9a Edição - Junho/Julho 2017
Palácio Tangará O resort que mudará o seu conceito de luxo.
Comida de avião
Veja como é preparada a refeição que você come nas alturas.
Febre amarela Tudo que você precisa saber antes de viajar.
Cristina Palmaka
Considerada uma das mulheres mais poderosas do Brasil, presidente da SAP mostra por que softwares empresariais são imprescindíveis para sua empresa.
editorial
prezado(a) leitor(a), Escrevo esse editorial sem saber como estará o mundo depois de amanhã. A velocidade de acontecimentos, mudanças e avanços não permite mais que façamos planos a longo prazo. O mundo mudou. Virou imediato e instantâneo, correndo em ritmo acelerado. E para acompanhá-lo, não bastam mais apenas atenção, dedicação ou sagacidade. Somos dependentes, coniventes e testemunhas de uma nova era, regida essencialmente por uma palavra que, mais do que nunca, está presente em todos os negócios, de todos os setores e em qualquer atividade: tecnologia. É por esse motivo que, após muita dedicação, conseguimos trazer para nossa capa, segundo a Forbes, uma das mulheres mais poderosas do Brasil (compartilhamos essa opinião). Cristina Palmaka é presidente nacional da SAP, que possui mais de 300 mil clientes em dezenas de países. Uma companhia que começou a vender tecnologia nos anos 1970. Sim, tecnologia nos anos 1970, por mais absurdo que isso possa parecer. A empresa antecipou tendências, investiu em algo totalmente inusitado para o seu tempo e hoje está “apenas” entre as 30 marcas mais valiosas do planeta. A nona edição da Flyers chega para quebrar paradigmas e romper fronteiras, definitivamente. Se você ainda pensa que vivemos na modernidade, ledo engano. Ela não existe mais. A palavra que integra um dos célebres títulos de Charlie Chaplin e que muito provavelmente teve um peso enorme até o fim do séc. XX, não vale nada nos dias atuais. Estamos além... muito além, eu diria, dos tais “Tempos Modernos”. Vivemos, queiram ou não, na pós-modernidade. O que mudou? Na tecnologia, tudo. Mas nem tudo é tecnologia na Flyers. As próximas páginas estão recheadas de paisagens exuberantes, destinos imperdíveis e lugares que você nunca imaginou. Faça uma verdadeira viagem pelo mundo, seja o dos negócios ou o do turismo. Boa leitura. Eloi Khouri de Oliveira CEO Agência EKO
EXPEDIENTE
Diretores Executivos Christiano Khouri de Oliveira – CEO Grupo Flytour João Carlos Ayres – Diretor de Marketing Grupo Flytour
Diretora Executiva Agência Eko Michelly Vasconcellos
Editor-chefe Maurício Cresto Gomide – MTB 632375SP
Projeto Editorial Agência EKO
Projeto Gráfico Christian Marmore Carlos Papai
Revisão e Redação Juliana de Araujo e Analice Carmieletto
Fotografia Guilherme Tichauer Shutterstock
Colaboradores Renata Medeiros – Gerente de Marketing Grupo Flytour Marcel Favery – fotos e texto “Crônica de um viajante” Victor Marcelo dos Passos – Ilustração “Negócios”
Atendimento ao Leitor contato@revistaflyers.com.br
Publicidade Rafael Prado Lopes comercial@revistaflyers.com.br anuncie@revistaflyers.com.br (11) 4208-5231
A Revista Flyers é uma publicação do Grupo Flytour. Todos os direitos reservados. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da revista ou do Grupo Flytour. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada, por escrito, com crédito da fonte. Não há responsabilidade sobre qualquer conteúdo publicitário anunciado nesta edição ou alteração nos preços dos produtos divulgados. Impressão: Gráfica Prime Colors
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08. Viajar é Cultura
La Belle de Jour
16. Imperdível
Arte Submersa
22. cinco estrelas
Palácio Tangará
30. paladar
Comida de Avião
40. capa
Cristina Palmaka
50. Crônica de um viajante
Retrato de uma ultramaratona em Madagascar
58. negócios
Midas do Açaí
64. FICA A DICA
Febre Amarela
68. Conectado
Novidades Tecnológicas
70. vida executiva
A Dama Dourada da Samsonite
76. desenvolvimento Coworking
80. VERDE E AMARELO
O que falta para o Brasil atrair mais turistas?
88. LAR doce lar
Perdu, o luxo subterrâneo
92. em foco
PRAETER, a agência de luxo
da Flytour
96. Biblioteca
Dicas de Leitura
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VIAJAR É CULTURA
La Belle de Jour
O impressionante museu do vinho.
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VIAJAR É CULTURA
Às margens do rio Garonne, em Bordeaux, desagua a La Cité du Vin, cuja arquitetura é uma metáfora de um decanter em mãos de sommelier enquanto analisa aroma, buquê, fragrância, intensidade e aguça as papilas gustativas no processo poético da degustação e da análise da bebida de Baco. Atentos, adentramos La Cité du Vin, enquanto somos seduzidos em viagem multissensorial, como Odisseu, no desbravamento da história do vinho desde seu primeiro registro na humanidade em uma mistura de museu e de parque temático a que a Forbes cognominou de “Encontro de Dionísio com a Disneylândia”. La Belle de Jour demarcou para o mundo o endereço e o destino imperdível para quem é amante da bebida da vide e anseia conhecer as minúcias por detrás da fonte das alegrias nas festividades, na metonímia da esperança para cristãos e para judeus. Renda-se às uvas e divirta-se no edifício, assinado por Anouk Legendre e Nicolas Desmazières, em cerca de 13.000m2 e 55 metros de altura com 20 áreas temáticas nas quais se reúnem história, vinicultura e comercialização da bebida ao redor do mundo por meio de ferramentas inovadoras e tecnológicas, salas com recursos interativos, imagens 3D, difusão de aromas e animações, como a viagem a bordo de um navio na qual se mostra a aventura dos mercadores de vinho. Um audioguia permite ao visitante registrar os melhores momentos do passeio em 8 idiomas distintos.
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VIAJAR É CULTURA
As exibições propiciam uma fonte para descobrir as imagens e a influência entre as civilizações e as diversas regiões do mundo em uma peregrinação diacrônica em que se é enternecido pela história, geografia, geologia, enologia e artes do vinho. Imergidos em um percurso de mais de 3.000 m² no tempo e no espaço ao encontro do vinho em sua mais profunda diversidade, com exposições temporárias, oficinas de degustação, eventos e espetáculos no auditório, uma sala de leitura, boutique (Le 7 Panoramic Restaurant, Latitude20 e La Cité du Vin boutique), uma plataforma enoturística, jardins e um pontão… Um novo espaço dinâmico e cultural, imperdível durante uma visita a Bordeaux. É possível, ainda, deliciar-se em três restaurantes, em degustações orientadas por especialistas e vislumbrar-se na adega de 14 mil garrafas com vinhos da região ou provenientes de outros lugares como Taiti e Síria. O auditório Thomas Jefferson e as áreas de conferência prometem ser palco de shows e de concertos, de sessões de cinema e de seminários. Ademais, salas de leitura, workshops sobre degustação e diversos outros temas dedicados ao vinho. Os ingressos custam € 20 (crianças pagam € 6) e dão direito a visitar o percurso contínuo e desfrutar de uma taça de vinho no mirante situado no 8º andar, 35 metros acima do rio. Aos que preferirem a gratuidade, a entrada é franca para uma visita ao térreo do edifício, no qual são agendadas visitas pelos chateaux da região ou para aqueles os quais desejarem degustar uma refeição no restaurante panorâmico no 7º andar. Jamais se esqueçam do conselho dos Romanos “In vino veritas” (No vinho está a verdade). Sorva e delicie-se!
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IMPERDÍVEL
Arte submersa As imperdíveis esculturas de Jason deCaires Taylor.
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IMPERDÍVEL
O fundo do mar desperta tantas curiosidades quanto deslumbramentos. Uma imensidão vasta, azul e inexplorada. Afinal, atualmente se conhece menos do que 10% do relevo dos fundos marinhos com mais de 200 metros de profundidade. Alguns especialistas chegam a afirmar que sabemos mais sobre a superfície lunar do que o fundo do mar. Ou seja, por si só, o oceano já traz consigo uma gama de questionamentos e indagações. Agora, misture-se a isso verdadeiros
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museus submersos, com coleções de mais de 500 obras. Está montado o cenário perfeito de fascínio e esplendor. Jason deCaires Taylor é um escultor, ambientalista e fotógrafo profissional subaquático. Formado em 1998 pelo London Institute of the Arts, dedicou os últimos 10 anos na criação de “museus” submersos formados por centenas de peças em tamanho real.
as figuras em escala real, grudadas no fundo do mar com uma mistura especial de cimento que permite que a vida marinha se desenvolva ao redor. 19
IMPERDÍVEL
O artista se preocupou em utilizar materiais de pH neutro de forma a promover o crescimento de recifes de corais, imprescindíveis à vida marinha.
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A exposição mais atual do artista foi inaugurada em 2016. Batizada de Museu Atlântico, fica na costa atlântica da Ilha Lanzarote, no arquipélago das Canárias. As obras (300 no total) enfocam o dilema dos refugiados, como retratado na imagem que abre essa matéria, em que estátuas de 35 pessoas parecem caminhar em direção a um portão, simbolizando a esperança de um novo lar. O escultor ganhou notoriedade internacional em 2006, com a criação do primeiro parque de escultura subaquática do mundo, situado na costa ocidental de Grenada, uma pequena ilha no Mar do Caribe. O lugar foi intitulado pela National Geographic como uma das 25 Maravilhas do Mundo. Logo em seguida, em 2009, Jason Taylor trabalhou no MUSA - Museu Subaquático de Arte, uma coleção com mais de 500 obras instaladas entre Cancun e Isla Mujeres no México. E há ainda uma monumental escultura de 60 toneladas, localizada no fundo do mar das Bahamas. As obras são feitas com materiais de pH neutro, que permitem o crescimento natural de corais, explorando a estética da decadência, do renascimento e da metamorfose. Os projetos de arte não são apenas exemplos de conservação marinha bem-sucedida, mas obras de arte que buscam incentivar a conscientização ambiental, instigar mudanças sociais e nos levar a apreciar a beleza natural do mundo subaquático. Se você planeja viajar para Grenada, Cancun, Bahamas ou Ilhas Canárias, não deixe de vivenciar todas as sensações inéditas que as esculturas subaquáticas desse artista singular proporcionam aos seus espectadores. Respire fundo, mergulhe e lembre-se que, além de imperdíveis, as obras de Jason deCaires Taylor são, literalmente, de tirar o fôlego.
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5 ESTRELAS
Palรกcio
Tangarรก a nova obra-prima de Sรฃo Paulo
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Com exclusividade para a Flyers, abre as portas na capital paulista o resort que vai elevar o padrĂŁo de luxo no paĂs.
