Os sentimentos e lutas de um(a) solteiro (a) na sociedade moderna

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Sumário

10 Há alguma vantagem em ser solteiro(a)?

Hernandes Dias Lopes

14 Estou sendo castigado por Deus porque

cometi erros sexuais no passado?

Elizabete Bifano

40 A adoção pode acontecer para um(a) solteiro(a)

Adhemar de Campos

41 O sentimento de culpa pode ser vencido Valéria Lima

18 Solteiro(a) em uma igreja casada

42 É melhor ser solteiro(a) ou...

24 O que fazer com a carência sexual sendo solteiro(a)?

Artigos

Fernando de Paula

Alcindo Almeida

38 Os sentimentos e lutas de um(a)

solteiro(a) na sociedade moderna

Giovani Luis Zimmermann

Massao Suguihara

34 Namoro cristão

domésticas enquanto moram com os pais

Lourenço Stelio Rega

Estevam Fernandes

28 Adoração em família

do namoro

Magali Leoto

36 Os solteiros e as responsabilidades

Rosélia Quaresma

22 A família nas mãos de Deus

Andréa Pavel

30 Como lidar com a rejeição no término

16 Linguagens do amor

26 A pequena palavra “vocação”

Marcos Garcia

Públio de Azevedo

35 Pais e filhos, amigos para sempre

Elizabeth Zimmermann

45 Fique por dentro

6 Tudo tem seu tempo. Há tempo para todo o propósito de Deus Jaime Kemp


Pra início de conversa julho/agosto 2018 A Revista Lar Cristão é uma publicação da Editora Fôlego Ltda. dirigida à família brasileira. Seu conteúdo oferece orientação bíblica, clara e segura. Diretor Jaime Kemp Editores Emilio Fernandes Junior Rosana Espinosa Fernandes Editora Ministério Lar Cristão Iara Vasconcellos Jornalista Responsável Luiz Francisco de Viveiros MTB 23258 Revisor Paulo César de Oliveira Projeto Gráfico e Diagramação NLopez Comunicação Atendimento Editora Fôlego assinatura@revistalarcristao.com.br (11) 2122-4243 Publicidade Editora Fôlego Fone: (11) 2122.4243 anuncios@revistalarcristao.com.br Seções Permanentes Adhemar de Campos, Aécio Ribeiro, Carlos Alberto Bezerra, Iara Vasconcellos, Jaime Kemp, Luiz Antonio Caseira, Márcia M. d’Haese, Marcos Antonio Garcia, Paulo de Tarso, Ivonildo Teixeira, Magno Paganelli, Judith Kemp, Dora Bomilcar, Julio Lima. Conselho Editorial Rev. Hernandes Dias Lopes – Igreja Presbiteriana de Vitória (Vitória/ES); Dr. Luiz Antonio Caseira – médico e missionário de Vencedores por Cristo (RJ/RJ); Pr. Ismail Sperandio (Curitiba/PR); Alex Dias Ribeiro – diretor de Atletas de Cristo (SP/SP); Sonia Emilia Andreotti – redatora do Ministério Lar Cristão (SP/SP); Pr. Edson Alves de Souza – Igreja Batista de São Gonçalo (S. Gonçalo/RJ); Pr. Armando Bispo – Igreja Batista de Fortaleza (Fortaleza/CE). Correspondentes Internacionais Dr. Luiz Palau – escritor e evangelista argentino (EUA); Paul Landrey – Christ for the Cities; Dr. Bill Lawrence – teólogo e professor no Dallas Theological Seminary (EUA); Hans Wilhelm – vice-diretor da Chinese International Mission. Material Jornalístico e de Divulgação Deve ser encaminhado para a Editora Fôlego: falecom@revistalarcristao.com.br www.revistalarcristao.com.br Caixa Postal 16610 – São Paulo/SP CEP 03149-970 – Tel: (11) 2122.4243 Fax: (11) 5539.4329 A Revista Lar Cristão não se responsabiliza pelo conteúdo e pelos conceitos emitidos nos artigos assinados, pois não representam, necessariamente, a opinião da revista. É permitida a reprodução, total ou parcial, do conteúdo do material editorial publicado, desde que citada a fonte e com autorização prévia e documentada da Revista Lar Cristão. As imagens publicadas nesta edição, pertencem ao banco de imagens com utilização permitida.

