Impactando os filhos espiritualmente

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Sumário

10 Pai e mãe: modelos espirituais a seguir?

44 De quem é a responsabilidade de

ensinar as verdades bíblicas?

Júlio César de Lima

Alcindo Almeida

12 Dialogando com seu filho sobre

suas amizades

46 Como conversar com seu filho sobre

Salovi Bernardo Jr.

assuntos espirituais

Mário Simões

14 Ensinando e ajudando seu filho

a compartilhar sua fé

Carlos Alberto Bezerra

20 E agora, o que fazer?

Artigos 18 Linguagens do amor

Marcos Quaresma

Marcos Garcia

24 Adoração em família 30 Filhos, nossos principais discípulos Marco Thomazi

32 O que seu filho precisa saber sobre

a Bíblia

Carlos Alberto Bezerra Jr.

36 Será que seu filho precisa cursar

uma faculdade?

Jean D. Mathez

40 A bênção dos netos

Luciana Piragine

29 A família nas mãos de Deus Gilson Bifano

38 Comunicação & ação

Giovani Luis Zimmermann

48 Vida conjugal

Paulo de Tarso

50 Fique por dentro

Solano Portela

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Lá do seu lar, no céu, ele nos ouve e nos ajuda Jaime Kemp


Pra início de conversa março/abril 2018 A Revista Lar Cristão é uma publicação da Editora Fôlego Ltda. dirigida à família brasileira. Seu conteúdo oferece orientação bíblica, clara e segura. Diretor Jaime Kemp Editores Emilio Fernandes Junior Rosana Espinosa Fernandes Editora Ministério Lar Cristão Iara Vasconcellos Jornalista Responsável Luiz Francisco de Viveiros MTB 23258 Revisor Paulo César de Oliveira Projeto Gráfico e Diagramação NLopez Comunicação Atendimento Editora Fôlego assinatura@revistalarcristao.com.br (11) 2122-4243 Publicidade Editora Fôlego Fone: (11) 2122.4243 anuncios@revistalarcristao.com.br Seções Permanentes Adhemar de Campos, Aécio Ribeiro, Carlos Alberto Bezerra, Iara Vasconcellos, Jaime Kemp, Luiz Antonio Caseira, Márcia M. d’Haese, Marcos Antonio Garcia, Paulo de Tarso, Ivonildo Teixeira, Magno Paganelli, Judith Kemp, Dora Bomilcar, Julio Lima. Conselho Editorial Rev. Hernandes Dias Lopes – Igreja Presbiteriana de Vitória (Vitória/ES); Dr. Luiz Antonio Caseira – médico e missionário de Vencedores por Cristo (RJ/RJ); Pr. Ismail Sperandio (Curitiba/PR); Alex Dias Ribeiro – diretor de Atletas de Cristo (SP/SP); Sonia Emilia Andreotti – redatora do Ministério Lar Cristão (SP/SP); Pr. Edson Alves de Souza – Igreja Batista de São Gonçalo (S. Gonçalo/RJ); Pr. Armando Bispo – Igreja Batista de Fortaleza (Fortaleza/CE). Correspondentes Internacionais Dr. Luiz Palau – escritor e evangelista argentino (EUA); Paul Landrey – Christ for the Cities; Dr. Bill Lawrence – teólogo e professor no Dallas Theological Seminary (EUA); Hans Wilhelm – vice-diretor da Chinese International Mission. Material Jornalístico e de Divulgação Deve ser encaminhado para a Editora Fôlego: falecom@revistalarcristao.com.br www.revistalarcristao.com.br Caixa Postal 16610 – São Paulo/SP CEP 03149-970 – Tel: (11) 2122.4243 Fax: (11) 5539.4329 A Revista Lar Cristão não se responsabiliza pelo conteúdo e pelos conceitos emitidos nos artigos assinados, pois não representam, necessariamente, a opinião da revista. É permitida a reprodução, total ou parcial, do conteúdo do material editorial publicado, desde que citada a fonte e com autorização prévia e documentada da Revista Lar Cristão. As imagens publicadas nesta edição, pertencem ao banco de imagens com utilização permitida.

Sabedoria para fazer o melhor As dificuldades são inerentes à maternidade e à paternidade. Atualmente, cumprir tal tarefa satisfatoriamente parece estar mais difícil do que nunca. A sabedoria do rei Salomão é reconhecida até hoje. Seu entendimento era fora do comum e seu conhecimento muito grande (1 Reis 4.29). O povo ficava impressionado ao ver como ele julgava casos extremamente difíceis (1 Reis 3.16-18) e compreendeu que o Senhor “lhe tinha dado sabedoria para julgar com justiça” (1 Reis 3.28). Os reis pagãos entendiam que somente Deus poderia tornar um homem tão sábio (1 Reis 5.7). Será que a sabedoria foi um dom concedido apenas a Salomão naquela época e nunca mais um ser humano teve a oportunidade de ser sábio? Pais, vocês sentem que precisam de mais sabedoria para criar seus filhos? A Bíblia diz que “se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus e ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos” (Tiago 1.5 – NTLH). Mas há uma condição: “Porém peçam com fé e não duvidem de modo nenhum, pois quem duvida é como as ondas do mar, que o vento leva de um lado para o outro” (Tiago 1.6 – NTLH). Dou graças a Deus porque ele registrou na sua Palavra os grandes segredos da sabedoria que ensinou a Salomão. No Livro de Provérbios, do capítulo 1 ao 4, ele fala sobre o valor, as vantagens e as recompensas de ser sábio e depois dá uma série de conselhos, até mesmo a respeito da criação de filhos. Pais, vocês foram escolhidos para uma tarefa santa e extremamente importante: produzir um caráter nobre no coração de seus filhos para que eles sejam dignos, homens e mulheres de Deus. Não se assuste com a grande responsabilidade que está em suas mãos. Deus sempre nos dá sabedoria e nos fortalece para que possamos realizar essa tarefa sublime. O Senhor nos incentiva a entregar a ele em oração todas as nossas preocupações. Ele nos perdoa quando falhamos e nos renova para prosseguirmos a fim de cumprir com entusiasmo e empenho a desafiadora missão de criarmos nossos filhos. Deus os abençoe. Jaime Kemp


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Lá do seu lar, no céu, ele nos ouve e nos ajuda JAIME E JUDITH KEMP

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ossos filhos são mais influenciados por uma sociedade que caminha a passos largos para o incerto. Quarenta anos atrás, as crianças tinham medo de lugares muito altos ou muito escuros, animais perigosos, pessoas estranhas. Hoje, elas temem que seus pais sejam vítimas da violência que se espalha pelo país, têm medo de perdê-los no trânsito caótico das grandes cidades, assustam-se ao ouvir sobre diversas doenças fatais ou sofrem ao vê-los separados pelo divórcio. A maioria dos filhos, principalmente quando jovens, não mantém relacionamentos significativos com pessoas mais velhas e experientes, muitas vezes incluindo os próprios pais. Em vez disso, buscam aceitação e ajuda entre seu próprio grupo, com pessoas que, como eles, ainda não atingiram um nível de maturidade que lhes permita observar e refletir a realidade a partir de uma visão crítica e abrangente. Outros, muitas vezes ainda pequenos, se refugiam na mídia social, recebendo e aceitando ensinamentos e informações de pessoas desconhecidas, estabelecendo seus relacionamentos por intermédio do mundo virtual, desconhecendo como é importante conversar olhando nos olhos, revelando 6

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acontecimentos, sonhos, temores e dúvidas a alguém que os ama realmente e não trairá sua confiança permitindo que suas confidências “viralizem” na internet. Sim, o futuro é incerto. É um quadro nebuloso

e inquietante, mas infelizmente é a realidade que as crianças e os jovens de hoje enfrentam. Por esta razão, pai e mãe, vocês são extremamente importantes. Seus filhos só encontrarão amor, compreensão, orientação equilibrada e

baseada em padrões coerentes, pessoas que os ouçam e lhes ensinem o que é de fato significativo e bom para eles num lar temente a Deus, num lar construído sobre princípios sólidos e eternos ensinados por Deus. Cabe aos pais trilhar


Apesar de inúmeras vezes não sabermos orar como convém, podemos confiar que o Espírito Santo intercede por nós diante do trono da graça de Deus. esse caminho e levar seus filhos com eles nessa jornada. Às vezes, penso que Deus nos permite sermos pais para nos ensinar o quanto realmente precisamos d’Ele. Quando Deus decidiu destruir Sodoma e Gomorra por causa do coração corrompido e pecador de seu povo, Abraão intercedeu pela vida das pessoas que moravam ali. Na verdade, ele insistiu repetidas vezes, chegou até mesmo a ser ousado, argumentando que se houvesse dez pessoas de bem nas cidades seria injusto destruí-las. O Senhor se mostrou disposto a determinar o destino de Sodoma e Gomorra levando em conta as orações de Abraão, seu servo. É motivo de estímulo e conforto saber que Deus governa considerando as orações de seus filhos. Ele nos incentiva e nos desafia a orar e, como consequência, age em resposta às nossas intercessões. O Senhor transforma sociedades, salva pessoas e derrota Satanás por amor àqueles que lhe pedem. Ele está sempre pronto a ouvir e responder nossas orações. Minha esposa e eu ficamos com nossos joelhos doloridos por causa de várias horas intercedendo por nossas filhas, por vezes desesperados, ansiosos, desorientados; outras vezes esperançosos ou gratos e também felizes. Eu e Judith escrevemos em parceria o livro Devocionais para casais e produzimos dezenas de textos para a Bíblia da Famí-

lia. Em ambas as publicações, Judith escreveu sobre as bênçãos poderosas que as orações dos pais trazem à vida dos filhos. Em um desses textos, ela diz: “Jesus orou por seus discípulos. Se Ele, o próprio Filho de Deus, dependia tanto da oração, quanto mais nós precisamos depender dela. Você tem orado por seus filhos? Em João 17.9 está escrito: ‘Eu peço em favor deles. Não peço em favor do mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus’. Em 1 Reis 8.2253 há uma oração muito especial de Salomão em favor do povo. Ele desejava, ardentemente, construir uma casa onde Deus pudesse habitar. Essa oração

pode ser encarada como um exemplo de intercessão pela nossa própria família, pelos de nossa casa. Primeiramente, Salomão reconheceu que não há ninguém que se compare ao nosso Deus (v. 23), porque Ele é um Deus de amor (v. 23), de poder (v. 24), fiel a todas as suas promessas (v. 24) e grandioso (v. 27). Em seguida, ele pede que Deus atenda a seus pedidos (v. 28) e supra as necessidades do povo, que eram: proteção, alimento, boa saúde, auxílio na provação e orientação para que eles fizessem o que é certo (vv. 36-38). Ele pede, ainda, para Deus escutar a oração do povo, ajudá-lo e perdoá-lo: ‘Lá do teu lar no céu, ouve o teu povo, perdoa-o e ajuda-o’ (v. 39a). Finalmente, ele revela que o propósito da sua oração é para que todos

os povos da terra pudessem conhecer e ficar sabendo que somente o Senhor é Deus e que não existe outro (v. 60). Nossas orações nem sempre são objetivas. Apesar de inúmeras vezes não sabermos orar como convém, podemos confiar que o Espírito Santo intercede por nós diante do trono da graça de Deus. Mas uma oração como esta resume tudo o que ansiamos para o bem-estar espiritual, físico e emocional de nossos filhos e familiares. Salomão amava o povo e sua oração demonstra todo o carinho e cuidado que ele tinha para com os israelitas. Nós também devemos transformar nosso amor e cuidado pelos nossos filhos em orações a seu favor. Somente Deus pode dar a eles tudo o que necessitam e a nossa intercessão de fé será um testemunho a todos os que

