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NATAL COM "VIDA E PAZ" Tive a oportunidade de par cipar na celebração de Natal da Comunidade Vida e Paz que sempre convida a nossa comunidade paroquial para este acontecimento anual. Depois de alguns membros da paróquia entregarem o fruto da campanha que realizámos, foi bonito perceber a gra dão no caloroso acolhimento que nos fizeram e sobretudo o carinho que aquela comunidade tem pela nossa comunidade paroquial onde normalmente um grande grupo de rapazes par cipa na eucaris a dominical. Demos ânimo e alegria à celebração e recebemos a sa sfação interior de contribuirmos para ajudar a erguer as vidas de 68 jovens que ali lutam todos os dias para vencer o vício do álcool ou da droga e se reabilitarem para a vida. Trago nos ouvidos as palavras de um utente, cujo nome não recordo, que me dizia "Foi em S. Catarina que percebi que a fé é a realidade mais preciosa da nossa vida e que para Deus e com Deus, nada é impossível ", e as daquele outro que afirmava "a vossa missa alegre e bem animada deixame sempre um pouco melhor" e ainda este que me dizia " O padre Mário de certo que me conhece há muito tempo pois parece que está sempre a falar para mim... con nua na Pág. 3

M E NSÁ R IO DE SA NTA CATA R INA DA S E R R A - JAN EI RO 2 0 1 0 - 1 € P R EÇO D E C APA

Religioso

Missa do Galo animada com peça de teatro Pág.9

Desporto

João “Jardel” joga na Selecção Nacional sub-18 Retroexpec va do ano 2009 “Afirmação da União da Serra” Pág. 13

Freguesia

Câmara quer posto GNR no Sul do Concelho Pág.7

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Pensamento do mês "Não há razão para termos medo das sombras. Apenas indicam que em algum lugar próximo brilha a luz. "

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Família Paroquial

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Isto faz pensar 27/12 - Miguel Gomes Vieira, filho de Abílio do Vale Moniz Vieira e de Elisabete de Oliveira Gomes, da Loureira. Foram padrinhos: Pedro Miguel Alves da Cruz e Elsa Isabel de Oliveira Gomes

4/12 - Maria da Conceição Lisboa, viúva de António Pereira Moniz, da Loureira, par u para o Pai no entardecer das suas 93 Primaveras vividas com alegria. 5/12 - Encarnação dos Santos, casada com António Alves dos Santos, dos Olivais, adormeceu no Senhor aos 89 anos de idade 7/12 - Augusto Carreira, viúvo de Isabel dos Santos, da Chainça, terminou a sua peregrinação sobre a terra aos 87 anos de idade, e foi ao encontro do Pai 28/12- Luciano Gonçalves, casado com Ludovina de Jesus Carreira, do Casal da Estor ga, adormeceu na Paz de Deus aos 77 anos de idade

Luciano Gonçalves N.08/03/1932 F. 28/12/2009 Casal da Estor ga Agradecimento Sua esposa, filhos, netos e restante família na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, como era seu desejo, vêm por este meio agradecer as todas as pessoas que se incorporaram no seu funeral, bem como todas as que se interessaram pelo seu estado de saúde ou que de qualquer forma manifestaram o seu pesar. Fernando Reis

Encarnação dos Santos N. 17/07/1920 F. 06/12/2009 Olivais Agradecimento Marido e família, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, vem por este meio agradecer a todos quantos se dignaram a par cipar na cerimónia do seu funeral, ou que, por qualquer outra forma, manifestaram o seu pesar.

Augusto Carreira Chaínça N. 12/04/1922 F. 07/12/2009

É com muita tristeza que vimos par r o nosso querido pai e avô, mas como alguém disse: "Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós." Suas filhas e filho querem agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua úl ma morada e, em par cular, a todas as pessoas que o visitaram durante a sua longa doença. Não poderíamos deixar de fazer um agradecimento especial às auxiliares do Serviço de Apoio Domiciliário do Lar de Santa Catarina da Serra. À Anabela, Irene, Isabel e à São um muito obrigado pelo profissionalismo, carinho e dedicação que sempre apresentaram durante estes quase seis anos de trabalho e convívio. Um muito obrigado de seus filhos e netos. Avô, Tu que já par ste rumo à nova vida E nós que ficámos, por enquanto, Queremos agradecer-te a herança que nos deixaste: o exemplo. Sim, o exemplo é a maior herança que um pai pode deixar a um filho! Foste filho, marido, pai, avô e bisavô Foste tudo o que completa o homem A tua vivência na terra Transmi u-nos e ensina-nos valores, princípios e histórias, que ficam connosco até à nossa hora também de par r Qual de nós não se lembra da história de Sansão, Qual de nós não aprendeu os 15 traços da canção: “Quinze e quinze e quinze Quinze e quinze são Quem bem contar, aqui estão!” Quem não se lembra do o Augusto com a jaqueta azul e o machado às costas! Que os teus filhos, netos e bisnetos Aceitem e sigam o exemplo que ensinaste Vivam na harmonia e paz que transmi ste Sejam o legado que deixaste E que tu sejas a estrela orientadora Que brilha no céu e que a minha Sofia diz: “Olha manica, vês aquela estrela? É o avô velhinho!” A Silvinha olha, mas não percebe nada, ainda Mas também ela vai aprender a história de Sansão. Bem Hajas Os teus Netos

Os meios de comunicação deram a no cia. Um homem da Bélgica, Rom Houben, parecia estar em estado vegeta vo, mas durante 23 anos viu, ouviu e sen u tudo o que se passava. Toda a gente pensava que es vesse sem qualquer capacidade sensorial, mas o médico Steven Laureys libertou a mente de Rom Houben, mais de duas décadas aprisionada num corpo paralisado, após um acidente de viação. Ligado a um computador, agora faz-se ouvir. "Todo o tempo sonhava, literalmente, com uma vida melhor. Frustração é um termo demasiado pequeno para descrever o que sen ", disse Rom Houde, actualmente com 46 anos. Tinha 23 quando um acidente de automóvel o a rou para uma cama de hospital. "Jamais esquecerei o momento em que foi iden ficado o que verdadeiramente estava errado comigo. Foi o meu segundo nascimento", disse Rom Houben. "Quero ler, falar com os meus amigos através do computador e apreciar a vida, agora que as pessoas sabem que não estou morto", acrescentou, em declarações reproduzidas no sí o da "Sky TV", na Internet. "Só na Alemanha, todos os anos, cerca de 100 mil pessoas sofrem lesões cerebrais traumá cas graves. Em cerca de 20 mil, são seguidas por um coma de três semanas ou mais. Alguns morrem, outros recuperam", disse Steven Laureys, em declarações ao jornal "The Daily Telegraph". O que aconteceu a Rom Houben vai obrigarnos a todos a reflec r sobre casos famosos de pessoas em coma prolongada a quem desligaram as máquinas que lhes sustentavam a vida. E talvez obrigue os que o pediram ou fizeram a pôr a mão na consciência, quando cri caram a Igreja que a isso se opôs. Re rado “O amigo do povo”

José Augusto Marques da Costa Maria Assunção dos Santos Simão Costa Ulmeiro No passado dia 22 de Dezembro, comemoraram as suas bodas de prata, na Igreja Paroquial de Santa Catarina da Serra, José Augusto Marques da Costa e Maria da Assunção dos Santos Simão Costa, a residir no Ulmeiro, na companhia dos seus filhos André, Sara e Dany, com os seus familiares e amigos. Após a celebração seguiu-se jantar convívio em sua casa que se prolongou até tarde. Por este meio, os noivos agradecem a todos par cipantes da festa, com especial atenção aos que se deslocaram de França e Lisboa, que apesar de mau tempo e frio, não deixaram de estar presentes.

Envie-nos o seu anúncio, da secção da família paroquial, que nós prometemos publicar gratuitamente. Data limite de entrega: úl mo dia de cada mês Os anúncios publicados serão gratuitos, desde que cumpram os requisitos necessários para a publicação. luzdaserra@sapo.pt - 917480995

Joaquim Francisco Pinheiria 1 Ano de Falecimento N.24/08/1925 F.18.01.2009 Um ano depois da sua morte, 18 de Janeiro de 2009, sua filha e esposa vem recorda-lo com saudade. Esposa

Aos familiares enlutados “O Luz da Serra” apresenta sen das condolências e une-se em oração de sufrágio

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Editorial

A oração mais poderosa Oração de Jesus, segundo Santo Agos nho “Na oração as palavras servem para nos es mular e para compreender melhor o que pedimos; não pensemos que são necessárias para informar o Senhor ou forçar a sua vontade. Quando dizemos: San ficado seja o vosso nome es mulamo-nos a desejar que o nome de Deus, que sempre é santo em si mesmo, seja também honrado como santo entre os homens e nunca desprezado; e isto não é para bene cio de Deus mas dos homens. Quando dizemos: Venha a nós o vosso reino - que háde vir certamente, quer queiramos quer não – excitamos a nossa aspiração por aquele reino, para que ele de facto venha a nós e mereçamos reinar nele. Quando dizemos: Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu, pedimos ao Senhor que nos dê a virtude, para que se cumpra em nós a sua vontade, como os Anjos a cumprem no Céu. Quando dizemos: o pão

nosso de cada dia nos dai hoje, a palavra hoje quer dizer o tempo presente; e com a palavra pão pedimos tudo o que é necessário, à nossa subsistência, ou também o sacramento dos fiéis, que nos é necessário durante a vida presente, não para alimentar esta vida temporal, mas para alcançar a fidelidade eterna. Quando dizemos: perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, tomamos consciência do que pedimos e do que devemos fazer, para merecermos receber o perdão. Quando dizemos: E não nos deixeis cair em tentação, animamo-nos a pedir o auxílio indispensável de Deus, para não consen rmos nas incidias da tentação nem sucumbirmos ante a sua violência. Quando dizemos: Livrai-nos do mal, recordamos que ainda não estamos naquele sumo bem, onde já não é possível sofrer qualquer mal. E estas úl mas palavras da oração dominical têm um significado tão amplo que o cristão, seja qual for a tribu-

Papa vem a Fá ma em Maio Bento XVI vai estar reunido com Cavaco Silva e com José Sócrates, na visita que vai realizar a Portugal entre os dias 11 e 14 de Maio de 2010. O programa da viagem do Papa Bento XVI a Portugal já foi divulgado oficialmente. Durante a sua estadia no nosso país, entre os dias 11 e 14 de Maio, o Papa vai reunir com altas figuras do Estado e também personalidades da cultura portuguesa. No dia da chegada, 11 de Maio, Bento XVI vai ter "um encontro com o Presidente da República, no Palácio de Belém", enquanto que no dia seguindo "receberá, em audiência, o primeiro-ministro", explica uma nota da presidência da República. Os dias 11 e 12 vão ser passados em Lisboa, onde o Papa vai presidir "à Celebra-

ção Eucarís ca que se realizará no Terreiro do Paço", depois da sua chegada. 12 e 13 de Maio estão reservados a Celebrações Religiosas em Fá ma, tal como a encontros "com os sacerdotes, religiosos, seminaristas e diáconos", assim como com "as organizações da Pastoral Social e com os Bispos portugueses". A viagem termina no dia 14, com uma visita ao Porto, onde vai presidir "uma Celebração Eucarís ca, na Avenida dos Aliados", refere o mesmo documento.

lação em que se encontre, pode com elas exprimir os seus gemidos ou lamentações, dar início, con nuar ou terminar a sua oração. Tínhamos necessidade destas palavras para gravar na memória todas estas realidades. Quaisquer outras palavras que podemos usar na oração, ou precedendo-a para esclarecer e formar a nossa consciência sobre o que pedimos, ou prolongando-a para intensificar a nossa atenção e afecto, nada mais dizem além do que se encontra já na oração do Senhor, se de facto oramos com convém. Por isso, quem pede alguma coisa que não tenha qualquer relação com esta oração evangélica, não se segue que reze ilicitamente, mas a sua oração, é, certamente, segundo a carne (segundo os interesses materiais). Não sei mesmo até que ponto se poderá dizer que não reza ilicitamente, uma vez que os renascidos pelo Espírito não devem orar senão segundo o Espírito”. (Extraído de uma carta de Santo Agos nho, Bispo)

P. Serafim Marques

A oração do Pai Nosso foi composta e ensinada aos Apóstolos por Jesus Cristo: “Quando rezardes dizei: PAI NOSSO…” Não há pois oração mais perfeita e mais poderosa do que esta oração; nenhuma outra por mais bonita e sen mental que seja se aproxima do Pai Nosso. Se queremos ser atendidos usemos o “formulário” que Jesus nos mandou preencher para que o Seu Pai e Nosso Pai nos escute e atenda ao nosso pedido. Não te esqueças contudo que Deus não usa relógio nem tem calendário para atender às nossas preces. Ele só concede o que lhe pedimos quando for para o nosso verdadeiro bem e na hora que mais nos convier. Deus é Nosso Pai e nos ama muito a todos.

