Caderno especial do Congresso Eucarístico 2016

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Especial

congresso eucarístico

nacional

belém, De 19 a 25 de agosto de 2016 joão paraense

w chegada ao estádio do Cardeal legado acompanhado de outras autoridades religiosas, dentre as quais o Núncio Apostólico

Abertura do CEN2016 reuniu fiéis em torno da Eucaristia

salim wariss

w algumas das autoridades religiosas e civis presentes à abertura, em frente ao altar monumento

A

abertura do XVII Congresso Eucarístico Nacional (CEN2016), que aconteceu no dia 15 no Estádio Olímpico Mangueirão, congregou o mundo católico brasileiro que, lá, viveu um dia inesquecível. Os fiéis acorreram em massa de todos os cantos da Arquidiocese de Belém, dos demais municípios do Estado do Pará e de todo o Brasil, superlotando o estádio, vibrando com muita fé durante toda a belissíma e comovente celebração. Às 14h a movimentação no entorno do Mangueirão já era intensa. Eram caravanas em ônibus que chegavam a todo momento. No portão A1, havia grande concentração dessas caravanas, uma delas vinda da Arquidiocese de Parintins, no Amazonas. De lá, um grupo de 10 pessoas de três paróquias, a Igreja Mãe Catedral Nossa Senhora do Carmo, Paróquia São José e Paróquia Sagrado Coração de Jesus, que chegaram no dia 13, e antes, no

dia 10, participaram da recepção da Procissão Eucarística Fluvial que trazia o Santíssimo Sacramento. A aposentada Genoveva Oliveira, 63 anos, sorria e alegrava-se antevivendo os momentos que teria naquele dia e nos outros do Congresso: “É gratificante estarmos aqui, somos um grupo de tão longe que se faz presente, animado e otimista”. Po n t u a l m e n t e à s 1 5 h , o s portões foram abertos, permitindo aos congressistas credenciados e participantes com pulseiras distribuídas nas paróquias o acesso às arquibancadas. Os lados A e B do Mangueirão foram reservados às seis regiões episcopais, cada espaço identificado pela cor própria de cada uma delas. Nas cadeiras cativas ficaram as autoridades civis, religiosos e cadeirantes que, com a acessibilidade garantida, puderam participar desse evento de grande júbilo para a Igreja. Foi o caso da

cadeirante Sandra Campelo, 57 anos, da Basílica Santuário de Nazaré, que acompanhada da irmã e uma amiga, fez questão de estar presente: “Estar aqui para mim tratase de uma graça. A infraestrutura permitiu-me chegar e fazer parte como Igreja deste momento tão belo. Poderia até ver pela televisão, mas decidi sair do meu conforto e vir. Ao chegar senti uma emoção tão forte, logo soube que se não viesse me sentiria incompleta”. N o m e s m o l o c a l e s t ava m religiosos consagrados, como a Irmã Judite Soares, da Congregação do Preciosíssimo Sangue (Preciosinas) que ao todo somavam 15 religiosas. Ela destacou o momento único ali vivido: “O Congresso é especial para a Arquidiocese e para a vida de cada cristão. Ao chegar ao estádio, senti uma alegria imensa que preenchia meu coração, vi tantas pessoas reunidas celebrando e buscando a Eucaristia, Jesus vivo”.

De todo o Brasil

S e n d o u m eve n t o d e p o r t e nacional, já era aguardada a chegada de peregrinos oriundos de todos os cantos do país. Um grupo de 13 pessoas, das quais 12 ministros extraordinários da comunhão eucarística e um sacerdote, veio da Diocese de Novo Hamburgo (RS) para conhecer pela primeira vez Belém, sede da Eucaristia neste período. Para Arlete Pohren, 49 anos, uma dessas ministras, este é seu primeiro Congresso Eucarístico, pelo que eram grandes suas expectativas. “Nós, como ministros e ministras da comunhão eucarística, levamos o Cristo Eucarístico aos outros, então o Congresso vem nos possibilitar o aperfeiçoamento e aprofundar esse nosso viver da Eucaristia e com certeza levar isso para nossa diocese. Sendo uma oportunidade única, devemos partilhá-la ao voltarmos contando o que aqui experenciamos”.


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nacional FOTOS: JOÃO PARAENSE

w abertura do XVII Congresso Eucarístico Nacional que pela segunda vez acontece em Belém do Pará, no estádio do Mangueirão

“Um momento especial, um momento único” C

w expectativa para vivenciar um dos maiores eventos religiosos do Brasil em Belém do Pará