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5 ESTRELAS
Singular, único, exclusivo e ímpar são alguns dos adjetivos que se encaixam perfeitamente ao Palácio Tangará, um empreendimento sem paralelo em São Paulo. O motivo? Muitos, começando pela localização: um verdadeiro palácio de quase 30 mil m² erguido no centro do Parque Burle Marx - lugar de vegetação exuberante, espelhos d’água e morada de espécies exóticas de pássaros. O resort fica a poucos metros da Marginal Pinheiros, mas de forma alguma compartilha a correria, trânsito e buzinas de uma das mais movimentadas vias expressas da cidade. Cercado por uma variedade enorme de plantas nativas da Mata Atlântica, oferece aos hóspedes um oásis urbano camuflado em meio à vibrante paisagem de concreto tão típica da capital paulista. A experiência de conhecer o Tangará passa por um contínuo descobrimento. Do portão de entrada, vê-se apenas um corredor de árvores enormes que aos
poucos, à medida que se avança rumo ao hotel, descortina uma construção imponente e horizontal. Do lado de fora, é impossível imaginar tão bela e grandiosa obra-prima, da mesma forma que, do lado de dentro, fica difícil reconhecer que estamos na 3ª maior cidade do mundo. Como o próprio diretor-geral do empreendimento, Celso David do Valle, resume “vir para o Tangará é sair de São Paulo sem sair de São Paulo”. Com 30 anos de experiência como gerente-geral ou diretor de renomados hotéis do eixo Rio/São Paulo, principalmente, Celso foi o incumbido pela Oetker Colletion para ser os olhos, os ouvidos e a voz do Palácio Tangará, uma nova pérola que se junta aos outros oito resorts masterpieces da coleção Oetker espalhados pelo mundo. Todos têm como base os padrões de qualidade da renomada Leading Hotels Of The World, o qual representa quase 400 empreendimentos de luxo localizados em mais de 80 países. Nos últimos meses, a mídia aguardou ansiosa a inauguração do que frequentemente chamaram de “o primeiro hotel 6 estrelas de São Paulo”. No entanto, não é bem assim. Já de portas abertas, Celso do Valle explica que “essa questão das estrelas tornou-se um grande paradigma. Quem te classifica, na realidade, não são as estrelas, mas os clientes, sejam hóspedes ou não. Ainda que exista uma classificação formal, ela termina na categoria 5 estrelas luxo. 6 estrelas é o superlativo de alguma coisa que
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o mercado acha que está acima da média e a nossa proposta é oferecer exatamente isso”. Faz parte da excelência pretendida ofertar algo inusitado na hotelaria vigente da cidade. Por isso, não faltam detalhes que prendem a atenção a todo instante. No lobby, as boas-vindas ficam a cargo da obra Papéis Avulsos de Laura Vince - ornamentos dourados pendurados no teto, movem-se com o vento lembrando uma aprazível revoada. As paredes possuem tons da paleta de cores do artista plástico francês JeanBaptiste Debret e, por toda parte, a decoração imprime estética clássica, harmoniosa e aconchegante.
Suítes generosas e serviços diferenciados São 141 apartamentos, o menor deles com 47m² (um tamanho bem expressivo) e diária a partir de R$ 1.575,00. Há, porém, opções que vão além disso. “A nossa principal suíte tem pouco mais de 500m² - são 250m² de terraço, mais 260m² indoor.
“6 estrelas é o superlativo de alguma coisa que o mercado acha que está acima da média”. 25
5 ESTRELAS
O valor pleno da diária dessa suíte, que pode variar de acordo com a época do ano ou demanda, é de R$ 38.700,00”, conta o diretor-geral, lembrando que já fizeram uma reserva de 7 dias para novembro. “Uma pessoa que acompanha a Fórmula 1 e quer agregar valor à experiência”, releva. Nas áreas comuns, o destaque fica por conta das duas piscinas semiolímpicas – uma externa e outra indoor, revestidas, propositalmente, com mármore Tangará e com acessibilidade para pessoas com dificuldade de locomoção. A academia possui equipamentos da Technogym, que, nos aparelhos aeróbicos,
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permitem ao usuário acesso individual à internet, TV, Netflix e rádio. De acordo com Celso do Valle, nem mesmo as grandes academias de São Paulo possuem opções tão high tech quanto as do resort. Para as crianças, o Kids Club foi pensado para fazer com que o entretenimento não tenha fim, com diversos jogos lúdicos e videogames (claro). O spa é outro capítulo à parte. Definido como um espaço sensorial de contemplação, ele também poderá ser utilizado por pessoas que não estiverem hospedadas no resort. Quem tiver a oportunidade de aproveitar os tratamentos
oferecidos, viverá uma experiência, essencialmente, de puro glamour. “A equipe do spa foi treinada por profissionais da Sisley, os quais vieram de Paris, exclusivamente, para isso”, relata o diretor-geral.
Eventos e alta gastronomia Para eventos sociais e corporativos, o Palácio Tangará conta com 9 salas – 3 ball rooms com capacidade para receber centenas de pessoas; e 6 salas menores. Antes mesmo da inauguração do resort, 13 eventos já estavam agendados. Segundo Celso
do Valle, esse sucesso inicial se deve ao “surgimento em São Paulo de uma alternativa diferente de tudo que se oferece hoje”. A procura pelos espaços foi tão intensa, que empresas com datas marcadas em outros hotéis pagaram o cancelation fee para transferirem seus eventos para o Tangará. “De fato, tivemos episódios de companhias que já tinham orçamentos em outros lugares, mas
souberam da iminência da nossa inauguração e vieram fazer suas reservas conosco”, conta do Valle. Esse movimento além das hospedagens é de extrema importância à manutenção financeira do resort. Nos primeiros 12 meses de operação, a expectativa do Tangará é ter 52% de taxa de ocupação. O número é elevado para o luxuoso padrão de hospedagem, mas pode variar muito. Assim, ter uma área
de eventos ativa e forte garante um fluxo de caixa constante ao hotel. “É imprescindível que o Palácio Tangará tenha uma vida própria na área de eventos e também gastronômica para não depender, necessária e exclusivamente, do volume de hospedagens”, afirma o diretor-geral. A gastronomia, inclusive, é outra grande aposta do hotel masterpiece. Capitaneada pelo chef internacional Jean-Georges Vongerichten, que opera mais de 30 restaurantes ao redor do mundo, incluindo Nova York, Paris, Xangai, Tóquio e Hong Kong, a cozinha do Tangará pretende deixar doces memórias ao paladar. Jean-Georges passou duas semanas hospedado no resort para intercambiar com os brasileiros todos (ou quase todos) os seus segredos culinários. “Vieram, além dele, 10 pessoas da equipe para fazer uma troca de experiência com os nossos profissionais. Houve uma transferência de conhecimento do conceito gastronômico pelo qual ele é tão admirado. E isso vai desde o cardápio do room service até os bares, os dois restaurantes e tudo que será servido nos eventos corporativos e sociais do hotel”, enfatiza do Valle.
“É imprescindível que o Palácio Tangará tenha vida própria na área de eventos”. 27
5 ESTRELAS
Celso do Valle, diretor-geral do Palácio Tangará
Parque Burle Marx, detalhes marcantes, suítes generosas, piscinas, spa, academia, eventos e gastronomia em perfeita sincronia, exatamente como uma orquestra. Se essa matéria não o convenceu de que este lugar é singular, único, exclusivo e ímpar, com certeza uma visita ao resort o fará mudar de opinião. Como
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o próprio Celso do Valle define, “a novidade é sempre muito sedutora” e, independentemente de sua predisposição, você ficará fascinado por essa verdadeira obra-prima batizada de Palácio Tangará. A Flyers não poderia deixar de agradecer à gerente de relações públicas, Cíntia Banús, ao
coordenador de vendas e marketing, Victor Vinicius, e à arquiteta Bárbara Aranha Duarte, que juntamente com o diretor-geral Celso do Valle, traduziram em ações o que significa um hotel masterpiece. Ou seja, fundamentalmente, tiveram o compromisso de oferecer um serviço da mais alta qualidade para a realização dessa matéria exclusiva.
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PALADAR
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Comida de
avião
Fomos conferir a produção dos alimentos que você consome nas nuvens.
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PALADAR
“Nas nuvens” talvez não seja a sensação que as comidas de avião proporcionam à maioria dos viajantes. Uns reclamam do sal (a falta dele, na verdade), outros do tempero e há quem embarque com discurso pronto, apontando erros na comida sem nem ao menos saber o que será servido. Gosto não se discute, tudo bem. Mas
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você já parou para pensar o caminho que aquele frango grelhado ou legumes cozidos fizeram até chegar na bandeja do seu assento? Já tentou imaginar tudo que precisa ser levado em consideração na hora de preparar a comida que poderá ser servida tanto para você, quanto para um diabético, celíaco ou hipertenso?
A tarefa de fornecer os cardápios das companhias aéreas é complicada e envolve uma operação gigantesca, que funciona 24h e conta com milhares de trabalhadores. Na Gate Gourmet, por exemplo, uma multinacional que no Brasil atende 21 cias. aéreas, são produzidas, em média, 20 mil refeições por dia - mais
de meio milhão de pratos por mês. “Nós temos desde empresas que pedem menus simples, até as mais sofisticadas, como Turkish, Qatar e Emirates”, relata Alessandra Madeo, gerente de contas da Gate Gourmet. Seja algo simples ou mais elaborado, as etapas de preparo da comida são iguais para todas as companhias, com um único adendo: “atendemos algumas empresas muçulmanas. Por isso, nossa linha de produção é dividida por alimentos Halal (permitidos aos muçulmanos) e Haram (proibidos), respeitando todos os padrões referentes a refeições especiais estabelecidos pela IATA - International Air Transport Association”. Fora o cuidado de preparar tudo separadamente, para um alimento ser considerado Halal, ele precisa de certificação fornecida por instituição especializada. Alessandra afirma que todo ano a Gate recebe visitas surpresas dessas instituições para vistoriarem a linha de produção, que por toda a parte possui sinalizações das alas e setores Halal. Curiosidade à parte, ela contou ainda que, certa vez, uma dessas cias. muçulmanas chegou a fazer uma solicitação um tanto quanto excêntrica. “Pediu que sacrificássemos os animais em nossas instalações, o que foi prontamente negado”. Outro caso bem particular é atender pedidos de comidas koscher, pois estas precisam, segundo as leis judaicas, ser necessariamente preparadas por um rabino.
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PALADAR
Nesse caso específico, quando há um pedido desses, a empresa compra as refeições de um estabelecimento certificado. “É nossa única exceção”, diz a gerente de contas.
Múltiplas dificuldades Além das questões culturais e religiosas, a elaboração de um menu de avião também precisa levar em consideração as restrições alimentares. Diabéticos, celíacos e hipertensos merecem comer tão bem nos ares quanto qualquer outro. É por isso que, muitas vezes, temos a impressão de que a comida servida pode estar sem tempero ou sem sal. As quantidades utilizadas são mínimas para evitar qualquer tipo de complicação a essas pessoas. “Balanceamos a quantidade de temperos, principalmente, o sal”, lembra Alessandra. E as complexidades não param por aí. Cada companhia aérea tem seu próprio cardápio, que muda periodicamente. Pelo menos uma vez por mês, na elaboração de novos
Seja algo simples ou mais elaborado, as etapas de preparo da comida são iguais para todas as companhias. 34
menus, é necessário levar em conta todas as especificidades já citadas e algumas outras, como: a altura dos alimentos, para caber no espaço reservado dos trolleys (os carrinhos que transportam as refeições pelos corredores dos aviões); a textura, para que os ingredientes não se misturem dentro do prato ou não escorram; e se determinado ingrediente tem a “má fama” de causar flatulências (importantíssimo). Repolho com ovo e feijão, por exemplo, jamais. A logística também não é nada fácil. A gerente de contas, Alessandra Madeo, sinaliza que existem alguns cuidados. “A Gate fica a 11 km do Aeroporto de Guarulhos e durante esse percurso, que conforme o tráfego pode variar de 30 minutos a mais de uma hora, precisamos manter a temperatura dos alimentos e ter muita atenção com buracos na via ou freadas bruscas, que podem desmontar ou prejudicar a apresentação dos pratos”. Quando servirem a refeição em sua próxima viagem de avião, lembrese: por trás do sabor dos alimentos há muito mais circunstâncias envolvidas. A pitada de sal a mais, que talvez você deseje, é tudo que um hipertenso não precisa. E se entre uma garfada e outra, você voltar a pensar nessa matéria, admire seu prato como se ele fosse preparado especialmente para você. Afinal, mais de mil pessoas colocam as mãos na massa 24h por dia, 7 dias por semana, para garantir a sua alimentação, sim, nas nuvens.