Conferencia Nacional do Curso Alpha será em Fá ma Todos os anos, o Secretariado Nacional do curso Alpha, realiza uma grande Conferencia Alpha para a formação de equipas que as paróquias enviem para organizarem o curso Alpha na sua paróquia ou unidade pastoral ou Arciprestado. Este ano, será no Seminário do Verbo Divino, em Fá ma, a 23 e 24 de Janeiro 2010. A Conferencia Alpha é um fim de semana de formação teórico -prá co e experiencial que habilita os par cipantes enviados pelos párocos a organizarem na paróquia o curso Alpha. O curso Alpha baseia-se a 100% na confiança da graça divina que se pede muito, e a 100% na eficiência de uma equipa que não deve descurar nada para fazer um belo acolhimento das pessoas,

uma refeição que pode ser simples mas bonita e bem apresentada, uma palestra que deve ser incisiva, mas não aborrecida, dada com bom humor, tentando ter os convidados sempre interessados no que está a ser dito, e depois os grupos de discussão bem animados para que todos possam ter a possibilidade de se exprimir mesmo discordando. Todas as informações detalhadas sobre a conferência, podem ser ob das no site do Curso Alpha em www.alphaportugal.org. Pode ainda contactar o Secretariado Nacional Alpha telefonando para o 239837165 ou para e-mail contacto@alphaportugal.com

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...e a dizer-me o que eu preciso de ouvir". Estas palavras fizeram-me muito bem no sen do de não desfalecer e de não pensar que todo o trabalho que faço e que as pessoas mais conscientes e responsáveis fazem comigo, não cai em saco roto e Deus realiza a sua obra. A verdade é que infelizmente a maioria dos paroquianos não P. Mário de se manifesta posi vamente e Almeida Verdasca grita de fúria quando não vê a sua "vontadezinha" sa sfeita. Mas estas palavras dos rapazes também foram para mim um apelo a cuidar com maior intensidade da nossa missa dominical e a alertar as pessoas da comunidade paroquial para se empenharem também, sabendo que nós estamos a ajudar-nos a nós próprios mas estamos também a ajudar outros que nem sequer conhecemos que tem esta ajuda como fundamental. Quando nós arrefecemos, os outros ao nosso lado gelam mas se porventura aquecemos no coração os outros animam-se na verdade e na felicidade. Temos o dever de comunicar o calor da nossa fé e é nossa responsabilidade de cristãos evangelizar pela oração e com a oração "Ai de mim se não anunciar o Evangelho". Já posteriormente pensei em alguns jovens e até adultos que entre nós, vão abandonando a Eucaris a e assim se afastam de Deus, das Fontes da Salvação e da Felicidade, que não tem tempo para Deus e para a Comunidade, e só aparecem para "consumir" um "embrulho" religioso para as suas festas pagãs. Perdoem-me por falar assim mas a verdade é que me impressiona muito a leviandade de quem escolhe as banalidades da vida ou as sensações de momento em desfavor dos valores que dão gosto e esperança à vida e a força para o Amor e o Serviço. Se os que se deixaram marginalizar pelo vício encontram resposta e ajuda na vivência cristã da comunidade paroquial, parece-me que há jovens na nossa terra que ainda não abriram os olhos ou andam muito enganados nos caminhos que vão trilhando. A Vida é uma aventura maravilhosa quando percebemos que Ele caminha connosco e arriscamos na confiança e na disponibilidade para Ele e para os outros. Recordo o poeta Mário de Sá Carneiro que afirma: "Momentos de alma que desbaratei... Templos onde nunca quis um altar... Rios que perdi sem nunca levar ao mar... Ânsias que foram mas que não fixei..." Quem tem ouvidos para ouvir que oiça.

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Compreender

O poema da criação De onde vem este texto? O An go Testamento, ou melhor, o Primeiro Testamento, abre com um poema: o grande poema da Criação. Só um poeta pode imaginar aquilo que ninguém pôde testemunhar: as origens do homem e do universo. Este poema será fruto da sua imaginação, da sua inspiração poé ca? Em parte, apenas, porque este poeta é também um sacerdote judeu, do séc. VI a.c. Ele estava, então, exilado na

Génesis 1 e 2 (extractos)

Babilónia, longe ds Templo de Jerusalém, que os Babilónios incendiaram. No entanto, este sacerdote está impregnado da fé de Israel e vê o universo como um imenso Templo à glória de Deus. No cosmo, só o homem e a mulher foram criados à imagem de Deus; Ele fala-lhes e confia-lhes um mundo para habituar e submeter. Para Israel, só Deus é a fonte de toda a vida e de toda a beleza.

D.R.

Reflec r e Meditar Os oitos Gestos de Deus As oito acções do Criador são apresentadas em duas séries paralelas: os dias 1 a 3 (os espaços) e os dias 4 a 6 (os seres vivos). Para os an gos, os luzeiros são seres vivos, visto que se movem; pelo contrário, os vegetais são «coisas» que servem para alimentar os animais e humanos.

A Luz, Sinal de uma Presença Antes da criação dos astros, a Luz já existe, impondo o ritmo do tempo: dia/noite. Na bíblia, a luz é o grande sinal da presença de Deus. O poeta nem sequer dá um nome aos astros (4º dia), que os Babilónios adoravam como deuses; para ele, não são senão lâmpadas e calendários! Toda a criação é boa, mas nenhuma criatura é Deus.

O Trabalho e o Repouso Deus pede ao homem e à mulher que dominem a terra e os seres vivos. É esse o sen do do trabalho na Bíblia: par cipar na Obra do Criador. Ele confiou a sua criação aos humanos; não são os seus donos, mas os seus gerentes. O seu domínio sobre a «natureza» deve imitar o

de Deus: favorecendo a vida e lutando contra a forma de destruição e de morte.

O Sé mo Dia

Deus dá ao homem o exemplo do trabalho, mas também do repouso; isso faz parte das numerosas «separações» deste poema, que estruturam o tempo e o espaço. O trabalho não é tudo; deve ser interrompido ao sé mo dia, que é, por um lado, o tempo de repouso, e, por outro, o dia para Deus («sagrado»). O shabat será este tempo de gratuidade, para as relações sociais, a interioridade e a oração.

No princípio, quando deus criou os céus e a terra, a terra era informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus movia-se sobre a super cie das águas. Deus viu que a Luz era boa e separou a luz das trevas. Deus chamou dia à luz, e às trevas, noite. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a amanhã: foi o primeiro dia. Deus disse: «Haja um firmamento entre as águas.»[…] Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam sob o firmamento das que estavam, por cima do firmamento. Deus chamou céus ao firmamento. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, amanhã: foi o segundo dia. Deus disse: «Reúnam-se as águas que estão debaixo dos céus num único lugar, a fim de aparecer terra seca.» E

assim aconteceu. Deus chamou à terra parte sólida, e mar, ao conjunto de águas. […] Deus disse: «Que a terra produza verdura, erva com sementes, árvores fru feras […]» E assim aconteceu. […] Deus viu que isto era bom. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o terceiro dia. Deus disse: «Haja luzeiros no firmamento dos céus, para separar o dia da noite. […]» E assim aconteceu. […] E Deus viu que isto era bom. E assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quarto dia. Deus disse: «Que as águas sejam povoadas de inúmeros seres vivos, e que por cima da terra voem aves.» […] E Deus viu que isto era bom. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quinto dia. Deus disse: «Que a terra produza seres

vivos, animais domés cos, répteis e animas ferozes.» E assim aconteceu. […] Depois deus disse: «Façamos o homem à nossa imagem, à nossa semelhança.» […] Deus criou o homem à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher. Abençoando-os, deus disse-lhes: «Crescei e mul plicai-vos, enchei e dominai a terra.» […] Deus disse: «Também vos dou todas as ervas e todas as árvores de fruto com semente, para que vos sirvam de alimento.» […] Deus, vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia. […] Concluída, no sé mo dia, toda a obra que nha feito, Deus repousou no sé mo dia […]. Deus abençoou o sé mo dia e san ficou-o.

À imagem de Deus Para um Oriental, a imagem torna verdadeiramente presente a pessoa que representa, seja homem ou deus. Na bíblia, Deus proíbe toda a imagem de si mesmo, porque Ele não se parece com nada do que vemos; é o Totalmente Outro (Ex 20,4). Mas Ele criou o homem e a mulher «à sua imagem»; eles representam juntos, melhor do que qualquer estátua, a semelhança com o Deus vivo, que ama e dá a vida. Abençoando-os Abençoar vem do la m benedicere, «dizer bem». Em hebraico, a bênção (baraka) é a fecundidade, o sucesso, a felicidade. Os crentes reconhecem que «o bem» vem de Deus, que assim, dá aos homens sinais do seu amor, de um modo par cular, em Cristo. Mas essa felicidade depende, também, da livre escolha dos homens, o que eles esperam ou não dele, com confiança.

No Princípio, a Palavra No prólogo do seu Evangelho, João chama a Cristo «o Verbo» (em grego: Logos ), isto é, a Palavra de Deus. Como o Génesis, este prólogo começa por: «No princípio.» O Verbo, antes de se tornar uma pessoa humana, em Jesus, é a Palavra de Deus, que tudo criou e que con nua a fazer exis r tudo, por amor. Só Cristo, tal como o viram as suas testemunhas, é a imagem perfeita de Deus. «Quem me vê, vê o pai» (Jo 14,9).

O Espírito de Deus O Espírito de Deus é como o vento que vai fecundar as águas e fazê-las jorrar vida. Também as palavras «vento, sopro», designam, muitas vezes, o Espírito de Deus, que cria e renova tudo (Sl 104 [103],30). Jesus explica a Nicodemos: «O vento sopra onde quer que tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do espírito» (Jo3,8)

Galardoada a Obra do Gaiato No passado dia 20 de Julho de 2009 o anfiteatro ao ar livre da Fundação Gulbenkian foi pequeno para receber gente ilustre da sociedade portuguesa representando os mais variados quadrantes da polí ca, da economia e das artes. Tratava-se da cerimónia de entrega do Prémio Internacional Calouste Gulbenkian e dos Prémios Gulbenkian – Arte, Beneficência, Ciência e

Educação. A Cerimónia foi presidida pelo Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian. Várias Ins tuições foram galardoadas. Entre elas a Obra da Rua ou Obra do Padre Américo. O Júri, previamente cons tuído, debruçou-se sobre a longa história e experiência do projecto educa vo do Padre Américo posto em prá ca nas Casas do Gaiato,

não tendo dificuldade em eleger a Obra da Rua como merecedora do Prémio Educação. Trata-se de um Projecto Educa vo consolidado, com resultados cien ficamente comprovados em abundantes estudos de alto nível académico, na recuperação de crianças desprovidas de meio familiar normal e de jovens em risco. Depois dos lamentáveis episódios que procuraram de-

negrir o bom trabalho pedagógico dos educadores desta Obra, é bom saber que uma ins tuição independente e com um júri exigente e qualificado vem premiar com um alto galardão os métodos educa vos ins tuídos pelo Padre Américo. Re rado: “O Amigo do Povo”


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Compreender

Adão e Eva no Paraíso De onde vem este texto? Depois do poema da Criação, o livro do Génesis apresenta uma grande narra va: a criação do homem e da mulher no Paraíso, no Jardim do Éden, que, seguidamente, são postos à prova e falham. Os Sábios israelitas escrevem esta narra va simbólica por altura do exílio na Babilónia (sec. VII a.c.), para explicar a condição humana. Partem da sua experiência religiosa, mas também dos

Génesis 3 (extractos)

mitos do Oriente An go. Segundo esta narra va, Deus criou primeiro o homem e depois a mulher, para o libertar da solidão. Confioulhes o jardim para cul var, com árvores que os alimentavam. Mas há uma árvore que lhe é interdita: a que dá a experiência do bem e do mal.

