Igreja começa a viver a QUARESMA
O Papa Francisco presidiu a Santa Missa com imposição das Cinzas no Vaticano. A Arquidiocese de Belém, unida à Igreja em todo o mundo, acolhe a mensagem do Santo Padre para o tempo de profunda reflexão e conversão em preparação à Pascoa. PÁGINA
REAVIVADOS pelo amor de Jesus
Em todas as Regiões Episcopais, a Arquidiocese de Belém realizou vasta programação nos retiros espirituiais: Missas, louvor, Adoração ao Santíssimo e pregações. PÁGS. 6 E 7
Romaria do Terço das MULHERES
Tema ‘Terço das Mulheres: vocacionadas como Maria!’ e lema ‘Mães que rezam e partilham pelos filhos’ , evento ocorre em março. PÁGINA 02
Mensagem para a QUARESMA
Um convite a pôr-se a caminho no seguimento de Jesus para aprofundar e acolher o seu mistério de salvação. É o que afirma o Papa em sua Mensagem para a Quaresma. PÁGINA 12
CNBB inicia CAMPANHA da Fraternidade
Aberta dia 22 de fevereiro em Brasília, a campanha mobiliza a Igreja e sociedade para dar atenção especial à questão da fome, mais uma vez em evidência. Dia 25, a abertura oficial da campanha na Arquidiocese de Belém. PÁGINA 8
PE. FLORENCE DUBOIS FUNDADOR www.fundacaonazare.com.br ARQUIDIOCESE DE BELÉM ANO CX - Nº 1073 - PREÇO AVULSO: R$2,00 O JORNAL CATÓLICO DA FAMÍLIA BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023
DIVULGAÇÃO
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n MISSA na Quarta-feira de Cinzas é celebrada em todo mundo, iniciando a Quaresma na Igreja
UIZ ESTUMANO
PE. HELIO FRONCZAK
heliofronczak@gmail.com
IMAGEM E MENSAGEM
Unidos para não cair
Observe a imagem. Os três carregam a mesma cruz e, no trajeto, encontram um grande buraco. O que fazer para passar para o outro lado? A imagem apresenta uma solução muito interessante. Porque os três permanecem unidos, eles conseguem passar para o outro lado, pois os três se ajudam quando chega a vez
de um passar pelo buraco. Estamos todos nós ligados uns aos outros na vivência da fé cristã na comunidade onde participamos. E, com certa frequência, quando surge alguma dificuldade (pode ser em nível pessoal, ou comunitário) a pessoa se afasta da comunidade. E por se afastar, sozinho, não consegue ir adiante: cai no buraco. As lições
são evidentes: 1. Se permanecemos unidos ninguém cai; 2. Importante é não afastar-se dos irmãos; 3. Confiar que os irmãos estão prontos para ajudar. E poderíamos continuar a enumerar ainda outras lições. Mais um exemplo da importância da sinodalidade. Se permanecermos unidos, caminharemos juntos, e certamente chegaremos à meta.
SÍNODO 2021-2024: encerrados os encontros fase continental do evento
Dois eventos da fase continental do Sínodo sobre a Sinodalidade foram concluídos na última sexta-feira, 17 de fevereiro. Em San Salvador, capital de El Salvador, foi realizado primeiro dos quatro encontros da América Latina e do Caribe. E em Bethânia – Harissa, no Líbano, ocorreu a Assembleia Sinodal Continental das Igrejas Católicas no Oriente Médio.
MÉXICO E AMÉRICA CENTRAL
O Conselho Episcopal
Latino-Americano e Caribenho (Celam) organizou quatro encontros para a fase continental do Sínodo na região de sua abrangência. O primeiro compreendeu o México e os países da América Central. A sede foi a terra de São Oscar Romero, El Salvador.
O encontro seguiu o método da conversa espiritual, que segundo irmã Maria Dolores Palencia, facilitadora do encontro, “quer nos conduzir a um profundo discernimento e nos ajuda a escutarmo-nos uns aos outros sem debater, sem responder, sem nos querer
convencer, e a permitir que esta escuta entre no nosso coração e nos faça mover algo no nosso coração através das palavras de todos”.
O arcebispo de Trujillo, no Peru, e presidente do Celam, dom Miguel Cabrejos, ressaltou a presença do Espírito Santo, decisiva nas atividades, “pois sem ele estes encontros eclesiais não seriam possíveis, ele ilumina-nos, inspira-nos, fortalece-nos”.
A partir das partilhas de experiências pastorais na região, surgiram indicações para continuar a procurar os meios para ouvir mais os jovens, para lembrar que as mulheres têm uma contribuição a dar, o cuidado das famílias, a centralidade de Jesus Cristo nesse caminho, a importância de uma oração enraizada na realidade e que tenha em conta os sinais dos tempos, a atenção e a escuta das periferias, daqueles que estão longe, abrindo-lhes espaço para os acolher.
Também foi apontada a necessidade de uma Teologia da Ministerialidade Batismal e da incorporação
na Igreja de mecanismos e estruturas que permitam continuar a viver e a avançar a sinodalidade, com maior participação dos leigos e das mulheres nos espaços de decisão.
ORIENTE MÉDIO
O evento no Líbano reuniu as sete Igrejas da região, representadas pelos patriarcas e delegações provenientes do Egito, Síria, Jordânia, Terra Santa, Iraque, Líbano e Estados do Golfo. Também estiveram presentes o secretário geral do Sínodo, cardeal Mario Grech; o relator geral da próxima Assembleia Geral do Sínodo, cardeal Jean-Claude Hollerich; e a subsecretária da Secretaria Geral do Sínodo, irmã Nathalie Becquart. No documento, os participantes destacaram elementos positivos que unem as Igrejas e estabelecem a sua presença como Igreja de esperança nos países do Oriente Médio, “apesar de ser uma presença no coração das adversidades, como uma Igreja que desafia uma realidade que se impõe”.
Também foram reforçadas as intuições que surgiram das escutas: Unidade na diversidade, a importância do papel e da missão da mulher na Igreja e sua participação no processo de tomada de decisão e no serviço, apelo a um ecumenismo criativo e renovado e o estímulo ao diálogo ecumênico. Ganharam destaque também o pedido para “a missão, o testemunho e as estruturas renovadas para uma Igreja mais sinodal”, assim como “uma pastoral especializada para as famílias, mulheres e jovens”.
A declaração final também destacou “a importância dos meios de comunicação e da
cultura digital como uma ferramenta de comunicação eficaz nas mãos da Igreja para transmitir sua mensagem de maneira mais completa”.
ORAÇÃO E SOLIDARIEDADE Os dois encontros foram momentos de oração por realidades próprias enfrentadas pela Igreja em cada região. Na América Latina, preces pela situação de cristãos presos e deportados na Nicarágua. Já no Oriente Médio, os participantes se concentraram nas consequências do terremoto, “evento doloroso e comovente” e elevaram “orações diárias pelas vítimas, feridos e deslocados nas áreas afetadas”.
SANTUÁRIO de Aparecida receberá Romaria Nacional do Terço das Mulheres
Com informações agência Gaudium Press. Após reunir mais de 70 mil devotos no último final de semana, quando foi realizada a XV Romaria do Terço dos Homens, o Santuário Nacional de Aparecida está se preparando para receber a X edição da Romaria Nacional do Terço das Mulheres.
O evento, que seguirá o tema ‘Terço das Mulheres: vocacionadas como Maria!’ e lema ‘Mães que rezam e partilham pelos filhos’, será realizado entre os dias 10 a 12 de março próximos. O objetivo da iniciativa é o de aproximar as mulheres de Deus e de Nossa Senhora Aparecida através da oração.
As mulheres do terço
que não puderem comparecer ao Santuário Nacional de Aparecida, poderão acompanhar a Romaria Nacional do Terço das Mulheres pelo Aparecida Ao Vivo, aplicativo Aparecida e em toda Rede Aparecida de Comunicação.
FÉ E DEVOÇÃO
Segundo um texto divulgado no website do Santuário Mariano, “o Terço das Mulheres é um exemplo de Fé e devoção. A oração do terço, além de nos conduzir para a oração, leva-nos a meditar sobre os principais mistérios da redenção que Cristo nos oferece”.
“Com a meditação do mistério redentor, também
lembramos Maria de Nazaré, que assumiu a maternidade divina fazendo a vontade de Deus, dando-nos o Salvador. Este foi o jeito que o Pai escolheu para nos dar seu único Filho”, conclui.
PROGRAMAÇÃO
A programação será iniciada às 18h da sexta-feira, 10 de março, com a Missa de Abertura celebrada na Basílica Histórica. Em seguida será realizada a Procissão Luminosa até o Monumento do Perpétuo Socorro.
Na manhã do dia seguinte, 11, a programação terá início às 08h no altar Central da Basílica, quando será recitado o Santo Rosário. Às 09h será celebrada uma
n TEMA: 'Terço das Mulheres: vocacionadas como Maria!’ Missa Solene. No período da tarde, às 14h15, será recitado o Santo Rosário e a Consagração. A X Romaria
do Terço das Mulheres será encerrada no domingo, 12 de março, através da celebração da Missa de envio.
2 OPINIÃO BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023 Fundado em 5 de julho de 1913 FUNDADOR Pe. Florence Dubois, barnabita PRESIDENTE Dom Alberto Taveira Corrêa Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará VICE-PRESIDENTE Dom Antônio de Assis Ribeiro Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belém do Pará DIRETOR GERAL Cônego Roberto Emílio Cavalli Junior DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO Marcos Aurélio de Oliveira DIRETOR DE COMUNICAÇÃO Mário Jorge Alves da Silva DIRETOR DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS Alan Monteiro da Silva COORDENAÇÃO Bernadete Costa (DRT 1326) CONSELHO DE PROGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO Cônego Roberto Emílio Cavalli Junior - Presidente DIAGRAMAÇÃO Greison Dias Carvalho Assinaturas, distribuição, administração e redação Av. Gov. José Malcher, Ed. Paulo VI, 915 CEP: 66055-260 - Nazaré, Belém - PA ARQUIDIOCESE DE BELÉM-PARÁ Tel.: (91) 4006-9200/ 4006-9209. Fax: (91) 4006-9227 Redação: (91) 4006-9200/ 4006-9238/ 4006-9239/ 4006-9244/ 4006-9245 Site: www.fundacaonazare.com.br E-mail: voz@fundacaonazare.com.br Um veículo da Fundação Nazaré de Comunicação CNPJ nº 83.369.470/0001-54 Impresso no parque gráfico de O Liberal FUNDAÇÃO NAZARÉ DE COMUNICAÇÃO
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A graça do tempo QUARESMA
"Eis o tempo de conversão, eis o dia da salvação!