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nos rodeiam sobre a bondade, graça, grandiosidade de Deus e de seu imenso amor por nós”. Quando um casal ora e pede a Deus pela sua vida e pela vida de seus filhos, está ensinando a eles sobre a prioridade da participação de Deus em sua vida e a absoluta necessidade de buscar comunhão com o Pai em oração. Quando os pais entregam seus

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problemas ao Senhor em oração, eles demonstram que confiam em seu cuidado. Dessa maneira, os filhos também aprenderão a confiar na intervenção do Senhor na vida deles. Quando a família consegue perceber a atuação de Deus em resposta às orações, sua fé é fortalecida. Criar filhos não é uma tarefa fácil e exige sabedoria e orientação divina, além de amor, carinho, persistência, determinação, paciência, firmeza e “jogo de cintura”. Pense bem: será que já não chegou a hora de você e sua família dedicarem alguns momentos, diariamente, para ler a Palavra de Deus e orar juntos? Ensine seus filhos a pedir grandes coisas a Deus. Eles aprenderão que Ele pode realizá-las. Ensine-os também a pedir coisas pequenas. Eles aprenderão

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que Ele se preocupa com qualquer detalhe de sua vida. Ensine seus filhos que o Deus Todo-Poderoso ouve e responde às nossas orações, e eles confiarão nele cada vez mais. “E agora, que a glória seja dada a Deus, o qual, por meio do seu poder que age em nós, pode fazer muito mais do que nós pedimos ou até pensamos!” (Efésios 3.20 – NTLH)

Jaime Kemp é doutor em Ministério Familiar e diretor do Ministério Lar Cristão. Foi missionário da Sepal por 31 anos e fundador dos Vencedores por Cristo. É palestrante e autor de 50 títulos. Casado com Judith, é pai de três filhas e avô de três netos.



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Pai e mãe: modelos espirituais a seguir? ALCINDO ALMEIDA

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criação dos filhos não se limita ao momento presente. Como pais, estamos preparando-os para o futuro também, por isso é importante avaliar o nosso caráter na conduta dos filhos. O caráter determina, na maioria das vezes, como uma pessoa se sairá na vida. Todo o processo da vida tem a ver com o que somos e como nos comportamos. Percebemos que muitas falhas na conduta dos filhos têm a ver com as fraquezas do caráter. A palavra caráter tem um significado diferente para cada pessoa. Caráter pode significar comportamento moral ou integridade. Geralmente, usamos essa palavra para descrever a constituição do ser humano, seu jeito de ser. Caráter refere-se à capacidade de um ser humano, seu comportamento nos relacionamentos e a maneira de pensar. Por que falar de caráter? Porque a criação dos filhos, tendo os pais como modelos, passa pelo caráter. Quando investimos nos filhos, se o nosso caráter for bom, nós os influenciamos positivamente, e isso traz segurança, respaldo, satisfação e crescimento. No livro Limites para ensinar aos filhos, Henry Cloud diz que um dos maiores objetivos na criação dos filhos é ajudá-los a desenvolver um caráter que lhes garanta um bom futuro. Ele diz que os hábitos que as crianças aprendem no início da vida, ou seja, o caráter, se repetirão mais tarde. O caráter sempre se forma por meio do relacionamento. Exatamente por isso, não podemos desprezar o nosso papel como modelos da graça 10

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divina na formação do caráter dos filhos. Claro que lidamos com a questão de sermos humanos, filhos de Adão e Eva. Falhamos, pois somos pecadores. Temos as debilidades normais de seres humanos, mas isso não tira de nós o papel de sermos os mentores, os educadores e formadores espirituais dos filhos. Temos de investir na for-

mação dos filhos porque temos a responsabilidade de ser os modelos espirituais deles em todo tempo. Eles devem olhar para o nosso caráter, que é formado pela vida cristã séria, comprometida com as Escrituras Sagradas e com a oração. Eles devem seguir nosso modelo como pessoas que andam com Deus, que o temem e têm

as Escrituras no jeito de viver em cada detalhe da jornada diária. Gosto demais das dicas que Kevin Leman dá para sermos pais ideais. Deixo algumas delas que vi no livro Doze lições para ser o pai ideal. Creio que são preciosas para nós. Mesmo dentro das nossas limitações, podemos ser esses modelos espirituais para os filhos.


Sejamos modelos olhando para a paternidade de Deus Todos queremos ser pais bons e esperamos que os filhos sejam obedientes e sigam o padrão correto no caráter e na vida. Ser um pai de Deus não quer dizer que precisamos ter filhos perfeitos. Bem, Deus é perfeito em absoluto e tem filhos imperfeitos como nós. Paternidade não é a mesma coisa que perfeccionismo. O fato de querermos ser perfeitos e termos excelência em tudo que realizamos não quer dizer que os filhos serão 100% perfeitos. Leman sugere que trabalhemos a disciplina da realidade. Ela ensina a autoridade de modos que se fixam na vida dos filhos. As crianças devem aprender tomando decisões e vivendo a realidade dos seus erros e fracassos, como também os seus sucessos. Assim, eles verão as qualidades de caráter de maneira melhor em nós como pais. Basta sermos modelos de caráter bíblico. Vejo isso na vida de Jacó, com todos os seus defeitos. Ele, de alguma maneira, ensinou uma vida de caráter para José. As ações de José no Egito mostram que ele aprendeu uma conduta de honestidade, santidade e verdade com seu pai. Jacó foi um modelo de santidade e relacionamento com Deus para a vida do seu filho José. Quando cumprimos a vontade de Deus em ensinar a criança a andar no caminho desde cedo, ela receberá os valores no seu interior para agir em determinados momentos da vida com os valores das Escrituras no coração. Não precisamos ser superpais para mostrar a paternidade divina para os filhos. Não somos os donos dos filhos, somos filhos do Pai Eterno, e Ele nos emprestou os filhos para mostrarmos o significado da paternidade e para ensinarmos o temor diante de Deus. Kevin Leman diz algo muito importante: os filhos não são nossa propriedade; eles são de Deus. Nessa perspectiva, não viveremos querendo ser protetores e não seremos os últimos bastiões divinos para que os filhos sejam os perfeitos em tudo. Na busca pela paterni-

dade, haverá erros, acertos, chateações, vitórias e derrotas. A nossa grande luta não é que os filhos ouçam o que temos a dizer sobre Deus, mas vejam o quanto imitamos o Pai para que eles vejam a nossa vida na presença d’Ele de maneira sincera. Uma dica preciosa nessa busca é orar com os filhos todos os dias, pedindo juntos para que nos pareçamos cada vez mais com o Deus Pai. Os lares devem ser reflexos do amor de Deus. Temos a autoridade sobre os filhos, mas ela deve ser exercida na perspectiva da paternidade divina. Isso deve gerar liberdade na vida dos filhos pela ação da graça divina. Criemos os filhos encorajando-os sempre Os filhos precisam viver num ambiente de amor, de aceitação e de crescimento. Vemos que em alguns lares os pais xingam, menosprezam seus filhos e falam palavras que os diminuem. A Bíblia afirma que boas palavras edificam o coração. Boas palavras produzem vida naqueles que nos

ouvem. Pais precisam criar os filhos com uma boa autoimagem. Isso faz com que eles se sintam seguros e capazes nas adversidades da vida. Quando criamos uma identidade por meio da espiritualidade sadia, produzimos, pela graça divina, valores internos nos filhos que os tornam pessoas capazes, seguras e equilibradas. Como é precioso criar ânimo e coragem nos filhos, colocá-los para cima, ajudá-los a enfrentar os desafios com força e dinâmica na vida. Quando somos motivados, quando temos boa estima, refletimos isso nos filhos. Podemos ter certeza que, se tivermos uma autoimagem negativa de nós mesmos, os filhos serão o nosso reflexo. Kevin Leman diz: “Crianças com autoimagem saudável são responsáveis e capazes, confiantes, mas não arrogantes. São sensíveis às necessidades do outro, mas não capachos. Elas tentam fazer sempre o melhor, mas não buscam o perfeccionismo”. A realidade de sermos pais não é

algo fácil. Precisamos do Edificador divino para nos dar sabedoria, discernimento, paciência, amor, compreensão, maturidade para saber qual a hora de disciplinar. Humildade para pedir perdão quando falharmos na educação e ensino deles. Precisamos de direção espiritual para sermos os modelos divinos para os filhos. Não seremos jamais os pais perfeitos, mas tentaremos buscar o equilíbrio na Palavra divina, para que reflitamos minimamente o caráter de Cristo, para que os filhos nos vejam como seus mentores espirituais e assim desenvolvam uma vida serena e sábia. Que o Eterno Deus nos dê a graça para sermos os modelos dos filhos e que o nome d’Ele seja glorificado em nossa vida sempre!

Alcindo Almeida é membro da equipe pastoral da Igreja Presbiteriana em Alphaville, na cidade de Santana de Parnaíba. É casado com Erika de Araújo Taibo Almeida e tem uma filha.

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Dialogando com seu filho sobre suas amizades SALOVI BERNARDO JR.

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este artigo, quero falar sobre a bênção de tornar-se o melhor amigo de seu filho. O conflito de gerações sempre existiu, mas nós precisamos entender que nossos filhos são heranças da parte de Deus, e como pais não podemos, depois que chegamos a este tempo da criação, permitir que outros venham e estraguem tudo aquilo que lhes ensinamos e que foi construído na família. A amizade que nossos filhos vivem com seus amigos precisa ser selecionada com alguns cuidados: conhecer a família, conhecimento do ambiente em que vivem e a certeza de que os princípios que foram ensinados a eles manterão sua integridade e seu crescimento saudável. Nossos filhos são criados para se tornarem luz em meio às trevas? Com as suas ações, transformarão o mundo ou serão transformados por ele? Hoje meus dois filhos já estão criados, e como fico feliz ao vê-los transmitindo os ensinamentos aprendidos para sua própria família. Nem sempre foi fácil ou simples, muitas batalhas foram enfrentadas, mas em todo esse tempo de criação eu tinha a promessa

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de Deus: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22.6). A vida foi nos ensinando, dentro dos cuidados da igreja e das tarefas denominacionais, que eu deveria, no tempo que tivesse, buscar qualidade de vida na convivência com eles. O culto doméstico, as brincadeiras, as férias juntos nos levaram a priorizar nossa família nesse tempo. Havia uma alegria por estarmos juntos, nenhum assunto deixou de ser conversado e buscamos sempre a instrução da Palavra de Deus. Recordo-me da primeira vez que ouvi meu filho pronunciar um palavrão. O primeiro temor dele foi a repreensão que iria sofrer. Eu e minha esposa nos

assentamos com ele no sofá da sala, e ali pedi a ela que falasse um palavrão para que ele ouvisse. Depois eu também falei um palavrão mais feio e em seguida perguntei para ele se por acaso ele já havia visto nós usarmos aquelas palavras. Ele, com os olhos arregalados, disse: “Não, pai, nunca ouvi essas palavras da sua boca ou da boca da mamãe!”. Então afirmei que nós conhecíamos todos os tipos de palavrão, porém a Bíblia diz que “a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12.34b). No início deste ano, eu e meu filho tivemos o privilégio de celebrar um casamento em conjunto, porque o pai do noivo é meu amigo e o noivo é amigo de infância do meu filho. Nesse dia, ouvi um testemunho sobre a bênção que meu filho foi ao in-

fluenciar seus amigos do condomínio. Hoje sou grato a Deus por estar colhendo os frutos de toda a sabedoria que Deus nos concedeu ao instruirmos nossos filhos. Você pode tornar-se o melhor amigo dos seus filhos se houver diálogo e sabedoria que vem do alto para educá-los. Busque ao Senhor e aplique os ensinamentos bíblicos para o bem deles e para o seu próprio bem. Vale a pena!

