Allianz Parque
O estádio onde futebol é apenas um dos negócios
Monte Roraima
O lugar que parou no tempo e inspirou até Steven Spielberg
Centro dos Viajantes Você deveria conhecê-lo antes do seu próximo embarque
Dama da hotelaria Conversamos com Chieko Aoki para descobrir os ingredientes do sucesso da rede Blue Tree.
EDITORIAL
CARO(A) LEITOR(A), Se um dia você estiver no saguão de um dos hotéis da rede Blue Tree e observar uma japonesa de aproximadamente 1,50m tirando fotos disfarçadamente, é muito possível que você esteja diante de Chieko Aoki, a executiva mais importante da hotelaria brasileira. Na entrevista exclusiva concedida à Flyers, a Sra. Aoki revela que essa é uma das táticas para chamar a atenção de funcionários “mal-humorados” e conta detalhes de sua trajetória até ser reconhecida como uma das maiores referências do setor hoteleiro. E por falar em referências, fomos atrás dos segredos que possibilitaram a construção do Allianz Parque. Eleito o estádio do ano de 2014, o projeto que revolucionou as arenas multiuso no Brasil é impossível de ser copiado e você vai descobrir por que na entrevista com Rogério Dezembro, CEO de entretenimento da WTorre. A Diretora Executiva da Flytour, Ana Paula Freitas de Oliveira, dá dicas valiosas para que o atual momento da economia não atrapalhe as viagens a negócios da sua empresa. E assim como a saúde financeira está em pauta, a saúde e bemestar dos viajantes também. A edição conta com dicas para manter a alimentação saudável durante viagens, além de mostrar como funciona o Centro dos Viajantes do Hospital das Clínicas. Com tanto conteúdo interessante, não pense que esquecemos dos destinos deslumbrantes. A 4ª edição da Flyers mostra por que a Suíça é o país mais feliz do mundo, como pode ser surpreendente conhecer Ushuaia (o Fin Del Mundo) e o que o Monte Roraima tem de tão especial para inspirar Steven Spielberg. Nas próximas páginas, faça uma boa viagem.
Eloi Khouri de Oliveira Diretor de Marketing Grupo Flytour
EXPEDIENTE
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Diretores Executivos Eloi Khouri de Oliveira - Marketing Grupo Flytour Michelly Vasconcellos - Agência EKO Editor Chefe Maurício C. Gomide Projeto Editorial Agência EKO Projeto Gráfico, Diagramação e Finalização Adriano Ribeiro e Christian Marmore Revisão e Redação Carla Sacrato Fotografia Capa: Gui Tichauer Matérias: Gui Tichauer, Shutterstock: Colaboradoras Gabriela Minguez, Lais Galdino e Renata Medeiros Atendimento ao Leitor contato@revistaflyers.com.br Publicidade Rafael Prado Lopes comercial@revistaflyers.com.br anuncie@revistaflyers.com.br (11) 4208-5231 A Revista Flyers é uma publicação do Grupo Flytour. Tiragem de 10.000 exemplares. Todos os direitos reservados. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da revista ou do Grupo Flytour. Reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito, com crédito da fonte. Não há responsabilidade sobre qualquer conteúdo publicitário anunciado nessa edição ou alteração nos preços dos produtos divulgados.
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08.
5 ESTRELAS
Hotel The Oberoi Udaivilas
18. 24. 34. 38. 46. 52.
64. 70. 76. 86. 90. 92. 96.
IMPERDÍVEL
Ushuaia
VIDA EXECUTIVA
Allianz Parque
FICA A DICA
Centro dos Viajantes
VIAJAR É CULTUR A
Suíça
PAL ADAR
Restaurante Hueso
MATÉRIA DE CAPA
Chieko Aoki
L AR DOCE L AR Casas na Árvore
VITALIDADE
Alimentação Saudável
CRÔNICA DE UM VIAJANTE
Monte Roraima
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NEGÓCIOS
Viagens corporativas
CONECTADO
Novidades tecnológicas
DESENVOLVIMENTO Turismo acessível
BIBLIOTECA
Dicas de leitura
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5 ESTRELAS
THE OBEROI UDAIVIL AS ENTRE L AGOS E JARDINS, NA CIDADE MAIS RICA DA ÍNDIA, ESSE PAL ÁCIO DÁ AO LUXO UM NOVO SIGNIFICADO, TR ANSFORMANDO SUA VIAGEM EM UMA EXPERIÊNCIA DIGNA DAS 1001 NOITES
POR CARLA SACRATO
5 ESTRELAS
CONSIDER ADA UMA DAS CIDADES MAIS ROMÂNTICAS DO MUNDO, UDAIPUR AINDA RECEBE O TÍTULO DE 10
“VENEZA DO ORIENTE”
Uma construção impressionante, acompanhada de um cenário sedutor, espalhada por mais de 50 hectares. Localizado em Udaipur, a cidade mais rica da Índia, o The Oberoi Udaivilas encanta pelo glamour e ar místico que te transportam à um universo de histórias e lendas do oriente. Os quartos luxuosos e o serviço lendário tornaram o hotel premiado. E suas belas paisagens o fazem destino de turistas de todo o mundo que buscam requinte, exclusividade e experiências únicas. Um verdadeiro palácio é algo de reis e rainhas, por isso hospedar-se em um lugar tão privilegiado tornam os momentos surreais, e até parecem um sonho. A diferença entre o The Oberoi e os contos fantásticos é que aqui nem precisa fazer três pedidos ao gênio da lâmpada para transformar seus desejos em realidade. A decoração é fiel a cultura oriental e traz tapetes e afrescos por todos os seus ambientes. São inúmeras cúpulas e corredores interligando jardins, piscinas e fontes, tudo sempre ladeado da bela vista do Lago Pichula. Há três grandes restaurantes no The Oberoi Udaivilas, inclusive um que funciona 24 horas. A cozinha, como não poderia deixar de ser, traz sabores do mundo inteiro, cabendo ao hóspede a difícil missão de escolher entre tantas opções.
MUITO ALÉM DO PAL ADAR
Para quem gosta de aliar boas refeições a experiências inesquecíveis, não faltam maravilhas gastronômicas. É possível degustar diversos chás raros acompanhados de iguarias locais a bordo de um belo barco, almoçar em um cruzeiro pelo Lago Pichola apreciando a majestosa vista, ou aproveitar um jantar privado e exclusivo sob uma cúpula à beira da piscina. Além de tudo isso, você ainda pode acompanhar o Chef em visitas aos mercados da região para observar os ingredientes escolhidos e como os cardápios são desenvolvidos.
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5 ESTRELAS
REL AXAR É PRECISO Nada de correria. Com ambientes serenos e energia tranquilizadora, o hotel é excelente para quem está procurando calma e relaxamento. É oferecida uma grande variedade de tratamentos, como a aromaterapia, e também é fácil encontrar praticantes de Ioga aproveitando as paisagens deslumbrantes para a prática. 12
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5 ESTRELAS
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A Índia possui vasta cultura e no The Oberoi Udaivilas não faltam atrações para vivenciar um pouco, dos tantos, costumes carregados por esse povo há gerações. Sabe aquelas pinturas em miniaturas que impressionam pelos detalhes? É possível assistir aulas sobre a técnica ou só observar os artistas trabalhando. Outra tradição é a Heena, e no palácio as hóspedes podem ter suas mãos pintadas iguais verdadeiras indianas. Os mais aventureiros podem seguir em um observatório de vida selvagem ocupado por cervos, javalis e pavões, entre outros animais da fauna do país. Um passeio de camelo com direito a piquenique é a pedida aos que querem ser transportados a uma cena que parece ter saído direto de Bollywood. E não existe nada mais especial do que o belo pôr do sol de Udaipur. Para apreciá-lo os românticos podem aproveitar momentos inesquecíveis no Lago Pichola, à bordo de uma tradicional embarcação.
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VITALIDADE
MAIS DE 50 HOTÉIS EM TODO BRASIL BHGHOTEIS.COM
Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal.
IMPERDÍVEL
O fim do mundo
é imperdível
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CONHECIDA COMO A CIDADE MAIS AUSTRAL DO PLANETA, USHUAIA ENCANTA PELAS PAISAGENS E SURPREENDE COM UM LEQUE DIVERSIFICADO DE ATIVIDADES PARA OS VISITANTES.
