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De 21 a 22 de Janeiro, visite a exposição “curiosidades da terra”

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MENSÁRIO DE SANTA CATARINA DA SERRA - JANEIRO 2012 - 1€ PREÇO DE CAPA

Feliz Ano Novo Glückliches Neues Jahr Nytar Feliz Año Nuevo Felicigan Novan Jaron Heureuse Nouvelle Année Feliz Aninovo Shaná Tová Happy New Year Felice Nuovo Anno Akemashite Omedetou Gozaimasu

"A grandeza humana não está na coragem com que recebemos os infortúnios, nem quando enfrentamos com heroísmo os momentos mais difíceis. A grandeza está na nossa capacidade de prosseguir".

DR Andreia Ribeiro

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A Luz da Serra deseja um bom ano de 2012 As atividades da Casa do Povo

Passagem de Ano

Pág.8

Escuteiros em atividade

Ass. da Loureira fez a única passagem de ano da Freguesia.

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Nuno Reis visita U.D.S.

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Pág.11

Entrevista

Cronologia 1901-2000 Pág.15

Miguel Marques

É muito comum ouvir a expressão “ano novo, vida nova” mas o facto é que apesar de a podermos repetir centenas de vezes, não quer dizer que assim seja. A mancha que temos na pele não desaparece e o desejo insaciável de beber bebidas alcoólicas não se esvazia de nós, como os copos de cerveja, pelo o facto de o repetirmos simplesmente. Passou a meianoite e o fogo-de-artifício não levou o egoísmo, não levou as dívidas, não levou as ideias negras do passado, e a ressaca do dia 1 de Janeiro nem sequer nos deixou ir à Igreja para agradecer a Deus este dom que nada nos custou e que nos pode trazer 366 dias de satisfação e alegria. Trazer 366 dias de alegria? Como poderá isso ser se somos os mesmos, se os nossos políticos são os mesmos, se a troika é a mesma, se os preços são cada vez mais altos, se os filhos são os mesmos e só regressaram da festança já na manhã do dia 2, se as olheiras que o espelho me retribui... continua na Pág. 3

Pensamento do mês

Mais de 25 anos a ensinar a ler e a escrever em Santa Catarina da Serra

última

Foto de 1985

“Somos mais pais do nosso futuro do que filhos do nosso passado.” pub


LUZ DA SERRA

4/12 - Margarida Silva Rodrigues Chaves, filha de Alexandre Rodrigues Chaves e de Patricia Melo da Silva de Santa Catarina. Foram padrinhos: Daniel Gordo Pereira e Raquel Vieira Marques 18/12 - David Gaspar Carreira, filho de Nuno Oliveira Carreira e de Marina Gonçalves Gaspar Carreira, da Magueigia. Foram padrinhos: Ricardo Oliveira Carreira e Isabel Maria Rebelo Braga Carreira 18/12 - Margarida Rodrigues Ferreira, filha de Pedro Miguel das Neves Ferreira e de Cidália de Jesus Rodrigues, da Donairia. Foram padrinhos: José Augusto da Silva e Maria do Carmo Oliveira da Silva 25/12 - Mariana Neves Simões, filha de Paulo José Sousa Simões e de Maria da Graça Lopes Neves do Vale tacão. Foram padrinhos: Pedro Manuel Sousa Simões e Rita Salomé Lopes Neves 25/12 - Francisco Neves Pereira, filho de Fernando Neves Pereira e de Maria Helena Fernandes Pereira, do Ulmeiro. Foram padrinhos: Rui Filipe Alves da Silva e Sara Oliveira Marques

11/12 - Manuel Rodrigues Pereira, casado com Conceição de Oliveira, da Pinheiria, partiu deste mundo aos 86 anos de idade. 18/12 / Beatriz Carreira Lopes, viúva de Joaquim Dias da Costa, dos Olivais, terminou a sua peregrinação nesta terra e foi habitar no Céu aos 79 anos de idade

José Maria Pedro

Inácia Silva Ferreira

N. 18/04/1923 F. 07/11/2011

N. 14/06/1931 F. 02/01/2011 Sobral

José Fartaria Ribeiro (José Neto) N. 28/11/1944 F. 19/12/2011 Loureira Deixaste-nos o teu exemplo. Obrigado Esposa, filhos e Netos. A família vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se incorporaram no seu funeral ou, que de algum modo, manifestaram o seu pesar.

2012

José de Oliveira Gomes N. 02/02/1927 F. 29/12/2011 Pinheiria

Pousos - Leiria Quando o Sol ainda não tinha cessado o brilho, quando a tarde engolia aos poucos as cores do dia e despejava sobre a terra os primeiros retalhos de sombra, eu vi que Deus se veio sentar perto do fogão de lenha de minha casa. Chegou sem alarme, retirou o chapéu da cabeça e pegou no seu terço, que se encontrava no mesmo lugar de sempre. Ele tinha feições de um Homem feliz, realizado. Parecia imerso na alegria que é própria de quem cumpriu a sina do dia e que agora recolhe à alegria quotidiana que lhe cabe. Eu olhava e pensava: Como é bom ter Deus Dentro de casa. Como é bom chegar a esta hora da vida em que tenho o direito de ter um Deus só para mim. Correr para Os seus braços, ouvir as histórias Dos santos, aprender a rezar, aprender a Entregar todo o sofrimento pelas alminhas do Purgatório. Dizer-lhe boa tarde e ouvir como resposta: “Deus vos dê muito boa tarde” e pedir que Ele me desse a sua bênção e que rezasse por mim. Mas aquele homem não era Deus Aquele Homem era o nosso avô! E foi assim que eu descobri Que o meu avô com o seu jeito finito de Ser Deus, me revelasse Deus com o seu jeito infinito de Ser Homem. Marina Pina

19/12 - José Fartaria Ribeiro, casado com Arminda Alves Pereira, da Loureira, terminou a sua peregrinação na terra dos vivos na Primavera dos seus 67 anos de idade 29/12 - José de Oliveira Gomes, casado com Conceição de Jesus Braz, da Pinheiria, partiu para o Pai aos 84 anos

JANEIRO

-- família paroquial --

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Luciano Gonçalves N – 08.03.1932 F – 28.12.2009 Casal da Estortiga

2º ano de falecimento Há dois anos que partiste, pois o Senhor te chamou para junto Dele, deixando um vazio no seio familiar. Nós cá na terra, apenas nos resta rezar e pedir a Deus que te dê o eterno descanso, pois apesar da separação física, a tua presença continua viva e jamais te esqueceremos. Continuarás para sempre nos nossos corações. Que Deus te ilumine, descansa em paz. Tua esposa, filhas, genros e netos.

Aos familiares enlutados “O Luz da Serra” apresenta sentidas condolências e une-se em oração de sufrágio

Para ti, mãezinha com muita saudade I Foi na quadra de Natal que foste embora, partiste era uma quadra de alegria para nós foi a mais triste. II Teu sorriso se apagou no teu rosto para sempre mas, na mágoa em nós ficou no coração eternamente III Pedimos a Deus que vivesses era o nosso maior desejo pois agora o que nos resta é rezar e mandar-te um beijo

A sua família agradece a todas as pessoas que estiveram presentes na Eucaristia da sua despedida e a todas as que manifestaram o seu apoio à família. Querido avô, Foi com tristeza que te vi partir, Apesar de acreditar que vais para um lugar onde melhor te vais sentir. O meu muito obrigada te quero dizer, Por tudo o que me permitiste aprender. Foste tu, que durante anos, me foste buscar à escola, Foste tu que me ensinaste a ver as horas, Enfim, foste tu que me ajudaste a crescer. Certamente que a avó, todos os teus filhos e netos te querem agradecer, E por agora dizer, “Até breve”.

IV As saudades que nós temos lembramos-te todos os dias para que nada nos faltasse muito sacrifício fazias V As tuas filhas te choram sentindo a falta da mãe os teus netos e bisnetos te adoram sentem a tua falta também VI Que Deus te tenha no céu sentada à sua direita cantando hinos de glória por seres a sua filha eleita Das tuas filhas, genros, netos e bisnetos com muito amor e saudade.

Assine o Jornal Luz da Serra e apoie a sua Freguesia. Entre em contacto com a redacção pelos seguintes contactos: 00351 917 480 995 luzdaserra@santacatarinadaserra.com

Rua Santa Catarina, Nº22 - 2495-186 Santa Catarina da Serra - Portugal

Manuel Rodrigues Pereira N. 10/12/1925 F. 11/12/2011 Pinheiria

Sua esposa, filhos e restante família, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se incorporaram no seu funeral ou de algum modo manifestaram o seu pesar.

Rectificações Na edição de Dezembro, por lapso foram indicados outros resultados na 8ª jornada. O correto é GRAP, 1- UDS, 2. E os próximos jogos são: 9ª jornada, dia 18 Dezembro: UDS – GUIENSE e 10ª jornada, dia 8 Janeiro: UDS - PENICHE Na família Paroquial, no mês de Outubro, nos dados do batizado da criança João Oliveira Silva, a mãe chama-se Sónia Santos Oliveira e não Vânia Santos Oliveira conforme foi indicado. Aos nossos leitores e aos visados, as nossas desculpas. pub

Envie-nos o seu anúncio, da secção da família paroquial, que nós prometemos publicar gratuitamente. Data limite de entrega: último dia de cada mês Os anúncios publicados serão gratuitos, desde que cumpram os requisitos necessários para a publicação.


JANEIRO 2012

interfere em nossas decisões. Deixa-nos livres; parece dormir, como na barca dos Apóstolos. Ele quer ajudarnos, mas espera que O acordemos. Por vezes roubámos-lhe o 1º lugar em nossa vida para o dar à televisão, ao trabalho, ao dinheiro…É uma ofensa que Lhe fazemos, é um pecado de idolatria, é contra o 1º mandamento. “Eu sou o Senhor teu Deus e não há outro…Voltai-vos para Mim…Não há outro Deus além de Mim…Voltai-vos para Mim e sereis salvos. Eu sou Deus e não há outro. Juro pelo meu nome, é justo o que sai da minha boca. A minha palavra é irrevogável. Só no Senhor está a justiça e a fortaleza…No Senhor terá salvação e glória toda a descendência de Israel”(conferir Isaías 45,6b-25) . Talvez a tua fé esteja quase morta. Pode ser a consequência do abandono progressivo da confissão “bem feita”, da comunhão, da missa bem vivida ou da falta de oração em família. A missa é o ponto mais alto da vida cristã; é “O coração” da vida cristã. Não é suficiente entrar na igreja ao domingo, ver o Celebrante, chegar atrasado, para participar da Eucaristia Há tantos alunos que vão à escola e não estudam nada…As carteiras estão sempre nas aulas e não aprendem nada…Até o de-

P. Serafim Marques funto entra na igreja e não vai à missa…O cão e o gato, se a porta estiver aberta, entram na igreja e não vão à missa. Não basta fazer coisas; é preciso viver o que estamos a fazer. Vivemos o tempo de Natal. Jesus veio para iniciar um mundo novo. Dentro de dias entraremos em 2012. Será um ano bom ou mau? Depende de nós, das nossas opções de vida. “Põe Deus em 1º lugar em tua vida e o resto ser-te-á dado por acréscimo”(Mt.6,33). Que boa solução para os tempos de crise! Com Deus em nossa vida todos os problemas se resolvem mais facilmente. “Eu sou o Senhor teu Deus, que te dou lições para o teu bem, que te guio pelos caminhos que deves seguir. Ah! Se tivesses atendido ao que Eu te mandava!”(Isaías,48,17.18).” Não vos deixeis enganar por doutrinas diversas e estranhas” (He.13,9). Não podemos mudar as pessoas e o mundo, pois não depende só de nós. A única pessoa que podemos mudar somos nós mesmo. Tudo na minha vida mudou quando eu mudei. MÃOS À OBRA!!! Então 2012 será um ano ABENÇOADO.

Loja do meu irmão

... retribui, se tornam cada vez mais visíveis ou a borbulha do queixo está cada vez mais gorda. É o drama sempre velho e sempre novo de quem vive sem viver, de quem está na superficialidade da existência, de quem afoga as mágoas num horizonte inatingível, de quem passa o ano sem passar…. Sentado à lareira naquela noite fria, com uma «asa» meia derrubada, volvidos 15 minutos do tempo novo 2012, recebia esta mensagem de um velho amigo que não deixa que o pó faça esquecer as lembranças de uma amizade saudável “ Acredita em ti, porque eu também acredito. Gosta de ti porque eu também gosto. Louva ao Senhor pela tua vida e pelo teu sacerdócio, porque eu também louvo. Obrigado por poder contar contigo nesta aventura 2012”. Esqueci a dor incómoda e cantarolei “és um grãozinho de uma praia maior e deves dar tudo o que tens de melhor…). Curiosamente na tarde do dia 1, quando abri o mail, encontrei esta mensagem vinda sei lá de onde e como “Chega de velhas desculpas e velhas atitudes! Que o ano novo traga vida nova, como o rio que sai lavando e le-

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vando tudo por onde passa.” Acho que foi isto que me levou a pensar que se o ano novo não leva, com as rolhas do champanhe que voam, para longe, tudo o que é mau, pode trazer esperança e energia para iniciar um tempo novo “Vou fazer uns novos céus e uma terra nova”. Se a realidade à nossa volta continua a ser a mesma pelo menos eu posso mudar a atitude do meu coração, a minha mente. Posso colocar nos olhos velhos que me vêem do passado umas lentes psicadélicas de esperança para ver o mundo e a vida com cores mais belas. Posso ainda deixar-me iluminar pela luz fulgurante da estrela que paira sempre, indiferente ao tempo que passa, sobre a gruta de Belém. Olhar a todos com um olhar novo, como se fora a primeira vez, esquecendo os preconceitos e retirando os nevoeiros que não me deixam ver, sentir-me membro de uma família maior que crê, sair de mim para dar mais tempo à comunidade e aos outros, sorrir mesmo quando o sol não é capaz de romper a opacidade das nuvens, sentir-se verdadeiramente aquilo que se é, astronave de Deus, mensa-

P. Mário de Almeida Verdasca geiro da paz, construtor do mundo melhor. Enfim, viver com intensidade e na profundidade esta vida /aventura a mais bela prenda que Jesus nos oferece em cada Natal.