Ao Pai voltemos, juntos andemos! Eis o tempo de conversão! Os caminhos do Senhor são verdade, são amor, dirigi os passos meus, em vós espero, ó Senhor! Ele guia ao bom caminho quem errou e quer voltar, ele é bom, fiel e justo, ele busca e vem salvar. Viverei com o Senhor, ele é o meu sustento, eu confio, mesmo quando minha dor não mais aguento!
Tem valor aos olhos seus meu sofrer e meu morrer, libertai o vosso servo e fazei-o reviver!” Com este canto litúrgico, queremos refletir e assumir novos compromissos na Quaresma que se inicia.
O ritmo da vida cris-
tã é marcado pelos tempos litúrgicos, com os quais o mesmo mistério de Cristo, Morto e Ressuscitado, se descortina diante dos olhos da fé, sempre rico e fecundo, de modo a alimentar todos os homens e mulheres de fé. Como numa dança sublime, este ritmo é marcado por tempos mais fortes, como acontece agora com a Quaresma que se ini-
cia. Queremos entrar numa quarentena especial e receber o remédio advindo da penitência, revendo corajosamente os rumos de nossa existência. É oportunidade preciosa para refazer as nossas escolhas, tendo como ponto de referência o fato de que Deus nos ama de verdade. A prova é o envio de seu Filho amado, que se abaixou, visitando todas as profundezas do mistério humano, para iluminar todos os seus recantos, resgatando os que foram feitos escravos do pecado, a fim de viverem a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. “Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão! Pedimos pela intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez (Cf. Lc 1, 48), confessandose a humilde serva do Senhor” (Cf. Lc 1, 38; Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2016). Abrese, pois, o caminho de preparação para a Páscoa. E Quaresma é tempo de conversão: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Cf. Mc 1,14-15). Todos somos convidados a renascer em Cristo com mudança de mentalidade e de atitudes. “Ao Pai voltemos, juntos andemos! Eis o tempo de conversão!” Voltar-nos para o Pai, reconhecendo que somos filhos amados. Trata-se de acolher o abraço misericordioso do Pai, cujo olhar cheio de compaixão olha as curvas das estradas da vida, ansioso pelo retorno do filho, do qual nunca se esqueceu.
Todos nós e todos juntos somos chamados a nos ajudar mutuamente no caminho de volta, pois conversão é sempre ape-
lo atual, enquanto estivermos na peregrinação terrena.
“Os caminhos do Senhor são verdade, são amor, dirigi os passos meus, em vós espero, ó Senhor!” Um olhar honesto e reto indicará, com toda certeza, as correções de rotas a serem feitas durante a Quaresma. Uma delas será a busca da reconciliação e o exercício do perdão, sempre ajudada pelo Sacramento da Penitência, com o qual se restaura a vida marcada pelo pecado, conduzindo à vivência eucarística, pois “ele guia ao bom caminho quem errou e quer voltar, ele é bom, fiel e justo, ele busca e vem salvar”! Assim fazendo, nosso olhar será de maior esperança diante dos desafios de nosso tempo.
“Viverei com o Senhor, ele é o meu sustento, eu confio, mesmo quando minha dor não mais aguento!” Nossos pés podem ficar machucados pelas agruras das estradas. Ninguém pretenda ser suficientemente forte para enfrentá-las, pois só a graça de Deus é auxílio para enfrentar as dores físicas, psicológicas e espirituais que a vida oferece. Seguindo com Cristo sua Via Sacra, aprenderemos de novo a transformar dor em amor, oferecendo tudo, em união com o seu sacrifício, pois “tem valor aos olhos seus meu sofrer e meu morrer”. Por isso suplicamos confiantes: “Libertai o vosso servo e fazei-o reviver!”
Com este espírito de penitência e conversão, o tempo forte da Quaresma pede de todos nós três práticas de vida cristã (Cf. Mt 6,1-6.16-18). Intensificar a vida de oração, seja pessoal ou comunitária, participar da Eucaristia e procurar o Sacramento da Penitência durante a Quaresma. Depois, para educar os nossos sentidos, exercitar a mortificação, a abstinência e o jejum. Se
muitas pessoas passam por processos de regimes ou dietas por motivos de saúde ou razões estéticas, nós o fazemos como caminho de educação e equilíbrio de nossos instintos e de nosso temperamento, para que este seja controlado pelo Espírito Santo. Terceira prática é a prática da caridade com os irmãos, que vai além do que muitas vezes entendemos por “esmola”.
Para isso, a Igreja Católica no Brasil inteiro realiza na Quaresma a Campanha da Fraternidade (“Fraternidade e fome”, com o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” – Mt 14,16).
A Campanha sempre trata de assuntos graves, urgentes e de interesse do bem comum na sociedade. Ela não nos dispensa de viver a Quaresma e sua Liturgia. Neste ano somos chamados a renascer na responsabilidade de prover alimento aos irmãos que passam fome. As estatísticas mostram que mais de trinta e três milhões de brasileiros sofrem fome. O objetivo geral da Campanha da Fraternidade é sensibilizar a nós, à Igreja e a sociedade para enfrentar o flagelo da fome é nos comprometer a transformar essa realidade a partir do Evangelho de Cristo. E desejamos contribuir para desvendar as causas da fome no Brasil, acolher a Palavra de Deus e nos comprometer à corresponsabi-
lidade fraterna, investir em gestos concretos individuais e comunitários para superar a miséria e a fome, incentivar a agricultura familiar e a produção de alimentos e exigir políticas públicas de alimentação, garantindo que todos tenham vida. Tudo isso vai reforçar o espírito comunitário dos cristãos, e comprometê-los em favor da vida e reavivar a consciência da responsabilidade de cada um na construção de uma sociedade justa e solidária.
A Campanha da Fraternidade tem propostas muito concretas para cada um de nós. Aqui estão algumas, que podem ser ampliadas com nossa criatividade: Partilhar o pouco ou o muito que temos com o faminto e o necessitado; jejuar, e o que se economizou, dar aos famintos; colaborar nas campanhas de arrecadação de alimentos; abolir o desperdício de alimentos, pois o que jogamos fora faz falta na mesa dos mais pobres; fazer doação significativa no Domingo de Ramos, sabendo que sessenta por cento da coleta ficam na Arquidiocese para assistência aos pobres; cobrar Políticas Públicas contra a fome do Município, do Estado e do país; participar de projetos, como aqueles que são organizados pela Cáritas, com cozinhas comunitárias, hortas comunitárias e domésticas, envolvendo o município
no fornecimento de terra própria, de mudas, de adubo orgânico; incentivar o voluntariado em ações sociais concretas contra a fome; educar para a solidariedade nas escolas, colégios e universidades; incentivar a produção diversificada e a compra direta do produtor para escolas; lembrar sempre a Palavra de Jesus: “Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!”
(Mt 25,40)
Intensificar a vida de oração, seja pessoal ou comunitária, participar da Eucaristia e procurar o Sacramento da Penitência durante a Quaresma
CONVERSA COM MEU POVO
3 ARCEBISPO BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023 3LIVROS Quaresma é tempo de conversão
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
DOM ALBERTO TAVEIRA CORRÊA
Queremos entrar numa quarentena especial e receber o remédio advindo da penitência, revendo corajosamente os rumos de nossa existência
n A IGREJA Católica no Brasil realiza na Quaresma a Campanha da Fraternidade
“Procedei como filhos da luz. E o fruto da luz é toda espécie de bondade e de justiça e de verdade .”
Paulo escreve à comunidade de Éfeso, uma grande e imponente cidade da Turquia, onde tinha vivido, batizando e evangelizando.
Agora, por volta do ano 62, provavelmente ele está em Roma, como prisioneiro. Sua situação é de sofrimento. Mesmo assim, ele escreve a esses cristãos, não tanto para resolver os problemas da comunidade, quanto para anunciar-lhes a beleza do projeto de Deus para a Igreja nascente. Ele lembra aos efésios que, pelo dom do batismo e da fé, eles passaram da situação de “ser trevas” para a de “ser luz”, e os encoraja a se comportarem de forma coerente.
Para Paulo, trata-se de percorrer um caminho, de crescer, constantemente, no conhecimento de Deus e da sua amorosa vontade,
recomeçar, dia após dia. Portanto, quer exortá-los a viverem na vida cotidiana de acordo com o chamado que receberam: serem “imitadores de Deus como filhos queridos1: santos, misericordiosos.
“Procedei como filhos da luz. E o fruto da luz é toda espécie de bondade e de justiça e de verdade .”
Também nós, cristãos do século XXI, somos chamados a “sermos luz”. Mas podemos nos sentir inadequados, condicionados pelas nossas limitações ou dominados pelas circunstâncias externas.
Como, então, caminhar com esperança, apesar das trevas e das incertezas que às vezes parecem nos dominar?
Paulo continua nos encorajando: é a Palavra de Deus vivida que nos ilumina e nos torna capazes de “brilhar como Iuzeiros”2 nesta humanidade desnorteada.
“Como um outro
CHIARA LUBICH PALAVRA DE VIDA
Cristo, cada homem e cada mulher pode dar a sua contribuição [...] em todos os campos da atividade humana: na ciência, na arte, na política. [...] Se acolhermos a sua Palavra, estaremos cada vez mais sintonizados com os seus pensamentos, com os seus sentimentos, com os seus ensinamentos.