Como Deuses O homem imagina que os Deuses têm tudo aquilo que ele não tem. A bundância, o poder, a independência, a imortalidade, etc. A serpente encoraja esta ilusão e explica que Deus reserva para si mesmo, ciosamente, o fruto proibido. A lei que Ele fixara não teria outro objec vo senão proteger os seus privilégios, mantendo o homem em inferioridade. A palavra da serpente parece mais credível do que a de Deus, que não explicou o porquê da sua proibição. Este desejo de ser como Deus, é ambíguo. Aqui, o homem quer apropriar-se da sua vida, em vez de a receber de Deus.

Se o Fizerdes, Morrereis… O fim do v.3 pode ser compreendido em dois sen dos diferentes: seja como um cas go - «se comerdes… sereis punidos de morte» - seja como aviso – Deus previne que este fruto é mortal e que não devem comê-lo: «se o fizerdes, morrereis». Assim, temos duas faces opostas de Deus: de um lado, a autoridade arbitrária e, eventualmente, um rival; do outro, o aliado que os quer proteger de uma armadilha mortal. Quem é Deus para mim: um rival dominador ou um amigo protector? Aquele que causa

a minha morte ou aquele que me faz viver»?

Um Caminho para o Paraíso O paraíso (em grego: o jardim) faz sempre sonhar, como muitos anúncios publicitários: água em abundância, trabalho fácil, relações harmoniosas (nudez des tuída de vergonha), ausência de sofrimento e de morte. No entanto, a história humana só começa com a saída do Éden, um pouco como a minha própria história, que só começou com a minha saída do ventre materno… Uma liberdade terrível, mas indispensável! Tratase de um paraíso perdido ou de um nascimento?

D.R.

Reflec r e Meditar

A serpente disse á mulher: « É verdade ter-vos Deus proibido de comer o fruto de alguma árvore do jardim?» A mulher respondeulhe: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim; mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: “Nunca o deivei comer, nem sequer tocar nele, pois, se o fizerdes, morrereis.» A serpente retorquiu à mulher: «Não, não morrereis; porque deus sabe que, no dia em que comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal.» vendo a mulher que o fruto da árvore devia ser bm para comer, pois era de atraente aspecto e precioso para esclarecer a inteligência, agarrou o fruto, comeu, deu dele também a seu marido e ele também comeu. Então, abriram-se os olhos aos dois e, reconhecendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e coloca-

ram-nas […] à volta dos rins. Ouviram então a voz do Senhor Deus, que percorria o jardim, pela brisa da tarde, e o homem e a mulher logo se esconderam […]. Mas o Senhor deus chamou o homem e disse-lhe: «Onde estás?» Ele respondeu: «Ouvi a tua voz no jardim e, cheio de medo, escondime, porque estou nu.» O Senhor Deus perguntou: «Quem te disse que estás nu? Comeste, porventura, da árvores da qual te proibi de comer?» O homem respondeu: «Foi a mulher que trouxeste para junto de mim que me ofereceu da árvore e eu comi.» O Senhor Deus perguntou à mulher: «Porque fizeste isso?» A mulher respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi.» Então, o senhor deus disse à serpente: «Por teres feito isso, serás maldita entre todos os animais.» […] Depois, disse à mulher: «Aumentarei os sofrimen-

tos da tua gravidez, entre dores darás à luz os filhos. Procurarás apaixonadamente o teu marido, mas ele te dominará.» A seguir, disse ao homem: «Porque te atendeste à voz da tua mulher e comeste o fruto da árvore, a respeito da qual Eu te nha ordenado: “Não comas dela”, maldita seja a terra por tua causa. E dela só arrancarás alimento à custa de penoso trabalho, todos os dias da tua vida. Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de onde foste rado; porque tu és pó e ao pó voltarás.» O homem pôs à sua mulher o nome de Eva [isto é, «Viva»], porque ela seria a mãe de todos os viventes. O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, a fim de cul var a terra, da qual fora rado.

A Serpente Este animal, estranho e silencioso, e muitas vezes perigoso, provoca ao mesmo tempo fascinação e repulsa. Nos mitos do Oriente An go, a serpente encarna as forças do mal que é necessário dominar. Aqui, ela simboliza o poder do mal, que atrai os humanos e tenta pô-los em oposição a Deus. A sua luta contra os humanos terminará, finalmente, com a vitória destes ( é isso que exprimem as imagens de Maria, «a Mulher», esmagando-lhe a cabeça). Conhecer o Bem e o Mal Esta expressão significa fazer a experiência de tudo, experimentar tudo para decidir o que é bom ou mau. Nesta narra va, o homem e a mulher querem escolher o que lhes parece bem ou mal e fazer as suas próprias regras, sem ter e conta a Palavra de Deus. Transgridem a proibição, que lhes entrava a liberdade. Vão descobrir a culpabilidade, simbolizada pelo pudor..

Escolher a Vida A imagem do Paraíso é retomada no outro extremo da Bíblia, no Apocalipse (22, 1-5). O fim da história apresenta o que Deus prepara para a humanidade como utopia. Para conduzir a este mundo novo, deus já deu a sua Lei a Israel, como um caminho através do deserto: «Coloco diante de a vida e o bem, a morte e o mal… escolhe a vida para viveres… amando o senhor, escutando a sua voz e apegando-te a Ele!» (Dt 30,15-20). Exactamente o que Jesus experimentou.

Adão e Eva «Adão» é uma palavra hebraica que significa «ser humano». É um substan vo comum, quase sempre empregue com ar go. O nome Adão é um jogo de palavras com adamah, o «solo arável», de onde foi rado, onde vive e ao qual voltará. Esta personagem representa, aqui, cada ser humano, porque esta espécie de parábola exprime a experiência de cada um: a prova da liberdade. Quanto a Eva, Hava, o seu nome está ligado ao verbo hebraico «viver» (hayah): ela é aquela que dá vida.

Igreja africana Por ocasião do Sínodo Africano, foi dado a conhecer o grande dinamismo da Igreja na África nos úl mos anos. D. Nikola Eterović, secretário geral da II Assembleia especial do Sínodo dos bispos africanos, recordou que entre 1978 e 2007, "o número de católicos africanos

passou de 55 milhões para 146 milhões". Um aumento que se estende também ao campo vocacional, que no sacerdócio quer à vida consagrada. Aumentam cada vez mais os sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que desempenham o serviço pastoral

nas outras Igrejas par culares na África ou noutros con nentes. A diocese de Coimbra conta já também com vários sacerdotes africanos. A missão da Igreja em África compreende a promoção de ac vidades educa vas e assistenciais, "oferecendo

uma formação integral, humana e cristã, para as novas gerações". As suas tarefas não dis nguem etnia, língua, religião e são "um preciso contributo para o processo da jus ça e da paz". Re rado: “O Amigo do Povo”


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Ano Sacerdotal

Dom Hélder Câmara…amigo dos pobres Nasceu no dia 7 de Fevereiro de 1909, em Fortaleza. Foi ordenado padre no dia 15 de Agosto de 1931, em Fortaleza, aos 22 anos, com autorização especial da Santa Sé, por não possuir a idade mínima exigida. Foi nomeado bispo auxiliar do Rio de Janeiro no dia 3 de Março de 1952 e no dia 20 de Abril do mesmo ano foi nomeado bispo. Tinha 43 anos de idade. Teve uma par cipação ac va no Concílio Va cano II. No dia 12 de Março de 1964 foi designado para ser arcebispo de Olinda e Recife, Pernambuco, múnus que exerceu até 2 de Abril de 1985. Foi escolhido o brasileiro do século na categoria de religião pela revista “Isto É”. Foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante o regime militar brasileiro. Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres e a não-violência. Pela sua actuação recebeu diversos prémios nacionais e internacionais, tendo sido ainda o único brasileiro indi-

cado quatro vezes para o Prémio Nobel da Paz. Este arauto do amor faleceu no dia 27 de Agosto de 1999, em Recife com 90 anos. Fica como registo, duas das muitas frases que nos deixou e um acontecimento que se passou com ele. “ Um sonho sonhado sozinho é apenas um sonho. Um sonho sonhado junto é o princípio de uma nova realidade”. “ O verdadeiro Cris anismo rejeita a ideia de que uns nascem pobres e outros ricos, e que os pobres devem atribuir a sua pobreza à vontade de Deus” “O Bispo e o ladrão”. D. Hélder Câmara, o bispo brasileiro das favelas e dos pobres, vivia numa casa pobre, atrás da igreja. A porta da residência estava sempre aberta. Ele não nha horário de visitas ou tempo marcado para audiências. Quem chegava era atendido. Uma noite teve uma visita de todo inesperada. Estava ainda no primeiro sono quando acordou em sobressalto. Havia gente na

sala junto ao seu quarto. Levantou-se e foi ver quem era. Deparou-se com um gatuno. Ao ver D. Hélder, dis-

parou a primeira pergunta: - Onde está o cofre? - Cofre, disse calmamente D. Hélder, é coisa que eu não tenho… - Eu quero dinheiro… onde guarda o seu dinheiro? - Dinheiro… todo o que tenho está nos bolsos da minha ba na. Venha cá. Pode remexer os bolsos e levar tudo que encontrar… O ladrão mexeu e remexeu tudo e não encontrou nem mais um cên mo… Ao fim, quando já se dispunha a sair, o santo bispo disse-lhe:

- Agora sentemo-nos ali à mesa e conversemos um pouco. Falaram… falaram… durante bastante tempo. O tema da conversa nunca foi revelado por D. Hélder. O ladrão estava estupefacto. Nunca, na sua longa experiência, nha do um assalto assim tão amigável. Ia a despedir-se quando D. Hélder o adver u: - Eu acompanho-o até ao autocarro. Sabe, andam por aí muitos policiais à volta da minha casa. Se o virem só, até podem tomá-lo por um ladrão e prendê-lo. O autocarro apareceu no fundo da rua. D. Hélder aproveitou para fazer a úl ma recomendação: - Se es ver em apuros, não hesite: volte outra vez. Já sabe que eu não tenho cofre. O meu dinheiro anda todo nos bolsos da ba na. A janela que dá para o quintal fica sempre aberta. É por ela que me entra um pouco de ar fresco durante a noite e que eu contemplo as estrelas antes de adormecer. ( rado do almanaque 2010 – Boa Nova) Fernando Valente

De novo na Missão No próximo mês de Fevereiro, irá par r para Angola, para a Missão do Luau, an ga Teixeira de Sousa para quem por lá andou, um voluntário missionário de Leiria, João José Pereira da Silva Antunes, a residir na Gândara dos Olivais, da paróquia dos Marrazes. Vai como voluntário da ALVD - Associação de Leigos Voluntários Dehonianos, da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus, vulgarmente conhecidos por Dehonianos. A ALVD pretende levar aos habitantes daquela zona de missão a cultura e a formação tão necessárias ao desenvolvimento de um povo.