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PUBLIEDITORIAL
A incomparรกvel
Las Vegas
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Uma cidade onde, literalmente, tudo pode acontecer.
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PUBLIEDITORIAL
A mais de 350 metros de altura, do topo de um dos excepcionais resorts de Las Vegas, a vista panorâmica da cidade desnuda cenários inusitados por todos os lados e luzes neon preenchem o olhar com um deslumbramento quase sem fim. Dentre prédios dos mais variados formatos e estilos, é possível ver a Torre Eiffel próxima à Estátua da Liberdade e às pirâmides do Egito. Ao fundo, uma roda gigante com mais de 160 metros gira lentamente carregando até 40 pessoas por cabine, enquanto na Vegas Strip casais navegam em gôndolas pelos canais de Veneza. O mundo inteiro está em Vegas e é nesse ritmo quase alucinante que a cidade recebe viajantes de todo o planeta. O destino é um verdadeiro oásis do entretenimento, com tantas atrações que chega a ser impossível conhecer tudo em uma única viagem. Ir para Vegas é quase uma garantia de que você voltará para lá, seja para reviver experiências, seja para descobrir tudo que não conseguiu ver na primeira vez. Resorts, shows, passeios e compras são apenas a ponta do iceberg de um destino efervescente. Das surreais apresentações do Cirque Du Soleil aos ilusionismos de Criss Angel, passando pelas acrobacias de Le Rêve – The Dream - ao som do musical de Jersey Boys, os espetáculos são um capítulo à parte. É possível ainda mergulhar com tubarões no Golden Nugget, sobrevoar o Grand Canyon de helicóptero, fazer
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uma caminhada a 1.200 metros de altura sob uma plataforma de vidro ou, quem sabe, acelerar uma Ferrari em uma pista de corrida. Todas as experiências são absolutamente inesquecíveis. Os sentidos ficam entorpecidos. Os olhos se perdem, sem saber onde mirar, e o paladar ganha sabores totalmente inusitados com a diversidade gastronômica. A variedade de restaurantes é enorme e com cardápios assinados por chefs renomados, como Gordon Ramsay, Giada de Laurentiis e Wolfgang Puck. As opções vão desde receitas contemporâneas e hambúrgueres gourmets, com peito de pato, até pratos tradicionais da culinária francesa e italiana. Nos resorts, o encantamento é igualmente proporcional. Colossais, alguns possuem mais de 5 mil quartos. Restaurantes, bares, montanha-russa, aquário e museus são apenas alguns dos atrativos disponíveis. A intensidade de Las Vegas é singular e não existe nada parecido em qualquer outro lugar. A cidade vive em ebulição contínua, com tantas coisas simultâneas acontecendo que, somente indo para lá, pode-se entender realmente por que ela é incomparável e como é ter liberdade plena para se divertir. Para mais informações: http://lasvegas.flytouroficial.com.br/
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MATÉRIA DA CAPA
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Cristina Palmaka e o poder dos números
Presidente da SAP, no Brasil, revela que a implementação de um sistema de gerenciamento de dados pode aumentar em até 30% o ganho financeiro de uma companhia. Por Maurício Cresto Gomide
Cristina Palmaka é uma executiva tão impressionante quanto receptiva. De olhar penetrante, jovial e esmeralda, sem escudos comuns usados por pessoas com cargos à altura, ela exala uma autoconfiança digna de quem tem tudo sob controle e sorri como se fosse fácil estar à frente de uma das maiores empresas de T.I. do mundo. A mesa de trabalho possui cinco lugares e um aparato central para a realização de conferences call, indicando que são raros os momentos ali em que se encontra sozinha. O dia a dia exige que a executiva esteja constantemente ligada a diversas informações e pessoas de todas as partes do mundo. E o que possibilita essa dinâmica com tanta eficiência é, obviamente, a tecnologia. O filófoso Ervin Laszo define bem esse novo cenário em que vivemos, onde tudo e todos estão conectados. Chama-se macrotransição. Segundo ele, o termo define os raros períodos da humanidade marcados por mudanças profundas e irreversíveis que acontecem simultaneamente em todos os níveis da sociedade. Não há como negar. Vivemos uma verdadeira simbiose que cada vez mais une pessoas ao universo digital. Mudamos nossa forma de pensar, aprender, agir e interagir. Mudamos o jeito de fazer negócios. Mudamos a forma como nos relacionamos uns com os outros. Mudamos a tal ponto de precisarmos encontrar uma nova nomenclatura aos “filhos” da tecnologia, nascidos a partir da década de 1980. Nem “x”, nem “y”. É a tal da geração Millenium, formada por indivíduos que cresceram sob os domínios da já “senhora” internet.
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MATÉRIA DA CAPA
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O mundo mudou e se reinventou. Mas foram poucas as companhias que perceberam essa nuance quando ela era apenas um longínquo boato nos anos 1970. Felizmente, a SAP foi uma delas. Era 1972 quando cinco empresários da Alemanha tiveram a ideia aparentemente absurda de comercializar tecnologia. Felizmente, porque após 45 anos, aproximadamente 335 mil clientes em diversos países se beneficiam com os sistemas e as soluções desenvolvidas pela SAP. Foi ou não foi uma aposta certeira? A tecnologia da informação conquistou espaço em todos os setores da economia. Números e estatísticas passaram a ser parte do cotidiano, dando início ao termo Big Data, que descreve a imensa quantidade de dados que impactam os negócios no dia a dia. Globalmente, trata-se de uma infinidade praticamente imensurável de algarismos que fluem a uma velocidade assustadora, em volume torrencial e com uma variedade espantosa de formatos. Mas para que esses dados façam sentido e ajudem as empresas a reduzir custos, tomar decisões mais inteligentes ou desenvolver novos produtos, eles precisam ser analisados constantemente. Como isso funciona? Em um TED de Peter Van Manen, diretor de eletrônica da McLaren, fica fácil visualizar esse complexo mundo Big Data. Imagine que a sua companhia seja um carro de Fórmula 1. Diz ele que “em um carro de Fórmula 1, o chassi é composto por 11 mil componentes; o motor, por outros 6 mil componentes; e a eletrônica, por cerca de 8.500 componentes. Portanto, há cerca de 25 mil coisas que podem dar errado”. Levando em conta o número de funcionários, processos e serviços ou produtos envolvidos na operação de uma empresa, a chance de algo dar errado é ainda maior que 25 mil. “O carro também tem cerca de 120 sensores que funcionam durante toda a corrida e que medem todos os tipos de coisas. Assim, durante uma prova de duas horas, cada carro enviará 750 milhões de números para nossa base de dados. Mas não basta ter os dados e medi-los. Você precisa ser capaz de fazer algo com eles. Então gastamos muito tempo e esforço transformando os dados em histórias para sermos capazes de dizer qual é o estado do motor, como os pneus estão se desgastando ou qual é a situação do consumo de combustível”, relata Peter Van Manen.
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MATÉRIA DA CAPA
A SAP faz exatamente isso. Líder mundial no mercado de aplicações de software empresarial, ela ajuda corporações de todos os tamanhos e setores a operarem de forma mais eficaz. Basicamente, os sistemas coletam todas as informações possíveis, processam os dados e apontam novos caminhos para que as próprias companhias possam extrair insights provenientes dessas informações. Com esses dados ou histórias - em mãos, fica fácil visualizar o desempenho do “carro”
e traçar estratégias para que ele corra mais, consuma menos e, claro, vença as corridas. Na entrevista a seguir, Cristina Palmaka fala sobre a importância da análise de dados e como a SAP tem ajudado companhias ao redor do mundo a tornarem seus negócios mais eficientes e lucrativos. Afinal, estamos em um momento da economia mundial em que ou você embarca na onda digital, ou passará a ser visto como um mero retardatário. O que você escolhe?
Flyers - Qual foi o caminho que você percorreu até se tornar presidente da SAP no Brasil e liderar mais de 1.500 colaboradores? Cristina Palmaka - Comecei minha caminhada dentro da área de TI há mais de 30 anos. Meu primeiro estágio foi na Philips. Após essa experiência, passei pela Microsoft, HP, até chegar à SAP, onde sou presidente desde outubro de 2013. Na liderança, sempre digo que minha prioridade está na formação de equipes sólidas, portanto, valorizo pessoas que tenham iniciativas de governança corporativa, conhecimento do mercado, vontade permanente de ampliar conhecimentos, respeito à diversidade e inclusão. Além da minha formação - sou graduada em Contabilidade pela Fundação Escola do Comércio Álvares Penteado e tenho MBA pela Fundação Getúlio Vargas - aprendi muito em todas as empresas nas quais atuei, o que me preparou para ocupar o cargo que tenho hoje. Liderar 1.500 colaboradores é um grande desafio e exige que eu seja cada vez mais estratégica diante da equipe, buscando resultados bem-sucedidos para a empresa e para os colaboradores. F - Além da agilidade, quais são os ganhos para uma companhia com o uso de uma plataforma que reúne, atualiza e processa todas as informações em um único lugar? C. P. - Hoje, as empresas que não priorizam as tecnologias
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“O trabalho da tecnologia completa o do capital humano”. disponíveis para a necessária transformação digital perdem em produtividade, eficiência e, como você mesmo colocou, em agilidade e posicionamento no mercado. A tecnologia não chega para acabar com algum trabalho mas, sim, para torná-lo mais assertivo nas tomadas de decisão e processos da companhia.
F - ERP (Enterprise Resource Planning) é tão fundamental em uma empresa quanto o capital humano? C. P. - Sim, com certeza, os dois são fundamentais. Mas é preciso ter em mente que a tecnologia não exclui a participação das pessoas dentro de uma empresa. O trabalho da tecnologia completa o do capital humano. Quando
pensamos em uma corporação que conta com as facilidades e os benefícios proporcionados pela tecnologia, precisamos ter em mente que o colaborador entrará na parte estratégica e na tomada de decisão do trabalho. Nesse sentido, o ERP será responsável pela coleta de dados, garantindo a confiabilidade das informações.