w muita alegria aguardando a abertura dos portões do estádio do Mangueirão

om a abertura dos portões do Estádio Edgar Augusto Proença, durante a abertura do XVII Congresso Eucarístico Nacional no dia 15 de agosto, a comunidade foi surpreendida com a entrega dos castiçais produzidos por entidades de diversos bairros da Região Metropolitana de Belém (RMB). Foram feitos cerca de 40 mil castiçais, todos com garrafas pets. As peças embelezaram o estádio após o momento da comunhão. Os voluntários atuaram prestando acolhimento e serviços aos congressistas que vieram de todo Brasil. Entre os voluntários estava Paulo Matni, de 17 anos, Guarda da Paróquia Jesus Ressuscitado, da Região Episcopal Santa Cruz. “É maravilhoso participar deste momento quando posso servir a Deus”. Cerca de 30 jovens, na faixa etária de 15 a 18 anos, coroinhas da Paróquia Santa Rita de Cássia, compareceram com camisas personalizadas durante a abertura. Dalila Costa, 17 anos, emocionada, disse que é um privilégio participar devido o pai ter participado no Congresso Eucarístico Nacional de 1953, também realizado em Belém. “Tenho privilégio de poder participar deste momento único na Igreja de Belém, ainda mais por saber que o meu pai assim como eu tive a chance de participar do Congresso Eucarístico. Durante estes dias certamente minha fé se fortalecerá e se renovará. É um momento muito especial”, disse. Diversas paróquias da Arquidiocese de Belém enviaram ministros e ministras da Eucarística. Vanderley Sousa foi um dos enviados da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, do Distrito Industrial. Segundo ele, é com alegria que serve a Jesus. “Para mim é um momento especial, um momento único. Como cristão, como ministro extraordinário da eucaristia é com muita alegria que eu venho aqui hoje servir o senhor”, disse. De São Paulo, a aposentada Cleyde de Aguiar, compareceu juntamente com mais três amigas que vieram presenciar o momento. Para ela, estar na presença do povo cristão é manter viva a chama da fé, da esperança e da fraternidade entre os irmãos.


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Dom Cláudio Hummes abriu o XVII Congresso Eucarístico À FOTOS: edson lima

w legado Pontifício enfatizou a grande devoção mariana do povo paraense

noite de segunda-feira, 15, o estádio olímpico do Estado do Pará, mais conhecido como Mangueirão, transformou-se no altar do XVII Congresso Eucarístico Nacional, conforme as palavras de Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém, no ato de sua saudação aos fiéis e autoridades por ocasião da proclamação da abertura oficial do Congresso. Após as apresentações formais das autoridades presentes, foram executados os hinos nacional brasileiro e dos Congressos de 1953 e o atual, e ainda a Marcha Pontifícia, depois do que iniciou-se a Santa Missa, presidida por Dom Cláudio Hummes, Legado Pontifício nomeado pelo Papa Francisco. Em sua homilia, Dom Cláudio enfatizou a grande devoção mariana do povo paraense e seu testemunho de fé que se propaga Brasil afora. Fez diversas referências à cidade de Belém, sempre associando a capital paraense ao grande amor dedicado à Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do estado sede do XVII Congresso Eucarístico Nacional. Ressaltou o Cardeal que o povo do Pará "promove aqui em Belém uma grandiosa festa da Igreja, o Círio de Nazaré, que a cada ano leva mais pessoas às ruas, cerca de dois milhões de pessoas”. Quatro séculos de evangelização

No dia 12 de janeiro de 2016 a cidade de Belém completou 400 anos de fundação por Francisco Caldeira Castelo Branco. E a Arquidiocese de Belém engaja-se às comemorações desde o início do ano, propiciando aos fiéis a realização do XVII Congresso Eucarístico como o presente da Igreja à cidade que também celebra neste ano os 400 anos de evangelização da Amazônia: “Portanto, acolhidos pela Arquidiocese de Belém e por todos os Bispos da Amazônia missionária, vivamos aqui este Congresso que foi preparado com grande zelo”. Legado

w dom cláudio recordou sobre o apreço do Papa Francisco pela Amazônia

w nomeado como representante do Santo Padre, Dom Cláudio Hummes transmitiu a mensagem do Papa

Nomeado pelo Papa Francisco seu Legado Pontifício para o Congresso, Dom Cláudio recordou-se da manifestação de apreço do Sumo Pontífice pelo povo da Amazônia: “O Papa manda uma grande bênção, um abraço” e explicou aos fiéis que pelo seu trabalho como presidente da Comissão para a Amazônia na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ele tem contato constante com Francisco. “Por isso lhes digo que ele sempre lembra com muito carinho os missionários que labutam nesta região, mas também os antigos missionários que em situações mais difíceis evangelizaram a população, especialmente os indígenas”. Concluindo suas considerações sobre a sua participação no Congresso e após saudar a Igreja de Belém, Dom Cláudio deteve-se nas Sagradas Escrituras, em diversas passagens sobre a indispensável presença de Jesus Sacramentado presente na Santa Eucaristia. Finalizando, convidou todos a aproveitar ao máximo a oportunidade do Congresso, para refletir no testemunho missionário de cada um e seja a certeza viva de que daremos largos passos para uma evangelização ainda mais missionária, atestando que “este é o fruto que o Papa espera”.


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nacional FOTOS: JOÃO PARAENSE

w Congresso eucarístico congregou fiéis do Pará e do Brasil para a grande Festa de Jesus Sacramentado

A

Eucaristia é toda a razão de ser da vida da Igreja, afirmou Dom Cláudio Hummes, legado pontificio, na abertura do XVII Congresso Eucarístico Nacional em Belém: “A Eucaristia é o ápice da evangelização porque toda missão e atividade da Igreja deve conduzir à Eucaristia. Ela também é fonte de toda evangelização porque desta mesa nos levantamos e partimos para a missão. Isso nos faz entender logo o que esse Congresso pode e quer significar para a missão na Amazônia. Aqui também a Eucaristia constrói a Igreja e a envia de novo em missão. Daí a importância de a Igreja no Brasil ter escolhido a Amazônia como sede deste Congresso”. Ressaltou o Cardeal que a realização do evento na região enseja um desafio ainda maior para a missionariedade da Igreja particular do Norte do Brasil: “A Amazônia é o nosso maior desafio missionário”. Para quem não sabe, Dom Cláudio Hummes é o representante da CNBB na Comissão Episcopal para a Amazônia. Foram seu cuidado e atenção com a região, as razões para que o Papa Francisco o nomeasse seu Legado Pontifício. E na abertura do Congresso Eucarístico ele foi taxativo: “Eu vi fome aqui na Amazônia”. Em seguida, explicou aos fiéis a razão de sua enfática afirmação. Disse ele que o maior desafio para a evangelização na Amazônia encontra o apoio na verdade de Jesus que indica como solução o ardor missionário que deve nortear o trabalho da Igreja na Amazônia: “Dai-lhes, vós mesmos de

