ARQUIDIOCESE
DE BELÉM O JORNAL CATÓLICO DA FAMÍLIA
PE. FLORENCE DUBOIS FUNDADOR
ANO CV - Nº 897 - PREÇO AVULSO: R$1,00
BELÉM, DE 11 A 17 DE OUTUBRO DE 2019
www.fundacaonazare.com.br
SALVE, MARIA, MÃE DA IGREJA!
A Arquidiocese de Belém manifesta votos de um feliz e abençoado Círio! Que a Mãe de Jesus interceda pelos seus filhos a venerá-la na festa jubilar pelos 300 anos de Criação da Diocese de Belém do Pará, e pelo Sínodo dos Bispos. Que a Rainha da Amazônia interceda pela Igreja reunida por uma abençoada renovação da evangelização na Pan-Amazônia!
ÃO AÇ ULG DIV
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OPINIÃO
BELÉM, DE 4 A 10 DE OUTUBRO DE 2019
JOÃO CARLOS PEREIRA
PE. HELIO FRONCZAK
Jornalista e professor (jcparis1959@gmail.com)
heliofronczak@gmail.com
ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU ...
PRIVILÉGIO DE SER CATÓLICO
Todos juntos com Nossa Senhora Círio, outra vez!
S
erão 132 quilômetros, percorridos ao longo de doze romarias. 39 horas de caminhada do povo junto a Nossa Senhora de Nazaré. Feitas as contas, um dia e mais quinze horas do povo a pé, tentando chegar o mais perto possível da imagem peregrina de Nossa Senhora. Não há, no planeta Terra, nenhum evento católico que sequer se aproxime do Círio de Nazaré. Os números que envolvem a grande festa dos paraenses seriam, sozinhos, capazes de colocá-la numa página destacada do Guinness, o livro dos recordes. Mas uma coisa me incomoda, e incomoda profundamente: a comparação que algumas pessoas fazem do nosso Círio,
com outras romarias em homenagem a Nossa Senhora, no Brasil, no sentido de diminuir-lhe a importância. Não estamos participando de uma disputa, de um certame, de um concurso de qual evento reúne mais ou menos gente. Graças a Deus, a ideia do louvor a Maria Santíssima existe a partir do conceito de unidade, do sentido de congregar. Comparar números é bobagem, quando se trata de fé verdadeira. Se no Pará dois milhões de marianos vão às ruas, esse quantitativo é sinal da nossa confiança na Mãe de Deus e não um dado estatístico. Quanto mais gente sair às ruas para falar de Maria, melhor. Juntos, Brasil a fora,
mundo a fora, no instante em que se exaltam as virtudes da Mãe da Igreja, realizamos a evangelização desejada por Jesus. Ao cantar para Maria, ao rezar para Maria, ao amar Maria, estamos construindo um caminho seguro para o coração do Redentor. Exaltar a grandiosidade do Círio não é colocálo no pedestal da glória, mas dizer, em números, o quanto os paraenses amam Nossa Senhora de Nazaré, que é Mãe de Deus, Mãe da Igreja e, pela misericórdia do Pai, nossa Mãe também. Desejo aos leitores da VOZ DE NAZARÉ – a voz de nossa Mãezinha – um Círio pleno de paz e da consciência cristocêntrica deste momento único em nossas vidas e na vida da Santa Igreja.
“R
espira-se Círio”. “Chegou a grande festa do Círio”. “Mais um Círio”. “É um mar de gente pelas ruas de Belém”. “É Círio, outra vez”. Estas e muitas outras simpáticas expressões manifestam a alegria do povo que celebra a Padroeira da Amazônia, Nossa Senhora de Nazaré! E não faltam também expressões outras que manifestam descontentamento da parte de alguns:
“De novo esta confusão nas ruas de Belém!”. “A cidade está parada!”. “Este povo adora uma imagem!” Em tempo de pluralismo religioso é compreensível que assim aconteça; nenhum evento, de qualquer espécie, tem total concordância. Assim, os favoráveis às manifestações precisam ser tolerantes com os contrários; e vice-versa, os
que não apoiam precisam respeitar a fé dos outros. Respeito às diferenças é fundamental na convivência plural. Em todas as manifestações religiosas – como as do Círio de Nossa Senhora de Nazaré – podem acontecer
certos exageros que dão, aos de fora, uma visão distorcida, incompleta, até errônea da realidade que se celebra. Porém, não se pode julgar simplesmente pelos aspectos externos o que é a fé religiosa do povo cristão. Me pergunto, até meio racional que, espero, não seja exagerado: qual a melhor maneira de celebrar o Círio? Qual manifestação de fé neste tempo festivo agrada a Senhora de Nazaré? Encontro respos-
ta numa meditação de Chiara Lubich: “Porque quero revê-la em ti”. Ei-
la:
“Entrei na igreja um dia
e, com o coração cheio de confidência, perguntei a Ele: ‘Por que quiseste ficar na terra, em todos os pontos da Terra, na dulcíssima Eucaristia, e não encontraste um modo, Tu que és Deus, de trazer e deixar também Maria, a Mãe de todos nós que peregrinamos?’ No silêncio,
parecia responder: ‘Não a trouxe porque quero revê-la em ti. Embora não sejais imaculados, o meu amor vos virginizará, e tu, vós, abrireis braços e corações de mães à humanidade, que, como outrora, tem sede de seu Deus e da Mãe Dele. A vós, ora, lenir as dores, as chagas, enxugar as lágrimas. Canta as ladainhas e procura espelharte nelas!”. Feliz Círio!
PE. ANTÔNIO MATTIUZ, CSJ (antoniomattiuz@gmail.com)
CURSILHO DE CRISTANDADE
O
profeta Isaías (Is 6,8-9), com tristeza viu a infidelidade e o sofrimento do povo de Israel. Ficou triste. Enquanto rezava, Deus lhe mostrou que ele também estava triste, falou que precisava salvar aquela gente. Deus disse a Isaías que precisava de ajudantes para falar e agir em seu nome, e perguntou: “A quem enviarei”? Isaías ficou sério e reconheceu ser pecador, frágil, de lábios impuros, e pensou: “Ai de mim”! Mas um anjo voou até
n Diác. Nonato Santos
“A
esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sal 9,19). Tema do III Dia Mundial dos Pobres, cuja mensagem do Santo Padre o Papa Francisco nos oferece a oportunidade de nós, homens e mulheres, jovens e idosos, voluntários comprometidos com a Caritas, para ouvir mais uma vez o renovado chamado do Papa para contribuir para restaurar a esperança aos pobres. A mensagem que o Papa nos dirigiu foi simples, direta e forte: “os
A quem enviarei? Eis-me aqui, Senhor. ele e o purificou com uma brasa ardente. Então Isaías respondeu: “Senhor, aqui estou. Envia-me”. Deus lhe disse: “Vai, e dize ao povo aquilo que eu te sugerir”. Isaías foi e tornou-se profeta e ardente missionário. Também a ti Jesus chamou para ajuda-lo a salvar o mundo. Não só o cursilhista, mas todo o batizado é chamado a ajudar Jesus a salvar o
violência, roubos, mentiras, desonestidade e com todo tipo de maldades. Ninguém está satisfeito com essa realidade; Deus também não, pois ele vê seus filhos na desolação. O mundo precisa ser salvo. Mas a lavoura do Senhor é grande e os trabalhadores são poucos. Deus precisa de trabalhadores para ajuda-lo a evangelizar e anunciar o Reino de Deus, isto é, formar um novo tipo de
sociedade amiga, fraterna, justa e amável. Já ouviu a sua voz convidando você a ajudá-lo nesta missão? Você respondeu como Isaías ou disse não? No Cursilho você ouviu o convite de ser as mãos, os braços, os olhos, a língua e o coração de Jesus. Não se pode ficar de braços cruzados. Você se sente pequeno, frágil e pecador? Mas não tem problema, pois “basta-te a sua graça”.
Terceiro Dia Mundial dos Pobres pobres não são figuras, mas pessoas” às quais devemos ajudar, acompanhar, proteger, defender e salvar. E isso não é possível sem humildade de ouvir. Ele nos lembrou que “para aqueles que querem percorrer o caminho da caridade, humildade e escuta significam ouvir os mais pequenos”, porque é através deles como Deus se revela. Ele nos convidou para nunca olhar para ninguém por cima do ombro! A única vez
Fundado em 5 de julho de 1913 FUNDADOR Pe. Florence Dubois, barnabita
ARQUIDIOCESE DE BELÉM-PARÁ
mundo, ser mensageiro e anunciar um novo tipo de sociedade, o Reino. Após a sua ressurreição, Jesus tornou-se espiritual e invisível. Os homens, feitos de matéria, só vêem e ouvem o material. Por isso, Jesus age e fala através dos seus discípulos para salvar o mundo. Bem mais do que no passado, o mundo de hoje é infeliz. Vive com muito medo, sofre com assassinatos, assaltos,
São Paulo também era pecador, mas disse a Jesus: “Senhor, o que queres que eu faça”? Jesus o enviou à Igreja de Damasco e lhe disse: “Lá te dirão o que deves fazer”. Também a você a Igreja te diz: “Vai anunciar”! Coragem! Cristo conta contigo! Entra num Núcleo, num Grupo de cursilhistas e fazer a tua parte. Sem Núcleos tudo é mais difícil e complicado. Cursilhista! Responde como Isaías: “Senhor, eis-me aqui. Envia-me e eu te ajudarei a salvar o mundo”.
PRESIDENTE Dom Alberto Taveira Corrêa Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará VICE-PRESIDENTE Antônio de Assis Ribeiro Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belém do Pará
que é permitido olhar para uma pessoa por cima, insistiu, é só quando você tem que ajudar essa pessoa a se recuperar. Com efeito, é nosso dever, e nossa responsabilidade, e nossa missão anunciar a Boa Nova, para servilos com humildade, sem arrogância, mas com abnegação, em nome do único mestre, Cristo. A preparação para o Dia Mundial dos Po-
DIRETOR GERAL Padre Roberto Emílio Cavalli Junior DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO Marcos Aurélio de Oliveira DIRETOR DE COMUNICAÇÃO Mário Jorge Alves da Silva DIRETOR DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS Kleber Costa Vieira
bres em nossa arquidiocese, com a presença dos nosso Bispos, iniciou-se com missa de aberturadia 13 de setembro, na Basílica Santuário de Nazaré, presidida por nosso arcebispo Dom Alberto Taveira Correa, tendo em seguida a formação de mesa redonda na casa de Plácido, abordando o tema. Em mensagem, Dom Alberto diz que ao aproximar-se dos pobres, a Igreja des-
cobre que é um povo, espalhado entre muitas nações, que tem a vocação de fazer com que ninguém se sinta estrangeiro nem excluído, porque a todos envolve num caminho comum de salvação. Que nossa Igreja de Belém quer celebrar o III Dia Mundial dos Pobres com respeito profundo pelo Senhor, que está presente especialmente nos mais sofredores e excluídos da sociedade.