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MATÉRIA DA CAPA
F - A SAP possui diversos módulos segmentados para diversos tipos de indústrias. Você poderia falar sobre eles? C. P. - Nosso objetivo é oferecer para os clientes soluções que sejam capazes de atender às necessidades específicas de cada um. Nosso portfólio de soluções na nuvem ou on-premise atende mais de 25 tipos de indústrias e linhas de negócios. Os módulos adotados dependem
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das necessidades específicas de cada um. Lançamos ainda neste ano, em março, a plataforma digital SAP Leonardo, que passa a combinar diferentes recursos como Machine Learning, Internet das Coisas, Big Data, Analytics (análise de dados) e Blockchain, tudo isso na plataforma em nuvem SAP Cloud Platform para responder ao mercado de maneira eficaz. O sistema de inovação digital tem como foco oferecer aos clientes um tratamento centrado no
setor de atuação da empresa, de maneira customizada, alinhando uso específico, preço e cronograma fixos. F - É possível exemplificar em números a diferença que a SAP pode fazer para uma empresa? C. P. - Na SAP, temos a política de não abrir números. Mas é fácil constatar, pelos inúmeros cases de sucesso veiculados na imprensa, de utilização de soluções da SAP por
empresas dos mais variados portes e setores industriais e de serviços, de áreas públicas e privadas, os benefícios obtidos, como redução de custos, agilidade na tomada de decisões, otimização de resultados, entre outros. Recentemente, o Instituto de Resseguros do Brasil, por exemplo, publicou que, desde a opção pela plataforma SAP HANA, pela confiabilidade, disponibilidade e facilidade no gerenciamento, obteve um ganho financeiro de 30%. Esse reconhecimento aponta que o sistema garante muito mais do que fidedignidade: também dá lucro aos clientes. F - Quando uma empresa contrata vocês, quais são as etapas até que o sistema e as pessoas estejam totalmente adaptados um ao outro? C. P. - Antes de mais nada, a SAP se posiciona como parceira de negócios de seus clientes. Primeiro, procuramos entender a atuação e reais necessidades das empresas que atendemos para poder indicar as melhores soluções para cada caso específico. Depois disso é que tem início o processo de implementação, pela SAP ou por parceiros credenciados.
F - Quais são as dificuldades de implantação do sistema SAP em uma companhia que nunca possuiu um sistema integrado de gestão empresarial? C. P. - Não há grandes dificuldades. Hoje, o mundo está se reinventando e se transformando juntamente com a tecnologia. As empresas estão mais cientes de que é preciso abrir as portas para a transformação digital sob o risco de ficarem um passo atrás das outras. O foco da SAP é oferecer o melhor da tecnologia aliado à simplicidade de operação. Claro que uma empresa que nunca teve contato com soluções tecnológicas precisará
“O mundo está se reinventando e se transformando juntamente com a tecnologia”.
de um treinamento para conseguir os resultados oferecidos pela ferramenta. Mas, repito, nosso objetivo é levar de maneira simples e prática soluções customizadas para as mais diversas necessidades de gerenciamento. F - A não ser pela aparição do logo da SAP em jogos da NBA, por exemplo, dificilmente eu vejo “propagandas” da marca. Quando você assumiu a presidência, muito se falou em “manter a estratégia de expansão da SAP no Brasil”. Qual é a essência dessa estratégia? C. P. - Uma das melhores formas de divulgarmos nossa marca está na divulgação de nossos cases de sucesso. O próprio cliente relata e destaca os bons resultados e os benefícios que sua empresa está usufruindo com o uso de nossas soluções. Também temos dado grande ênfase na oferta de soluções baseadas em nuvem, acessíveis
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MATÉRIA DA CAPA
reinventar seus negócios e processos para atender as demandas de seus mercados específicos. F - A meu ver, a tecnologia converge cada vez mais para facilitar a interação entre as pessoas. O que você acha disso?
a empresas de todos os portes e tamanhos, inclusive start-ups. Nosso foco é ajudar a acelerar a transformação digital dos negócios com o melhor da mais nova tecnologia, tornando a implementação ainda mais rápida. Isso se reflete de forma extremamente favorável no mercado. Hoje, os softwares se transformaram em estratégia. Para isso, nosso mais recente portfólio, o SAP Leonardo, passou a combinar diferentes capacidades de software em Machine Learning (ML), Internet of Things (Internet das coisas), Big Data, Analytics e Blockchain no SAP plataforma Cloud (SAP Cloud Platform), aliando-os à experiência da SAP em processos profundos, conhecimento particularizado de cada indústria e metodologias avançadas em design thinking.
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F - Qual seria o grande argumento para convencer um microempresário a adotar os sistemas SAP em sua empresa? C. P. - O nosso grande argumento está na nossa filosofia de atuação. Somos parceiros de negócios focados em entender e atender as necessidades de cada cliente, independentemente de seu porte, transformando seus processos e auxiliando em suas conquistas. Mapeamos exatamente as necessidades globais de cada um para prover as ferramentas e os modelos tecnológicos apropriados para cada caso. Procuramos contribuir não somente com ferramentas e serviços para que otimizem sua gestão e resultados mas, também, ajudando-os a
C. P. - Concordo. A tecnologia, além de trazer soluções que facilitam todas as áreas, também tem um papel muito importante para tornar a comunicação mais rápida e em tempo real. Há pouco tivemos uma viagem com clientes e colaboradores e a tecnologia nos manteve próximos do trabalho aqui no Brasil, enquanto acompanhávamos os acontecimentos em Miami. Estamos cada dia mais conectados e menos distantes. Hoje, conseguimos nos falar a qualquer momento e de qualquer lugar no mundo em tempo real. F - É difícil encontrar mulheres na presidência de empresas de TI. Nesse mercado aparentemente tão masculino, quais são as vantagens e dificuldades que você enfrenta diariamente? C. P. - Nunca enfrentei dificuldades por ser mulher. Defendo a ideia de que as pessoas devem sempre procurar qualificação e isso independe de gênero. Na SAP, focamos na diversidade, sempre. O importante é termos um time competente e sólido. F - Você já passou por alguma situação de desdém ou impotência por ser mulher?
C. P. - Não. Acredito que a competência está à frente de qualquer outra questão no mercado corporativo. Não importa meu sexo ou minha opção sexual. Por isso, na SAP temos o orgulho de sermos a única empresa de TI reconhecida com o EDGE – Economic Dividends for Gender Equality. O Brasil é um dos 12 países onde a SAP possui esse certificado. F - De que forma a tecnologia pode contribuir para igualar a equivalência de homens e mulheres no mercado? C. P. - A tecnologia torna as coisas mais claras e acessíveis. Hoje, já temos debates em canais on-line sobre diversos temas, inclusive machismo e feminismo. Acredito que quanto maior é o conhecimento sobre temas importantes, mais desprendidas de preconceitos as pessoas ficam. Portanto, a tecnologia pode ajudar também na formação e transformação de uma sociedade mais igualitária.
C. P. - Para nos mantermos no topo, além de escutarmos os clientes, estabelecendo uma verdadeira parceria de negócios, e estarmos na vanguarda da inovação, a SAP investe fortemente em R&D (Research and Development), em busca de inovação e benefícios. Nosso foco está em fazer com que as soluções sejam parte integrante das estratégias das empresas e que possam agregar valor na transformação de cada uma delas. O segredo é continuar fazendo um bom trabalho, que atenda às necessidades de nossos clientes. Uma empresa nunca pode parar de crescer e de se reinventar de acordo com as inovações tecnológicas e do cenário de mercado. O foco é crescer cada vez mais e manter a reputação que construímos ao longo de nossa jornada.
F - Como você imagina o mundo corporativo daqui a alguns anos? C. P. - É incerto dizer o quanto o mundo corporativo ainda poderá se transformar. Desde a Revolução Industrial, vivemos uma disrupção quase que anual com a chegada de novas tecnologias e transformações organizacionais. Acredito que, daqui a alguns anos, a transformação digital será instaurada em todas as áreas de negócio e não será mais uma novidade. Com isso, todas as empresas já entenderão a necessidade de tornar seus negócios otimizados com softwares e atuarão com mais assertividade e convicção.
F - A SAP já foi considerada a companhia mais valiosa da Alemanha em 2014 e, atualmente, segundo um ranking da Millward Brown, é a 27ª marca mais valiosa do mundo. Quando se atinge um patamar tão elevado, qual é o segredo para se manter no topo?
“Estamos cada dia mais conectados e menos distantes”. 49
CRÔNICA DE UM VIAJANTE
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Retrato de uma ultramaratona
em Madagascar Uma história quase inacreditável, não fosse tão pura e verdadeira. Por Marcel Favery
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CRÔNICA DE UM VIAJANTE
Meu nome é Marcel Favery. Sou filmmaker e fotógrafo, sendo que meu trabalho sempre esteve ligado a esportes, música, viagens e natureza. Uma certa segunda-feira, recebi a ligação de uma empresa de calçados esportivos, que já era meu cliente e patrocinava o ultramaratonista brasileiro Carlos Dias, me explicando que ele iria correr uma prova em Madagascar, na África, e precisavam que eu realizasse um documentário sobre a participação do atleta na prova. O voo que eu precisaria embarcar sairia na quinta-feira seguinte, o que me deu quase
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nada de tempo para eu me organizar. Ainda assim, aceitei o desafio. A chegada em Madagascar foi uma loucura. A quantidade de pessoas querendo carregar minha bagagem até um táxi em troca de gorjeta era absurda. Quase brigaram para decidir quem iria carregar minhas malas. Além disso, o câmbio também deu um nó
na minha cabeça. Troquei 500 dólares para ter algum dinheiro comigo e isso deu impressionantes 1.560.000 Ariaris (moeda local). Durante a viagem, foi uma confusão saber ao certo quanto estava gastando. Na véspera da prova, me encontrei com todos os atletas e os organizadores em um hotel em
Troquei 500 dólares para ter algum dinheiro e isso deu impressionantes 1.560.000 Ariaris.
Antsiranana, cidade mais ao norte de Madagascar, e partimos para um acampamento que passaríamos a noite e também onde seria a largada da ultramaratona, na manhã do dia seguinte. Fomos recebidos por uma comunidade local que preparou um ritual de boas-vindas com batuques, danças e cantigas tradicionais africanas. Depois da festa, no sossego da noite, muitas conversas, a ansiedade e apreensão pelo início da prova.
Foi dada a largada O dia seguinte amanheceu com céu aberto. Acampamos numa praia maravilhosa que faz parte da Baía Andovobazaha, onde muitos veleiros atracam. A prova consistia em 250 km percorridos em 7 dias com autossuficiência, ou seja, cada atleta é obrigado a carregar uma mochila com toda a comida e roupa necessárias. A organização só disponibilizava água aos participantes.
selvagens, cobras, camaleões, lagartos e lêmures, animais muito comuns naquela região do país. O sol castigava com média de 30°C durante toda a prova. Um clima muito parecido com o do cerrado brasileiro, ar seco, calor de dia e frio à noite. Foi um primeiro dia tranquilo, no qual consegui acompanhar por muito
tempo o Carlos Dias, pois a maior parte do percurso foi por estradas de chão, onde tínhamos acesso com o carro que nos apoiava. No segundo dia, porém, começaram meus primeiros problemas. O motorista do veículo de apoio se perdeu e deu a maior volta para encontrar o percurso da corrida.
Foi dada a largada e, para a minha sorte, havia um veículo de apoio para mim e para o fotógrafo oficial do evento. Caso contrário, como acompanharíamos esses superatletas em distâncias tão longas e carregaríamos em média 15 kg de equipamentos de fotografia e filmagem? Impossível. A prova passava pelos lugares mais inóspitos do país. Trilhas fechadas, estradas de chão, fazendas, encostas e praias. Ao longo do percurso, nos deparávamos com muitos animais
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CRÔNICA DE UM VIAJANTE
As crianças da aldeia esfregavam meus braços no intuito de me “limpar” de uma aparente tinta branca. Foi praticamente um dia perdido, pois nessa etapa, a maior parte do percurso era por trilhas fechadas e encostas de falésias que carro nenhum chegava próximo. Com isso, decidimos ir direto até o próximo acampamento, atravessando riachos e mata bem fechada com o carro. Fomos desbravando até chegar numa aldeia completamente isolada.
choques culturais Ali, os primeiros choques culturais da viagem começaram a acontecer. Conheci pessoas que nunca haviam visto homens brancos e nunca tinham se visto (por falta de espelhos, acreditem). As crianças da aldeia esfregavam meus braços no intuito de me “limpar” de uma aparente tinta branca e os mais velhos tinham ataques de riso quando eu tirava uma fotografia deles e mostrava o resultado.