Sonhar é bom, mas saber viver é melhor Há pessoas que tentam tudo para encontrar seu príncipe ou princesa encantados. Algumas delas desperdiçam anos de sua vida correndo atrás desse sonho, que, às vezes, pode não acontecer. É claro que todos nós temos necessidade de ser compreendidos, de nos sentir amados e poder amar, de encontrar um(a) companheiro(a) para compartilhar a vida. Mas isso não pode se tornar uma pressão ou um objetivo imutável e absoluto. Se você sonha em se casar, mas ainda não encontrou alguém especial, não fique ansioso(a). Saiba que o vazio que você sente está na sua própria alma. Nenhum casamento garante plena felicidade. Todas as pessoas são falhas e ninguém pode suprir todas as necessidades e carências de alguém. Por isso, antes de ficar ansioso(a) e se entregar à busca de alguém que possa preencher seu mundo, empregue seus esforços e garanta sua felicidade num relacionamento profundo com Deus. Jesus nos ensinou que Ele é a nossa fonte. Ele é a videira verdadeira (João 15.5). Se estivermos unidos com Cristo, podemos “dar muitos frutos”. Um relacionamento sério com Cristo nos faz enfrentar a vida com alegria e tranquilidade, encarando positivamente cada momento e procurando extrair as melhores experiências de cada um deles. E se o casamento acontecer, será mais fácil construir um relacionamento maduro e saudável. A decisão sobre com quem você vai se casar é muito importante. E acredite, Deus se preocupa com isso mais do que você mesmo(a). Entregue essa área nas mãos de Deus porque Ele não o(a) decepcionará. Dedicamos esta edição a homens e mulheres solteiros que sonham encontrar um(a) companheiro(a) ou que, convictos de que querem permanecer assim, buscam encontrar a orientação do Senhor para sua vida. Tentaremos abordar muitos aspectos dessa caminhada, mas sei que o tema é muito mais amplo e profundo. Em vista disso, oro para que o Espírito Santo use os próximos artigos e seus articulistas a responderem a alguns de seus questionamentos e que nosso Deus preencha suas necessidades. Deus os(as) abençoe. Jaime Kemp


Os sentimentos e lutas de um(a) solteiro(a) na sociedade moderna

Tudo tem seu tempo. Há tempo para todo o propósito de Deus JAIME KEMP

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de maio de 2018. O mundo parou por algumas horas. A família real britânica, com toda pompa e circunstância, celebrou o casamento de mais um de seus príncipes, o filho caçula da falecida princesa Diana. Oitocentas pessoas foram convidadas para a cerimônia, porém não foram somente elas que assistiram ao casamento. O mundo assistiu. Quem não assistiu ouviu falar. Foi o grande evento do primeiro semestre do ano. Foi o “gran finale” (grande final) do segundo episódio de um 6

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conto de fadas moderno. Agora a vida escreverá os próximos capítulos. Mas a linda plebeia encontrou o seu príncipe! Nem todos têm o mesmo sonho Apesar das significativas mudanças sociais que ocorre-

ram no mundo nas últimas décadas, da adaptação de antigos valores e costumes, muitas vezes, conforme a conveniência individual, muitos jovens ainda sonham em também protagonizar um conto de fadas moderno. Há

homens e mulheres que acalentam no coração o desejo de formar sua família, de compartilharem sua vida com alguém que amem e por quem sejam amados “até que a morte os separe”. Certamente, milhares de outros não