Salovi Bernardo Junior é pastor da Primeira Igreja Batista em Sumaré, primeiro vice-presidente do Lar Batista de Crianças e presidente do Conselho da Teológica de Campinas. É casado com Emilce e pai de Cíntia e Cristiano e avô da Rebecca.



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Ensinando e ajudando seu filho a compartilhar sua fé CARLOS ALBERTO BEZERRA

“Ensine seus filhos no caminho certo, e, mesmo quando envelhecerem, não se desviarão dele.” Provérbios 22.6 (NVT)

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riar filhos hoje em dia é mais difícil que antigamente? Ou sempre foi assim? O fato é que atualmente muitas crianças aceitam menos a orientação dos adultos, são mais independentes, não têm medo de arriscar, são menos ingênuas, parece que amadurecem mais rápido, porém são mais

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estressadas, ansiosas e solitárias. Ninguém duvida que os pais amam seus filhos e têm muito a ensinar, mas a capacidade de transmitir o conhecimento tem diminuído muito em função das diferenças entre as gerações, das mudanças profundas geradas pelas inovações tecnológicas e das demandas de uma cultura que muda rapidamente. Alguns pais se sentem impotentes diante de tantos desafios. Em poucos anos, nossos filhos assumirão nosso lugar na família, na igreja e no mundo. Como estamos preparando esses filhos para a vida? Segundo pesquisas recentes do

reconhecido Grupo Barna (entidade cristã de pesquisas sediada na Califórnia, EUA), mais da metade dos jovens cristãos abandonam a igreja antes de atingir a maioridade. Esses dados são alarmantes. Pais e líderes cristãos têm diante de si o grande desafio de cultivar na vida das crianças uma fé duradoura. O momento é agora! Se nossos filhos forem criados no temor do Senhor, essa influência se estenderá por gerações. Como na história de Abraão, foi por meio de seus descendentes que a nação judia se estabeleceu em um mundo pagão e distante de Deus.


A palavra discípulo vem do grego e quer dizer “tornar-se um aprendiz, um aluno receptivo a ensinamentos”. Já a palavra mais próxima de discípulo é disciplina e significa instrução, obediência e educação. Se os princípios bíblicos para a criação de filhos não forem ignorados por nós, pais, não precisaremos esperar muito tempo para contemplar os resultados. Nossa única esperança para transformar este mundo corrupto é começar essa tarefa pela nossa própria casa. Criando filhos, formando discípulos Ao olhar para a vida e ministério de Jesus, descobrimos princípios imutáveis para a formação de discípulos que podem perfeitamente ser aplicados na criação de filhos. A maior intenção de Jesus não era somente agregar pessoas ao seu redor, mas sim

fazer verdadeiros discípulos que seriam os guardiões dos seus ensinos e da fé. Jesus foi o maior e o melhor pedagogo de toda a história da humanidade. O método de ensino de Jesus baseava-se no discipulado intencional e responsável. Ele se relacionava com seus discípulos, participava da vida deles e dava abertura para que eles participassem de sua vida. Ele ensinava de forma profunda e criava oportunidades aos seus discípulos para que fizessem como ele fazia, confrontando-os em amor e fortalecendo os pontos fracos de cada um. A palavra discípulo vem do grego e quer dizer “tornar-se um aprendiz, um aluno receptivo a ensinamentos”. Já a palavra mais próxima de discípulo é disciplina e significa instrução, obediência e educação. Este é o caminho que os pais devem seguir: mais do que transmitir apenas conhecimento, instruções e ensino necessários, é preciso construir um autêntico discipulado com os filhos. A família é o lugar ideal e primeiro para os pais investirem na formação dos filhos. Olhando novamente para Jesus, vemos que Ele empregou quatro passos para a formação de um discípulo – alguém capaz de aprender coisas novas e praticá-las. Esses passos são como guias que servem de orientação para o trabalho dos pais com os filhos.

Primeiro passo: a observação Esta é a fase de inspirar, de despertar a vontade de aprender. Os discípulos observavam o que Jesus dizia e realizava, eles o seguiam (Mateus 4.18-22). Nessa fase, cabe aos pais orar e buscar em Deus a melhor estratégia para inspirar seus filhos. O papel dos pais é demonstrar na prática os conteúdos que desejam ensinar, permitindo que o filho reflita sobre sua exposição. Os filhos observam os pais, que os inspiram a aprender e praticar algo novo. Muitas vezes, é a postura dos pais em casa que irá inspirar a vontade e o interesse do filho em aprender. Inspirar, pesquisar, despertar interesse é o grande objetivo desse estágio. Nunca perdendo de vista que os pais são o exemplo vivo de tudo aquilo que eles mesmos desejam ver em seus filhos. Crianças não fazem somente o que

são ensinadas. Elas principalmente repetem aquilo que veem os pais fazendo. Não espere que seus filhos orem, leiam a Bíblia e compartilhem sua fé se eles não virem vocês, pais, orando, lendo e compartilhando. Segundo passo: a assistência Essa é a hora de implantar a verdade. Para isso, Jesus fazia e os discípulos o ajudavam na tarefa. Por meio desse processo, Jesus plantava princípios na vida deles e os fazia raciocinar sobre isso (Lucas 8.15). Da mesma forma, um filho tem de estar com os olhos e ouvidos atentos aos pais, observando tudo, para que possa pensar mais tarde. Dentro de casa, os pais devem implantar um espírito de cooperação, onde eles mesmos são parte do processo, respeitando sempre o princípio da individualidade de cada filho, sabendo que cada

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Impactando os filhos espiritualmente

É importante ressaltar que cada passo deve ser aplicado na idade certa da criança, de acordo com a capacidade cognitiva dela, conforme ela cresce e se desenvolve. um tem sua importância e papel dentro da família. Nesse estágio, é importante aplicar o método do raciocínio. Jesus não apontava o erro dos discípulos, mas os levava a refletir se a atitude deles estava certa ou errada. Jesus discursava por analogias (parábolas), pequenas histórias que os levavam a pensar. Observar o exemplo e ajudar os pais levam a criança a fazer perguntas sérias e profundas a respeito dos princípios e valores que deve seguir.

maneira de estudar ou que o conteúdo da lição não foi bem aprendido. Ainda é preciso acompanhar, mas deixar que o filho cumpra suas tarefas e viva da forma como aprendeu. Depois, se houver erro, corrigi-lo com amor e paciência.

Terceiro passo: a liderança Chegou o tempo de praticar. Os discípulos agora faziam e Jesus observava e corrigia os pontos fracos. Em Mateus 8.1827, durante uma travessia do mar da Galileia, os discípulos foram surpreendidos por uma tempestade. Jesus dormia no barco, pois queria que eles exercitassem a fé. Os discípulos falharam, mas Jesus entrou em cena e trouxe a solução. Esse é o estágio mais difícil para os pais, pois envolve deixar errar. Em todas as etapas de nossa vida cometemos falhas; quando começamos a andar, caímos; quando começamos a falar, erramos. Precisamos errar para crescer. Nem sempre uma nota baixa significa falta de estudo por parte da criança. Algumas vezes isso é apenas um termômetro que indica a necessidade de melhora na

Quarto passo: o comissionamento Agora, os filhos adquirem convicções e já podem dar frutos. Nesse estágio, munidos de conhecimento e experiência, Jesus envia os discípulos para abençoar e ensinar a outros (Lucas 10.1-24). Esse é o momento mais importante na formação dos filhos e requer muito cuidado. Devemos intensificar aos poucos a

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responsabilidade das tarefas e conceder mais liberdade à medida que os filhos estiverem mais amadurecidos. Os filhos já receberam os ensinamentos, já sabem fazer, por isso podemos deixá-los fazer sozinhos. Agora os pais assumem mais o papel de mentores e conselheiros de seus filhos. Esta é a melhor forma de sabermos se o que ensinamos foi aprendido. O desafio da fé Por meio desses quatro passos fica mais fácil ensinar e ajudar os filhos, como Jesus fazia com seus discípulos. Tudo em nossa vida precisa passar por essas etapas. Com o tempo, isso se torna natural em qualquer aprendizado. É importante ressaltar que cada passo deve ser aplicado na idade certa da criança, de acordo com a capacidade cognitiva dela, conforme ela cresce e se desenvolve. Ao inculcar em nossas crianças as

verdades bíblicas a respeito da fé cristã, elas as experimentarão passo a passo enquanto crescem. Logo depois, de posse dessa fé, elas naturalmente compartilharão com a sua própria geração e com a próxima. A construção de uma família segundo a vontade de Deus irá requerer dos pais muito amor, compreensão, firmeza, disciplina e trabalho, além da dedicação de tempo de qualidade com seus filhos. Mas o resultado disso trará muita alegria para todos. Que Deus nos ajude a permanecer firmes na edificação da nossa casa!

Carlos Alberto Bezerra é pastor e presidente internacional da Igreja Comunidade da Graça, com 35 mil membros, e pastor sênior em São Paulo numa igreja com 7 mil membros. É casado com Suely Bezerra, também pastora, e pai de seis filhos.



Linguagens do Amor

ALÉM DE LÍNGUA, SOTAQUES “... porque o amor é forte como a morte...” – Cantares 8.6b

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esde os tempos mais remotos tentamos entender e descrever o amor, quem sabe com o objetivo de domesticá-lo para desfrutar ao máximo de sua essência. Salomão diz que ele é forte e o compara ao poder destruidor da morte, a mitologia grega imagina que ele possui os olhos da loucura, Paulo faz o relato mais belo que a literatura conhece, ressaltando que sem ele a vida não tem proveito, e João afirma que ele é a prova visível da nossa relação com Deus, concluindo que o amor é o próprio Criador. Afinal, quem é o amor? Que língua ele fala, para que dialoguemos com ele? O amor é cantado em verso e prosa de forma contraditória, pois alguns dizem que uma pessoa só ama uma vez na vida, enquanto outros afirmam que cada pessoa possui três amores marcantes em sua existência: o primeiro amor, o grande amor e o amor maduro. Ao que parece, o amor possui uma língua, mas pelo menos três sotaques, que veremos a seguir. Platão, filósofo grego, dizia que amor é desejo; amamos o que não temos, o que ou quem desejamos, e quando o desejo acaba, o amor termina. Esse amor desejante Platão chamava de eros. Amamos trabalhar quando estamos desempregados, os casais se amam no namoro, mas após o casamento aquele amor desaparece. Quando o desejo é satisfeito, o amor-desejo se vai junto com ele. O Prof. Clóvis Barros Filho diz que “a busca pela satisfação dos próprios prazeres (desejos) é um saco que não tem fundo”, uma vez que esse tipo de amor tende a desaparecer após satisfeito. Baruch Spinoza, filósofo judeu nascido em Amsterdam, entendia que amor é alegria. Amamos aquilo que potencializa e energiza nossa alegria. Esse amor-alegria está ligado aos encontros que temos com pessoas no mundo. Por isso é recomendável aos jovens casarem

com alguém com quem já têm amizade, uma vez que é mais fácil trazer a sexualidade, o eros, para uma amizade existente do que a amizade para dentro de uma relação que começou com a sexualidade. O amor-alegria é a felicidade pelo que temos e não pelo que desejamos; não é falta, mas uma presença que nos põe em sintonia com a vida. Infelizmente, em nosso mundo consumista, somos pouco ensinados a celebrar com o que temos; em geral, somos estimulados a desejar sempre mais. Jesus ensinou que o amor é compromisso sacrificial. Para ele, nosso desejo e alegria não podem ser um fim em si mesmos, mas devem sempre ser direcionados ao próximo. Esse amor, conhecido como ágape, é o que proporciona o verdadeiro prazer e a verdadeira alegria. O amor-compromisso-sacrifício é o caminho da felicidade, uma vez que a maior satisfação que um ser humano pode experimentar na vida é ser responsável pelo sorriso de outra pessoa. Essa é a grande oportunidade que temos de caminhar na contramão do senso comum da satisfação dos desejos egoístas e do acúmulo de coisas. Fernando Pessoa, em seu soneto Amor, diz: O amor, quando se revela, Não se sabe revelar. Sabe bem olhar p’ra ela, Mas não lhe sabe falar. A linguagem do amor, em muitos casos, é calar, porque palavras não são suficientes para expressá-lo. Os sotaques do desejo, da alegria e do compromisso são complementares e não excludentes, pois é possível desejar nosso cônjuge, nos alegrarmos na presença dele e nos comprometermos em fazer sacrifícios para vê-lo sorrir. Para pensar: que sotaque da linguagem do amor precisa melhorar em seu casamento?