A Palavra ilumina todas as nossas atividades, retifica e corrige todas as expressões da nossa vida. [...] O nosso “homem velho” (cf. Rm 6,6) está sempre pronto a se fechar no seu próprio mundo, a cultivar os pequenos interesses pessoais, a se esquecer das pessoas que passam ao nosso Iado, a ficar indiferente diante do bem comum, das exigências da humanidade que nos rodeia. Portanto, vamos reacender no nosso coração a chama do amor, e assim teremos olhos novos para ver o que acontece ao nosso redor”3.
“Procedei como filhos da luz. E o fruto da luz é toda espécie de bondade e de justiça e de verdade .”
A luz do Evangelho vivido por indivíduos e comunidades traz esperança e fortalece os laços sociais, inclusive quando calamidades como a Covid 19 causam sofrimento e agravam as situações de pobreza.
Nas Filipinas, como nos conta Júlio, no auge da pandemia, uma comunidade foi devastada por um incêndio e muitas famílias perderam tudo: “Apesar de sermos pobres, minha esposa Florinda e eu sentíamos um grande desejo de ajudar. Eu compartilhei essa situação com o grupo de motociclistas do qual faço parte, mesmo sabendo que eles estavam sofrendo como nós. Isso não impediu que meus amigos ar- regaçassem as mangas: arrecadamos sardinha em lata, macarrão, arroz e outros alimentos, que doamos às vítimas do incêndio.
Muitas vezes, minha esposa e eu nos sentimos desencorajados ao pensar naquilo que o futuro reserva para nós, mas sempre nos lembramos da frase do Evangelho que diz: ‘Quem quiser salvar sua vida a perderá; mas quem perder sua vida por causa de mim e do Evangelho, a salvará’4. Embora náo sejamos ricos, acreditamos que sempre temos algo a compartilhar por amor a Jesus no outro. É esse amor que nos impulsiona a continuar a doar com sinceridade e a confiar no amor de Deus”.
Trata-se, portanto, de se deixar iluminar no fundo do coração.
Os bons frutos deste caminho — bondade, justiça e verdade — agradam aos olhos do Senhor e dão testemunho da vida sublime do Evangelho, mais do que qualquer discurso.
E não esqueçamos o apoio que recebemos de todos aqueles com os quais compartilhamos esta “Santa Viagem” da
vida. O bem que recebemos, o perdão mútuo que experimentamos, a partilha de bens materiais e espirituais que podemos viver: tudo isso são ajudas preciosas, que nos abrem à esperança e nos tornam testemunhas.
Jesus prometeu: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos5.
Ele, o Ressuscitado, fonte de nossa vida cristá, está sem- pre conosco na oraçáo comum e no amor recíproco, aque- cendo nosso coração e iluminando nossa mente.
LETIZIA MAGRI
1Cf. F/ 5,1.
2Cf. FI 2,15.
3LUBICH, Chiara, Cidadania de amor, Palavra de Vida, setembro de 2005.
4Cf. /\4C 8,35.
5Cf. Mt 28,20.
CAMPANHA MISSIONÁRIA 2023 é pauta em reunião de planejamento
Foi realizada na manhã da sexta, 17 de fevereiro, reunião da equipe das Pontifícias Obras Missionárias (POM) com a Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial
da CNBB, buscando projetar a Campanha Missionária deste ano. O tema escolhido para o mês missionário em 2023 será “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo” e o lema “Corações ardentes,
pés a caminho”. O encontro teve o objetivo de avaliar a Campanha Missionária de 2022, apresentando os resultados da pesquisa on line de avaliação realizada a partir do site das POM.
Durante o encontro também foi apresentado o trabalho do Setor de Comunicação das POM para a nova arte visual da Campanha Missionária de 2023. Os participantes refletiram sobre as
PADRE ROMEU FERREIRA
Formado em Exegese pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (romeufsilva@gmail.com)
HOMILIA DOMINICAL
temáticas que serão apresentadas na novena missionária, tendo como sujeito principal a animação missionária advinda das Igrejas Locais, reforçando sua importância e participação na consciência
da missão Ad Gentes. A novena missionária também vai apresentar os sujeitos da missão universal, destacando o protagonismo dos leigos, vida religiosa e consagrada, diáconos, padres e bispos.
LITURGIA
A)Texto: Mt4,1-11
1O Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
2Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, depois disso, teve fome. 3Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!”
4Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’”. 5Então o diabo levou Jesus à cidade santa, colocou-o sobre a parte mais alta do templo 6e lhe disse: “Se é Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. 7Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus!’” 8Novamente, o diabo levou Jesus
para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua gloria 9e lhe disse: “Eu te darei tudo isso se te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. 10Jesus lhe disse: “Vaite embora, satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a ele prestarás culto’”. 11Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus.
B) COMENTÁRIO É tempo penitencial. A tentação marca o itinerário humano. Ninguém se livra dela; o próprio Filho de Deus teve tal impacto. Ela é consequência de nossa liberdade. O que se requer é pedir a ajuda ao Pai, em não “cair na tentação” (Painosso/ Lc 11,4).
O tentador tem o nome de ‘diabo’, que significa ‘aquele que divide’. Jesus está unido ao Pai (Jo 10,30), e roga pela unidade (Jo 17,20-23). Quem fo-
menta a discórdia, vem com ação diabólica.
O diabo tenta usando as necessidades naturais das pessoas: ao frio a tentação é o cobertor; para a sede é a água; e para a fome é a comida. Após uma quaresma de jejum (v 2), o inimigo desafia: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães” (v 3).
Ele afronta Jesus em três tentações: a do poder; a do ter; e a do ser. São três tentações, como as três investidas ao profeta Balaão no Antigo Testamento (Nm 22-24).
Ao poder miraculoso de transformar situações (pedra=pão), Jesus responde: ‘Não só de pão vive o homem’; e completa: “mas de toda palavra que sai da boca de Deus’(v 4). Há pessoas que dizem não participarem da missa por não poderem comungar (o pão eucarístico); é uma tentação já que (o pão da palavra)
o cristão se nutre da palavra vivificante na liturgia: “Tens palavras de vida eterna” (Jo 6, 68). É melhor nutrir-se por uma das vias ofertadas pelo Senhor, do que falir por inanição.
A tentação do ter, está contra os valores da virtude da pobreza. E o pobre é rico na partilha: “Quanto menos temos, mais podemos dar” (Teresa de Calcutá).
E o “querer ser o tal” é a tentação do orgulho e da autossuficiência, rebatida por Jesus, com veemência (v 10), pois Jesus sabe que o diabo pretende desviar da meta da vida com Deus.
Estamos expostos às tentações.
Nem todo o que cita a Bíblia está com Jesus; pode ser a tentação simulando o caminho do bem, pois até o diabo cita a Escritura.
Estejamos atentos com as tentações que nos vêm no dia a dia com a aparência da verdade.
n 24/02 – SEXTA-FEIRA
Cor: Roxo
1ª Leitura - Is 58,1-9a
Salmo - Sl 50,3-6a.18-19
Evangelho - Mt 9,14-15
n 25/02– SÁBADO
Cor: Roxo
1ª Leitura - Is 58,9b-14
Salmo - Sl 85,1-6
Evangelho - Lc 5,27-32
n 26/02 – DOMINGO
Cor: Roxo
1ª Leitura - Gn 2,7-9.3,1-7
Salmo - Sl 50,3-6a.12-14.17
2ª Leitura - Rm 5,12-19
Evangelho - Mt 4,1-11
n 27/02 – SEGUNDA-FEIRA
Cor: Roxo
1ª Leitura - Lv 19,1-2.11-18
Salmo – Sl 18,8-10.15
Evangelho - Mt 25,31-46
n 28/02 – TERÇA-FEIRA
Cor: Roxo
1ª Leitura - Is 55,10-11
Salmo - Sl 33,4-7.16-19
Evangelho - Mt 6,7-15
n 01/03 – QUARTA-FEIRA
Cor: Roxo
1ª Leitura - Jn 3,1-10
Salmo - Sl 50,3-4,12-13.18-19
Evangelho - Lc 11,29-32
n 02/03 - QUINTA-FEIRA
Cor: Roxo
1ª Leitura - Est 4,17
Salmo - Sl 137,1-3.7-8
Evangelho - Mt 7,7-12
IGREJA 4 BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023
SETORJUVENTUDE
DOM ANTÔNIO DE ASSIS RIBEIRO
LIDERANÇA e espírito de iniciativa (parte 4)
INTRODUÇÃO
Outro grande desafio que percebemos em nossas paróquias, comunidades, grupos, movimentos e, entre tantas outras, em relação aos líderes, é a questão da carência de espírito de iniciativa. Estamos diante de uma questão muito delicada porque denuncia o perfil negativo de um líder. O que se espera de um líder é que, diante de cada situação e no seu justo momento, tenha coragem de tomar iniciativas.
O que significa to-
são pessoal em vista de encaminhar processos como resposta a uma situação concreta. O espírito de iniciativa é a atitude através da qual o líder manifesta seu zelo, diligência e predisposição para empreender, mobilizando seus liderados.
O espírito de iniciativa é, com outras palavras, a capacidade do líder de tomar providência, assumindo atitudes necessárias e cabíveis, dentro de suas atribuições e competências, para resolver uma situação. A priori, nem sempre, o líder tem a função de resolver as questões que surgem e os problemas que aparecem. Mas sempre lhe cabe o dever da iniciativa de despertar os liderados para a realidade estimulando a buscar respostas conjuntas.