Jornal Luz da Serra Nº424 - Janeiro de 2010 Ano XXXVI

ERC 108932 - Depósito Legal Nº 1679/83

Na linha da cultura ambiciona desenvolver um projecto de apoio à Biblioteca Padre Dehon, divulgando-a, dando-a a conhecer e incen vando a população a frequentá-la para melhor poderem adquirir conhecimento. Outra área de actuação deste voluntário será a formação pretendendo-se que as populações possam adquirir conhecimento potenciador do conseguir o seu emprego e levar assim a população a uma melhor condição do seu nível de vida. Resumindo, serão os seguintes os objec vos do projecto: Iniciar a formação da popu-

lação; Contribuir para a consolidação da formação; Permi r a preparação da população para trabalhar autonomamente; Potenciar e aumentar a qualidade da Biblioteca, acompanhando a população, mormente a população es-

tudan l, nas suas consultas aos livros; Desenvolver cursos de informá ca, de contabilidade e promover o ensino de Português onde há uma larga camada da população que ainda não sabe ler, nem escrever; Possibilitar o conhecimento

Alunos da catequese da Loureira visitam MASE Na passada segunda-feira, 21 de Dezembro, o Museu de Arte Sacra e Etnologia em Fá ma, abriu propositadamente as suas portas, num dia de descanso semanal, a um simpá co e pequeno grupo de catequese da Loureira – Santa Catarina da Serra. Estes alunos do 4.º Volume, acompanhados pelas suas catequistas, Mariana Ribeiro e Maria Júlia, foram recebidos com um teatro de fantoches com as personagens Tó Zé e Inês que lhes explicaram as verdadeiras funções do museu, os cuidados a ter durante a visita e muitas outras curiosidades. De seguida, foi entregue a cada par cipante, um guião

de visita para explorarem o Museu com jogos e surpresas. Ficaram todos deliciados ao observarem lindos presépios e Meninos Jesus elaborados com diferentes materiais, de várias épocas e proveniências. Na exposição temporária “Os Sorrisos do Menino Jesus”, veram ainda a oportunidade de cada um escolher o seu sorriso predilecto. Uma boa inicia va levada a cabo pelas catequistas para chamar a atenção do verdadeiro significado do Natal, afastando-os das confusões picas desta época, num mundo cada vez mais consumista.

e valorização dos recursos locais. Os custos que envolverão a ida deste voluntário es mam-se nos seguintes valores: a) – Encargos com a preparação e envio (Formação, alojamento e alimentação) 750 €; b) – Despesas de envio (Viagens, documentação, saúde e seguro) 2200 €; c) – Custos com o acolhimento no Luau (Alojamento, água, electricidade, alimentação, higiene, transportes, material didác co, reprografia e telefone) 900 €. d) - Envio de livros para a Biblioteca 5.000 €. Todo o apoio económico será bem-vindo. Quem quiser par cipar neste projecto poderá u lizar um dos seguintes canais:

1 - Depositar os seus dona vos em qualquer caixa mul banco no NIB 0035 0557 0003 6950 730 08 da ALVD Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus. Neste caso deverão comunicar o fim a que se des na e, querendo recibo, indicar o número de contribuinte; 2 - Envio para ALVD - Sacerdotes do Coração de Jesus, com morada no Seminário Nossa Senhora de Fá ma, Lg. Padre Adriano Pedrali, nº 1 - Apartado 7507, 2611853 AMADORA; 3 - Cáritas Diocesana de Leiria, a funcionar no Seminário Diocesano de Leiria. Este projecto pode ser seu. Leiria, 27 de Dezembro de 2009 João José Pereira da Silva Antunes

Propriedade Fábrica da Igreja Paroquial de Santa Catarina da Serra - Administração e Edição ForSerra - Associação de Desenvolvimento e Gestão Património de Santa Catarina da Serra - forserra@gmail.com - www.forserra.com - Fundador Pe. Joaquim Carreira Faria - Director Pe. Mário Almeida Verdasca - Contacto: (00351) 244 741 197 - Redacção e Composição Miguel Marques - Colaboradores Fernando Valente, Virgílio Gordo, Vasco Silva, Marco Santos, Hélio Alves, Pe. Serafim Marques, Prof. António Oliveira e Isaque Pereira (ass. clínica geral), Liliana Vieira (Psicóloga) - Contactos Telefone (00351) 244 741 314 Fax (00351 ) 244 741 534 Correio electrónico luzdaserra@sapo.pt - Impressão Coraze - Oliveira de Azemeis - Tiragem 1700 Exemplares - Periocidade Mensal


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Envie-nos a o seu comentário até ao final de cada mês por email: luzdaserra@sapo.pt ou entregue na redacção (sede da ForSerra, no edi cio da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra)

AMIGOS DA

LUZ DA SERRA Com uma nova gestão, torna-se necessário destacar todos os amigos do Jornal. A par r desta data tencionamos publicar aqui todas as ofertas (o pagamento das assinaturas não são publicadas) que chegam à redacção do Jornal. O Jornal agradece. Chegaram os seguintes dona vos ao Jornal:

Lucília Vieira Neves - Canadá - 20,00€ Carlos Fartaria - França - 5,00€

A Câmara Municipal de Leiria vai avançar neste mês de Janeiro com a instalação de videovigilância, numa tenta va de reduzir os assaltos no Centro Histórico da cidade de Leiria. A localização das câmaras de vigilância será definida pela PSP, que fará a gestão do sistema. "Leiria está bem localizada, tem excelentes acessibilidades", mas "essas vias também servem para que os gangues a Sul e a Norte venham até à nossa região, pra quem assaltos e depois retornem às suas origens rapidamente", salientou Raul Castro, citando as palavras do comandante distrital da PSP de Leiria. Aumentar o número de agentes de segurança no concelho vai ser também uma exigência de Raul Castro junto do MAI, embora admi u que "não é só ter um polícia em cada esquina que vai resolver o problema dos assaltos". Mas, afirmou que mais efec vos "podem ajudar em muita coisa". Como medida de travar a criminalidade junto de freguesias mais a

Solidariedade dá novo tecto a família carenciada Este Natal foi diferente para a família de Clarisse Pires. Esta família vivia em condições degradantes lado a A casa em reconstrução

lado com o frio e as chuvas dos invernos dentro de casa. Esta situação foi denunciada pela própria família que em Julho do passado ano fez chegar um pedido de apoio à Junta de Freguesia. Desde então, a Junta de Freguesia, em conjunto com a ForSerra, cons tuíram processo para apoiar esta família. Após o levantamento de todas as necessidades da habitação em causa, a ForSerra contactou mais de meia centena de empresários da freguesia no sen do de apoiar com materiais para a reconstrução e a Junta de Freguesia com a Câmara Municipal de Leiria para desbloquear verbas monetárias para suportar os custos da mão-de-obra. Em Outubro de 2009 iniciaram-se as obras de recuperação da habitação,

começando pelo telhado que viria a terminar no final do mês de Novembro. As ajudas chegaram um pouco de todo o lado, na medida da possibilidade de cada um, mas o principal já se encontrava concluído – a subs tuição do telhado. Toda a casa foi também rebocada, por ser an ga e apresentar problemas nas paredes e reboco exterior. Actualmente, encontra-se em fase de reparação interior em jeito de preparação para pintura. Ainda há muito por fazer para dar a esta família as condições mínimas de habitabilidade. A reconstrução desta habitação contou com o apoio da CS - Coelho da Silva, S.A (Juncal), na oferta da telha, tamancos e telhões; Rifarta, Lda (Loureira), responsável pela recuperação na área de

D.R.

Câmara quer posto da GNR no Sul do Concelho Quer expressar a sua de Leiria opinião neste espaço?

Sul do concelho, o autarca está a encetar contactos para que seja criado um posto da GNR, que fique mais próximo das freguesias de Arrabal, Caranguejeira, Chaínça e Santa Catarina da Serra, de modo a diminuir "alguns focos de criminalidade". Lembramos que a colocação de um posto da GNR mais próximo da freguesia de Santa Catarina da Serra já é um anseio da população há vários anos.

construção civil apoiou com parte da mão-de-obra e materiais diversos; Zé Pintor (Vale Tacão) ofereceu toda a pintura e respec va mão-

CTT promovem concurso “A melhor carta” “Explicar a importância de falar da SIDA e proteger-se dela” é o tema para a carta da nova edição deste concurso promovido pelos CTT e pela ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações. Des nado a jovens entre os 9 e os 15 anos, este concurso é promovido a nível nacional pena União Postal Universal ( UPU ). Os jovens concorrentes deverão escrever uma carta sob o tema indicado, sendo que a carta vencedora irá representar Portugal no concurso internacional, a par das cartas premiadas pelos demais países membros da UPU. Os par cipante deverão ter entre os 9 e os 15 anos; a composição deve ser escrita, em língua portuguesa, ter entre 500 a 1000 palavras, recente, inédita e seguindo a forma de uma carta. As cartas deverão ser enviadas até 26 de Fevereiro para os CTT – Comunicação; Rua de S. José, Nº10; 1167-001 Lisboa. Os prémios serão entregues nas comemorações do Dia Mundial dos Correios, em Outubro de 2010.

Saneamento na Freguesia A instalação do saneamento na freguesia con nua a bom ritmo. Depois do Sobral e Magueigia, as máquinas encontram-se no Ulmeiro. A chuva atrasa a evolução da obra e consequentemente piora as condições da estrada principal daquelas localidades. O Sobral prepara-se agora para demolir algumas habitações para alargamento de estradas.

causa, esperamos contar com elas numa próxima oportunidade. Ainda há algum trabalho por fazer nesta habitação, como

O exterior da casa após a restauração, sem pintura.

de-obra; José Augusto (Donairia) ofereceu mão-de-obra de reparação e restauro de móveis de cozinha; Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra e ForSerra – Associação de Desenvolvimento e Gestão Património Santa Catarina da Serra e Câmara Municipal de Leiria. Às outras en dades que se disponibilizaram até ao momento para apoiar esta

a pintura e a reparação de caixilharia de alumínio que apenas conta com os apoios referidos. Para dar resposta a estes casos de cariz social, e como foi no ciado na edição anterior deste jornal, na Assembleia do passado dia 17 de Novembro foi aprovada a criação e implantação da “Rede Social” na freguesia de Santa Catarina da Serra. A Rede Social é um fórum de

ar culação e congregação de esforços baseado na adesão por parte das autarquias e de en dades públicas ou privadas com vista à erradicação ou atenuação da pobreza e da exclusão e à promoção do desenvolvimento social. Pretende-se fomentar a formação de uma consciência colec va dos problemas sociais e contribuir para a ac vação dos meios e agentes de resposta e para a op mização possível dos meios de acção nos locais. A Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra encontra-se a liderar o processo, e em conjunto com a ForSerra, irão desenvolver e criar esta rede que permi rá detectar, resolver e solucionar casos de apoio social e de pobreza existentes na freguesia de Santa Catarina da Serra.


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Agrupamento 1211 - Santa Catarina da Serra Caminheiros par ciparam no programa regional de Escu smo, e os pioneiros acamparam em Santa Catarina da Serra Nos dias 26, 27 e 28 de Dezembro realizou-se a habitual ac vidade escu sta do primeiro semestre. Desta vez escolhemos a nossa sede para reunir as três secções, Lobitos, Exploradores e Pioneiros. A ac vidade dos Lobitos e Exploradores iniciou-se nas suas casinhas, “Covil”, lugar onde se reúne a Alcateia, para os Lobitos e “Cabana” onde se reúnem os Exploradores. Os Lobitos viveram o imaginário do “Livro da Selva” enquanto os Exploradores ves ram os papéis de “Os Incríveis”, descobrindo Pistas de Sinais, com o objec vo de encontrar mensagens ficando a conhecer melhor a mís ca e simbologia de cada secção. No domingo os Chefes prepararam uma surpresa, uma grande aventura, descendo a serra num slide. Desta vez, os Pioneiros arregaçaram as mangas para dar vida ao seu “Abrigo” (casinha de madeira). Tínhamos um trabalho duro pela frente, três dias de frio que não nos fizeram parar. A força de vontade foi a maior

arma que possuíamos para levar avante os nossos projectos. O nosso grande objec vo era conseguir criar condições para podermos estar mais confortáveis e todos unidos. Foram feitas mesas, bancos, paredes, tudo para termos condições de verdade. Para quem não é escuteiro, deve parecer uma loucura o facto de se fazer um acampamento nos dias seguintes ao Natal. Mas nós, pioneiros de Santa Catarina da Serra, sen mo-nos bastante mais realizados agora, com a tarefa comprida. O trabalho de equipa foi realizado na perfeição e aprendemos que sozinhos não somos nada, mas juntos somos tudo. Conseguimos colocar o nosso forno a funcionar, e

nele fizemos deliciosos Pães com Pau de Loureiro. Prometemos que vamos par lhar esse nosso dom de padeiros com a comunidade nos próximos tempos. A ac vidade foi extremamente enriquecedora quer a nível pessoal, quer a nível de grupo da III Secção. Todos nos orgulhamos do trabalho realizado e estamos gratos aos nossos Chefes que nos mimaram e nos preencheram com um espírito absolutamente escu sta. Missão cumprida, pensámos global e agimos local. Aproveito para dizer que vamos dar mais no cias em breve, porque temos projectos ambiciosos para par lhar com todos, e contamos com a vossa ajuda. Canhota Amiga