COORDENAÇÃO Bernadete Costa (DRT 1326) CONSELHO DE PROGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO Padre Agostinho Filho de Souza Cruz Cônego Cláudio de Souza Barradas Alan Monteiro da Silva EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Sérgio Santos (DRT/PA 579) Assinaturas, distribuição, administração e redação Av. Gov. José Malcher, Ed. Paulo VI, 915 CEP: 66055-260
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FUNDAÇÃO NAZARÉ DE COMUNICAÇÃO
ARQUIDIOCESE
BELÉM, DE 11 A 17 DE OUTUBRO DE 2019
Homilia de DOM ALBERTO no Sínodo para Amazônia
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LUIZ ESTUMANO
NA HORA MÉDIA na sala do Sínodo que acontece no Vaticano
N
a manhã de terça-feira, dia 8, o Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, foi o epíscopo responsável pela homilia da oração da Hora Média, proferida em português na Sala
“A
do Sínodo, na presença do Santo Padre e dos Padres Sinodais. Em sua homilia Dom Alberto reflete sobre os sentimentos e necessidades do mundo atual, sobretudo no que diz respeito à Amazônia e os que nela vivem,
ssim diz o Senhor: Ponde em prática a justiça e o direito, livrai o oprimido das mãos do opressor, nunca prejudiqueis ou exploreis o migrante, o órfão e a viúva nem jamais derrameis sangue inocente no país” (Jr 22,3). Começamos a salmodia de hoje reconhecendo que a plenitude da lei é o amor. No terceiro dia do Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia, somos convidados a proclamar que a Palavra do Senhor é mais doce do que o mel silvestre abundante em nossas terras, e afirmamos a certeza de que da lei de Deus recebemos a inteligência necessária para os trabalhos a serem empreendidos, comprometendo-nos a rejeitar todos os caminhos da mentira (Cf. Sl 118 (119), 103-104). De forma gratuita, vindo o convite da bondade de Deus, cruzamos as portas para entrar nesta casa (Cf. Jr
muitos desses os ditos esquecidos, pobres e sofredores, pessoas que a Igreja deve acolher para responder seus anseios, promoção dos direitos e dignidade. n ARCEBISPO Dom Alberto, de Belém
Leia a homilia na íntegra:
22,2), convocados para o compromisso exclusivo com o Senhor e sua Palavra de Vida e Salvação. Em nós, também o Povo de Deus na Grande Amazônia adentra por estas portas. Trazemos conosco a responsabilidade descrita na Gaudium et Spes: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. Porque a sua comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação em demanda do reino do Pai, e receberam a mensagem da salvação para comunicá-la a todos. Por este motivo, a Igreja sente-se real e inti-
mamente ligada ao gênero humano e à sua história” (GS 1). Não podemos defraudar estas esperanças Para os participantes desta Assembleia Sinodal, cruzar estas portas significa o exercício da autoridade e a dignidade, para responder aos anseios de nosso povo por seus direitos e dignidade, já que, pastores escolhidos pela misericórdia de Deus, somos guardiães do bem e sentinelas da verdade. Vivendo num mundo pluralista e diversificado, chamados a conviver com tantas diferenças e respeitá-las, desejamos tomar posse de valores cujas bandeiras pertencem ao Senhor e nos cabe desfraudá-las com vigor. De fato, o Senhor ama a justiça e odeia a iniquidade (Cf. Sl 45/44,58), e de modo especial quem recebeu a unção para o ministério episcopal há de revestir-se dela. Ressoe em nossos ouvidos e em nos-
sos corações o clamor de oprimidos, migrantes, órfãos e viúvas e o sangue de tantos inocentes derramado durante a nossa história, dos quais os Bispos são chamados a ser defensores, como nos foi pedido no Rito de ordenação. De fato, dissemos “Quero” quando nos foi perguntado se por amor a Deus, queríamos mostrar-nos afáveis e misericordiosos para com os pobres e peregrinos e todos os necessitados e dispostos a procurar as ovelhas errantes e conduzi-las ao rebanho do Senhor (Cf. Rito da ordenação de um Bispo). “Ponde em prática a justiça e o direito, livrai o oprimido das mãos do opressor, nunca prejudiqueis ou exploreis o migrante, o órfão e a viúva nem jamais derrameis sangue inocente no país”. Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano Arquidiocese de Belém do Pará
Missa na Basílica de São Pedro abre o SÍNODO para a Amazônia C o m p re s e n ç a d e grupos indígenas brasileiros, a missa de domingo, dia 6, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, foi especial: o Papa Francisco abriu oficialmente o Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia. A cerimônia começou pontualmente às 10h, no horário de Roma, e contou com a presença da Arquidiocese de Belém nas pessoas do Arcebispo Metropolitano, Dom Alberto Taveira Corrêa, seus bispos auxiliares, Dom Irineu Roman e Dom Antônio de Assis Ribeiro, e o vigário geral para a Pastoral, Monsenhor Raimundo Possidônio Carrera da Mata. “O fogo que destrói, como aquele que devastou a Amazônia, não é o do Evangelho”, afirmou o papa. Em sua homilia, o papa acolheu os bispos sinodais e falou sobre a importância de “caminhar juntos”, citando o apóstolo Paulo. “Somos bispos porque recebemos um dom de Deus. Recebemos um dom para sermos dons. Um dom não se compra, não se troca e não se vende. Recebese e se dá de presente”,
disse, falando sobre a importância de que os religiosos sejam pastores, e não funcionários. “Dom recebido é para servir.” A cerimônia contou com leituras em português e espanhol, idiomas falados nos países com territórios amazônicos. Dos cerca de 250 convocados pelo papa para participar do Sínodo, 58 são brasileiros, a maior delegação. O relator-geral do Sínodo é o cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam). O encontro, que ocorre deste domingo, 6, até o dia 27, deve tratar de temas sociais, ambientais e religiosos dos nove países que têm territórios na Amazônia. Além do Brasil, são Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela e Suriname. Papa Francisco também lembrou daqueles que foram mortos em lutas e missões na região amazônica. “Querido cardeal Hummes”, dirigiu-se ao brasileiro. “Quando chegar a cidades pequenas amazô-
DIVULGAÇÃO
n ABERTURA do Sínodo especial para a Amazônia, no Vaticano
nicas, vá ao cemitério procurar os túmulos dos missionários. Um gesto da Igreja por aqueles que derramaram suas vidas na Amazônia. Não nos esqueçamos deles, merecem ser canonizados.” “Muitos irmãos e irmãs da Amazônia carregam cruzes pesadas e aguardam pela libertação do Evangelho”, pontuou Francisco. Entre os participantes estão religiosos como bispos, padres e freiras, mas também leigos convidados – cientistas e pessoas ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU). A expectativa é grande sobre os debates, principalmente por conta da crise climática contemporânea e de recentes declarações do governo brasileiro sobre problemas ambientais na Amazônia, que repercutiram
mal no exterior. Um dos cientistas que participam do evento é o climatologista brasileiro Carlos Nobre, que integrou a equipe que venceu o Nobel da Paz em 2007 e é um dos mais renomados especialistas do mundo em sua área. Nobre é do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Em conversa com a reportagem, ele avaliou que o Sínodo mostra que a Amazônia “tornou-se um assunto de preocupação mundial”. “Ainda que não tenha sido planejado para tanto, o Sínodo acontece num momento no qual os desmatamentos e queimadas vêm aumentando perigosamente e a discussão vem recebendo grande atenção”, disse ele ao Estado. “O encontro permitirá que se discuta novos modelos de
desenvolvimento para a Amazônia, uma bioeconomia de floresta em pé e com o empoderamento de suas populações.” Em conversa com o Estado, o padre jesuíta norte-americano James Martin, consultor do Vaticano, definiu o Sínodo como “um tempo para a Igreja se reunir e meditar sobre os muitos desafios que enfrenta, não apenas em termos de meio ambiente”. “Mas também como ajudar a Igreja a alcançar pessoas em lugares que muitas vezes não são servidos por padres e paróquias”, comentou ele. “E a maneira como essa região responde a essas perguntas ajudará outras áreas a enfrentar seus próprios problemas através desse importantes modo de discernimento.” “O papa Francisco convocou um Sínodo So-
bre a Amazônia porque essa região merece um Sínodo”, afirmou ele. Segundo o Instrumento de Trabalho, o documento divulgado anteriormente para nortear as discussões do Sínodo, os temas que devem ser debatidos vão desde a situação das comunidades indígenas e ribeirinhas até a exploração internacional dos recursos naturais da região. Os bispos também vão discutir a violência, o narcotráfico e a exploração sexual que vitimiza os povos locais, as práticas de extrativismo ilegal, o desmatamento, a poluição dos rios e as ameaças à biodiversidade, a crise climática global, os danos possivelmente irreversíveis da floresta e o posicionamento de governos quanto a projetos econômicos prejudiciais à natureza.
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IGREJA
BELÉM, DE 11 A 17 DE OUTUBRO DE 2019
CÔN. CLÁUDIO BARRADAS (claudiobarradaspe@gmail.com)
MISCELÂNEA
EDYR Augusto III C
omo prometi na edição retrasada, - semana passada não escrevi esta coluna por estar acamado – começo, nesta, a me adentrar na biografia de Edyr Augusto, cuja peça “Abraço”, da qual sou um dos intérpretes (a outra é a atriz Zê Charone), há pouco saiu de cartaz. Seu nome completo: Edyr Augusto Camarão Proença. Como eu, nasceu em Belém, só que 24 anos depois de mim, ou seja, 1954, data em que eu trabalhava na, ao que me parece há muito extinta, Companhia In-
Filho de Edyr de Paiva Proença, grande nome da radiofonia paraense ternacional de Seguros, lotado no ramo Vida. Está com 61 anos, ao que sei bem vividos. Filho de Edyr de Paiva Proença, grande nome da radiofonia paraense, diretor de esportes e locutor esportivo (aqui pra
nós incomparável transmissor de uma partida de futebol, mesmo à distância), sem estar pessoalmente no estádio, da gloriosa PRC-5, Rádio Clube do Pará, onde tive a honra e a alegria de atuar no setor de radionovela, quer como ator, quer como diretor. Sua mãe, Celeste Magno Camarão, era autora de belos poemas e responsável direta pela Páscoa anual de nossos universitários. Conseguia superlotar a Catedral, nesse dia. Ambos já falecidos. Edyr é neto de outro grande nome do rádio paraense, o saudoso Dr. Edgar Proença, criador, com o Dr. Roberto Camelier e com o Sr. Eriberto Pio dos Santos, da primeira emissora de rádio paraense, a já citada PRC-5, cujo slogan “A voz que fala e canta para a planície”. Estudou em dois renomados colégios aqui de Belém: o “Suísso Brasileiro”, não mais existente, ao lado da Basílica de Nazaré, e o glorioso colégio Nazaré, dos Irmãos Maristas, fundados por São Marcelino Champagnat, presbítero francês. Nele também estudei por dois anos, só que na escola gratuita
São José. Na época em que a cursei, cada turma do colégio era regida por um só irmão, que ensinava, sozinho, e muitíssimo bem, todas as matérias. Vá ser bom assim o leitor sabe onde. Cada uma das matérias tinha dois livros, todos da própria Editora Marista, a abalizada FTD, um para teoria e outro só para exercícios. Grandes mestres, os Maristas. Como ensinavam bem! Ter sido seu aluno era um grande trunfo, pois com eles se estudava pra valer. Voltando ao Edyr: ele é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará. Casado, no civil e no católico, com Léa Maria Frazão, com quem teve dois filhos, Felipe Augusto e Arthur Augusto, casamento que não deu certo. Tem duas irmãs: Celina Cláudia Camarão Proença e Ana Carolina Camarão Proença, e dois irmãos: Edgar Augusto Camarão Proença, radialista e colunista do Diário do Pará, e João Augusto Camarão Proença, mais conhecido como Janjo, proprietário do famoso Roxy Bar, onde, à noite, em qualquer dia da semana, difícil encontrar lugar, pois sempre lota-
DIVULGAÇÃO
n EDYR AUGUSTO PROENÇA, autor de "Abraço"
do, comida (ôlalá!) da melhor qualidade. Há uns vinte e cinco anos, Edyr convive maritalmente com Zeneide Charone, artisticamente Zê Charone, com quem mantém, atualmente, em sua residência na rua Dr. Malcher, 287, o Espaço Cuíra, local das apresentações de “Abraço”, como já disse acima. Além de “Abraço”, Edyr é autor de outras 20 peças: “Foi boto, sinhá”, “Angelim: o outro lado da Cabanagem”, “A menina do Rio Guamá”, “Nunca houve uma mulher como Gilda”, “Convite de casamento”, “Hamlet: um extrato de nós”, “Toda a
PADRE ROMEU FERREIRA Formado em Exegese pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (romeufsilva@gmail.comg)
minha vida por ti”, “A Cidade do Circo”, infantil, “Laquê”, primeira peça montada no primitivo espaço Cuíra, “PRC-5, a voz que fala e canta para a planície”, “Quando a sorte te solta um cisne na noite”, “As gêmeas sedentas de sexo”, “As gatosas”, “Sem dizer adeus”, “Barata, pega na chinela e mata”, “Esse corpo que me veste”, “Auto do coração” e “As Marias”. Na próxima edição, mais Edyr. Um feliz e abençoado Círio a todos meus prováveis leitores. VIVA A VIRGEM DE NAZARÉ, minha madrinha! Shalom!
Além de "abraço" é autor de outras 20 peças
Edyr é neto de outro grande nome do rádio paraense, o saudoso Dr. Edgar Proença
LITURGIA
HOMILIA DOMINICAL A) Lc 17,11-19. 11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. 12Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam à distância 13 e gritaram: “Jesus, mestre, tem compaixão de nós!” 14 Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15 Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16 atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano. 17 Então, Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18 Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19 E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.
B) COMENTÁRIO
“Dez leprosos vieram ao encontro de Jesus”. O número já é significativo: dez leprosos, como são dez os mandamentos da Lei de Deus (Ex 20). O decálogo - dez mandamentos - é a Lei magna de orientação ao povo de Deus para que, obedecendo, tenha a segurança Dele, o Seu amparo. O grupo de dez leprosos pode representar toda a classe de enfermos: os necessitados da ajuda de Jesus, que os atende indistintamente, sejam judeus, ou de que raça forem. Ora, os samaritanos eram um povo judeu que morava na Samaria e foi dominado pelos assírios no 8º século antes de Cristo, e que sofreu influências estrangeiras em seus costumes, de modo que eram desprezados pelos considerados judeus “puros”, fiéis aos ditames do Eterno. A lepra era a doença mais infame até então,
pois, além do padecimento físico, havia o social, pela segregação. Todo leproso deveria guarda distância das demais pessoas; a tristeza do isolamento e discriminação, pelo risco de contaminação (Lv 13,45s). Talvez seja por tal razão que os leprosos “pararam à distância” e só projetaram a voz em gritos de apelo: “Jesus, mestre, tem compaixão de nós!” (v 13). Os leprosos são de diferentes classes (judeus, samaritanos), mas vivem o mesmo drama; unidos na dor e desventura. Jesus é misericordioso com todos; unidos na misericórdia procedente do mestre, que indaga: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão?” (v 17). Ele pergunta pela maioria: onde está? Onde estão eles? Onde estamos nós? Estamos entre os 10 ou 90% dos humanos? Cabe o exame pes-
soal, a ser feito. Jesus atende ao pedido e cumpre as determinações legais mandando que se apresentem aos sacerdotes (Lv 14). Portanto o mestre nos ensina a ajudar a quem precisa, e a respeitar e valorizar a ordem constituída: “ir aos sacerdotes”. No entanto, a cura é imediata (v 15) e um deles, marginalizado pela raça e pela doença, se mostra agradecido pelo benefício recebido: um dentre dez. Só um 10% da humanidade pode ser considerada agradecida a Deus. Então, indaga Jesus: “Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” A obra de Jesus é ação de Deus; agradecer a Jesus é agradecer a Deus, é dar gloria a Deus. E quem faz isso? Muitas das vezes ocorre que aqueles tidos como próximos a Deus estão distantes; e os distantes se tornam próximos.
n 11/10, SEXTA-FEIRA Cor (branco) Primeira Leitura (Jl 1,13-15; 2,1-2) Responsório (Sl 9) Evangelho (Lc 11,15-26) n 12/10, SÁBADO Cor (branco) Primeira Leitura (Est 5,1b-2; 7,2b-3) Responsório (Sl 44) Segunda Leitura (Ap 12,1.5.13a.15-16a) Evangelho (Jo 2,1-11) n 13/10, DOMINGO Cor (verde) Primeira Leitura (2Rs 5,14-17) Responsório (Sl 97) Segunda Leitura (2Tm 2,813)
Evangelho (Lc 17,11-19) n 14/10, SEGUNDA Cor (verde) Primeira Leitura (Rm 1,1-7) Responsório (Sl 97) Evangelho (Lc 11,29-32) n 15/10, TERÇA-FEIRA Cor (branco) Primeira Leitura (Rm 1,16-25) Responsório (Sl 18) Evangelho (Lc 11,37-41) n 16/10, QUARTA-FEIRA Cor (verde) Primeira Leitura (Rm 2,1-11) Responsório (Sl 61) Evangelho (Lc 11,42-46) n 17/10, QUINTA-FEIRA Cor (vermelho) Primeira Leitura (Rm 3,21-30) Responsório (Sl 129) Evangelho (Lc 11,47-54)
IGREJA
BELÉM, DE 11 A 17 DE OUTUBRO DE 2019
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NAZARÉ REPÓRTER DIVULGAÇÃO
P M
eço a vocês que acompanhem com a oração este importante evento eclesial, a fim de que seja vivido na comunhão fraterna e na docilidade ao Espírito Santo, que sempre mostra os caminhos para o testemunho do Evangelho. (7 de outubro) uitos irmãos e irmãs na Amazónia carregam cruzes pesadas e aguardam pela consolação libertadora do Evangelho, pela carícia de amor da Igreja. Por eles, com eles, caminhemos juntos. (6 de outubro)
RÁDIO NAZARÉ FM 91 .3 MHZ
n ESPECIAL CÍRIO Na Rádio Nazaré FM, emissora oficial da Arquidiocese de Belém! Você ficará por dentro de toda programação da primeira semana da quadra Nazarena; horas e locais de missas e procissões; e toda a programação do Círio Musical. Sintonize 91,3 MHz e participe conosco pelo 4006-9211 ou 9.8814-0275 (WhatsApp)
TV NAZARÉ CANAL 30.1
n CÍRIO DAS CRIANÇAS NA TV NAZARÉ Passadas as emoções do Círio, acompanhe pela TV Nazaré o momento da festa de Nossa Senhora dedicado às crianças, procissão que reúne a criançada e suas família para homenagear Maria. Domingo, dia 20 de outubro, a parrtir das 8h. Sintonize o canal 30 - ou a sintonia da sua cidade.