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IMPERDÍVEL
Nove em cada 10 turistas que já foram recomendam e quem não indica é porque simplesmente não suporta o frio. Ushuaia é conhecida como a Terra do Fogo, mas suas temperaturas não passam dos 10°C, podendo atingir -20°C no inverno. Os ventos frequentes e gelados também ajudam a deixar a sensação térmica ainda mais baixa. Por isso, apesar desse destino ter estações de esqui e temporadas bem movimentadas na baixa estação, é no verão que o lugar recebe a maior parte dos turistas. Primeiro, porque o frio não é tão intenso, permitindo muitas atividades 20
ao ar livre. Segundo, os dias ficam longos, às vezes com até 17 horas de sol. É nesse período que os cruzeiros saem de Ushuaia em direção a Antártica. E como se não bastasse, no verão, principalmente entre outubro e abril, é possível ver pinguins na região. Inverno por lá é sinônimo de muita neve, considerada excelente por atletas profissionais que treinam nas montanhas da cidade. Se a intensão é esquiar, a dica é ir entre os meses de abril e julho. Provavelmente você não verá pinguins, mas os ventos não são tão fortes, apesar das baixas temperaturas.
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IMPERDÍVEL
Cidade de charme,
ROTEIROS DESLUMBRANTES
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São pouco mais de 50 mil habitantes apenas. Uma cidade pequena, mas com grandes atrativos. Caminhando pela orla do Canal Beagle é possível admirar a imponente Cordilheira dos Andes e chegar ao Porto de Ushuaia, onde fica a conhecida placa que saúda os visitantes com o “fin del mundo”. Dali partem passeios de barco para visitar atrações como a Ilha dos Lobos e o Farol Les Eclaireus, que parece ser o último sinal de vida rumo ao continente antártico. Aos amantes do trekking não faltam opções de caminhadas por parques ecológicos ou trilhas que exigem um pouco mais de preparo físico. O passeio no Trem do Fim do Mundo, por exemplo, leva ao Parque Nacional Tierra del Fuego, que é ideal para “bater perna”
e admirar paisagens únicas. Há também a subida ao mirante do Glaciar Martial, que dura aproximadamente duas horas, de onde se tem uma vista privilegiada do Canal Beagle, Ushuaia e da Cordilheira dos Andes. Outra opção é pegar um 4x4 para conhecer os lagos Fagnano, Escondido e Esmeralda. Esse último surpreende pela cor da água, de um verde inigualável, além de possuir trilhas de trekking. Se a viagem for no verão, o passeio à Pinguinera é parada obrigatória. Ali, é possível ver e chegar muito próximo de centenas de pinguins. Já no inverno, a grande estrela é o Cerro Castor, onde aprende-se a esquiar ou andar de snowboard. De qualquer forma, independentemente da época do ano, Ushuaia é definitivamente uma atração imperdível.
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VIDAVITALIDADE EXECUTIVA
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Por trás do
ALLIANZ PARQUE No espaço multiuso mais avançado do Brasil, o futebol é apenas um dos negócios. 25
VIDA EXECUTIVA
POR MAURÍCIO C. GOMIDE
Em uma votação popular no site inglês Stadium Data Base que contou com a participação de quase 100 mil pessoas de 136 países diferentes, o Allianz Parque foi eleito o “estádio do ano” de 2014. O título veio para reconhecer um projeto totalmente ousado e inovador no Brasil, em um negócio tido como “dos sonhos” por qualquer clube de futebol. Afinal, quem não gostaria de ter como casa uma arena multiuso de última geração, reconhecida internacionalmente pela sua eficiência e sem gastar nada? Para entender como isso foi possível, conversamos com Rogério Dezembro, CEO de entretenimento da WTorre, que esclareceu à Flyers como a empresa pretende recuperar o investimento feito no estádio, onde foram buscar know how e por quê é praticamente impossível repetir essa fórmula de negócio. O executivo também falou sobre o promissor e ainda embrionário mercado de naming rights no Brasil, a vinda de Paul McCartney ao país e como está sendo o assédio de outros clubes depois do sucesso com o Allianz Parque.
Rogério Dezembro, CEO de entretenimento da WTorre. 26
Flyers - O que possibilitou a construção do Allianz Parque? Porque parece um negócio dos sonhos, onde todo mundo saiu ganhando. Rogério Dezembro - A ideia de erguer um espaço que fosse uma arena multiuso surgiu na WTorre em 2006, antes do Brasil ser escolhido como sede da Copa do Mundo, com base em uma constatação: São Paulo é um grande mercado de eventos. Estamos falando de um setor da economia muito importante em termos globais, porém com uma infraestrutura ainda bem precária. Ou seja, tínhamos um mercado de eventos cada vez mais vibrante e dinâmico, crescendo ano a
ano, e uma estrutura limitada. Com isso, iniciamos a primeira fase do projeto, que foi dar uma olhada no que estava sendo produzido no mundo e, a partir daí, começar a entender como poderíamos criar um equipamento de padrão internacional em São Paulo. Depois disso, a coisa foi evoluindo de maneira natural com o Palmeiras, que já tinha um projeto que previa a reforma e revitalização do Palestra Itália desde o começo dos anos 2000. De um lado havia a WTorre, interessada em desenvolver e financiar um projeto, e do outro o clube, dono de uma área em uma localização privilegiada e com a vontade de fazer uma transformação radical ali.
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VIDAVITALIDADE EXECUTIVA
F - Você saberia me dizer quantas empresas atuam direta e indiretamente no estádio? R.D - Algo em torno de 25 a 30 empresas. Em um evento, por exemplo, você tem a própria WTorre, a AEG (administradora do estádio), a contratante, os parceiros de serviços de alimentação e bebidas, empresas de elevadores e escadas rolantes, parceiros de segurança, limpeza, serviços de hospitalidade premium (para atender os camarotes), os brigadistas (que cuidam da parte de segurança patrimonial e brigada de incêndio), as empresas de ticket e várias outras. Já chegamos ao número de 32 empresas diferentes atuando simultaneamente no Allianz Parque por conta de um evento. F - E como é possível fazer essa engrenagem funcionar com tantos elementos distintos? R.D - Não é fácil. Foi por isso, inclusive, que 28
fomos buscar know how e expertise fora do Brasil. Nossa grande aliada nesse sentido é a AEG (Anschutz Entertainment Group – considerada a maior administradora de arenas do mundo). Quem opera o Allianz Parque é a WTorre, mas com o know how, experiência e efetiva participação da AEG. F - Vocês já conseguiram explorar todo o potencial da Arena? R.D - Nós temos absoluta certeza que não. Eu falo isso porque ao longo do caminho surgiram demandas de algumas atividades que nós sequer tínhamos previsto. Por exemplo, nós licenciamos um quebra-cabeça 3D (uma miniatura do Allianz Parque) com uma empresa espanhola, que vendeu mais de 20 mil unidades do produto antes mesmo da abertura do estádio. Isso não estava em nenhum planejamento de negócios que havíamos feito.
Outras coisas a gente previu de uma maneira bem modesta, mas superaram e muito as expectativas. Um caso claro disso é o tour do Allianz Parque, que funciona de quarta a domingo, exceto em dias de jogos. Imaginamos ter de 4 a 5 sessões semanais, mas eles chegaram a sete em um único dia. Tivemos que ampliar muito, porque a demanda era enorme e não conseguíamos dar conta. Esse é apenas um exemplo para ilustrar como temos certeza que não chegamos nem perto de explorar todo o potencial que o empreendimento permite. F - Você acha que o Allianz Parque traz para o país um modelo a ser seguido por outros clubes? Você soube da reunião da WTorre com o Santos e com o Flamengo? R.D - Eu participei dessas reuniões. Estamos sendo muito assediados pelos outros clubes, que nos procuram com o objetivo de fazer
um modelo de negócio idêntico ao feito com o Palmeiras. Mas isso é muito difícil, porque no caso do Palmeiras nós assumimos 100% do investimento (e do risco) e o Palmeiras manteve 100% das receitas que ele tinha com o antigo estádio, que era bilheteria. Para você fazer um modelo de negócio como esse e torná-lo viável economicamente é muito difícil. Esse empreendimento foi viabilizado nesses moldes porque estamos falando de São Paulo. Quando você tira o empreendimento da capital, as premissas econômicas mudam demais nesse aspecto (de entretenimento), ficando impossível viabilizar um projeto como o Allianz Parque. Será preciso repensar isso. Existe uma série de exemplos no mundo, como arenas que são viabilizadas pela exploração imobiliária de seus entornos. É o caso, por exemplo, de um projeto que o Barcelona tem atualmente para a construção de um novo estádio. 29
VIDA EXECUTIVA
F - Soube que o objetivo é fazer 300 eventos por ano, quase um por dia. É isso mesmo? Como vocês trabalham para atingir essa meta? R.D - Isso na verdade é um benchmarking internacional. Temos exemplos de lugares administrados pela própria AEG, como a Arena O2, em Londres, e o Staples Center, em Los Angeles, que têm um número próximo a 300 eventos por ano. Por isso sabemos que é possível, já que o mercado de São Paulo é comparável ao dessas cidades. É importante também chamar a atenção para o fato de que não necessariamente o evento precisa ser um jogo de futebol do Palmeiras ou um show do Paul McCartney. Ele pode ser e vai 30
ter que ser (em 90% dos casos) eventos corporativos e sociais para 100, 150 pessoas. F - Qual é a estimativa de arrecadação com esses eventos durante o ano? R.D - Infelizmente, não posso abrir esse tipo de número. Mas a busca por essa atividade diária no Allianz Parque está baseada em um modelo de negócio muito bem definido: tratase da receita que vai permitir o retorno do investimento feito pela WTorre, uma vez que a receita da bilheteria de futebol dos jogos do Palmeiras é integral do clube. É por isso que buscamos de fato realizar 250, 300 eventos por ano, permitindo o retorno do que foi investido até agora.