AMIGOS DA LUZ DA SERRA Com uma nova gestão, torna-se necessário destacar todos os amigos do Jornal. A partir desta data tencionamos publicar aqui todas as ofertas que chegam à redacção do Jornal, (o pagamento das assinaturas não é publicado). O Jornal agradece. Este mês chegaram os seguintes donativos:

Projeto social tem dado frutos ao longo destes meses que abriu, em Santa Catarina da Serra tina, que coordena este projecto convido todos a passar e a dar uma força a esta obra social de amor Cristão. Aberto todas as 2ªs, 4ªs e 6ªs feiras e ainda nos primeiros sábados do mês. Venha, porque este espaço é seu, é nosso, é do "MEU IRMÃO".

Alfredo Ferreira - Santa Catarina da Serra - 10€

Apelo Face à actual conjuntura económica e aos pesados impostos e taxas que somos obrigados a pagar, o Jornal Luz da Serra está com algumas dificuldades financeiras. Toda a ajuda é bem vinda. Colabore.

Arquivo - Miguel Marques

Tem sido uma experiência muito bonita entre nós, esta pequena loja de solidariedade e partilha. Antes de tudo pela generosidade das pessoas que levam seja o que for, para aquele espaço onde as pessoas podem encontrar utilidade para tudo, e também pelo exemplo extraordinário de voluntarias que, numa fidelidade irrepreensível, tem trabalhado com afinco naquele espaço que é de todos. Felizmente, muitos têm passado e muito bem tem sido feito para todos os que ultrapassam preconceitos e vergonhas para partilhar bens e necessidades. Em nome da Conferência Vicen-

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Editorial

A tua barca pode correr perigo Os Apóstolos atravessavam de barco o lago de Tiberíades. Jesus viajava com eles, mas dormia. De repente levantou-se um forte temporal. Pedro e seus colegas pressentindo a catástrofe iminente correm a acordar Jesus. “Senhor, salva-nos que perecemos!”. Disse-lhes Ele: “Por que temeis, homens de pouca fé!”. Em seguida levantou-se e falou imperiosamente aos ventos e ao mar e sobreveio uma grande calma. (conf. Mt.8,25-27). Todos nós, solteiros ou casados, enfrentamos no mar da nossa vida ventos fortes, tempestades, por vezes até mesmo catastróficas, sobretudo entre os 35 e os 55 anos de idade. É o tempo das crises de fé, das crises matrimoniais e não só… Quantos que abandonam a prática religiosa! Quantos lares destruídos! É só olhar à direita e à esquerda. Pelo batismo todos nos tornámos templos de Deus. “Não sabeis que sois Templo de Deus e que o Espírito Santo habita em vós?” (1 cor. 3,16). “O Templo de Deus é Santo e vós sois esse Templo” (1 Cor. 3,17). A família cristã é a igreja doméstica (Vat.II). “Quando dois, pai e mãe, ou mais, pais e filhos estão juntos rezando Eu estarei no meio deles”, no “barco familiar”. O Mestre viaja conosco; está na família. Está presente porém não

LUZ DA SERRA

-- vida da comunidade --

Aos nossos Assinantes Solicitamos aos nossos assinantes o pagamento da assinatura anual. As assinaturas podem ser pagas na Casa Paroquial ou na redacção ( edifício da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra ). + info: 00351 917 480 995


LUZ DA SERRA

Devem colocar a mão esquerda por cima da direita? «Insistir-se-á, como faziam os Padres da Igreja, sobre a nobreza que deve comportar o gesto do fiel... de estender as duas mãos, fazendo "da mão esquerda um trono para a mão direita, dado que esta deve receber o Rei". Na prática, deve aconselhar-se o contrário aos fiéis: a mão esquerda sobre a direita, para que depois peguem facilmente na hóstia com a mão direita e a levem à boca» (Congregação do Culto Divino, Notificação acerca da Comunhão na mão, de 03/04/1985, n. 1 e nota 4; EDREL 2981). O texto dos Padres da Igreja tinha em conta que o pão, nesse tempo, era um pedaço grande, daquele pão que os fiéis tinham trazido de suas casas, cozido nos seus fornos, igual àquele que eles próprios comiam às refeições, e que, depois de consagrado, na altura da comunhão, se punha direta-

DR

Algumas perguntas e respostas sobre a comunhão na mão.

mente na mão direita do fiel, com a qual ele o levava à boca e o comia pouco a pouco. Hoje deve fazer-se ao contrário, ou seja, deve pôrse a mão esquerda sobre a direita, porque sendo o pão muito fino (hóstia pequena e pouco espessa), implica que, para o levar à boca, se lhe pegue com os dedos polegar e indicador da mão direita. É essa dificuldade prática que leva a Congregação a dizer que, na prática, é a mão esquerda que se põe sobre a direita, para que, depositada a hóstia na mão esquerda, a direita fique livre para lhe pegar e a levar à boca. Deixar que o sacerdote ou ministro coloque a hóstia consagrada na palma da mão esquerda «É da Igreja que o fiel recebe a Eucaristia, que é comunhão no Corpo de Cristo e na Igreja. Por isso, não deve tirá-la ele próprio da patena ou do cesto, como o faria se fosse pão comum ou mesmo pão bento, mas estenderá as mãos para o receber do ministro da comunhão» (Congregação do Culto Divino, Notificação acerca da Comunhão na mão, de 03/04/1985, n. 4; cf. Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, Nota pastoral sobre a Comunhão na mão, de 10/10/1975, n. 3 c; EDREL 2817; e cf. Secretariado Nacional de Liturgia, Nota explicativa sobre o

modo de receber a Comunhão na mão, 10/10/1975, n. 5-III a); EDREL 2823). Depois pegar na hóstia com a mão direita e levá-la à boca, tendo o cuidado de que nenhum fragmento fique na mão e se possa perder? Os documentos dizem assim: «O fiel que recebeu a Eucaristia na mão levá-la-á à boca antes de partir para o seu lugar, afastando-se somente para deixar aproximar-se aquele que o segue e permanecendo voltado para o altar... Deve recomendarse-lhe que procure não deixar cair fragmentos do pão consagrado» (Congregação do Culto Divino, Notificação acerca da Comunhão na mão, de 03/04/1985, nn. 3. 6;) Noutro documento, já citado, justifica-se o conselho a dar aos fiéis sobre o modo de colocarem «a mão esquerda sobre a direita» por uma razão prática: «para que depois peguem facilmente na hóstia com a mão direita e a levem à boca» (Congregação do Culto Divino, Notificação acerca da Comunhão na mão, de 03/04/1985, n. 1 e nota 4; EDREL 2981). É este o único lugar onde a forma de levar a hóstia à boca aparece descrita, ainda que de maneira incompleta e pouco explícita. A expressão «para que depois peguem facilmente na hóstia com a mão

direita» parece estar a sugerir que se faça com os dedos (polegar e indicador da mão direita), pois pegar de outro modo numa hóstia tão pequena e tão pouco espessa, com a mão toda, é completamente impraticável. Só seria possível e fácil se o pedaço de pão fosse suficientemente grande e pesado. A experiência é fácil de fazer. Se alguém pretendesse pegar com a mão direita no pão colocado no côncavo da mão esquerda, sem a ajuda dos dedos, só com dificuldade o conseguiria, e o gesto de o lavar à boca dessa forma nem seria digno nem significativo. Nas celebrações vemos pessoas a receber a comunhão numa única mão, outras a segurar a hóstia consagrada tipo "pinça", e certamente muitas outras formas incorretas sem o respeito e a dignidade que se exige. Está tudo suficientemente esclarecido. Nenhuma dessas formas se pode considerar digna e significativa. Vamos então esquecê-las. Tais problemas não são apenas de hoje. Foi sempre mais ou menos assim. É de Santo Agostinho esta pequena reflexão: "A Igreja de Deus, estabelecida entre tanta palha e tanto joio, tem de tolerar muitas coisas; mas ela recusa-se a aprovar, a aceitar em silêncio e a fazer o que é contra a fé e os bons costumes...". Gostaria de saber se algum documento oficial se refere a este assunto. Existem pelo menos três e estão disponíveis a todos aqueles que tenham à mão o livro publicado pelo Secretariado Nacional de Liturgia que tem por título: Enquirídio dos Documentos da Reforma Litúrgica (EDREL).

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Amor na boca das crianças

DR

Perguntas e respostas Os que optam por comungar na mão como é que devem fazer? Vê-se que o consulente já sabe muito acerca das coisas que pergunta. Isso significa que o que pretende, acima de tudo, é ser confirmado no que já sabe, e eventualmente esclarecido naquilo que exprime com menos clareza. De facto, ao dizer "os que optam por comungar na mão" dá a entender que sabe que é aos fiéis que "se deve deixar a escolha sobre a forma de receber a Eucaristia" (Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, Nota pastoral sobre a Comunhão na mão, de 10/10/1975, n. 3 b; Como é que devem fazer? "Quanto à comunhão na mão, pastores e fiéis devem preocupar--se em realizar o gesto de maneira digna e significativa (Ibidem, n. 3 c).

JANEIRO

-- vida da comunidade --

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Jesus fez-se homem porque ama a humanidade. Toda a vida e doutrina de Jesus anda em torno da palavra Amor. Na sua vertente mais pura de entrega e doação aos outros. Natal é, pois, a celebração do Amor. E o interessante é que a maior parte das crianças até consegue exprimir o que é o amor. Foi isso mesmo que constatou um grupo de profissionais de educação e de psicologia. A pergunta que fizeram a crianças entre os 4 e 8 anos foi mesmo directa: «O que é o amor?» Aqui ficam algumas das respostas: "Quando a minha avó não se podia debruçar para pintar as unhas dos dedos do pé, o meu avô, desde então, pinta as unhas dela. Mesmo quando lhe doem as costas" - Rebeca, 8 anos" "Eu sei que a minha irmã mais velha me ama, porque ela me dá todas as suas roupas e tem que sair com a minha mãe para comprar outras para ela" Lauren, 4 anos

que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela" Chrissy, 6 anos "Amor é quando a minha mãe faz café para o meu pai e o prova antes, para ter a certeza que está do gosto dele" - Danny, 6 anos "Amar de verdade é começar a andar com um amigo de que não gostas muito. Nikka, 6 anos. "Amor é o que está com a gente no natal, quando nos dão presentes e a gente fica contente" - Bobby, 5 anos "Amor é quando o meu cachorro me lambe a cara, mesmo depois de eu o deixar sozinho o dia inteiro" Mary Ann, 4 anos "Durante a minha apresentação de piano, eu vi o meu pai na plateia a acenar-me e a sorrir. Era a única pessoa a fazer isso e eu assim não sentia medo" Cindy, 8 anos Retirado do jornal: O Amigo do Povo M.V. P.

"Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, mesmo conhecendo-se há muito tempo" - Tommy, 6 anos "Amor é quando tu sais para comer e ofereces as tuas batatinhas fritas, sem esperar pub


JANEIRO

LUZ DA SERRA

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Acólitos em passeio cultural O Retiro do 10º ano

nhão. Recebida a Sagrada Partícula, com suma cautela a tirou da boca, embrulhando-a no véu. Saiu prestes, da Igreja, e encaminhou-se para a casa da feiticeira. Mas, então, sem que ela o notasse, do véu começou a escorrer Sangue, que, visto por várias pessoas, as levou a perguntar à infeliz que ferimentos tinha. Confusa em extremo, corre logo para casa, e encerra a Hóstia Miraculosa numa das suas arcas. Passou o dia, entretanto, e, à tarde, voltou o marido. Alta noite, acordam os dois, e vêem a casa toda resplandecente. Da arca saíam misteriosos raios de luz. Inteirado o homem do acto pecaminoso da mulher, de joelhos, passaram o resto da noite, em adoração. Mal rompeu o dia, foi o pároco informado do prodígio sobrenatural. Espalhado o sucedido, meia Santarém acorreu pressurosa a contemplar o Milagre. A Sagrada Partícula foi então levada, processionalmente, para a Igreja de Santo Estêvão, onde ficou conservada dentro duma espécie de cus-

tódia feita de cera. Mas, passado algum tempo, ao abrir-se o sacrário para expor à adoração dos fiéis, como era costume, o Santo Milagre, encontrou-se a cera feita em pedaços, e, com espanto, se viu estar a Sagrada Partícula encerrada numa âmbula de cristal, miraculosamente aparecida. Esta pequena âmbula foi colocada numa custódia de prata dourada onde ainda hoje se encontra. Depois fomos em direcção a Alpiarça, onde almoçámos e visitamos a Quinta dos Patudos, de José Relvas, Ministro das Finanças de Portugal no século XX. Todos ficámos encantados com a gigante casa e os mistérios que por lá moram. Depois fomos andar de cavalo. Um experiência a repetir. Foi um dia agradável, diferente e muito engraçado.