No dia 26 de Dezembro com as malas às costas par mos de Leiria, sem saber onde iríamos parar. Só uma certeza nhamos, esperava por nós um caminho a completar, um homem novo a construir. S. Pedro do Sul foi o nosso des no e divididos por equipas de vários agrupamentos da região de Leiria fizemonos ao caminho de mochila as costas e mapa na mão. O sorriso, o auxílio, o diver mento e a fé foram algumas das armas conseguidas para ultrapassar os desafios colocados, como o frio, alguma chuva e, por vezes, o cansaço da caminhada. Abordamos temas que nos

fizeram pensar, como a capacidade de perdoar e pedir perdão, a fé, a paz, o amor, a verdade e a alegria. O nascer de um homem novo e como não podia faltar as 4 dimensões do caminheirismo: comunidade, serviço, par da e caminho. Para finalizar a ac vidade saímos do nosso pequeno

mundo de 2 dias em Carvalhais e voltamos novamente a Leiria. A nossa mochila vinha mais pesada e mais rica, não de material nem de ouro, mas de valores e conhecimentos que irão enriquecer o nosso caminho. Os Caminheiros

<)) Fomos para a rua

E o que vai desejar para o novo ano de 2010? <Tiago Gameiro Pinheiria 25 anos Mais saúde e sorte que em 2009

Um presépio original Com o aproximar do Natal, os presépios exteriores co-

Caminhos2009

meçam a surgir um pouco por todo o lado. Chaínça

juntou-se e deu con nuação à construção de um presépio que tem já uma tradição de mais de 20 anos. Na foto, o presépio construído por Júlio Constan no, 70 anos residente em Santa Catarina da Serra. Integralmente construído em madeira, foram mais de 3 meses na sua construção. A pintura ficou a cargo da sua nora, Maria de Fá ma Oliveira. Júlio Constan no caprichou ao colocar luzes em movimento no seu presépio.

Daniel Pereira> Magueigia 28 anos Paz e amor e mais saúde para todos

<Leonor Sousa Cercal 47 anos Paz e Saúde José Fartaria Silva> Loureira 62 anos Saúde e paz. Também uns trocos no bolso e mais compreensão polí ca. pub


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NATAL

Texto escrito de Miguel Torga, foi adaptado e representado numa pequena peça de teatro, antes do início da Missa do Galo, na Igreja de Santa Catarina da Serra. de Miguel Torga

Ler Miguel Torga é, de alguma forma, conviver com a honradez da escrita. Neste conto o autor retrata-nos um mundo que já não existe, o da ruralidade dos nossos avós (passa-se em Trás-os-Montes, mas podia ser na nossa Beira serrana), num universo que tem como pano de fundo um funcional equilíbrio entre o homem, a natureza e o sagrado. Bom Natal! A. Craveiro

De sacola e bordão, o velho Garrinchas fazia os possíveis por se aproximar da terra. A necessidade levara-o longe de mais. Pedir é um triste o cio, e pedir em Lourosa, pior. Ninguém dá nada. Tenha paciência, Deus o favoreça, hoje não pode ser e beba um desgraçado água dos ribeiros e coma pedras! Por isso, que remédio senão alargar os horizontes, e estender a mão à caridade de gente desconhecida, que ao menos se envergonhasse de negar uma côdea a um homem a meio do padrenosso. Sim, rezava quando ba a a qualquer porta. Gostavam... Lá se nha fé na oração, isso era outra conversa. As boas acções é que nos salvam. Não se entra no céu com ladainhas, rasse daí o sen do. A coisa fia mais fino! Mas, enfim... Segue-se que só dando ao canelo por muito largo conseguia viver. E ali vinha de mais uma dessas romarias, bem escusadas se o mundo fosse doutra maneira. Muito embora trouxesse dez réis no bolso e o bornal cheio, o certo é que já lhe custava arrastar as pernas. Derreadinho! Podia, realmente, ter ficado em Loivos. Dormia, e no dia seguinte, de manhãzinha, punha-se a caminho. Mas quê! Metera-se-lhe em cabeça consoar à manjedoira na va... E a verdade é que

nem casa nem família o esperavam. Todo o calor possível seria o do forno do povo, permanentemente escancarado à pobreza. Em todo o caso sempre era passar a noite santa debaixo de telhas conhecidas, na modorra dum borralho de estevas e giestas familiares, a respirar o perfume a pão fresco da úl ma cozedura... Essa regalia ao menos davaa Lourosa aos desamparados. Encher-lhes a barriga, não. Agora albergar o corpo e matar o sono naquele santuário colec vo da fome, podiam. O problema estava em chegar lá. O raio da serra nunca mais acabava, e sen a-se cansado. Setenta e cinco anos, parecendo que não, é um grande carrego.

Ainda por cima atrasara-se na jornada em Feitais. Dera uma volta ao lugarejo, as bichas pegaram, a coisa começou a render, e esqueceu-se das horas. Quando foi a dar conta, passava das quatro. E, como anoitecia cedo, não havia outro remédio senão ir agora a mata-cavalos, a correr contra o tempo e contra a idade, com o coração a refilar. Aflito, ba a-lhe na taipa do peito, a pedir misericórdia. Tivesse paciência. O remédio era andar para diante. E o pior de tudo é que começava a nevar! Pela amostra, parecia coisa ligeira. Mas vamos ao caso que pegasse a valer? Bem, um pobre já está acostumado a quantas tropelias a sorte quer. Ele então, se fosse a queixar-se! Cada desconsideração do des no! Valia-lhe o bom fei o. Viesse o que viesse, recebia tudo com a mesma cara. Aborrecer-se para quê?! Não lucrava nada! Chamavam-lhe filósofo... Areias,

queriam dizer. Importavalhe lá E caía, o algodão em rama! Caía, sim senhor! Bonito! Felizmente que a Senhora dos Prazeres ficava perto. Se a brincadeira con nuasse, olha, dormia no cabido! O que é, sendo assim, adeus noite de Natal em Lourosa... Apressou mais o passo, fez ouvidos de mercador à fadiga, e foi rompendo a chuva de pétalas. Rico panorama! Com patorras de elefante e branco como um moleiro, ao cabo de meia hora de caminho chegou ao adro da ermida. À volta não se enxergava um palmo sequer de chão descoberto. Caiados, os penedos lembravam penitentes. Não havia que ver: nem pensar noutro pouso. E dar graças! Entrou no alpendre, encostou o pau à parede, arreou o alforge, sacudiu-se, e só então reparou que a porta da capela estava apenas encostada. Ou fora esqueci-

mento, ou alguma alma pecadora forçara a fechadura. Vá lá! Do mal o menos. Em caso de necessidade, podia entrar e abrigar-se dentro. Assunto a resolver em ocasião devida... Para já, a fogueira que ia fazer nha de ser cá fora. O diabo era arranjar lenha. Saiu, apanhou um braçado de urgueiras, voltou, e tentou acendê-las. Mas estavam verdes e húmidas, e o lume, depois dum clarão animador, apagou-se. Recomeçou três vezes, e três vezes o mesmo insucesso. Mau! Gastar os fósforos todos, é que não. Num começo de angús a, porque o ar da montanha tolhia e começava a escurecer, lembrou-se de ir à sacris a ver se encontrava um bocado de papel. Descobriu, realmente, um jornal a forrar um gavetão e, já mais sossegado e também agradecido ao Céu por aquela ajuda, olhou o altar. Quase invisível na penumbra, com o divino filho ao colo, a Mãe de Deus parecia sorrir-lhe. - Boas festas! - desejou-lhe então, a sorrir também. Contente daquela palavra que lhe saíra da boca sem saber como, voltou-se e deu com o andor da procissão arrumado a um canto. E teve outra ideia. Era um abuso, evidentemente, mas paciência. Lá morrer de frio, isso vírgula! Ia escavacar o arcanho. Olarila! Na altura da romaria que arranjassem um novo. Daí a pouco, envolvido pela negrura da noite, o coberto, não desfazendo, desafiava qualquer lareira afortunada. A madeira seca do palanquim ardia que regalava; só

de se cheirar o naco de presunto que recebera em Carvas crescia água na boca; que mais faltava? Enxuto e quente, o Garrinchas dispôs-se então a cear. Tirou a navalha do bolso, cortou um pedaço de broa e uma fa a de febra, e sentou-se. Mas antes da primeira bocada, a alma deu-lhe um rebate e, por descargo de consciência, er-

gueu-se e chegou-se à entrada da capela. O clarão do lume ba a em cheio na talha dourada e enchia depois a casa toda. - É servida? A Santa pareceu sorrir-lhe outra vez, e o menino também. E o Garrinchas, diante daquele acolhimento cada vez mais cordial, não esteve com meias medidas: entrou, dirigiu-se ao altar, pegou na imagem e trouxe-a para junto da fogueira. - Consoamos aqui os três disse, com a pureza e a ironia dum patriarca. - A Senhora faz de quem é: o pequeno a mesma coisa; e eu, embora indigno, faço de S. José.

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Prepara vos das Comemorações Inicio das comemorações com Missa Solene

Durante os dias que antecederam a abertura das Comemorações muitos foram os que se empenharam nos trabalhos prepara vos. Foram muitos os trabalhos na MAIAPERFIL para ter prontos os grandes painéis que anunciam as Comemorações e para ter prontas as vistosas floreiras que embelezam o adro do templo de Santa Marta. Foi, depois, grande a azáfama nos úl mos dias para erguer os painéis e levantar as bandeiras que conferem

à terra sinal claro de festa grande. A Direcção da Associação lavou paredes, muros e calçada. A Comissão Execu va, ajudada por voluntariosas senhoras, ainda pôs o salão “num brinco” e aprontou-o para o lauto lanche. A Comissão da Capela cuidou da iluminação exterior, apurouse nas limpezas gerais e caprichou nos belos arranjos florais fora e dentro do templo.

Lanche de Confraternização Seguiu-se, no salão da Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira, um Lanche de Confraternização, com grande diversidade e abundância de comidas e bebidas que os moradores haviam trazido de suas casas para par lha e convívio. Ainda houve tempo para espreitar alguns documentários audiovisuais de festas e cortejos dos anos 70 e 80 do século passado.