A questão fundamental da vida de uma pessoa não é o seu estado civil, mas o fato de ela crer que tem um Deus que a ama e está totalmente comprometido com a sua felicidade e realização. pensam assim e decidem conscientemente continuar solteiros, pois se sentem completos e felizes dessa forma. É uma escolha que deve ser respeitada e compreendida, pois Deus não nos criou iguais. O sonho de uns pode não ser o sonho de outros. Na verdade, ser solteiro(a) não é uma catástrofe. Pelo contrário, tem suas vantagens. A questão fundamental da vida de uma pessoa não é o seu estado civil, mas o fato de ela crer que tem um Deus que a ama e está totalmente comprometido com a sua felicidade e realização. Em 1 Coríntios 7, o apóstolo Paulo define o celibato como uma aptidão, um dom e pede que consideremos a vida de solteiro(a) como uma opção boa e positiva. Solteiro(a) ou casado(a)? O importante é saber viver O que o Senhor deseja é que o potencial que Ele nos deu seja desenvolvido ao máximo, que desfrutemos profundamente cada momento e cada experiência do nosso dia a dia com alegria e prazer, sentindo-nos realizados. Não adianta viver lamentando o fato de ainda não estar casado(a) ou um relacionamento que não deu certo, abrindo espaço para que a autopiedade, o desânimo e a depressão tomem conta da vida. Também não vale a pena ficar sonhando com um

casamento, o homem ou a mulher perfeitos e ideais, sem perceber que a vida pulsa ao redor e continua oferecendo oportunidades de satisfação e realização. Quem aprende a descansar tranquilamente na vontade de Deus (solteiro[a] ou casado[a]) e a viver e desfrutar o “hoje” intensamente – expulsando de sua vida a amargura e a tristeza – encontra um oásis. Além disso, ninguém gosta de conviver com alguém desanimado, que só lastima. A espera Esperar, esperar, esperar... Este, talvez, seja o exercício mais difícil da vida cristã. Contudo, a espera faz parte da vida. Sim, muitas

vezes a espera por um casamento parece ser longa, mas também é pelo nascimento de um filho, pela realização financeira ou profissional, pela compra da casa própria, para entrar na faculdade, pela atuação mais eficaz e honesta de governantes, por justiça, etc. Esta é a realidade. Depende de nós esperar sem nos deixar vencer pelo desânimo e desesperança e, apesar de uma espera prolongada, confiar na graça de Deus sabendo aproveitar cada momento que Ele nos oferece, usufruindo deste seu presente, que é a vida. No auge da aflição, quando não recebemos qualquer resposta divina, sentimos como se houvesse algo errado conosco. Muitas vezes supomos que se tudo estivesse certo nosso desejo seria satisfeito. E é exatamente nesses momentos de solidão e dúvi-

da, quando nada mais resta a não ser aguardar, que precisamos de perspectivas. Nosso maior recurso é recorrer à Palavra de Deus, pois ela contém a perspectiva correta. As Escrituras estabelecem uma relação entre esperar, esperança e graça. Abraão esperou para ser o pai das nações. Noé esperou para cair chuva do céu e depois para que ela cessasse. Moisés esperou quarenta anos no deserto para tornar-se comandante do povo de Israel. Jacó trabalhou durante 14 anos esperando a permissão para casar com sua amada Raquel. Todos os nossos desejos e experiências são vistos e ouvidos por um Pai amoroso. Deus sabe, ouve, vê e se preocupa. Nunca seremos abandonados. Solidão Mas vamos dizer a verdade. Muitas vezes, quando estamos sozinhos,

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Os sentimentos e lutas de um(a) solteiro(a) na sociedade moderna

É ilusão supor que, na vida real, encontrar o grande amor resolve as lutas pessoais num passe de mágica. Por exemplo, há muitos casais que vivem sob o mesmo teto, mas sentem-se extremamente sós. nos desesperamos e questionamos se Deus realmente cuida de nós. Ainda é mais difícil quando uma pessoa se apaixona e não é correspondida ou quando alguém que ela verdadeiramente ama rompe o relacionamento. Mas Deus cuida de nós, sim. Como já afirmei, Ele conhece nossas necessidades, entende os nossos sentimentos e sabe qual é a melhor hora para responder às nossas orações. Nossa felicidade não deve depender apenas do que temos ou não temos no momento, mas deve estar focada naquilo que teremos, com certeza, na eternidade. Deus nunca deixou de cumprir uma de 8