F - Você citou o Paul McCartney. Como funciona uma negociação para trazer um artista desse porte ao Brasil? R.D - Normalmente, somos procurados pelos promotores de shows locais, como a Time For Fun, Plan Music e Dançar Marketing, que vêm conversar conosco para ver a disponibilidade de data e fazer a negociação comercial para a realização do evento. São eles quem negociam as etapas brasileiras de turnê dos artistas internacionais. No caso do Paul McCartney, por exemplo, e outros, parte dessa negociação envolve uma vistoria técnica do produtor do artista. Eles vieram duas vezes ver se a arena tinha condições de receber o show. Mas à medida que o Allianz Parque fique mais conhecido, com a realização de outros espetáculos, isso não será mais necessário. F - Você acha que esses produtores e até os próprios artistas enxergam na Arena o mesmo potencial que vocês enxergam neles? R.D - Acho que sim. No entanto, é mais fácil para os estrangeiros entenderem o que a gente fez aqui, porque eles têm referências de espaços semelhantes na Europa e nos Estados Unidos. O produtor do Paul McCartney foi um que ao final dos dois shows, foi muito enfático ao dizer que havíamos trazido para o Brasil um equipamento de nível internacional e que o Allianz Parque era um dos melhores espaços onde ele já tinha produzido um show. Por isso, a nossa percepção inicial é que é muito mais fácil produtores estrangeiros entenderem o que foi feito aqui, porque eles reconhecem algumas das soluções oferecidas, com equipamentos semelhantes ao de arenas internacionais. Para os promotores locais é um processo um pouquinho mais lento, porque eles precisam tomar conhecimento e ter contato com essa infraestrutura inédita no país. 31
VIDA EXECUTIVA F - O naming rigth foi uma negociação do Palmeiras ou da WTorre? R.D - Da WTorre. F - Falando nisso, o quanto atitudes da mídia e da CBF, que mandaram até cobrir o logo da Allianz em uma partida e não falam corretamente o nome da arena, podem afastar investidores desse novo tipo de negócio no Brasil? R.D - Acho que a Allianz foi muito corajosa de fazer esse investimento. Mas essa coragem veio de grandes experiências bem-sucedidas no exterior em mercados onde, no início, quando a Allianz começou com o naming rights, talvez fossem tão imaturos quanto o brasileiro. Por ter essa experiência na Alemanha, Inglaterra, França e Austrália, a Allianz obteve conhecimento e expertise para trabalhar essa ferramenta chamada naming rights. E a prova disso é que todos os índices de reconhecimento de marca, de lembrança espontânea da Allianz, cresceram muito a partir da assinatura do acordo com a arena. Voltando à pergunta, claro que atitudes como essa da mídia, de não falar o nome corretamente acabam afastando e diminuindo o interesse das empresas por esse tipo de investimento. Mas quem conhece o potencial do naming rights, que é o caso da Allianz, não hesita em fazer esse tipo de negócio porque sabe que o retorno é significativo, se bem trabalhado. Esse posicionamento (da mídia e da CBF) é clássico de um mercado que ainda está em formação e maturação. Mas, enfim, mesmo com toda essa má vontade ou incapacidade de entender a novidade, os poucos players do mercado não tiveram prejuízos, ao contrário, o naming rights tem trazido resultados excepcionais para a Allianz no Brasil. F - Para finalizar, em uma reunião de negócios com um possível investidor, o que você apontaria como o maior diferencial do Allianz Parque? R.D - Acho que o maior diferencial é que a arena foi pensada para ser de fato um equipamento multiuso, recebendo jogos de futebol, shows pra até 55 mil pessoas, eventos para até 12 mil participantes em anfiteatro e eventos corporativos e sociais para 300, 400 ou até mil participantes. O Allianz Parque foi pensado desde o início para ser assim.
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FICA A DICA
CENTRO DOS VIAJANTES, uma escala obrigatória
Com dicas valiosas e consultas individuais, os ambulatórios especializados em quem vai viajar ainda são pouco conhecidos, mas prestam um serviço importante à população. Em fevereiro deste ano, uma notícia publicada no jornal The New York Times chamou a atenção da nossa redação. Nela, havia o relato de que mais de 120 pessoas, de 17 estados norte-americanos, chegaram com sarampo em casa após um passeio na Disneylândia, Califórnia (EUA). A publicação foi suficiente para despertar a curiosidade: quais doenças estamos sujeitos a pegar durante uma viagem, seja qual for o destino? Será possível se prevenir contra todas elas? Para buscar respostas, fomos até o Centro dos Viajantes do Hospital das Clínicas, em São Paulo (SP), onde a Dra. Karina Takesaki Miyaji esclareceu essas e outras dúvidas. Todas as capitais e as maiores cidades do país possuem Centros ou Ambulatórios com atendimento aos viajantes, que deveriam ser parada obrigatória a qualquer um que vai viajar, mas não é bem assim que funciona e poucas pessoas costumam passar por eles. Em São Paulo, onde há grande concentração de viajantes que vão para todas as partes do mundo, por exemplo,
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apenas cerca de 400 pessoas procuram anualmente o Centro dos Viajantes do HC, um número muito pequeno, como reconhece a Dra. Karina: “a quantidade é reduzida mesmo, porque muita gente não conhece. Além disso, quase não temos divulgação”. A baixa procura é algo que chama a atenção, pois o serviço oferecido é de qualidade, com atendimentos agendados e gratuitos. Nas consultas, os viajantes recebem informações precisas para se prevenirem de doenças, além de saírem de lá vacinados e até mesmo com receitas médicas específicas, que podem ser úteis em uma emergência. “Marcamos até no máximo seis pessoas por período e damos uma pequena palestra de 10 minutos para falar sobre doenças transmitidas por água, alimentos, vetores e animais peçonhentos. Depois fazemos uma consulta individual, onde vemos a carteira de vacinação do viajante e tiramos dúvidas específicas sobre o destino escolhido. Se precisar, também indicamos algum medicamento”, explica.