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No terceiro dia, a sujeira já me incomodava bastante. Há falta de água naquela região de Madagascar e a população faz um esforço diário de se deslocar até o rio mais próximo para lavar louças e roupas e para captar água para beber e cozinhar. O contraste entre o estoque de água para os atletas e a falta dela para a população local me fez refletir muito sobre as facilidades que temos em casa,
onde giramos uma simples torneira e, milagrosamente, sai água limpa. Nessa altura da corrida, os atletas começaram a apresentar os primeiros sinais de desgaste intenso e alguns participantes desistiram da prova. Nesse dia, o percurso passou por uma floresta de baobás. Foi um momento muito singular para um amante da natureza como eu.
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CRÔNICA DE UM VIAJANTE
No quarto dia, seguindo o Carlos Dias, o primeiro alívio da viagem: o acampamento agora era ao lado de rio enorme, de água transparente e límpida. Finalmente, pude tomar um banho e me livrar de toda a sujeira que me incomodava, até que um dos meninos locais me alertou que ali tinham muitos crocodilos. Sai “voando” do rio, apavorado. Mais pessoas desistiram da prova nesse trecho, enquanto o Carlos Dias “apenas” perdia duas unhas devido ao calçado apertado. O desgaste era visível em todos, mas pelo menos o peso das comidas e das roupas já era bem menor. Tive uma noite de sono incrível, já que era a primeira vez em que fui dormir limpo. O quinto dia foi de descanso para os atletas e eu aproveitei para editar um pouco do material que já tinha filmado e fotografado, além de me envolver mais com a população local. Fiz amizades ao tentar aprender
Uma casa simples, feita de pau a pique, com telhas de eternit sem forro, chão de terra batida e muitas, mas muitas teias com aranhas enormes nas quinas do teto. um pouco do dialeto malagasy. Ao dizer “umbolatsara” (bom dia) e “tsaree?” (como vai?) para as pessoas, elas, automaticamente, abriam um sorriso de espanto ao ver que eu não me comunicava em francês ou inglês, mas sim na sua língua nativa. A identificação e a conexão com as pessoas desse lugar foram tão grande que me convidaram para um jantar em um restaurante na aldeia vizinha. Iam comemorar o aniversário de Bienvenue, um dos voluntários locais que ajudava na montagem e na desmontagem dos acampamentos. Quando chegamos ao restaurante,
me senti um alienígena, pois era o único branco, o que obviamente chamou a atenção de todos presentes. Me senti acuado e com medo de fazer alguma coisa errada, já que eu era o centro das atenções. Aos poucos, porém, fui me soltando. Fredo, um outro garoto que falava inglês muito bem, ia me traduzindo tudo o que eles conversavam em malagasy. Estávamos em nove pessoas e pedimos cerveja para todos a fim de brindar o aniversário do nosso amigo. Assim que brindamos, nossa comida chegou. A semelhança com lugares mais simples no Brasil era notória: o tempero da comida, o ponto do arroz, o sabor da sopa, tudo me fez perceber o quão forte é nossa herança africana aqui em terras tupiniquins. Só quando dei a primeira garfada que comecei a reparar na estrutura do restaurante. Uma casa simples, feita de pau a pique, com telhas de eternit sem forro, chão de terra batida e muitas, mas muitas teias com aranhas enormes nas quinas do teto. Já havíamos cantado parabéns para nosso amigo, quando chegou a conta.
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Mais um choque: o total deu o equivalente a cerca de R$ 20,00. Estávamos em nove, comemos e bebemos até ficarmos satisfeitos e aquele valor não entrava na minha cabeça. Pensei que era o que cada um deveria pagar, mas não, era o total da conta mesmo. Com a preocupação de não parecer arrogante, pedi que me deixassem pagar tudo. Expliquei a todos que me sentia muito honrado e lisonjeado com o convite que me fizeram, por compartilharem aquela cultura e costumes comigo e, dificilmente, eu poderia celebrar outro aniversário com eles novamente. Eles acharam um absurdo, pois era muito dinheiro e não havia necessidade.
Mas insisti e eles acabaram cedendo. Foi um momento muito emocionante, que me tocou profundamente. Tanta miséria e dificuldade... e mesmo assim um povo tão verdadeiro e genuinamente feliz. No sexto e sétimo dias, os atletas percorreram os trechos finais da ultramaratona, sem muitas surpresas, já que todos a essa altura estavam acostumados com as cobras, lagartos, camaleões e lêmures. Chegamos a uma cidade que não me recordo o nome e um banquete estava servido para receber todos os envolvidos na prova, com mandioca frita, pastel de carne com cebola, abóbora cozida, carne de sol, manga,
caju, enfim, um pouco de tudo o que estamos acostumados por aqui. Mais uma vez, fizeram um tremendo ritual com músicas percussivas, cantoria e muita dança. Os atletas se entregaram ali de uma forma quase transcendental, dançando e cantando juntos, batucando e batendo palmas no mesmo ritmo. A ressonância dos sons gerou um estado de transe em mim que me fez parar, agradecer pela experiência e reviver, de olhos fechados, cada momento daquela viagem. Quando abri os olhos novamente, como se ouvissem minhas preces, vinham em minha direção Bienvenue e Fredo. Nos abraçamos e agradecemos pelos dias inesquecíveis que vivemos juntos.
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NEGÓCIOS
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Midas do
açaí
A história do empresário Marco Antonio Castilho. Por Maurício Cresto Gomide
No início dos anos 1980, o Pará ganhou as páginas dos jornais quase da noite para o dia. Era a corrida pelo ouro de Serra Pelada, que atraiu mais de 80 mil aventureiros dispostos a arriscar a vida à procura de pepitas douradas. Dentre eles havia um estudante paulista de engenharia que trancou a faculdade para tentar a sorte no local conhecido como o maior garimpo a céu aberto do mundo. Marco Antonio Castilho não colheu ali os frutos que desejava, mas se deparou com outro fruto até então desconhecido por ele, “ruim pra caramba” e que mudaria sua vida para sempre.
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NEGÓCIOS
“A primeira fábrica de açaí industrializado pronto para o consumo fui eu quem montei”.
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Ele conta que durante os 18 meses de garimpagem, era comum ver os trabalhadores comendo ou bebendo “aquele negócio roxo” que, aparentemente, fornecia uma dose extra de energia para a desgastante atividade de garimpo. “Eu via aqueles caras, todos bem fortes e resolvi experimentar. O açaí era puro, colhido na hora. Não tinha um sabor muito agradável, mas comecei a sentir um efeito super legal. Notei que estava mais resistente, com mais disposição e menos dores musculares. Aquilo me marcou”, lembra ao citar que, na época, andava em média 10 km por dia. Isso foi em 1983. Dez anos depois, já formado em engenharia e casado, Castilho viajou com a esposa para o Rio de Janeiro e viu, em uma lanchonete de Búzios, algo que despertou a atenção. “Um cara estava batendo um negócio roxo no liquidificador. Então eu virei para a minha esposa e disse ‘eu conheço isso aí, era o que eu tomava em Serra Pelada’. Quando experimentei, no entanto, era muito mais gostoso, pois eles misturavam a poupa com xarope de guaraná”.
O engenheiro voltou daquela viagem determinado a fazer algo diferente com aquela fruta. Ele percebeu que a poupa congelada era difícil de manusear e, inclusive, chegava a quebrar alguns liquidificadores. Em uma feira de alimentos em São Paulo, ele descobriu uma nova maneira de processar o açaí e passou a investir nisso. Lembra com orgulho que “a primeira fábrica de açaí industrializado pronto para o consumo fui eu quem montei, a Açaí Frut Guaraná”, em 1994. A pequena fábrica, instalada no Guarujá-SP, promoveu uma verdadeira expansão do açaí pelo Brasil, pois antes o produto era restrito a apenas algumas lanchonetes do Rio. “Quando criei o potinho, ele começou a ir para supermercados, restaurantes e escolas. Eu levei o açaí para Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e São Paulo. Em questão de 4 ou 5 anos, o produto já estava em todo o Brasil”. Um novo mercado surgia no País.
KAROÇO, A EVOLUÇÃO DO AÇAÍ A variedade de açaís no potinho começou a crescer, mas os produtos eram todos muito semelhantes. Um creme gelado, energético e doce, no máximo, com uma embalagem diferente. Não seria possível fazer algo realmente distinto? Foi esse questionamento e um curso do Ital – Instituto de Tecnologia de Alimentos - que suscitaram em Marco Antonio Castilho uma nova ideia. “Eu tinha acabado de fazer um curso de chocolate no Ital e comecei a pensar se daria para fazer um chocolate de açaí ou algo parecido”. Criar um produto do zero e sem ter referências, não é tarefa fácil. Marco fez inúmeras tentativas durante um ano inteiro para chegar à fórmula que tanto desejava. Foram erros atrás de erros até conseguir criar um processo industrial diferente do do chocolate, mas igualmente funcional para a produção e o desenvolvimento de um produto com açaí em barra, sólido e inovador. Esse método, inclusive, foi patenteado por ele. Para acrescentar o açaí em sua receita, Marco Antonio Castilho precisava do produto em pó. “Só tinha açaí processado pelo Spray Dry, um processo que usa calor e acaba tirando muitas propriedades da fruta. E eu queria a fruta pura”. Por sorte esse problema tinha uma solução: a liofilização. Essa técnica usa baixas temperaturas para transformar frutas em pó, preservando todos os nutrientes.
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NEGÓCIOS
Foi esse o caminho percorrido para o desenvolvimento do Karoço, um alimento funcional à base de açaí, acerola, guaraná e castanha-dopará. Um produto diferente de tudo que havia no mercado, com o açaí de protagonista, mas não mais em creme. Pequenas bolinhas sólidas de, aproximadamente, um centímetro de diâmetro, com cobertura que derrete na boca e recheio crocante. A ideia de fazer algo realmente distinto estava realizada.
EM BUSCA DA PERFEIÇÃO Expandir a indústria de açaí e inventar algo totalmente novo não bastaram para que o engenheiro sossegasse. Na ânsia de ter um produto com a melhor qualidade possível, Marco passou a viajar frequentemente à Amazônia com a missão de selecionar a dedo o principal ingrediente do seu novo produto. O nome Karoço, inclusive, surgiu dessas viagens, pois os povos ribeirinhos se referiam à fruta da palmeira de açaí como “caroço”. O motivo de ir tão longe em busca das melhores frutas é porque, assim como a banana, existem muitas espécies de açaí. “Isso muda vários aspectos da fruta, como a cor, o sabor e as propriedades funcionais. Não há um padrão, quando o que queremos é justamente padronizar. As safras na Amazônia variam muito. Uma época dá no Amapá, noutra no Pará, depois
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no Amazonas, Acre, Rondônia. É necessário ter certo controle sobre isso para conseguirmos frutas da mesma espécie e que tragam os benefícios que desejamos”. Aliás, haja benefícios. Além de saudável e prático, o Karoço também é nutritivo. Não à toa, é classificado por nutricionistas como um superalimento. Um pacote com 30g é rico em antioxidantes (retarda o envelhecimento), selênio (fortalece o sistema imune),
ômega 9 (ação anti-inflamatória) e tem a mesma quantidade de vitamina C que 18 laranjas. O “snack funcional”, como o próprio Marco batizou, também não contém glúten, lactose, corantes, conservantes e açúcar – é adoçado com estévia. Há ainda ganhos que vão além da saúde. O fomento da indústria de açaí elevou a qualidade de vida dos povos ribeirinhos da Amazônia. “Faz 20 anos que eu vou para lá todo ano.