Missa Solene na Capela da Loureira celebrada por Dom António Marto, bispo da Diocese Leiria-Fá ma

Descerramento de lápide comemora va Após a Eucaris a, já no exterior do templo, à vista de todo o povo, Dom António Marto e o Presidente da Junta de Freguesia Joaquim Pinheiro descerraram uma lápide comemora va onde ficou gravado para perpétua memória: IN PERPETUAM REI MEMORIAM / 1610 – 2010 / ERMIDA DA INVOCAÇÃO DE SANTA MARTA, / FEITA EM 1610, POR VISITAÇÃO DE / D. MAR-

TIM AFONSO MEXIA, / BISPO DE LEIRIA. / COUSEIRO, CAP. 120.º / COMEMORAÇÕES DO IV CENTENÁRIO

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Quando Dom António Marto, prelado da Diocese, e o Rev. Padre Eduardo Frazão, do Ins tuto Missionário da Consolata, assomaram ao fundo do templo para se dirigirem ao altar e celebrarem a Eucaris a, a capela de Santa Marta estava já repleta, de ponta a ponta. O povo da Loureira estava ali em peso para par cipar de alma e coração na cerimónia que assinalava a abertura solene das Comemorações do IV Centenário da edificação da ermida de Santa Marta e, ao mesmo tempo, o IV Centenário da fundação da Loureira unificada e unida. O coro entoava, sob a direcção do Pároco, Rev. Padre Mário Verdasca, o cân co de entrada. Bem se percebia que a preparação nha sido muita. Após a saudação inicial de Dom António e o agradecimento da Coordenadora das Comemorações, Prof.a Catarina Neves, o Prof. Joaquim Neves Vicente tomou a palavra para fixar as datas e relatar os acontecimentos que, desde os inícios do séc. XVI até aos inícios do século XVII, determinaram o fim da divisão eclesiás ca da Loureira entre duas paróquias e duas dioceses. Revelou o professor que data de 1513 o primeiro documento conhecido que atesta a presença de moradores na povoação. 1545 foi o ano da criação da Diocese de Leiria e 1549 o ano da criação da paróquia de Santa Catarina da Serra, por D. Brás de Barros. Parte e só parte da Loureira, a do termo de Leiria, ficava integrada na nova freguesia. A parte do termo de Ourém con nuava a ir à missa lá longe aos castelos

de Ourém. Em 1568, com a criação da freguesia de Fá ma, os moradores da Loureira na parte que era termo de Ourém passavam a ir à missa a Fá ma, ao tempo ainda não integrada na diocese de Leiria. O ano de 1585 é aquele que traz, enfim, a alteração da situação de divisão da aldeia entre duas freguesias e duas dioceses. É em 1585 que as freguesias ourienses passam para a administração eclesiás ca da diocese de Leiria. A divisão da Loureira entre duas dioceses chegava ao fim. Estava aberto o caminho para a união das duas partes da Loureira, que haveriam de ficar integradas na freguesia de Santa Catarina. A vantagem da junção das partes trazia uma outra vantagem. Juntas, e só juntas, passavam a sa sfazer as condições necessárias, tal como definido nas Cons tuições Diocesanas de D. Pedro de Cas lho, dadas à Diocese em 1601, para que

fosse edificado um templo local para administração dos sacramentos. Eram necessários pelo menos 20 fogos. O período de 1585 a 1610 foi o período da construção e da consolidação da unidade. Em 1610, a edificação da ermida da invocação de Santa Marta, autorizada por D. Mar m Afonso Mexia, foi a obra com que se sagrou uma aliança de união e de solidariedade que a nge agora os seus 400 anos. Dom António Marto declarou então que estavam abertas as Comemorações. E na homilia que dirigiu ao povo, depois de manifestar júbilo e contentamento pelo honroso convite, fez notar: Não vos esqueçais nestas Comemorações, que são uma ida às raízes, que foi a fé e a religião que outrora uniram os vossos antepassados; que sejam elas também, no presente, o mo vo forte da vossa união.


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COMEMORAÇÕES DOS 900 ANOS DO NASCIMENTO DE AFONSO HENRIQUES Foram assinalados os 900 anos do nascimento do nosso primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. De 14 a 18 de Dezembro, o Departamento de Expressões e a Biblioteca Escolar organizaram uma exposição de trabalhos dos alunos do 2º ciclo. O Director da escola, professor António Oliveira dinamizou um encontro, no auditório, para alunos e professores, onde apresentou, fruto de uma pesquisa pessoal, uma biografia deste rei. Os alunos ficaram a conhecer um melhor a vida de aventura, ousadia e conquista de Afonso Henriques, assim como as lendas e mitos. Colocaram questões, esclareceram dúvidas, apresentaram opiniões e no final

os alunos do clube de música tocaram e cantaram várias canções, incluindo um hino a D. Afonso Henriques, da sua autoria. Foi uma tarde que contribuir para despertar o gosto e o interesse pela História de Portugal, consciencializar para a importância da acção do nosso primeiro Rei, quer no que se refere à sua época, quer no que respeita ao devir histórico do Estado Português e sensibilizar para o orgulho de ser português. A professora Rita Agrela

No cias do

Agrupamento de Escolas e Jardins da Serra O NATAL DO SR. SCROOGE À semelhança de anos anteriores, no final do 1º período realizaram-se ac vidades de Natal. A decoração da escola foi da responsabilidade do Departamento de Expressões e a elaboração de uma árvore de Natal, com mensagens de todos os alunos, coube ao Departamento de Línguas. Todos os Directores de Turma, na Formação Cívica, promoveram a troca de prendas entre alunos e a reflexão sobre a importância desta quadra fes va. Por outro lado, a companhia de teatro “O Bobo da Corte” apresentou, no dia 16 de Dezembro, a peça “O Natal do Senhor Scrooge”. Scrooge é um velho sovina e rabugento, cuja obsessão

pelo dinheiro o deixou azedo e sozinho na sua velhice. Mas numa véspera de Natal, os espíritos do Natal do Passado, Presente e do

Futuro fazem-lhe uma visita, levando-o numa viagem fantás ca através da sua vida, que lhe vai abrir o coração para algo muito mais pode-

roso que o dinheiro: o Amor, os Amigos e a Família. O espectáculo foi apresentado no Salão da Loureira, em duas sessões, para todos os alunos do agrupamento, que pagaram apenas 3 euros, tendo a escola custeado o restante valor. Além disso, neste mesmo dia, a escola recebeu alunos e professores da Escola Básica 2,3 de Figueiró dos Vinhos, no âmbito do projecto Markus. Para estes foi preparada uma recepção de boas vindas, onde actuaram os nossos alunos do clube de dança e do clube de música. Depois também assis ram à peça “O Natal do Sr. Scrooge”. A professora Rita Agrela

FESTA DE NATAL DO 1ºCICLO Chegou o Natal. Na úl ma semana de aulas, a decoração da escola encheu o ar de uma magia contagiante. Os rostos das crianças traduziam um novo brilho no olhar, próprio da época. Pelas escolas do Agrupamento mul plicaram-se as fes nhas, com os pequenos ar stas. Na EBI, as representações foram variadas, preparadas em colaboração com as docentes de Música e de Inglês. Houve muitas canções, um Auto de Natal e uns jograis que recitaram um poema. Claro que não podia faltar um personagem especial – o Pai Natal – que compareceu, muito bem-

disposto, para gáudio da pequenada. O convívio prolongou-se durante o lanche, par lhado entre os alunos. Resta desejar que os sen mentos vividos nesta tarde se prolonguem além da data

do calendário e sejam extensivos a toda a comunidade. Para todos, Boas Festas e um Feliz ano de 2010. A professora Jus na Veiga Henriques

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Centro Social e Paroquial de Santa Catarina da Serra OS SÉNIORES NA FEIRA A Feira do Chícharo de Santa Catarina, contou novamente, com a presença da comunidade sénior. No dia 25 de Novembro, dia de Santa Catarina, es veram cerca de 200 idosos no certame da feira. Os par cipantes vieram da Loureira, Santa Catarina da Serra, Arrabal, Fá ma, Caxarias, Olival, Seiça, Gondemaria, Atouguia e Cercal. Foram pontuais para par ciparem na celebração eucarís ca, de seguida e como não podia deixar de ser, almoçaram na feira “ chícharos”. Um bom prato de chícharos com bacalhau assado, fizeram a visita aos expositores

FESTA de NATAL A Festa de Natal dos mais velhos das várias valências do Centro Social (Centro de Dia, Apoio Domiciliário e Lar) realizou-se no dia 12 de Dezembro, a par r das 14 horas. Infelizmente não par ciparam todos os utentes, mas es veram presentes 81 idosos, alguns familiares, direcção, funcionárias e voluntários. Não faltou o repórter da Luz da Serra que aproveitou para fazer o registo fotográfico dos momentos mais importantes O programa da festa iniciouse com a missa, na Igreja Pa-

da feira e finalmente par ciparam com algumas ac vidades de animação. Foi um dia bem passado que provou a todos a importância da inclusão e par cipação ac va, dos mais velhos nas ac vidades que envolvem toda comunidade. Em nome de todas as ins tuições que se associaram o nosso muito obrigado à ForSerra e a todas as associações que a integram, à Junta de freguesia pela oportunidade que deram a estas pessoas de viverem um dia diferente com muita alegria e sa sfação. A finalizar a feira do Chícharo sorteámos os cabazes e os contemplados foram 1.º Maria de Jesus Cordeiro, 2.º David José Filipe e o 3.º Paula Neves.

roquial onde pedimos ao Menino Jesus que nos concedesse a graça de o escutarmos e seguir o seu exemplo de humildade e bondade. Após este momento tão importante da nossa festa, realizou-se uma tarde recrea va, com a apresentação de uma peça de teatro, uma dança e cân cos de natal. As actuações foram da responsabilidade de alguns utentes. Os nossos ar stas es veram, mais uma vez muito bem. Terminamos a festa com um saboroso lanche par lhado. O Centro deseja um Santo e feliz Ano de 2010 e agradece a todos os que par ciparam neste dia especial.

BOMBEIROS DO SUL DO CONCELHO DE LEIRIA Depois de um ano de 2009 em que as diversas ac vidades da Associação es veram mais ou menos de acordo com o que nha sido apresentado na Assembleiageral, realizada para o efeito em Novembro de 2008, é a altura certa para apresentarmos, publicamente, o que pretendemos para 2010, também de acordo com a Assembleia-geral, realizada no passado mês de Dezembro 09. Apesar de qualquer convocatória de Assembleia-geral ser, como sempre tem sido, afixada não só nos locais que os estatutos prevêem e exigem, raras são as que têm uma par cipação de acordo com o número de sócios existentes, exceptuando a que se des na a eleições de novos mandatos. É o que se passa na maioria das associações da nossa terra e não só. Como dizem os estatutos e muito bem, qualquer assembleia-geral é soberana após cumprido o período de tempo determinado pelos mesmos no que ao tempo

de espera diz respeito. Rela vamente ao mapa de ac vidades, posso fazer já uma correcção importante, pois após uma reunião realizada na Junta de Freguesia da Caranguejeira no passado dia 30 Dez. 09, o “Cortejo de oferendas” não poderá ser realizado como previsto no dia 18 de Abril. A seu tempo se dará a conhecer nova data. Em relação ao orçamento, é um orçamento realista, op mista e ambicioso, que prevê a conclusão das obras do novo quartel até final do ano, em que termina o mandato da actual direcção e respec vos núcleos. A direcção apela a todos os agentes envolvidos, a darmos as mãos para que este sonho seja uma realidade e que as centenas de conterrâneos nossos e das freguesias vizinhas que ainda não são sócios, que se inscrevam, pois só com a ajuda de todos será possível con nuar a trabalhar para que se a nja um bom porto. Assim depois de aprovados na tal assembleia-geral, aqui

se publica o mapa de ac vidades e o orçamento para este ano de 2010. Quanto á ac vidade da Sec-

Rancho Folclórico de S. Guilherme Assembleia Geral Realizou-se no passado dia 19 de Dezembro de 2009, nas instalações provisórias das traseiras do Salão de Festas de S. Guilherme, a Assembleia Geral para balanço das três úl mas épocas folclóricas e apresentação e aprovação de contas de gerência, as quais foram aprovadas por unanimidade. Outro ponto desta assembleia, era as eleições dos corpos sociais para o triénio, 2010/2012. Este

porém não foi concluído, tendo-se suspendido a assembleia uma vez que não foram apresentadas listas concorrentes aos órgãos. Por decisão dos sócios presentes, a mesma irá ter con nuidade, no mesmo local, ás 21:30 horas do dia 15/01/2010. Até lá os associados poderão apresentar as suas listas, ou apresentaremse no dia disponíveis para integrar e cons tuir os órgãos sociais.

Quem não for sócio e es ver disponível para os órgãos sociais, poderá fazer-se sócio no próprio dia e integrar logo uma lista. Fazemos pois um apelo a todos os “Amigos do Rancho”, para que não deixem que o trabalho destes 46 anos possa cair por terra.