Isso significa que o líder é chamado continuamente a exercitar-se na capacidade de interferência, de intervenção, de acompanhamento e de propositividade.Essas são atitudes naturalmente atribuídas ao líder, porque assumiram a responsabilidade de serem guardiões, sentinelas e comandantes dos liderados. Ora, o que se pede de todo líder que assumiu essas funções é que não tem uma postura sonolenta, indolente, insensível, dormente, acomodada.
mar iniciativa? O que é necessário para que um líder possa crescer na capacidade de iniciativa? O que acontece quando um líder não tem espírito de iniciativa? Quando o espírito de iniciativa, se torna um problema? Estamos diante de uma característica muito importante de todo líder que vale a pena ser refletido e aprofundado.
1O que significa espírito de iniciativa?
Espírito de iniciativa é a capacidade de dar o primeiro passo em vista de resolver uma situação; é manifestação da capacidade de tomar decisão. Aliás, toda iniciativa é sempre consequência de uma tomada de deci-
O espírito de iniciativa é ainda a atitude através da qual o líder manifesta sua paixão, sua sensibilidade, sua inquietude. Portanto, não é bem-vindo um líder que nunca toma atitude, medroso, passivo, neutro, apático e inerte diante de tudo aquilo que acontece ao seu redor. O bom líder é chamadoa não cruzar os braços diante dos problemas e nem permanecer calado quando é necessária uma palavra de advertência, orientação, estímulo e gratidão.
Nos Atos dos Apóstolos 2,14-33, encontramos um exemplo muito significativo de espírito de liderança.
Pedro, de pé, junto com os onze discípulos, levanta a voz, fala à multidão (cf. At 2,14). A iniciativa da manifestação de Pedro é uma atitude que
n O ESPÍRITO de iniciativa é dinamismo espiritual, mental, racional
revela sua firme liderança; trata-se de uma postura que sempre tomará nos momentos solenes, em situações de conflito, em momentos de discernimento e em outras circunstâncias. Ele encarna as atitudes de Jesus na liderança e no espírito de iniciativa diante dos seus discípulos. Pedro, líder, é autoridade, tem entusiasmo, fica de pé e fala com voz alta. Essa descrição revela uma atitude de coragem, de firmeza, de consciência da própria liderança gerindo o direitodever de posicionar-se em nome da comunidade dos discípulos. O líder movido pela consciência da missão recebida é aquele que “se levanta”, “toma iniciativa”, “fica em pé” e, também, de acordo com os contextos, deve ter a coragem de “levantar a voz” diante dos desafios; ou seja, que age com segurança, clareza, que não foge por medo; o líder é aquele que zela pela comunhão do grupo em torno de um mesmo projeto de vida.
2Espírito de iniciativa e senso de cuidado Todo bom líder é cuidadoso e por isso, toma boas iniciativas diante dos seus liderados porque não quer perdê-los e nem ver nenhuma forma de prejuízo se infiltrando no grupo. Daí vem a sua inquietu-
de, seu zelo, sua solicitude, sua prontidão em manifestar-se despertando a todos, colocando-os na situação de alerta e cientes de tudo. A inquietude é muito mais do que não estar sossegado, muito mais do que movimentação física, é na verdade, algo interior, psicológico, mental, afetivo, espiritual.
O espírito de iniciativa é dinamismo espiritual, mental, racional; é um permanente estado de alerta que, não só observa as necessidades e as ameaças, mas também significa atenção sobras conveniências, possibilidades, oportunidade, sonhos. Pessoas com espírito de iniciativa, não só se preocupam em dar resposta aos problemas, mas sobretudo estão atentas à manutenção do bem dos liderados (o grupo, a comunidade, a instituição), bem como, o seu crescimento.
Muitas vezes, nossas comunidades, grupos, movimentos não crescem com mais pujança, porque seus líderes não dão passos novos, não conseguem perceber oportunidades para novas iniciativas, novas conquistas, não ousam buscar novos horizontes, não enfrentam os problema reais, não almejamo desenvolvimento e nem a significatividade.
É típico do senso do cuidado, o desejo de
dismo, surgimento de outroslíderes que agem paralelamente, concorrência, desorientação, desorganização, conflitos de competências, desordem, desânimo, pessimismo.
não perder, por isso vamos encontrar diversas vezes, nas atitudes do bom Pastor, a clareza do espírito de iniciativa (cf. Ez 34,1-17;Jo 10,1-17).
Dessa forma o espírito de iniciativa pressupõe clareza e consciência da missão recebida, generosidade, coragem, dedicação, bravura, ousadia. Por outro lado, descartase apatia, o medo de errar e de arriscar. Como bem nos diz São João evangelista: o amor supera o medo (cf. 1Jo 4,18). O senso de cuidado é permeado pela preocupação preventiva. Quem tem sensibilidade preventiva se antecipa, tem espírito de iniciativa, chega antes do estouro dos problemas, evita que o mal aconteça. Não há sensibilidade preventiva sem espírito de iniciativa, porque a preocupação preventiva busca evitar o surgimento dos problemas.
3Consequências da falta de iniciativa
Onde há falta de espírito de iniciativa os males aparecem com forte poder de destruição. Num grupo ou instituição que sofre pela carência de iniciativa de seus líderes encontramos problemas semelhantes como a dispersão, falta de senso de corresponsabilidade, como-
Todos esses males representam tudo aquilo que é natural do serviço de liderança. A falta do espírito de iniciativa, corresponde à ausência de liderança; uma vez que o espírito de iniciativa pressupõe o exercício da subjetividade do líder, a ausência da mesma acusa a insignificância do mesmo. É típico de quem não é líder, não tomar iniciativas; mas só agir quando é estimulado, mandado, motivado, empurrado.A carência do espírito de iniciativa de um líder, contribui para o subdesenvolvimento do grupo, atitude esta que não estimula à busca de melhores qualidades de vida e de superação de males. Todavia, o espírito de iniciativa, para ser justo e harmonioso, precisa de parâmetros orientativos. É isso que iremos refletir no próximo texto.
PARA A REFLEXÃO
PESSOAL:
1O que é o espírito de iniciativa?
2Como é o perfil de uma pessoa sem espírito de iniciativa?
3Quais são as consequências da falta de espírito de iniciativa?
O que se espera de um líder
5 BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023 MUNDO JUVENIL
E A FÉ CRISTÃ Bispo Auxiliar de Belém (domantoniodeassis@arqbelem.org)
Todo bom líder é cuidadoso e por isso, toma boas iniciativas diante dos seus liderados porque não quer perdê-los e nem ver nenhuma forma de prejuízo se infiltrando no grupo
O espírito de iniciativa é ainda a atitude através da qual o líder manifesta sua paixão, sua sensibilidade, sua inquietude
BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023
Toda a família em oração e RETIRO espiritual
EXTENSA programação envolveu fiéis na Arquidiocese de Belém pelas Regiões Episcopais
AArquidiocese de Belém realizou os retiros esspirituais com Cristo no perído de 18 a 21 de fevereiro em diversos ambientes em Belém e municípios da Região Metropolitana, como: Ananindeua, Marituba e Benevides. A programação envolveu as comunidades diocesanas das oito Regiões Episcopais para um encontro especial com Deus. A extensa programação teve o objetivo de propiciar aos partici-
pantes a plena alegria de estar na presença de Jesus, durante o fim de semana prolongado.
As forças vivas da Igreja de Belém prepararam as atividades de forma que os fiéis pudessem permanecer o maior tempo diante do Senhor nesse encontro especial, informou a Arquidiocese. A oportunidade do encontro com Deus permitiu aos fiéis experimentar a verdadeira alegria de estar na presença viva e real
do amor de Deus através da música, louvor e oração, a Santa Missa e também a Adoração ao Santíssimo Sacramento, além de pregações baseadas nas Sagradas Escrituras.
TODA A FAMÍLIA
A programação buscou também o envolvimento de toda a família nos retiros. Muitos dos espaços ofertaram um lugar adequado ao encontro das crianças, com atividades próprias para elas.
ARQUIDIOCESE 6
FOTOS: LUIZ ESTUMANO
n ADORAR o Senhor - tempo especial
n AVIVA animação da juventude pelos diversos retiros realizados
n CAMINHO de oração e confiança no Senhor
n JUVENTUDE também teve a oportunidade de refletir a caminhada na Igreja
n ALEGRIA E ATENÇÃO - misto de sentimentos na meditação da vida diante de Deus
As Regiões Episcopais em festa com os FIÉIS
ORGANIZADOS pelas comunidades diocesanas, encontros animaram a Igreja de Belém
Organizada pelas paróquias, Movimentos e Novas Comunidades, a programação dos retiroros contou com celebrações eucarísticas, Adoração ao Santíssimo Sacramento, momentos de orações e reflexões da Palavra, palestras e muito louvor, de acordo com informações da Arquidiocese de Belém.
A programação é uma forma coletiva de
preparação do povo de Deus para a Quaresma, que inicia na QuartaFeira de Cinzas (22) e segue até o Domingo de Ramos (2 de abril), período recomendado para prática da penitência, caridade, jejum e reflexão em preparação para Páscoa do Senhor no dia 9 de abril.
Os bispos da Arquidiocese de Belém estiveram presentes nas atividades iniciadas no dia 18 e encerradas dia
21 de fevereiro.
Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém, e seu Bispo Auxiliar, Dom Antônio de Assis Ribeiro, presidiram Missa em alguns dos retiros, assim como prestigiaram programações nas oito Regiões Episcopais.
A Rede Nazaré de Televisão e mídias sociais da Fundação transmitiram parte dos eventos realizados.
n
para Cristo, a meta dos grupos
n
o chamado acolhido por gerações
ENCHEI-VOS a certeza de que no coração, o lugar especial era de Jesus
7 IGREJA BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023
FOTOS: LUIZ ESTUMANO
n ARCEBISPO Dom Alberto presidindo uma das Missas
RENASCER
RENOVAI-VOS!
n
n A ALEGRIA tomou conta dos retiros com Cristo em diversas partes da Arquidiocese de Belém
DIVULGAÇÃO
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FOTOS: LUIZ ESTUMANO
Inicia a QUARESMA: tempo é de conversão
TAMBÉM começa a mobilização da Igreja e da sociedade pela Campanha da Fraternidade
e redes sociais da instituição).
