de aço que unem o balão ao cesto causam também um grande desconforto. Essa miscelânea de sentimentos, no entanto, não demora a dar lugar ao relaxamento, bem-estar e uma paz inigualável. A adaptação aos céus é infinitamente mais veloz que o ritmo do balão, que movimenta-se a “incríveis” 5 km/h. O visual hipnotizante e a liberdade de flutuar entre as nuvens ganha ares de inesquecível em poucos minutos. O prazer dessa experiência quase fantasiosa, infelizmente, dura pouco
e, após uma hora de voo, o piloto avisa a todos para se prepararem para pousar. Diferentemente da decolagem, suave e vagarosa, o pouso é um momento um pouco mais intenso. Todos devem segurar cordas internas dos cestos, flexionar os joelhos e esperar a “pancada” nada singela. Foram um, dois, três, quatro quiques até realmente pararmos. Isso, lógico, com a ajuda de quatro pessoas em terra. Ao sair do cesto, bastaram três passos adiante para já ficar com saudades de, literalmente, pairar no ar. Fica a dica: pelo menos uma vez você precisa vivenciar essa experiência única.
Fotos: Laura M. Branco
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O CONFLITO ENTRE RAZÃO E EMOÇÃO TRANSCENDE NOSSA CONSCIÊNCIA. MAS QUANDO A QUESTÃO É VIAJAR, NÃO EXISTE UM LADO, SÓ UM DESTINO.