AMAZÔNIA: MAIOR DESAFIO MISSIONÁRIO

w fiéis subiam com vigor e ânimo as rampas de acesso a arquibancada do Mangueirão

comer”, disse o Cardeal, recorrendo às palavras de Jesus. Alegando que o alimento da evangelização não pode deter-se apenas em questões materiais, Dom Cláudio lançou aos fiéis uma reflexão sobre essa realidade:“Todos conhecemos

w alegria por viver momento único na abertura do congresso

o significado amplo dessa palavra de Jesus: a partilha do pão material e espiritual. Assim como os discípulos reconheceram Jesus ao partir do pão, também os povos da Amazônia reconhecerão Jesus se repartirmos com eles o pão material e o espiritual”.

As considerações de Dom Cláudio faziam referência em sua homilia ao tema do XVII Congresso Eucarístico Nacional “Eucaristia e partilha na Amazônia Missionária” - “Eles o reconheceram no partir do pão”. (Cf. Lucas 24,35).

w religiosos de congregações ressaltam a missão na Amazônia


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nacional FOTOS: JOÃO PARAENSE

w abertura Dom Cláudio acena para o povo que o acolheu no Mangueirão

Encontro da Igreja do Brasil em Belém O

w dom alberto saúda fraternalmente o Legado Pontifício na cerimônia de abertura

w presentes Autoridades eclesiais da Santa Sé e da Igreja do Brasil no dia 15

estádio olímpico Mangueirão recebeu os fiéis e as autoridades civis e religiosas na abertura do XVII Congresso Eucarístico Nacional. Destaque-se que é numerosa a presença de sacerdotes, religiosos e leigos no encontro nacional sobre a Eucaristia em Belém do Pará. Dentre os participantes, destacase que o Legado Pontifício Dom Claúdio Hummes desenvolve a Missão Pontifícia na companhia dos cônegos Vladian Alves e Ronaldo Menezes, integrantes do Cabido Arquidiocesano de Belém, que foram nomeados pelo Papa Francisco para a atividade oficial, representando a Santa Sé no evento. A acolhida das autoridades se deu por parte de Dom Alberto Taveira Corrêa, presidente do XVII Congresso Eucarístico Nacional. Na celebração de abertura solene todos os convidados dirigiram-se para o altar na companhia de Dom Alberto e seu Bispo Auxiliar, Dom Irineu Roman. Estiveram presentes à solenidade o Governador do Estado do Pará, Robson Simão Jatene, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, e o deputado estadual Márcio Miranda, presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA). A procissão de entrada para a Santa Missa contou com a participação de Bispo de todo o Brasil, destacandose a presença do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D´Aniello, Dom Sérgio da Rocha, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida (SP) e Dom Bernardo Johannes Bahlmann, presidente do Regional Norte 2 da CNBB, e Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, dentre outras personalidades importantes das dioceses brasileiras


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w dom marcony

w dom geraldo

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w dom josé aparecido

w padre wagner

w pE. JOÃO DANTAS

Simpósio Teológico - A Eucaristia como tema central O

s temas mais estritamente ligados à Santíssima Eucaristia são o assunto central do Simpósio Teológico que, aberto no dia 18, e segue até o dia 19, com atividades pela manhã e à tarde, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, destinado aos interessados. Seu intuito é aprofundar o conhecimento da doutrina cristã sobre o sacramento da Eucaristia, a partir de abordagens teológicas diferentes e, ao mesmo tempo, complementares, nos aspectos litúrgico-celebrativo, bíblico-teológico, moral e canonístico, sob a responsabilidade da Faculdade Católica de Belém (Facbel) que ofereceu aos participantes quatro cursos, cada um deles equivalente a 10h/aula.

O simpósio estudará os temas “Espiritualidade e Renovação litúrgica à luz do Concílio Vaticano II”, “Lex et Charitas - a Eucaristia à luz do Código do Direito Canônico de 1983”, “Berakah ou sacrifício? Uma leitura bíblico-teológica do mistério eucarístico”, e “O Sacramento da Eucaristia e os seus desdobramentos morais - Em busca de um estilo de vida eucarístico”. Dom Marcony Vinícius Ferreira, Bispo Auxiliar de Brasília, abriu o simpósio no dia 18, abordando o tema “A Espiritualidade Litúrgica à luz do Concílio Vaticano II”. No dia 19, Dom Geraldo Lyrio da Rocha, Arcebispo de Mariana,MG, fala s o b re “ A re n ova ç ã o l i t ú rg i c a promovida pelo Concílio Vaticano