ção de Bombeiros, é a parte operacional a fornecê-los. Virgílio Gordo

Convite Realiza-se no próximo dia 10 de Janeiro, pelas 15:00 horas, no Núcleo Museológico e Etnográfico do Rancho, o 2º “Espichar”, pequena festa para a prova do vinho produzido nas nossas instalações. Convidamos toda a população a vir visitar nesse dia este espaço museológico e a saborear o bom vinho que temos para oferecer. O vinho e as bebidas são por nossa conta. Para acompanhar teremos bifanas e as sempre saborosas filhoses da Ti Emília. Apareçam, tragam a família e os amigos e venham passar uma boa tarde connosco. pub


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João Valente “Jardel” na Selecção Nacional de Sub-18 Ano Novo, … Vida Nova, … é um dos mais velhos e populares ditados da nossa língua de Camões, que todos conhecemos. Com esta introdução muitos poderão pensar que ela poderá significar algumas ou grandes alterações no que a esta coluna de opinião diz respeito. Nada de mais errado, pois não vejo nem tenho mo vos para a alterar, seja em que sen do for. A não ser na divulgação pública do meu e-mail pessoal para que todos(as) os(as) santacatarinenses ligados à prá ca despor va de qualquer modalidade, que gostariam de ver publicitada ou melhor divulgada a sua ac vidade despor va, tenham a oportunidade de o fazer, enviando-me antecipadamente as no cias que desejarem. Vem isto a propósito de rela vamente ao úl mo ar go acerca dos santacatarinenses que até hoje desempenharam em jogos de fu-

tebol federado, a missão de os conduzirem, como árbitro ou como hoje se diz, árbitros assistentes. É assim com imenso prazer que agradeço ao santacatarinense adop vo, como o próprio se in tula na carta que enviou para a redacção do jornal, de seu nome, Manuel Américo Fernandes, o facto de me ter recordado que também ele serviu a arbitragem durante treze anos. Não que eu o não tenha conhecido na altura a que se refere aos dois jogos da UDS que o mesmo apitou, pois eu mesmo estava a dar os primeiros passos como jogador unionista. Só que não nha era a certeza de que o sr. Manuel Américo teria sido ou não federado. O seu a seu dono!

Falar do João Valente, conhecido no meio futebolís co como “Jardel”, é fácil. Porquê? Porque é nosso conterrâneo, natural da Pinheiria e porque nasceu para o futebol nas camadas jovens da UDS, onde esteve cinco épocas. “Jardel” porquê? Porque tal como na altura em que o João iniciou a sua carreira nas escolas unionistas, esse grande jogador brasileiro que brilhou ao mais alto nível em dois dos grandes do nosso futebol nacional marcava inúmeros golos, também o João marcava muitos golos, tendo sido sempre o maior goleador nas várias equipas unionistas que integrou. Ainda na UDS, venceu os seus primeiros tulos colec vos, com a taça da Consolação no escalão de Sub-13 á cabeça, tendo, inclusive, representado a selecção distrital da categoria. Desde da época de 2005/2006 na União de Leiria, primeiro como iniciado, depois como juvenil e agora como júnior de primeiro ano, tem vindo a fazer progressivamente

uma carreira de grande mérito e de dedicação. Melhor atleta da formação em 2008, acumula os tulos de vicecampeão distrital de iniciados, campeão distrital de juvenis, tendo representado as selecções distritais de sub-14, sub-15 e sub-16. Cobiçado por dois grandes do futebol luso, foi convocado para um estágio das selecções nacionais de sub-15 e sub-16. Já esta época fez alguns jogos par culares, pelos seniores da União Despor va de Leiria. A culminar todo este trajecto, a maior recompensa para tantos sacri cios (dedicação), que são necessários para a ngir o patamar que o João Valente já a ngiu e que esperamos todos os despor stas da nossa terra e não só, sejam os primeiros de muitos êxitos futuros. As primeiras internacionalizações. Depois do jovem Nuno Reis, da Loureira, o nosso “Jardel”. Foi nos dias 15 e 17 do passado mês de Dezembro, primeiro na Anadia e depois na Mealhada, ambos diante

da Bielorrússia, onde Portugal obteve duas vitórias e onde este jovem santacatarinense esteve à altura de tão grande responsabilidade, mas também com certeza de grande orgulho e alegria de ves r a camisola de uma selecção nacional, de futebol neste caso concreto. Força João “Jardel”.

2009, o ano “afirmação” da União Despor va Atle smo Ana Oliveira inicia ano com da Serra a nível nacional bons resultados Desejando fazer deste comentário uma pequena mas objec va retrospec va do ano que agora terminou em termos despor vos, teria sempre e necessariamente do fazer em termos futebolís cos. Como tal, terei de começar com toda e natural lógica pelo futebol sénior da equipa da União da Serra. Porquê? Sobretudo porque acho que é da mais elementar jus ça que o faça. Primeiro porque não é fácil nem usual que uma equipa de aldeia, embora como tulo de “Vila”, sem ter por detrás uma qualquer Câmara Municipal, consiga ter uma equipa a disputa qualquer prova a nível nacional, como o clube mais representa vo da nossa terra o tem vindo a conseguir a várias épocas consecu vas,

como vem acontecendo. Segundo porque, o ano passado foi um ano pleno de sucesso, não só porque foi alcançado muito cedo o objec vo principal, que era o da manutenção na 2ª divisão nacional, como foi

aquele em que se a ngiu a fase mais adiantada da Taça de Portugal, a chamada prova “Rainha “ do futebol nacional. Para além de ter ombreado quase até final da então segunda fase do campeonato, com os vizinhos de

Fá ma e outros emblemas da região centro pela subida de divisão, o que permi ria ter alcançado a segunda liga Professional, onde o mesmo Centro Despor vo de Fá ma, está a ter um desempenho também ele formidável. Encontrando-se o campeonato nesta altura fes va em transição para a segunda parte da época, que não do campeonato, pois ainda faltam algumas jornadas para o final da primeira volta, com uma possível vitória no jogo em atraso com o terceiro clube açoriano presente na zona centro esta época, dificilmente a nossa equipa orientada por Ricardo Moura, não permanecerá no escalão que se encontra.

A atleta Ana Oliveira pretende superar as suas marcas e obter melhores resultados de nível nacional. Iniciou o ano com boas marcas de 1.672 pontos no triatlo; com 10.16s nos 60 metros barreiras; 8,03m no peso e 5,11 m no comprimento.

Ciclismo A União de Ciclismo faz balanço “muito posi vo” do ano de 2009 Américo Veiria, Augusto Gonçalves e Célia Vieira, são os grandes nomes do ano de 2009 para a UCL - União de Ciclismo de Leiria. Célia Vieira, na categoria de elite feminina, sagrou-se campeã Regional pela quinta vez, sendo a atleta que mais provas venceu em 2009. Américo Vieira, Cat. Masters C, foi dos melhores veteranos a nível nacional e regional, sagrandose campeão regional pela sexta vez.

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Oferta de emprego

CEMITÉRIO DE SANTA CATARINA DA SERRA: 1918-19

Empresa de Instalações Eléctricas situada em Pedrome, Santa Catarina da Serra

A 18.5.1913, durante a 1.ª República Portuguesa (5.10.1910-28.5.1926), sendo José Francisco Alves, residente em Santa Catarina da Serra, primeiro presidente da Junta de Freguesia e Luís Marques, José Jus no Gonçalves e Manuel Pereira vogais, procurou-se escolher um novo terreno «para edificação do cemiterio desta freguesia, em virtude do terreno escolhido pelo subdelegado de saúde de Leiria estar ja habitado» [fl.22v]. É de salientar, porém, que a 6.9.1908 já se nha defendido a «construção dum novo cemiterio» público. No dia 7.9.1913 deliberou-se que o local para a estrutura seria no «cabeço entre o Valle de Leiria e Vale Moleiros, em terreno de Jose d' Oliveira Covinha do Ulmeiro e de Manoel Carreira Alfaiate de Santa Catarina da Serra» [fl.24v], pelo que era necessário proceder-se à expropriação das áreas respec vas. No dia 21.9.1913 verifica-se que as propriedades, com um perímetro de 2.800 metros quadrados, seriam pagas a 4 centavos e 2 décimos o metro. Deste modo, José Simão de Oliveira, de Ulmeiro, recebeu o montante de 907$98 escudos e 6 décimos, enquanto Manuel Carreira Alfaiate foi pago em 19$61 escudos e 4 décimos, de «quatrocentos e sessenta e sete metros quadrados de terreno» [fl.25]. A 21.12.1913 são passados os documentos respec vos, «mandados de pagamento». Consulte-se o "Livro 6 de Actas da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra (1910-26)", existente no Arquivo da Junta de Freguesia, nos fólios, folhas, correspondentes. A 2.1.1914 elegem-se os novos membros da edilidade: José Jus no Gonçalves, de Chaínça, para presidente, Manuel Pereira,

de Sobral, para vice-presidente e António Ferreira Constan no, de Pinheiria, José Pereira das Neves, de Loureira, e José Pereira Relha, do sí o dos Arnais, Quinta da Sardinha, para vogais. O secretário seria José Francisco Alves, de Santa Catarina da Serra. No que se refere ao cemitério público, os defuntos con nuavam a ser sepultados no núcleo junto ao adro da Igreja Matriz, fundado e erigido em 1869-70, o 1.º cemitério público que houve na freguesia. A 21.3.1915, José Gomes Gonçalves, residente em Gordaria, requer à Junta de Freguesia a «cedencia de oitenta cen metros de terreno por dois metros, no cemiterio» [fl.40], tendo efectuado o pagamento de 6 escudos pelo respec vo covato. A 10.10.1915, José Pereira Bento, Novo, de Sobral, efec vou, do mesmo modo, a compra de uma parte de terreno no cemitério público. A 3.6.1917, Maria dos Santos, de Loureira, adquiriu no cemitério, por 6$00, 2 × 0,7 metros de terreno. No mesmo dia, Ana dos Santos, também de Loureira, domés ca, viúva, obteve uma cova. A 20.10.1917 foi a vez de Cris na de Oliveira, dos Arnais, e de Ana de Jesus, residente em Sobral, ambas viúvas, realizarem a compra de terrenos no cemitério de 186970. Na realidade, a 2.1.1918, quando é eleita a nova edilidade, sendo presidente António Pereira das Neves, de Sobral, Granja, vice-presidente José Rito, de Chaínça, vogais Manuel Ferreira Fartaria, de Loureira, Júlio Bento, de Donairia, e Joaquim Francisco, de Casal da Estor ga, e secretário José Francisco Alves, o novo núcleo cemiterial ainda não estava concluído, uma vez que durante a Comissão Administra va de Santa Catarina

da Serra, empossada após o homicídio do Marechal Sidónio Pais (1.5.187214.12.1918), em Lisboa, que era, à época, o presidente da República, ainda se voltam a comprar campas no cemitério público junto ao adro da Igreja Matriz. A 3.11.1918 adquiriu-se uma sepultura para Luísa Faus na, que foi casada com José Pereira, natural de Pinheiria, residentes em Ulmeiro ou, como ainda se escrevia, em «Urmeiro». Uma acta de 2.1.1919 salienta que o orçamento suplementar da autarquia deveria incluir uma «verba sufficiente, para pintar as grades do an go cemiterio e con nuar a obra do novo» [fl.64v], pelo que se depreende que, apesar da escassez de informação em fontes escritas, a estrutura do novo cemitério público estava, em 1918-19, em edificação. A 16.2.1919 decidiu-se a compra de um «livro para o registo dos covatos no cemiterio novo, contendo, no mesmo covato, nome do fallecido e data do fallecimento» [fl.65], tendo a proposta sido aprovada. A 16.3.1919, a Junta de Freguesia «resolveu mandar cortar a erva no cemiterio an go, calafetar as sepulturas e aterrar o cemiterio com alguma terra do adro para evitar qualquer exalação prejudicial à saude, visto terem-se ali feito muitos enterramentos no ul mo anno» [fl.65v], resolvendo-se, na mesma sessão, atribuir, por compra, a António Bap sta, de Magueigia, uma sepultura nesse local, com 2 × 0,7 metros de área, tal como a José Pereira, de Cova Alta. Por sua vez, a António Lopes, de Santa Catarina, foi vendido um covato com 0,80 × 0,35 metros, provavelmente para uma criança. Os dois primeiros pagaram 6$00 e o ter-

Admite Colaborador

Vasco Jorge Rosa da Silva Historiador

ceiro 3$50. Nos anos de 1918-19 efectuaram-se as úl mas sepulturas no primeiro cemitério, junto ao adro da Igreja Matriz. Destaca-se a elevada mortalidade nesse período, devido às três ondas epidémicas do vírus Influenza A do sub po H1N1, que, à época, provocaram a morte de dezenas de milhões de cidadãos em inúmeros pontos do planeta, pandemia. Em Portugal faleceram cerca de 120 mil pessoas, em duas ondas epidémicas, facto que, no caso santacatarinense, deve ter contribuído, sobremaneira, para a desac vação do núcleo cemiterial de 1869-70, que era exíguo. Por outro lado, a Junta de Freguesia apressou-se na conclusão do novo cemitério, em 1918-19. A escassa informação sobre a transição do an go cemitério para o novo deve-se, seguramente, às convulsões polí co-militares da época, à instabilidade em Lisboa, à 1.ª Guerra Mundial (191418), na qual par ciparam vários soldados da freguesia, e ainda ao sobredito vírus. No dia 6.6.1919, «José Marques, casado, residente na Magueigia desta freguesia», requer à «dicta Comissão Paroquial a cedencia de dois metros por setenta cen metros de terreno no actual cemiterio desta freguesia, isto é o covato numero dois» [fl.67v], pelo que se conclui que, em 1918-19, o novel cemitério, que nha tão-só algumas sepulturas, estava já em pleno funcionamento.