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FICA A DICA Na maioria das viagens onde a base da alimentação foge muito do que estamos acostumados, o maior problema e mais frequente é a diarreia. Por isso, é necessário ter alguns cuidados básicos, como consumir apenas água mineral. “Mas também tem que ficar atento com o gelo nas bebidas. É bom evitar”, alerta a Dra. Karina. Diarreia, porém, não é o único problema. Viajantes estão sujeitos a contraírem Malária, Dengue, Febre Amarela, Sarampo (como o caso na Disneylândia), Leishmaniose, Hepatite A e até Coqueluche. “Alguns países ainda tem a circulação do vírus de Poliomielite”, completa a doutora. Os riscos não são poucos e viajar com a carteira de vacinação desatualizada é um deles, mas que pode e deve ser evitado. “Achamos que só há perigo quando vamos para países subdesenvolvidos, mas não é bem assim. É isso que queremos alertar. Então, o ideal é que todos sejam vacinados antes de viajar”. Além da vacinação em dia, existem diversas outras dicas que ajudam os viajantes a prevenirem doenças e não terem nenhuma surpresa
Confira no link o endereço, contato e horário de funcionamento de todos os Centros dos Viajantes espalhados pelo país:
www.anvisa.gov.br/hotsite/viajante/centros.pdf 36
desagradável enquanto estiverem longe de casa. Em locais com muitos mosquitos e incidência de Malária, por exemplo, é aconselhável usar calça e camisetas de manga comprida, para expor o mínimo possível do corpo. Outra dica valiosa e pouco conhecida é passar repelente nas roupas. “Os produtos que tem boa concentração costumam durar até 10 horas no corpo, mas nos tecidos eles tem efeito prolongado e chegam a durar até três dias. É bom lembrar que, se for passar hidratante ou protetor solar, o repelente deve ser sempre a última camada. E precisa repassar algumas vezes durante o dia, principalmente se estiver muito calor”, orienta a Doutora Karina. Outra vantagem de ir a um ambulatório especializado, é aprender sobre os sintomas das doenças recorrentes nos diversos destinos do planeta. Afinal, sabendo o que se tem, fica muito mais fácil de se tratar. Mas para ter acesso a essas informações precisas e não passar apertos, fica a dica, vale muito a pena ir em um Centro dos Viajantes antes do seu próximo embarque.
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VIAJAR É CULTURA
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Suíça
É ALEGRIA
DESCUBRA POR QUE O PAÍS FOI ELEITO O MAIS FELIZ DO MUNDO. Gargalhar, sorrir, festejar, se divertir. A alegria é um sentimento que chama a atenção e contagia. Somos atraídos por ela com a mesma intensidade que repelimos a tristeza. A alegria “dá gosto de ver”, diriam alguns. Foi exatamente por isso que a Flyers voltou os olhos para a Suíça. Segundo o Relatório Mundial da Felicidade de 2015, encomendado pela ONU, o país foi eleito o mais feliz do mundo, seguido por Islândia, Dinamarca, Noruega e Canadá. O Brasil ficou apenas em 16º, mostrando que a felicidade não vive só de samba, calor e água fresca.
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VIAJAR É CULTURA
Sem saída para o mar e com seis meses de pouco (ou quase nenhum) sol, a Suíça aparentemente teria poucos motivos para sorrir. Caminhar pelas ruas de Zurique, Genebra ou Berna também não é garantia de boas risadas e momentos de descontração. A felicidade não é visível, como o carnaval do Brasil, mas está encrustada no cotidiano dos suíços, que seguem à risca um modo de viver em sociedade baseado no respeito, trabalho, organização e pequenos prazeres.
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A primeira coisa que chama a atenção no país e colabora significativamente para elevar a qualidade de vida é o bom funcionamento do transporte público. Em ruas limpíssimas, os sistemas funcionam de forma eficaz e pontual. E para qualquer lugar que você vá haverá segurança. Não há assaltos, nem relatos de casos policiais. Os prédios não têm porteiros ou grades, as casas não têm muros e é comum avistar varandas no térreo com as portas abertas. Os próprios europeus que visitam a Suíça costumam se impressionar com isso.
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VIAJAR É CULTURA
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Com tanta organização, não fica difícil perceber por que o país é sede de diversas organizações internacionais como FIFA, UEFA, Cruz Vermelha e agências da ONU. Mas existem outros fatores que também contribuem para isso. Primeiro, porque apesar de não ter saída para o mar, a Suíça fica estrategicamente posicionada na Europa Central e faz fronteira com quatro países: Alemanha, França, Itália e Áustria, além do principado de Liechtenstein. Isso facilita muito o deslocamento. Segundo, pela facilidade de adaptação dos idiomas, pois os suíços possuem quatro línguas oficiais: alemão (falado pela maioria, cerca de 70% da população), francês (20%), italiano (7%) e romanche, um dialeto falado apenas em algumas regiões do campo.
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VIAJAR É CULTURA
PARTICIPAÇÃO
POLÍTICA E PRAZER
NO TRABALHO
Para garantir ainda mais satisfação (e felicidade), a população participa ativamente de todas as decisões políticas. Nenhuma lei ou projeto é colocado em prática sem o aval do povo, que a propósito, vota voluntariamente. Na República Federal da Suíça, governantes e eleitores têm uma relação muito mais próxima do que na grande maioria dos países. Tamanha dedicação à nação também pode ser percebida no trabalho. Lá ninguém faz hora extra
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ou adia o chá da tarde porque algum projeto está atrasado. Eles encaram as profissões com seriedade, sim, mas não vivem por elas. Nos raros dias de sol, por exemplo, é muito provável que funcionários avisem que não vão trabalhar “porque o dia está bonito”. Parece até mentira, mas em geral os suíços são muito responsáveis e, quando isso acontece, é porque o trabalho permite e não será prejudicado. Seria esse um dos maiores segredos de tanta felicidade? Só visitando para descobrir.
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PALADAR
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Hueso
Em Guadalajara, no México, esse restaurante vai surpreender seu paladar, olhos e imaginação. 47
PALADAR
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Ir ao Hueso poderia ser uma experiência um tanto quanto mórbida e macabra. Alguns poderiam, inclusive, sentir agonia ou até mesmo certa vertigem. E a decoração poderia servir perfeitamente a um filme de terror. Poderia, mas não é bem assim. Ao entrar nesse inusitado restaurante, os únicos sentimentos presentes são o encantamento e a curiosidade. Nenhum lugar no mundo chega perto de ser tão distinto e possuir beleza tão irônica. O cenário é composto por nada menos do que 10 mil ossos de animais. Eles estão por toda a parte, em todas as paredes, ao alcance de qualquer olhar em qualquer direção. E o que, mais uma vez, poderia ser algo repulsivo, é na verdade uma inigualável obra de arte. Idealizado pelo chef Alfonso Cadena e desenhado pelo seu irmão, Ignacio Cadena, o restaurante é algo que podemos chamar de “outro mundo”.
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PALADAR
COMENDO COM OS OLHOS 50
Hueso significa “osso” e é um tema que de acordo com o Chef Alfonso foi inspirado pelo darwinismo. Talvez seja pela evolução natural das espécies que um dia deram vida à decoração do lugar. De qualquer forma, fazer uma refeição nesse restaurante é render-se a uma beleza questionável, sim, mas absolutamente hipnotizante. Os 10 mil ossos são disponibilizados de forma tão surpreendente, que dão ao estabelecimento um ar de instalação artística. Eles dividem espaço com molduras que mostram facas de açougueiro, utensílios de cozinha e desenhos científicos, tudo em um tom monocromático e apaziguador, passando longe de ser algo obscuro ou sombrio, como teoricamente mandaria o figurino. Do lado de fora, azulejos brancos, com pinturas de padrões gráficos
lembram pontos de costura e funcionam como mais um atrativo para despertar a curiosidade. Quando o olhar paira sobre essa visão incomum e hipnotizante, a vontade de entrar no restaurante torna-se quase incontrolável. O Hueso atrai pelo que podemos ver, mas também não deixa nada a desejar pelo que podemos comer. Afinal, nenhum restaurante sobrevive sem dar devida atenção ao paladar. Os pratos servidos chamam a atenção pelo sabor, com certeza, mas também pelo cuidado com a higiene, atendimento e preocupação para que os mínimos detalhes estejam em ordem. E esse primor pode ser sentido em cada garfada, sempre com a companhia de olhos em movimento, que não param de observar ao redor.
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MATÉRIA DE CAPA
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CHIEKO AOKI a dama da hotelaria
ELEITA PELA FORBES A 2ª MULHER MAIS PODEROSA DO BRASIL, A EXECUTIVA POR TRÁS DO SUCESSO DA REDE BLUE TREE FALOU COM EXCLUSIVIDADE À FLYERS E MOSTROU POR QUE É UMA DAS EMPRESÁRIAS MAIS RESPEITADAS E ADMIRADAS DO PAÍS.
POR MAURÍCIO C. GOMIDE 53
MATÉRIA DE CAPA
Quem a vê pela primeira vez, definitivamente tem a sensação de estar diante de uma pequena gigante. Com aproximadamente 1,50m, Chieko Aoki é capaz de preencher um saguão cujo pé direito ultrapassa os cinco metros. O sorriso e simpatia chamam a atenção, a elegância prende o olhar, a feição de sabedoria desperta a curiosidade e os passos curtos jamais passam
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despercebidos. Uma mulher que impõe respeito pela posição que ocupa, sem perder a ternura e o imenso respeito que tem por todos os seus colaboradores. Em quase duas horas de conversa, tentamos desvendar os segredos, as inspirações e as experiências que transformaram essa imigrante japonesa na maior referência do setor hoteleiro do Brasil.