PORTAL NAZARÉ WWW. FUNDACAONAZARE. COM.BR
n CÍRIO MUSICAL NO PORTAL Após as celebrações terá a programação do Círio Musical, que inicia domingo, 13 de outubro e segue até dia 26 de outubro e você também pode acompanhar pelo nosso portal e nossas redes sociais, ao vivo, direto da Praça Santuário. Acesse nosso site www.fundacaonazare.com.br
n DEVOÇÃO
Maria Lucas testou seus dons com base na fé. Pediu uma graça e alcançou com a intercessaõ de Nossa Senhora. A gratidão virou um manto que ela dou à Fundação Nazaré, como fã do jornal Voz de Nazaré. Os diretores Mario Jorge e Marcos Aurélio receberam o presente da devota no mês passado.
Ministério Público oferece ação social à população O Ministério Público do Estado do Pará, pela Promotoria de Justiça de Registros Públicos, promove palestra “O Registro de Nascimento e os Direitos de Cidadania”, com informações sobre a importância do Registro Civil na quarta-feira, dia 23, na Praça da Bandeira, à rua João Diogo, na Campina, às 8h. Na ocasião do evento são oferecidos: solicitação da 2ª via da certidão de nascimento e óbito e, ainda esclarecimentos de dúvidas nas áreas de Investigação de paternidade e noções sobre
guarda de menor. As ações visam atender a população carente que reside na região metropolitana de Belém, e teve seus documentos perdidos em sinistros e não possui recursos financeiros para pagar os mesmos. A Promotoria de Justiça de Registros Públicos Resíduos e Casamento atua nos processos e procedimentos judiciais e extrajudiciais relativos a registros públicos, resíduos e casamento, e em que seja obrigatória a manifestação do Ministério Público. FOTOS: LUIZ ESTUMANO
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ARCEBISPO
BELÉM, DE 11 A 17 DE OUTUBRO DE 2019
DOM ALBERTO TAVEIRA CORRÊA Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
CONVERSA COM MEU POVO
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o início do século VIII, encontramos uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, cuja origem é cercada de lendas, em Portugal, no monte de São Bartolomeu. Neste lugar a imagem ficou escondida por cerca de quatro séculos, quando na manhã de 14 de setembro de 1182, Dom Fuas Roupinho, Alcaidemor do Castelo de Porto de Moz e amigo do rei Dom Afonso Henrique, caçando um cervo que fugia em disparada, deparou-se a um abismo. Em meio ao grande perigo que estava, clamou a intercessão da Virgem de Nazaré: “Valei-me Nossa Senhora de Nazaré!”. Após a exclamação, o cavalo volteou sobre os cascos traseiros evitando a queda mortal. Após o milagre obtido pela intercessão da santíssima
Após o achado da imagem, a devoção popular imediatamente começou Virgem, Dom Fuas mandou construir uma capela naquele mesmo lugar em honra daquela por cuja intercessão sua vida tinha sido poupada. A Capela tornou-se centro de peregrinação inclusive de reis e navegadores. Mudemos agora de tempo e lugar, estamos por volta de 1700 e o protagonista não é mais um nobre fidalgo português, mas um caboclo amazônico chamado Plácido José dos Santos. Este, em meio a suas caminhadas pela mata, que eram certamente costumeiras, já que segundo a tradição Plácido era caçador, achou entre as pedras do igarapé Murutucu uma pequena imagem, que tratou de levar para casa. No dia seguinte para a sua surpresa a Imagem não estava onde ele havia deixado, ele então cor-
O Círio de NAZARÉ como agente de evangelização
LUIZ ESTUMANO
n A BERLINDA é o carro mais importante, e sua função é proteger a imagem
reu ao local onde a havia achado e lá estava ela, após inúmeras tentativas fracassadas de mantêla em sua casa decidiu construir uma pequena Capela naquele local. Temos aí a primeira Igreja de Nazaré. Após o achado da imagem, a devoção popular imediatamente começou, pois lá era caminho de muitos viajantes, já que o lugar era próximo da “Estrada do Utinga”, fato que ajudou a propagar a devoção que ali se iniciava. Pouco mais de vinte anos depois, o Bispo da época Dom Bartolomeu de Pilar esteve na capela atraído pela grande devoção que ali se consolidava, na ocasião, Plácido sugeriu ao bispo a construção de uma nova igreja, cuja sugestão foi prontamente aceita, sendo erguida entre 1730 e 1744. No ano de 1793, o governador Sousa Coutinho teve a ideia de organizar uma grande feira com produtos agrícolas e extrativistas para serem comercializados no período em que se costumava celebrar a festa (mês de agosto). Porém, em junho de 1793 este fica doente, condenado a não com-
parecer a festa, fez a promessa que se caso melhorasse, iria buscar a imagem, levá-la para a capela de seu palácio e depois voltaria com ela para a sítio de Nazaré. Graça alcançada, promessa cumprida. Temos então em 8 de setembro de 1793 o primeiro Círio de Nazaré. A atual Igreja, que se seguiu a outras construídas no mesmo local daquela que o Caboclo Plácido edificou, foi construída no século XX. Em seu interior, enriquecido por belos mosaicos e vitrais, temos contada a história da Virgem Maria e da sua invocação sob o nome de Nazaré. O termo “Círio” tem origem na palavra latina “cereus” (de cera), que significa vela grande de cera, objeto comumente usado para se pagar promessas. Em três de julho de 1793, o governador determina que no final de setembro de cada ano se organizasse festejos em honra a Nossa Senhora de Nazaré no largo de sua ermida, devendo a imagem na véspera ser levada à capela do palácio dos governadores, atual Palácio Lauro Sodré, a fim de ser transferida
no dia seguinte novamente para sua ermida. Surge aí a primeira procissão do Círio de Nossa Senhora. Após a imagem da Virgem Santíssima, é certamente a corda um nos maiores objetos de devoção dos fiéis. Sua origem remonta o ano de 1885, quando na hora da procissão, a baía do Guajará tinha transbordado, para que a berlinda (que era puxada por bois) pudesse avançar, tiveram a ideia de lhe passar uma grande corda em volta, pedindo aos fiéis que a puxassem, dessa forma a berlinda pôde vencer o atoleiro e assim constituiu-se a tradição de atrelar uma corda a berlinda. A Berlinda é o carro mais importante, e sua função é proteger a imagem e proporcionar sua melhor visualização. Além da Berlinda, temos a presença de outros carros que foram surgindo em tempos distintos, e retratam vários episódios ligados a devoção a Virgem de Nazaré, como o milagre de Dom Fuas. Há ainda os carros que retratam aspectos da fé católica, como o da Santíssima Trindade e os Anjos, além da barca dos milagres, que recolhe os objetos em
cera levados pelos devotos no cumprimento de suas promessas. Plácido José de Souza foi conduzido pelo Espírito Santo, que o conduziu pelas mãos para nos presentear com a devoção a Nossa Senhora de Nazaré. Desejamos continuamente recuperar a mesma devoção com que Plácido aprendeu a fazer o jogo de amor, passando do Igarapé das matas da estrada do Utinga à sua tosca residência e vice-versa, até que fosse reconhecido que “o coração humilde daquele homem era o mais apropriado abrigo para a Rainha dos Céus” (Dom João Evangelista Pereira, Bispo do Pará). Os recursos para o maravilhoso templo, nossa Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, vieram com o amadurecimento dos tempos, mas nossa Mãe e Rainha continua passeando, passando pelas vias da fé, abertas nos sulcos escancarados do coração de nosso povo. A devoção mariana acompanhou passo a passo a peregrinação da fé vivida pela Igreja. De fato, aquela que chamamos Estrela da Evangelização, é a referência maior na escu-
ta amorosa de Deus e no assentimento a seu plano de salvação. Com Maria, a Igreja continua a subir pelas montanhas de Judá ou caminhar pelos muitos caminhos do mundo para amar e servir aos mais pobres. A Belém do nascimento de Jesus se repete não só na Belém do Pará, mas onde quer que a Igreja esteja presente, com pessoas semelhantes a Maria e José. Diante do mistério do sofrimento, ali está Maria, firme diante de Simeão ou de pé ao lado da Cruz de seu Filho. Em Caná ou no Cenáculo, discípula e modelo da oração, ali está Maria, conduzindo-nos sempre de novo à casa de Nazaré, símbolo da intimidade profunda na qual o tu a tu com Deus há de repetir, pois as respostas a Deus são exigências do mistério com o qual fomos criados, sedentos dele e de sua Palavra. Cont. pág. 7
Intercessão da Virgem de Nazaré
O termo “Círio” tem origem na palavra latina “cereus” (de cera), que significa vela grande de cera
ARCEBISPO São muitos os “Plácidos” de lá para cá. Quero contemplá-los nos olhares gritantes que encontro nos ambientes mais complexos da sociedade. Plácido para mim são os detentos que vejo nos presídios da Grande Belém. Plácidos são as pessoas cujos passos trôpegos nas aventuras da vida querem acertar, mas carregam, como enfermidades desafiadoras, seus limites tantas vezes inexplicáveis, que têm o nome de vícios! Plácidos são os justos ou pecadores na multicolorida sociedade paraense. Plácidas são as crianças e os jovens, iniciados no verdadeiro mistério que é ser devoto da Virgem de Nazaré, já que ninguém resiste ao Círio! Plácido é aquela pessoa que participa do Círio, ainda confusa, atraída misteriosamente pelo turbilhão do povo que crê, mas lá dentro tem mil perguntas sem respostas. E ela não consegue ficar em
Peregrinos do Círio somos todos nós, chamados a viver a experiência de um mistério casa, porque não dá para ser paraense sem Círio! São igarapés que parecem mais um fio d’água teimoso que conduz ao Mar que é Deus! Plácidos de hoje são os cerca de vinte e cinco mil voluntários, que ajudam a carregar a Santa e seu cortejo, para que nenhum pedacinho de rua ou de coração fique sem Círio! Plácidas são as varandas e sacadas, arquibancadas e praças, com o burburinho das grandes festas, e a nossa é a maior! Como o povo hebreu no deserto, muitas vezes somos barulhentos, quem sabe desorganizados, mas nossa oração é feita de passos e cansaço, sangue nas mãos e nos pés, cordas misteriosas que nos valem o contato com o Sagrado. O Cardeal Martini, na mais lida e comentada de suas cartas pastorais (“Il lembo del mantello” - Carta Pastoral 19911992), referindo-se ao manto de Jesus, indica três realidades que chamam atenção: a multidão que acorre em massa, o mistério de cada pessoa e a experiência de Deus, a que somos todos chamados. Há uma multidão anônima que se espreme em torno de Jesus. Muitos o tocam, mas não acontece nada; ninguém se distingue com um de-
BELÉM, DE 11 A 17 DE OUTUBRO DE 2019 FOTOS: LUIZ ESTUMANO
n NOSSAS procissões, nossos gestos, o canto, as promessas e a corda do Círio
sejo próprio. No meio da massa, uma mulher vem à tona. Ela tem um projeto bem definido e uma grande fé. Jesus lhe dirá depois “Filha, a tua fé te salvou”. Tem tamanha confiança em Jesus que pensa que apenas o contato com a barra de seu manto bastará para curá-la. Entra em contato autêntico com Jesus, de tal forma que ele mesmo percebe e proclama publicamente. Do meio da massa uma pessoa se manifesta! Noutras ocasiões Jesus fala, ordena, toca nas pessoas. Aqui é suficiente a barra de um manto, quem sabe, cheio da poeira das estradas, para estabelecer um contato pessoal da mulher com Jesus! Se o plano de salvação do Pai abraça tudo o que existe e a missão do Filho e do Espírito abrange toda a criação, todos os meios para comunicar a boa nova podem ser adotados por Deus para tocar o coração humano. Muitos foram tocados até pela sombra de Pedro nos Atos dos Apóstolos (Cf. At 5, 12-16). No correr da história da Igreja, a liberalidade do amor de Deus se serviu de inúmeras pessoas para sinalizar que o Senhor Jesus permanece conosco até
o fim dos tempos. Também nossas procissões, nossos gestos, o canto, as promessas e a corda do Círio podem ser como a veste a ser tocada para estabelecer o contato com as realidades sagradas, ainda mais quando somos conduzidos pelas mãos maternas da Virgem de Nazaré, que aceitou ser escrava do Senhor para que o Verbo de Deus se fizesse carne. E todas as gerações a proclamam bem-aventurada, como fazemos aqui. Todas as coisas boas que fazemos nos dias do Círio, com nossa vibração e nossas emoções, podem ser espaços que o Verbo de Deus não desdenha. São orlas de seu manto, através das quais pode oferecer a graça da salvação. Mas a barra da roupa de Jesus é apenas um pedaço de seu manto. O manto nos leva a quem o veste e é mais importante do que a roupa! É necessário que do meio da multidão cada pessoa saiba que tem nome e história, que é amada e levada a sério por Deus e diga seu sim a Ele, a modo de Maria em Nazaré. O Círio é mutirão de evangelização e experiência de conversão para quem dele participa. Quem apenas “assiste”,
joga fora a grande oportunidade, um presente de Deus. Círio se vive como acontecimento de fé, muito maior do que o alcance cultural do evento. A corda que se estende por nossas ruas, atrelada à berlinda que conduz a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré é um dos sinais do desejo profundo existente em nossos corações de um contato com o que é sagrado. E Deus sabe o quanto este sinal tem sido importante para tantos de nós. Entretanto, mais importante do que um pedaço de corda, levado para casa como lembrança, será atrelar a própria vida ao Senhor e à sua Igreja. É a experiência magnífica descrita pelo profeta Oséias: “Sim, fui eu quem ensinou Efraim a andar, segurando-o pela mão. Só que eles não percebiam que era eu quem deles cuidava. Eu os lacei com laços de amizade, eu os amarrei com cordas de amor; fazia com eles como quem toma uma criança ao colo e a traz até junto ao rosto. Para dar-lhes de comer eu me abaixava até eles” (Os 11, 3-4). Em nome da humanidade, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré traz nos braços o troféu
da vitória, Jesus Menino! Ternura nos braços e no olhar, para fazer-nos de novo como crianças acolhidas no regaço. Mãe e Filho! Em Jesus Cristo está nossa vida e nossa esperança de Ressurreição. Sem Ele nada po-
O olhar do peregrino para a imagem da Virgem de Nazaré simboliza a ternura demos fazer. A Mãe que o Pai preparou para seu Filho amado continuará proclamando no Círio e em todos os dias de nossa vida: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5). É o jeito de Maria nos dizer “Feliz Círio”, como dizemos durante o Círio de Nazaré! A decisão de caminhar em direção ao santuário já é uma confissão de fé, o caminhar é um verdadeiro canto de esperança e a chegada é um encontro de amor. O olhar do peregrino para a imagem da Virgem de Nazaré simboliza a ternura e a proximida-
n O CÍRIO é mutirão de evangelização e experiência de conversão