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sondou oportunidades para vivermos uma vida feliz e contribuirmos para a construção de um mundo melhor e sabemos agora que só com Jesus na nossa vido poderemos encontrar essa felicidade tão desejada. Foi muito especial, com orações e missa, e uma das razões para que isto fosse possível foi a união do grupo. Garantimos que os jovens do 10ºano aprenderam muito e divertiram-se muito, dia e noite, palhaçadas e momentos sérios ficarão sempre no nosso co-

ração. Foi um fim-desemana único e inesquecível. Agradecemos a todos que nos proporcionaram este fim- de- semana cheio de alegrias e de momentos de reflexão, a amabilidade e a criatividade dos animadores, a organização do Padre Mário. Tatiana Alves e Joana Fartaria, 2 adolescentes que participaram no retiro. Os Jovens

Ano novo difícil Começamos mais um novo ano e todos dizem que vai ser ainda mais difícil que o ano passado. Alguns até anunciam o fim do mundo para 12-12-2012. Mas como explicou o Papa, «o cristão não tem de ter medo do futuro nem sequer do fim do mundo, pois Cristo está do seu lado». O ano que passou deixou muitas sombras negras: desemprego, pobreza, fome, doenças e epidemias agravadas pelas condições de miséria, guerras, conflitos armados. E como se não bastasse, o aumento dos crimes contra pessoas e bens. Amargura-nos a consciência de impotência que sentimos perante essas duras realidades. Mas o derrotismo e o pessimismo não constróem. Por isso mantenhamos a esperança de que havemos de caminhar para um mundo mais humano. Um mundo em que a guerra, o terrorismo e toda e qualquer forma de violência - física, psicológica, moral - irão perdendo terreno; em que o fosso entre ricos e pobres irá diminuindo; de que a fome, a doença e qualquer outro

DR

Ricardo Brites

Eram 8 da manhã e já estavam em Santa Catarina perto de 50 acólitos de toda a paróquia e mais alguns "anexos". Partimos dali num autocarro e lá fomos passar o belo dia 27 de Dezembro. A nossa visita começou em Santarém, onde visitámos a cidade e, em particular, uma igreja importante para a região - a Igreja do Santíssimo Milagre. O seu nome provém da famosa situação ocorrida naquela igreja chamada, na altura, de Santo Estêvão. Corria o ano de 1247, segundo uns cronistas, ou o de 1266, segundo outros. Em Santarém, então vila de Portugal, vivia uma pobre mulher, a quem o marido muito ofendia, andando desencaminhado com outra. Cansada de sofrer, foi pedir a uma bruxa judia que, com os seus feitiços, desse fim à sua triste sorte. Prometeu-lhe um remédio eficaz, para o qual necessitava uma Hóstia Consagrada. Depois de naturais hesitações, consentiu no sacrilégio a pobre mulher; foi à Igreja de Santo Estêvão, confessou-se e pediu Comu-

No passado fim - de - semana, 10 e 11 de Dezembro, os adolescentes da catequese do 10º ano da Paróquia de Santa Catarina deslocaramse até à colónia de férias da Cáritas, no Pedrogão, não de férias, mas sim num retiro com o pároco. Começou tudo bem cedo e partimos para o Pedrogão. Já na casa, fomos distribuídos em grupos com respetivos animadores e começámos logo a trabalhar. Foi um lugar de desenvolvimento espiritual e diversão, houve tempo para tudo. Ao longo destes dois dias pudemos conviver com os outros adolescentes das outras terras da freguesia, cantámos muito e refletimos. Todas as nossas tarefas nos convidavam para uma reflexão e, umas das principais, foi a vocação de cada um. Nós, jovens promissores, podemos não saber ainda a nossa vocação, porém, este retiro fez-nos pensar em coisas que talvez, nunca nos tivessemos perguntado a nós mesmos. Abriu caminhos, inventou possibilidades,

Ricardo Brites

O retiro dos jovens de Santa Catarina

Jovens acólitos de Santa Catarina da Serra em passeio e convívio

flagelo imposto pelo homem serão banidos; em que os mais desfavorecidos merecerão mais atenção; em que as crianças poderão ser plenamente crianças; em que virtudes como o amor, a tolerância, a fraternidade se irão impondo... E não pensemos que isto é irrealismo. A esperança cristã diz-nos que o mal não levará a melhor. Deus está connosco. Esforcemo-nos por ajudar os que precisam. Trabalhemos por um mundo mais justo e humano. Façamos o que está ao nosso alcance e Deus nos ajudará nesse esforço de construir um mundo melhor. A nossa sociedade de consumo está a ser abalada. Mas isso também tem aspectos positivos. Até o verdadeiro sentido do Natal se ofuscou numa tal sociedade. O que é

o Natal para muita gente? São as prendas, a ceia em família e coisas semelhantes. Como disse Bento XVI, é necessário rezar «para que o mundo seja profundamente transformado, que comece a civilização do amor, que chegue um mundo de justiça e de paz, sem violência, sem fome. Queremos tudo isso: e como poderia acontecer sem a presença de Cristo?». A renovação do mundo vai exigir sofrimento a muita gente. Mas esperemos que esse sofrimento não seja em vão. Retirado do jornal: O Amigo do Povo M. V. P.


LUZ DA SERRA

6 Coisas da nossa terra Sopa dos Pobres em Santa Catarina da Serra

Ficha Técnica Jornal Luz da Serra Nº448 - Janeiro de 2012 Ano XXXVIII ERC 108932 - Depósito Legal Nº 1679/83

nhados José e Joaquim, (da família dos Serradelas do Cercal que voltaremos a falar dela) e sem herdeiros directos decidiu através da Santa Casa da Misericórdia de Leiria e Hospital D. Manuel de Aguiar criar estas instituições de solidariedade social. Diz ela no seu testamento de 22 de Abril de 1959: “lega ao Hospital D. Manuel de Aguiar da cidade de Leiria a totalidade dos seus bens imobiliários situados nas freguesias do Arrabal e Caranguejeira e aqueles que se encontram situados na referida freguesia de Santa Catarina da Serra de que neste testamento não dispôs com o encargo do referido Hospital aplicar a totalidade dos rendimentos dos referidos bens à criação e manutenção de uma instituição denominada “Sopa dos Pobres”, que distribuirá, diariamente, uma sopa a cada pobre da freguesia de Santa Catarina da Serra e que deverá ter a sua sede na casa onde ela testadora reside” Na doação do dia 19 de Janeiro de 1961 diz “ todos os bens situados na freguesia de Carvide são doados à Santa Casa da Misericórdia e Hospital Dom Manuel de Aguiar de Leiria para que com os seus rendimentos líquidos, que são destinados, exclusivamente em benefício dos pobres daquela freguesia para ajudar a manter a sopa dos pobres que ali funciona ou outra modalidade de assistência que a Mesa da Santa Casa da Misericórdia entenda criar. O prédio da casa de habitação com as casas de arrecadação, denominado Casal de Habitação na sede da freguesia de Carvide será destinado a nele funcionar a Sopa dos Pobres, podendo ali ser instaladas outras obras de caridade e de carácter cultural que a Santa Casa da Misericórdia entenda” Como já referimos a Senhora Rita foi professora no ensino primário. Esteve colocada na escola primária de Aldeia do Bispo e pediu permuta com uma outra professora colocada na escola de Santa Catarina da Serra. A troca foi autorizada e a D. Rita veio para a escola da sede desta

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Em resposta a “coisas da nossa terra”

Domingos Marques Neves

Foi no ano de 1959 que D. Rita Adelina Fragoso Alves criou em Santa Catarina da Serra a instituição “Sopa dos Pobres” e dois anos depois (1961) a mesma benemérita criou na freguesia de Carvide uma outra instituição também designada por “Sopa dos Pobres”. A D. Rita não era natural desta freguesia, mas aqui viveu durante muitos anos. Era natural da freguesia da Sé Velha, cidade de Coimbra, filha de Marcelino Pinto de Andrade e de Maria da Piedade Fragoso. Nasceu em 1879 e faleceu a 15 de Setembro de 1961. Foi professora do ensino oficial, mas nas escrituras de doação e testamento, exaradas no Cartório Notarial da Batalha, identificava-se por “doméstica”. A criação destas instituições “Sopa dos Pobres” fez-se num período de grande carência económica com falta de trabalho, pão e uma profunda descrença nas capacidades de desenvolvimento do país, sob o jugo de uma ditadura que se iniciou em 1926. No final dos anos 50 do século XX muitos dos nossos conterrâneos deixaram as suas terras na procura de melhores modos de vida, deixando para trás mulheres e filhos, através de uma emigração legal ou clandestina. Em França foram vítimas de todo o tipo de descriminação, no trabalho, no alojamento e nas mais pequenas coisas do dia-a-dia. Poucos esperavam enriquecer, mas todos esperavam conseguir uma vida mais digna para si e para a sua família, coisa que lhes era recusada na sua própria terra. A D. Rita não estava alheia a estas situações de pobreza existente nesta e noutras freguesias. Detentora de uma elevada fortuna em bens imobiliários localizados nas freguesias de Santa Catarina da Serra, Caranguejeira, Arrabal, Leiria, Carvide, Ourém, Lisboa e Marinha Grande, deixada por morte de seu marido e dos seus cu-

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-- correio do leitor --

Agostinho José Oliveira freguesia em 1902, quando tinha 23 anos, onde esteve durante muitos anos e aqui casou com José Francisco Alves, nascido no lugar do Cercal no mês de Março de 1876. Este, no ano de 1891 deu entrada no Seminário de Leiria, mas tinha aulas no liceu José Rodrigues Lobo e uns anos depois, deixou o seminário e matriculou-se na Universidade, no curso de médico, juntando-se aos seus irmãos Manuel e Joaquim, que foram médicos em Marinha Grande e Vila Nova de Ourém. O José, por motivos patrimoniais não concluiu o curso, casando com D. Rita e estabeleceram residência numas casas que construíram no sítio da actual rua dos Moinhos, na sede da freguesia. Devido à morte dos seus irmãos, depois de viúvos e possuidores de grandes fortunas, sem herdeiros directos, os seus bens vieram parar às mãos do senhor José Francisco Alves que, por morte deste, passaram para a viúva D. Rita Fragoso, sem herdeiros directos e foi com estas fortunas que a D. Rita criou as instituições da “Sopa dos Pobres”. Estas instituições nunca funcionaram muito bem nos moldes da sua criação. Foram substituídas por outras formas de assistência social aos mais carenciados. Não me compete e não quero fazer juízo das alterações testamentárias. É impossível, num pequeno apontamento como este, descrever a história desta família dos Serradelas do Cercal da Gordaria, freguesia de Santa Catarina da Serra. Documentação consultada: Escrituras notariais da Batalha; Anuário do Liceu Central José Rodrigues Lobo, ano lectivo 1915/16.

tratado e muito elogiado por outros. Para os que aplaudiram e gostaram do meu trabalho, o meu muito obrigado e para os outros, paciência, andam distraídos com “Coisas da Nossa Terra”. Aconselho a leitura da Luz da Serra dos meses de Outubro de 1984, 1985 e Janeiro de 1986 e lá encontrarão factos que ajudam a perceber. E foi ali que eu tomei conhecimento do terreno para a Colónia de Férias no Pedrógão. Escrevo estas “Coisas” porque delas tenho conhecimento e quando tenho dúvidas tento esclarecê-las nos arquivos apropriados sem qualquer interesse. Estou disponível, através do meu e-mail, do-mar@sapo.pt) para responder a todas as questões que me queiram colocar.

Lamento que o Sr. Domingos Marques saiba todas as efemérides 1799, 1828, 1834, 1840, 1848, 1867… etc, etc. E não saiba que no dia 04/10/1993 vendeu uma parcela de terreno no cemitério de Santa Catarina da Serra, na nova parte ( de então) e com a sua lei imposta aos Santacatarinenses de cidadãos de 1ª e de cidadãos de 2ª. Eu tive o azar de ser cidadão de 2ª porque me foi estabelecido uma medida de campa a aplicar de 1,90mts x 0,70mts. Mas ao lado, um cidadão de 1ª teve a sorte de ser autorizado a construir uma campa com 1,90mts x 1,00mts. Eu reclamei e um dia o Sr. Domingos foi a minha casa, depois de eu ir

para o trabalho, para tentar convencer a minha esposa, e disse-lhe: “Fechem os olhos a isso porque é o Srº …….” A partir de então, não tenho parado de lutar para que se possa passar entre as duas campas o que não se pode fazer até ao momento. Informo ainda que todos os presidentes de Junta eleitos depois do Sr. Domingos foram informados desta situação. Todos se mostraram interessados em resolver este assunto, mas até hoje não houve um que me desse resposta. Isto mostra que quem manda em Santa Catarina da Serra são os cidadãos de 1ª e não os presidentes de Junta.