A cerimônia de lançamento da CF 2023 iniciou com a Missa na Capela N. Sra. Aparecida, na sede da CNBB, às 9h, presidida pelo secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado, e concelebrada pelos padres assessores da CNBB. Às 10h, dom Joel e o assessor do Setor de Campanhas da CNBB, padre Jean Poul Hansen, acolheram a imprensa às 11h no auditório D. Helder Câmara, sede da entidade.
(6 de abril), período recomendado à reflexão, conversão, prática de penitência e jejum, em preparação à Páscoa do Senhor, 9 de abril.
Na Arquidiocese de Belém foram celebradas ao longo do dia, 22 Missas com imposição das Cinzas nas paróquias das oito Regiões Episcopais, presidas por párocos e vigários de acordo com programação paroquial.
Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo de Belém, presidiu às 19h, na Catedral, já Dom Antônio de Assis Ribeiro, Bispo Auxiliar, conduziu às 12h, na Capela da Residência Episcopal, celebrações serão transmitidas pelos meios de Comunicação da Arquidiocese.
AConferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) concedeu entrevista coletiva à Imprensa, em Brasília, na Quartafeira de Cinzas, 22 de fevereiro, para o lançamento da Campanha da Fraternidade, cujo tema “Fraternidade e fome” e o lema “Dailhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16).
O objetivo da Cam-
panha da Fraternidade é sensibilizar a sociedade e a Igreja para enfrentar o flagelo da fome, por meio de compromissos que transformem essa situação à luz do Evangelho de Jesus Cristo. Esta será a terceira vez que a Campanha da Fraternidade tem como temática o combate à fome. O tema foi trabalhado em 1975, com o lema
RÁDIO NAZARÉ
FM 91 .3 MHZ
“Repartir o pão” e em 1985, “Pão para quem tem fome”.
A cerimônia de lançamento aconteceu às 10h, sendo transmitida ao vivo pelas redes sociais da CNBB https:// www.youtube.com/cnbbnacional e pelos meios de Comunicação da Arquidiocese de Belém (Rede Nazaré de Televisão – canal 30, Rádio Nazaré FM 91.3, Portal Nazaré
n QUARESMA 2023 PELA RÁDIO NAZARÉ FM
Neste período de preparação para a Páscoa do Senhor, a Rádio Nazaré apresenta o Retiro Quaresmal, de segunda a sexta-feira, de 27/02o a 31/03, das 9h às 10h. Cada dia será apresentado por um sacerdote – segunda-feira: Pe. Cledison Reis Comunidade Shalom);
terça-feira: Pe. Nilton Cezar Reis; quarta-feira:Ppe. Ivan Conceição; quinta-feira: Pe. Francisco Alves de Lima (Pe. Chicão); sexta-feira: Pe. Paulo João Fernandes.
Participe: 4006-9211 ou pelo whatsapp da Rádio Nazaré (91) 9.8814-0275.
TV NAZARÉ
CANAL 30.1
n ABERTURA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE EM BELÉM
A Igreja no Brasil lançou a Campanha da Fraternidade no dia 22 de fevereiro, em Brasília, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), momento transmitido ao vivo pelas emissoras de inspiração católica. A Arquidiocese de Belém en-
gaja-se à campanha no sábado, 25 de fevereiro, com a Missa de abertura oficial às 8h30, na Catedral, presidida pelo Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa. A Rede Nazaré de Televisão vai transmitir a celebarção ao vivo. Sintonize o canal 30.
PORTAL NAZARÉ
WWW. FUNDACAONAZARE. COM.BR
n MISSA DA FAMÍLIA NAZARÉ COM A PARTICIPAÇÃO DAS
PARÓQUIAS
Toda sexta-feira, a Fundação Nazaré de Comunicação realiza a missa da Família Nazaré com a participação das paróquias, gurpos e comunidades pertencentes a nossa arquidiocese. A celebração acontece a partir de 16h, na Capela Nossa Senhora de Naza-
ré, localizada na Avenida Governador José Malcher, 915, prédio da Cúria Metropolitana.
A celebração eucarística é transmitida, ao vivo, pelo Portal Nazaré (www.fundacaonazare. com.br) e pela nossa página no Facebook:/FNCBelem.
BELÉM - Na Arquidiocese de Belém, a abertura da Campanha será dia 25, com Missa às 8h30, na Catedral, presidida por Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo de Belém, concelebrada por Dom Antônio de Assis Ribeiro, Bispo Auxiliar, Monsenhor Paulo Andreolli, Bispo nomeado, e o clero arquidiocesano.
CINZAS - A Igreja iniciou a Quaresma na Quarta-feira de Cinzas, 22 de fevereiro e, encerra na Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa
VATICANO - Papa Francisco celebrou em forma de “Estações” romanas, às 16h30 (Roma), na Igreja de Sto. Anselmo no Aventino, liturgia da Statio, e procissão penitencial rumo à Basílica de Santa Sabina. A procissão com cardeais, arcebispos, bispos, monges beneditinos de Santo Anselmo, padres dominicanos de Santa Sabina e algu ns fiéis. Ao final da procissão, houve Missa com bênção e imposição das cinzas na Basílica Santa Sabina.
Comunicado sobre DISPENSA Sacerdotal
A Arquidiocese de Belém comunica que o senhor Maurício Dias do Mar recebeu da Sé Apostólica, após sua solicitação, a dispensa das suas obrigações sacerdotais, estando suspenso definitivamente do exercício do ministério presbiteral.
Por este motivo, não pode mais exercer qualquer função ligada ao sacerdócio Católico Apostólico Romano.
Belém do Pará, 17 de fevereiro de 2023. DOM ALBERTO TAVEIRA CORRÊA Arcebispo Metropolitano de Belém
BOA DICA
n MEDITAÇÕES SOBRE A PAIXÃO DO SENHOR Livro (PAULUS, R$ 14,40)
Afigura do irmão Charles de Foucauld (1858-1916) sempre exerceu em muitos, cristãos e não cristãos, grande fascínio. Sua mensagem espiritual nasce da imitação radical de Cristo, pobre e obediente à vontade do Pai. A obra é composta de 24 pequenos comentários sobre a Paixão do Senhor escritos por Charles de Foucauld em vista do crescimento espiritual a caminho da Páscoa. Você encontrará no apêndice do livro a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos.
n CONFESSAR... O quê? Por quê? Como? Cleiton Viana da Silva, Livro (Paulinas, R$ 20,00)
Preparar-se bem para a confissão não é fácil, mas é importantíssimo! Algumas perguntas nos acompanham sempre: por que confessar-se? Por que confessar-se com um padre e não diretamente a Deus? Como fazer a confissão, que tipos de pecado contar? Como entender o arrependimento e o propósito de mudança de vida? O livro Confessar... O quê? Por quê? Como? oferece, em linguagem simples e acessível, os principais elementos para organizarmos uma boa confissão. Escrito sob a forma de uma história, cujos personagens são uma turma de preparação para a Crisma, sua catequista e o padre responsável pela paróquia, ele ajuda o leitor a entender o que significa a confissão no conjunto da obra da salvação realizada por Cristo e o ministério sacerdotal, avaliar o tipo de arrependimento que nos leva à confissão e nosso propósito de conversão, além de pensar alguns modelos para o exame de consciência. O livro se destina especialmente ao público jovem, mas leitores de todas as idades encontrarão um grande auxílio para a vivência do sacramento da confissão
IGREJA 8 BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023
Papa fala sobre o AMOR extraordinário de Jesus
FRANCISCO: amor de Deus é um amor sempre em excesso, sempre para lá dos cálculos
Com informações agência Ecclesia. O Papa disse no domingo, 19, no Vaticano que os católicos devem superar a lógica comum dos “raciocínios utilitaristas” e assumir o risco do “amor gratuito”, procurando o “extraordinário”, como pede Jesus.
“Deus ama-nos enquanto somos pecadores, não porque somos bons ou capazes de dar algo em troca. O amor de Deus é um amor sempre em excesso, sempre para lá dos cálculos, sempre desproporcional. Hoje, também nos pede a nós para vivermos deste modo, porque somente
assim o testemunharemos verdadeiramente”, disse, da janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do ângelus.
Perante milhares de peregrinos presentes na Praça de São Pedro, onde era visíveis bandeiras portuguesas, Francisco refletiu sobre a passagem do Evangelho de São Mateus que é lida nas celebrações eucarísticas deste domingo (Mt 5,38-48), na qual Jesus “convida a dar a outra face a amar mesmo os inimigos”.
“Em geral (…) preferimos amar só quem nos ama, fazer o bem só a quem é bom conosco, ser generoso
só com quem pode restituir o favor; e a quem nos trata mal, respondemos com a mesma moeda. Assim estamos todos em equilíbrio”, advertiu.
O Papa sublinhou que, permanecendo neste equilíbrio entre dar e receber, “as coisas não mudam”.
“O amor de Deus é sempre extraordinário, isto é, vai além dos critérios habituais com os quais nós humanos vivemos as nossas relações”, insistiu.
Deus convida-nos a não responder o mal com o mal, a ousar no bem, a arriscar no dom, mesmo se recebermos pouco ou na-
da em troca. Porque é este amor que lentamente transforma os conflitos, diminui as distâncias, supera as inimizades e cura as feridas do ódio”.
Francisco questionou os presentes sobre a lógica que seguem na sua vida, “a da retribuição ou a da gratuidade”.
“O amor extraordi-
PAPA: “Leigos não são convidados da Igreja, estão em casa”
Com informações agência Ecclesia. O Papa Francisco pediu no sábado, 18, que “os leigos sejam leigos”, que possam, em “corresponsabilidade”, caminhar junto com os pastores porque “não são convidados na Igreja, estão em casa” e criticou a “ideologia” na Igreja que “aprisiona Jesus”.