Marcos Quaresma é psicólogo em formação, mestre em Aconselhamento, psicopedagogo, assessor familiar, bacharel em Teologia, missionário da Sepal, membro da Eirene do Brasil e credenciado Envisionar. Casado com Rosélia há 34 anos, tem três filhos.

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E agora, o que fazer? MARCOS GARCIA

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ão sei o quanto é fácil para você entender a vontade de Deus para a sua vida. Em todos estes anos de ministério, não passa uma semana sem que alguém vem me procurar para pedir uma orientação, um conselho, uma técnica para entender a vontade de Deus, seja para as decisões mais simples e pessoais, seja para as mais complexas, que terão impacto em toda a família. O texto base para a nossa reflexão está em Romanos 12.2: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Não sei se esse texto é de fácil compreensão para você, mas sempre 20

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que o leio sei quão desafiador ele é para a minha vida, para meus filhos e para toda a minha comunidade de fé. Assim, como ajudar nossos filhos a terem o discernimento da vontade de Deus para sua vida? A primeira questão é que todos nós, pais e filhos, tenhamos uma compreensão clara da importância de

não nos “conformarmos”, não tomarmos a forma deste século, ou seja, assumir que os valores que o mundo nos impõe hoje estão corretos. Não é afrouxando a Palavra do Senhor que vamos ganhar nossos filhos para Cristo. Não é nos parecendo cada dia mais com o mundo que nossos filhos e filhas serão parecidos com Cristo. Não nos amoldarmos será o primeiro passo. Nossos filhos e filhas precisam olhar em nós e ver pais de oração, que leem a Bíblia, que vão à igreja, que buscam fazer a vontade de Deus. Eles precisam ver em nós que Jesus não é um convidado especial que chega em casa em momentos de tribulação, mas que Ele está sempre presente.

A segunda questão é mostrar aos nossos filhos que o caminho para discernir a vontade de Deus passa pela compreensão da sua Palavra. Em primeiro lugar, a vontade d’Ele é “boa”, ou seja, aquilo que estamos pensando em fazer é bom, edifica, trará bênçãos para a minha vida, família, para as pessoas que estão ao meu redor? Quando pensamos em algo bom, sabemos bem o que desejamos. Fazemos isso quando escolhemos ir a um bom restaurante, a um bom hotel e não é diferente nas coisas de Deus. Para nós também é necessário que o que vamos fazer passe pelo crivo da bondade de Deus. Nossos filhos precisam ver isso em nós. Quando fazemos


A maneira como vamos experimentar a perfeição da sua vontade para a nossa vida está em como vamos buscar isso. boas escolhas, eles aprenderão conosco também. Em segundo lugar, a vontade d’Ele é “agradável”. O que Deus deseja para nós é sempre o melhor. O que é agradável para você? Mas o que está em questão aqui é o que é agradável para Deus. A Palavra do Senhor diz: “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração” (Salmos 37.4). Agradar-se de Deus não é agradar a Deus, mas ter prazer de estar na presença d’Ele, de ouvir a sua voz, de perceber o quanto Ele é bom para você. Seus filhos precisam perceber que a vontade de Deus é boa, mas também é agradável. Esse relacionamento de se agradar de Deus, da sua Palavra, será fundamental para o reconhecimento do querer de Deus para a sua vida e a de seus filhos. Em terceiro lugar, a vontade d’Ele é “perfeita”. Somos falhos, como pais e

mães, naturalmente imperfeitos, mas Deus não é. Ele é perfeito. E tudo o que deseja é o melhor para cada um de nós. A maneira como vamos experimentar a perfeição da sua vontade para a nossa vida está em como vamos buscar isso. A instrução de nossos filhos passa especialmente pela busca dessa vontade, e isso significa que não será a nossa vontade, mas a de Deus, e em alguns momentos eles serão contrariados. A melhor maneira de fazer isso é compartilhar com seus filhos questões que você colocou diante do Senhor em oração e como elas foram respondidas. Por exemplo, uma mudança de moradia ou de emprego, quando a resposta de Deus foi não. Tenho afirmado em minha caminhada ministerial que muitas vezes o “não” de Deus é a melhor coisa que pode acontecer em sua vida. É preciso ensinar nossos filhos que “não é só vitória”, muitas vezes também perdemos. Oramos por uma cura e ela não acontece, perdemos alguém que amamos e sofremos. Ensine seus filhos que tudo que Deus faz é perfeito, mas o mundo em que vivemos “jaz no maligno”, ou seja, também vamos viver tribulações, desertos, provações em nossa vida. A melhor maneira de ajudá-los a discernir a vontade de Deus é ensiná-los a ir direto ao Pai. Desejamos muitas vezes um atalho, até mesmo espiritual. Não precisamos de atalhos ou de pessoas que nos digam o que fazer. Quantas vezes recebo pessoas em meu gabinete dizendo: “E agora, pastor, o que eu devo fazer?”. Muitas vezes transferimos para os outros nossas responsabilidades. A vida espiritual dos seus filhos é sua responsabilidade. Em quarto lugar, precisamos ensinar nossos filhos uma das respostas mais completas que a Palavra nos oferece quando

precisamos discernir a vontade de Deus para a nossa vida: “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração…” (Filipenses 3.15). A paz que Jesus oferece não é a ausência de conflitos, dúvidas e até mesmo dificuldades. A paz que Ele oferece é algo acima da nossa compreensão. Ou seja, se nossos filhos estão procurando entender a vontade de Deus, é preciso que de alguma forma eles possam reconhecer a presença de Deus em cada decisão a ser tomada. Seja na escolha da profissão, seja na escolha do namorado ou da namorada. Essa paz “excede o entendimento humano”. Aqui uma pergunta se torna pertinente, pressupondo que são pais e mães que estão lendo este texto: como vocês têm discernido a vontade de Deus para sua vida? Seu testemunho é fundamental. Vocês devem compartilhar com eles com transparência como tomaram decisões em nível pessoal, como casal, em nível familiar, profissional.

Cada uma dessas áreas em que já tomaram decisões, em que já sentiram paz no coração, será um testemunho para seus filhos. Encoraje-os na leitura da Palavra e a participar na vida comunitária da igreja. Eles precisam aprender que Deus pode falar por meio de uma pessoa, seja o pastor ou pastora, líderes, professores da escola dominical. Quando estamos buscando uma orientação de Deus, precisamos estar atentos a como Ele está respondendo. Muitas vezes Ele já respondeu e nós continuamos perguntando. Em quinto lugar, ensine as promessas e os desafios que Deus faz em sua Palavra para seus filhos. O salmo 37 diz: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará” (v. 5); “Descansa no Senhor e espera nele” (v. 7). Ou seja, esta geração tão tecnológica e tão ansiosa por respostas rápidas precisa aprender que em alguns momentos é preciso esperar. Deus sempre

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responde a nossa oração com “sim”, “não” ou “espere”. E em Mateus 6.33, Jesus ensina sobre as expectativas de vida e diz: “… buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Gostamos muito da última parte tanto de um versículo como de outro – e o mais ele fará; todas estas coisas serão acrescentadas –, mas o melhor e mais desafiador aprendizado está em entender isto: descansa n’Ele e “não vos inquieteis com o dia de amanhã (…) basta ao dia o seu próprio mal”. Neste tempo de tantas exigências, precisamos aprender a parar e dar atenção para nossos filhos, orar com eles, ter uma vida devocional em família. E sei que o que estou escrevendo é um desafio para minha vida também, pois moro na região metropolitana de São Paulo, onde horários são raros, mas precisamos aprender a falar e testemunhar aos nossos filhos sobre a vontade de Deus.

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Recentemente, meu filho estava desejando um novo emprego, novos desafios, enfim, viver uma nova experiência profissional. E quando conversamos sobre isso, disse a ele que era melhor procurar um emprego enquanto ele estava empregado, e diante das possibilidades, entrevistas, sempre repetia a mesma pergunta: “Você está em paz?”. Era importante que, muito mais do que os sinais profissionais, que ele conse-

guia discernir bem, percebesse a vontade de Deus para sua vida, e isso se expressou no momento em que sentiu paz em seu coração. Nosso papel como pais é testemunhar como Deus tem falado ao nosso coração, por isso invista tempo em sua família. Quando precisar falar sobre entender a vontade de Deus para seus filhos, comece compartilhando suas experiências e como entendeu que elas eram de Deus. O melhor ensino não

é transmitido pelo que falamos, e sim pelo que vivemos. Um tempo abençoado para sua casa e família.

Marcos Antonio Garcia é pastor da Igreja Metodista em Santo Amaro, doutor em Ciências da Religião e Sociedade, professor no CEMEC e ministra em encontros de casais e família. É casado com Ivana há 30 anos e pai do Mateus e da Larissa.