Um bom ano.

Fotocópia passada por Domingos Marques, então presidente de Junta, sobre o arranjos de sepulturas no cemitério de Santa Catarina da Serra.

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Nota breve do autor: O meu penúltimo artigo, publicado neste jornal, sobre a “Colónia de Férias” foi criticado por alguns e até mal

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Os textos assinados e publicados no jornal LUZ DA SERRA – que podem ou não traduzir a linha de orientação deste jornal – são da inteira responsabilidade dos seus autores.


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Agrupamento Escuteiros 1211 - Santa Catarina da Serra

Férias na Quinta do Escuteiro

Papel vale alimentos no Banco Alimentar Campanha inédita permite a entrega de papel no Banco Alimentar, que, por cada tonelada, recebe o equivalente a 100 euros em alimentos. Delegação de Leiria-Fátima apela à participação da população Chama-se 'Papel por Alimentos' e é a mais recente campanha do Banco Alimentar Contra a Fome. A missão é simples: por cada tonelada de papel usado que a instituição conseguir recolher recebe o equivalente a 100 euros em alimentos. A iniciativa está a ser desenvolvida em parceria com a Quima, empresa de recolha e recuperação de desperdícios, que quis associar-se ao Banco Alimentar para combater a fome em Portugal. A recolha de papel está a ser realizada em todas as delegações do Banco Alimentar, como é o caso de Leiria-Fátima, que já começou a receber sacos da população.

DR

No passado mês de Dezembro, os escuteiros foram convidados a participar numa semana de serviço que ia decorrer na Quinta do Escuteiro, na Batalha. Recebido o convite, alguns pioneiros aceitaram o desafio e no dia 28 de Dezembro partiram para a Batalha para realizar trabalhos na Quinta. O trabalho consistiu em limpar o campo, nomeadamente apanhar madeiras espalhadas pelo terreno, fazendo a separação da lenha boa para futuras construções, da lenha para queimar, e ajudar na preparação do solo do terreno. Apesar do frio sentido logo pela manhã, trabalhámos com boa vontade e espí-

rito de equipa. Ao fim do dia, graças ao trabalho de todos os ajudantes, pôde constatar-se que o campo estava realmente

mais limpo e organizado. Aqui fica uma prova, de que com a ajuda de todos e com espírito de serviço tudo se consegue, o que faz valer a

pena lutar por um ambiente mais limpo. Pioneiros do Agrup. 1211 – Santa Catarina da Serra

História com gente de cá

Estão abertas as inscrições para as turmas de expressão dramática e teatro direcionada para crianças e jovens. Estas turmas são promovidas pela associação Leirena Teatro, a mesma companhia que tem actualmente em cena a peça “Tudo baila em seu redor”. Para mais informações e inscrições poderão visitar o site www.leirenateatro.pt, 911989754 ou geral@leirenateatro.pt Inscrições até 27 de Janeiro. Venha fazer parte.

Gesto nobre e caritativo

Peregrinação à Terra Santa Arquivo - Miguel Marques

Embora o facto pareça banal, cumpre-nos o dever de o tornar público, pelo seu significado de caridade cristã e para que sirva de exemplo a tantos que, levados pelo seu egoísmo, se esquecem do seu semelhante. Na última peregrinação a Fátima, tomou parte o Sr. António Gomes Henriques, mais conhecido pelo “Tio Ferreiro”, em virtude da profissão que outrora exerceu, natural de Vale de S. Martinho, figura típica da nossa freguesia. Durante a viagem, nada houve a assinalar. Rezou-se cantou-se, parando-se de vez em quando para saborear os belos farnéis, que eram regados com boa pinga da região. Chegou-se a Fátima, já ao cair da noite, e lá foram todos até junto da capelinha das Aparições cumprir as suas promessas. Assistiu-se às cerimónias nocturnas, tudo decorrendo na melhor ordem e compostura. Cada um pernoitou onde pode e quis, utilizando a maior parte, as camionetas. Foram todos despertados pelo buzinar estridente dos automóveis e camionetas e cada um saiu, tomando o rumo que lhe convinha. O “Tio Ferreiro” também havia saído, na companhia de sua esposa, que nunca o largava, e lá percorreu todo o recinto da Cova da Iria, maravilhado com a quantidade de gente e com as obras grandiosas do Santuário. Assistiu à missa dos doentes e

Leirena teatro promove turmas de expressão dramática e teatro para crianças e jovens em Leiria

a todas as outras cerimónias que se seguiram e lá veio com a sua Maria para a camioneta. No entanto, o “Tio Ferreiro” teve necessidade de se afastar sozinho. Ninguém deu pelo seu desaparecimento. Estavam todos preocupados com os últimos preparativos para saída. A mulher deu pela sua falta e imediatamente todos os componentes da peregrinação se dispuseram a procurá-lo. Depois de muitos esforços, não conseguiram dar com o seu paradeiro. Como já era noite, resolveram sair, confiados que o “Tio Ferreiro” viria ter a sua casa. E agora conta ele a sua história: «Não sei bem porquê, deume a impressão de que estava em Arganil. Sentei-me e fiquei à espera da camioneta para a Moita. Como esta demorou, resolvi por os pés a caminho e ir até Sarzedo.

Porém, comecei a desconfiar, porque nunca mais encontrava a ponte. Não desanimei e continuei a andar até que, já cansado, perguntei a um homem se ainda faltava muito para a Moita. Este perguntou-me de onde era e eu disse-lhe que era de S. Martinho. E fiquei a saber que me tinha enganado. Este senhor levou-me para sua casa, deu-me de comer e uma cama, onde fiquei. Que estivesse descansado, que estava em casa de gente séria, disseram-me eles. Depois de jantar, pedi licença para rezar o «bendito» como costumo dizer na minha casa, e toda a família acompanhou. Ele disse-me que lá tinham o hábito de rezar o terço. Agora que me fosse deitar, que no outro dia me chamavam para apanhar a carreira para Coimbra. Eles levantaram-se mais cedo para ir à Igreja, mas que dormisse descansado por-

que não me deixavam perder a camioneta. Perguntaram-me se tinha dinheiro para o bilhete e eu disse-lhes que sim. Depois entregaramme um cartão com o nome do dono da casa para que, se fosse preciso alguma coisa, o procurasse. No dia seguinte, tomei a camioneta para Coimbra.» No fim, diz o “Tio Ferreiro”: “Olhe, eu não estava bêbado, não senhor, quando isto aconteceu. Não sei explicar como foi. Pegamos no cartão e lemos o nome da pessoa que teve este gesto de caridade para com o nosso simpático “Tio Ferreiro”. Chama-se Joaquim Carreira Novo – Santa Catarina da Serra (Leiria). Meditemos no facto… Artigo publicado no jornal “A comarca de Arganil” nos anos 40.

Está a paróquia de Santa Catarina da Serra a organizar uma peregrinação à terra Santa que decorrerá de 6 a 13 de Fevereiro. É certo que vivemos tempos difíceis, mas também é verdade, que a vida tem de continuar e a oportunidade de viver uma experiencia destas não acontece todos os dias. Também é certo que o que fazemos movidos pela fé nos traz compensações que, nem sequer imaginávamos, estamos a investir num tesouro que permanece. Se tem possibilidade, não deixe passar esta oportunidade. Inscreva-se pois ainda pode ir a tempo. Com o P. Mário ou com o Fernando Manso.

Pague as suas contas num só local A papelaria Bemposta, bem no centro da Vila de Santa Catarina da Serra, é um local onde poderá efetuar os seus pagamentos e adquirir jornais e revistas. Agora, pode também efetuar o pagamento, através do sistema PayShop, de SCUTS.

Se é EMIGRANTE, EX-COMBATENTE DO ULTRAMAR OU EMPRESÁRIO inscreva-se no portal da Freguesia, em www.santacatarinadaserra.com e deixe-nos os seus dados. Pretendemos constituir uma base de dados com o objectivo de promover diversas iniciativas.


LUZ DA SERRA

A chegada do novo ano 2011 no C.S.P.S.C.S.

Miguel Marques

Ainda embebido do espírito da mais recente quadra festiva, o Centro Social Paroquial de Santa Catarina da Serra espera que todos tenham passado um feliz Natal.

mentos históricos, e até a participação num dos programas de R.T.P. que habitualmente nos faz companhia durante as manhãs. Ao longo de todo o ano, e à medida que as estações passaram, o Centro foi ganhando uma nova roupagem com a ajuda das decorações elaboradas pelos utentes e foi-se sucedendo a comemoração de datas festivas tais como Janeiras, Dia de S. Valentim, Carnaval, Dia do Pai, Páscoa, Dia da Mãe, Feira de Maio, Dia da Criança, Santos Populares, Bolinho, Magusto e Festival “O Chícharo da Serra”, entre outras. Destacamos ainda a

nossa recente Festa de Natal, um momento privilegiado de convívio entre utentes, famílias e funcionários e a despedida do ano de 2011, assinalada em conjunto com os amigos da Associação da Loureira, numa tarde de grande animação. Também para as crianças do “Cantinho da Serra”, o ano de 2011 foi sinónimo de crescimento e novas aprendizagens. Em termos de actividades, destacamos a festa do Final de Ano Lectivo, em que a Creche reuniu familiares e amigos das crianças para a realização de uma grande festa, com direito a piquenique, insuflá-

vel, entrega de pastas e actuações dos meninos. Neste mesmo mês, as crianças passaram um dia de convívio nas piscinas da Nazaré em que os pais também puderam participar. A Festa de Natal, pela primeira vez realizada no Salão Paroquial de Santa Catarina da Serra, foi também um momento de destaque, em que as crianças apresentaram pequenas peças de teatro aos pais e restante público presente, antes do ponto alto da festa que foi, sem dúvida, a chegada do Pai Natal. Feito o balanço do ano, restanos agradecer à Direcção, colaboradores, voluntários, patrocinadores e todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para que este fosse um ano rico em actividades e entretenimento. Esperamos poder continuar a contar com a vossa colaboração durante o ano de 2012! Desejamos que o novo ano que agora se inicia seja, para nós e para vós, sinónimo de paz, saúde e pleno de realizações. Que o receio da instalada crise se constitua como uma oportunidade para revermos as nossas prioridades, dando importância ao que realmente tem valor, e não nos faça esquecer o valor da solidariedade.

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As atividades da Casa do Povo A associação da casa do povo de Santa Catarina da Serra faz obras de recuperação na sede para melhorar desempenho de atividades.

Miguel Marques

Centro Social Paroquial de Santa Catarina da Serra

Renovamos o sincero agradecimento a todos os fornecedores que deram um brilho diferente ao nosso Natal, mediante o patrocínio da Árvore que deu um colorido especial ao centro da Vila: Adega Joaquim D’Avó, Alda Gomes, Artur Caetano Reis, Auto-Bemposta, Bemposta, Big Brand, Costa & Pimpão, Electrificadora Fatimense, Farmácia Henrique, Fatigaz, Frijobel, Frutas Cila, Girassol Dourado, Hartmann, Junta de Freguesia, LLS Construções, Louriferragens, Maia Perfil, Manuel da Costa e Silva, Mindica, Neves e Filhos, Nova Pausa, Padaria Marques, Padaria S. Guilherme, Pronto-a-vestir “Poente”, Ramicarne, Recheio, Segurmet e Talho Loureira. Agradecemos ainda, como não poderia deixar de ser, ao grupo de jovens da freguesia que se juntou à iniciativa, dando o toque final com a construção do presépio. Chegamos ao novo de 2012, estamos no início de um novo ciclo, mas não podemos deixar de aproveitar este espaço para fazer uma reflexão sobre o ano que agora terminou e sobre o que ele representou para os utentes do Centro. Mantivemos as actividades habituais do “Cantinho da Beleza”, sessões de massagens, oração diária, ginástica semanal, rastreios mensais de saúde, comemoração de aniversários, idas à feira e tardes recreativas. Para além disso, a época de Primavera/Verão trouxe-nos especial animação e movimento com os passeios pedestres, piqueniques, idas à praia, sardinhadas, convívios com outras instituições, visitas a museus, exposições e monu-

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Desde 2009 que O Espaço da Dança desenvolve várias modalidades, todas relacionadas com Dança, na Casa do Povo de Santa Catarina da Serra com a Dança Clássica (também conhecida por Ballet) para crianças a partir dos 4 anos de idade. A Dança Moderna, Dança Criativa e Barra-de-Chão (complemento à Técnica de Dança Clássica) para as crianças a partir dos 7/8 anos e, mais recentemente, a as Danças Latinas destinadas a adultos. Atualmente há inscrições abertas para uma turma de Movimento para Bebés (para crianças com 3 anos) e uma turma de Iniciação ao Ballet para Adultos. As danças latinas iniciaram no passado dia 03 e 10 de Janeiro com uma aula gratuita. O objetivo são quinze alunas e oito novos alunos na turma

de Danças Latinas. Promoções como descontos, no caso das danças latinas, para quem trouxer par e todos os irmãos ou irmãs que frequentam as aulas do “Espaço da Dança” têm descontos. E porque a Dança não é exclusiva das meninas… os rapazes são muito bem-vindos! A Casa do Povo continua a promover as aulas de música onde os alunos poderão aprender a tocar piano, órgão, guitarra, bateria e baixo. Atualmente a direção da Casa do Povo, decidiu recuperar as instalações deixadas pela Associação de Bombeiros e assim obter um espaço próprio para o ensino de aulas de música, que até então eram dadas nas salas do Salão Paroquial.