O Ostensório do XVII Congresso Eucarístico Nacional

A Samaúma ou Sumaúma é uma árvore cujo nome científico é Ceiba Petranda, da família das Bombacaceae. Ela cresce muito rapidamente e tem uma beleza extraordinária pela sua grandeza. Trata-se de uma das maiores árvores do mundo, atingindo entre 45m a 60m de altura ou até mais. Sua circunferência chega 1,5 e até 2m de diâmetro e suas sapopembas (“sapopemba” é um nome tupi que significa “ raiz angulosa com protuberâncias “, através da junção dos termos sapó (“raiz”) e pem (“anguloso”, com protuberâncias “), além de ornamentais, podem ser transformadas em habitação pelos povos da floresta. Servem também para a “comunicação” natural no meio da mata quando batidas com pequenos pedaços de pau ressoa a longas distâncias um som grave; possui uma copa frondosa, aberta e horizontal. A árvore apresenta propriedades medicinais e é considerada pelos povos da floresta uma árvore com poderes mágicos, protegendo inclusive as demais árvores e os habitantes da floresta, pois conserva e distribui a outras árvores a água que reserva em suas raízes. Sua seiva e casca têm algumas aplicações medicinais. As sementes dão óleo comestível de sabor e cheiro agradáveis, sendo também bom lubrificante e eficaz contra ferrugem. A paina, semelhante ao algodão, que as envolve é utilizada como enchimento para colchões e travesseiros. Quando a casca da semente explode, espalha a paina por longas distâncias levada pelo vento.

II: frutos, desafios e perspectivas”. Nesse mesmo dia Pe. Wagner Ferreira, bacharel em Filosofia pela Faculdade Eclesiástica de Filosofia João Paulo II (Rio de Janeiro) e bacharel em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e pela Faculdade Dehoniana de Taubaté, reflete sobre “O Sacramento da Eucaristia e os seus desdobramentos morais - Em busca de um estilo de vida eucarístico”. Sua conferência contou com a participação de Dom Erwin Kräutler, Bispo Emérito da Diocese do Xingu, PA, e do Prof. Evandro Gussi, membro da Comissão de Reforma Política da Ordem dos Advogados do Brasil do Estado de São Paulo.

A samaumeira é considerada pelos povos indígenas uma árvore ancestral, pois presente nas diversas narrativas da criação do mundo indígena amazônico. Os indígenas consideram-na a mãe das árvores, a rainha da floresta, conhecida também como a “árvore da vida” ou a “escada do céu”. Por tudo isso a samaumeira foi escolhida para representar a Amazônia no XVII Congresso Eucarístico Nacional, para “carregar” em seus galhos - como “crhistóphoro” – o mistério eucarístico. Transformada emblematicamente em custódia ou ostensório do Congresso, ela acolhe em seu seio e manifesta de um modo sublime a nossa realidade natural, histórica, humana e eclesial em profunda comunhão com o mistério eucarístico. Ao s p é s d o o s t e n s ó r i o e s t ã o re p re s e n t a ç õ e s d e n o s s a s ó c i o diversidade nos rostos de indígenas, afrodescendentes, brancos e mestiços que seguram, em profunda adoração e comunhão, o Deus humanado na samaumeira sustentada por uma vitóriarégia, a flor símbolo da Amazônia. A samaumeira, a maior árvore da Amazônia, por sua beleza, grandeza e tantas outras expressões de generosidade, comunicação e saúde, expressa neste XVII CEN, como ostensório, o mistério do Cristo Eucarístico por onde passar, revelando ao mesmo tempo a missão evangelizadora da igreja que tem como seu centro Jesus Cristo sacramentalmente presente na Eucaristia.

As ações caritativas e os aspectos legais que as referendam foram o tema da conferência de Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, Bispo Auxiliar d a A rq u i d i o c e s e d e B ra s í l i a , que falou sobre “Lex e charitas” – A Eucaristia à luz do Código do Direito Canônico de 1983. Outro tema relevante foi abordado na conferência “Berakah ou sacrifício? Uma leitura bíblico-teológica do Mistério Eucarístico”. O conferencista, PE. João Paulo de Mendonça Dantas, é professor e coordenador do curso de Teologia da Faculdade Católica de Belém (Facbel). A parte da tarde do Simpósio está reservada a mesas redondas, com temas ligados às conferências do período da manhã. luiz estumano

w samaumeira foi escolhida para representar a Amazônia no CEN


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nacional fotos: edson lima

Presença da Imagem Peregrina

w dom alberto: "O Congresso Eucarístico Nacional não poderia ser realizado sem a presença da Virgem Mãe, “Rainha da Amazônia "

P

w todo o estádio do Mangueirão reverencia a Rainha da Amazônia. Bençãos para o trabalho do Congresso

A

or volta das 16h, o carro da Diretoria da Festa de Nazaré chegava às dependências do estádio olímpico. Na companhia do casal coordenador do biênio 20162017, Roberto e Daniela Souza, a imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré adentrou em direção ao gramado. Já durante a celebração eucarística, a imagem foi anunciada e ao som de “Vos sois o lírio mimoso”, percorreu parte do Mangueirão em um andor enfeitado de flores e com vários gestos de carinho do povo presente. “O Congresso Eucarístico Nacional não poderia ser realizado sem a presença da Virgem Mãe, “Rainha da Amazônia não poderia deixar de estar presente num evento desta magnitude". Dom Alberto Taveira Corrêa então convocou a Diretoria do Círio de Nazaré para trazê-la. Tenho certeza que ela trará muitas bênçãos e que o trabalho será significativo para a Igreja de Belém e toda diretoria da festa”, enfatizou o diretor coordenador, Roberto Sousa.