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suas promessas e prometeu em sua Palavra: “Que a sua felicidade esteja no SENHOR! Ele lhe dará o que o seu coração deseja” (Salmos 37.4 – NTLH). Para que isso aconteça, ele pede: “Confie em Deus, o SENHOR, e faça o bem...” (Salmos 37.3 – NTLH). Não tenha medo da vontade de Deus. Não tenha medo, mesmo se o tempo estiver passando e você ainda está só. Lembre-se de que a vontade de Deus é boa, agradável – e o melhor, é perfeita! (Romanos 12.2). Ilusões e pressões É ilusão supor que, na vida real, encontrar o grande amor resolve as lutas pessoais num passe de mágica. Por exemplo, há muitos casais que vivem sob o mesmo teto, mas sentem-se extremamente sós. Não posso negar que a sociedade, e também a igreja, coloca enorme pressão sobre os ombros das pessoas solteiras. Aparecer sozinho(a) em festas, reuniões, casamentos (principalmente em casamentos) é uma oportunidade de ouro para os “amigos”, “irmãos” em Cristo iniciarem a cobrança: “E você, quando vamos ao seu casamento?”; “E então, está namorando?”. Da mesma forma, aguentar conselhos sobre o que fazer para encontrar a pessoa ideal é frustrante e, em algumas situações,

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humilhante. O constrangimento aumenta a ansiedade, que desperta a amargura, que leva ao isolamento, que causa a depressão. Todos nós sabemos que as pessoas possuem carências e expectativas que precisam ser supridas, mas o casamento não garante uma certidão reconhecida de felicidade. Quando os jovens me perguntam sobre como podem ser felizes no casamento, eu respondo: “Servindo o seu cônjuge, buscando seu bem-estar, dedicando-se a ele(a), procurando promover a felicidade do seu marido/esposa”. Eu também peço que reflitam seriamente se querem realmente casar. O que os leva a tomar essa decisão? A liberdade pessoal é um bem inestimável e comprometer-se com alguém por toda a vida é uma decisão que deve ser profundamente analisada e avaliada.

Kairós Eu creio no “Kairós” de Deus: “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3.1). Sendo assim, eu também creio que o Senhor revela a cada um de nós o seu tempo e o seu propósito. Ele é fiel. Ele sempre está mais interessado na nossa realização do que nós mesmos. Nossa parte é confiar totalmente n’Ele, pois “Deus marcou o tempo certo para cada coisa” (Eclesiastes 3.11 – NTLH).

Jaime Kemp é doutor em Ministério Familiar e diretor do Ministério Lar Cristão. Foi missionário da Sepal por 31 anos e fundador dos Vencedores por Cristo. É palestrante e autor de 50 títulos. Casado com Judith, é pai de três filhas e avô de três netos.



A Família nas Mãos de Deus

ONDE TUDO COMEÇA

A

família é onde tudo começa. Somos formados no seio da família. Grande parte de quem somos e de como somos tem sua origem e sua explicação no contexto das vivências familiares. Nossa família e nossa história de vida são inseparáveis. O projeto de Deus para que o ser humano tenha uma existência plena de significado potencializa-se com a criação da família. É na dinâmica das relações familiares, cujo eixo principal está no relacionamento marido/mulher, pais/filhos, irmãos/ irmãos, que estabelecemos as bases do nosso relacionamento pessoal com Deus e com as pessoas da nossa vida. Os conceitos de paternidade, filiação, conjugalidade, irmandade, respeito, obediência, honra e tantos outros são aprendidos e vivenciados primeiramente no contexto da família. Quando a família abre espaço para Deus, ela evolui para a condição de um lar. Uma casa pode ser apenas o lugar onde algumas pessoas moram, mas um lar é uma família onde Deus habita. A presença d’Ele é que faz toda a diferença. A cultura contemporânea, secularizada e materialista, supervaloriza as coisas e menospreza Deus, e o resultado são lares transformados em infernos bem-mobiliados, com aquecedores nas salas e inverno nos corações; roupas de marca nos armários e pessoas marcadas pela dor e solidão dentro dos quartos; carros bem-cuidados nas garagens e filhos esquecidos na sala de estar. Em geral, há dois tipos distintos de família. O primeiro tipo é a “família libertadora”, que se torna uma fonte geradora de vida, de estímulo à fé e à esperança. Nela, as pessoas não somente se