“VEM, VAMOS EMBORA , QUE ESPERAR NÃO É SABER. QUEM SABE FAZ A HORA,
NÃO ESPERA ACONTECER”
O refrão de Geraldo Vandré parece ter sido escrito sob medida à capa da edição de junho da Flyers. Chieko é uma executiva inquieta e afirma sem meias palavras: “o natural é querer aprender, mudar e ser diferente a cada dia”. E ao que parece, ser diferente não é apenas trocar A por B. É pensar em melhorias e tentar achar formas mais eficazes para
realizar até as mais simples tarefas do cotidiano. Ela exemplifica: “Antes de vir pra cá, eu estava em uma reunião discutindo sobre inovação e olhando uns trabalhos. Mas antes de ler o que eles iriam apresentar, eu perguntei: o que vocês fizeram de melhor ou inovaram aqui? Porque se não houver nada que tenha sido melhorado ou algo inovador, eu não vou ler”.
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MATÉRIA DE CAPA
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“O GRANDE SALTO DE UMA EMPRESA ESTÁ NA RESOLUÇÃO DE
EQUAÇÕES IMPOSSÍVEIS”
O conceito de inovação é levado tão a sério no Blue Tree, que eles desenvolveram um programa exclusivo no qual a ideia é fazer com que todos os colaboradores pensem sempre mais uma vez antes de realizarem qualquer tarefa do dia a dia. “O programa chama-se Plus One Thinking e existe porque eu acho que tudo na vida pode ser melhorado. Essa é a cultura que eu semeio nos nossos hotéis”. O objetivo da executiva é fazer com que seus colaboradores estejam sempre atentos e não façam tarefas “no automático”. Esse exercício diário de encarar a rotina com um olhar diferenciado sempre fez parte da personalidade de Chieko Aoki. À executiva não faltam exemplos de que essa é uma forma de evoluir continuamente para resolver “equações impossíveis”, como gosta de chamar. O melhor deles aconteceu na inauguração de um hotel em Angra dos Reis (RJ), quando uma enxurrada ameaçou levar por água abaixo o bem-estar dos hóspedes e convidados. Era noite de Réveillon, fazia muito calor, a energia seria cortada, o gerador não daria conta de alimentar os aparelhos de ar-condicionado e ninguém, a não ser funcionários, poderiam saber disso tudo. 57
MATÉRIA DE CAPA
“Era inauguração e caiu a maior chuva do século. O problema é que o pessoal da construção ainda não havia terminado a impermeabilização do prédio, então começou a escorrer água até para dentro dos apartamentos dos andares superiores (que estavam desocupados). Para piorar, eu tinha trazido uns artistas da Ásia para fazerem esculturas de gelo. Ou seja, era água entrando no hotel, ar-condicionado que não funcionava direito e gelo derretendo por toda parte. E se não bastasse, às 21h teríamos que desligar a energia, em plena noite de Ano Novo! Como o nosso gerador não daria conta de alimentar todo o hotel, optamos por priorizar a área de eventos. E para atrair todos os hóspedes para lá antes de desligarmos a energia, eu pedi para anunciarem o sorteio de um prêmio. Detalhe: quem chegasse após às 21h não poderia concorrer. No fim, a 58
festa de Réveillon foi um sucesso e quase nenhum hóspede percebeu aquela situação caótica”. Mas não acaba por aí. “No dia seguinte, 1º de janeiro, faltou energia novamente. Imagina só... aquele calor de Angra, sem ar-condicionado. Tinha gente que havia comprado pacote para uma semana. Qual imagem eles teriam do hotel? Pedi para contratarem três catamarãs e avisamos aos hóspedes que eles tinham ganhado um passeio, com músicos à bordo, refeições e tudo. Eles foram passear e só voltaram depois das 16h, quando a energia já tinha sido restabelecida. Foi uma situação bastante complicada, mas depois dessa, acho que qualquer coisa pra mim ficou mais fácil”.
Inov long exec prof func em cultu
A so esp prec cust hoté leito que
Em outra situação na qual sua criatividade foi colocada à prova, além de resolver o problema, Chieko Aoki ainda contribuiu com uma ideia que foi incorporada em hotéis do mundo todo. Aconteceu durante a implantação do Blue Tree no bairro do Morumbi, em São Paulo. “Tínhamos pouco dinheiro para mobiliar os apartamentos e por isso comecei a pensar no que a gente poderia tirar, mas que não faria muita diferença. Na época, todos os hotéis usavam o cobre-leito, que é um acolchoado que a camareira coloca ao pé da cama quando a arruma pela manhã e tira no fim da tarde, quando deixa o leito preparado para o hóspede dormir. Ou seja, era algo que não fazia muito sentido, pois o hóspede em si via pouco e dava trabalho em dobro para as camareiras”. Inovação definitivamente é um dos segredos do Blue Tree, mas está longe de ser o único.O sucesso dos
hotéis que operam com marca da executiva passa por uma equação que une criatividade, comprometimento, profissionalismo e, acima de tudo, Chieko, que consegue fazer tudo isso funcionar em sincronia. “A empresa é resultado da cumplicidade de todos em atingir as metas. Minha função é preservar nossos valores e nossa cultura, além de mostrar caminhos”. A solução encontrada pela executiva foi trocar o cobre-leito por uma espécie de xale incorporado à cama (bem mais em conta), que não precisaria ser tirado no fim do dia. Uma ideia simples, mas que reduziu custos e facilitou bastante o serviço das camareiras. “Hoje, em diversos hotéis pelo mundo, usa-se um xale ao pé da cama e não se põe o cobreleito. Sem querer, quando a gente cria alguma coisa que é óbvia, prática e que tem menos custo, todo mundo adota”. 59
MATÉRIA DE CAPA
NO BLUE TREE,
VOCÊ SENTE-SE MELHOR OU
MAIS FELIZ
O lema na rede Blue Tree é uma frase da Madre Tereza de Calcutá: “Não deixeis jamais que alguém que chegouse a ti vá embora sem sentir-se melhor ou mais feliz”. E para fazer com que todos os seus hóspedes sintam-se assim, Chieko afirma que “existe uma tradição muito forte de fazer as coisas de forma impecável”. Até por isso, ela garante que o maior diferencial da rede está na formação dos seus colaboradores. “Nosso objetivo é formar pessoas que encontrem prazer no que fazem”. Faz sentido, pois essa parece ser a única forma de garantir que o lema da empresa seja sempre respeitado. Mesmo em um saguão onde os hóspedes estejam com os ânimos acirrados, a equipe precisa manter a compostura. “Por mais que o clima não esteja dos melhores, nada impede você de receber o hóspede com um sorriso e dizer ‘que bom que você está de volta’. Essa atitude faz a diferença”. Por isso, nada de mau humor, sonolência ou cara de poucos amigos nas áreas comuns dos hotéis. Se isso acontecer, é muito provável que o colaborador seja chamado para uma conversa. E a técnica da executiva para flagrar os próprios funcionários em situações adversas é infalível. “Sempre ando com minha máquina fotográfica. Aí, quando tem fila no lobby, eu tiro fotos da equipe, das feições. Porque não importa o que esteja acontecendo, a equipe precisa estar bem, com bom humor. Quando eu vejo alguém de cara fechada, eu mostro a foto pro gerente e pergunto ‘você acha que isso está certo?’”.