Coral

Orquestra Sinfônica da Fundação Carlos Gomes (FCG) e um coral formado por cantores da instituição e de paróquias de Belém foram responsáveis pela execução de cantos e louvores durante toda a abertura do Congresso Eucarístico Nacional. O coral formado por 350 vozes foi criado especialmente para o evento, com regência do professor Eduardo

Nascimento, que leciona canto no Instituto Carlos Gomes. De acordo com Nascimento os cantores ensaiaram durante um mês nas paróquias para a apresentação. Na missa de abertura no Estádio Olímpico do Pará, orquestra e coral interpretaram o Hino do Congresso, composto pelo pianista Paulo José Campos de Melo e pelo padre Carlos Augusto Silva. joão paraense

w coral formados por cantores de diversas paróquias

w imagem de Nossa Senhora de Nazaré abençoando a abertura


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Missa em latim na Igreja de Nossa Senhora do Rosário U

m dos momentos marcantes da programação do XVII Congresso Eucarístico Nacional são as celebrações eucarísticas na Forma Extraordinária do Rito Romano que ocorrem em várias igrejas de Belém. A primeira dessas celebrações, em Latim, ocorreu às 8h de terça-feira, 16, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, cujos celebrantes foram Dom Fernando Rifan, Bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianney (RJ) e os padres Luiz Zucchi e Thomas Parra, do Instituto Bom Pastor, na França. Em sua homilia Dom Rifan destacou que a igreja é uma só, tem a unidade de governo que é do Papa e dos bispos, a unidade de doutrina e unidade de sacramento, culto, embora as formas de culto sejam diferentes, sendo 23 ritos orientais, mais o rito romano. “Aqui estamos celebrando na forma antiga que sempre foi permitida na Igreja e o Papa Emérito Bento XVII abriu para a Igreja toda. Falei ao Papa Francisco que se está celebração for bem celebrada e corretamente colocada é uma das riquezas da Igreja Católica, então como uma das riquezas litúrgicas que nós celebramos na forma extraordinária. Nem uma forma litúrgica, diz o catecismo da Igreja Católica, não é suficiente para esgotar todo o mistério eucarístico de Jesus Cristo. Ele é infinito. Cada missa privilegia uma parte. As atuais, a participação dos fiéis, as missas antigas, a sacralidade, o sentido do mistério, a veneração, o centro da adoração, a parte sacrifical da missa. O povo participa vendo a ação litúrgica e acima de tudo a ação de Nosso Senhor sobre o altar”. Em principio a celebração formal pode parecer um pouco desconhecida, mas ao longo da vivencia percebe-se a unidade da Igreja e a intimidade com Deus através das adorações e meditações pessoais. Antes da Missa, o silêncio é mantido na igreja é uma demonstração do merecido o respeito à presença de Jesus no Santíssimo Sacramento, que é reservado no tabernáculo no centro do altar. No momento da comunhão a hóstia é colocada diretamente na boca, mediantes as palavras “o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo guarde tua alma para a vida eterna, amém”. Um detalhe significativo também é o uso de véus por parte de muitas m u l h e re s q u e p a r t i c i p a m d a cerimônia religiosa. Pa ra q u e m p a r t i c i p o u p e l a primeira vez desse tipo de celebração o momento foi enriquecedor para a vida religiosa. Foi o que aconteceu com a paulista Eneide Lobato, da Paróquia de São Gonçalo, no bairro da Liberdade (SP): “uma riqueza de detalhes que nós levam a ter o encontro com Jesus Sacramento. São momento de reflexões que fazem-nos sentirmos intimidade sem igual com Deus”. O mineiro Raimundo das Neves, de Belo Horizonte está lisonjeado com a programação do Congresso: “que iniciativa extraordinária da Arquidiocese de Belém em trazer diversos ritos em sua programação que bom seria se todos

edson lima

w celebração eucarística Forma Extraordinária do Rito Romano, em Latim aconteceu na Igreja do Rosário edson lima

participassem e conhecesse as maravilhas de nossa Igreja, como exemplo esta Missa em Latim”. Desde 2008 a Arquidiocese de Belém através de colégios e capelas realizam Missa em Latim. Elas já aconteceram nas capelas dos Colégios Nossa Senhora Do Carmo e Gentil Bittercourt; na comunidade Fraternidade O caminho. Desde 2011 é celebrada pela Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. As celebrações acontecem sempre aos domingos às 11h. Por ocasião do Congresso Eucarístico será celebradas todos os dias às 08h, com o padre e às 11h com o Bispo e a catequese. w momento contemplativo, o silêncio é muito significativo durante a celebração em Latim

divulgação

Silêncio contemplativo Em 2007 o Papa Bento XVI - através do Motu Proprio Summorum Pontificum – concedeu aos sacerdotes do Rito Latino a permissão para celebrar a Santa Missa segundo Missal Romano editado pelo Beato Papa João XXIII em 1962. Uma das riquezas do rito é o silêncio contemplativo. Em cada gesto, orações em latim e cânticos gregorianos, percebem-se a beleza do mistério do Calvário. A posição do sacerdote – juntamente com o povo – voltada para Deus como o centro (e não ‘de costas para o povo’ o uso do latim, língua oficial da Igreja (que nunca foi abolida pelo Concílio Vaticano II), expressão também de sua unidade; o canto gregoriano, canto próprio da liturgia romana; enfim, são alguns dos elementos que geram uma nova forma de contemplar e viver o Santo Sacrifício da Missa.