sentem amadas, mas são incentivadas ao crescimento e à realização. A família libertadora tem sonhos, relaciona-se com Deus na mesa da casa, na poltrona da sala, à beira do fogão, vivendo com ação de graças, como testemunha viva da paternidade amorosa de Deus e do companheirismo gracioso do irmão mais velho, Jesus Cristo. O segundo tipo é representado pelo medo e opressão, em que a casa se torna um lugar de escravidão emocional, onde moram pessoas desencontradas entre si, experimentando sentimentos hostis. Não se relacionam, cruzam-se pelos corredores, não conversam, agridem-se. É possível que tenham religião, mas não conhecem a Deus. Estranhamente, expulsaram o criador da sua própria criação. Precisamos todos nos unir para salvar a família como Deus a concebeu. O que está em jogo não são apenas divórcios, a nova sexualidade, a ideologia de gênero, aplauso à pedofilia, o culto à infidelidade e à soberania do prazer. Tudo isso por si só já é dramático e assustador. Contudo, o que está em jogo, de fato, é um projeto das trevas contra Deus e a família. A cultura contemporânea, representada por segmentos do mundo das artes, da mídia, das letras, da política, deseja destruir esse grande projeto de Deus para a humanidade, tudo porque é na família que estão os fundamentos da relação de Deus com os homens e os princípios basilares dos relacionamentos dos homens entre si. Ela é a escola onde são ensinados os valores sagrados da vida. Não obstante essa fúria maligna, Deus e a família triunfarão. Nesses tempos de turbulências, o único lugar seguro para a nossa família é permanecer nas mãos de Deus. A minha e a sua também!

Estevam Fernandes é palestrante para casais, jovens, noivos, solteiros e famílias, além de pregar em conferências para famílias e líderes. Casado com Suzanne Sá, tem um filho, Theo.

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Os sentimentos e lutas de um(a) solteiro(a) na sociedade moderna

O que fazer com a carência sexual sendo solteiro(a)? ALCINDO ALMEIDA

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m nossos dias, há muitos homens e mulheres necessitados de sanar sua carência emocional. As pessoas vivem mais a solidão nos tempos atuais por causa da dinâmica da tecnologia. Falam-se mais nas redes sociais do que pessoalmente. Vemos claramente que os jovens solteiros sofrem a carência emocional e pelo processo normal dos hormônios também precisam administrar a carência sexual. As pessoas que não conhecem a Deus podem até resolver facilmente essas carências pagando alguém para conversar e também para satisfazer sua carência sexual. Essa tem sido uma forma de algumas pessoas 24

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suprirem a solidão que atinge a sua alma, porque não aguentam viver a solidão nas emoções e também na sua sexualidade, porque querem o suprimento das suas carências para não continuarem sozinhas. E quanto aos homens e mulheres que andam com Deus? O que fazer?