“Esta corresponsabilidade vivida entre leigos e pastores permitirá superar dicotomias, medos e desconfiança mútua. É tempo de pastores e leigos caminharem juntos, em todas as áreas da vida da Igreja, em todas as partes do mundo! Os fiéis leigos não são «convidados» na Igreja, estão em casa, por isso são chamados a cuidar da sua própria casa. Os leigos, e especialmente as mulheres, devem ser mais valorizados nas suas capacidades e nos seus dons humanos e espirituais para a vida das paróquias e dioceses”, afirmou Francisco num encontro com responsáveis das comissões episcopais de leigos.
O Papa pediu para que o “clericalismo” seja expulso da Igreja.
“Um padre ou bispo que cai nesta atitude faz um grande mal à Igreja. Mas é uma doença que infecta: ainda pior do que um padre ou bispo que tenha caído no clericalismo são os leigos clericalizados: por favor, são uma praga na Igreja. Que o leigo seja leigo », sublinhou.
Numa audiência aos participantes na Conferência Internacional dos Presiden-
tes e Referentes das Comissões Episcopais para os Leigos, que terminou, com o tema «Pastores e fiéis leigos chamados a caminhar juntos», Francisco apelou para se viver em comunhão “de forma mais intensa e mais concreta”, num caminho que convida a “superar formas autônomas de agir ou caminhos paralelos que nunca se encontram: o clero separado dos leigos, os consagrados separados do clero e dos fiéis, a fé intelectual de certas elites separadas da fé popular, a Cúria Romana separada das Igrejas particulares, bispos separados dos sacerdotes, jovens separados dos idosos, cônjuges e famílias pouco envolvidas na vida comunitária, movimentos carismáticos separados das paróquias”, criticou.
Francisco reconheceu a necessidade da “formação dos leigos”, uma condição “indispensável para viver a corresponsabilidade”, mas indicou que a formação deve ser “orientada para a missão” e apresentada “não apenas para a teoria”, caso contrário cai-se na construção ideológica, uma “praga na Igreja”. “A ideologia na Igreja é uma praga. Para evitar isto, a formação tem de ser orientada para a missão. Não deve ser escolástica, limitada a ideias teóricas, mas também prática”, pediu.
Francisco explicou que a missão é hoje construída com o testemunho do leigo e enunciou diferentes
campos onde isso pode acontecer: “Testemunho da própria experiência, da própria história, testemunho de oração, testemunho de serviço aos necessitados, testemunho de proximidade aos pobres, de proximidade aos solitários, testemunho de acolhimento, especialmente por parte das famílias. E é assim que nos formamos para a missão: indo ao encontro dos outros. É uma formação «no campo», e ao mesmo tempo uma forma eficaz de crescimento espiritual”.
IGREJA PRISIONEIRA
O Papa criticou a Igreja “prisioneira” que não deixa “Jesus sair” e que “o mantém como «coisa sua»”.
“Mas hoje o drama da Igreja é que Jesus continua a bater à porta, mas a partir de dentro, porque nós o deixamos sair! Muitas vezes acabamos por ser uma Igreja «prisioneira», que não deixa o Senhor sair, que o mantém como «coisa sua», enquanto o Senhor veio para a missão e quer que sejamos missionários”, afirmou.
Neste sentido, Francisco recordou a «eclesiologia integral» dos primeiros séculos, para a necessidade de “valorizar os leigos” e disse que isso “não depende de alguma novidade teológica, nem mesmo de requisitos funcionais para o número decrescente de sacerdotes”, não depende de “reivindicações de categoria”, mas baseia-se na visão “correta da Igreja”: “a Igreja como Povo de Deus, da qual os leigos são parte integrante juntamente
com os ministros ordenados. Portanto, os ministros ordenados não são os senhores, são os servos: os pastores, não os senhores”.
“O leigo, e não como ‘não-clerical’ ou ‘não-religioso’, deve ser considerado como batizado, como membro do povo santo de Deus, que é o sacramento que abre todas as portas” e, sublinhou, “o elemento fundamental é pertencer a Cristo”.
“Os leigos são chamados a viver a sua missão principalmente nas realidades seculares em que estão
imersos todos os dias, mas isto não exclui o fato de também terem as aptidões, carismas e competências para contribuir para a vida da Igreja: na animação litúrgica, na catequese e na formação, nas estruturas de governo, na administração dos bens, no planejamento e implementação de programas pastorais”, indicou.
Francisco pediu formação nos Seminários orientada para “a colaboração diária e ordinária com os leigos”, para que a comunhão se viva de “forma natural e
nário de Cristo não é fácil, mas é possível, porque Ele mesmo nos ajuda doando-nos o seu Espírito, o seu amor sem medida”, concluiu.
não um fato extraordinário e ocasional”. “Uma vez ouvi uma pergunta: “Pai, pode um leigo ser um diretor espiritual? É um carisma leigo! Pode ser padre, mas o carisma não é presbiteral; o acompanhamento espiritual, se o Senhor lhe der a capacidade espiritual para o fazer, é um carisma leigo. E, juntamente com os pastores, devem dar testemunho cristão em ambientes seculares: o mundo do trabalho, da cultura, da política, da arte, da comunicação social”, finalizou.
A#JustiçaSocial requer que lutemos contra as causas da pobreza, da desigualdade, da falta de trabalho, de terra e de habitação; contra aqueles que negam os direitos sociais e laborais; e contra a cultura que leva a usar os outros, tirando sua dignidade. (20 de fevereiro)
Não esqueçamos aqueles que sofrem. Penso na Síria e na Turquia, nas numerosas vítimas do terremoto; no querido povo ucraniano e a tantos povos que sofrem por causa da guerra ou pela pobreza, pela falta de liberdade ou devastação ambiental. (19 de fevereriro)
No#EvangelhodeHoje (Mt 5,38-48), o Senhor nos convida a não responder o mal com o mal, a ousar no bem, mesmo se recebermos pouco ou nada em troca. Porque é este o amor que lentamente transforma os conflitos, supera as inimizades e cura as feridas do ódio. (19 de fevereiro)
9 VATICANO BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023
FOTOS: DIVULGAÇÃO
n PAPA da janela antes da recitação da oração do ângelus, domimgo, 19
n PAPA no encontro com responsáveis das comissões episcopais de leigos
BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023
QUARESMA em Nazaré: reflexão e oração
OBJETIVO
Com o objetivo de proporcionar uma preparação espiritual mais profunda para esse período litúrgico que culminará na Páscoa do Senhor, a Basílica Santuário de Nazaré oferece
uma programação que auxiliará os fieis nessa caminhada de reflexão e oração. No Santuário da Rainha da Amazônia, a partir do dia 26 de fevereiro, começará a Via Sacra que é a
representação do caminho percorrido do Jesus até o Calvário. Nessa experiência os fiéis meditam as dores de Jesus nas 15 estações da via crucis, por meio de algumas passagens bíblicas.
- Quartas-feiras, às 15h: Confraria de Nazaré;
- Sextas-feiras, às 15h: Divina Misericórdia;
- Domingos, às 14h30: Guarda de Nazaré.
Já no meio virtual o perfil oficial da Basílica de Nazaré no Instagram (@basilicadenazareoficial) propõe os seguidores a participarem da Jornada Quaresmal a qual, todos os dias, às 6h no story,
apresenta um proposito a ser cumprido. Esse exercício faz com que o cristão pratique boas obras em prol de quem necessita de uma doação e oração, ensina também a acabar o individualismo já
que, quem a faz, dedica-se ao próximo e não a si mesmo.
A jornada quaresmal tem duas vertentes: obras de misericórdia espirituais e obras de misericórdia corporais tendo os
nPROGRAMAÇÃO auxiliará fieis nessa caminhada de reflexão e oração
ensinamentos de Jesus em foco, “Sede misericordiosos como vosso Pai do céu é mi-
sericordioso” (Lc 6, 36). Praticar atos de compaixão e assistência aos que precisam é
generosidade e acolhimento, agrada a Deus e tranquiliza o espirito de quem os faz.
PROJETOS SOCIAIS NAZARENOS: ações que transformam vidas
Aproximadamente trezentas crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos, além de pessoas idosas, que vivem em situação de vulnerabilidade social, são amparadas pelos Projetos Sociais Nazarenos tanto na região metropolitana de Belém quanto no município de Ananindeua. Mantidas pelas Obras Sociais da Paróquia de Nazaré (OSPAN), o Núcleo de Projetos Sociais (NUPS) e as unidades Sorena, Ca-
Faça
parte
sulo e São Rafael, desenvolvem atividades que objetivam promover qualidade de vida, além da formação e qualificação profissional dos assistidos. Com uma equipe de profissionais especializados em potencializar a construção dos valores da formação social nas instituições dedicadas ao amparo de crianças e jovens, as atividades são realizadas no contra turno escolar com o intuito de for-
mar cidadãos pautados na construção de um futuro melhor e na edificação da sociedade civil.
Já as atividades dedicadas às pessoas idosas, a Unidade Nazaré, busca promover cuidados com a saúde e a melhora da autoestima. Além disso, o NUPS tem como objetivo oferecer aos idosos, apoio físico, psicológico e espiritual para enfrentar com leveza a fase da melhor idade.
da Associação de DEVOTOS
de Nossa Senhora de Nazaré
Neste ano, a Basílica Santuário comemora 100 anos de título basilical e, desde a construção, tudo só foi possível pela graça de Deus, a intercessão de Nossa Senhora de Nazaré e, é claro, a colaboração dos fiéis que, com todo amor e carinho, ajudam a manter a casa da Rainha da Amazônia.
Pensando no desejo antigo dos devotos de contribuir mais
efetivamente com as ações desenvolvidas pelo Santuário e com as obras de evangelização, em 2005 surgiu a ADENAZA, Associação de Devotos de Nossa Senhora de Nazaré.
Fazer parte da ADENAZA é como estar em família, pois a família tem o dever de cuidar, apoiar e acolher. É exatamente esse o papel de cada associado. Os valores arrecadados ajudam
a transformar vidas de crianças, jovens e idosos, assistidos pelos Projetos Sociais Nazarenos, os quais funcionam no contra turno escolar ou dos afazeres diários, no caso dos adultos.