Administração Apostólica

w igreja Nossa Senhora do Rosário, centro de Belém

Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney (em latim Administratio Apostolica Personalis Sancti Ioannis Mariae Vianney) é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica localizada no município brasileiro de Campos dos Goytacazes e seus vizinhos, no estado do Rio de Janeiro. Seu carisma é o uso e a divulgação da “forma extraordinária do rito romano”, como “rito próprio” da Administração.


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Caderno Dois fotos: joão paraense

w na catedral dedicada à vida religiosa e colégios católicos, com a presença de diversos bispos e sacerdotes de diversas regiões do Brasil

Cardeal Dom Orani Tempesta preside missa no CEN2016 F iéis lotaram na manhã do dia 16, segundo dia do XVII Congresso Eucarístico Nacional (CEN2016), a Catedral Metropolitana para a missa solene dedicada a Vida Religiosa e colégios católicos, presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Dom Orani João Tempesta, predecessor do Arcebispo Metropolitano, Dom Alberto Taveira Corrêa, também presente na celebração. Presentes para o ato l i t ú rg i c o e s t i ve ra m o Arcebispo de São Paulo (SP), Cardeal Dom Odilo S c h e r e r, o A r c e b i s p o Metropolitano, Dom Alberto Taveira, Bispo de Óbidos (PA), Dom Bernardo Johannes Bahlmann, bispos da Igreja do Brasil, clero arquidiocesano, religiosos e religiosas consagrados, seminaristas, alunos de colégios e demais fiéis. No início, Dom Alberto fez uma saudação aos participantes, em seguida voltou-se para o Cardeal D o m O ra n i : “ Te m o s a oportunidade de ter a presença de alguém muito i m p o r t a n t e p a ra n o s s a Arquidiocese”. Em sua homilia Dom Orani destacou: “Pelo sacramento do pão eucarístico, ao mesmo tempo é representada e se realiza a unidade dos fiéis, que constituem um só corpo em Cristo. Todas as vezes que proferimos as palavras da consagração, Cristo está entre nós”. E na mensagem pela Vida Religiosa: “A vida religiosa nasce em e para a Igreja. Nasce de sua vitalidade intrínseca, como expressão máxima

No final da celebração D o m A l b e r t o Ta ve i r a , presenteou o Arcebispo do Rio de Janeiro com um cálice festivo do CEN2016, e logo após, explicou sobre a programação do dia. Depois, o Santíssimo Sacramento foi exposto no altar lateral da Catedral Metropolitana para adoração.

Vida religiosa e colégios católicos w religiosidade participação do clero intensificada em todas as celebrações do CEN

w vida religiosa representantes de diversas congregações estiveram presentes

de si mesma, como sua “radiografia” ou seu “substrato” mais profundo”. Lembrou da missão da vida consagrada e de sua importância para vida da Igreja, “a presença dos consagrados e consagradas em nossas comunidades é significativa e imprescindível, pelo que são e pelos serviços que prestam nos diferentes

campos pastorais”. Dom Orani ressaltou também o papel evangelizador das escolas católicas e na formação humana da juventude: “estes são um grande instrumento da evangelização e canal do conhecimento e da busca da verdade e do conhecimento que é o próprio Deus”.

N o e n c e r ra m e n t o , o Cardeal lembrou mais uma vez a realização do CEN2016: “este é o momento sublime. A convocação da Palavra de Deus para anunciar o Evangelho, celebrando o mistério da Santa Eucaristia, vamos ao serviço de curar os corações feridos e sermos discípulos da misericórdia divina”.

Logo nas primeiras fileiras estava Irmã Alessandra de Jesus Reis, da Congregação Servas do Amor Misericordioso, da Diocese de Bacabal, no Maranhão. “Nós estamos nos sentindo agraciados com esta celebração. Muito nos impulsiona continuar seguindo na caminhada, vemos aqui uma presença grande de consagrados, nos motivando ainda mais”. Ta m b é m e s t a va m presentes alunos de escolas católicas de Belém. Nelas as crianças e adolescentes participam da iniciação cristã com a 1ª Eucaristia e tendo a continuidade na Crisma. Para Marli Rodrigues, responsável pelo serviço de orientação religiosa do Colégio Gentil Bittencourt, as palavras do Cardeal Tempesta serviram como reafirmação do trabalho realizado: “Grande incentivo. Tudo o que ele disse na homilia nós dá orientação, trabalhando temas como a família, a importância da Eucaristia e o Evangelho para a vida desses jovens”.