Como andar de maneira pura, correta e séria respeitando o Shalom divino? Sabemos que não é pecado ter desejos. Aliás, há uma falácia nos ensinos na área da sexualidade em alguns movimentos. Deus nos criou com desejos. É muito bom desejar um casamento no futuro e esperar para desfrutar de algo que Deus traçou com amor e graça. Quando o texto de Gênesis diz que devemos crescer e multiplicar, não é somente para observar a procriação. Há prazer na união do homem com a sua mulher. Ambos se tornam um quando se encontram na intimidade diante de Deus. Refletimos a intimidade e comunhão que há na Trindade quando te-

mos o prazer de desfrutar da sexualidade sadia na presença da Trindade. O grande problema é que esse processo foi banalizado pela mancha do pecado na criação. O ser humano procura o sexo para realização de uma necessidade e não por amor. Então o homem procura a prostituta para a satisfação dos desejos do corpo e não para se expressar como ser criado por Deus, que também o exalta na sexualidade, refletindo-o como imagem e semelhança. Qual é a problemática para o rapaz e a moça que andam com Deus? É que eles fazem parte de uma sociedade descartável, que não valoriza os princípios das Sagradas


Acredito que Deus dá graça para respeitar a outra pessoa até o dia do casamento. Isso por amor ao Eterno Deus. Escrituras. Elas dizem: “Porque esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação” (1 Tessalonicenses 4.3-7). A vontade de Deus para a moça e o rapaz que andam com Deus é a santidade na área sexual. O desejo divino é que guardem seu corpo para o dia do casamento. Possuir o corpo em santificação e honra é respeitar o Shalom divino na pureza e vida santa até o dia da união, quando os dois recebem a bênção da Trindade para cultivar a vida de casal. A dica é que se afastem dos desejos do corpo. Temos esses desejos, isso é fato, mas a necessidade é de controlar os desejos para não ofender a santidade na vida. Os jovens devem seguir a pureza nessa área controlando-se da maneira correta. Em Gálatas, Paulo fala do fruto do Espírito Santo, e um deles é o domínio próprio. Eu sei que hoje é muito complicado se guardar virgem e em santidade num namoro cristão, mas não é impossível. Acredito que Deus dá graça para respeitar a outra pessoa até o dia do casamento. Isso por amor ao Eterno Deus. Você que é solteiro(a) deve estar se perguntando: como farei isso? Acredito que se envolvendo com uma espiritualidade honesta e sadia. Viva na pre-

sença de Deus com integridade. Viva em oração. Coloque o coração realmente na presença do Senhor e peça para Ele fortalecê-lo(a) na jornada. Busque uma vida comprometida com o Reino de Deus. Envolva-se com os amigos e orem juntos pedindo ao Senhor para guardar a vida de vocês da impureza e da vida sem santidade. Busque o trabalho de mentoria espiritual. A ideia é de um cuidar do outro em amizade, companheirismo e oração. Não conseguimos andar sozinhos no meio das lutas e tentações na área da sexualidade. Como é precioso termos grupos de adolescentes e jovens que pensam juntos, que cantam e conversam, que se sentam à mesa para dividir as dores, alegrias e dificuldades da vida. O apóstolo João

diz que os jovens conhecem a Deus, por isso vencem o maligno. Portanto, há vitória para aqueles que também são novos na experiência de vida. O apóstolo sabe muito bem que os jovens são dotados de força e vigor e, geralmente, concentram suas forças nas atrações e paixões do mundo. Contudo, por meio da relação com Deus os jovens poderão vencer as astúcias do maligno, aquelas que tentam fazer com que eles se desviem da santidade e pureza sexual. Os jovens cristãos são vitoriosos porque obtiveram o perdão dos pecados pelo nome de Jesus. O Senhor deles venceu o mundo cumprindo a vontade do Pai, fazendo tudo o que a lei e os profetas dispunham a seu respeito, enfrentando a morte na cruz do Calvário (João 16.33). Então, quando alguém disser: “Não consigo vencer as carências sexuais”, consegue sim! Não pelas próprias forças, mas pela graça divina atuando nele. Todos podem se guardar na presença de Deus para

desfrutar de uma sexualidade sadia, prazerosa e linda depois da união do casamento. Essa ideia não é uma ilusão, ela é real! Eu e a minha esposa Erika passamos por isso. Fomos para o casamento de maneira pura, santa e pudemos desfrutar de um tempo bem novo e precioso na nossa sexualidade. Jovens, lutem na área da carência sexual dependendo sempre da graça de Deus. Peçam a Ele para dar forças para resistirem às tentações e lutas, para terem o grande privilégio de irem para um casamento puros e santos! Que o Eterno Deus os ajude nessa área, em nome de Jesus!