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O Natal na nossa Igreja

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Loureira com excelente passagem de ano

Miguel Marques

Com o cancelamento da Passagem de Ano no Salão Paroquial, a Passagem de Ano da Associação da Loureira tornou-se a única festa de passagem de ano na freguesia de Santa Catarina da Serra. A Associação da Loureira colocou mãos à obra e celebrou a entrada em 2012 com uma grande festa de réveillon. Os preparativos, esses, foram sendo feitos pelos quase vinte voluntários da Associação, que se empenharam fortemente para que nada faltasse aos mais de 220 inscritos no evento. A ementa não foi deixada ao acaso, onde não faltou a canja, bacalhau à narciso, borrego, mesa de doces, fru-

Andreia Neves

Apesar da forte crise, a Associação Desenvolvimento Social da Loureira decidiu organizar a passagem de Ano de 2011 para 2012.

Miguel Marques

O Natal na nossa paróquia revestiu-se da costumada alegria natalícia e se, as ceias mais fartas desta época foram mais comedidas, o banquete da fé, foi abundante de vivência da presença de Cristo no mundo, nos lares e nos corações de todos e revestiu-se de solidariedade. A campanha do presente ao Menino que, vai sendo distribuído pelos mais carenciados da nossa terra, foi um sintoma da presença de Deus Amor no coração de muitos que, sabem olhar à sua volta e perceber que cada irmão é dom desse Infinito Amor de Deus que se faz pequenino para que todos possam ser grandes. Um grupo de jovens representou um pequeno auto de Natal "A estrela de Belém" que nos ajudou a perceber que o verdadeiro Natal é a partilha e a solidariedade que podemos viver em Cristo que vem sobretudo para os mais desvalidos, mas é sobretudo o mistério de um Deus que se faz pobre, o mais pobre entre os pobres, para nos enriquecer na sua pobreza. Estão de parabéns estes jovens, o grupo coral que nos deu música do céu para vivermos o céu na terra, todos aqueles que trabalha-

LUZ DA SERRA

-- destaque --

tas, caldo verde, filhós e naturalmente o champanhe. Depois de as rolhas saltarem das garrafas de espumante e já com o ambiente de animação, reinou a euforia e os desejos para o novo Ano. Os convidados vieram um

pouco de toda a freguesia e das freguesias limítrofes. O balanço do evento é consideravelmente positivo, tendo em conta a conjuntura financeira que se vive no país e que afeta as famílias atualmente. div

ram, desde quem construiu, com tanto amor, o presépio e quem coloriu de bonitas flores e luzes a Igreja ou com delicadeza limpou a casa e preparou as toalhas. Estão de parabéns os que vencendo a legítima comodidade do lar e venceram o frio

da noite a troco duma graça mais abundante e se uniram em oração festiva "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade"

div


LUZ DA SERRA

X Bênção Nacional dos Ciclistas em Fátima

Programa: 09h00 - Concentração na Associação da Loureira 10h00 – Início da Concentração dos ciclistas na Cova da Iria no PARQUE Nº 2, (por trás da Basílica). 10h30 - Partida para o Circuito dos Pastorinhos – Al-

justrel, onde nasceram Os Três Pastorinhos, Jacinta, Francisco e Lúcia, – Valinhos, local onde se deu a 4.ª aparição da Nossa Senhora de Fátima a 19 de Agosto de 1917 e a Loca do Anjo, lugar onde Jacinta, Francisco e Lúcia, viram pela 1.ª e 3.ª vez o Anjo em 1916, (Regresso ao PARQUE Nº2). 12h00 – Bênção dos Ciclistas no Parque Nº 2. Celebrada pelo Senhor Bispo Emérito da Diocese de Leiria/Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva, com a Presença dos Ciclistas, Entidades Oficiais e Convidados. 12h30 – Missa dos Ciclistas, na Basílica de Nossa Senhora de Fátima. O almoço será na Ass. da Loureira, onde será servido o tradicional Chícharo com

Arquivo - Miguel Marques

A próxima bênção nacional de ciclistas em Fátima irá contar com a presença de Alves Barbosa. A União de Ciclismo de Leiria, UCL, organiza mais uma bênção nacional de ciclistas no Santuário de Fátima no próximo dia 12 de Fevereiro. Este evento traz já milhares de ciclistas a Fátima, para pedir proteção e segurança na estrada. Como habitual, da Freguesia de Santa Catarina da Serra, participam dezenas de ciclistas em conjunto com o veterano Américo Vieira e a sua filha, Célia Vieira.

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Os elementos do grupo “Pasteleiras da Serra” marcarão certamente presença neste evento, vestidos a rigor, não esquecendo o tão aclamado farnel.

Bacalhau assado. Este deverá ser reservado até ao dia 10 de Fevereiro pelo contacto 244745883 (horário laboral). Poderão obter mais informações através do contacto 917480995 ou na internet em

www.santacatarinadaserra.c om. O programa poderá sofrer alterações de última hora.

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Carnaval Grupo de jovens de Santa Catarina da Serra pretendem organizar o maior grupo de carnaval de sempre, na Freguesia. Os preparativos já começaram e as ideias já estão a surgir. Este ano um grupo de jovens de Santa Catarina da Serra já colocou mãos à obra no sentido de preparar a próxima edição do carnaval. A ideia base consiste em juntar o máximo de participantes possíveis, fazendo o maior grupo de carnaval, de que há memória, na nossa pequena Vila. Como o carnaval é época de divertimento e folia, pretende-se que, com o divertimento, se possa ajudar uma instituição/associação da freguesia ou até mesmo algumas famílias. A participação será efectuada em locais de divertimento nocturno. A questão do transporte é um ponto que o grupo de trabalho está a tentar solucionar. Arranjar transporte seguro, para prevenir eventuais excessos, é

uma das prioridades da organização. As ideias estão a ganhar forma e quando estiverem definidas irão ser divulgadas na internet, no site da Freguesia e na próxima edição do Jornal Luz da Serra. Todas as pessoas que partilhem a folia e divertimento do carnaval são bem-vindas, quer tenham 18 ou 81 anos de idade. Mais informações poderão ser obtidas pelo contacto 917480995 ou no facebook em www.facebook.com/forserra Contamos contigo para te juntares à festa.

Opinião

Temos sido bombardeados nos últimos anos, pelos meios de comunicação social, com notícias de pessoas "boas" estarem indiciadas na prática de crimes reprováveis e repugnantes. Um conhecido e reputado apresentador de TV, responsável pela vinda do Euro 2004 para Portugal, pessoa altamente considerada e no apogeu da sua carreira, indiciado da prática de pedofilia. Um reputado político que desempenhou vários cargos importantes, exímio tocador de órgão de igreja, profundo conhecedor da doutrina do evangelho, mentor do banco de medula (capaz de salvar muitas vidas), indiciado da prática de um crime de eliminação física de uma pessoa, aparentemente para lhe ficar com uma elevada quantia em dinheiro. Um pobre rapaz que na mira de uma carreira internacional no mundo da moda, acaba por matar a pessoa que ele achava que o poderia catapultar para as luzes da ribalta. Um conhecido politico francês, diretor do FMI, provável candidato à eleições presidenciais em França, vê-se envolvido numa tentativa de violação, num hotel em Nova York.

Tenho refletido nas causas destes desvarios que destroem completamente as vidas pessoais e profissionais dos visados. Vem-me à mente o Texto Sagrado quando fala nas tentações de Cristo (S. Mateus cap. 4). No fundo trata-se das tentações mais básicas e primárias do ser humano. Segundo o texto sagrado o diabo sugere a Cristo que transforme pedras em pão, após 40 dias sem comer (quem não o faria se tivesse poder para isso). No fundo representa a tentação da satisfação fácil dos nossos desejos (desde os mais básicos até aos mais perversos), sem grande esforço. Se eu puder enriquecer sem grande esforço e sem o suor do meu rosto, tanto melhor (para isso posso arriscar no Euromilhões ou até enganar alguém, quiçá até mesmo matar). Se eu quero e me apetece, que me impede de obter?... Noutra das tentações, o diabo sugere que Cristo se atire da torre da igreja já que os seus anjos viriam amparálo para que não se despenhasse. No fundo é a tentação da popularidade (quem não faz tudo para os seu minutinho de antena? Nem que seja inventar que o pai é o estripador de Lisboa).

É tão bom estar sempre em lugares de destaque, puxarem a cadeira para nos sentarmos, abrirem-nos a porta do carro, termos as câmaras da TV à nossa espera para onde quer que vamos, aparecemos em tudo o que é revista. Na última tentação o diabo mostra-lhe todos os reinos deste mundo e oferece-lhos se Ele prostrado o adorar (no fundo poupava-o da morte na cruz com todo o sofrimento associado, contrariando assim o plano de Deus para a salvação da alma humana). Quem não gosta de mandar, ter subordinados, não ter que obedecer a ninguém, só dar ordens que devem ser cumpridas. No fundo a sensação de ter poder, ser primeiro-ministro ou presidente de um país, ser general e comandar tropas. O que estas ambições desmesuradas têm conduzido muitos seres humanos!!! Li há pouco tempo, a história de um velho índio cherokee que estando já muito velho, resolveu compartilhar a sua sabedoria com o seu neto. Chamou-o para dar uma volta pela planície e disselhe: -Sabes, eu tenho 2 lobos den-

DR

Quando as pessoas boas fazem coisas terríveis!

tro de mim, um branco e um preto. -Avô, e tu gostas mais do lobo branco, não é? -Eu tenho que alimentar os dois, porque se um deles não comer, vai atacar-me na primeira esquina. -Não estou a entender, disse o neto. -Eu explico: se a tua avó me pedir carne para o jantar e eu me esquecer, porque estive a falar com os meus amigos e quando dei por ela, já não eram horas de caçar, eu sei que ao chegar a casa, vou ouvir das boas. Então eu tenho que usar o meu lobo branco: vou dizer umas coi-

sas muito lindas à tua avó, para "lhe dar a volta" e ele não ficar muito brava comigo. Mas se a nossa tribo for atacada, eu tenho que usar o meu lobo preto: vou ter que usar de muita manha e astúcia, enganar, usar de toda a minha força e violência para proteger a nossa tribo. Assim, como vês eu nunca me posso esquecer de dar de comer aos dois. Todos nós temos esses dois lobos dentro de nós. Um representa a bondade, a ternura, a delicadeza, a tolerância, a paciência, a solidariedade. Outro representa os nossos instintos mais primários com os quais devemos saber lidar com toda a cautela. Nunca os negando, ou fazendo de conta que não existem. Dou-vos um exemplo: nem sempre mentir é reprovável. Se não vejamos: uma criança que está na net e aparece um pedófilo a pedir-lhe a morada e o número de telefone e ela lhe disser: olha, eu tenho 40 anos e sei como te apanhar, vais ver...ou se o esconder uma verdade evitar males maiores, será que isso é mal? Um pouco de egoísmo (bem doseado, claro) pode evitar que não sejamos tão "amiga-

Isaque S. J. Pereira

lhaços" dos outros a ponto de não termos depois o suficiente para o nosso sustento e da nossa família. Sabermos usar a nossa sexualidade a ponto de não cairmos na primeira armadilha que nos aparecer. A negação desta parte do ser humano exige um grande sacrifício pessoal a que nem todos (exceto os vocacionados) sabem resistir. Não vale a pena esconder a cabeça debaixo da areia. Saibamos dar a dose certa de alimento a ambos os lobos (talvez até seja uma alcateia).


JANEIRO

LUZ DA SERRA

-- desporto --

2012

Opinião

Futsal visto dentro de campo Joguei durante 9 anos a modalidade de futebol, todos eles nas camadas jovens da União da Serra. Aquando da chegada a sénior, decidi experimentar a variante de futsal, ao que a maioria dos meus amigos e familiares me diziam: “Futsal? E pá isso não é a mesma coisa, futebol é futebol, ninguém liga ao futsal”, entre outras coisas. Comecei sem a mínima ideia de como era, apenas tinha jogado em torneios, que nada tem a ver com a realidade competitiva. Ao fim de 4 anos é a paixão da minha vida. Tudo é diferente. É inexplicável o que se sente dentro de uma quadra (nominação dada ao campo de futsal). O envolvimento em jogo é diferente, o mínimo erro é muito mais crucial do que no futebol, o detalhe é mais levado ao limite, a estratégia é mais apurada, a adrenalina é maior, o ganhar um lance, o prazer de uma

jogada dar certo no jogo depois de tantas horas a treinála, uma grande assistência, um grande golo, tudo é mais apaixonante. Este ano o nosso clube decidiu iniciar a prática do futsal e após algumas incertezas, decidi aceitar o desafio e aliar a paixão pela modalidade com o amor que tenho pelo nosso emblema. Hoje orgulho-me de ser jogador da União da Serra e de viver tudo o que tem acontecido. Nunca esquecendo a importância do que foi o futebol sénior da UDS, e aproveitando para louvar todos aqueles que ao longo de décadas contribuíram para a sua afirmação, este projeto tem tido grande evolução, os adeptos do clube já falam de futsal, já acompanham a equipa, já gritam por nós, e não tenho duvidas que, tal como aconteceu no passado, este clube é, e continuará a ser uma referência.