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E special fotos: divulgação

w dom alberto em Ananindeua

A

s jornadas pastorais foram o destaque na programação do dia 16 no XVII Congresso Eucarístico Nacional. Realizadas nas seis Regiões Episcopais da Arquidiocese de Belém, a atividade consistiu em diversas ações promovidas pelas paróquias de cada região, animadas por suas comunidades, sob a coordenação de sacerdotes responsáveis pelas mesmas. A Basílica Santuário de Nazaré, localizada no bairro de Nazaré, área central de Belém, também realizou a sua jornada pastoral, tendo seus temas abordados por Bispos convidados a promover uma ocasião de partilha das diversas experiências, favorecidas pela presença da comunidade nas ações desenvolvidas segundo roteiro específico de cada paróquia em meio aos acontecimentos simultâneos do Congresso Eucarístico.

congresso eucarístico

nacional

Jornadas Pastorais nas Regiões Episcopais

w cada Região episcopal agregou os fiéis em uma programação voltado a temas variádos REGIÃO MENINO DEUS - Na Região Menino Deus o tema foi “Crianças e Catequese infantil”. A jornada ocorreu no horário de 8h às 12h, no Centro de Cultura e Formação Cristã (CCFC) em Ananindeua, onde 900 crianças participaram do momento de catequese e apoio da Pastoral da Catequese. Houve também adoração e conferências sobre o tema. REGIÃO SÃO JOÃO BATISTA - A evangelização foi o tema da partilha comunitária. O evento aconteceu no espaço do SESI, localizada na rodovia Mário Covas. A programação começou com acolhida e animação na parte da manhã, com discussões vinculadas ao tema “Eucaristia e Evangelização”. No encerramento, houve adoração ao Santíssimo Sacramento, e celebração da Santa Missa, seguida

de apresentação musical. REGIÃO SÃO VICENTE DE PAULO

- A região abordou a “Caridade” por meio de diversas atividades realizada entre o ginásio Almir Gabriel (Abacatão) em Ananindeua e nas demais paróquias das áreas episcopais movimentando a comunidade das 7h às 18h. Acolhida, animação, procissão eucarística e conferência proferida por Dom Edson Damian, da Diocese de São Gabriel de Cachoeira, de Manaus, foram partes importantes do encontro pastoral. REGIÃO SANTA CRUZ - “O mistério do sofrimento” foi o tema abordado na jornada pastoral da Região Santa Cruz, iniciada pela manhã, às 6h30, com participação das 13 paróquias daquela área na celebração da santa Missa. Houve ainda atividades de evangelização e anúncio como celebração eucarística nos hospitais e visita a pessoas doentes. Na parte da tarde, a região reuniuse no ginásio da Universidade do Estado do para (UEPA), situado na avenida Almirante Barroso, onde a programação iniciou às 15h , com a conferência com Dom Adolfo Zon Pereira, Bispo da Diocese do Alto Solimões. A jornada encerrou-se com Santa Missa, às 17h. REGIÃO SANT´ANA - A “Família” foi o tema da jornada pastoral iniciada com celebração eucarística às 8h na Catedral Metropolitana de Belém. Às 9h30 iniciou-se a catequese na igreja de Santo Alexandre com o tema ”Uma

w em unidade a comunidade cristã participou da celebração

visão pastoral sobre a família à luz do sínodo”. Na Paróquia da Santíssima Trindade aconteceu a reflexão sobre o tema “Família, escola da fé” e na Paróquia de Santa Teresinha, no bairro do Jurunas, o tema escolhido foi ‘Família e evangelização”. A Igreja das Mercês também engajou-se à jornada e às 15h iniciou a adoração. Na Paróquia de Santo Antônio de Lisboa, uma procissão eucarística percorreu a quadra em torno da igreja, encerrandose na praça Batista Campos. REGIÃO SANTA MARIA GORETTI

- A juventude foi o centro da temática daquela região. Tudo começou às 7h com a participação das paróquias da região nas atividades de catequese sobre o universo jovem da missão na Amazônia. Na parte da tarde, a comunidade concluiu suas atividades na Escola Berço de Belém com acolhida e animação por meio das apresentações musicais. Às 19h teve início o momento de adoração ao Santíssimo Sacramento. BASÍLICA SANTUÁRIO - “Maria, mulher eucarística” foi a temática abordada pela comunidade do santuário mariano, localizado no bairro de Nazaré, reunindo as pastorais das igrejas vinculadas àquela igreja, A programação iniciou às 7h com Santa Missa. Logo após a celebração, houve adoração das 9h, momento de catequese e às 15h, o terço da misericórdia. Exposição sobre a Divina Misericórdia abriu às 16h, seguida de adoração eucarística e Santas Missa às 18h.

w a jornada promoveu momentos de evangelização e espiritualiade


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belém, De 19 a 25 de agosto de 2016

E special

congresso eucarístico

nacional

Caderno Dois

Celebração com pastorais e movimentos eclesiais

A

celebração eucarística das 8h da quarta-feira, 17, na Catedral de Belém, dedicada as pastorais e movimentos eclesiais foi presidida pelo Arcebispo de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer e concelebrada pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira e demais bispos participantes. Dom Alberto fez a acolhida, dizendo: “o Laicato, são pessoas que integram grupos de nossa Igreja em favor do irmão”. Estendeu seu a g ra d e c i m e n t o a D o m Odilon, o qual chamou de irmão: “meu querido irmão, Dom Odilo, obrigado pelo carinho com a nossa cidade de Belém e com a Amazônia”. Em sua homilia Dom O d i l o s e re p o r t o u a o s leigos organizados e os não organizados como discípulos de Jesus: “Queremos hoje recordar uma porção da Igreja que são nossos queridos irmãos e irmãos: leigos e leigas, discípulos missionários de Jesus Cristo, mergulhados em Cristo e renovados, Dele recebem constantemente

fotos: joão paraense

w celebração presidida por Dom Odilo Pedro Scherer e concelebrada por Dom Alberto e demais bispos participantes

a forma e o rigor para dar o testemunho da alegria do Evangelho. Todos os que têm dons especiais na igreja, não são grupos especiais: nós somos servidores deste grande povo de Deus. Os