Alcindo Almeida é membro da equipe pastoral da Igreja Presbiteriana em Alphaville, na cidade de Santana de Parnaíba, e membro fundador e atual diretor do grupo de apoio pastoral Projeto Timóteo. É casado com Erika de Araújo Taibo Almeida e pai da Isabella.

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Adoração em Família

O(A) SOLTEIRO(A) E A ADORAÇÃO

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uem é solteiro(a) tem muitas decisões importantes a serem tomadas que vão determinar o rumo de sua vida: que profissão eu vou escolher? Com quem irei me casar? Quais serão as minhas prioridades de vida? Qual o ministério a que vou me dedicar? Vou morar no exterior ou fico no Brasil? Faço uma pós-graduação? Qual? E aí vem a pergunta: qual é a vontade de Deus em todas essas questões? Como descobrir a vontade de Deus para minha vida? Nesses anos todos aprendi uma coisa fundamental que deve permear todas as nossas decisões em relação à nossa vida e ministério: adoração! Quando queremos tomar decisões sobre o nosso futuro, normalmente o centro é: o que é o melhor para mim? Qual é o caminho que me fará mais feliz e realizado? Bem no fundo, o centro da decisão é o meu EU! Biblicamente, o centro de minha vida não pode ser mais o eu, mas sim Deus, e a adoração genuína é a centralização de Deus! Adorar a Deus é amá-lo mais do que tudo, mais do que a sua própria vida! E aquilo que amamos intensamente é o que dirige a nossa vida! Portanto, as nossas decisões não podem estar centradas no

nosso eu, e sim em Deus. Grandes homens de Deus, como Paulo, jamais fariam o que fizeram se não amassem a Deus mais que a sua própria vida! Eles eram adoradores em espírito e em verdade! O meu ministério de adoração não começou com músicas, conferências e gravação de CDs e DVDs. O meu ministério de adoração começou com uma decisão de queimar a minha vida servindo a Deus de tempo integral! Eu era engenheiro (formado pela Escola Politécnica da USP) trabalhando em uma empresa de engenharia e decidi largar o emprego para ganhar 25% do que ganhava para servir a Deus em tempo integral! Hoje, eu olho para trás e vejo como foi importante e determinante em minha vida essa decisão tomada há mais de 35 anos! Essa decisão não foi centrada no sucesso, no dinheiro, na segurança futura, mas foi centrada em Deus! Só quando nós amamos a Deus mais do que tudo tomamos decisões assim! Deus não procura adoração, Ele procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade! Pessoas que o amam mais do que tudo, cuja vida não vai girar em torno do seu eu, mas em torno d’Ele! Seja um adorador genuíno, pois, com certeza, a adoração o(a) levará às decisões centradas no que Deus quer e não no que o seu eu quer! Por isso Jesus disse: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento” (Mateus 22.37-38). Esse amor é que deve guiar a nossa vida e não nossa profissão, emprego, dinheiro, etc. Os grandes homens de Deus foram guiados por esse amor intenso! Certamente, eles amaram a Deus mais que a sua própria vida! Isso é adoração a Deus, é ser um adorador em espírito e em verdade.

Massao Suguihara é ministro de louvor, produtor musical, pastor da Comunidade Adoração e Adoradores, líder do Ministério Adoração e Adoradores, conselheiro da Universidade da Família e um dos coordenadores do Unite (movimento de unidade e obra de compaixão).