Adoração em Família

O LUGAR MAIS IMPORTANTE

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osso lar é o lugar mais importante da nossa vida. Ele é a base: se tudo vai bem em casa, suportaremos o que vier em outras áreas. É em casa que desenvolvemos um ambiente de paz e adoração a Deus. Em casa aprendemos a servi-lo e amá-lo. Desenvolvemos nosso caráter e compromisso com a obra de Deus. Às vezes, imaginamos que o lugar para apreendermos a ser adoradores seja apenas nos ambientes das comunidades cristãs que frequentamos, mas como pais e cristãos precisamos entender que a adoração começa dentro do lar, em família. Algumas pessoas tendem a adorar a Deus apenas quando estão na igreja, ou com outros irmãos, e esquecem que o lar é um lugar de adoração. Uma questão básica sobre adoração, que muitas pessoas confundem, é que a prática de adorar é maior do que colocar louvores em casa, cantar hinos. Cantar canções para Deus é uma forma de adorá-lo, mas a adoração vai além. É contemplá-lo na perfeição de seus atributos (Salmos 27.8), é crer n’Ele, viver de acordo com a sua vontade (João 14.15). A adoração é o amor a Deus de todo o coração, que se expressa em atitudes, como, por exemplo, obediência, temor, submissão a sua vontade, e então os cânticos, as poesias, prostrar-se são as expressões da alma de um adorador. Por isso devemos erguer um altar de adoração ao Senhor em nosso lar. Começamos a ser um lar adorador quando decidimos ser servos d’Ele. Em Josué 24.15, lemos a seguinte declaração: “Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Assim como Josué tomou a decisão, escolhendo e declarando que ele e sua família serviriam ao Senhor, temos de consagrar nosso lar nos posicionando e seguindo como uma família que adora o Senhor. A falta de paz ou a distância do comportamento

cristão dentro do lar já é uma quebra da adoração a Deus. A adoração em família acontece quando nossas famílias desejam consagrar seus lares ao Senhor, com atitudes que assumem os princípios e valores da sua Palavra. Se você deseja que seu lar seja um lugar de adoração, observe suas atitudes, o que está fazendo e a maneira que trata quem ama. Saiba que sua família sente e está vendo. Não é triste que algumas pessoas tratem melhor as pessoas desconhecidas do que aqueles que dizem amar? Que somos muitas vezes mais gentis e generosos com os estranhos do que com nossa própria família? Seu lar é uma grande bênção de Deus em sua vida e precisa ser cultivado como um jardim, e todo jardim precisa de um jardineiro para que não fique abandonado. Seja você aquele que cuida e estabelece o temor ao Senhor em sua casa, aquele que se relaciona com as pessoas que amamos com respeito, ministrando nossas escolhas e decisões com temor ao Senhor. Cuide do seu lar e o cultive como um lugar de adoração. Não permita que nada venha profaná-lo. Sua casa e seus filhos são família bendita no nome do Senhor.

Luciana Piiragine é ministra de louvor e esposa do pr. Klaus Piragine, pastor-presidente da Igreja Evangélica Kyrios.

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A Família nas Mãos de Deus

ANTROPOMORFISMO

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enneth Ulmer, em seu livro Anatomia divina, com maestria, estuda de maneira devocional as linguagens antropomórficas aplicadas à pessoa de Deus. Antropomorfismo significa vermos Deus na forma de um homem ou em termos humanos. Expressões como “o coração de Deus”, “a boca de Deus”, “a face de Deus”, “os olhos de Deus”, “os ouvidos de Deus”, “o nariz de Deus” e “as mãos de Deus” são recursos antropomórficos para entender a pessoa d’Ele. De acordo com o tema deste artigo, poderíamos caminhar em várias direções, sempre tendo a Bíblia como bússola. Podemos, por exemplo, pensar nas mãos de Deus que libertam. Gosto da expressão “a mão forte de Deus” (Êx 13.3) referindo-se ao poder de Deus ao libertar, de forma miraculosa, o povo de Israel do Egito. Como famílias, temos sido libertos por Deus de tantas coisas que podem nos escravizar. Famílias nas mãos de Deus experimentam, todos os dias, livramentos que, muitas vezes, não têm a menor consciência deles. Famílias nas mãos de Deus são abençoadas, protegidas, guiadas e humildes. Mas, dentre todas as linguagens antropomórficas, escolhi pensar sobre as mãos de Deus enquanto oleiro. Mãos que moldam Em Jeremias 18.1-6, o profeta descreve Deus como um oleiro que tem em suas mãos a comunidade de Israel. Ulmer afirma: “Ele o coloca naquela roda e deixa você girar e girar. Enquanto isso, ele tem as mãos sobre você, moldando você, acariciando-o e trabalhando em você. Suas mãos sentem as protuberâncias e irregularidades sob a superfície, fazendo com que os fragmentos venham à tona. Ele sabe quando fazê-lo ficar um

pouco mais alto e quando você precisa voltar a ser amassado. Sobre a roda há uma batalha de vontades. A vontade do Oleiro é produzir um vaso que traga glória e honra à obra de suas mãos. Mas também há a vontade do barro, que pode resistir ou se render à vontade do Oleiro. Há também a vontade do inimigo, cujo objetivo é impedir o trabalho do Oleiro, enfiando tudo o que puder no barro”. Mais adiante, ele faz outra afirmação: “Casamentos não são feitos na cama, mas na roda”. Quando li esse precioso livro, fiquei a refletir como nós, como marido, esposa, pai, mãe, filho, filha, avô, avó, sogra e genro, precisamos nos permitir que estejamos permanentemente sobre a roda. Que pedaços de paus, pedras estão presentes em nossa vida que precisam ser tirados pelo Oleiro para nos fazer vasos de bênçãos para nossos familiares? “Caráter, integridade, santidade, fé, resignação, sabedoria, perdão, coragem e amor são características moldadas sobre a roda”, afirma Kenneth Ulmer. São as mãos de Deus que nos moldam, nos formam, tornando-nos conforme sua vontade. Muitos casamentos e famílias estão deixando de ser abençoados e abençoadores porque seus membros não estão sobre a roda, impedindo Deus de moldar com suas mãos uma obra de arte. Quando estivermos constantemente sobre a roda e deixarmos o Oleiro trabalhar em nós, seremos mais felizes em nossa vida conjugal e familiar. Paulo, na Carta aos Filipenses, afirma que os crentes são trabalhados até o dia de Jesus Cristo (1.6). Isso quer dizer que, até Cristo voltar ou formos chamados à sua presença, seremos trabalhados por Ele, tal como um oleiro faz com o barro, tornando-o uma obra de arte.

Gison Bifano é diretor do Ministério OIKOS, palestrante, escritor e coach na área de casamento e família. março/abril 2018 |

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Filhos, nossos principais discípulos MARCO THOMAZI

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erto dia, um casal me perguntou: “Como fazemos para que os nossos filhos sigam os caminhos do Senhor e assim permaneçam fiéis a Deus em sua vida?”. A resposta está na Palavra de Deus: fazendo de seus filhos seus discípulos. Em Deuteronômio 6.6-7, Moisés ensina que toda a nação deveria amar a Deus, guardar as palavras do Senhor e replicá-las aos filhos continuamente, criando a oportunidade de discipulá-los. O texto fala de continuidade do processo de ensino e compartilhamento: assentado em casa, andando pelo caminho, ao se deitar e ao se levantar, demonstrando um processo contínuo de ensino pelos pais e aprendizado por parte dos filhos. Nesse texto, aprendemos alguns princípios: - A responsabilidade é dos pais – Não é da escola nem da igreja da qual você participa. Isso não deve ser abdicado por nenhum motivo. E cabe principalmente ao homem criar momentos espirituais com seus filhos, desenvolvendo uma comunicação espiritual ao repartir os princípios bíblicos. Quando isso é negligenciado pelos pais, abre-se uma lacuna, e os filhos ficam expostos a todo tipo de conceitos errôneos e contrários à Palavra de Deus. Cito um exemplo: alguns meses atrás, um pai,

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apavorado, veio me pedir conselho porque seu filho de cinco anos queria ser mulher. A pergunta é: de onde ele tirou essa ideia? Como ele chegou a essa conclusão? Sabemos que, nos últimos anos, a não

ocupação do espaço espiritual dentro de casa escancarou as portas para uma geração sem proteção espiritual e sem princípios. Esta é uma porta aberta para o inimigo semear o espírito de engano e distor-

cer vidas, como o exemplo citado. - Deve ser relacional – Trata-se de um estilo de vida em que a figura paterna ou materna, aliançados com Deus, repartem suas experiências e a visão espiritual


para a nova geração. Somente quando se tem ligação relacional é possível aferir os frutos do processo de ensino. Para ajudar nesse processo, há muitos materiais no mercado, adequados para cada faixa etária, como o devocional Eu amo Jesus. - Deve ser intencional – Para colher um resultado, deve-se ter um comportamento adequado. É preciso criar espaço e momentos espirituais, desligando a TV, por exemplo, antes de dormir e ao levantar. Os pais são os gestores dos horários dos filhos. E quando estes crescerem, podem criar oportunidades para compartilhar. Deve-se ter intencionalidade para obter o fruto. Leia Salmos 78.3-7 e veja a linha de ensino para as gerações, o que ouvimos e aprendemos de nossos pais. Veja o sistema de ensino e pastoreio dentro de casa. Veja o compromisso: não os esconderemos

de nossos filhos, contaremos à próxima geração. Veja a sequência de gerações: à geração seguinte e também aos filhos que ainda nasceriam; estes, por sua vez, contariam aos seus próprios filhos. Os princípios são passados de pai para filho por meio de um tempo de qualidade espiritual. Os versículos 7 e 8 falam do resultado desse processo: porão sua confiança em Deus, não se esquecerão

dos seus feitos e obedecerão aos seus mandamentos. Por acaso não é esse o resultado que desejamos? Nossos filhos tementes a Deus e dando frutos espirituais? Pense em como você e seu cônjuge podem criar esses momentos. Coloquem isso em prática, mesmo que no início seja difícil. Estabeleçam critérios para o uso da TV, internet e celular. O tempo precisa ser criado.

Dessa forma, vocês não só identificarão o nível espiritual de seus filhos, mas também acompanharão de perto o crescimento deles.

Marco Thomazi é advogado, docente do Instituto Haggai e pastor-presidente do Ministério Aliança da Comunidade Cristã Ministério Ipiranga, em São Paulo. Casado com a Pra. Lúcia Z. Thomazi, tem três filhos e duas netas.

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O que seu filho precisa saber sobre a Bíblia CARLOS ALBERTO BEZERRA JR.

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recorrente em nossas comunidades de fé falarmos sobre a importância do cuidado e do ensino dos pequeninos, baseando-nos nas palavras de Salomão: “Ensina a criança no caminho em que deve andar”. Transferir um legado espiritual aos nossos filhos é das tarefas mais desafiadoras e complexas em nossa caminhada cristã, especialmente porque sabemos que esse caminho é bem mais do que a frequência semanal a uma igreja, obrigações de vestuário e costume ou uma “cartilha de regrinhas de faça ou não faça”. Sabemos que é essencial nesse desafio falarmos com os nossos filhos sobre a 32

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Bíblia, mas o que deve ser falado? Em tempos de fake news, exageros midiáticos e informação instantânea com tão pouca sabedoria e sem qualquer discernimento, devemos primeiro pensar naquilo que nossos filhos precisam saber que a Bíblia não é, para então

falar sobre o que ela é. 1. A Bíblia não é um amuleto Você já deve ter ido a alguma casa em que na estante da sala estava a Bíblia aberta em algum salmo (o que mais vi foi o salmo 91!). Acertei? Ainda hoje essas práticas são comuns em

nosso meio e, por mais inofensivas que pareçam, elas dizem muito sobre a fé que temos. Se cremos que a vida e morte de Jesus redimem o mundo, não podemos crer que a Bíblia, como objeto de sorte, traga alguma espécie de “proteção” ou “blindagem”. Não quero dizer com isso que ela é inútil, mas que suas palavras só serão eficazes quando lidas, praticadas e vividas no dia a dia. O evangelho tem a ver com uma fé prática, uma mudança nas ações cotidianas. Por isso, o salmista disse que escondeu a palavra de Deus em seu coração: ele percebeu que não adianta carregá-la debaixo do braço nem deixá-la no painel do carro, na