Seja um associado! Você pode fazer o seu cadastro pelo site: www.basilicasantuariodenazare.doareacao.com.br. Para mais informações, ligue: 4009-8448.
De acordo com coordenador de projetos sociais, Jair Júnior, a qualificação dos colaboradores impacta diretamente nas ações realizadas nas instituições. “Contar com uma equipe multidisciplinar, qualifica nossas ações pela possibilidade da colaboração técnica que cada profissional pode ofertar, pelos olhares diferentes e a riqueza dos mesmos”, disse. O coordenador ressalta ainda que a organização
e o planejamento são fundamentais. “Uma vez definidas as metas e objetivos, as contri-
buições diversas permitem maior eficácia para que sejam alcançadas”, finalizou.
ORAÇÃO a Nossa Senhora de Nazaré
Faltam cinco meses para a comemoração do centenário do Título Basilical, obtido pela Basílica Santuário de Nazaré em 1923, e devido a im-
1º Centenário da Basílica de Nazaré
1923 - 19 de julho2023
Nossa Senhora, Maria de Nazaré, Rainha da Amazônia e Padroeira do Pará, nós vossos filhos devotos, a Vós nos dirigimos suplicantes para Vos agradecer por ter escolhido, faz um século, esse lugar como sede da Vossa presença maternal e como morada régia, de onde derramai vossas bênçãos especiais sobre todos nós, filhos devotos. De fato, aqui, nessa Basílica abençoada de Nazaré, todos nos sentimos e nos amamos como irmãose vossos filhos em Jesus Cristo, Filho Primogênito do Pai eterno e Vosso.
Nossa Senhora, nossa Mãe querida, continuais abençoando essa Vossa Basílica de Nazaré em Belém do Pará e conservai-a estável e esplendorosa como Maravilha do Pará. Protegei com Vosso manto o Arcebispo e os Bispos Au-
portância desse momento os Padres Barnabitas, por meio do Padre Giovanni Maria Incampo, criaram uma oração especial para a data. Confira:
xiliares dessa Arquidiocese. Abençoai, com especial proteção materna, os Padres e Irmãos Barnabitas que iniciaram e conservaram com o povo e para o povo, esse Templo sagrado em Vossa honra com filial devoção. Abençoai e protegei todos os Vossos filhos que, no Círio e pelo ano todo, Vos procuram como peregrinos nessa Vossa Casa, e aqui recebam todas as Graças de que precisam para serem sal e luz, na família e na sociedade; e, já agraciados, para reinar convosco na Basílica Celestial, por toda a eternidade. Assim seja. Amém Nossa Senhora de Nazaré, rogai por nós!
EM NAZARÉ 10
proporcionar uma preparação espiritual mais profunda para esse período litúrgico
FOTOS: ASCOM BASÍLICA SANTUÁRIO DE NAZARÉ
FAMÍLIA NAZARÉ
Ação de graças pela FAMÍLIA dos benfeitores
COMUNIDADE MAÍRA esteve na Missa intercendendo pelos integrantes da Família Nazaré
Opadre Alan Henrique, da Arquidiocese de Belém, presidiu a Missa em Ação de Graças pela Família Nazaré na sexta-feira, 17 de fevereiro, e padre Ivan Paixão, da Comunidade Canção Nova, concelebrou a Eucaristia.
Nos ritos iniciais, padre Alan destacou a importância da família de benfeitores que contribuem para a Fundação Nazaré manter o serviço de evangelização através dos meios de comunicação.
"Você, que reza conosco pelos meios de comunicação da Fundação Nazaré: rádio, portal e TV, seja bem vindo a essa Santa Eucaristia! Você, que faz parte da Família Nazaré, esteja conosco nessa celebração em Ação de Graças! Rezamos pela tua providência, você é canal da providência de Deus para contribuir com esta obra, que é a Fundaçãpo Nazaré".
A liturgia evidenciou a primazia da felicidade plena aos pés de Jesus. Padre Ivan disse que "somos chamados a seguir um caminho, que é Jesus. Somos orientados a renunciar às nossas convicções no mundo para nos
deter na confiança que nos passa o Senhor".
Continuou o sacerdote: "Nós somos o querer de Deus, escolha linda de amor de um Deus que nos realiza plenamente, pois somos seus todos seus eleitos. Assim, conhecemos a alegria da beleza da vida em Jesus".
CONVITE - A Missa contou com a participação da Comunidade Maíra na animação da liturgia. Na ocasião, padre Alan Henrique convidou o povo de Deus para participar do retiro "Renovais-vos!", realizado em Belém neste fim de semana no Colégio Santo Antônio.
NO ALTAR, a oração pelo benfeitor da evangelização em Belém
BENFEITOR
A Missa pela Família Nazaré nas sextas-feiras, às 16h, é transmitida ao vivo pela Rede Nazaré de Televisão, e redes sociais da Fundação, Portal Nazaré e canal da TV Nazaré no Youtube. Cadastre-se no Portal (www.fundacaonazare.com. br/cadastro), ligue (91) 4006-9211/4006-9212 ou compareça à Fundação - av. Gov. José Malcher, 915.
NOSSOS ANIVERSARIANTES
Therezinha Wilkens Cavalcante
Cezarina do Nascimento Arcanjo
Maria Cristina Lopes Barioni Bembom
Maria José Silva Trindade
Maria Nazaré Bestene de Oliveira
Adalberto do Rego E Silva
Manoel Gonçalves Filgueira
Luiz Antonio Correia (In Memorian)
Clovis Alcântara Lobato
Mauro José Lopes Oliveira
Graça Maria Sousa Martins
Rejane Paz Pinto
Rosana da Silva Ferreira
Liliane Carvalho Lima
Cesarina Maria Domingas Mileo Salles
Keico Haidara Sato
Maria Emilia Rocha de Miranda
Louise Henriette Rosario da Silva
Oscar da Silva Batista
Maria do Carmo Ferreira Chaves
Simone da Conceição Martins de Sousa
Danilo Rodrigues Caldeira
Marcelo Pereira da Trindade
Casal Manoel de Nazaré Soares e Guiomar Ferreira Rodrigues
Artur Trindade Filho
José Barradas Soares
Amélia da Gloria Vasconcelos Lins
Ângela Maria da Silva Cunha
Enedina Maria Bentes Martins
Maria do Pilar Dias e Dias
Wania Lena Dantas da Costa
Charly Araújo
Rarilene Rocha Silva Teles
Alessandra Castilho Batista
Moacir Araújo
Dora Ferreira
Ângela de Roncalle dos Santos Nunes
Terezinha Tavares da Costa
Maria do Socorro Ramos Pereira
Idalia Caetano da Cunha Souza
Maria Mercês da Silva
Thiago Cardoso Dias
Casal Marcio Roberto de Souza Rufino e
Simone Ferro Costa
Diocele Tavares Alves
Ana Maria Costa de Oliveira
Enata Guerreiro Milhomem de Miranda
Ana Karolina Barros Barbosa
Lucimar Santiago Bittencourt
Izabel dos Santos Silva
Arlene Lucia Barbosa Paiva
Wanda Maria Sardinha Corrêa
Ana Claudia Saraiva Pereira
Maria Clea da Silva
Adna Neirao Reymão
Zuleide Aires dos Santos
Maria Lucia Brito Santa Brígida
Maria Da Graça Pamplona Barros
Maria das Graças Salimos Bittencourt
Regina Nascimento
Carmen Lucia dos Santos Sampaio
Maria Lucia dos Santos Batista
Raimundo de Mendonça Ribeiro
Francisca de Souza Hirata
Maria de Nazaré Cardoso Amaral
Laís do Valle Corrêa
n NATALÍCIO DE PADRES E DIÁCONOS
Dolores de Castro Souza
Terezinha Rodrigues Candeira
Benedita Rodrigues Begot
Joana Marques Chaves
Joana Marques Chaves
Estefânia Chagas Neyrão
Raimundo Alves De Sousa
Josefa Andrade de Souza
Ricardo Coutinho Martins
Maria Eliana da C. Rocha
Analina Conduru Ribeiro
Silvia Teixeira Pereira
Maria Renée Costa dos Reis
Luiz Claudio Braga Cavalcante
Everton Antonio Soares da Silva
Edmundo Clemente Nogueira (In Memoria)
24/02 – Pe. Joseildo Zeferino da Silva
27/02 – Côn. José Gonçalo Vieira
27/02 – Pe. Valdir Gomes da Silva
28/02 – Pe. Adailson Oliveira da Silva
01/03 – Pe. Moisés Gomes Coelho Lemos
02/03 – Pe. Dividino Gama
02/03 – Diác. Ricardo Coutinho Martins
11 FUNDAÇÃO NAZARÉ BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023 FOTOS: FRAME TV
n MISSA acontece todas as sextas-feiras na Capela da Fundação Nazaré
n COMUNIDADE Maíra animou a liturgia
n CELEBRANTE padre Alan (à direita), com padre Ivan
LUIZ ESTUMANO
Mensagem do Papa para a QUARESMA
PAPA FRANCISCO pede aos fiéis para pôr-se a caminho no seguimento de Jesus
Dia 17 de fevereiro, a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano intitulada “Ascese quaresmal, itinerário sinodal” foi divulgada.
O Papa recorda que “o evangelho da Transfiguração é proclamado, a cada ano, no II Domingo da Quaresma”. “Neste tempo litúrgico, o Senhor nos toma consigo e nos conduz à parte. Embora os nossos compromissos ordinários nos peçam para permanecer nos lugares habituais, transcorrendo uma vida quotidiana, frequentemente, repetitiva e por vezes enfadonha, na Quaresma somos convidados a
subir «a um alto monte» junto com Jesus, para viver com o Povo santo de Deus uma particular experiência de ascese”, ressalta o Pontífice.