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Namoro Cristão

GLORIFICAR A DEUS

S

em dúvida alguma, o casamento é um projeto do Deus Eterno, que surge como ato último do trabalho divino, no sexto dia da criação (Gênesis 2), e surgirá como o primeiro ato para o Novo Céu e Nova Terra (Apocalipse 19). Sim, a história da humanidade começa e recomeça com casamento. É importante observar que nos primeiros cinco dias da criação há declarações consecutivas de satisfação pela própria obra realizada. Ao término de cada dia ouve-se: “Viu Deus que era bom”, mas no sexto dia o Eterno manifesta momentânea reprovação, não pelo que havia criado, porém por uma situação ainda em aberto, e isso fica claro quando declara: “Não é bom que o homem esteja só”. Deus não termina sua obra em insatisfação, ao contrário, cria a mulher como extensão e complemento do próprio homem. Depois da recomendação de deixar vida e responsabilidades de solteiros, o próprio Deus une-os, e eles se tornam uma só carne. Enfim, o casamento no padrão de excelência do Eterno. Se o casamento é um projeto de Deus, nasce no seu coração, é ato último de sua criação e recebe dele uma palavra de louvor, é fato que, diferentemente de Adão e Eva, o casamento hoje não surge de um ato final do Criador, mas de ato contínuo, um processo, que deve considerar o preceito neotestamentário: fazei tudo para a glória de Deus (1 Coríntios 10.31). Se Deus é glorificado no casamento, deve ser glorificado no namoro. Este é um bom e agradável desafio aos jovens solteiros: glorificar a Deus por meio de suas paixões. O namoro cristão é a união de duas pessoas que desejam, antes e acima de tudo, glorificar a Deus em sua união, em sua amizade, em seu relacionamento, em seus sonhos, em sua paixão. Por questões culturais e temporais, o texto bíblico não traz de maneira clara histórias de namoros. A cultura da época – vigente ainda em alguns povos – determinava que os casamentos ocorressem a partir de arranjos entre famílias. Havia compromissos entre os pais dos noivos, e após firmado o pacto, o noivo saía a trabalhar para retornar com o dote exigido para a data do casamento, por isso vemos, por exemplo, Maria desposada (noiva, com-

prometida) com José. Nesse compromisso não havia ocorrido relações sexuais nem havia oportunidades para passeios em parques, shoppings, cinemas e sorvetes, eram outros tempos. São práticas de namoro diferentes, contudo alguns princípios devem ser observados. Engana-se quem pensa que o texto sagrado não fala de amor, paixão e desejos entre solteiros enamorados. Lembremos que Jacó era apaixonado por Raquel (Gênesis 29.18), e foi paixão à primeira vista, que fez com que o tempo passasse e Jacó nem percebesse, paixão bem no estilo shakespeareano, como podemos observar no texto “Como Gostais”: “Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio”. Certamente a paixão não é uma doença, contudo, seguindo a metáfora de Shakespeare, o remédio final será o casamento. Jacó, enamorado por Raquel, firma compromisso com seu sogro Labão, trabalha dura e corretamente e espera o tempo determinado para concretizar seu sonho, o ápice da paixão. Se Jacó e Raquel, tal qual José e Maria, são exemplos interessantes de como responder às nossas paixões, temos em José do Egito outro bom exemplo. Sendo solteiro e cobiçado por uma mulher casada, ele fugiu da ação predatória dela para não pecar contra o seu Deus (Gênesis 39.9). Sim, a vida do jovem solteiro não era fácil também naquela época. Os tempos são outros, mas de forma prática o namoro cristão é o processo em que o Deus Eterno convida os seres humanos a participarem de sua criação perfeita, e para isso, seguindo exemplos de algumas paixões de personagens bíblicos, o jovem apaixonado deve envolver as duas famílias, procurar os pais da moça, declarar sua paixão e intenção de namoro e firmar um compromisso sério e público com ela. Além disso, ambos devem trabalhar em prol do sucesso desse relacionamento, que no tempo certo deve resultar em casamento – ou não – e assim ver a repetição da fala final da criação sobre suas vidas e união: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”.

Públio de Azevedo é pastor na Igreja Batista em Parada XV de Novembro, capelão no Colégio Batista da Penha, doutorando em Ciências da Religião – PUC-SP, teólogo, filósofo, pedagogo e autor. É casado com Andreia e pai de Amanda, Pedro e Isabela.

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