Da mesma forma, Chieko não costuma deixar passar em branco as conquistas e bons exemplos de seus funcionários. No entanto, ao invés de dar os parabéns ou elogiar alguma atitude, ela costuma agradecer. “Isso vem de um filósofo chamado Adler. Ele falava que quando você parabeniza, você está criando uma hierarquia, pois é sempre o chefe quem elogia o subordinado. É o superior falando para baixo. E as pessoas devem ser iguais. Por isso, quando um funcionário da Blue Tree trata bem um hóspede, por exemplo, eu não dou os parabéns, eu agradeço, porque ele fez uma coisa boa para a empresa como um todo”, explica. 60
O ESPÍRITO
DE SERVIR
A inovação, o comprometimento com os serviços oferecidos e a preocupação com o bem-estar dos hóspedes não são elementos que surgiram no decorrer da história do Blue Tree. Eles eram, isso sim, os diferenciais que Chieko Aoki buscava para “mudar o mercado”. Isso porque antes de inaugurar seu primeiro empreendimento existia um pensamento de que apenas hotéis 5 estrelas podiam oferecer um serviço de qualidade. “Eu entrei no mercado para mudar isso. Serviço é o espírito de servir, mesmo sem ter nenhuma estrela. Foi aí que vi a oportunidade de criar um hotel sem luxo (4 estrelas), mas com facilidades, conforto e excelente serviço”. São muitas variáveis envolvidas, sendo praticamente impossível dizer que isso ou aquilo foram responsáveis diretos pelo enorme
sucesso do Blue Tree. O fato é que seguindo à risca a filosofia de trabalho de Chieko, em 2014 a marca registrou faturamento de R$ 381 milhões (9% de crescimento). “O nosso objetivo é fazer as coisas bem feitas, buscar o ideal e ajudar no desenvolvimento de bons funcionários. O resultado é uma consequência disso”. Atualmente, 22 hotéis são supervisionados e administrados pela executiva, que parece estar longe de parar por aí. “Nossos planos são bem audaciosos. O objetivo é ter pelo menos mais 14 hotéis até 2017, sendo que um deles será no Rio e outro em Alphaville (SP). Por hora, é só isso que posso adiantar”. Não é à toa que ela foi eleita pela Forbes a 2ª mulher mais poderosa do Brasil. A dama da hotelaria, com seu gigantesco um metro e meio, parece não ter limites para continuar crescendo. 61
LAR DOCE LAR
NAS ALTURAS
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Casa na árvore não é só coisa de filme. Muitas construções ao redor do mundo desafiam a lógica e mostram ser possível transformar sonhos em realidade
Remetendo justamente a esse universo mágico, o livro Treehouses - Fairy Tale Castles in the Air (JODIDIO, Philip. Taschen. 2013), Casas na Árvore - Castelos de Contos de Fada no ar, em tradução livre, reúne cinquenta casas que parecem ter saído de alguma história mirabolante de tão incrível que são suas construções. Têm hotel, restaurante, sauna e até comunidade sobre árvores. Os materiais e formas utilizados são os mais diversos. Têm madeira, vidro, e espelho. Têm casinha tradicional, cubo, bolas, nave extraterrestre, e até ninho de pássaro. Têm estilos rústicos e também futuristas.
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LAR DOCE LAR
Há os que tiveram a sorte de ter uma dessas para estripulias na infância, e podem relembrar os momentos sobre os galhos, e muitos que sonharam com isso, e, finalmente, tem a possibilidade de saberem como é a sensação de estar nas alturas. As casas na árvore estão espalhadas por todo o mundo, algumas vezes escondidas e discretas, utilizadas por quem só busca realização pessoal, ou transformadas em espetáculos por hotéis que anseiam por turistas procurando uma experiência exótica. Falando em hotéis, há dois que se destacam. Totalmente divergentes em estilo, mas com a mesma proposta de uma hospedagem diferente e única. Em Vancouver, o Free Spirit Spheres é conhecido pelas esferas de madeira distribuídas entre árvores em uma floresta canadense. E na Suíça, o Tree Hotel têm opções para todos os gostos, com acomodações clássicas ou futuristas, além de conforto no interior dos cômodos.
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Uma aventura para os que gostam de estar no topo, ou uma alternativa de sossego para quem quer distância de multidões.
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LAR DOCE LAR
Mesmo sendo difícil esquecer estar nas alturas, se você não olhar pela janela pode ter a impressão de estar em uma instalação clássica, como um hotel de luxo, de tanta comodidade e exclusividade oferecidas. Tudo isso sem perder a oportunidade de estar mais próximo do céu e da natureza, só não pode ter medo de altura. No Tree Hotel as casas nas árvores recebem nomes especiais, de acordo com seu visual e formato. Há o ninho de pássaro, que é fácil perceber porque recebeu esse nome. O cubo espelhado, a cabine, a libélula, e o UFO, Unknown Flying Objects, reproduzindo o que seria um objeto voador não identificado. De fato, opções não faltam para quem quer vivenciar uma experiência diferente, mas ainda sim confortável. Quem diz que aventura e luxo não combinam, é porque nunca esteve por esses ares.
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Por mais elaboradas que sejam, as casas nas árvores não perdem a sua essência de realizar um sonho de criança.
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VITALIDADE
ALIMENTAÇÃO saudável em viagens Mesmo longe de casa, você pode comer bem, aproveitar a culinária local e manter uma dieta balanceada.
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Explorar o paladar é e sempre será um dos esportes favoritos de qualquer viajante. No entanto, quem tem uma rotina de muitas idas e vindas pode acabar exagerando na dose e ter, inclusive, problemas de saúde. Por isso, fomos atrás de dicas para você aproveitar esses pequenos e irresistíveis prazeres das viagens, mas sem “sair da linha”. A nutricionista Priscila Schramm Gonsalez, que vive em Londres e trabalha como personal diet em parceria com o chefe de
cozinha da embaixada brasileira, afirma sem meias palavras que “é possível manter uma alimentação saudável em viagens”. De acordo com Priscila, basta tomar alguns cuidados simples, mas que começam antes mesmo do embarque. “Como durante o voo, principalmente os longos, pode ocorrer retenção de líquido e inchaço, é interessante consumir alimentos ricos em potássio antes da viagem. Pode ser abacate, semente de abóbora e frutas em geral, além de ingerir bastante líquido”.
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VITALIDADE
Viagens costumam funcionar como desculpa para deixar a alimentação saudável de lado e experimentar os sabores e tentações de diversos destinos. Comidas, temperos, bebidas exóticas, tudo isso fazem parte das melhores recordações que podemos trazer conosco. No aeroporto, a dica é fazer as escolhas certas. “Sempre há opções de sanduíches naturais e sucos. Em alguns terminais também dá pra encontrar frutas picadas e iogurte”, lembra Priscila. No avião, o melhor a se fazer é não depender da comida servida à bordo. “O ideal é levar pacotes de alimentos mais saudáveis, como um saco de castanha, por exemplo. Vale lembrar que a pressão da cabine dificulta a digestão, então facilitar esse processo com comidas mais leves é sempre recomendável”.
Não importa o destino, sabores quase sempre farão parte do roteiro. Nos hotéis, é preciso encarar cafés da manhã quase obscenos de tanta fartura. Nas ruas, restaurantes e bares mundialmente famosos funcionam como verdadeiros ímãs às tentações. E à noite, muitas vezes é difícil escapar dos conhecidos happy hours, regados a bebidas e deliciosos petiscos. Em cenários como esses, manter uma alimentação saudável parece até missão impossível, mas não chega a tanto. Essa, inclusive, era uma discussão que a nutricionista tinha frequentemente com executivos que atendia no Brasil. “Eles trabalhavam com a implementação de sistemas em diversas cidades do país e do exterior. Por isso, tinham dificuldade em manter uma dieta balanceada”, conta.
RESTAURANTES, HOTÉIS E FARTURA A solução encontrada não poderia ser mais simples. Como costumavam ficar hospedados sempre nos mesmo hotéis, Priscila recomendou que os executivos fossem conhecer as cozinhas desses lugares para falarem pessoalmente com os chefes. “Se a pessoa tem alguma restrição alimentar ou as refeições do lugar fogem muito do que estamos habituados, essa conversa vale para tentar adaptar o hotel e deixar a alimentação servida mais parecida com a que estamos acostumados”. Se isso não for possível, o conselho é passar em mercados e estabelecimentos locais. Neles, é muito provável que você encontre frutas e outros alimentos mais saudáveis que podem complementar suas refeições. Dessa forma, é possível comer e provar de tudo, mas sem exageros. “Explorar os alimentos locais e conhecer restaurantes fazem parte da viagem. Deve-se, sim, comer de tudo, porém lembrar dos cuidados mencionados”, finaliza a nutricionista.
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Neg贸cios e lazer n茫o se misturam. Quem disse?