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de de Deus e da Mãe de Deus. O amor se detém, contempla o silêncio, desfruta dele em silêncio. Também se comove, derramando todo o peso de sua dor e de seus sonhos. A súplica sincera, que flui confiadamente, é a melhor expressão de um coração que renunciou à autossuficiência, reconhecendo que, sozinho, nada é possível. Um breve instante de pedido sintetiza uma viva experiência espiritual. Peregrinos do Círio somos todos nós, chamados a viver a experiência de um mistério que nos supera, uma realidade que envolve a vida de Igreja e supera nossa família, nosso bairro e nosso trabalho. A piedade popular penetra delicadamente a existência pessoal de cada fiel e ainda que se viva em uma multidão, envolve toda a nossa vida. Nos diferentes momentos da luta cotidiana, muitos de nós recorremos a algum sinal do amor de Deus: um crucifixo, uma medalha, um rosário, uma vela que se acende para acompanhar um filho em sua enfermidade, um Pai Nosso recitado entre lágrimas, uma Ave-Maria, uma promessa, uma corda que nos faz próximos uns dos outros para nos aproximar de Deus, um olhar carinhoso para a imagem querida de Maria, um sorriso dirigido ao Céu em meio a uma simples alegria. Nossa piedade popular mariana é uma maneira legítima de viver a fé, um modo de se sentir parte da Igreja e uma forma de ser missionários, onde se recolhem as mais profundas vibrações de nosso coração, de nossa cultura e mais ainda de nossa fé. No ambiente de secularização em que vivem nossos povos, o Círio continua sendo uma poderosa confissão do Deus vivo que age na história e um canal de transmissão da fé. O “caminhar juntos” para o santuário e a participação em outras manifestações da piedade popular, levando também os filhos ou convidando a outras pessoas, é em si mesmo um gesto evangelizador pelo qual o povo cristão evangeliza a si mesmo e cumpre a vocação missionária da Igreja. (Cf. Documento de Aparecida 259-264)
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IGREJA
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IRMÃ DULCE: santa brasileira será canonizada
FOTOS: DIVULGAÇÃO
ALÉM DA BAIANA, outros 30 mártires católicos estão na lista
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freira baiana Irmã Dulce se tornará a primeira santa nascida no Brasil após ser canonizada no domingo, 13 de outubro, no Vaticano. Batizada como Maria Rita Lopes Pontes, ela foi uma das religiosas mais populares do Brasil e ficou conhecida pelo trabalho filantrópico e legado que deixou nas Obras Sociais que levam seu nome. Irmã Dulce nasceu em 26 de maio de 1914, em Salvador e morreu, aos 77 anos, em 13 de maio de 1992, também na capital baiana. A canonização dela será a terceira mais rápida da história, 27 anos após o falecimento dela, atrás apenas da santificação de Madre Teresa de Calcutá (19 anos após o falecimento da religiosa) e do Papa João Paulo II (9 anos após sua morte). A beata será a primeira santa nascida no Brasil por ser conhecida popularmente e com milagres comprovados. O Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil,
Dom Murilo Krieger explica que em 2017, 30 mártires católicos do Rio Grande do Norte, entre eles mulheres foram canonizados. Entretanto, as mulheres que foram canonizadas não têm os nomes identificados, bem como alguns dos homens. “Na primeira metade do século XVII, houve dois casos de martírio coletivo, ocorridos no interior do Rio Grande do Norte. No total, mais de 80 fiéis foram martirizados, por causa de sua fé, entre eles 200 soldados holandeses e índios potiguares. Desses mártires, 30 foram identificados e entre eles havia cinco mulheres”, explica o Arcebispo. Com relação aos mártires cristãos que se tornaram santos em 1645, eles estavam entre mais de 80 fiéis da Igreja Católica que foram mortos durante as invasões holandesas no Brasil. O primeiro massacre aconteceu na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú,
em Canguaretama e o segundo em Uruaçu, comunidade do município de São Gonçalo do Amarante, ambas cidades no Rio Grande do Norte. Do total de mortos, 30 foram martirizados. Em reconhecimento ao feito dos mártires, em 16 de junho de 1989, o processo de beatificação foi concedido pela Santa Sé. Em 21 de dezembro de 1998, o papa João Paulo II assinou o decreto reconhecendo o martírio de 30 brasileiros, sendo dois sacerdotes e 28 leigos. A beatificação aconteceu em 2000, no Vaticano, e a cerimônia religiosa foi presidida pelo papa João Paulo II. No dia 15 de outubro de 2017, também no Vaticano, o grupo conhecido como “Mártires de Cunhaú e Uruaçu” foi declarado santo pelo Papa Francisco. Como as mulheres do grupo de mártires não foram identificadas e não têm histórias conhecidas, tampouco milagres realizados, Ir-
n IRMÃ DULCE santa brasileira ganha os altares da Igreja
mã Dulce dos Pobres é considerada pela Igreja Católica a primeira santa brasileira da atualidade, conforme defende Dom Murilo. “Inclusive, este ano, em 13 de agosto, a festa em honra à BemAventurada, teve como tema ‘Irmã Dulce, uma santa do nosso tempo”, acrescenta.
O primeiro santo nascido no Brasil a ser canonizado foi Frei Galvão. A cerimônia ocorreu em 11 de maio de 2007, no Vaticano, e realizada pelo então Papa Bento XVI. Conhecido pelas pílulas milagrosas que, segundo a fé católica, têm poder de cura, Frei Galvão nasceu em 1739, em Gua-
ratinguetá, no interior de São Paulo. Madre Paulina, que morava em Santa Catarina, também foi canonizada e ficou conhecida como a primeira santa do Brasil. Ela, no entanto, nasceu na Itália e só veio morar no país com a família aos 10 anos de idade.
DULCE DOS POBRES Irmã Dulce teve o primeiro milagre reconhecido em 2010. No ano seguinte, em 2011, ela foi beatificada em Salvador. A cerimônia contou com a participação Dom Lorenzo Baldisseri, que era representante do Papa no Brasil, e a missa de abertura foi presidida pelo cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo
- na época, ex-arcebispo de Salvador (19992011) - que representou o papa Bento XVI. Para se tornar santa, Irmã Dulce precisava ter o segundo milagre reconhecido pelo Vaticano. Esse reconhecimento ocorreu no dia 13 de maio deste ano e foi anunciado no dia seguinte, 14 de maio. Foi o maestro baiano
José Maurício Moreira, de 50 anos, o agraciado pelo milagre de Irmã Dulce, o segundo reconhecido pelo Vaticano. Maurício teve glaucoma e começou a perder a visão em 1999. Em 2000 ele já estava cego, mas em 2014 voltou a enxergar e atribui o milagre a uma oração que fez a Irmã Dulce.
VATICANO
Sínodo: toda a Igreja mostra sua solicitude pela AMAZÔNIA Com informações Vatican News. Na coletiva de apresentação do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, em 3 de outubro, em seu pronunciamento o secretáriogeral, Cardeal Baldisseri, explicou a composição da Assembleia, que, por ser “Especial” – isto é, diz respeito a uma área geográfica específica –, vai reunir todos os bispos da região panamazônica, que compreende nove países. Os padres sinodais, portanto, são 184. Entre estes, há também prelados de outras regiões, chefes de dicastérios, representantes de congregações religiosas e membros de nomeação pontifícia. Do Brasil, são 57. “É toda a Igreja que mostra a sua solicitude pela Amazônia: pelas dificuldades, os problemas, as preocupações e os desafios que encontra”. Entre os participantes, dos quais 35 mulheres, há também representantes de outras comunidades cristãs, de povos originários e especialistas. Curiosidade: para limi-
tar o uso de plástico utilizado no Sínodo, copos e outros materiais serão biodegradáveis. O secretário-geral destacou ainda o foco deste Sínodo, contido já no tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. Os padres sinodais, portanto, se concentrarão em dois aspectos: a missão evangelizadora da Igreja na Amazônia, tendo no centro o anúncio da salvação em Jesus Cristo, e a temática ecológica. Este segundo aspecto foi mais elaborado pelo relator-geral, Cardeal Cláudio Hummes: “O contexto amplo do sínodo é a grave e urgente crise socioambiental de que fala a Laudato si’: a) A crise climática, ou seja, o aquecimento global pelo efeito estufa; b) a crise ecológica em consequência da degradação, contaminação, depredação e devastação do planeta, em especial na Amazônia; c) e a crescente crise social de uma pobreza e miséria gritante que atinge
n PAPA FRANCISCO na saudação inicial aos participantes do Sínodo
grande parte dos seres humanos e, na Amazônia, especialmente os indígenas, os ribeirinhos, os pequenos agricultores e os que vivem nas periferias das cidades amazônicas e outros”. No fundo, prosseguiu o cardeal brasileiro, trata-se de cuidar e defender a vida, tanto de todos os seres humanos, quan-
to da biodiversidade. Jesus disse: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo, 10,10). SOBERANIA
Respondendo às perguntas dos jornalistas, o cardeal brasileiro ressaltou a “presença heroica” da Igreja no território amazônico há quatro séculos. “Não se pode
falar da Amazônia sem falar da história da Igreja na região”, disse Dom Cláudio, reivindicando a bagagem eclesial acumulada no decorrer dos séculos. “A Igreja não é competente em determinações técnicas, mas apresentará princípios para orientar os que buscam essas soluções”. Outro ponto questionado foi quanto ao Ins-
trumento de trabalho. O Cardeal Hummes recordou que “não é do Sínodo, mas para o Sínodo. É a voz do povo local”. Em sintonia, o Cardeal Baldisseri destacou que não se trata de um “documento pontifício”, mas de uma coleta das expressões do povo da Amazônia. “É o ponto de partida para começar a trabalhar.”
CÍRIO 2019
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Peregrinos são ACOLHIDOS na Casa de Plácido
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LUIZ ESTUMANO
MAIS DE mil pessoas atuam como voluntárias
O
s passos firmes seguem rumo à Belém, precisamente a Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, em agradecimento à Virgem de Nazaré, padroeira da Amazônia. Os peregrinos, após percorrerem dezenas de quilômetros a pé, já começaram a ser acolhidos na Casa de Plácido, que fica a poucos metros da Basílica, desde quartafeira, 9. O acolhimento dos peregrinos na Casa de Plácido, localizada no Centro Social de Nazaré, ao lado da Basílica Santuário, bairro Nazaré, segue durante a Quadra Nazarena, parado ape-
nas no sábado, dia 12, às 14h e retomando as atividades nesta terça-feira, dia 15, pela manhã. Aproximadamente 1100 pessoas atuam como voluntárias na Casa de Plácido durante a quadra Nazarena. Os voluntários se dividem em 10 equipes, entre elas lava-pés, limpeza, cozinha, e liturgia. Durante os atendimentos, o ministério de música anima o local, o que torna o ambiente mais acolhedor. Segundo Socorro Almeida, coordenadora da Pastoral da Acolhida, responsável pela Casa de Plácido, ano passado cerca de 79 mil atendi-
mento foram feitos, e este ano estima atender cerca de 80 mil pessoas. Os atendimentos começam em frente à Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, e em seguida os peregrinos são conduzidos pelos voluntários para a Casa de Plácido onde recebem os atendimentos seguintes como o lava-pés. Para ela, é gratificante ver o trabalho dos voluntários. “Isso tudo é amor ao próximo. Os voluntários que vêm trabalhar com a gente têm esse amor misericordioso de Jesus. Fui umas das idealizadoras da Casa de Plácido e retornar
n APÓS percorrerem quilômetros a pé, peregrinos são acolhidos
à coordenação da casa me deixa emocionada, principalmente porque o trabalho continuou e o povo acolheu a iniciativa. O povo nos acolheu para nós acolhermos os nossos irmãos. Isso é muito gratificante. Só temos gratidão por tudo, do doador que vem trazer um quilo de feijão e às grandes empresas que trazem as suas doações”, disse Socorro Almeida. Os interessados em realizar doações de ali-
mento à Casa de Plácido ainda podem se dirigir ao espaço de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e de 15h às 21h e aos sábados das 8h às 19h. Lembrando que neste sábado dia, 12, a Casa estará fechada a partir das 14h, e retomando o funcionamento nesta terçafeira, dia 15, pela manhã, e seguindo durante toda a Quadra Nazarena. HISTÓRICO
A Casa de Plácido
tem aproximadamente 1000m² e fica situada no subsolo do Centro Social de Nazaré e foi fundada pelo então Reitor da Basílica de Nazaré e atual Supervisor de Comunicação do Santuário, Padre José Adelson Ramos das Mercês, CRSP. O nome foi uma homenagem ao paraense Plácido José de Souza, que em 1700 encontrou a Imagem Original e deu início a devoção à Senhora de Nazaré
DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
n REPRESENTANTE do posto de combustível recebe o Terço dos Homens
n GRUPO do Terço dos Homens acolheu peregrinos
DIVULGAÇÃO
n ACOLHIDOS e recuperados, peregrinos seguem a jornada
Terço dos Homens acolhe ROMEIROS A Polícia Rodoviária Federal e o Departamento de Trânsito do Pará (Detran) acompanham a romaria dos devotos de Nossa Senhora de Nazaré, oriundos de diversas partes do interior do Estado, com destino à Basílica Santuário, em Belém. Quartafeira pela madrugada esses peregrinos que caminham pelas estradas com o objetivo de pagar promessas, e percorrem longas distâncias, puderam contar com o apoio do Movimento Arquidiocesano do
Terço dos Homens "Mãe Rainha", que os aguardavam em um posto de acolhida montado em um posto de combustível, situado na rodovia BR-316, às proximidades da entrada da capital. A acolhida aos romeiros contou ainda com a participação da comunidade do bairro do IcuíGuajará. Auxiliaram o Terço dos Homens, a Paróquia do Santíssimo Redentor, o Instituto das Missionárias da Santíssimia Trindade, e jovens voluntários de algumas paróquias da Região Episcopal São Vicente de Paulo. A acolhida aos peregrinos incluiu o atendimento de primeiros socorros, alimentação, repouso, em uma ação que começou por volta das 22h e se estendeu até às 6h30 da manhã
de quinta-feira. Ir. Socorro e Ir. Carmem Silva, ambas Missionárias da Santíssima Trindade estavam emocionadas pela primeira vez que participaram da ação. "É gratificante levarmos ao nosso irmão esse apoio", disse Ir. Socorro. Rangel Lima, um dos integrantes do Terço dos Homens, afirmou que foi a segunda experiência de acolhida do grpo. "Mass é incrível, cada vez tem mais irmãos precisando de nós". Diversos peregrinos passaram pelo posto, e uma animação bem diferente era a parte espiritual. Ao longo de toda a madrugada, os homens motivavam os voluntários da acolhida com louvores, oraçõe e a recitação do Santo Terço, meditado por repetidas ocasiões durante a jornada de apoio.