Chegamos ao ponto em que devemos perguntar: o que é a Bíblia para mim? Muitos conheceram ou veem a Bíblia como um livro exaustivo, de difícil acesso e de histórias passadas. estante de casa ou dentro da bolsa. É preciso levar a Bíblia para o centro de nossas decisões, para onde pulsa nossa vida. 2. A Bíblia não é uma coletânea de frases de efeito Não é raro encontrar nas redes sociais fotos (de férias na praia à celebração da ceia de domingo) cuja legenda carrega pequenos trechos bíblicos. Geralmente, as frases são as mesmas, curtas, diretas e vazias de seu sentido original. Devemos lembrar que a Bíblia não foi escrita em capítulos e versículos, mas em livros que possuem ordem e coerência interna. As cartas do Novo Testamento, por exemplo, foram escritas como

recomendações a serem lidas de uma só vez. As divisões posteriores (que encontramos em nossas Bíblias) são ótimas para um estudo sistemático e comunitário do texto, mas não podem servir para tirar do contexto original em que se encontra um versículo. Saber, ao recitar João 11.35, que Jesus chorou é importante, mas ler todo o evangelho e saber do seu amor por Lázaro é ainda mais essencial. 3. A Bíblia não é uma peça de museu Estudar a Bíblia é um compromisso que todo cristão assume consigo mesmo diante de Deus. Com seus filhos não pode ser diferente. Porém, muitas vezes o estudo se torna desinteressante e enfadonho, principalmente por dois motivos: ou não se entende o que se lê, ou não se medita sobre que foi lido. Por mais que estejam em níveis diferentes, as duas questões podem ser resolvidas juntas. Claro que uma boa tradução ou versão da Bíblia é essencial para o primeiro entendimento do texto, mas ainda mais importante é lembrar que a Bíblia não é um objeto morto que pode ser estudado com bisturis e instrumentos cirúrgicos. A Bíblia não é para ser analisada friamente, é para ser degustada como uma sopa que esquenta o coração e sacia a fome. Ela está viva e traz vida para quem se relaciona com Deus por meio dela. Devemos ensinar que a Bíblia é dinâmica. Ela responde às nossas questões conforme perguntamos a ela em nossas leituras.

4. A Bíblia não é um manual Por mais estranho que isso possa parecer, é de suma importância saber que a Bíblia não é um manual do fabricante ou uma espécie de constituição sagrada diante da qual não podemos fugir sob o risco de pena de morte. A Bíblia não é objetiva, isto é, ela só se torna sagrada a partir do momento em que estabelecemos uma relação sagrada com o “Dono” do texto. Como disse o apóstolo Paulo: a lei é morta, fria. A Bíblia é viva, quente. Por isso, ela não é um manual que obriga o mundo inteiro a seguir suas regras. Antes, é um livro de histórias que convida e seduz quem a lê a ter experiências com o Deus que ela revela. Ler a Bíblia não é decorar regras, é conhecer experiências que nos inspiram a termos nossas próprias experiências. O que a Bíblia é... A Bíblia é um livro de verdades

Chegamos ao ponto em que devemos perguntar: o que é a Bíblia para mim? Muitos conheceram ou veem a Bíblia como um livro exaustivo, de difícil acesso e de histórias passadas. A Bíblia não é isso, mas só adotamos uma nova perspectiva sobre o “livro sagrado” quando nos relacionamos com ele, colocando o nosso coração em jogo. De tudo que nossos filhos precisam saber sobre a Bíblia, isto é o que mais importa: 1- Saber que ela é um livro de verdades eternas, verdades que não dizem respeito à constituição científica do homem e do mundo, mas tratam sobre o que é a humanidade em seu caráter mais profundo. 2- A Bíblia traz verdades sobre os caminhos enganosos nos quais o ser humano pode andar na busca por satisfazer, a qualquer custo, seus

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Impactando os filhos espiritualmente

É impossível seguir a Jesus sem passarmos pela cruz. desejos e como é importante confiarmos na providência e no cuidado de Deus conosco. 3- A Bíblia traz verdades sobre seres humanos, todos feitos à imagem de Deus, e ensina verdades sobre como eles devem ser respeitados e ter sua vida preservada pelos seus irmãos. 4- A Bíblia traz uma mensagem de preservação e cuidado com a criação de Deus, de libertação dos escravos, de cura dos enfermos, de dignidade para o órfão, para o imigrante, para a viúva, de alegria e saciedade para o pobre, de vida abundante para todos.

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5- A Bíblia traz a mensagem de um Deus que se encarnou, que viveu entre nós para nos mostrar que é possível ser gente de um jeito diferente, gente como Ele foi, gente como Ele deseja que sejamos. 6- A Bíblia nos convida a uma relação de amizade e de discipulado com Jesus de Nazaré, um convite a segui-lo em seu exemplo de generosidade, de perdão, de compromisso com

a justiça, de contestação e resistência a toda a religiosidade vazia. 7- A Bíblia aponta para a cruz, símbolo maior da nossa fé, símbolo de entrega da própria vida em favor de outros para que tenham vida. É impossível seguir a Jesus sem passarmos por ela. Em sua sabedoria atemporal e atraente, em sua inteligência viva e provocativa, destaco algumas

verdades que a Bíblia traz e não podem ser esquecidas. Essa é a Bíblia que eu, você e nossos filhos temos de conhecer.

Carlos Alberto Jr. é pastor, médico, deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.



Impactando os filhos espiritualmente

Será que seu filho precisa cursar uma faculdade? JEAN D. MATHEZ

depende só dela, e as ideias devem estar alinhadas entre pais e filhos para que ambas as partes suportem o preço da decisão. Vamos tentar ajudá-los a se entenderem?

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etícia estava no WhatsApp com a amiga Natália e não percebeu que a mãe passava perto. Nat, meus pais dizem que se eu não fizer faculdade não vou ser ninguém na vida! O que eles querem dizer com isso? Quer saber, tô nem aí com o que eles pensam! Duas ou três frases, foi tudo o que a mãe ouviu, o suficiente para impactá-la e fazê-la voltar pensativa para seu home office. A pergunta de Letícia fazia sentido: o que é ser alguém na vida? Para começar, esse 36

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não é um linguajar de adolescente, ela está repetindo o que ouviu dos pais. Será que os nossos valores são diferentes e, talvez, errados? Este ano é crucial para Letícia. Nessa idade, cursar ou não uma faculdade não

1° passo: Retire o lixo Os nossos pensamentos são como um rio que cruza uma cidade e vai carregando na sua corrente esgoto e lixo despejados por habitantes irresponsáveis. A água limpa são as motivações certas, aquelas que o Criador projetou ao desenhar cada indivíduo com habilidades, talentos e personalidade próprios. Nesse rio, a so-

ciedade despeja toda sorte de ideias tortas, como “ser alguém na vida”, insinuando que é importante ter status, dinheiro, poder. Aos olhos de Deus, isso é lixo! E quando Letícia diz que “não está nem aí” para o que os pais pensam, que tipo de ideia ela carrega? Lixo também! Nessa altura, tanto pais como filha precisam de uma faxina mental, seguindo a exortação do apóstolo Paulo: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis


Uma mente agitada não consegue clareza. Quando “as águas tumultuam e espumejam”, a resposta divina é: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Salmos 46.3, 10). com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.1-2). 2° passo: Elimine o esgoto Navegando pelo rio dos pensamentos, vê-se que ao projeto divino de corrente límpida juntam-se águas turvas de motivações erradas. Dentre as mais contaminadas, uma jorra “inveja”, e outra, “preguiça”. Eclesiastes pinta esse quadro assim: “Então, vi que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja do homem contra o seu próximo. Também isto é vaidade e correr atrás do vento” (4.4).

Quando o irmão mais novo quer cursar faculdade para provar ao mais velho que pode superá-lo, a motivação é inveja, é esgoto! Quando a filha do meio almeja cursar farmácia, mas não quer estudar, é preguiça, é esgoto! “O preguiçoso morre desejando, porque as suas mãos recusam trabalhar” (Provérbios 21.25). 3° passo: Deixe decantar Depois que Letícia e seus pais fizeram a lição de casa e eliminaram o lixo de fora e o esgoto de dentro, constataram que progrediram, mas as ideias ainda não estão claras: curso técnico? Faculdade? Um ano fazendo intercâmbio para aprender inglês? Chegou a hora de deixar os pensamentos decantarem. O processo de decantação requer sossegar, entregar em oração, confiar e esperar (Isaías 30.15). Uma mente agitada não consegue clareza. Quando “as águas tumultuam e espumejam”, a resposta divina é: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Salmos 46.3, 10). É um exercício de humildade, porque os pensamentos de Deus são mais altos do que os nossos (Isaías 55.9). Nem por isso desanime: Ele promete apontar o caminho (Salmos 25.8-9, 12)! 4° passo: Observe atentamente Esperar não é fechar os olhos, mas “procurar compreender qual a vontade do Senhor” (Efésios 5.17). É observar o am-

biente externo e a voz interna para discernir suas aptidões reconhecidas por si mesmo, mas principalmente pelos outros: parentes sinceros, amigos, colegas, professores... Uma consideração serena sobre as notas x matérias dos últimos anos pode ser um bom começo. Deus pode fazer uma vaca voar e um jumento falar, mas isso tem mais a ver com calamidade do que com sua vontade objetiva. Cuidado para não tentar Deus pedindo-lhe para esculpir um perfil que não corresponde ao seu projeto. 5° passo: Não queime as etapas Antes de ser chamado Mestre e ter uma multidão de seguidores, Jesus era “o filho do carpinteiro”. Ele soube esperar sua hora. Um curso técnico não é o fim da linha: pode ser o começo de uma carreira profissional ou o trampolim para uma faculdade. A adolescência é

uma idade cheia de mutações; importa viver cada fase na dependência de Deus e não queimar etapas. “Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade” (Lamentações 3.27). Tanto nas pequenas como nas grandes coisas, use o lema “first the worst”: comece pelo pior! Seja qual for a escolha, haverá um preço a pagar. A faculdade pode custar a viagem à Disney, a troca de carro, a compra da casa própria. Pais e filhos devem ter consciência disso. Tanto na natureza como na vida, “colhe-se o que se semeia” (Gálatas 6.7).

Jean D. Mathez é pastor da Ação Bíblica do Brasil e Acampamento MAB. Por 25 anos foi missionário “fazedor de tendas” em engenharia, transferência de tecnologia e alianças estratégicas internacionais. É casado, pai e avô. Contato: mathez@mathez.com.br.