Desportivamente Falando Tomé Gomes Jogador dn Equipa Futsal da UDS

Aproveito para agradecer a todos os que tem ajudado esta equipa, os adeptos, aos misteres JP Alves e ao Pedro da Silva, e principalmente ao Nuno Feitor e ao nosso capitão Pedro Cordeiro que apesar das críticas, não desistiram, e foram os verdadeiros impulsionadores desta equipa, à qual, hoje, todos os jogadores se orgulham de pertencer.

A palavra dos outros Comentários dos jogadores da equipa de futsal da União Desportiva da Serra Por: João Pedro Alves “Chinelo mais novo deste maravilhoso grupo. Menino 5 estrelas. Mesmo nos momentos menos bons tem sempre um sorriso para dar. Jogador que ainda nos vai dar muitas alegrias “ Guillaume

“Tem conseguido animar o nosso balneário… consegue facilmente mudar o rumo do jogo com a sua garra, entrega e espírito de sacrifício pela equipa” Julien

Nome - Guillaume Remédios Moniz Data Nasc -11/03/84 Residência – Moita do Martinho Clubes anteriores – Mirense

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Nome - Julien Rodrigues Lopes Data Nasc -12/07/92 Residência – Escandarão Profissão – Estudante Clubes anteriores – Fátima, Ourém

Há precisamente um ano atrás fiz uma retrospectiva do ano desportivo. Analisando o que então salientei, quase só os resultados desportivos e aqui e ali a política desportiva, basearam a minha (pessoal) opinião. Passado um ano, embora os resultados desportivos me mereçam a análise possível e até a mais profunda, é a política desportiva que merece maior destaque neste espaço. Porquê? Porque na minha opinião e na da maioria dos que gostam de desporto e de futebol em particular, houve um corte radical com o passado. Nem sequer vou discutir, se foi uma boa ou má decisão. Só o futuro o dirá. Para além de ainda ser prematuro estar a fazê-lo apenas 6 ou 7 meses depois. Até porque ao longo desses meses fui opinando acerca de tal decisão. Meditemos então no que era o clube há 3 apenas 3 anos atrás. Parque desportivo próprio, como nenhum outro em todo o distrito, que seja ou fosse propriedade de um clube. Se existe, o clube ou os clubes que são proprietários, recebem dezenas, para não dizer centenas de milhares de Euros das suas Câmaras Municipais. Uma equipa sénior que chegou a lutar pela subida às competições profissionais, mais concretamente à Liga de Honra, época em que os nossos vizinhos do CDFátima, regressaram a essa mesma divisão. Grandes assistências nos jogos disputados na Portela, sinónimo de vitórias e exibições a condizerem, tendo

também no respectivo plantel os melhores jogadores da região, sobretudo os que vieram época após época do Fátima. Tanque de aprendizagem em funcionamento, apesar de todos os condicionalismos existentes. Um restaurante nas instalações anexas aos balneários, com grande pujança e clientela. Futebol de formação, exemplar para grande maioria dos clubes da região, apesar de nunca termos tido até hoje qualquer equipa da mesma formação a militar em qualquer campeonato nacional. Esse é um trabalho que exige muita dedicação, esforço e até sorte na aparição de grandes talentos para a prática desportiva. Se recuar alguns anos atrás, excelentes festas de “Final/Passagem de Ano” e recuando mais ainda, a famosa e a saudosa “Festa da Criança” pelo Natal. Então, o que é que temos agora? Sem equipa sénior, valeu a diminuição do valor da quota anual para um pouco menos de metade do valor que se pagava. A inscrição de uma equipa no Futsall, para que para além do encerramento do pavilhão onde se encontra o tanque de aprendizagem, também o próprio pavilhão de outras modalidades não estivesse às moscas, falando em termos competitivos, pois o mesmo serve de apoio às equipas da formação e ao desporto escolar. Felizmente quer o próprio Futsall, quer o futebol de formação, continuam a merecer

Virgílio Gordo

a atenção e o carinho de muitos unionistas. Alguma irregularidade no Futsal, mas próprio de pela primeira vez, esta modalidade ser praticada num clube que desde a sua fundação, sempre esteve vocacionado para o futebol de 11. Na formação, os juniores e os sub 13 ultrapassaram com sucesso a primeira fase dos respectivos campeonatos. Os iniciados na divisão de honra, têm tido comportamento e resultados que honram a história do clube na formação. Aliás na formação está e estará o futuro, onde as restantes equipas mantêm o seu papel de iniciação, para lá dos tempos que vivemos e que aí vêm não pronunciem o regresso ao passado recente de voltarmos a ter equipas seniores como as que atrás mencionei. A não ser que a vida continue a dar muitas voltas,(e dá-as sem dúvida), muitas delas irreversíveis, mas muitas outras, mais cedo ou mais tarde do que pensamos em determinada altura. Para lá da UDS, amantes do Ciclismo, Desportos motorizados, BTT e Atletismo, vão aqui e ali dando nas vistas individualmente. Para todos os desportistas, Santacatarinenses ou não, votos de um excelente 2012, sobretudo com saúde.

Nuno Reis visita infantis da União da Serra O jovem futebolista de Santa Catarina da Serra, visitou os infantis da União Desportiva da Serra. Aproveitando o facto do jogador Nuno Reis ter vindo passar uns dias com os pais, os treinadores Tiago Santos e Pedro Gomes convidaramno a visitar a União Desportiva da Serra e partilhar algumas palavras com a equipa de infantis daquele clube.

Nuno Reis falou um pouco do seu percurso, em breves palavras, no seu discurso partilhou emoções e sentimentos de como é ser jogador num clube europeu e ser capitão da seleção sub-20 “As oportunidades não se podem perder” frisou o jogador. Não é preciso começar num Benfica, Sporting ou Porto para se chegar ao topo, e isso foi o que o Nuno lhes disse, dizendo que também ele co-

meçou o seu percurso num pequeno clube como o Vasco da Gama, que não tem as mesmas condições que a União da Serra oferece aos seus atletas e, mesmo assim, chegou a onde chegou graças ao seu trabalho. Foi essa a mensagem que o Nuno passou, que vai ao encontro daquilo que a Equipa Técnica da UDS procura transmitir à equipa. O mais importante é a determinação, força de vontade, moti-

vação, muito trabalho e empenho como em qualquer emprego que venham a ter na vida. Na opinião dos treinadores, é importante para estes jovens estarem com pessoas que tenham visibilidade na comunicação social, como foi o caso do Nuno durante o mundial Sub 20. Alguns dos jovens atletas comentaram os seus jogos, e para muitos, foi bom estar com um dos seus ídolos.

A visita do Nuno Reis à UDS foi mantida em segredo, pelo que quando os jovens aletas da UDS o viram, ficaram eufóricos. Nuno Reis deu autó-

grafos em camisolas, chuteiras, luvas, tudo servia para levar uma recordação deste momento tão importante para eles.


LUZ DA SERRA

JANEIRO

-- educação --

12

2012

Novo Acordo Ortográfico O que mudou? As novas regras ortográficas são simples e coerentes, como se verá ao longo dos próximos números deste jornal, e incidem apenas sobre a forma como se escrevem as palavras, não sobre a pronúncia, o que quer dizer que todos os falantes do português continuarão a exprimir-se oralmente como sempre o fizeram. Embora o texto do acordo ortográfico seja extenso e contemple aspetos da utilização que dizem respeito a todos os falantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, as alterações que se aplicam à ortografia do português europeu incidem essencialmente sobre cinco itens: alfabeto, consoantes não pronunciadas, uso de maiúsculas e minúsculas, acentuação gráfica e hifenização. Para saber mais sobre as novas regras ortográficas, pode consultar o texto oficial do AO e o vocabulário de mudança, no portal da língua portuguesa em http://www.portaldalinguaportuguesa.org . Encontra também, neste endereço, uma ferramenta que converte o conteúdo de ficheiros de texto para a grafia resultante do novo Acordo Ortográfico. Chama-se Lince e pode instalar esta ferramenta no seu computador.

DR

Por: Rita Agrela

ALFABETO Com a inclusão das letras K, Y e W, o alfabeto português passa a ter 26 letras. A posição destas três letras no alfabeto é a seguinte: …j, k, l… …v, w, x, y, z. Apesar desta novidade, as regras de utilização mantêmse as mesmas. Estas três letras podem, por exemplo, ser utilizadas em palavras originárias de outras línguas e seus derivados ou em siglas, símbolos e unidades internacionais de medida, como: darwinismo, Kuwait, km, wa LETRAS MAIÚSCULAS E LETRAS MINÚSCULAS Passam a escrever-se com letra minúscula:

os nomes dos meses: agosto, setembro, outubro, novembro… os nomes das estações do ano: verão, outono, inverno, primavera os nomes dos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais: norte, sueste, és-sudeste e nor-nordeste Quando empregados absolutamente ou quando se usam as correspondentes abreviaturas, estes nomes escrevem-se com inicial maiúscula: Vive no Norte [por norte de Portugal]. O Oriente é fascinante. Pode usar-se letra minúscula como maiúscula: nos títulos de livros, exceto na primeira palavra: Amor de Perdição ou Amor de per-

dição nos nomes que designam cursos ou disciplinas: matemática ou Matemática nas designações de arruamentos: rua da Liberdade ou Rua da Liberdade nas designações de edifícios: igreja do Bonfim ou Igreja do Bonfim nas formas de tratamento: Senhora Ministra ou senhora ministra nas referências aos santos: Santo António ou santo António

parar contra uns pinheiros, a ver se ainda levava lenha para casa. O meu tio é a pessoa mais novata na caça, por isso tivemos de o ensinar a disparar. O primeiro disparo deslocou-lhe o ombro e começou tudo a discutir de quem é a culpa. Acabaram por obrigar o meu tio a disparar com as costas para endireitar tudo. O grande trunfo de caça da minha família é uma flauta esculpida em pau de mimosa velha que herdámos do meu bisavô. Se tocarmos o «Hino à Alegria» ao contrário diz-se que atrai as fêmeas dos pássaros. Há fotografias a provar. O meu pai garante que o grande segredo da caça é a camuflagem. Por isso o meu pai vem sempre camuflado de paisagem. Calças castanhas cor de terra, camisa

azul cor de céu, e um chapéu branco a fazer de nuvens. Ele diz que funciona, só tem que estar sempre alinhado com o horizonte. Para o meu tio, quem tem boa pontaria caça de qualquer maneira. Na tropa, quando não tinham armas, matavam perdizes com dardos de jogar. Ao final do dia, fomos dar com o meu avô agarrado a um tronco. Estava todo vomitado de amarelo da gemada e dizia que se morresse a culpa era nossa. Como tínhamos de ir para o hospital, apanhamos outro autocarro (o meu pai não saia os horários). Foram mais duas horas à espera que aproveitamos para rachar o tronco em pedaços.

CONSOANTES NÃO PRONUNCIADAS As letras c e p são suprimidas sempre que não são pronunciadas : ação, ótimo, ata, ator, antártico, adotar, cole-

tânea, conceção, Egito, rececionista.. As letras c e p mantêm-se apenas nos casos que são pronunciadas: facto, apto, adepto, compacto, contacto, egípcio A dupla grafia é aceite onde ser verifica oscilação da pronúncia: setor ou sector, caraterística ou característica A letra h mantém-se no início e no fim das palavras, assim como nos dígrafos ch, lh e nh: homem, oh chega, mulher, vinho, hum!

Continua na próxima edição do jornal

Agora que estou mais tempo de férias, passo mais tempo em casa, e por isso não tenho grandes desculpas para não fazer o que o meu pai me manda. A última coisa que fui obrigado a fazer foi ir à caça com à toda a família. Saímos de casa de manhã bem cedo, às onze e meia já estava tudo pronto para apanhar o autocarro. Fui eu, mais o meu pai, mais o meu avô, mais os meus tios, por isso compramos um bilhete de 10 viagens que sempre fica mais barato. Ainda estivemos uma meia hora à espera de um primo meu que acabou por não vir, isso até irritou o meu pai e deve ter sido por isso que se esqueceu da mala dos cartuchos no banco do autocarro. Tivemos de esperar que o autocarro fizesse a linha toda e voltasse a passar na nossa

DR

A Caça

paragem para irmos buscar os cartuchos. Foram duas horas que aproveitamos para apanhar caruma e pinhas para o inverno. Quando vou caçar levo sempre a minha pistola de paintball para poder distinguir os animais em que acerto. Se estiverem marcados com tinta já sei que são meus. O meu avô diz que isto é um grande disparate porque a tinta tira

o sabor da carne, mas eu nunca vi um choco com tinta que soubesse a ranço. O meu avô queixou-se do estômago a manhã toda, sempre a dizer que a gemada lhe tinha caído mal e que um dos ovos devia estar estragado. Até é capaz de ter razão porque ele só come gemadas com um ovo, tipo shot. Como dizia que as dores lhe afetavam a pontaria, esteve o dia todo a dis-

Jorge Daniel Dj, 16 anos Magueigia (Leiria) Revista “Ler” - Jan2012

Quem é o Jorge Daniel? A resposta é: Não sabemos. O nome Jorge Daniel, poderá ser um jovem residente na Magueigia com esse mesmo nome, ou então alguém que o usa para assinar os seus textos. Jorge Daniel ganhou um prémio, com o texto “A Caça”, num concurso literário da revista “Ler”, na edição de Janeiro. No seu blog na internet, Jorge Daniel menciona em vários textos, algumas localidades como o Ulmeiro, Vale Sumo, Quinta da Sardinha e alguns locais como a discoteca “Kayene”. Lançamos o desafio para nos ajudarem a descobrir o autor. pub


JANEIRO

LUZ DA SERRA

-- saúde --

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Saúde

Psicologia

Já se lesionou no seu trabalho?