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CÍRIO 2019
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Jantar solidário do BANCO da Amazônia MOBILIZAÇÃO da instituição resulta em recursos arrecadados e doados para a Arquidiocese de Belém FOTOS: LUIZ ESTUMANO
n CÔN. ROBERTO recebeu doação para a Arquidiocese de Belém
Mater ECCLESIAE
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nimado pela apresentação da cantora Juliana Sinimbu, o jantar solidário em apoio à Arquidiocese de Belém, por ocasião dos eventos do Círio de Nazaré, ocoreu na última quarta-feira, 9, na sede social da Assembleia Paraense, no centro da capital paraense. A tradicional campanha de apoio do Banco da Amazônia à Arquidiocese de Belém chega sua décima segunda edição otimista, pois contava superar a marca dos R$ 16 mil arrecadados no ano passado, e conseguira. A doação repassada à Arquidiocese foi de R$ 16.500,00. O banco também entregou à Arquidiocese
de Belém os gêneros alimentícios e materiais de higiente arrecadados durante a gincana que movimenta a campanha de funcionários e clientes amigos do banco que se empenam para chegar ao resultado da gincana todos os anos. Vladecir Tose, presidente do Banco da Amazônia, declarou que a mobilização para ajudar a Arquidiocese de Belém "já se tornou uma tradição, aguardamos com muita expectativa por este dia". Tose acrescentou ainda que o fator "fé" é um motivador especial que é muito familiar no dia a dia da nossa instituição, as pessoas fazem suas operações conosco sem-
pre inspiradas pela fé", observou Tose. A entrega simbólica do cheque foi para o cônego Roberto Cavalli, Cura da Sé, e Diretor Geral da Fundação Nazaré. Na ocasião, ele representou o Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, que encontra-se no Sínodo da Amazônia. Acompanhavam con. Roberto, Claudio Acatauassu e Flávio Américo, da Diretoria do Círio, e Mario Jorge Alves, Marcos Aurélio de Oliveira, e Alan Monteiro, representantes da Fundação nazaré de Comunicação. Ao final da cerimônia, os presentes confraternizarm-se com um jantar.
n Alexandre Falcão E Jesus fez-se carne Pão e vinho Da Trindade Pai Filho Espírito Santo Um Deus de múltiplas faces Cada qual uma verdade De mostrar a divindade No enlace da boa fé. E Jesus fez-se homem Do ventre, um horizonte Que Maria carregou Ao mundo nos mostrou Eis aqui o Salvador Irmão de todos Os filhos da mesma Maria Mãe pura e santíssima Dos cristãos, intercessora. E a cristandade fez-se corpo Igreja, vida e esforço De viver aquilo que o Pai nos ensinou Jesus Cristo revelou Com a devoção de Maria de Nazaré Mulher de tanta fé Mãe da Igreja Entronizada Do povo eterna morada Um cantinho de amor. Em Belém Da longínqua Palestina O parto de Maria Na santidade de um dia Deu a luz ao Salvador. No outro lado desta Terra Outra Belém não menos bela Tem Maria como guia Padroeira e ungida Mãe do povo do Pará. Tanta fé fez-se cortejo Necessário o desejo da Igreja se organizar Em 1719, o Papa Clemente XI elege Belém vira Diocese 300 anos para comemorar. Sob o manto de Maria O povo de boa fé Faz o Círio de Nazaré Procissão inigualável O cortejo de uma cidade Por quilômetros venerar Cada romeiro em prantos Olhar no Céu Um encanto Nossa Senhora para amar. O povo em romaria
Seja noite Seja dia Em bom som anuncia: Da Igreja tu és Mãe Nossa Senhora de Nazaré Procissão é uma maré De louvor Amor e fé Que a ti dedicamos Por 226 anos Sem tempo para findar.
n VALDECIR fala aos presentses sobre a arrecadação do banco
A ti rogamos Santíssima Protege nossa floresta Fauna, flora Nossa terra Morada dos ancestrais. A natureza está em alerta O homem em si desperta É tempo de preservar Conservar Sustentar A dádiva a nós concedida Pelo amor de Cristo e Maria Aos homens de boa fé. Papa Francisco Antenado Aos bispos Faz um chamado Para em Sínodo Conversar Que Amazônia Deixaremos para as futuras gerações Se o freio não for dado Não restará nenhum bocado Para o caboclo respirar. Ajamos com beneplácito Resgatemos O que a Plácido Maria Fez revelar: Se me tiras do rio Ao rio volto Casinha de Deus É o que posso Ver nas águas do coração.
n AGRADECIMENTO e benção do côn. Roberto
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Cúria e a Fundação Nazaré recebem VISITA DA IMAGEM peregrina
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IMAGEM peregrina foi homenageada na chegada com queima de fogos de artifício
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imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré realizou visita à Cúria Metropolitana de Belém e a Fundação Nazaré de Comunicação (FNC) ambas situadas no prédio João Paulo VI, no bairro de Nazaré. A visita reuniu funcionário da Cúria e diretores, funcionários, voluntários e benfeitores da Fundação, além de familiares dos colaboradores, durante missa presidida pelo cônego Roberto Cavalli Júnior, concelebrada pelo padre Carlos Caridade, de Parintins (AM), às 15h. Às 14h, a peregrina, chegou ao prédio sendo homenageada com queima de fogos de artifício e recepcionada na entrada da Cúria, por membros da Pastoral da Pessoa Idosa (PPI); a imagem foi conduzida em todas as salas em clima de oração. Após visitar a Cúria, a imagem, foi conduzida pelo corredor que dá acesso a Fundação Nazaré de Comunicação, sendo entregue às mãos do cônego Roberto Cavalli, diretor geral, sendo recepcionada com aplausos. Com cânticos marianos a imagem foi conduzida por todas as
instalações da instituição. Em seguida, às 15h, iniciou a celebração. Em sua homilia, o cônego Roberto Cavalli, refletiu o anuncio e o encorajamento do anjo Gabriel a virgem de Nazaré, e que todos possam assumir a missão que Deus confiou a cada um, que todos sejam ‘cheios da graça’. “Deus nós chama à missão pra nós dar a graça também desta missão. Deus chama, Deus capacita e, Deus nos chama cada um aqui de diferentes missões, diferentes funções, mas com um único objetivo: fazer que a graça de Deus possa chegar a tantas pessoas por diversos modos”, disse. Refletiu também acerca do amor que ser cristão, ser católico não deve ser um fardo, mas sim uma vivência do amor. “Nós estamos agora para viver o Círio de Nazaré e o que nós buscamos transmitir nesse Círio? Então, cada um de nós é convidado a transmitir o amor, seja no nosso dia-adia, seja no atendimento a pessoa, seja na transmissão, seja no trabalho interno é o amor que nós devemos praticar”. Ao término da San-
LUIZ ESTUMANO
n COM MUITA ALEGRIA a imagem peregrina é saudada na Cúria Metropolitana
ta Missa, os presentes ficaram mais próximos da peregrina. Em entrevista, o cônego, ressaltou o amor: “Nós só vamos transmitir o amor se nós vivermos o amor. Então, este é o momento de nós mergulharmos no amor de Deus, mergulharmos naquilo que Maria nós ensina para que nós possamos ser aquele ‘mensageiro do amor’ e nós da Fundação Nazaré de Comunicação termos es-
sa missão nesses dias de transmitir o amor manifestado nas diversas procissões no Círio de Nossa Senhora de Nazaré”. A assistente administrativa da FNC, Vanessa Gringoletto, falou acerca do trabalho realizado antes e durante o Círio, missão desenvolvida com fé. “O nosso trabalho aqui dentro é de apoio para as equipes que vão estar nas ruas seja dos técnicos ou da TV, então a gente
toma conta de tudo; do lanche, do almoço, do café da manhã. O nosso trabalho é justamente dar esse suporte para que eles possam fazer um serviço com mais qualidade, com mais conforto. O Círio a gente vive ele de várias maneiras, não é só rezar. Certa vez escutei do padre que a fé sem obra é uma fé morta, então a gente reza e trabalha e é a nossa forma de servir a Rainha da Amazônia,
Nossa Senhora de Nazaré, colaborando dessa maneira”, disse ela. Desde 2002, a imagem peregrina visita as dependências da Fundação Nazaré de e da Cúria Metropolitana. A visita da peregrina é a culminância das peregrinações iniciadas no mês de setembro, momento em preparação para as programações da Festa religiosa em devoção a Nossa Senhora de Nazaré.
NOSSOS ANIVERSARIANTES Flora Maria Da Silva Gomes Luiza Franco Portal Maria Jose De Castro E Silva Lays Yris Pegado De Souza Joao Carlos De Souza Dario Augusto Alves Pereira Maria Bernadete Cruz Lucia Maria Baia Nogueira Maria Raimunda Ataide De Sousa Sidney Saint Clair Santos Jose Edinaldo Brito Gomes Cristiano Soares Sobral De Souza Ana Barata De Carvalho Maria De Nazareth Castro Dolores Goncalves Pereira Lucimar Nazare Da Silva Maria De Nazare Souza Malcher Ana Maria Viana Lopes Maria Consolacao Da Conceicao Aleixo Maria Do Carmo Costa Franco Maria Aparecida Pinheiro Munhoz
Raimundo Luiz Dos Santos Raimunda De Abril Mendes Anna De Nazareth Rabello Rossi Siria Nazare Pantoja Queiroz Delmira Pereira Galvao Maria De Nazare Pinheiro Maria De Nazare Pereira Da Silva Benta Maria Cavalcante Oliveira Maria Do Carmo Tavares Eduardo Raimundo De Queiroz Alves Helena Lisboa Da Silva Ana Cristina Machado Jania Socorro Dos Santos Aldenora De Cristo Manito Valeria Pereira De Souza Gineth Matos Farias Nair Moreira Dos Santos Firmo Batista Da Luz Claudio Amaral Maciel Samira Said Daibes Amorim Jurema Resque Franco Arly Nazare Da Costa Silva Raimundo Nazareno Palha Palheta Heliana Adriao Vale
Maria Teresa De Jesus Guimaraes Terezinha De Jesus Pereira Ivo Lins Bastos Antonio Alves De Carvalho Terezinha De Jesus Alcantara Ronilde Nazare Pamplona S. Santos Diany Terezinha Jesus Barbosa Joao Anisio Da Silva Reis Marilene Da Cunha Farias Lucimar Fernandes Pinheiro Elisabeth Prado Coral Debora Pinheiro Guimaraes Malvina Dicksson Martines Jose Bricio Machado Cardoso Junior Guaraci Dos Passos Portugal Junior Cassilda Do Socorro Brandao Silva Genilson Oliveira Damascena Leuca De Nazare Sousa De Oliveira Edwiges Do Espirito Santo Barros Tereza Maria Costa Ademir Dos Santos Silva Maria Emilia Borges Flexa
Lourival Batista Da Silva Junior Kathia De Oliveira Harada Eduardo Americo De Seixas Duarte Junior Isabel Cristina Dos Santos Herivelto Medeiros Da Silva Walber Silva Novais n NATALÍCIO DE PADRES E DIÁCONOS 16/10 - Diác. José Brício M. Cardoso Júnior 17/10 - Pe. Paulo Humberto Rodrigues Cruz
n ORDENAÇÃO DE PADRES E DIÁCONOS
12/10 - Pe. Glaudemir Simplício de Lima
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ESPECIAL CÍRIO 2019
BELÉM, DE 11 A 17 DE OUTUBRO DE 2019
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Círio 2019
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MANTO de Nossa Senhora é conhecido pelos fiéis em Belém N
a Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré foi apresentado o manto da padroeira da Amazônia, Nossa Senhora de Nazaré, durante Santa Missa, na quinta-feira, 10. A celebração eucarística foi presidida pelo cônego Vladian Alves da Silva, reitor do Seminário São Pio X, e concelebrada pelo clero da Arquidiocese de Belém e auxiliada pelos diáconos. A cerimônia reuniu centenas de devotos, que aguardavam a apresentação oficial. Ao iniciar a Santa Missa o cônego Vladian da Silva, transmitiu a saudação do Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, assim como a bênção a todos os fiéis. O cônego, agradeceu a presença de todos, até os que acompanhavam pelos veículos de comunicação. Em seguida,
YEDA SOUSA
tro Dele, temos a beleza da arte. Muitas vezes uma escultura de um quadro, de uma poesia como nos cantos a Maria, como o ‘Vós sois o Lírio Mimoso’, ou uma intima emoção. Este ícone tão caro para nós, como o manto, é o sentimento de alegria que refloresce nesse tempo”.