Ascese quaresmal e experiência sinodal
“A ascese quaresmal é um empenho, sempre animado pela graça, no sentido de superar as nossas faltas de fé e as resistências em seguir Jesus pelo caminho da cruz. Aquilo de que Pedro e os outros discípulos tinham necessidade.”
“Para aprofundar o nosso conhecimento do Mestre, é preciso deixarse conduzir por Ele à parte e ao alto, rompendo com a mediocridade e as vaidades. É preciso
pôr-se a caminho, um caminho em subida, que requer esforço, sacrifício e concentração, como uma excursão na montanha.”
“Estes requisitos são importantes também para o caminho sinodal, que nos comprometemos, como Igreja, a realizar”, ressalta o Papa, convidando a refletir sobre a relação entre “a ascese quaresmal e a experiência sinodal”.
Refletindo sobre a “subida de Jesus e dos discípulos ao Monte Tabor, podemos dizer que o nosso caminho quaresmal é «sinodal», porque o percorremos juntos pelo mesmo caminho, discípulos do único Mestre. Sabemos que
Ele próprio é o Caminho e, por conseguinte, tanto no itinerário litúrgico quanto no do Sínodo, a Igreja não faz outra coisa senão entrar cada vez mais profunda e plenamente no mistério de Cristo Salvador”.
Ao chegar ao Monte Tabor, Jesus «se transfigurou diante deles: o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz». “Aqui aparece o «cimo», a meta do caminho. No final da subida e enquanto estão no alto do monte com Jesus, os três discípulos recebem a graça de O verem na sua glória, resplandecente de luz sobrenatural, que não vinha de fora, mas irra-
n EVANGELHO da Transfiguração é proclamado
diava d’Ele mesmo. A beleza divina desta visão mostrou-se incomparavelmente superior a qualquer cansaço que os discípulos pudessem ter sentido quando subiam ao Tabor. Com frequência também o processo sinodal se apresenta árduo e por
vezes podemos até desanimar; mas aquilo que nos espera no final é algo, sem dúvida, maravilhoso e surpreendente, que nos ajudará a compreender melhor a vontade de Deus e a nossa missão a serviço do seu Reino”, sublinha Francisco.
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA
Queridos irmãos e irmãs!
Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas coincidem em narrar o episódio da Transfiguração de Jesus. Neste acontecimento, vemos a resposta do Senhor a uma falta de compreensão manifestada pelos seus discípulos. De facto, pouco antes, registara-se uma verdadeira divergência entre o Mestre e Simão Pedro; este começara professando a sua fé em Jesus como Cristo, o Filho de Deus, mas em seguida rejeitara o seu anúncio da paixão e da cruz. E Jesus censurara-o asperamente: «Afasta-te, satanás! Tu és para Mim um estorvo, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens» (Mt 16, 23). Por isso, «seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e seu irmão João, e levou-os, só a eles, a um alto monte» (Mt 17, 1).
O evangelho da Transfiguração é proclamado, cada ano, no II Domingo da Quaresma. Realmente, neste tempo litúrgico, o Senhor toma-nos consigo e conduz-nos à parte. Embora os nossos compromissos ordinários nos peçam para permanecer nos lugares habituais, transcorrendo uma vida quotidiana frequentemente repetitiva e por vezes enfadonha, na Quaresma somos convidados a subir «a um alto monte» juntamente com Jesus, para viver com o Povo santo de Deus uma particular experiência de ascese.
A ascese quaresmal é um empenho, sempre animado pela graça, no sentido de superar as nossas faltas de fé e as resistências em seguir Jesus pelo caminho da cruz. Aquilo precisamente de que Pedro e os outros discípulos tinham necessidade. Para aprofundar o nosso conhecimento do Mestre, para compreender e acolher profundamente o mistério da salvação divina, realizada no dom total de si mesmo por amor, é preciso deixar-se conduzir por Ele à parte e ao alto, rompendo com a mediocridade e as vaidades. É preciso pôr-se a caminho, um caminho em subida, que requer esforço, sacrifício e concentração, como uma excursão na montanha. Estes requisitos são importantes também para o caminho sinodal, que nos comprometemos, como Igreja, a realizar. Far-nos-á bem refletir sobre esta relação que existe entre a ascese quaresmal e a experiência sinodal.
Para o «retiro» no Monte Tabor, Jesus leva consigo três discípulos, escolhidos para serem testemunhas dum acontecimento singular; Ele deseja que aquela experiência de graça não seja vivida solitariamente, mas de forma compartilhada, como é aliás toda a nossa vida de fé. A Jesus, seguimo-Lo juntos; e juntos, como Igreja peregrina no tempo, vivemos o Ano Litúrgico e, nele, a Quaresma, caminhando com aqueles que o Senhor colocou ao nosso lado como companheiros de viagem. À semelhança da subida de Jesus e dos discípulos ao Monte Tabor, podemos dizer que o nosso caminho quaresmal é «sinodal», porque o percorremos juntos pelo mesmo caminho, discípulos do único Mestre. Mais ainda, sabemos que Ele próprio é o Caminho e, por conseguinte, tanto no itinerário litúrgico como no do Sínodo, a Igreja não faz outra coisa senão entrar cada vez mais profunda e plenamente no mistério de Cristo Salvador.
E chegamos ao momento culminante. O Evangelho narra que Jesus «Se transfigurou diante deles: o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz» (Mt 17, 2). Aqui aparece o «cimo», a meta do caminho. No final da subida e enquanto estão no alto do monte com Jesus, os três discípulos recebem a graça de O verem na sua glória, resplandecente de luz sobrenatural, que não vinha de fora, mas irradiava d’Ele mesmo. A beleza divina desta visão mostrou-se incomparavelmente superior a qualquer cansaço que os discípulos pudessem ter sentido quando subiam ao Tabor. Como toda a esforçada excursão de montanha, ao subir, é preciso manter os olhos bem fixos na vereda; mas o panorama que se deslumbra no final surpreende e compensa pela sua maravilha. Com frequência também o processo sinodal se apresenta árduo e por vezes podemos até desanimar; mas
aquilo que nos espera no final é algo, sem dúvida, maravilhoso e surpreendente, que nos ajudará a compreender melhor a vontade de Deus e a nossa missão ao serviço do seu Reino.
A experiência dos discípulos no monte Tabor torna-se ainda mais enriquecedora quando, ao lado de Jesus transfigurado, aparecem Moisés e Elias, que personificam respetivamente a Lei e os Profetas (cf. Mt 17, 3). A novidade de Cristo é cumprimento da antiga Aliança e das promessas; é inseparável da história de Deus com o seu povo, e revela o seu sentido profundo. De forma análoga, o caminho sinodal está radicado na tradição da Igreja e, ao mesmo tempo, aberto para a novidade. A tradição é fonte de inspiração para procurar estradas novas, evitando as contrapostas tentações do imobilismo e da experimentação improvisada.
O caminho ascético quaresmal e, de modo semelhante, o sinodal, têm como meta uma transfiguração, pessoal e eclesial. Uma transformação que, em ambos os casos, encontra o seu modelo na de Jesus e realiza-se pela graça do seu mistério pascal. Para que, neste ano, se possa realizar em nós tal transfiguração, quero propor duas «veredas» que é necessário percorrer para subir juntamente com Jesus e chegar com Ele à meta.
A primeira diz respeito à ordem que Deus Pai dirige aos discípulos no Tabor, enquanto estão a contemplar Jesus transfigurado. A voz da nuvem diz: «Escutai-O» (Mt 17, 5). Assim a primeira indicação é muito clara: escutar Jesus. A Quaresma é tempo de graça na medida em que nos pusermos à escuta d’Ele, que nos fala. E como nos fala Ele? Antes de mais nada na Palavra de Deus, que a Igreja nos oferece na Liturgia: não a deixemos cair em saco roto; se não podermos participar sempre na Missa, ao menos leiamos as Leituras bíblicas de cada dia valendo-nos até da ajuda da internet. Além da Sagrada Escritura, o Senhor fala-nos nos irmãos, sobretudo nos rostos e vicissitudes daqueles que precisam de ajuda. Mas quero acrescentar ainda outro aspeto, muito importante no processo sinodal: a escuta de Cristo passa também através da escuta dos irmãos e irmãs na Igreja; nalgumas fases, esta escuta recíproca é o objetivo principal, mas permanece sempre indispensável no método e estilo duma Igreja sinodal.
Ao ouvir a voz do Pai, «os discípulos caíram com a face por terra, muito assustados. Aproximando-Se deles, Jesus tocou-lhes dizendo: “Levantai-vos e não tenhais medo”. Erguendo os olhos, os discípulos apenas viram Jesus e mais ninguém» (Mt 17, 6-8). E aqui temos a segunda indicação para esta Quaresma: não refugiar-se numa religiosidade feita de acontecimentos extraordinários, de sugestivas experiências, levados pelo medo de encarar a realidade com as suas fadigas diárias, as suas durezas e contradições. A luz que Jesus mostra aos seus discípulos é uma antecipação da glória pascal, e é rumo a esta que se torna necessário caminhar seguindo «apenas Jesus e mais ninguém». A Quaresma orienta-se para a Páscoa: o «retiro» não é um fim em si mesmo, mas prepara-nos para viver – com fé, esperança e amor – a paixão e a cruz, a fim de chegarmos à ressurreição. Também o percurso sinodal não nos deve iludir quanto ao termo de chegada, que não é quando Deus nos dá a graça de algumas experiências fortes de comunhão, pois aí o Senho também nos repete: «Levantai-vos e não tenhais medo». Desçamos à planície e que a graça experimentada nos sustente para sermos artesãos de sinodalidade na vida ordinária das nossas comunidades. Queridos irmãos e irmãs, que o Espírito Santo nos anime nesta Quaresma na subida com Jesus, para fazermos experiência do seu esplendor divino e assim, fortalecidos na fé, prosseguirmos o caminho com Ele, glória do seu povo e luz das nações.
Roma – São João de Latrão, na Festa da Conversão de São Paulo, 25 de janeiro de 2023.
IGREJA 12
BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023