“Eu tinha acabado de fazer um curso de chocolate no Ital e comecei a pensar se daria para fazer um chocolate de açaí ou algo parecido”.
Antigamente, os ribeirinhos ganhavam no máximo R$ 0,50 por cada pé de açaí colhido, que rendia algo em torno de R$ 5,00 por dia. Eles moravam, miseravelmente, em casas feitas de palmeira de açaí. Hoje, esses mesmos ribeirinhos ganham R$ 20,00 a cada pé de açaí, moram em casas de alvenaria e trocaram a antiga canoinha por um barco a motor”, conta.
UM PRODUTO CAMPEÃO Em 2013, oito meses após o produto ser lançado, Marco Antonio Castilho resolveu inscrever o Karoço na Food Ingredients, uma feira internacional de alimentos. Naquele ano, o evento tinha três categorias em aberto: Ingrediente mais inovador, Produto mais inovador e Produto funcional mais inovador. “Nós participamos na categoria Produto
funcional mais inovador, mas sem muita pretensão, porque éramos novos no mercado e eu sabia que o processo de seleção era super rigoroso, envolvendo nutricionistas, engenheiros de alimentos e especialistas em geral”. Para a grande surpresa de Marco e de outros concorrentes fortíssimos, que jamais haviam ouvido falar no inusitado Karoço, o produto foi avançando as etapas até ficar entre os 10 grandes finalistas, ao lado de marcas tradicionais como Perdigão, Sadia, Probiótica e Good Soy. “Lembro que tivemos que fazer às pressas uma apresentação comercial do produto. Não tínhamos uma, porque jamais imaginaríamos que fôssemos chegar entre os 10 primeiros. Então fizemos um Power Point, daqueles que o título aparece com efeito giratório, com uma música do Mário de fundo, bem Tabajara mesmo”, recorda com alegria. A apresentação foi recebida com ironia e descaso pelos concorrentes, que tinham propagandas feitas por grandes produtoras e veiculadas em canais abertos. Karoço? “Foi até motivo de riso... pelo menos até o anúncio do grande vencedor”, lembra saboreando aquele momento. “Para a surpresa de todo mundo, inclusive nossa, nós ganhamos! Foi um êxtase, uma alegria imensa, menos para os engenheiros e equipes das outras empresas, que não se conformaram com a vitória do nosso produto”. Karoço faz parte da linha de alimentos da Smart Açaí, empresa fundada por Marco Antonio Castilho e um sócio. Eles estão para lançar no mercado a marca Amazon Energy, que oferecerá barras de açaí com Whey, Colágeno ou Guaraná. “O foco da Smart é sempre trabalhar com produtos funcionais, que fazem bem à saúde e, de preferência, produtos que a gente possa exportar, como é o caso das frutas da Amazônia”. Quem diria que a mesma pepita que em 1983, em Serra Pelada, passou despercebida por todos, renderia tantas conquistas assim.
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FICA A DICA
Febre Amarela
Antes de viajar, veja tudo que
vocĂŞ precisa saber sobre a vacina. 64
A lista de países que exigem o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia – CIPV, que já era extensa (com mais de 150 nações), ganhou novos nomes. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Panamá, Nicarágua, Costa Rica, Equador e Cuba foram destinos que alteraram recentemente o status de exigência para turistas brasileiros, que agora precisam do CIPV para viajar a esses países.
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FICA A DICA
A medida acontece após o surto iniciado em Minas Gerais no fim do ano passado, considerado o de maior proporção já registrado no Brasil. E não é para menos. Segundo informações da Organização PanAmericana de Saúde da Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS), de dezembro de 2016 até a segunda quinzena de abril de 2017, o Brasil teve 623 casos confirmados de febre amarela, com 209 óbitos. Uma taxa de letalidade de 34%. É uma doença que assusta por motivos claros, mas que não deveria. A vacina é totalmente eficaz e possui poucas contraindicações, não sendo adequada apenas para crianças menores de seis meses, idosos acima dos 60 anos (que ainda assim, podem ser vacinados após avaliação médica), gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas alérgicas a ovo.
Se você não se enquadra nesse grupo de pessoas, programe-se já para tomar a vacina (se ainda não o fez) antes da sua próxima viagem. Alguns países exigem a apresentação do CIPV até mesmo em escalas mais longas, nas quais o viajante fica 12 horas ou mais no aeroporto. Consulte seu agente de viagem a respeito disso. E como sabemos que você não quer ser surpreendido, listamos algumas informações para sanar as principais dúvidas sobre a febre amarela e a vacina. As explicações a seguir são da médica infectologista Dra. Ariane Delicio (CRM 111731), que trabalha no Centro de Referência em DST/ AIDS de Campinas e é professora da faculdade de Medicina da UNICAMP.
Doses necessárias. Uma ou duas? “Declaração da OMS de junho de 2016 afirma que apenas uma dose da vacina garante proteção para
Uma doença que assusta por motivos claros, mas que não deveria.
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a vida toda, não sendo necessária outra dose. O Ministério da Saúde recomendava duas doses até pouco tempo, porém isso mudou a partir de abril desse ano”. Crianças são exceção? “Crianças que receberam a primeira dose aos 9 meses de idade precisam de uma segunda dose devido à imaturidade de seu sistema imune. A dose de reforço após o amadurecimento imunológico fará com que a criança desenvolva uma maior proteção vacinal”.
Sintomas iniciais. Como reconhecer? “Os sintomas iniciais são vagos, consistindo de febre, dor de cabeça, dores no corpo, fraqueza, náuseas, olhos amarelados (icterícia) e sangramentos (em casos graves). São sintomas parecidos com os de outras doenças febris agudas, como dengue, malária, febre tifoide, leptospirose e hepatites virais. Por isso, devemos sempre levar em conta a situação epidemiológica dos locais onde a pessoa esteve, se viajou para áreas de risco”.
Gestantes podem tomar a vacina? “Sabemos que, durante a gestação, a vacina de febre amarela apresenta maior risco de efeitos adversos, e há até mesmo relatos de febre amarela vacinal durante a gestação, visto que a vacina contém vírus ‘vivo’ atenuado e a gestação, por si só, representa um período de baixa imunidade para a mulher. Se a viagem for imprescindível, o obstetra deve pesar o riscobenefício e considerar ou não a vacinação”.
E alérgicos a ovo? “Vale ressaltar que pessoas com alergia a ovo não podem se vacinar sem antes passarem por um tratamento prévio de dessensibilização”. Por que tomar a vacina com 10 dias de antecedência da viagem? “O período de 10 dias antes da viagem serve para que o organismo desenvolva os anticorpos necessários para a proteção, o que vale para a maioria das vacinas que tomamos. Nesse período, também observamos possíveis efeitos adversos”. Como é o tratamento da doença? “Não existe medicamento específico para a febre amarela, apenas suporte clínico e intensivo (UTI) nos casos mais graves, com hidratação endovenosa, transfusão de sangue nos casos de sangramentos significativo e diálise nos casos de insuficiência renal”. Se a doença não é contagiosa, que risco uma pessoa contaminada com o vírus pode levar para um país que nunca registrou casos de febre amarela? “Se uma pessoa infectada com o vírus da febre amarela viajar para lugares onde o vírus não circula e for picado por um mosquito (no ciclo urbano será o Aedes), introduzirá o vírus no local, pois a pessoa funcionará como um hospedeiro. Ou seja, esse mosquito que picou um ser humano infectado, picará outro e assim sucessivamente. Por isso, a vacina é uma proteção epidemiológica”.
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CONECTADO
Nikon Keymission 360 Fotos e imagens em 360º. A Nikon Keymission 360 tem tudo para ser a nova protagonista das suas viagens. Ela possui sensores que capturam fotos de 23,9 megapixels e gravam em 4K. Já o registro em 360º se dá graças às duas lentes grandeangular. Ela permite controlar ISO (100-1600), exposição e velocidade do obturador (1/8000–1 segundo). Outro detalhe exclusivo é que a câmera pode ser submersa na água por uma hora e até 30 metros sem precisar de case. O corpo resiste a quedas de 2 metros de altura e suporta temperaturas de até -10°C. As fotos e vídeos podem ser armazenados em três tipos diferentes de cartões de memória: microSD, microSDHC e microSDXC. Já a transferência das imagens pode ser feita via USB, HDMI, Bluetooth e Wi-Fi. Valor sugerido: R$ 3.900 www.mercadolivre.com.br
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Enflux
Exercise Clothing Idealizada por startup homônima, chega ao mercado americano uma roupa revolucionária wearable de captação do movimento para aumentar e melhorar o desempenho em exercícios físicos como um treinador digital a otimizar e direcionar o treino. Com sensores digitais integrados a um aplicativo gratuito para celular, Enflux combina calça e blusa de material leve e sofisticado: poliéster reforçado para suportar todo tipo de movimento, com tecnologia a qual elimina odor. Sem medo, é possível lavá-la à máquina. Há sensores de movimentos (dez, ao todo) para braços, pernas e tronco, monitor de batimentos cardíacos, medidor de saturação de oxigênio, bateria com autonomia para duas semanas e Bluetooth para transmissão de dados ao smartphone, no qual um avatar 3D reproduz, fielmente, os movimentos ao longo dos exercícios.
O app é minucioso. Oferece estatísticas detalhadas das atividades. Após o treino, os resultados são encaminhados, automaticamente, à plataforma on-line da Enflux. Permite, ainda, compartilhamento dos dados com amigos ou com treinadores profissionais. Utilize-o para melhorar e aumentar seu desempenho em diversas atividades: musculação, crossfit, corrida, ciclismo, futebol, golfe, vôlei etc. O aplicativo ainda indica novos treinos ou sugere adaptações. O intuito é disponibilizar ao usuário um sistema no qual haja assistência personalizada. Valor sugerido: US$ 349 www.getenflux.com
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VIDA EXECUTIVA
Por Juliana de Araujo
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A dama dourada da Samsonite Caro leitor, a seção Vida Executiva, nesta primeira edição de 2017, abordará assuntos pertinentes à atual situação de nosso País. Questões como o feminino, a crise, as transformações sociais, tributárias e legislativas, as adversidades na construção do plano de carreira e a trajetória profissional pautaram a entrevista de duas horas com Anna Chaia, Diretora-Presidente Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) da Samsonite. Anna Chaia fora a resposta assertiva do CEO Global da Samsonite, Ramesh Tainwala, para expandir a marca no Brasil em 2015, momento em que mergulhávamos na maior crise econômica na história do País. De forma a confirmar a máxima do pensamento do estadista britânico, Winston Churchill: “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”. No imaginário coletivo, quando se trata de cargo de presidência, visualizamos figuras inatingíveis, monocromáticas, temidas e veneradas. No entanto, meu caro, minha cara, não fora essa a figura a qual nos recebeu com um largo sorriso à porta do escritório em uma tarde nublada na terra da garoa.
“O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”. 71
VIDA EXECUTIVA
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Uma carreira de sucesso, segundo Anna, jamais alcançará tão-somente os louros, os troféus e os aplausos, é adjetivada com otimismo em meio aos tropeços, curiosidade pelo saber, não um curioso “monotemático” e resiliência, afinal “surfamos na dificuldade e quem afirma ter uma carreira de sucesso sem as quedas eu acho admirável, mas eu duvido! Será que essa pessoa nunca teve nenhuma queda?”. O otimismo, diante da queda, é um mestre silencioso ante as oscilações da vida.