As luzes do interior da Basílica Santuário foram
n A IMAGEM de Nossa Senhora de Nazaré com o novo manto para o Círio 2019
os fiéis, participaram da cerimônia com alegria e entusiasmo . Em sua homilia, destacou a Rainha da Amazônia. “Ao chamarmos de Rainha da Amazônia e verdadeiramente é, mas em que sentindo? É Rai-
nha porque foi associada aqui na terra de no céu de modo único ao seu filho que Ela carregou em seus braços. Maria é a mãe da Igreja é a sua realeza. Se a chamamos de Rainha da Amazônia, porque a sua realeza de-
riva da sua maternidade, Ela é mãe do Senhor, do Rei dos Reis, profetizado em Isaías. E todos nós, peregrinando nesta terra fixamos o olhar nela, mas o olhar que nós indica Jesus”, disse. Frisou ainda: “Todos
os anos é feito o manto novo, preparado com muito carinho e arte para esta festa. Pensando assim, dentro de tantas vias que nós conduzem, meios que nos conduzem a Deus e que pode ser auxilio para o encon-
apagadas para a apresentação. As atenções se voltaram para a porta de entrada da Basílica, e peregrina surgiu com o manto. A imagem peregrina foi conduzida pelo corredor central da Basílica, aclamada pelos fiéis e seu manto já era tocado pelos fiéis. No
altar, a Mãe da Igreja, foi apresentada aos fiéis pelo cônego Vladian. Detalhes na página 3 deste caderno.
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Círio 2019 FOTOS: DIVULGAÇÃO
Prefeito de Ananindeua deseja “FELIZ CÍRIO”!
O
Círio é o natal da família paraense, celebrado com muita fé e emoção. Tempo abençoado, de encontros e reencontros com familiares e amigos, para juntos vivenciarmos uma experiência profunda de fé. Que Nossa Senhora
de Nazaré abençoe e ilumine os nossos lares, as nossas famílias e amigos. E que em todas as celebrações o amor, a luz, a fraternidade, a comunhão, a paz, a felicidade, a saúde e a esperança estejam presente em todos os lares dos paraenses.
Um feliz e abençoado Círio! Manoel Pioneiro
Prefeito de Ananindeua
Banco da Amazônia felicita PARAENSES pelo Círio
“M
omento de devoção, solidariedade e amor, o Círio desperta o lado mais fraterno, nos incentivando a ser melhores. Ensina a amar o próximo como a nós mesmos. Pessoas de todo o mundo e de todas as classes sociais se unem em um só sentimento, em uma só fé, que inspira
vidas e corações para celebrar esse momento marcante de manifestação cultural dos paraenses. Desejamos um Feliz Círio para todos, que Nazinha ilumine a vida de todos que prestigiam esse lindo momento, que seja cheio de união, perdão e amor. Esses são os votos do Banco da Amazônia!”
TRIBUNAL DE CONTAS dos Municípios expressa votos de bom Círio de Nazaré
O
Círio de Nazaré é um tempo de renovarmos a fé, através de encontros, reencontros e da vivência da solidariedade, reafirmando o compromisso de cada um de nós com o próximo e com a sociedade. Por isso, o Círio é esta grandiosidade que vai além de milhões de pessoas pelas ruas de Belém em oração. É a transmutação da fé naquilo que ela representa, na ajuda àquela pessoa desconhecida, de pedidos por dias melhores com paz, amor e
muitos outros sentimentos positivos. Nesse exemplo de inspiração de fé, união, amor e esperança que representa Nossa Senhora de Nazaré, tenhamos um olhar diferenciado para viver diariamente a fraternidade tão presente na nossa tradição cultural amazônica do Círio. Um feliz e abençoado Círio a todos. Sérgio Leão
presidente do TCMPA
ALEPA deseja um “Feliz Círio” Círio, natal da família paraense, celebrado com muita fé e emoção. Tempo abençoado. Que Maria de Nazaré, Mãe de Jesus abençoe e ilumine cada lar, familiares e amigos, e que o domingo, seja repleto de amor, luz e fraternidade entre todos os paraenses. Desejo às famílias paraenses, um Feliz Círio! Deputado Dr. Daniel Santos
Assembleia Legislativa do Estado do Pará Presidente
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Círio 2019
ALINE ANDRADE
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ALINE ANDRADE
n PEÇA bordada pela estilista paraense Kátia Novelino
NAZARÉ EM DESTAQUE
n DESENHO design portuguesa Celeste Heitmann
MANTO é apresentado em Missa na Basílica
O
manto que cobrirá a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré durante as 12 romarias oficiais foi apresentado na quinta-feira que antecede o Círio. A Cerimônia aconteceu no dia 10 de outubro, às 18h, na Basílica Santuário. Assim como em 2018, a peça foi desenhada pela designer portuguesa Celeste Heitmann e confeccionado pela estilista paraense Kátia Novelino. Confira o descritivo do manto que cobrirá a Imagem Peregrina durante as Procissões do Círio 2019, escrito pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa: A feliz veneração em honra à Mãe de Deus na Igreja contemporânea, à luz das reflexões sobre o mistério de Cristo e so-
bre a sua própria natureza, não poderia esquecer aquela figura de Mulher (Cf. Gl 4,4), a Virgem Maria, que é Mãe de Cristo e com ele Mãe da Igreja. A Mãe, que estava junto à cruz (cf. Jo 19, 25), aceitou o testamento do amor do seu Filho e acolheu todos os homens, personificados no discípulo amado, como filhos a regenerar à vida divina, tornando-se a amorosa Mãe da Igre-
ja, que Cristo gerou na cruz, dando o Espírito. Por sua vez, no discípulo amado, Cristo elegeu todos os discípulos como herdeiros do seu amor para com a Mãe, confiando-a a eles para que estes a acolhessem com amor filial. Dedicada guia da Igreja nascente, Maria iniciou, portanto, a própria missão materna já no cenáculo, rezando com os Apóstolos na expectativa da vinda do Espírito Santo (Cf. At 1, 14). Ao longo dos séculos, por este modo de sentir, a piedade cristã honrou Maria com os títulos, de certo modo equivalentes, de Mãe dos discípulos, dos fiéis, de todos aqueles que renascem em Cristo e, também, “Mãe da Igreja”. São Paulo VI, no dia 21 de Novembro de 1964, por ocasião do
encerramento da terça sessão do Concílio Vaticano II, declarou a bemaventurada Virgem Maria “Mãe da Igreja, isto é, de todo o Povo de Deus, tanto dos fiéis como dos pastores, e estabeleceu que “com este título seja a Mãe de Deus doravante honrada e invocada por todo o povo cristão”. Sua celebração ajudará a lembrar que a vida cristã, para crescer, deve ser ancorada no mistério da Cruz, na oblação de Cristo no convite eucarístico e na Virgem oferente, Mãe do Redentor e dos redimidos. (Cf. Decreto sobre a celebração da bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja). “O desejo é que esta
celebração, agora para toda a Igreja, recorde a todos os discípulos de Cristo que, se queremos crescer e enchermo-nos do amor de Deus, é preciso enraizar a nossa vida sobre três realidades: na Cruz, na Hóstia e na Virgem. Estes são os três mistérios que Deus deu ao mundo para estruturar, fecundar, santificar a nossa vida interior e para nos conduzir a Jesus Cristo. São três mistérios a contemplar no silêncio” (Cardeal Sarah). No manto de Nossa Senhora de Nazaré de 2019, a figura de Maria, Mãe da Igreja se expressa de modo simples e belo. Ele homenageia o Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazô-
nia e os trezentos anos de criação da Diocese de Belém, hoje Arquidiocese. A samaumeira, dado o seu significado de árvore da vida para os povos originários de nossa Região Amazônica, rainha das outras árvores, nos remete à vida que circula entre nós. Na flor, a delicadeza de Maria, na árvore, a fortaleza, virtude vivida por Maria aos pés da Cruz. O broche do manto de 2019 traz a homenagem aos trezentos anos da Diocese de Belém, com a Igreja Mãe, a Catedral, sobre um barco. A todos os irmãos e irmãs deixo a minha bênção e o pedido de orações pela realização do Sínodo para a PanAmazônia.
PROGRAMAÇÃO LITÚRGICA A programação realizada na Basílica Santuário de Nazaré é dedicada aos fiéis que buscam conforto na Palavra de Deus e objetivam fortalecer a devoção mariana. Veja o roteiro das atividades que acontecerão, de 14 a 28 de outubro, no Santuário da Rainha da Amazônia: 5h15 - Terço da Alvorada
5h45 - Missa e Consagração 7h - Missa e Consagração, com transmissão pela TV Nazaré 9h - Romaria com Missa 12h - Santa Missa e Consagração 15h - Adoração – Terço da Misericórdia – Novena 17h - Oração do Terço dos Homens
A vida missionária do PADRE JOSÉ Ramos YÊDA SOUSA
Histórias da família, da infância, da juventude, vocação, dos estudos e ainda sobre a vida sacerdotal. Tudo contado em uma obra escrita para celebrar os quarenta anos de vida missionária e os trinta anos destinados ao sacerdócio, escrita pelo Superior Provincial Norte dos Clérigos Regulares de São Paulo, Padre José Maria Ramos das Mercês. O livro “Trinta anos edificando a Esperança e a Fé” está à venda na Loja Lírio Mimoso e pode, também, ser enviado para todo o Brasil. Para mais informações, ligue: (91) 4009-8448 / 98440- 4957.
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Círio 2019 KAROL COELHO
NAZARÉ EM DESTAQUE
Basílica SANTUÁRIO receberá peregrinações de colégios de Belém
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urante a quadra nazarena, a Santa Missa das 9h, realizada na Basílica
Santuário, será organizada pelos colégios de Belém, grupos, pastorais e movimentos da
Paróquia de Nazaré, que vêm em romaria à casa da Rainha da Amazônia.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO ABAIXO
n ESTUDANTES durante a missa no período da quadra nazarena KAROL COELHO
14/10 (segunda-feira): Fiéis em geral 15/10 (terça-feira): Confraria Nossa Senhora de Nazaré e de São José, e Movimento Sacerdotal Mariano 16/10 (quarta-feira): Colégio Nazaré 17/10 (quinta-feira): Colégio Santa Catarina 18/10 (sexta-feira): Colégio São Paulo 19/10 (sábado): Pastoral da Saúde e Enfermos 21/10 (segunda-feira): Colégio das Preciosinas 22/10 (terça-feira): Colégios Salesianos 23/10 (quarta-feira): Colégios Filhas de Sant’Ana 24/10 (quinta-feira): Colégio Santo Antônio 25/10 (sexta-feira): Apostolado da Oração e Grupo de Oração “Mães que Oram pelos Filhos” 26/10 (sábado): Pastoral da Pessoa Idosa DIVULGAÇÃO
n COLÉGIOS DE BELÉM participam da Santa Missa durante a quadra nazarena
Um canto para MARIA Quarta-feira, dia 09, aconteceu na Basílica Santuário de Nazaré uma homenagem em forma de canção. O tradicional concerto chamado “Um Canto para Maria” é realizado há 19 anos e conta com a apresentação da
n UM CANTO PARA MARIA em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré
soprano Patrícia Oliveira, de Robenare Marques, Madalena Aliverti, Idaías Souto, com regência do Maestro Tynnoko Costa. No repertório, música clássica, erudita e popular, sempre com temática mariana.
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Círio 2019
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FOTOS: LUIZ ESTUMANO
n CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA na Basílica presidida por Dom Fernando
A
227ª edição da Festa de Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia, cujo tema “Maria, Mãe da Igreja” teve sua abertura oficial na terça-feira, 8, com celebração eucarística na Basílica Santuário e cerimônia centenas de fiéis dentro e fora do templo, teve presidência de Dom Fernando José Guimarães, CSsR, Arcebispo Militar do Brasil, concelebração de padres militares, barnabitas, parte do clero arquidiocesano e participação da Diretoria da Festa. A celebração teve início com as boas-vindas do Vigário Episcopal da Região Menino Deus, Padre Ederaldo da Mata Silveira, que acolheu o presidente em nome da Arquidiocese de Belém. Dom Fernando visita Belém duas vezes ao ano para acompanhar as forças armadas e, por sugestão de Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano, que está junto com outros bispos da Amazônia Brasileira em Roma no encontro sinodal, conciliou o momento da visita com o do Círio de Nazaré.
n CERIMÔNIA contou com a presença de diversas autoridades
CÍRIO DE NAZARÉ é oficialmente aberto com Santa Missa e cerimônia Em sua homilia, Dom Fernando comentou o Evangelho do dia e ressaltou que o coração de Maria é próprio de quem sabe receber a Palavra de Deus. “As duas leituras nos colocam diante de duas realidades que tem ligação com a realidade do Círio de Nazaré. A primeira mostra o encontro da Igreja após a Paixão. É tarefa de Maria reunir a Igreja do Seu Filho Jesus. A segunda está na evidência de que o coração de Maria é o de uma mãe que vê além das aparências. Há certas coisas na vida que só o coração de uma mãe é capaz de perceber”. Ele prosseguiu: “somos Igreja de Cristo e Maria gera em nós a unidade e solidariedade. Durante o Círio de Nazaré somos envolvidos pelo manto materno”. Dom Fernando participará ainda das celebrações que Dom Giovanni D’Aniello,
Núncio Apostólico do Brasil, presidirá. Ao final do ato litúrgico, Dom Fernando, a Diretoria da Festa, o clero, e representantes do Governo do Estado, da Prefeitura de Belém, se posicionaram em frente à Basílica de Nazaré, para o acendimento das luzes dos tradicionais arcos e da fachada da Igreja e abertura oficial da Festividade Nazarena de 2019. Logo em seguida a banda da Guarda Municipal de Belém apresentou-se aos presentes. HOMENAGENS E PREMIAÇÃO
Após a abertura, na Casa de Plácido, aconteceram as homenagens, entregas dos diplomas de reconhecimento e broches exclusivos do Círio às instituições e empresas patrocinadoras do Círio 2019 pela contribuição na realização da festividade. O Gover-
nador do Estado, Helder Barbalho, participou da cerimônia e expressou alegria em participar de mais uma edição da festa dos paraenses: “Iniciamos esse momento especial de mais um ano em que os paraenses saúdam Maria e agradecem as graças alcançadas. Pedimos que a Mãe de Jesus possa derramar um mar de bênçãos sobre todos os lares paraenses e tudo aquilo de bom, proporcionando em nossas famílias muita paz e que nossa devoção
e irmandade possam ser em torno de um Estado melhor, uma vida em solidariedade”. Para Cláudio Acatauassu, Diretor Coordenador do Círio de Nazaré, a abertura é o momento em que o coração bate mais rápido. “Apesar de fazermos todos os nossos projetos e cumprido todas as etapas não sabemos o que está por vir. São 12 procissões, mas a gente sabe que o coração do paraense, do devoto, é incansável e capaz de transformar as coisas. Então, estamos na expectativa sim de que as 12 procissões aconteçam conforme Nossa Senhora deseja”. Houve, ainda, a premiação dos vencedores do XXV Concurso de Redação do Círio, tendo como primeiro lugar o aluno Rodrigo Almeida, do Colégio Santa Catarina de Sena. O segundo lugar foi de Eliana
Castro, do Centro de Ensino Reino Encantado - CEEP Maguari, e o terceiro, de Carlos Eduardo Guimarães, Grupo Educacional Ideal. Tanto os alunos quanto seus respectivos professores foram premiados. O primeiro lugar, Rodrigo Almeida, conta que já havia participado no ano passado do certame e não esperava a graça de ser o primeiro lugar. Em sua redação, o jovem buscou evidenciar os ensinamentos de Maria para a sociedade contemporânea. “O tema da redação pedia para falar sobre o que Maria poderia nos ensinar para a sociedade do século 21, então, inspirado no tema principal do Círio busquei mostrar Ela como evangelizadora, anunciadora da Palavra e também como construtora da paz na sociedade tão conturbada de violência e individualidade”.