Vício do Jogo

Já alguma vez sofreu um acidente ou doença profissional? Sabe porque aconteceu? Quando está a trabalhar pensa que a postura que está a adoptar é a mais adequada? Actualmente a humanidade quer ser economicamente activa, homens e mulheres têm um emprego para conseguir suportar gastos e ter uma melhor qualidade de vida. Alguns fazem-no de forma segura, outros por vezes esquecem-se da sua própria segurança correndo o risco de vir a sofrer acidentes graves ou sequelas para o resto da vida. Desde pedreiros a empregados fabris, passando por médicos e contabilistas, todos apresentam riscos de natureza química, biológica, ergonómica ou física podendo vir a sofrer lesões ou doenças relacionadas com a actividade de cada um. Quando estão sentados em frente ao computador estão correctamente sentados? Levanta pesos de forma correcta? Evita passar dias a fazer os mesmos movimentos? Pois bem, muitos de nós não. Porque aquilo que estamos a fazer é a nossa área de domínio e como tal já estamos mecanizados para aquele tipo de tarefas e por isso não há a rotação dos postos, cada um tem o seu e é ai que trabalha meses/ anos seguidos. No entanto, apesar de não podermos estar constantemente a mudar de trabalho, há pequenos gestos que podemos adquirir de forma a prevenir e evitar lesões.

Caso a sua profissão não exija grandes esforços e possa ser executadas em áreas limitadas (Ex: secretária), você deve permanecer sentado. A existência de uma cadeira ajustável a cada um e que rode é extremamente importante para evitar rotações e inclinações da sua coluna. Um outro aspecto importante é que não fique

sentado demasiado tempo, levante-se e ande, é importante para os seus músculos. Se a sua profissão passar por estar sentada em frente a um computador, use preferencialmente um computador fixo, para que o teclado não esteja muito perto do ecrã, permitindo uma postura mais direita e uma linha de visão horizontal. Por outro lado, se a sua profissão exige grandes esforços, como levantamento de cargas, ou transporte de cargas, faça-o da forma correcta dobrando os joelhos e não a coluna. As pernas têm músculos mais fortes que a coluna, por isso, têm uma

Judite Ribeiro Licenciada em Fisioterapia

maior capacidade de suportar cargas, sendo assim mais difícil lesionar os músculos das pernas do que os da coluna. Estes pequenos gestos são importantes para si e para a sua saúde pois, previne o aparecimento de patologias como: hérnias discais, tendi-

nites, dor de costas, mialgias, capsulites adesivas (ombro congelado), fracturas, rupturas ligamentares entre outras patologias. Seja qual for o vosso trabalho é importante que façam exercicio fisico para que possam fortalecer todos os músculos do vosso corpo e assim diminuir a probabilidade de se lesionarem. Tomem conta do vosso corpo, ninguém o fará melhor que voces próprios. Se cuidarem bem dele ele ajudará a manter o rendimento que desejam no vosso emprego.

Passamos hoje grande parte do tempo em frente ao computador e sem darmos conta, desenvolvemos uma dependência tal que já não é possível passar muitos minutos sem consultar a página do “facebook”, sem ir ao email e sem jogar o seu jogo online favorito. Como tudo na vida, tudo o que é exagerado é prejudicial. O consumo exagerado do café ou de comida é disso exemplo. O mesmo acontece com o jogo. Actualmente, a taxa de jovens e adolescentes “viciados” em jogos, nomeadamente em videojogos e póquer, aumentou bastante, tal como os adultos viciados em apostas no “Euromilhões” e em jogos de casino. O que tornará o jogo viciante para aquela pessoa, dependerá das características pessoais do indivíduo em questão e do contexto social que o rodeia. A boa sorte de principiante e o êxito constante aumentam os níveis de adrenalina do jogador e o sentimento de sucesso, bem como a ilusão de controlo total. No entanto, quando um jogador habituado a ganhar começa a perder todas as suas apostas, entra em desespero. As dívidas sucedem-se e o desânimo pode mesmo conduzir ao suicídio. Neste patamar, já estamos no domínio do jogo patológico. O “vício do jogo” funciona como uma doença que invade o corpo e progressivamente se estende à esfera familiar e laboral. O jogador compulsivo afasta-se dos amigos e familiares para continuar as suas apostas, colocando todo o património financeiro em risco e por

vezes cometendo ilegalidades para reaver o dinheiro. Este tipo de jogador é alguém com gosto pelo risco, facilmente irritável e obsessivo, cujos pensamentos se

encontram permanentemente focados no jogo. O jogador já não consegue resistir ao impulso e a sua vida passa a centrar-se exclusivamente no jogo. Quando não joga, sente uma ansiedade intolerável, como se de uma síndrome de privação se tratasse. Existe alguma evidência de que pessoas com um passado de depressão, dependência do álcool ou outras substâncias, apresentem maior vulnerabilidade em se tornarem jogadores compulsivos, particularmente em situação de crise pessoal ou social. Para combater o jogo compulsivo, será necessário retirar o indivíduo da frente do computador, da consola ou do casino, até que ele se aperceba que existem outras opções na vida. É urgente combater a solidão do jogador, o baixo auto-conceito e a baixa auto-estima que desemboca frequentemente no suicídio.

Liliana Vieira Psicóloga

As escolas estão cheias de jovens estudantes que jogam póquer a dinheiro. O que a maior parte deles precisam, é de adultos que estabeleçam limites e demonstrem que o mais importante são os relacionamentos interpessoais e não o computador ou a consola. O jogo goza de um papel importante desde a nossa infância até à idade adulta, mas aquilo que começa por ser uma actividade que dá prazer, se levado ao limite, passará a ser uma escravidão.

Visite a Freguesia de Santa Catarina da Serra na Internet

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LUZ DA SERRA

JANEIRO

-- histórias da História --

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2012

Breve cronologia da Serra: 1901-2000 móvel em Chainça; 1929, tanque da Fontinha, Loureira; 1929, lagoa de Cercal; 1929, fonte em Vale Tacão; 1929, conclusão da estrada de Chainça até ao Arrabal; 1930, escola de Loureira; 1928-33, nova escola de Santa Catarina; 1931, fonte das Cortiças, em Vale do Sumo; 1932, referência à fonte do Tojal, Magueigia;

salão paroquial de Santa Catarina da Serra; 1939, capela de Chainça; 1940, referência à estrada de Vale Tacão a Quinta da Sardinha; 1940 [cerca de] cisterna pública de Pedrome; 1940-41, «Cruzeiro da Independência»; 1941, ciclone de 15 de Fevereiro; 1941, pedreira em Casal da Fartaria; 1941, edifício sede da Junta de Freguesia; 1942,

Vasco Silva

Datas: 1901, epígrafe em Loureira, na habitação que foi de Alexandre dos Santos e Júlia de Jesus; 1902, cruzeiro do juiz José Alberto, Loureira; 1902, aprovação, pelo pároco Francisco da Gama Reis, da planta de Ernesto Korrodi para a Igreja Matriz; 1902, falecimento de Francisco da Gama Reis; 1904, referência à escola de Santa Catarina da Serra; 1906, cisterna de João Pereira e António Cruz, Loureira; 1906, término das obras na Igreja Matriz da Serra; 1908, pesar da Junta de Paróquia de Santa Catarina pelo assassinato do rei D. Carlos [18891908]; 1909, fonte de Sobral, sítio da Granja; 1910 [antes de], marco na Estrada Real, ER, 15, hoje EN113; 1910, cisterna de lajes em Cova Alta, de José Francisco dos Reis; 1911, datas na casa do 2.º Barão do Salgueiro, Dr. José de Albergaria; 1912, relógio de pesos da Igreja Matriz; 1913, demarcação do adro da capela de São Guilherme, em Magueigia; 1914, menção a duas escolas na freguesia: Santa Catarina e Quinta da Sardinha; 1915, morte do 2.º Barão do Salgueiro; 1915, «Boletim Parochial de Santa Catarina da Serra»; 1916, delimitação, definitiva, junto à Lagoa do Boi, entre a freguesia da Serra e Reguengo do Fetal; 1918, inauguração do actual cemitério público; 1918, construção da «Capelinha das Aparições», por Joaquim Barbeiro, de Chainça; 1920, venda do Passal; 192021, escola de Vale do Sumo; 1921, cruzeiro do cemitério público de Santa Catarina; 1922, distribuição dos baldios da freguesia pelos respectivos chefes-de-família; 1927, torre da capela de Vale Tacão; 1927, casa abastada em Cercal; 1929, cemitério público em Vale do Sumo; 1929, demarcação da feira de Cardosos; 1929, conclusão da escola de Quinta da Sardinha; 1929, menção a escola

Fig. 1 – Cruzeiro em Magueigia, junto ao salão da localidade, com o epitáfio «ORAI / PELAS / ALMAS / 1973». [Coordenadas geoespaciais, GPS, Norte 39º 40' 40,54'', latitude, Oeste 8º 40' 04,44'', longitude, e 274 metros de altitude. Fotografia obtida pelo Autor às 15:49:17 horas do dia 19.03.2009, quinta-feira, com uma máquina Leica D-Lux 3, alemã].

1932, relação dos baldios da freguesia; 1932, exploração de água em Casal da Fartaria; 1933, delimitação entre a freguesia da Serra, Arrabal e Espite, hoje Cercal; 1933, referência ao depósito de água em Loureira; 1934, estrada e ponte de Sete Rios; 1935, fonte da Cova da Barreira, hoje Quinta da Sardinha; 1935, fundação da feira de Loureira; 1935, caixa postal em Olivais; 1936, pia junto à escola de Santa Catarina para conduzir as águas da Igreja Matriz; 1937, menção à estrada de Soutocico a Chainça; 1937, nova casa de residência do pároco [Passal]; 1937, referência ao depósito de água de Chainça; 1939-44,

reorganização da feira de Quinta da Sardinha; 1942, tentativa de exploração de carvão em Vale do Sumo; 1943, cruzeiro da Bemposta; 1943, inquérito camarário sobre a produção de milho na Serra; 1945, tentativa de exploração de carvão em Vale do Sumo; 1946-49, muro em torno da lagoa de Loureira; 1946, cisterna em Donairia; 1947, poço público de Cova Alta; 1947, aquisição do coreto; 1947, doação da casa das professoras da escola de Quinta da Sardinha, por Ana de Oliveira Alves, à Junta de Freguesia; 1947, edificação da fonte de Cercal; 1948, campanário da capela de Vale do Sumo; 1948, fale-

cimento do pároco Joaquim Ferreira Gonçalves das Neves; 1950-51, conclusão da EN357; 1951, novo encanamento da cisterna de Pedrome; 1951, proibição de lavagem de roupa no poço da sede de freguesia; 1951, empedramento da estrada de Loureira a Chainça; 1951, inauguração da estrada de Vale do Sumo; 1952, data da capela-mor de Vale do Sumo; 1953, falecimento de Joaquim Francisco Alves, de Cercal, médico; 1955, posto escolar em Vale Tacão; 1957, cruzeiro de Vale do Sumo; 1958, obras no edifício da Junta, em Quinta da Sardinha; 1958, vaga de cantoneiro para a estrada de Loureira ao Arrabal, passando pela Chainça; 1960, proibição de retirar águas de fontes públicas para regas; 1961, venda do histórico edifício da Junta a José António Marcelino, de Santa Catarina da Serra; 1962, electricidade em parte da freguesia; 1962, conclusão da estrada para Vale Tacão; 1963, Rancho Folclórico de São Guilherme; 1964, cruzeiro da «cruz» da Loureira; 1966, escola de Sobral; 1967, fonte de Ulmeiro; 1967, passagem do Papa Paulo VI por Santa Catarina da Serra; 1967-68, venda de terrenos no sítio da Fazarga; 1967-70, capela de Loureira; 1968, feira de Chainça; 1969, electrificação em Casal da Estortiga; 1970, escola de Magueigia; 1972, electrificação de Vale Tacão; 1972-74, inscrições na gruta de Siróis / Vale Tacão; 1973, cruzeiro de Magueigia; 1974, jornal Luz da Serra; 1976, inauguração das estações da Via-Sacra, oferecidas pela Câmara Municipal de Peniche; 1976, União Desportiva da Serra; 1978-79, escola de Vale Tacão; 1978, fontanário em Santa Catarina; 1978-81, capela de Magueigia; 1981, cemitério de Chainça; 1985, ponte da ribeira do Vale das Carvalhas, junto ao Casal da pub

Fonte da Pedra; 1986, autoestrada, A1; 1988, água canalizada em parte da freguesia da Serra; 1988, Associação Cultural e Recreativa do Sobral; 1989, Chainça freguesia; 1989, Associação Cultural e Recreativa do Pedrome; 1990, compra de terreno para a Escola Pré-Primária de Loureira; 1990, Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira; 1991, resposta da Junta de Freguesia da Serra à integração da freguesia num futuro concelho de Fátima; 1991, ampliação do cemitério público de Santa Catarina; 1991, construção de um pavilhão reservado à ASSUL, Ulmeiro; 1991, Associação de Caçadores da Serra; 1991-92, toponímia da freguesia e placas indicadoras de localidade; 1994, actual salão paroquial em construção; 1994, cobertura da lagoa de Barreiria; 1994, Associação Cultural e Recreativa de São Miguel; 1995, falecimento de Joaquim Carreira Faria, pároco; 1995, criação do brasão de freguesia; 1995, Mário Verdasca, sacerdote; 1995, Centro Social da Gordaria; 1996, inauguração da Escola EBI de Santa Catarina da Serra, por Mário Soares; 1996, casa mortuária de Loureira; 1997, construção da residência pa-

Vasco Jorge Rosa da Silva Investigador em História Paleógrafo e Epigrafista Leiria - Ourém

roquial; 1997, instalações sanitárias públicas em Santa Catarina; 1999, casa mortuária em Santa Catarina; 1998, capela em Casal da Estortiga; 1998, término da construção da casa paroquial; 1998, início das obras de restauro da Igreja Matriz; 1998, Bombeiros da Serra; 1998, Caixa de Crédito Agrícola na freguesia; 1999, comemoração dos 450 anos de freguesia; 1999, nicho de São Francisco, em Vale Maior; 1999, nicho dedicado a São Pedro, Ulmeiro; 2000, inauguração da Escola Pré-Primária de Pinheiria.