Paris. Berlin. Barcelona. S達o Paulo. Shanghai. Bangkok. Sydney. Jakarta. Dubai. Bali. Rosario. PULLMANHOTELS.COM
CRÔNICA DE UM VIAJANTE
O MUNDO PERDIDO DO MONTE RORAIMA
O LIVRO QUE INSPIROU STEVEN SPIELBERG A CRIAR O JURASSIC PARK CHAMA-SE THE LOST WORLD E TEM O MONTE RORAIMA COMO PROTAGONISTA. ELE FOI ESCRITO POR ARTHUR CONAN DOYLE EM 1912. PASSADOS MAIS DE 100 ANOS, PARECE QUE NADA POR LÁ MUDOU. POR MAURÍCIO C. GOMIDE
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CRÔNICA DE UM VIAJANTE
Quem viu esse lugar incrível em diversas cenas da novela Império, da Globo, não imagina que para chegar lá são necessários três dias de caminhada para ir e dois para voltar. Ao todo, são mais de 50 quilômetros batendo perna entre subidas intermináveis, trilhas de terra, caminhos de pedregulhos e alguns rios. O início da jornada é na aldeia indígena de Paraitepui, na Venezuela, mas eu 78
e minha namorada começamos nossa saga muito antes de chegar lá. Primeiro, uma hérnia de disco a tirou de campo por mais de um mês, fazendo com que adiássemos nossa partida de dezembro para abril. Depois, pouco menos de dois meses antes de viajarmos, um acidente de moto me deixou com o dedão do pé quebrado e a dúvida se eu conseguiria me recuperar a tempo.
Não viajei 100%, mas em condições de enfrentar o que vinha pela frente. Foram três voos (São Paulo/Salvador, Salvador/ Brasília, Brasília/Boa Vista), um táxi de Boa Vista para Santa Helena, na Venezula (cerca de duas horas) e um 4x4 de Santa Helena a Paraitepui (mais duas horas). Essa foi a parte fácil. Dali pra frente, fomos movidos à base de superação, cenários deslumbrantes e a certeza de dias inesquecíveis. O passeio durou seis dias, mas há opções de tours mais extensos. Depende apenas de quanto tempo você ficará no topo do Monte. Passamos um dia e meio lá em cima, mas há quem fique mais. De qualquer forma, seja no tour de 6, 7 ou até 10 dias, o trajeto a se fazer é o mesmo. No primeiro dia, andamos 12 quilômetros em quatro horas. No segundo, foram 10 quilômetros também em quatro horas, pois o caminho inteiro é de subidas. No terceiro são “apenas” três quilômetros, mas que exigem as mesmas quatro horas, porque é quando de fato subimos o paredão, em uma trilha que exige muito mais esforço e atenção do que nos outros dias. 79
CRÔNICA DE UM VIAJANTE
RUMO O cenário do percurso tem diversas vistas maravilhosas, mas é o grande protagonista do lugar quem definitivamente prende a atenção. Desde Paraitepui já é possível vislumbrar o enorme paredão do Monte Roraima que se ergue sob o horizonte acompanhado do Monte Kukenan, ao lado, onde só é possível subir com equipamentos de alpinismo. A caminhada exige bastante esforço, sim, mas cada qual no seu ritmo, todos conseguem completá-la. Nos momentos de cansaço extremo, com os 11 quilos da minha mochila fazendo as costas quase arriarem, era a vista imponente do Monte que me dava forças para continuar em frente (junto com generosos goles d’água). Fora isso, não enfrentamos grandes dificuldades porque tivemos sorte com o tempo. Para atravessar um dos rios, por exemplo, pudemos ir pulando de pedra em pedra até chegar à outra margem. Quando chove, a travessia é feita com a água na cintura, segurando uma corda e torcendo para sua mala não ficar encharcada.
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AO TOPO
THE LOST WORLD Ao contrário dos dois primeiros dias de caminhada, no terceiro dia, já na base do monte e a uns dois mil metros de altitude, a trilha muda da savana para mata fechada. Andamos umas duas horas por ela até alcançar efetivamente o enorme paredão, com 600 metros de altura. Dali, continuamos por um caminho que vai paralelo ao Monte até chegar ao único acesso do lugar, chamado “La Rampa”, que parece um verdadeiro portal para o Parque dos Dinossauros.
Ali, o tempo dá indícios de ter parado há séculos. É um cenário que desperta fantasias até no mais cético dos seres humanos. Ninguém fica indiferente. Nesse ponto você já está há dois dias e meio caminhando com um único objetivo: chegar exatamente onde estávamos. E como se não bastasse, a recepção é feita pela impressionante “Flying Turtle”, uma formação rochosa em forma de tartaruga que parece flutuar sobre outras pedras.
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CRÔNICA DE UM VIAJANTE
Lá em cima, são quase 40 km² de área e uma vastidão de locais para serem visitados e explorados. Nosso primeiro passeio foi para uma caverna que possuía “salões” com mais de 10m² e quatro metros de altura. Depois, fomos à “La Ventana”, uma janela para um precipício onde um pequeno escorregão pode custar sua vida. Todo cuidado é pouco. Passamos ainda por vales de cristais, pequenas (e lindas) cachoeiras, lugares que pareciam encantados e mergulhamos na “Jacuzzi”, uma piscina natural com fundo de cristais de quartzo. As paisagens carregam um misticismo sem igual. Além de vistas inigualáveis, o clima é totalmente distinto. Pode estar sol e, em minutos, ficar frio e começar a chover. Às vezes, o tempo de tirar a capa de chuva da mochila era o tempo de parar de chover e abrir sol novamente. Em outras vezes, caminhamos por lugares onde de um lado estava sol e do outro completamente nublado. Não à toa, grandes filmes foram inspirados pelo Monte Roraima, como o clássico “Jurassic Park” e a animação “Up”. Esse lugar mexe com a imaginação.
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MISSテグ CUMPRIDA
Os dois dias de caminhada para voltar a Paraitepui foram regados de muitos sentimentos distintos. Dentre eles, a alegria por ter conhecido um dos lugares mais lindos do planeta, e a tristeza por estar indo embora. De qualquer forma, hoje, passados alguns meses da viagem, o sentimento predominante テゥ a saudade. Com certeza, um dia voltaremos ao mundo perdido do Monte Roraima.
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CAFÉ CAFÉDA DAMANHÃ MANHÃCORTESIA CORTESIA
INTERNET INTERNETCORTESIA CORTESIA EVENTOS EVENTOSCORPORATIVOS CORPORATIVOSE ESOCIAIS SOCIAIS
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NEGÓCIOS
VIAGENS CORPORATIVAS
SEM CRISE
Promovida ao cargo de Diretora Executiva da Flytour, Ana Paula Freitas de Oliveira aponta atalhos para que as viagens a negócios da sua empresa não sofram com os impactos da economia.
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As notícias não são nada animadoras: “Inflação acumulada em 12 meses atinge 8,47% e é a maior desde 2003” (Folha de S. Paulo, 10/06/15); “Rendimento real dos trabalhadores tem maior queda mensal em 12 anos” (Agência Brasil, 28/04/15); “Pessimismo na construção civil é o maior em quase 16 anos” (Estadão 12/06/15); “Lucro de aéreas deve ser o maior desde os anos 60, mas Brasil vai na contramão” (Estadão, 09/06/15). Tão fácil quanto encontrar uma manchete dessas no fatídico período econômico brasileiro, é cortar recursos para coibir os efeitos negativos da crise. No entanto, é necessário analisar metodicamente os riscos que determinadas medidas podem promover. A Diretora Executiva da Flytour, Ana Paula Freitas de Oliveira, lembra que “a verba de viagem é a primeira linha no planejamento orçamentário das empresas que é melhor analisado. Isso aconteceu em outras crises e nessa não é diferente”.
Sem citar cortes, a executiva leva em conta que, assim como uma viagem é um custo a ser “melhor analisado”, ela também é capaz de selar negócios que podem aliviar as contas da empresa e aumentar sua rentabilidade. Por isso, todo cuidado é pouco na hora de mexer ou adaptar o orçamento, pois um único erro em tempos de crise pode custar caro à saúde financeira de qualquer companhia. De acordo com Ana Paula, o bom gerenciamento das viagens corporativas não passa necessariamente por cortes orçamentários e também não basta olhar apenas para a necessidade ou não de viajar, mas para a melhor forma de viajar quando de fato é necessário. “Isso significa aumentar o planejamento, identificando quais são as demandas necessárias e as que não são tão importantes. Assim você consegue cumprir as viagens necessárias de forma menos custosa”, alerta a Diretora Executiva.