leigos e leigas estão presentes em todo o mundo, no meio da comunidade humana se fazendo sal da terra, fermento e luz”. Diversos representantes de pastorais e movimentos

eclesiais da Arquidiocese de Belém e de outras regiões do país participaram da cerimônia. Associação de Leigos Católicos da Família Salesiana, foi uma dessas representações e a provincial (Pará, Amazonas e Rondônia) Darlene dos Reis destacou a importância do momento: “Nós somos mais um carisma dentro da Igreja, então nossa atuação sempre em união com os demais serviços dentro da Igreja. Como mais um braço para ajudar os religiosos nos ambientes onde não alcançam”. Irmã Veneranda Alencar,

coordenadora nacional da Pastoral da Criança, enfatizou que a Santa Missa fortalece a fé para prosseguir com o trabalho de evangelização, em especial com a criança: “é um momento de ação de graças e de louvar a Deus por toda a missão na Igreja, especialmente a missão das pastorais sociais. Nessa semana do Congresso Eucarístico possamos fazer desse momento celebrativo ocasião de agradecimento a Deus e a toda a Arquidiocese por idealizar essa pauta onde todas as pastorais sociais estão em unidade”.

w representantes de pastorais e movimentos eclesiais participaram da cerimônia

w momento de oração e escuta da Palavra


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belém, De 19 a 25 de agosto de 2016

E special

congresso eucarístico

nacional

Caderno Dois

Diversidade e riqueza da Igreja: rito Maronita fotos: joão paraense

w dom edgar madi bispo maronita no Brasil celebra rito oriental ligado à tradição litúrgica da Antioquia

w tradição celebrção da missa foi em língua síriaca, dialeto aramaico ocidental

w lotada rito na Igreja da Trindade reuniu fiéis, parte integrantes da colônia maronita no Pará

A

Paróquia da Santíssima Trindade ficou repleta de fiéis e congressistas do XVII Congresso Eucarístico Nacional para participarem da missa celebrada em rito maronita. Passando um pouco das 11h foi iniciada a celebração por Dom Edgar Madi, o quarto bispo maronita do Brasil que desde de 10 de dezembro de 2006 assumiu oficialmente os encargos do mais alto posto maronita no país. A Igreja Maronita possui ritual próprio, diferente do rito litúrgico latino adotado pela esmagadora maioria dos católicos ocidentais. A celebração é um rito oriental pertence à tradição litúrgica de Antioquia, prevê a celebração da missa em língua siríaca, um dialeto aramaico ocidental. A missa contou com a presença maciça de fiéis, sendo parte das pessoas presentes, integrantes da colônia maronita residente no Pará, especialmente aqueles que moram em Belém. Santos - Durante a celebração, Dom Edgar ia gradualmente explicando aos fiéis cada momento da missa, especialmente aqueles em que os ritos se diferenciavam da tradicional missa em rito romano. Dom Edgar explicou também que assim como os fiéis acompanham a história de sua igreja, “nós também temos os nossos irmãos que chegam à santidade por meio de sua intensa participação na vida da Igreja, como nas demais igrejas católicas”, exemplificou ele. Os maronitas tiveram vários de seus religiosos canonizados ou beatificados pela Igreja Católica, como São Maron (o fundador da Igreja Maronita), São Charbel, Santa Rafqa Pietra Choboq Ar-Rayès e, mais recentemente, São Nimatullah Kassab Al-Hardini. Dom Edgar falou mais detalhadamente sobre São Charbel. “Quando tiverem em dificuldades, peçam a intercessão de São Charbel. Nós temos muita fé na intercessão dele para alcançar graças”, contou. A celebração seguiu o rito tradicional maronita e a comunidade se esforçou para participar. “Foi bonito de ver”, atestou Quitéria de Lima, 76 anos, que junto com a caravana das paróquias Nossa Senhora de Nazaré e da Conceição, em Marapanim, veio a Belém participar do Congresso Eucarístico. O liturgista Eder Aono veio de São Paulo, da Paróquia Nossa senhora da Piedade, em Sorocaba, para participar do Congresso e esteve na igreja da Trindade. Foi tomado de surpresa e graça quando foi convidado pelo Bispo Edgar para ser o comentarista da missa. “Foi um momento muito especial para mim”, definiu ele ao final da celebração. Os seminaristas Rafael Pereira e Luan Tavares experimentaram a mesma emoção. Foram chamados por Dom Edgar para auxiliá-lo na chegada à Igreja. “Isso nos dá a certeza de seguir o chamado de Deus em nossas vidas”, declarou Luan. Atualmente, existem cerca de 3 milhões de maronitas dispersos em todo o mundo (dos quais 1,4 milhões são ainda habitantes do Líbano, constituindo cerca de 35% da população deste país do Médio Oriente. Desde 1895, a Igreja Maronita possui um Vicariato Patriarcal em Jerusalém. A Igreja Maronita é governada por um Patriarca (o Patriarca Católico Maronita de Antioquia, sendo atualmente o Mar Bechara Boutros Raï), juntamente com o seu Sínodo, mas sempre sob a supervisão do Papa. Eparquia Maronita do Brasil ou Eparquia Maronita Nossa Senhora do Líbano, ou ainda Eparquia Nossa Senhora do Líbano em São Paulo dos Maronitas foi ereta canonicamente por meio da Constituição Apostólica Quod providente, de 29 de novembro de 1971, do Papa Paulo VI.


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