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JANEIRO

-- sociedade --

2012

Foto Memórias Desde Janeiro de 2011 que vimos publicando, todos os meses, fotografias que marcaram gerações e épocas da Freguesia de Santa Catarina da Serra.

Peditório para as Almas

LUZ DA SERRA

15

Associação dos Amigos da Secção de Bombeiros do Sul do Concelho de Leiria ORÇAMENTO 2012

Grupo de jovens da Magueigia no peditório das almas "Pedir para as almas". Foto remonta da Fev/Mar de 1975/1976. Cima esq para dir - Martinho Silvestre, Virigilio Gordo, Amadeu Gordo, Adelino "Moleiro" Baixo Esq para dir - Domingos Fernandes, Zé Fernandes (Zé da Passa), Jaime, Jaime Reis, Carlos Neves Cortesia de: Virgilio Gordo

Arquivo Histórico Tem fotos ou videos sobre a Freguesia de Santa Catarina da Serra? Eventos de Associações, fotografias de locais ou pessoas de referência? A ForSerra está a reunir e a catalogar fotografias sobre o passado da Freguesia de Santa Catarina da Serra. Não ficamos com qualquer suporte (fotografia ou video ). Copiamos o seu registo para formato digital sem estragar o original. Contacte-nos e ajude-nos: www.forserra.com - (00351) 917 480 995 forserra@santacatarinadaserra.com Estamos disponíveis para nos deslocar a qualquer local para efectuar recolhas.

Agenda

Vende-se Terreno localizado no Casal das Figueiras, próximo da A1 e da Estrada Municipal, com bons acessos. Área de aproximadamente 3000m2 Contactos: 917480995 ( Redacção Jornal Luz da Serra ) 0033494563257 ( Proprietário )

Vende-se Terreno de cultivo localizado na Pousada (entre Vale Maior e Chaínça) Informações pelo contacto 912 856 937

Oferece-se Oferece-se 4 cães de raça pequena. Para mais informações contacte: 919053758 Ulmeiro

Confraria Santíssmo Sacramento Cultural

Janeiro 15 - Rancho Folclórico - Espichar do Vinho/Prova de Vinho 21 e 22 - Festa São Sebastião 28 - Ass. Bombeiros - Festival de Sopas

Já disponível a Agenda Cultural 2012 Todos os eventos da Freguesia de Santa Catarina da Serra, em formato de base de secretária. Disponível na Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra 08h30 - 18h00 - Sem interrupção para almoço

Santa Catarina da Serra, 03 de Janeiro de 2012 A Direcção pub


LUZ DA SERRA

JANEIRO

-- entrevista --

última

2012

“Os meus meninos” Ivone Cidália Azevedo da Silva Couto Rodrigues da Silva queria ser bailarina, mas acabou por fazer parte do início de vida de muitos Santacatarinenses. Tem um nome grande que, pode assemelhar-se à sua paixão, entusiasmo e saudade com que fala dos seus tempos de professora primária. Professora de ensino primário, durante 26 anos, ensinou a escrever e a ler centenas de alunos, na sua grande maioria, residentes em Ulmeiro, Quinta da Sardinha, Siróis, Magueigia e Pedrome. Esta transmontana de gema, natural de Vila-Flor - Trásos-Montes, veio, quase exclusivamente, para a Escola primária da Magueigia no ano de 1972. O pai era escrivão no tribunal e a mãe, doméstica. Foi em 1970 que veio para Leiria, devido à profissão do pai. Tem duas irmãs, também professoras, uma mais velha e outra mais nova. O LUZ DA SERRA foi à sua procura e encontrou uma professora muito bem-disposta, com muito boa memória e com muitas histórias para contar. Texto e Fotos: Miguel Marques

Quando somos pequenos costumam perguntar-nos o que queremos ser quando formos grandes... Será, que quando era pequena, já sentia que a sua vocação era ser Professora? Não. Queria ser bailarina. Lembro-me que, quando eu andava na primeira ou segunda classe, de passar em frente da montra de uma papelaria de Vila Nova de Famalicão, na altura do Natal, e havia uma afiadeira que tinha uma bailarina que dançava. O menino Jesus, porque na altura ainda não havia o Pai Natal, deu-me a afiadeira com a bailarina. Como chegou até Santa Catarina da Serra? Foi através de concurso. Na altura era mais fácil concorrer, pois havia mais alunos e mais escolas do que há hoje. Todos os meses havia concursos, e havia mobilidade de professores. Dei aulas na escola de Colmeias depois, concorri e fiquei efetiva na Escola da Magueigia. Comecei a trabalhar, em 1971, na Escola de Santa Margarida, nas Colmeias (Leiria), foi o meu primeiro ano de trabalho. A seguir fui para a Magueigia e lá fiquei até 1998. Conhecia alguma coisa de Santa Catarina da Serra antes de vir dar aulas para a escola? Nada, não conhecia nada, nem Leiria. Vim para Leiria devido à profissão do meu pai. Nós vivíamos no norte e tirei

o curso em Braga. O meu pai, como trabalhava no tribunal, e na altura o pessoal dos tribunais para subirem na carreira tinham que se deslocar de uns tribunais para outros. O meu pai veio para o tribunal de Leiria, precisamente na altura em que eu terminei o curso. Eu “caí” aqui em Leiria e não conhecia nada disto.

As raparigas eram muito diferentes. Penso muita vez nisso. Elas eram umas mulherzinhas, principalmente as da quarta classe. Hoje em dia as escolas têm tudo, mas na altura não era assim. Não tínhamos empregada nem sequer ninguém que fizesse a limpeza. Nós é que a fazíamos. Ao sábado, dia em que tínhamos aula de manhã, varríamos a sala e aquelas meninas sabiam como é que se fazia. Elas organizavam-se sozinhas e faziam melhor que eu. Ao fim de cada trimestre, nós lavávamos a sala de aula. Elas organizavam-se de tal forma, (parece que ainda estou a ver), umas colocavam-se em fila a esfregar, outras iam buscar a água e outras a passar com um pano e num instantinho fi-

Quando comecei a dar aulas, a professora era vista como uma pessoa de respeito. Mas depois, com o passar dos anos, algumas coisas vão-se alterando, como a forma de tratamento entre alunos e professores. Nos primeiros anos tive alguns pais que me disseram “se for preciso, chegue-lhe… uma palmada nunca fez mal a ninguém...”. Nos últimos anos as coisas já não eram bem assim e os pais já vinham questionar algumas situações sobre os filhos, mas nunca tive problemas com ninguém. Como é ser professora de gerações? É giro. Já passou a mãe, agora passa o filho e ver as diferenças entre eles é engraçado.

naval, dançar a “mackarena” ou a “barbie girl”. Recordo-me também, da exigência que tínhamos por parte da Direção de Educação em dar os conteúdos durante um espaço de tempo. Os miúdos estão lá para aprender, e no final, não poder passar alguns de classe!... Custa, porque as crianças sentem-se, os pais não ficam contentes… mas nós víamos

Que idade tinha na altura? Tinha 19 anos quando comecei a trabalhar. Quando fui para a Magueigia tinha 20 anos e tinha alunas com 13. Como foi a sua adaptação a um meio que não conhecia? Quando eu comecei a dar aulas, as turmas eram separadas por sexo, masculino e feminino. Só eram mistas quando não havia alunos suficientes para se fazerem turmas separadas. Na altura em que cheguei à escola da Magueigia, fiquei com a turma feminina e a outra colega professora, ficou com a masculina. A minha turma era constituída por 41 raparigas … não havia lugar para todas dentro da sala (risos). Perante uma cedência e ponderação por parte do governo, as turmas já puderam ser organizadas por anos e não por sexos. Assim, cada uma de nós, pôde ficar com dois anos de escolaridade. Isto no ano letivo de 1973/74. Como foi ser professora, na altura com 20 anos, de uma turma de 41 raparigas de 13 anos?

A entrega da lembrança, na festa surpresa, em 1997 cava limpo. Era um espetáculo… (risos). Que diferença notou ao longo dos anos de professora? As crianças com dez, onze anos tinham uma maturidade diferente das de hoje. Mesmo as crianças que entravam para a primeira classe, não eram tão “bebezinhas” como nos últimos anos eu notava. Antigamente a vida era mais difícil e os pais tinham que trabalhar e os miúdos ficavam todo o dia sozinhos. Eles iam e voltavam, da escola, sozinhos. Nos últimos anos, e eu reparei nisso, já eram a maior parte dos pais que iam levar os filhos de carro à escola, Lembro-me de que no inverno, a chover e sem chapéu, chegavam à escola todos molhados…

Que recordações guarda dos anos de escola? Lembro-me da festa que me fizeram a 08 de Novembro de 1997. Não estava à espera. Fui mesmo apanhada de surpresa porque, embora o meu marido soubesse, ele nunca me disse nada e manteve tudo até ao fim. Aquela festa emocionou-me e, ainda hoje quando penso, fico um pouco constrangida, porque acho que não merecia aquilo. Na altura não manifestei a minha satisfação porque fui completamente apanhada de surpresa. Foi uma festa muito bonita. Lembro-me, com saudade, principalmente das crianças, o convívio com as crianças. As brincadeiras, os passeios, a sua inocência e a sua espontaneidade. As atividades com os alunos com os alunos que gostei muito, como as festas de car-

que não havia condições para se passar o aluno de classe. Mas confesso que às vezes penso que poderia ter sido melhor professora, por vezes, sim penso. Talvez haja por aí alguns alunos que pensem que eu poderia ter um pouco mais de paciência. Se pudesse voltar atrás, tentava mudar isso. Alguns momentos menos bons como a morte da Prof. Gracinda e de um aluno, o Paulo que residia no Ulmeiro, deixaram-me muito triste na altura. Foram momentos muito difíceis. A Gracinda, além de colega de trabalho, era uma grande amiga. Tem saudades dos tempos de professora? De que mais tem saudades? Tenho. Tenho saudades das alturas em que um aluno

puxa de um lado, outro puxa do outro. Oh professora isto, oh professora aquilo…o stress e correria… sim tenho saudades desses tempos. A classe que eu gostava mais de ensinar era a primeira. Era a minha preferida. Os miúdos reagem com naturalidade, saídas engraçadas e no final do ano vê-se a sua evolução Umas breves palavras aos seus alunos de Santa Catarina da Serra… Todos os meus alunos têm um cantinho reservado no meu coração e a sua recordação faz-me sempre sorrir. Sabes, os anos vão passando, todos nós vamos envelhecendo mas, quando recordamos a infância, a nossa professora está sempre presente. Por isso, eu fico feliz por ter sido professora, por ter ajudado os meus alunos a crescer e por acreditar que eles nunca me irão esquecer completamente, assim como eu nunca os esquecerei porque me deram muito mais do que eu lhes dei a eles. A professora de gerações tem atualmente 59 anos, reside em Leiria e partilha o seu tempo entre as suas memórias, a internet e as suas aulas de ginástica. Em casa guarda, além de muitas fotografias, inúmeras cartas e bilhetinhos que os alunos lhe escreviam a dizer “para a minha querida professora, eu gosto muito de ti” com corações e florzinhas… Ivone é o nome da professora que ficará para sempre gravada nas memórias de todos os seus alunos e, certamente para a grande maioria dos seus alunos, esses bilhetes ainda hoje fazem sentido. Fotos das turmas da professora disponíveis na página do facebook da ForSerra em: www.facebook.com/forserra


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