Preferências: 12º Ano Idade até aos 40 anos Com experiência em circuitos de baixa tensão/ited Carta de Condução Cat. B Disponibilidade imediata Espírito de equipa Oferecemos: Remuneração compa vel com a função Possibilidade de evolução na área com formação específica Os Interessados devem contactar: 244741390 - 917255850

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Agenda Cultural 2010 Como vem sendo hábito desde 2007, as associações da freguesia, com conjunto com a Junta de Freguesia e a ForSerra, elaboraram a agenda cultural para o ano 2010. Nesta agenda, estão todos os eventos das associações, festas e romarias religiosas, aniversários e até já as datas do próximo evento do Fes val “O Chícharo da Serra”. Esta agenda, em formato de base de secretária, é gratuita, e pode ser levantada na Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra.

Mau tempo assola freguesia O mau tempo que se fez sen r no mês de Dezembro fiz com que a protecção civil colocasse todo o território nacional em alerta laranja. As fortes rajadas de vento e a chuva forte aliada à forte vaga de frio que se fizeram sen r, em especial,na noite do dia 22 para o dia 23, fizeram avultados estragos um pouco por todo o país, em especial na região Oeste de Portugal. A Freguesia de Santa Catarina da Serra também registou alguns estragos como árvores caídas, danos em coberturas de indústrias e nos telhados de casas. Não houve situações graves, mas os bombeiros forma chamados para algumas ocorrências. Segundo Paulo Sousa, chefe de secção dos Bombeiros de Santa Catarina da Serra, o ponto crí co foi registado entre os dias 16 e 23 de Dezembro, pelo que foi no dia 23 o dia mais crí co. Felizmente não houve ocorrências graves com pessoas envolvidas, pelo que o trabalho dos bombeiros se focalizou essencialmente na remoção das dezenas de árvores caídas, pela força do vento e da chuva, nas estradas.

Católicos penduraram Menino Jesus nas varandas e janelas Em três semanas, foram colocados mais de seis mil dos novos estandartes em várias cidades. A ideia surgiu em Espanha há três anos e agora está a ganhar adeptos em Portugal. Este Natal, milhares de estandartes com a imagem do Menino Jesus foram pendurados nas varandas e janelas dos portugueses para "rea-

OLHO ATENTO Vários populares do Casal das Figueiras juntaram-se no passado mês de Dezembro e juntos colocaram no devido local um abrigo de passageiros de autocarros. Estas excelentes incicia vas são de salientar, pena é, que sejam tão raras.

vivar" o espírito natalício. Na nossa freguesia viram-se dezenas de estandartes com o Menino Jesus nas janelas.

INFORMAÇÃO AOS ASSINANTES Solicitamos aos nossos assinantes que regularizem o pagamento da sua assinatura. Como pagar o seu Jornal? Se pretende pagar o seu jornal, pode fazelo na Casa Paroquial, na ForSerra (edi cio da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra) ou se for da Chaínça, poderá fazê-lo junto da D. Clo lde. Estes são os únicos locais onde poderá ver a sua assinatura regularizada.

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE SANTA CATARINA DA SERRA

CONVOCATÓRIA Nos termos do ar go 14º nº1, a) da Lei 169/99 de 18 de Setembro e pela competência que me confere a alínea a) do ar go 19º da mesma lei, convoco os membros da Assembleia de Freguesia de Santa Catarina da Serra, e a população em geral, para a sessão extraordinária que terá lugar na sua sede, sita no auditório da sede da freguesia, às 21,00 horas do dia 18 de Janeiro de 2010. Santa Catarina da Serra, 05 de Janeiro de 2010 O Presidente da Assembleia António da Conceição Rodrigues

Outras formas de pagamento: Se reside noutros locais e não pode efectuar o pagamento nos locais acima indicados, poderá fazê-lo das seguintes formas: Cheque: deverá ser de banco português e endereçado à ForSerra Via CTT - Envie o pagamento pelos correios para a seguinte morada: ForSerra Rua Santa Catarina, Nº22 2495-186 Santa Catarina da Serra

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JANEIRO

LUZ DA SERRA

úl ma

2010

Ao encontro de... Teresa Gordo

Como foi a tua infância e juventude na Chainça? Vivi na Chainça até aos 19 anos. E ve uma infância/ juventude que se pode dizer “normal”. Estudava, brincava muito e ajudava os meus pais na loja. Conta-nos um pouco do teu percurso escolar desde a infância até à úl ma etapa dos teus estudos. Estudei até ao 6º ano na Chaínça e fiz do 7º ao 9º ano no Colégio do Sagrado Coração de Maria, em Fá ma. No 10º ano fui estudar para Leiria, onde prossegui os meus estudos até ao Ensino Superior. Ainda manténs alguma ligação com a freguesia da Chaínça? Man ve-me muito ligada à paróquia de Santa Catarina, par cipando em variadíssimos eventos até 2004, ano em que fui residir para a Maia – Porto. Aí, devido à distância, man nha algumas ligações, mas não tão frequentes. Desde há quase dois anos, quando emigrei para a Holanda, os contactos que mantenho são basicamente familiares e de amizade com alguns residentes. Consideras que toda a tua par cipação no Jornal Luz da Serra, na catequese e nos Missionários da Consolata, dos quais fizeste parte,

foi constru va para a tua vida profissional e pessoal? Sim, sem duvida alguma. A par cipação no Jornal fezme desenvolver algumas ap dões que ainda hoje u lizo profissionalmente. Além do mais, orgulho-me de ter par cipado nas primeiras mudanças do Jornal, o aumento da ragem e o aumento do próprio Jornal. A par cipação como responsável da catequese no centro da Chaínça deu-me uma grande valia na forma como lido com as pessoas. Para além de todas as dificuldades que advém de se estar à frente de um grupo de catequisantes e catequistas trouxe-me uma realização pessoal, na medida que acredito ter feito algo pelo outro. Acredito ter ajudado a catequese da Chaínça a crescer, pelo menos dei o meu melhor. A par cipação nos Missionários da Consolata deu-me uma visão de um mundo diferente e ajudaram-me muito a crescer como pessoa. Quais são as principais diferenças que tens a registar neste novo formato do Jornal Luz da Serra? Além de ser maior, com mais leitura, a principal diferença que noto é que deixou de ser um jornal tão virado à Igreja e pra camente só com assuntos de alguma forma religiosos. Não que

Rápidas

Este mês fomos ao encontro da Teresa Gordo. Os mo vos profissionais fizeram com que vesse que emigrar para Haia, na Holanda. No seu percurso de vida foi colaboradora assídua, durante alguns anos, no jornal Luz da Serra, responsável de catequese do centro da Chaínça e colaboradora com os Missionários da Consolata.

Nome Maria Teresa Narciso Gordo

seja mal um jornal ser só rela vo à Igreja, mas muitos dos leitores queriam um jornal informa vo de tudo o que se passa nas freguesias de Santa Catarina e da Chainça, não só do que se passava a nível de Igreja. Agora vejo uma maior variedade na informação e uma par cipação mais ac va das várias pessoas.

envolvida num caso noutro país.

O que te fez ter que residir fora da freguesia? Os estudos levaram-me a residir em Leiria. Quando comecei a trabalhar não vi mo vo para voltar para a Chaínça, já que o trabalho era também em Leiria. Mais tarde, por questões profissionais fui viver para perto do Porto, e desde há 2 anos, também por mo vos profissionais, resido fora de Portugal.

Projectos para o futuro? Acho muitas vezes se confunde projectos com sonhos. Sonhos temos sempre muitos e alguns impossíveis de realizar. Projectos, num espaço breve de tempo, muito provavelmente, voltar a estudar, para poder progredir na carreira, acabar o meu contrato de trabalho na Holanda e renovar pelo menos mais um contrato.

No percurso profissional, o que fazes actualmente? Actualmente sou assistente de Analista de Casos na Eurojust, um organismo Europeu de Cooperação Judicial em matéria criminal. Essencialmente lido com casos que no seu país de origem estão a ser inves gados e que envolvem mais que um país. Face ao nosso sistema judicial, o que tens a dizer sobre tudo isso? Esta é uma pergunta complicada… É certo que o nosso sistema judicial não funciona – isso é notório. Mas do que tenho lido e tenho sabido devido à minha profissão o problema está na sua execução. Ou seja, o sistema judicial em si não é mau, os seus princípios são muito bons e ba-

Idade 35 Naturalidade Chainça Um País... Quénia

seados numa jus ça plena. O problema está mesmo na sua execução. Na prá ca temos um sistema que não funciona a tempo e horas, é demorado e com muita burocracia. Tudo isto conjugado muitas vezes torna-se num sistema injusto. É verdade que se compararmos o sistema português a um outro da União Europeia não é dos piores, mas ainda há muito caminho para andar e é preciso que os nossos polí cos queiram percorrer esse caminho. Na tua vida profissional há algum momento especial que recordes? Durante os meus 8 anos ligada aos tribunais em Portugal vivi momentos muito especiais, uns bons outros maus. Um dos momentos que recordo com piada foi num julgamento onde era preciso analisar algumas peças em ouro, apreendido no processo em questão. O Juiz mandou-me ir ao banco buscar o ouro com escolta policial. Então pela primeira vez vi-me numa situação um bocado embaraçosa. Dois polícias acompanharam-me ao banco, entraram comigo,

esperaram que me fosse entregue o ouro e de imediato me acompanharam ao carro da polícia. A caminho do tribunal ainda ligaram os pirilampos a indicar que iam em serviço. Claro está que quando chegamos ao tribunal juntou-se imediatamente muita gente à volta, para verem quem era agora o “preso”… Dentro de todo o trabalho que uma assistente de analista desempenha, qual a que mais gostas de fazer e porquê? Uma das minhas funções é inserir os dados pessoais no computador de todos os envolvidos nos casos. O programa que é u lizado pela organização durante a noite faz o cruzamento de dados dos vários casos, dos vários países e no caso de encontrar semelhança entre os casos, envia uma mensagem a informar que houve dados coincidentes nos casos “X” e “Z”. Das minhas funções todas, esta é a que mais gosto, porque acho de extrema importância poder ter a informação da pessoa que estando envolvida num caso com um país, está também

Qual a tua opinião sobre da nossa freguesia? É notório que nos úl mos dez anos as freguesias de Chaínça e de Santa Catarina têm evoluído bastante, ainda que acho que ainda há muita coisa a fazer. Muitas das estradas na freguesia estão num estado deplorável. Mas começo a achar que este é um vício do Governo Português em ter as estradas em mau estado. Muitos preocupam-se em fazer novas estradas, mas esquecem-se que há a necessidade urgente de manter as já existentes e que caso houvesse uma boa manutenção nas estradas secundárias talvez não houvesse a necessidade de construir mais auto-estradas e IP’s, devastando, assim, o pouco de verde que ainda existe em Portugal.


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