Vigília de ADORAÇÃO em preparação ao Círio Grupos, movimentos, serviços, pastorais, comunidades, missões, revezam-se desde quarta-feira, 8, durante 48 horas, em Adoração ao Santíssimo Sacramento, na Capela Bom Pastor, localizada no Centro Social de Nazaré. Santa Missa, presidida pelo padre Giovanni Incampo, abriu a Vigília em preparação para o Círio 2019. O momento de oração segue até sexta-feira, dia 11, com benção final, às 6h30. A Vigília de Adoração é um momento de oração em preparação para o Círio de Nazaré, promovida pela Diretoria da Festa de Nazaré e faz parte do calendário oficial do Círio de Nazaré, desde 2002. 48 horas de
oração sem interrupção, cujos dirigentes são responsáveis pela condução da vigília, ou seja, de animar com o ministério de música e a condução da Adoração ao Santíssimo Sacramento. Ao todo 23 dirigentes, que se revezam a cada duas horas. Os dirigentes seguem o Livro da Vigília do Círio 2019, cujos temas recordam o Sínodo para a Amazônia, que ocorre neste mês em Roma e, ainda, os 300 anos da Diocese de Belém. Aproximadamente 205 instituições religiosas, compreendendo pastorais, grupos, movimentos, serviços, comunidades, entre outros, participam da programação. O momento de profunda oração conta com
uma equipe de 55 casais. A cada ano, um casal é escolhido para ser o casal coordenador da Vigília. Este ano o casal Sérgio e Micheline Nonato coordenam os trabalhos. Para Sérgio Nonato o momento de oração roga pelo perfeito andamento do Círio: “Eu acredito firmemente que nós estarmos em oração, adorando Jesus. Eu digo que é o nosso motor. Todo católico precisa de oração e a gente vai estar lá orando para que tudo corra bem, para que o Círio seja verdadeiramente uma festa de fé, e que todo o povo que vem para Belém entenda isso no seu coração, porque a gente precisa que as procissões terminem bem e, para que isso ocorra,
n MOMENTO DE ORAÇÃO 48 horas, Adoração ao Santíssimo Sacramento
precisamos estar em oração, pedir a Deus que nos conceda essa graça”. A Vigília encerra-se nesta sexta-feira, 11, com procissão do Santíssimo Sacramento na Capela Bom Pastor, às 6h30. EM ANANINDEUA
No município de Ananindeua, sexta-feira, dia 11, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, será acolhida
na Matriz da Paróquia de Nossa Senhora das Graças, com a chegada da Procissão do Traslado realizada pelos municípios de Ananindeua e de Marituba. À chegada da imagem peregrina, às 19h, Dom Fernando Panico, Bispo da Diocese de Crato, no Ceará, presidirá a Santa Missa. Em seguida, às 20h, inicia-se a Vigília de Nazaré, na matriz. Às 22h, a
missa será presidida pelo padre Francisco Sadeck, seguida de vigília. À meia noite a Santa Missa será presidida pelo padre Francisco Alves, em seguida vigília. Às 2h, de sábado, padre Josúe Nascimento preside Missa, em seguida vigília e às 04h, padre Daniel Cunha preside Santa Missa, finda a qual inicia-se a Procissão Rodoviária.
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Círio 2019
Mensagem do GOVERNADOR do Pará Ao meu querido povo do Pará,
C
hegamos ao 227º Círio de Nossa Senhora de Nazaré, momento em que nossos corações se entrelaçam pela fé, união e pelo amor ao próximo. É o congraçamento familiar, o calor dos que chegam para se unir a um dos maiores eventos religiosos do planeta. É o “paraensismo” à flor da pele, envolto em todas as emoções. Este ano, cerca de 2 milhões de fiéis voltam a ocupar as ruas de Belém para acompanhar o Círio 2019. A cidade deve receber 83 mil turistas, que chegam ávidos para as descobertas proporcionadas pela Festividade Nazarena, um aumento de quase 3% em relação ao número de turistas de 2018. E são esses
visitantes que devem movimentar a economia local com aproximadamente US$ 31 milhões. Recursos que ficam aqui, circulando em nossa economia, alimentando as famílias, gerando oportunidade de trabalho e renda. Círio é um evento que transforma ruas em “rios de gente”. Diante desse cenário grandioso, o Estado cumpre o seu papel de garantir a segurança dos romeiros no Círio 2019. Todo o aparato operacional e policial já foi reforçado na capital paraense, para atuação intensiva principalmente ao longo da grande procissão, e no entorno das vias envolvidas nas demais romarias. O Centro de Comando e Controle, vinculado ao Centro Integrado de Operações (Ciop), moni-
tora em tempo real a movimentação dos devotos, ampliando de 35 para 50 o número de câmeras de vigilância. E cada posto de observação ao longo do trajeto do Círio conta com um bombeiro e um policial militar para atendimento imediato, quando necessário. O Estado também oferece apoio aos promesseiros. Pela primeira vez, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) abre as portas para funcionar como posto de atendimento de urgência e emergência na Trasladação e no Círio. Alimentos e materiais para curativos, arrecadados desde setembro, ajudam a diminuir a dor física daqueles que superam sacrifícios para demonstrar fé e devoção. O Governo do Pará abraça os paraenses, pedindo à nossa padroeira DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
que o Círio 2019 seja um momento de muitas bênçãos, de plena confraternização e agradecimentos. Que todas as famílias possam estar juntas, unidas pelo amor e pela paz social que tanto buscamos. Que Nossa Senhora de Nazaré possa, nova-
mente, entrar em nossas casas e receber nas ruas da Região Metropolitana de Belém e em cada canto desse estado, as homenagens que se renovam a cada ano, assim
como o compromisso de trabalharmos por um Pará melhor, um Pará justo, seguro e cheio de oportunidades para todos, sob a proteção de Nossa Senhora de Nazaré.
Viva Nossa Senhora! Um feliz e abençoado Círio a todos!
Governador Helder Barbalho
Mensagem do PREFEITO de Belém Que este momento, de grande manifestação popular, familiar, com a interiorização do sentimento da fé, sirva para que a nossa cidade seja cada vez um ambiente mais gostoso de se viver, mais justo, mais em paz, para que tenhamos a possibilidade de desenvolver, cres-
cer e sermos felizes. O Círio de Nazaré para nós, em Belém, é um evento catalizador de sentimentos, emoções e revigoramento da fé católica e cristã do povo. Como católico e devoto de Nossa Senhora de Nazaré, eu tenho cada dia mais vinculação
com essa manifestação, que é a maior manifestação católica do mundo, não apenas na grandiosidade participativa, mas na imensidão de significado e de emoção que ela gera. Um feliz e abençoado Círio à todos! Prefeito Zenaldo Coutinho LUIZ ESTUMANO
n CASAIS participam da coleta nas romarias oficiais do Círio
COLETA do Círio de Nazaré Ajude-nos a evangelizar! A Fundação Nazaré de Comunicação é a beneficiária da coleta realizada durante as romarias oficiais do Círio. Devidamente identificados, eles são pertencentes ao Encontro de Casais com Cristo (ECC) da Arquidiocese de Belém. Os casais coleteiros tem a responsabilidade receber a oferta dos fiéis,
cujos recursos vão ajudar a Arqudiocese de Belém a manter o trabalho de evangelização realizado pela Fundação Nazaré. A Fundação responde pela divulgação do trabalho pastoral da Arquidiocese, através dos meios de comunicação. Aquelas pessoas que desejarem contribuir com a Arquidiocese, pode fazer a sua doação para
qualquer um dos casais que estejam percorrendo as procissões, uma vez que os mesmos estão credenciados a prestar esse serviço. A Fundação propaga a evangelização arquidiocesana por meios dos veículos de Comunicação, sendo eles, a Rede Nazaré de Televisão, a Rádio Nazaré FM, o Portal Nazaré e o jornal Voz de Nazaré.
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TRASLADO ocorre nesta sexta-feira, 11 A
primeira romaria oficial da programação do Círio 2019, o traslado rumo aos município de Ananindeua e Marituba ocorre nesta sexta-feira, 11. A Romaria mais extensa e com maior duração inicia com uma Santa Missa na Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré com a presidência do Dom Fernando Panico, Bispo Emérito de Crato (CE), às 7h. Ao término, a Romaria ganha às ruas de Belém. O percurso inicia da Praça Santuário em Belém e termina na Igreja de Nossa Senhora das Graças em Ananindeua e compreende o seguinte trajeto: Avenida Nazaré, Avenida Almirante Barroso, BR 316, Cidade Nova, Coqueiro, PAAR, Icuí, Maguari, Guajará e Marituba. Ao longo do percurso, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, no andor, faz paradas para receber homenagens. A primeira parada ocorre em frente ao Hospital Ophir Loyola, referencia
JOÃO PARAENSE
no tratamento Oncológico de crianças e adultos, localizado na Avenida Magalhães Barata. O momento é aguardado por pacientes em tratamento e por funcionários do hospital. Dentre as paradas e homenagens estão as de escolas, empresas, repartições públicas e privadas, além da parada na Matriz da Paróquia de Cristo Rei, no bairro Guanabara. Nas vias que a romaria percorre estão algumas Paróquias da Arquidiocese de Belém, nelas haverá uma breve parada, sendo às seguintes: São Miguel Arcanjo, na Rua Jarbas Passarinho; Santo Antônio de Pádua, na Avenida Mário
n PERCURSO inicia em Belém e termina em Ananindeua
Covas; Nossa Senhora de Guadalupe, Avenida Três Corações, Cidade Nova; Divino Espírito Santo, Avenida Dom Vicente Zico; Nossa Senhora do Amparo, Avenida SN 3; Santa Rita de Cássia, Travessa WE 32; São Lucas Evangelista, Avenida Guajará 2; Santa Paulo Frassinetti, Travessa WE 72; Santo Inácio de Loyola, Avenida Santa Fé; São Vicente de
Paula, Avenida Rio Solimões; Transfiguração do Senhor, Estação do Curuçambá; Santa Maria Mãe de Deus, Avenida Claudio Sanders e por fim a Matriz da Paróquia de Nossa Senhora das Graças, situada na Praça Vera Cruz, BR 316, Km 09. O Traslado é concluído na Matriz da Paróquia de Nossa Senhora das Graças, no município de Ananindeua, em
frente à Praça, na chegada às 19h, será celebrado Santa Missa, com a presidência de Dom Fernando Panico. Após a Santa Missa, no interior da Matriz de Nossa Senhora das Graças ocorrerá vigília e Santa Missa, até a manhã do sábado. Após a Santa Missa, às 4h, inicia-se a Procissão Rodoviária. A primeira edição da Procissão do Traslado foi
ASCOM/PRF
PRF realiza escolta da Imagem de Nossa Senhora de Nazaré A Polícia Rodoviária Federal realiza na sexta (11) e no sábado (12), as escoltas oficiais da Imagem de Nossa Senhora de Nazaré, em um percurso de mais de 47 km nos municípios de Belém, Ananindeua e Marituba , durante os festejos do Círio de Nazaré 2019. A PRF realiza a escolta da Imagem de Nossa Senhora de Nazaré em razão de a Santa possuir status de Chefe de Estado, conforme Lei Estadual nº 4371/71, sendo considerada “Patrona do Estado do Pará”. Além disso, a padroeira dos paraenses é condecorada pelo Exército Brasileiro com honras de Marechal do Exército. No trabalho será empregado um aparato de 18 viaturas de quatro rodas e cerca de 50 motocicletas, necessárias para realização da maior escolta realizada pela PRF em todo o país, tudo isso no intuito de garantir a proteção da Imagem de
Nossa Senhora de Nazaré e a segurança dos romeiros que acompanham a procissão andando, correndo e de bicicleta, na sexta e no sábado. O Círio de Nazaré é uma manifestação religiosa cristã herdada dos portugueses, em devoção a Nossa Senhora de Nazaré, que é celebrada anualmente desde 1793, no segundo domingo de outubro, reunindo cerca de dois milhões de pessoas em romarias e procissões. Ainda, o Círio foi considerado em 2004 patrimônio cultural imaterial pelo IPHAN e, em dezembro de 2013, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. A participação da Polícia Rodoviária Federal nas romarias e procissões do Círio de Nazaré teve início em meados da década de 1990, quando a imagem de Nossa Senhora era transportada dentro de
realiza em 1992. A romaria tem um percurso de cerca de 50 quilômetros, e percorre parte da capital, Belém, rumo aos município de Ananindeua e Marituba, na região Metropolitana de Belém. O traslado reúne centenas de pessoas, sejam elas pedestres, ciclistas, fiéis, que tentam chegar o mais próximo da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré.