Anna Chaia por Anna Chaia “Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir”. (Clarice Lispector) Consistência, plano de carreira, capacidade de planejamento e escolhas profissionais coerentes foram os substantivos motivacionais para traçar a trajetória profissional de Anna, visto que “Não vim de uma família abonada, sou uma guerreira, tive de galgar com as próprias pernas, tive de lutar por meu lugar”. A metáfora que a define é a da árvore, porque expressa o ciclo da vida, as estações pelas quais passamos. Talento é a marca impressa em nosso DNA. Para Anna, é possível que obtenhamos talentos diversos no decorrer da vida, no entanto, é necessário possuir a capacidade de torná-los concretos. Para ela, os
jovens têm dificuldade de adaptação, afinal talento não é ingrediente, amiúde, imprescindível para uma receita de sucesso. Sem direção, comprometimento e consistência não há uma trajetória coerente. Coerência fora substantivo recorrente ao longo da entrevista. Coerência no detalhamento do plano de carreira, nas escolhas quando da mudança de caminho e na escolha dos parceiros de trabalho. Consoante à premissa de Anna, carreira não é um fim em si mesmo, “não passei pelas empresas para carimbar passaporte. O currículo tem de ser recheado!”, afirma categórica. Anna é a primeira mulher à frente da liderança da Samsonite e única. Na época da negociação, estava em Londres a trabalho com consultoria, quando recebeu a ligação de um headhunter do Brasil. Avisou da indisponibilidade. Por uma felicidade, fora entrevistada pelo vice-presidente América Latina e pelo CEO Global, Ramesh Tainwala, a quem intitula de guru, cuja sabedoria e lições enlaçaram o casamento entre a pioneira e a Top of mind, Samsonite, e Anna Chaia, a quem adjetivamos como pioneira, posto que obtém como marca registrada a expansão de negócios.
Pertence ao rol dos líderes inspiradores, uma vez que sua trajetória profissional corrobora para tal constatação: mais de 25 anos de experiência em varejo; foi CEO da francesa L’Occitane, responsável por todo o plano de expansão no Brasil: formação da equipe e abertura de lojas próprias; na Swarovski como diretora-geral, abriu as primeiras lojas da marca e expandiu os negócios; e atuações expressivas na Natura, na Whirlpool Corporation, na Unilever e, nos anos em que esteve na faculdade, na American Express. Como mulher, aprendeu a se impor e investir em uma base sólida, uma estrutura com a qual fosse possível dividir a rotina de esposa, de mãe e de dama dourada da Samsonite. “É preciso ter tranquilidade e entregar-se de corpo e alma, ter um companheiro com quem se possa contar para compartilhar as responsabilidades e que respeite seu trabalho e é preciso gostar do que faz”. Formada em Marketing pela escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), pós-graduada em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e MBA executivo pela Harvard Business School. Além disso, é conselheira
“Não vim de uma família abonada, sou uma guerreira, tive de galgar com as próprias pernas, tive de lutar por meu lugar”. 73
VIDA EXECUTIVA
do Fundo Americano de Investimentos Advent Internacional, responsável por fusões e aquisições no mercado brasileiro. Anna possui dois livros publicados, cujo público-alvo centra-se em quem pretende viajar com crianças: Guia Paris com as crianças (Publifolha) e Descobrindo Nova York com as crianças (Matrix).
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de malas prontas A executiva possui bastante familiaridade com o segmento de viagens, já que a paixão por desbravar e conhecer o mundo fora o bichinho responsável por sua inserção no universo do trabalho aos quatorze anos.
crescimento da marca na região. Quando chegou, eram apenas três lojas-conceito no Brasil. Hoje, trinta. E enquanto escrevíamos esta matéria, a Samsonite lançou uma das marcas do Grupo no Brasil, em evento no Shopping Cidade Jardim, a American Tourister.
Há dois anos à frente da Samsonite, Anna Chaia impulsionou o
Detalhista, selecionou cada membro de sua equipe para
compor o time para o plano de expansão da marca e gerir a relação com os key accounts, nos quais há produtos exclusivos. Em dois anos, trinta lojas, a vinda de uma segunda marca ao País e a gestão da marca, de importação, de estoque e de distribuição. As oportunidades de negócio surgiram em momento de retração de mercado. As negociações iniciaram em seu primeiro ano, 2015, e a perspectiva, a longo prazo, é de atingir cem lojas abertas no Brasil até 2018 e tornar a Samsonite a número 1 em lembrança da marca.
Antônio Luiz Seabra e Pedro Passos – Natura
Em especial, Sergio Chaia, esposo e mentor há mais de trinta anos.
Paulo Periquito – Whirpool
Receita do sucesso: confiar em quem contratamos, dar autonomia, seguir as normas do país, incentivo para otimizar e trazer best practice, diálogo, desejo de crescer com a empresa e jamais ser individualista na gestão.
Gonzalo Almada (uruguaio) – Swarovski Reinold Geiger (austríaco) – L’Occitane Ramesh Tainwala (indiano) e Roberto Guzman (chileno) – Samsonite
Na gestão da Anna, a Samsonite conseguiu imprimir os atributos da marca no consumidor nacional “Para estar com você a qualquer momento”: melhor produto com custo-benefício, forte, resistente, qualidade, pós-venda, garantia, inclusive, para mochilas (relação com o consumidor final). Não que seja avessa às redes sociais, Anna mantém a dualidade de sua rotina longe do olhar indiscreto dos alheios. “O que é que me traria de benefício? Para minha posição atual, atrapalharia”. Sua carreira é sólida como um carvalho. Profissional perspicaz, seguiu os ensinamentos dos líderes que a inspiraram: Ciro Kawamura – American Express Roger Kirman (inglês) – Unilever
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DESENVOLVIMENTO
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COWORKING Descubra como esse
modelo de trabalho pode beneficiar o seu negócio. No sentido literal, coworking é trabalho compartilhado. A ideia nasceu nos Estados Unidos em 2005 e, atualmente, vem ganhando cada vez mais destaque no Brasil. Centenas de lugares por aqui já funcionam com esse novo modelo, que promove, acima de tudo, a ideia de que tudo pode e deve ser compartilhado. Assim, divide-se entre os usuários do espaço os custos com aluguel, água, luz, limpeza, manutenção, internet, entre outros. “Cada estação de trabalho aqui é cerca de 38% mais barata do que uma sala comercial”, afirma Lisiane Olsson, gestora do Orgânico Coworking, que funciona no Alpha Square Mall, em Alphaville, Barueri-SP. A conta é simples: enquanto o aluguel de um imóvel (compacto e simples) custa em torno de R$ 17.500 por ano para cada estação de trabalho, no coworking, esse valor passa para R$ 10.800, com diversos benefícios inclusos, como recepção, salas de reunião, Wi-Fi, conforto e segurança. Essa economia, no entanto, não é o único benefício que esses lugares oferecem, porque além de promover o compartilhamento de custos, o coworking funciona como um catalizador de ideias e de projetos. “Aqui, favorecemos 100% o convívio social. Já tive casos de pessoas de segmentos diferentes se conhecerem tomando um café e fecharem um negócio”, lembra Lisiane.
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DESENVOLVIMENTO
Network, talvez, seja uma das grandes sacadas por trás desse modelo de trabalho. No Orgânico, por exemplo, há pessoas de, pelo menos, dez áreas distintas trabalhando juntas. De acordo com a gestora, “tem editora, distribuidora de alimentos, TI, contadores, empresas de engenharia, coaching, agência de publicidade, consultoria, agência de turismo, gestão financeira e designers”. Para o coworker e diretor de arte, Vinícius Nuvolari, esse mix de negócios é um grande diferencial. “Isso tem um impacto muito positivo, porque a partir do momento em que você convive com pessoas que não são da sua área de atuação, há, naturalmente, uma ampliação do seu horizonte de conhecimento”. O próprio espaço estimula de diversas formas o convívio social entre os coworkers. Primeiro, porque todo mundo sabe quem é quem e o que cada um faz. Quando um novo profissional chega ao Orgânico, todos os outros recebem um e-mail avisando quem é ele e em que tipo de negócio atua. Segundo, porque há diversas oportunidades de interação criadas a partir de momentos mais descontraídos, como happy hours, desafios na parede de escalada e o Dia do Pet - quando alguém vai trabalhar acompanhado com o animal de estimação.
“Isso tem um impacto muito positivo, porque a partir do momento em que você convive com pessoas que não são da sua área de atuação, há, naturalmente, uma ampliação do seu horizonte de conhecimento”. 78
“No coworking, as pessoas se servem e também servem aos outros”. Das pequenas empresas às multinacionais Engana-se quem acha que esse modelo de trabalho atrai apenas pequenos negócios, start-ups e freelancers. Grandes empresas e multinacionais ainda não migraram suas atividades para o coworking, mas têm utilizado esses espaços e a filosofia colaborativa para agregarem novos valores aos seus executivos e profissionais. Eventos que antes eram realizados em hotéis ou restaurantes, têm ganhado novos ares nos espaços compartilhados. “A Kraft Heinz fez o encontro de líderes
da América Latina aqui. A C&A faz todos os workshops de moda aqui. Na semana passada, recebemos também a Philip Morris e o St. Marche”, pontua Lisiane. O ganho para as empresas, nesses casos, está na sugestão de novas atitudes e perspectivas. Quer saber como isso funciona na prática? Como estão acostumados a ter tudo em mãos nas suas respectivas empresas, não é raro alguém perguntar, por exemplo, quem servirá o café? “Aí temos que explicar que, no coworking, as pessoas se servem e também servem aos outros”, finaliza Lisiane Olsson com um clássico exemplo de atitude colaborativa.
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VERDE E AMARELO
O que falta para o Brasil
atrair mais turistas? PaĂs recebe praticamente a mesma quantidade de viajantes estrangeiros desde 1998.
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VERDE E AMARELO
Os números não metem. Há cinco anos consecutivos, o turismo cresce mais do que a economia global, segundo dados do WTTC – Conselho Mundial de Viagens e Turismo. Um setor efervescente que tem deixado de lado as belezas naturais do nosso país e a receptividade do povo brasileiro. Estagnamos. Desde 1998 não há aumento significativo no número de turistas que visitam nossas paisagens tupiniquins. Quase 20 anos atrás, recebíamos, anualmente, em torno de 5 milhões de turistas estrangeiros. Em 2016, esse número cresceu timidamente para 6,6 milhões, impulsionado, principalmente, pelas Olimpíadas do Rio, um evento pontual. “Os números no Brasil ainda são incipientes perto do que se pode chegar por aqui”. A afirmação é de Márcia Santos, editora-executiva da revista Brasil Travel News. De acordo com ela, “falta ao brasileiro incorporar a mentalidade de que o país oferece um potencial gigantesco e que pode ser explorado em várias frentes, sejam econômicas ou sociais”. Para efeito de comparação do quanto estamos atrasados, apenas o Coliseu, na Itália, recebe 4 milhões de turistas por ano. Uma única atração que se compara aos números do Brasil, um país de proporções continentais. Márcia ainda levanta outro dado relevante. “No EUA, só a cidade de Orlando recebeu 66 milhões de turistas em 2015”. E indo um pouco mais a fundo, a Tailândia recebe, anualmente, 28 milhões de visitantes; o México, 30 milhões; e até o Peru, que há 15 anos não recebia nem 1 milhão de turistas, já está quase emparelhado ao Brasil, com 3,5 milhões.