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Comunicação & Ação

O TEMPO DO FIM

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ivemos tempos em que nos comunicamos com muita facilidade com pessoas distantes, mas, em contrapartida, nos distanciamos, cada vez mais, dos que estão sempre tão próximos, por não nos comunicarmos “olho no olho”, “frente a frente”. Por quê? Porque, todos sabemos, pelas redes sociais e demais mídias a grande maioria “representa” aquilo que não é, mas talvez até gostaria de ser, ou simplesmente engana e seduz suas vítimas! Acabamos entrando neste “mundo virtual e irreal”. Mais do que nunca, devemos nos comunicar com nossos filhos, ensinando os princípios e valores de Deus, e claro que o pai e a mãe sempre devem ser exemplos (Deuteronômio 11; Salmos 78; Provérbios 22.6; Efésios 6.1-4)! Se o pai e a mãe são “viciados” em celular, tablet, computadores, TV, etc., como poderão exigir dos filhos? Será que sua família não tem tempo, nem nas refeições, para diálogos, brincadeiras, ensinos e testemunhos do que Deus tem feito? Vê-se, cada vez mais, os pais dando celular para as crianças pequenas, para ficarem calmas, até mesmo nas refeições! Será que ninguém tem mais tempo para olhar nos olhos uns dos outros, sentir no semblante a real situação dos sentimentos, dores e lutas interiores de cada membro da família e poder abordar e ajudar em amor, off line? Não se esqueça de que Jesus avisou que isso aconteceria no “tempo do fim”: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mateus 24.12-13). O que é visto e ouvido nos jogos eletrônicos, nas diversas mídias e redes sociais? Não é disso que vem a multiplicação da iniquidade, que está fazendo esfriar o amor, que é o que une um casal e a família que conhece a Deus, pois o amor procede de Deus, e Deus é amor

(1 João 4.7-12)? O que acontecerá para quem aceitar a multiplicação da iniquidade e não perseverar até o fim no amor, em conhecer a Deus e fazê-lo conhecido em seu casamento e na vida de seus filhos e netos? Confirme isso em 1 Timóteo 5.8: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa tem negado a fé e é pior do que o descrente”. Quem nega a fé e é pior que um descrente será salvo? Algumas “ações” para você melhorar a comunicação e aumentar o amor para cuidar de sua própria família: 1 – Quanto tempo você tira para se comunicar com Deus, pela oração e meditação na Palavra? 2 – Reveja quanto tempo você tira se comunicando com os de fora da família e o que você está vendo e recebendo... não será “iniquidade”? 3 – Não facilite o acesso de seus filhos ao vício dos jogos, desenhos, filmes e redes sociais! 4 – Não tenha TV, evite ao máximo celulares e computadores nas refeições e no seu quarto, menos ainda no quarto de seus filhos. 5 – “Agende” horários diários ou semanais para cada uma dessas coisas, mas também para tirar tempo com seu cônjuge, com seus filhos e individualmente com cada um deles, apenas para abrir o coração e estar on-line só com o interior um do outro (eu fiz isso com a minha amada esposa e desde a infância com meus quatro filhos. Hoje colhemos os frutos da comunicação aberta e profunda entre todos nós, pois quando eu ou cada um deles passa por lutas ou derrotas, logo procuramo-nos, e o amor e cuidado de uns pelos outros, como família, prevalece e levanta cada um). 6 – Faça e valorize com criatividade o culto em família, um tempo para assistirem juntos a algum filme ou reportagem com ensinos de valores familiares e cristãos, pois hoje há muitos recursos como esses, mas não são tão divulgados nas mídias deste mundo.

Giovani Luis Zimmermann é casado com Elisabeth há 42 anos e tem quatro filhos pastores e onze netos. O casal escreve livros, faz conferências e aconselhamento familiar.

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Impactando os filhos espiritualmente

A bênção dos netos Prefácio à Edição Brasileira – “Equipando Avós: Auxiliando sua Igreja a alcançar e discipular as próximas gerações”.

SOLANO PORTELA

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ntão, foi ela e fez saber ao homem de Deus; ele disse: Vai, vende o azeite e paga a tua dívida; e, tu e teus filhos, vivei do resto.” – 2 Reis 4.7 Se há uma grande alegria que Deus concede às pessoas, nesta Terra, são os netos. Sei disso porque fui agraciado com quatro filhos (três rapazes e uma moça), hoje todos casados e fiéis à Palavra de Deus. Procuram servir ao Senhor nas diversas partes do mundo, onde Deus os colocou, e eles me deram 12 netos! Mas eu saberia disso mesmo se não tivesse netos, pelas múltiplas referências que a Bíblia faz, indicando que os filhos dos filhos são uma dádiva divina, e também delineando obrigações que tanto os pais como os avós têm com relação a eles. Entre as diretrizes e ensinamentos que a Palavra de Deus tem para os avós, primeiramente, poderíamos começar com o lembrete de que seus filhos constituem uma nova unidade, uma família autônoma. Jesus ensina isso em Mateus 19.4-5, quando, interpelado pelos fariseus, cita Gênesis 2.24: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”? Paulo faz referência ao mesmo trecho do Antigo Testamento em Efésios 5.31. Mas uma nova família constituída não significa uma família que corta todas as

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ligações anteriores. Existem responsabilidades específicas e conexões afetivas que demandam o entendimento dos papéis tanto dos pais como dos avós. O objetivo é o estabelecimento de uma plena cooperação

em vários aspectos familiares, especialmente aqueles direcionados ao encaminhamento dos netos nos caminhos do Senhor. Resumindo, é necessário que haja compreensão do papel reservado por

Deus para cada um – pais (o casal constituindo uma nova família), avós (pais dos pais) e filhos (ou netos). Em uma nova família, isso significa: regência, cooperação e obediência. A necessidade é sempre de


Muitos avós, alguns já idosos, pensam que a responsabilidade de encaminhar e ensinar ficou para trás. uma visão bíblica, bem-equilibrada, às duas famílias, a original e a mais recentemente formada: 1. De um lado, esposo e esposa: deixam pai e mãe e constituem um novo lar. 2. Do outro lado, a família de onde procedem: os laços não são desfeitos; permanece uma responsabilidade de aconselhar os filhos e de, sempre que possível, encaminhar, nutrir e direcionar os netos. Em segundo lugar, podemos ir à Palavra de Deus e sempre lembrar que os netos são uma bênção indescritível. Provérbios 17.6 compara-os com uma coroa que os idosos recebem: “Coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são os pais”. Salmos 128.5-6 nos ensina que ter a possibilidade de viver para ver os netos é uma evidência da benevolência divina e da paz que dele procede (“O SENHOR te abençoe desde Sião, para que vejas a prosperidade de Jerusalém durante os dias de tua vida, vejas os filhos de teus filhos. Paz sobre Israel”!). Como consequência da fidelidade de uma geração para a outra, o amor do Senhor e a sua justiça são bênção que advém aos filhos e netos daqueles que temem a Deus (Salmos 103.17: “Mas a misericórdia do SENHOR é de eternidade a eternidade, sobre os que o temem, e a sua justiça, sobre os filhos dos filhos”).

Muitos avós, alguns já idosos, pensam que a responsabilidade de encaminhar e ensinar ficou para trás. Temos até um pensamento popular, que é infelizmente abraçado até por alguns que pertencem ao povo de Deus: “O pai educa; o avô estraga”! Entretanto, em terceiro lugar, a Bíblia nos mostra como essa é uma ideia errada. Deuteronômio 4.9 aponta para a necessidade de preservarmos a nossa fé e testemunho na idade avançada, relembrando os atos e feitos de Deus, transmitindo os ensinamentos da Palavra aos netos (“Tão somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do

teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos”). Os avós que se conscientizarem desse papel, de direcionar os netos, também suplicarão a Deus que os sustente e os possibilite, mesmo sendo “idosos e de cabelos brancos” (cãs), a se dedicar à tarefa do ensino das coisas de Deus (Salmos 71.18: “Não me desampares, pois, ó Deus, até à minha velhice e às cãs; até que eu tenha declarado à presente geração a tua força e às vindouras o teu poder”). Existe também exemplo de como o empenho de uma avó, agindo em conjunto com a mãe, resultou na instrução nos caminhos de Deus de um jovem que foi fundamental no estabelecimento da igreja neotestamentária. Refiro-me ao pastor da igreja de Éfeso e discípulo de Paulo. Em 2 Timóteo 1.5, Paulo escreve que Timó-

teo segue na tradição de fé recebida da avó e da mãe (“... pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Loide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti”). Mais à frente, nessa mesma carta (3.1415), vemos que essa fé não é somente uma tradição, mas é fruto do ensino que recebeu na infância (“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus”). Por vezes, há uma tendência natural dos idosos de relaxarem na aparência, no vestir, na fé, na previsibilidade, no bom senso e até na moral. Isso é prejudicial tanto à saúde espiritual deles como ao bom testemunho e postura de sobriedade e sabedoria que se

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Impactando os filhos espiritualmente

espera deles, e que deveria se fazer presente, pela idade. Nesse sentido, são sábias as palavras de Paulo na carta ao jovem pastor Tito (2.2), onde ele escreve: “Quanto aos homens idosos, que sejam temperantes, respeitáveis, sensatos, sadios na fé, no amor e na constância”. Os cabelos brancos são sinal de sabedoria e experiência, desde que presentes em uma pessoa que trilha os caminhos de Deus (Provérbios 16.31: “Coroa de honra são as cãs, quando se acham no caminho da justiça”). Às mulheres idosas, Paulo diz a Tito (2.4) para admoestá-las a agirem como fortalecedoras das famílias, “a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos”. Veja que os netos estão aqui mencionados como alvo e objeto de amor maternal. De forma muito realista, o texto reconhece que é possível que dentro de uma família a esposa se afaste do ideal e não ame nem o esposo nem o filho, mas, ao mesmo tempo, nos ensina que amor se aprende e pode ser ensinado, exatamente pelas mulheres mais velhas, tementes a Deus. Reconhecemos que vivemos em uma sociedade em que a estrutura familiar normal está desfigurada. Não é raro vermos a figura paterna ausente e a mãe abandonada com filhos trabalhando fora, enquanto os cuidados dos filhos ficam com os avós. Nesses casos, papéis que seriam normalmente segregados à mãe (ou até ao pai) têm de ser assumidos pela avó ou pelo avô. Isso significa não somente o cuidado com a educação e com o encaminhamento nos princípios divinos, mas também o dever de disciplinar. Na parte prática, ser avô ou avó é um grande aprendizado. Aqui estão algumas coisas que aprendi: 1. Negociar com o meu filho, ou filha, qual a extensão da disciplina que eu aplicaria, sem tentar usurpar o papel dos pais. Nesse

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sentido, chegamos à concordância de que se meus filhos estivessem presentes, eu chamaria a atenção dos netos, mas referiria a situação de conflito ou desobediência à disciplina materna ou paterna, em vez de agir precipitadamente e aplicar o corretivo devido intempestivamente. 2. As demandas físicas, brincadeiras, correrias, atividades extensas, por mais saudáveis que sejam, ultrapassam os limites toleráveis colocados em nossa vida de avós pela idade. Por outro lado, temos mais paciência de realizar atividades mais tranquilas, como ouvir, ler, explicar, contar histórias, do que é possível na vida agitada dos pais. E os netos apreciam, igualmente, esses momentos de paz e reflexão e atenção individualizada. Essas ocasiões são também preciosas para o ensino de princípios e valores eternos, emanados da Palavra de Deus, bem como para ensiná-los a ver a beleza e a utilidade

colocada por Deus no mundo que nos cerca. 3. Ser cuidadoso em várias situações, tais como na dádiva de presentes. Sempre deve existir uma linha de comunicação muito aberta com os filhos. Pode ser que eles tenham uma política especial de presentear, destinada a fazer com que os filhos apreciem verdadeiramente as coisas que recebem, e isso pode ser estragado com uma superabundância de presentes. O melhor é sempre conversar com os pais, em vez de inundar a criança com coisas que podem não contribuir com o seu desenvolvimento, ou fazê-la depreciar as coisas simples da vida, desejando sempre coisas mais sofisticadas. Precisamos trabalhar com os nossos filhos, os pais, para criar mordomos do que recebem, das pessoas e de Deus, em vez de materialistas que só pensam no maior e no melhor, ou em ter a posse das últimas novidades

nesta vida. Quando os avós compreenderem bem a diferenciação de papéis e as suas obrigações perante Deus, eles irão se esforçar para apoiar os pais na difícil tarefa de educar e contribuir com o encaminhamento da criança, com amor e interesse real em seu desenvolvimento.

F. Solano Portela Neto é Diretor de Operações da Educação Básica do MACKENZIE (Universidade e Colégios Presbiterianos), Instituição na qual atua desde 2004. Em sua carreira ocupou cargos de direção e gestão maior em diversas empresas nacionais e multinacionais. Tem formação superior em matemática aplicada e mestrado em teologia. Em paralelo às suas atividades empresariais, tem atuado como conferencista em encontros profissionais e na docência teológica e educacional, áreas nas quais possui vários livros publicados. Profere também palestras em encontros nos campos da ética, política e teologia.