n EM TODO o trajeto, a importância do acompanhamento da PRF
uma viatura descaracterizada da Instituição, de maneira sigilosa, na denominada Procissão Rodoviária. Durante o trajeto, a Imagem “visitava” alguns órgãos públicos até chegar à Igreja Matriz de Ananindeua. Após alguns anos, em 1996, a Polícia Rodoviária Federal e a Diretoria da Festa tiveram a ideia de realizar o transporte da Imagem em carro aberto, permitindo, dessa forma, que os fiéis pudessem vê-la no trajeto e, consequentemente, fazer suas preces e orações diante da Padroeira. No ano seguinte, em
1997, a Santa começou a ser transportada em um cibório – espécie de altar – numa viatura modelo F-1000, de cabine aberta. Entretanto, a chuva e a poeira a que a Imagem estava exposta fizeram com que, em 1999, fosse colocada uma berlinda de cerca de 3 metros de altura no compartimento externo do veículo, onde ela passou a ser transportada com mais segurança No ano 2000, implementou-se a iluminação da berlinda, já que, muitas vezes, a romaria adentrava a noite, o que permitiu que
a Santa fosse melhor visualizada durante todo o trajeto. Em 2004, foi instalado o sistema de som da viatura que realizava o transporte a fim de que os fiéis pudessem ouvir as músicas religiosas do Círio e a benção do Arcebispo de Belém. Precursor do trabalho da PRF no Círio, o Inspetor Irlando Lopes, hoje aposentado, acerca da história da PRF no evento, declarou: “O crescimento da procissão a cada ano é motivo de orgulho pra mim. Entrei na PRF em 1996, quando a Imagem era
transportada de maneira sigilosa, e, alguns anos depois, tive a oportunidade de ajudar a levála para perto do povo.” Ainda, complementou: “O Círio não se conta, não se mostra, se vive! Quem já viveu, entende o que estou falando!” As manifestações de devoção religiosa do Círio de Nazaré ainda hoje estendem-se por todo o mês de outubro, durante a chamada quadra Nazarena, sendo a participação da PRF fundamental para a segurança dos romeiros, bem como para a integridade material da Imagem.
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Romarias e procissão antecedem o domingo da GRANDE Procissão N JOÃO PARAENSE
n INÍCIO da procissão da Trasladação, no Colégio Gentil Bittencourt
o sábado, 12, que antecede a Grande Procissão do Círio de Nazaré, cujo tema “Maria, Mãe da Igreja”, a capital, Ananindeua e o Distrito de Icoaraci irão movimentar-se com as tradicionais romarias e a Trasladação com a imagem da Rainha da Amazônia. Com início bem cedo serão quase 50 km percorridos pelas ruas e rios da Região Metropolitana com diversas homenagens e expressões de fé. Das três romarias do sábado, a inicial é a Ro-
maria Rodoviária, cuja concentração às 5h na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Graças. A Imagem Peregrina sai de Ananindeua em direção à orla de Icoaraci, percorrendo 24 km. A primeira edição, em 1989, ocorria a partir do bairro da Cabanagem, no Entroncamento, e, a partir de 1992, o cortejo começou a sair da Matriz de Ananindeua. Ao longo do percurso, que reúne 250 mil pessoas, acontecem diversas homenagens,
LUIZ ESTUMANO
ROMARIA FLUVIAL Ao final da celebração, a Peregrina é conduzida até a embarcação da Marinha do Brasil, que também faz a organização e controle dos outros barcos que acompanham o percurso de 18.500 km, cerca de 10 milhas marítimas, que se inicia no Trapiche e conclui na escadinha da Estação das Docas. Uma das mais belas romarias teve início em
1986, realizada pela então Companhia Paraense de Turismo, e chega em 2019 a sua 34ª edição, reunindo um público de 50 mil fiéis em cerca de 400 embarcações. A embarcação da Marinha do Brasil leva a Imagem Peregrina em um nicho, seguida por centenas de embarcações de todos os tipos e tamanhos. Em muitas delas é celebrada a santa missa, com mo-
especialmente com a queima de fogos. Nesses momentos, as equipes da Fundação Nazaré realizarão flashes ao vivo de todos os aspectos no trajeto. À chegada ao trapiche, prevista para as 8h, haverá Santa Missa, presidida pelo Padre Agostinho Filho, Vigário Episcopal da Região Episcopal São João Batista, finda qual inicia-se a procissão Fluvial.
mentos de espiritualidade e muito louvor. À chegada, na escadinha, a Imagem é recebida com honras de Chefe de Estado, pela Polícia Militar, fato que se repete desde 1999, motivado pela Lei Estadual nº 4.371, de 15 de dezembro de 1971, que proclamou a Virgem de Nazaré Padroeira do Pará, Rainha da Amazônia e merecedora dessa grande honraria LUIZ ESTUMANO
n MOTORROMARIA trajeto de 2,5 km, iniciado na Presidente Vargas
MOTORROMARIA
n ROMARIA FLUVIAL de Icoaraci até a escadinha da Estação das Docas
Com a chegada da Romaria Fluvial e a cerimônia de honras de Chefe de Estado, a imagem é conduzida por 1 hora na Motorromaria até o colégio Gentil Bittencourt. O trajeto, de 2,5 km, inicia-se na Avenida Presidente Vargas, indo pela Avenida Nazaré, terminando em frente à instituição de ensino acima referida. Neste local acontece a bênção
dos motociclistas. A romaria foi criada em 1990 pela Federação Paraense de Motociclismo, que decidiu prestar sua homenagem e congrega um público de 45 fiéis num estrondoso cortejo que toma conta das ruas da capital. Paralelo a esse momento, na Basílica Santuário, por volta de 11h, acontece uma das cerimônias mais esperadas da programa-
ção: a descida da Imagem Original de Nossa Senhora de Nazaré do Glória, acima do altar-mor. Todos os anos, ver de perto a imagem de 28 centímetros emociona os milhares de peregrinos que chegam de todos os lugares do Brasil e do mundo, para prestar homenagens. A Imagem permanece em um nicho no presbitério durante os 15 dias da festa, retornando no Recírio.
TRASLADAÇÃO JOÃO PARAENSE
Ainda no sábado, a partir das 17h30, a movimentação no entorno do Colégio Gentil Bittencourt começa a crescer. Isto porque lá inicia-se a procissão da Trasladação, no sentindo inverso ao do Círio de Nazaré. Os 3,7 km são percorridos em 5 hon AINDA NO SÁBADO a procissão da Trasladação ras, levando 1 milhão e 400 mil fiéis às ruas até à Igreja da Sé. Imagem de Nossa Senho- pelo Núncio Apóstolico A primeira Trasladação ra de Nazaré, da Matriz do Brasil, Dom Giovanni D´Aniello. Todos esfoi promovida pelo Gover- até à capela do local. Precedendo o cortejo, ses momentos de ato nador Francisco de Souocorrerá uma celebração litúrgico e cortejo serão za Coutinho, junto com o Capelão do Palácio do eucarística às 16h30, em transmitidos em tempo Governo, padre José Roiz frente ao Colégio Gentil real pela Rede Nazaré de Moura, que levaram a Bittencourt, presidida de Televisão.
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CELEBRANTES do Círio 2019 E m virtude do Sínodo para Amazônia, convocado pelo Santo Padre Papa Francisco, iniciado dia 6 e seguindo até o dia 27 de outubro deste ano, a Arquidiocese de Belém reafirma a participação de todos os bispos pertencentes à sua Circunscrição Eclesiástica (Arcebispo, Dom Alberto Taveira Corrêa e Bispos Auxiliares Dom Irineu Roman e Dom Antônio de Assis Ribeiro). Também está confirmada a presença dos demais bispos atuantes na Amazônia legal. Devido a sua ausência em Belém no período do Círio 2019, Dom Alberto fez um convite ao Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, para a condução das
principais celebrações no segundo final de semana de outubro. Além deste convite, bem aceito e confirmado pelo Núncio, o gesto se estendeu a mais dez bispos do Brasil para celebrações das missas na quadra nazarena. Toda a programação seguirá o formato de anos anteriores, sem quaisquer alterações, sempre com a presença de um moderador, padre da Arquidiocese de Belém, junto às celebrações. Destaquese as celebrações de abertura da festividade que será presidida pe-
n DOM GIOVANNI Núncio
lo Arcebispo Militar do Brasil, Dom Fernando Guimarães, e a missa de apresentação do
manto, celebrada pelo Cônego Vladian Silva Alves, Reitor do Seminário Maior São Pio X.
FOTOS: LUIZ ESTUMANO
n DESCIDA da Imagem
Na sexta-feira a missa antes do Traslado para Ananindeua será presidida pelo Bispo
Emérito de Crato (CE), Dom Fernando Panico. No sábado, antes do Círio Fluvial será presidia pelo Padre Agostinho Filho, Vigário Episcopal da Região Episcopal São João Batista. A missa que dá início a trasladação, no colégio Gentil Bittencourt e a que antecedo o Círio no domingo, às 6h, na Catedral, serão presididas por Dom Giovanni d’Aniello, assim como a primeira noite da quadra nazarena.
Mensagem da DROGRARIA Santo Remédio É tempo de agradecer, é tempo de vivenciar: a força, a esperança e a fé de um povo. O Círio é maior expressão cultural em forma de procissão. É tradição! É união de mãos em torno da corda, famílias reunidas, a gratidão enfeita
as ruas, é tempo de cumprir os votos e iniciar um novo ciclo. Feliz Círio, Belém! Como é bom fazer parte dessa festa.
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m 2019 o Setor Juventude da Arquidiocese de Belém vem promovendo a 2°edição da Mobilização Juvenil no Círio. Trata-se de uma extraordinária contribuição para evangelização, prevista em seu Projeto Educativo-Pastoral – PEPSJ, a ação também caracteriza-se por ser um trabalho de preventividade e de desenvolvimento da integralidade das dimensões da juventude.
CAMINHADA E EVANGELIZAÇÃO
Segundo o projeto do Setor Juventude, a atividade se traduz em uma inserção juvenil, protagonista e de profunda comunhão com a diretoria do Círio, visando promover o evangelho, a devoção missionária e articulação entre as forças juvenis da arquidiocese, como propõem a encíclica Cristo Vive; este ano foram envolvidos cerca de 700 jovens voluntários, entre eles líderes e coordenadores de Conselhos Juvenis, paroquiais ou regionais, e expressões juvenis, para dar corpo à mobilização. De acordo com Henrique Carreira, coordenador geral do Setor Juventude Belém, a temática “Maria, mãe da Igreja” favorece um encontro mariano, rico de virtudes, entre os jovens voluntários inscritos, inseridos ou não na vida e no cotidiano da Igreja. Ele destaca que Maria vem tornando-se um exemplo juvenil de disponibilidade, disposição e serviço, para os jovens que procuram fazer a diferença no mundo atual. CONTRIBUIÇÃO NO CÍRIO 2019
Para melhor organizar a mobilização, segundo a coordenação, existem quatro eixos de inserção e trabalho juvenil, são elas: - Expressões Artísticas e Culturais, Acolhida aos Romeiros, Comunicação e Jovens Evangelizadores.
Mobilização JUVENIL para o Círio de Nazaré UNAMA BR, começando às 18h desta quinta-feira, 10 - turno da noite, e o terceiro ponto fica na CAJU Almirante Barroso, iniciando às 18h da sexta-feira, 11. Frisa-se que em ambos pontos os atendimentos ocorrerão até a manhã do sábado, 12. COMUNICAÇÃO
na praça Santuário, e para os próximos passos está prevista a Animação Pastoral para o traslado até Ananindeua, 11, o traslado para Catedral, 12 e Círio das Crianças. A Animação Pastoral e Musical no translado até Ananindeua, 11, é um dos destaques do eixo, a inciativa visa preparar e provocar através da música e da animação pastoral o clima de oração, encontro com Deus, além da pregação da temática anual a todos aqueles que participam das mais de 10h de procissão do Translado para Ananindeua. ACOLHIDA DE PEREGRINOS
Assim como Cirineu na ocasião da Paixão de Cristo, o eixo visa colaborar com pessoas, famílias e caravanas romeiras, a melhor deslocar-se, a contemplar a vida e projetos, a superar o desafio físico e espiritual, e a manifestar agradecimento a Deus; o serviço inclui aos peregrinos massagens, troca de bandagens, atendimento de primeiros socorros, descanso, refeições e música. Em 2019, três pontos de acolhida foram organizados, o primeiro deles e o mais antigo, começou quarta-feira, 09, no Ginásio de Marituba com 24h de atendimento por dia, já o segundo ponto fica em frete a
Para este coube o desenvolvimento de estratégias, que visem superar o desafio comunicação juvenil x círio, neste sentido, a inserção ofertou o Aplicativo Jovens com Maria, que trata-se do Livreto de Peregrinações com cifras e músicas disponíveis no celular do jovem peregrino, movimentação nas redes sociais, registro da mobilização em texto, foto e vídeo e a reorganização do site do Setor Juventude Belém. JOVENS EVANGELIZADORES
Os jovens Evangelizadores - antes chamado de evangelizador da corda, é um dos mais antigos pontos de inserção juvenil na programação do Círio; o eixo trabalha na perspectiva do jovem evangelizando jovem, trata-se por tanto de um serviço de evangelização corpo-a-corpo junto aos promesseiros, romeiros e famílias presente nas procissões. Ainda hoje tem-se uma especial atenção aos promesseiros da corda do translado, 12, em números este eixo congrega em torno 300 participações, para o ano 2019 já foram realizado formações com líderes e coordenadores dos grupos com Dom Antônio de Assis, Bispo Auxiliar de Belém; a perspectiva é que este serviço possa estender-se assim como na primeira edição. JOÃO PARAENSE
EXPRESSÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS
O eixo irá explorar a ludicidade, o teatro, a dança, a música, a catequese infantil e a corporeidade como manifestação do evangelho da alegria, a primeira ação desta inserção ocorreu na última terça-feira, 08,
n DESTAQUE nas romarias
SETORJUVENTUDE LUIZ ESTUMANO
n EVANGELIZAÇÃO junto à corda, uma das ações juvenis
n ATUAR nas pocissões: outra participação importante
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