“Os números no Brasil ainda são incipientes perto do que se pode chegar por aqui” 82
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VERDE E AMARELO
“certamente, precisamos buscar novas maneiras de divulgar ainda mais o país no estrangeiro”
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Márcia afirma que para driblar esses dados, a Embratur tem feito a parte dela com ações positivas, como a isenção de visto, em 2016, para americanos, japoneses, canadenses e australianos. No entanto, isso é pouco. “A Embratur tem acertado à medida que se atualiza para encontrar soluções para o Brasil, mas certamente precisamos buscar novas maneiras de divulgar ainda mais o país no estrangeiro”.
Achar uma forma de camuflar as notícias quase sempre negativas a respeito do Brasil nos noticiários internacionais pode ser um bom início para isso. A imagem do País, no exterior, está manchada.
Ao invés de praias, paisagens paradisíacas ou destinos para todos os gostos, o que se vê ou se lê sobre nós são notícias sobre a crise econômica, crimes políticos, violência e desastres naturais como o ocorrido em Mariana. Uma ferramenta on-line do governo britânico que analisa a segurança de diversos países (Foreign Travel Advice), alerta que aqui tem “elevado índice de criminalidade”, com arrastões, assaltos a mão armada e roubos. Convenhamos que problemas como esses existem na maioria dos países. O México, por exemplo, também tem seus casos de violência – inclusive, de acordo com o Instituto de Estudos Estratégicos, é o país mais violento do mundo depois da Síria –, mas isso não impede 30 milhões de turistas de visitarem as águas do Caribe e as ruínas Maias todos os anos. O que falta para o Brasil atrair mais turistas? Desde os Jogos Pan-Americanos, em 2007, estamos em evidência, mas faltam ações de divulgação do nosso potencial. Lá fora, o país resume-se a São Paulo, ao Rio de Janeiro e a Brasília, principalmente, enquanto lugares espetaculares e literalmente de “tirar o fôlego” são meros desconhecidos, como Lençóis Maranhenses, Chapada dos Veadeiros, Chapada Diamantina, Bonito, Jalapão, Cidades Históricas de Minas, Pantanal, Foz do Iguaçu, Fernando de Noronha, Bento Gonçalves e Floresta Amazônica. Destinos e atrações, temos centenas. Falta apenas os viajantes estrangeiros saberem que esses lugares existem.
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LAR DOCE LAR
Perdu,
O luxo subterrâneo As planícies de Bowdon escondem alto padrão de luxo no sul da Grã-Bretanha. 88
A NC Homes e a Huntsmere, responsáveis pelo desenvolvimento de propriedades de luxo, propõem a construção de casas subterrâneas para o novo século, nomeadamente, no Reino Unido onde fora criado protótipo sob bases futuristas, visionárias no que tangem aspectos como sustentabilidade, preservação de aéreas verdes, há muito dominadas pela selva de pedras. A cidade de verdes campos ganhou notoriedade durante o século XIX como polo industrial com moinhos, fábricas têxteis de algodão e manufaturas. No auge do processo fabril, concentrara as maiores manufaturas algodoeiras do mundo. Circunvizinhada por Manchester cujo papel, na Revolução Industrial, fora imprescindível, porquanto em seu
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LAR DOCE LAR
No solo, avista-se tão-somente o imenso jardim de 1,3 mil m²; no subsolo, há uma suntuosa construção com elementos extravagantes os quais justificam o valor da propriedade 90
território fora aplicada a máquina a vapor à indústria têxtil pela primeira vez em 1789. Ou ainda, a primeira linha férrea de passageiros também fora construída ali, a qual ligava a cidade com Liverpool nos idos de 1830. A luxuosa mansão de 400m2, alcunhada de Perdu (perdida), foi construída no subsolo da residência vitoriana do século XIX em condomínio de luxo em Bowdon, próximo a Manchester, na Inglaterra. O cerne da proposta da equipe de arquitetura e design ao projetá-la era o de criar uma mansão inserida no meio ambiente e autossustentável, embora não houvesse o intuito de economizar no luxo e no conforto. Dentre as singularidades de Perdu, estão as fontes de energia: o aproveitamento das águas pluviais, o sistema de troca de calor e o aquecimento da água a partir de tubos e de painéis solares e um sistema sofisticado de iluminação com lâmpadas de baixa voltagem as quais propiciam a redução do consumo elétrico em 80%. No solo, avista-se tão-somente o imenso jardim de 1,3 mil m²; no subsolo, há uma suntuosa construção com elementos extravagantes os quais justificam o valor da propriedade, a qual é avaliada, segundo site da imobiliária Country Life, em mais de 2 milhões de libras (R$ 6,3 milhões). Esbanja extravagância no enorme escorregador de metal, o qual liga a suíte principal a uma piscina interior com cascata. Para além dos ambientes comuns, banheiros, despensa, cozinha e sala de jantar, ainda existem uma lavandaria, ginásio, bar, jacuzzi, três suítes, vestiário com chuveiros, jardim de inverno e uma espaçosa garagem. Eis uma genuína mansão Ecofriendly.
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EM FOCO
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viagens incomparáveis Flytour terá agência especializada em produtos e serviços de alto valor agregado. A matriz do Grupo Flytour, em Aphaville, contará em breve com mais uma alternativa de viagem que chega para ampliar o já extenso leque de produtos e serviços ofertados pela companhia. Batizada de PRAETER, a nova agência aproveitará o momento oportuno de um mercado em plena expansão, voltado a quem deseja ter e viver experiências diferenciadas, exclusivas e, principalmente, personalizadas. Afinal, existe uma outra realidade no Brasil que não tem ganhado destaque nos noticiários e corre em paralelo com a crise econômica que assola o país. Trata-se do crescimento contínuo da classe A, que há 15 anos representava 0,7% da população e, hoje, chega a quase 2,5%, segundo levantamento da consultoria PricewaterhouseCoopers – PwC. Se levarmos em conta apenas assalariados, esse número ganha ainda mais significância, englobando mais que 19% dos trabalhadores.
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EM FOCO
Com a expansão desse nicho, surgem também novos produtos e serviços segmentados, elaborados exclusivamente para um público diferenciado que busca, acima de tudo, algo inovador que traga sensações novas e singulares aqui e em outras partes do mundo. Em Cancun, por exemplo, uma empresa passou a oferecer, por meio de um aplicativo, serviços de táxi em carros de luxo. É possível escolher entre Ferraris, Lamborghinis e MercedezBenz para passear na cidade.
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A partir desse cenário que se desdobra no Brasil e tem reflexos por toda a América Latina, e considerando que a Flytour é uma agência que possui um perfil de clientes mais exigentes, surgiu a oportunidade de também ingressar formalmente nesse mercado em ascendência. Em setembro, será inaugurada a agência PRAETER, que oferecerá viagens absolutamente únicas, que agregarão valores inéditos aos viajantes com serviços sob medida.
Hoje, em seu portfólio, a agência já conta com grande demanda e está operando em “soft opening”. Alguns produtos exclusivos já são sucesso absoluto. O HiLow 360º Experiencie Paris é um deles. Uma viagem atrelada a um programa de assessoria de Moda & Beleza que acontecerá na França, com acompanhamento, desde o embarque, de profissionais que são referência do mundo fashion, como Chris Castro, Camila Gaio e Mel Galhardo. Esse pacote faz
parte dos roteiros Kharis, com experiências voltadas à saúde, bem-estar e beleza. A PRAETER terá um portfólio diferenciado, considerando sua essência e as sensações que cada viagem proporcionará. Além dos produtos Kharis, a agência ainda trabalhará com as seguintes viagens: • Vemi – viagens culturais voltadas ao autoconhecimento, experiências gastronômicas, yoga, meditação e outras. • Gloria – viagens românticas, de lua de mel, ou celebrações incríveis voltadas ao casal. • Legere – viagens voltadas à celebração: aniversários, reuniões de amigos, família ou negócios. •
Piu Vinici – viagens e experiências que podem acontecer em curto espaço de tempo e sempre próximas às principais capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Florianópolis.
• Naibus – viagens de barco, cruzeiros e iates. • Feriae – viagens pontuais, exclusivas aos feriados. Pouco tempo, porém, grandes experiências. • Satis – viagens tailor made (sob medida), com experiências surpreendentes. A natureza da PRAETER gira em torno da personalização. O próprio nome da agência já diz muito sobre isso. No latim, PRAETER significa “além de”. Ou seja, a agência surge para realizar qualquer desejo de viagem e ainda oferecer aquele algo a mais que transforma uma experiência diferente em incomparável.
Fale conosco e viva uma experiência PRAETER Departamento Lazer Special: (11) 4706 7818 (grande São Paulo) 3003 8649 (demais localidades) special@flytour.com.br
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BIBLIOTECA
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Estrelas além do tempo de Margot Lee Shetterly
Depois da tempestade de Ricardo Amorim
Durante a Segunda Guerra Mundial, a incipiente indústria aeronáutica americana contratou matemáticas negras para suprir sua falta de mão de obra. Esses “computadores humanos” continuaram trabalhando para seu governo e passaram a fazer parte da NASA, época em que vingava a segregação racial. Elas garantiram que os Estados Unidos ganhassem a corrida espacial contra a União Soviética e lutaram para realizar o sonho americano. História que chegou também aos cinemas na adaptação estrelada por Taraji P. Henson, Janelle Monáe, Octavia Spencer, Kevin Costner, Kirsten Dunst e Jim Parsons.
Uma das mais graves crises da História brasileira gerou um pessimismo profundo sobre nosso futuro. Para entendê-la, o livro explica por que as expectativas eram altas no início do primeiro mandato da Presidente Dilma e como vivemos a mais profunda recessão em mais de um século. O livro responde nossas atuais indagações: quais os erros de política econômica que levaram à crise? O que precisa acontecer para que saíamos dela? Por que tirar o Brasil da crise econômica é mais simples do que parece? Por que a recuperação econômica, uma vez solucionada a crise política e reequilibradas as contas públicas, surpreenderá pela força? O que precisa acontecer para que essa recuperação inicial se sustente? Quais as lições e o legado da crise?
O segredo do bambu de Ismael Cala
A Verdade é Teimosa de Míriam Leitão
O chefe de uma vila remota na Amazônia peruana está prestes a morrer. Por isso, distribui suas riquezas inestimáveis entre seus três filhos. Sua filha de quatorze anos é quem recebe o bem mais precioso de todos, que mudará a sua vida e a dos membros de sua comunidade: o segredo do bambu.
A Verdade é Teimosa reúne 118 artigos publicados, a partir de 2010, no jornal O Globo. Funcionam como um diário da crise econômica dos últimos anos: antecedentes, evolução e efeitos, a qual abateu o País em 2015 e 2016, deixou um rombo nas contas públicas, aumentou o desemprego, provocou o retorno da inflação e culminou no impeachment de Dilma Rousseff. Segundo a autora, esse cenário fora desenhado há, pelo menos, seis anos. Muitos foram os avisos de que as escolhas do governo teriam consequências desastrosas. Na obra, a jornalista afirma que a crise poderia ter sido evitada e deixa em evidência as muitas lições do período para o futuro.
O segredo do bambu resume as lições deixadas por um pai a seus filhos e nos ensina a criar raízes mais sólidas e extensas, a aspirar metas mais elevadas sem perder a humildade, a desenvolver uma curiosidade voraz pela verdade e a encontrar o propósito da nossa vida. Acima de tudo, ensina todos nós a sermos como o bambu: flexíveis e resistentes diante das tempestades da vida.
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Aquela sensação... de que tudo vai dar certo em qualquer lugar do mundo. Com a Flytour, você tem segurança e tranquilidade para viajar com o melhor suporte à disposição. Oferecemos assistência aos viajantes 24h por dia, 7 dias por semana.
Saia da
rotina