Impactando os filhos espiritualmente

De quem é a responsabilidade de ensinar as verdades bíblicas? JÚLIO CÉSAR DE LIMA

Salmos 119.105) e um deleite para aqueles que amam a Deus (Salmos 1.2; 119.18). Se cremos de fato nisso, por que esperamos que os pastores e professores de nossas igrejas assumam isoladamente a responsabilidade pelo ensino de nossos filhos? O que fazer então para melhorar esse quadro?

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uitos pais veem o pastor e os professores da escola bíblica como responsáveis pelo ensino e formação da Palavra de Deus no coração de seus filhos e os verdadeiros líderes que trarão mudanças significativas no caráter e na alma dos meninos e meninas. Ledo engano. Os filhos precisam ouvir os pais

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falando sobre a Bíblia, porque ela é alimento para todos nós (Mateus 4.4; 1 Pedro 2.2), instrução para a vida (Josué 1.8; 2 Timóteo 3.16-17;

1. Esforço conjunto. Quando pastores, professores e pais ensinam a Palavra de Deus para os filhos, a eficiência é multiplicada. Todavia, não raras vezes, os pais, principais formadores e influenciadores na vida das crianças, ado-

lescentes e jovens, ensinam, moldam e aplicam coisas diferentes. A eficácia no ensino da Bíblia somente poderá ser vivenciada quando a igreja e a família estiverem alinhadas e concentradas na real necessidade deles: conhecer a Jesus Cristo. Os pais precisam saber o que está acontecendo com os seus filhos. Qual a lição que eles estão estudando aos domingos? Eles têm entendido a pregação do pastor? Estão aprendendo tudo o que leem e/ ou ouvem da Bíblia? Procure estudar a lição do seu filho e certifique-se de que você também está lendo a Palavra de Deus.


Não desperdice esse tempo. A igreja fica algumas poucas horas por ano com seu filho, e você fica a maior parte do tempo com ele. 2. Use melhor o tempo que você passa com seu filho para falar da Bíblia. Não desperdice esse tempo. A igreja fica algumas poucas horas por ano com seu filho, e você fica a maior parte do tempo com ele. Os pais são os principais influenciadores na vida dos filhos. Ainda que todas as distrações do mundo (videogame, televisão, filmes, internet, etc.) pareçam gigantes influentes, elas não podem exercer maior influência que você na vida do seu filho.

3. Seja criativo e sempre procure encontrar formas de trazer Deus e sua Palavra em conversas do dia a dia. Andando com ele, sentado, no carro, na praia, no shopping, na praça.

Use e aplique a Palavra para o seu filho (Deuteronômio 6). Os exemplos são as melhores formas de ministração. O pai precisa ensinar e caminhar na fé com seu filho. Se o pai não tem tempo para ler a Bíblia e falar sobre Cristo com seu filho, este perde o mais importante formador de opinião. Cooperação no Reino é algo muito importante. Pais e

mestres precisam cooperar uns com os outros no ensino do evangelho para os filhos. Essa parceria faz toda a diferença.

Júlio César de Lima é pastor da Betel Church Guarulhos. Casado com a Dra. Valéria Lima, é pai de três filhos: Caio César, João Victor e Lorenzo Henrique.

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Impactando os filhos espiritualmente

Como conversar com seu filho sobre assuntos espirituais MÁRIO SIMÕES

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reparando-me para escrever este artigo, conversei a respeito deste tema com meu filho mais velho, Felipe, que tem 23 anos. Lembramos com muita alegria da maneira como eu e minha esposa tratamos de assuntos espirituais quando ele e seu irmão Davi eram crianças e depois na adolescência, quando ainda moravam em casa. É preciso “desespiritualizar” os assuntos espirituais. Não se trata somente de doutrinas, devocionais, histórias bíblicas, mensagens de cultos, aulas da escola dominical e estudos bíblicos. Assuntos espirituais têm a ver com a participação de Deus em todas as áreas

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da nossa vida e não dependem de estarmos na igreja, em casa, na escola ou no trabalho. Na realidade, todo assunto pode ser espiritual quando Deus e seus princípios são considerados, vividos e obedecidos. Então, por que você desobedece? Quando criança, nosso caçula tinha

muita dificuldade de obedecer aos professores na escola e principalmente a nós como pais, não só em casa como também em outros lugares. Por esse motivo, ele era disciplinado com muita frequência. Certo dia, depois de ser corrigido por mim muitas vezes, perguntei: “Davi, você gosta de ser disciplinado?”. Ele respondeu: “Não!”. Questionei: “Então, por que você desobedece tanto?”. Ele parou, pensou e respondeu com uma cara de santo: “É porque eu não ‘ouvo’ direito!”. A partir desse dia passamos a checar os comandos com a seguinte pergunta: “Você ouviu?”. E para ter certeza de que a mensagem

tinha sido entendida, acrescentávamos: “Repita para mim o que você ouviu!”. A obediência é o assunto mais espiritual que os pais precisam tratar com os filhos. Dá trabalho, é cansativo, mas é essencial para a vida da criança. Sexo, drogas e baladas são espirituais! Quando os meninos eram adolescentes, tivemos inúmeras conversas sobre estes e outros temas semelhantes: namoro, bebida, ficar, transar, brigar, roubar, mentir, etc... Esses temas se tornaram espirituais quando nos asseguramos de que eram princípios de Deus. Em outras palavras: o que a Palavra de Deus


A obediência é o assunto mais espiritual que os pais precisam tratar com os filhos. Dá trabalho, é cansativo, mas é essencial para a vida da criança. diz a respeito de sexo, bebida, droga, desobediência, roubo e mentira? Ou ainda: o que Jesus faria em meu lugar? Conversar sobre assuntos espirituais é responsabilidade dos pais. Tanto a obediência como a desobediência aos

princípios de Deus podem trazer resultados maravilhosos ou desastrosos para a vida de nossos filhos ou de qualquer outra pessoa. Leve seus filhos a lugares onde Deus está presente! Aproveite os poucos anos que seus filhos irão passar em sua casa, debaixo da sua autoridade e influência. Não meça esforços e recursos para levá-los a lugares e eventos onde Deus estará presente. Semanalmente, levávamos nossos filhos às reuniões de jovens da

igreja e depois íamos buscá-los. Muitas vezes com sacrifício, investimos para eles participarem de acampamentos, retiros, viagens missionárias, conferências e projetos internacionais. Eles sempre retornavam mais apaixonados por Jesus, mais arraigados nos princípios de Deus e conversavam abertamente sobre os assuntos espirituais. Valeu a pena! Hoje nossos “meninos” estão adultos, são servos do Senhor e são uma grande

bênção para todos ao seu redor!

Mário Kaschel Simões é palestrante, treinador, coach certificado pelo John Maxwell Team, docente internacional do Haggai International, fundador da Escola Internacional Preparando Gerações e escritor nas áreas de comunicação, motivação, desenvolvimento pessoal, relacionamentos e liderança. Casado com Priscila, é pai de Felipe e Davi.

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Vida Conjugal

EVITANDO OS CONFLITOS CONJUGAIS RELACIONADOS AO DINHEIRO

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xistem muitos conflitos associados à vida conjugal e, sem dúvida alguma, há conflitos associados à forma de administrar o dinheiro, pois marido e mulher normalmente tiveram experiências diferentes e também orientações diferentes quando eram solteiros. Então eu quero compartilhar algumas orientações que certamente podem ajudar os casais a minimizar esses conflitos em seu dia a dia como casal e como administradores do dinheiro. 1. Orem pelas finanças da família

Inclua em suas orações essa área tão importante, que é a vida financeira do casal ou da família. Sem oração será muito mais difícil as coisas caminharem da maneira como Deus deseja. Mas, com oração, certamente novos caminhos serão abertos, novas possibilidades virão, porque a oração é poderosa em seus efeitos. 2. Façam um plano de ação

Orar é bom e desejável, mas em seguida vem a parte mais prática, que é um plano de ação escrito. Esse plano deve incluir as seguintes áreas: dízimos e ofertas / reservas financeiras / dívidas / gastos mensais. Escolham quem vai acompanhar esse plano, fazendo os lançamentos financeiros no dia a dia. Uma vez por mês, juntem a família para checar o andamento do plano. 3. Façam uma lista de desejos

Como vocês sabem, os recursos são limitados. Então terão de decidir quais são os objetivos prioritários para o casal e/ou para a família. Troquem ideias, orem bastante. Deem um tempo para que os objetivos se consolidem e assim vocês não façam compras das quais venham a se arrepender em seguida.

4. Procurem conselho

A Palavra de Deus sempre nos orienta a buscar conselhos, e há várias fontes de conselho: A Palavra de Deus – siga os princípios financeiros dela e nunca vá contra eles; Deus – busque-o em oração, como já foi recomendado; Pais – podem ser ótimos conselheiros, pois querem sempre o bem dos filhos; Pessoas piedosas e competentes – pessoas que tenham o interesse genuíno de ajudar sem querer ganhar nada com isso; Seu marido/sua esposa – nunca tomem decisões isoladas. 5. Vivam com simplicidade

Talvez o maior vilão da vida financeira é querer viver sempre acima das nossas possibilidades. A gente se compara com outras pessoas e pensa: “Puxa! Eu podia ter isso também”. A Palavra de Deus nos orienta a vivermos com simplicidade e a ter prazer nas coisas boas que Deus nós dá a cada dia. Esse é um segredo para evitar muitos conflitos entre casais. Mas vocês precisam estar juntos nesse objetivo.

Paulo de Tarso é escritor e palestrante, engenheiro civil e mestre em Teologia. Fundou o Ministério Finanças para a Vida, que ensina pessoas de todas as idades a administrar o dinheiro de acordo com a Bíblia.

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ANUNCIE NA LAR CRISTÃO - A REVISTA DA FAMÍLIA BRASILEIRA

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Fique por Dentro

A vida de Deus em nós Alcindo Almeida Fôlego

Negócios ilimitados Memórias do reino vindouro J. Gunnar Olson Kingdom

#ficaadica 100 atitudes que podem mudar o dia a dia do seu casamento Darrell & Márcia Marinho United Press

Perdão – A chave para a cura interior Jaime Kemp Fôlego

Como pregar e ensinar com base no Antigo Testamento Christopher J. H. Wright Mundo Cristão

Meu plano perfeito Alessandra Rigazzo Thomas Nelson

Devocional diário Caminhada de fé Emilio Fernandes Junior Fôlego

Uma fé pública Miroslav Volf Mundo Cristão

Pentecoste O fogo que não se apaga Hernandes Dias Lopes United Press

Minha história de perdão e cura Stormie Omartian Mundo Cristão

Histórias da Bíblia para pequeninos Josée Masse Mundo Cristão

Igrejas que transformam o Brasil Ed Stetzer e Sérgio Queiroz Mundo Cristão

Bíblia Sagrada na jornada com Cristo Nova Versão Transformadora Mundo Cristão

Desafiados pela fé Emilio Fernandes Junior Fôlego

Bíblia Visual com infográficos Nova Tradução na Linguagem de Hoje SBB

Esta seção é gratuita, e os lançamentos devem ser enviados para a Caixa Postal 16.610 – CEP 03149-970 – São Paulo – SP aos cuidados de Editora Fôlego – Seção Fique por Dentro / Lar Cristão.

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