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NEGÓCIOS
ATENÇÃO Um executivo disse-me certa vez que “em tempos bicudos, lambe-se a face interna da tampa do iogurte”. De fato, quando há fartura não damos a mínima para a sobra que vai parar no lixo e nos negócios acontece exatamente o mesmo. Quando não há uma crise no horizonte, muitas vezes gastase em demasia e desnecessariamente, o que é muito prejudicial. Por isso, Ana Paula defende que as empresas precisam “colocar uma lupa no orçamento para monitorá-lo mais de perto. Ou seja, eu não posso olhar para custo ou rentabilidade só nos momentos difíceis. É preciso fazer isso diariamente e colocar tudo na ponta do lápis e olhar tudo de perto, atentamente, para garantir que eu vou passar pelos momentos de crise com menos sufoco”. Para exemplificar, a Diretora Executiva apontou algumas boas práticas adotadas na Flytour com relação a viagens corporativas. “Reduzimos os números de deslocamentos dos nossos executivos, mas de maneira muito bem planejada. Se antes viajávamos a qualquer momento para resolver qualquer assunto, agora buscamos consolidar assuntos diversos e algumas pautas antes de nos deslocarmos”. Além disso, a empresa tem planejado com mais antecedência as viagens. “Por que viajar amanhã, se depois de amanhã a passagem é mais barata?”, argumenta Ana Paula. Ainda assim, é possível que empresas tenham rombos orçamentários em viagens mesmo em posse de informações precisas e sob os cuidados de uma agência prestativa. “Muitas vezes, o problema está na cultura e na política de viagem da companhia. Quando isso acontece, o melhor caminho é reestruturar a política de viagem da maneira mais adequada e a Flytour está aqui para ajudar empresas de todos os setores nessa tarefa”, conclui a Diretora Executiva Ana Paula Freitas de Oliveira.
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REDOBRADA
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CONECTADO
iHealth Align Saúde na ponta dos dedos, literalmente
Considerado o menor glicosímetro do mundo e importante aliado no controle e prevenção do diabetes, o iHealth Align oferece diversas utilidades médicas com apenas alguns toques. O dispositivo é um discreto medidor da taxa de açúcar no sangue e somente quem precisa de uma ferramenta como essa sabe a importância de ter Valor sugerido: US$ 16,95 www.ihealthlabs.com/glucometer/ihealth-align
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algum produto que facilite a rotina dos portadores de diabetes. Além do glicosímetro, as tiras reagentes podem ser adquiridas separadamente. E junto ao aplicativo, disponível para os usuários, é possível fazer as medições em qualquer lugar e ainda acompanhar suas taxas por períodos de até 90 dias.
The Dash Chega de se enrolar com os fios
O mistério dos fones de ouvido... Que atire a primeira pedra quem tem um fone e nunca se enrolou. The Dash, um fone de ouvido sem fio, pode ser a solução dos problemas de todos que usam esse acessório indispensável. O produto foi premiado em 2015 na maior feira de tecnologia do mundo e classificado como a tecnologia mais
impressionante na categoria fone de ouvido. É pequeno no tamanho e potente na utilidade. Funciona como MP3 Player, microfone, monitor cardíaco, entre outras funções. O aparelho é feito de silicone e por ter um design ergonômico proporciona maior mobilidade, ideal para quem pratica exercícios físicos.
Valor sugerido: US$ 299,00 www.bragi.com
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DESENVOLVIMENTO VITALIDADE
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Turismo
ACESSÍVEL
Imagine a seguinte situação: por algum motivo você está em uma cadeira de rodas, impossibilitado de caminhar, mas com vontade de ir ao cinema. Você escolhe o filme, mas percebe que só está passando em um lugar desconhecido. Então começam a surgir algumas dúvidas. Será que o local tem estacionamento acessível? Será que do estacionamento até o cinema há escadas sem rampas? Será que no próprio cinema há rampas de acesso e local para cadeirantes nas salas? Agora, imagine que ao invés do cinema, você quisesse conhecer os Lençóis Maranhenses. Seria possível em uma cadeira de rodas?
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DESENVOLVIMENTO VITALIDADE
Para tirar essas dúvidas e tantas outras, desde 2013, o Ministério do Turismo mantém o site Guia Turismo Acessível (www.turismoacessivel. gov.br), cujo objetivo é mostrar todos os pontos positivos e negativos sobre a acessibilidade de locais turísticos e atrações pelo Brasil. Nele, é possível pesquisar por cidades, estabelecimentos, atrações turísticas e até filtrar a busca por tipos de recursos de acessibilidade (auditivo, físico/motor, visual ou mobilidade reduzida). Trata-se de uma plataforma colaborativa onde os próprios usuários deixam suas impressões sobre os lugares visitados. As avaliações ficam registradas no site e vão crescendo à medida que os usuários enviam novas informações. A vantagem com o lançamento do APP Turismo Acessível é que agora as pessoas poderão registrar suas opiniões em tempo real, durante a experiência turística. Essa facilidade tende a multiplicar a participação na plataforma, contribuindo cada vez mais para o bem-estar e lazer dos portadores de deficiência.
DIDÁTICO E ÚTIL Ao consultar os estabelecimentos, os usuários têm acesso ao endereço, telefone, imagens e avaliações dos atrativos turísticos, que são classificados por ícones como alimentação, compras, lazer, hospedagem, museus, parques, zoológicos, praias e serviços turísticos. Para facilitar o processo de consulta, o usuário tem ainda sua localização de cidade e estado detectada automaticamente pelo aplicativo. Agora, imagine-se novamente na situação do do cinema. Ficou muito mais fácil de tirar dúvidas, não?
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E-CORPORATE PLUS
A gestão das viagens corporativas em suas mãos. Uma ferramenta online, completa e eficiente que reduz custos e oferece autonomia aos viajantes. Tudo isso em um ambiente com interface intuitiva e fácil de usar.
• Controle de bilhetes não voados • Workflow de aprovação • Relatórios gerenciais em tempo real • Controle de orçamento por centro de custo • Módulo de adiantamento e prestação de contas • Controle de número de passageiros por voo
www.flytour.com
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BIBLIOTECA VITALIDADE
CHIEKO AOKI
recomenda Empresas feitas para vencer
Autor: Jim Collins Editora: HSM R$ 79,90 Páginas: 368
Considerado um dos livros de negócios mais importantes de todos os tempos, esta obra inspiradora de Jim Collins responde a seguinte pergunta: Como empresas boas, medianas e até ruins podem atingir uma qualidade duradoura? Empresas Feitas Para Vencer mostra como as grandes empresas triunfam no decorrer do tempo e como o
desempenho sustentável em longo prazo pode ser inserido no DNA de uma organização desde sua concepção. Collins apresenta exemplos que desafiam a lógica e transformam a mediocridade em uma superioridade duradoura. O autor apresenta também quais são as características universais que levam algumas empresas a se tornarem excelentes e outras não.
Administração na Era das Grandes Transformações O livro reúne os artigos e as entrevistas mais influentes de Peter Drucker sobre a administração em ambientes de grandes mudanças, tema de grande relevância para as empresas hoje.
os administradores devem compreender como o que já aconteceu afetará seus clientes, empresas e a sociedade – e implementar ações eficazes a partir desse entendimento.
O livro é dividido nos seguintes temas: administração, revolução da informação, economia, sociedade e governo. Drucker vai à essência do que é preciso para liderar em meio à mudança. De acordo com o autor, em vez de prever o que pode acontecer,
Com sagacidade e sinceridade, orienta os administradores para considerarem as questões críticas das quais dependem o futuro de suas organizações. Segundo Drucker, as ações no presente, são a única maneira de construir o futuro.
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Autor: Peter Drucker Editora: Elsevier R$ 82,00 Páginas: 352
Motivação 3.0 Muitas empresas continuam usando recursos, como aumento, promoção ou punição, para motivarem seus funcionários, modelo usado e frequentemente bemsucedido no século passado.
Autor: Daniel Pink Editora: Elsevier R$ 71,90 Páginas: 240
Em Motivação 3.0, Daniel Pink nos prova que a motivação à base de recompensas e punições já não é mais eficiente. Os fatores motivacionais vêm de dentro de cada um de nós. É o legado que deixaremos no mundo e nosso nível de satisfação pessoal e profissional que nos fazem buscar melhores desempenhos e resultados no que nos propomos a fazer. O livro ensinará aos gestores a usar de forma eficaz esses novos princípios que configuram o avanço e o passo a frente no que se refere à motivação do século XXI.
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VITALIDADE
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