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MENSÁRIO DE SANTA CATARINA DA SERRA - NOVEMBRO 2010 - 1€ PREÇO DE CAPA

Dia das Bruxas

A tradição ainda se mantem

Miúdos e graúdos ainda mantêm tradição do bolinho, em dia de todos os Santos. Andámos ao Bolinho, de porta em porta, no Ulmeiro e Magueigia, dos poucos lugares que ainda cumprem a tradição

Miguel Marques

De ano para ano, vemos ganhar terreno o dia das bruxas ou Hallowin (ou coisa semelhante). Abóboras decoradas de mil feitios e devidamente iluminadas com velas que lembram presenças obscuras, vestes de diabinhos em dia de todos os santos, com direito a "corninhos" e tudo, e ainda com setas, que não são de Cupido, mas do diabo, a pender dos "rabiosques" engrossados com almofadas. Chapéus de aba larga na cabeça e vassoura a servir de bicicleta voadora, alguns traços que fazem lembrar velhas carcomidas pelo tempo, e o Carnaval está montado. Sim montado pelos interesses e cultura britânica e ainda por comerciantes inteligentes que aproveitam o evento para a negociata "os filhos deste mundo são mais espertos que os filhos da luz..." Não conheço detalhadamente os traços desta festa um pouco macabra mas entendo claramente a perversidade cultural que ela traz para o povo genuinamente "português". E até me atrevo a dizer que algumas escolas que deviam ser locais para cultivar a vida e irradiar cultura, se empenham extraordinariamente na divulgação deste evento junto de crianças e jovens. Torna-se moda e até ganha subsídios. Temos tantas e tão saudáveis tradições entre nós nestes dias de todos os santos e de finados, e as bruxas, que vem montadas em vassouras turbo, lá da "Britishlandia e dos States", é que ganham honras. Estamos a desprezar a partilha e o convívio do "bolinho" para cultivar superstições e feitiçarias nas quais só acreditam os crédulos que nada tem no espírito e na .. continua na Pág. 3

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E. B. I. - Melhor Escola do Distrito

Quando ouvires os aplausos do triunfo, que ressoem também aos teus ouvidos os risos que provocaste com os teus fracassos.

Miguel Marques

Pensamento do mês

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Nesta edição

Suplemento 5º Festival Cultural e Gastronómico “O Chícharo da Serra”

Assaltos aumentam na freguesia Pág.5

Associações unem-se para passagem de ano Pág.7

U.D.S. jogou com antigo vencedor Pág.8 pub


LUZ DA SERRA

24/10 - Evan Lopes Vicente, filho de Nilton George Jacinto Vicente e de Nadège Ophelie Lopes, da Chainça. Foram padrinhos: Délio Verissimo Jacinto Vicente e Gwladhis Lopes.

Manuel Francisco Lebre

António Gonçalves N - 09-10-1913 F - 26-10-2010

N – 05.09.1929 F – 20.10.2010 Magueigia

7/11 - Hélio Antunes Pereira, filho de Tiago José Pereira Vieira e de Tânia Sofia Gonçalves Antunes, da Chainça. Foram padrinhos: Filipe Carreira Vieira e Jessica Vieira Gonçalves

16/10 - Bruno Generoso Sant'Ana Carbone, de Brasil, residente em Leiria, e Tânia Leonor Silva Rosa, da Loureira. Foram padrinhos: Filipe Jorge Simão, João Ricardo Marques Sanches e Sérgio de la Rosa; madrinhas: Natacha Filipa Castelo Branco de Carvalho, Milene Gomes e Carolina Menino.

Ulmeiro

Sua esposa e filho na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, como era seu desejo, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas amigas que incorporaram no seu funeral ou que de qualquer outro modo lhes manifestaram o seu pesar. Esposa e filho

Alfredo Santos

30/9 - Teresa de Jesus Vieira, casada com António de Oliveira Fartaria, da Loureira, adormeceu na paz de Deus aos 85 anos de idade 5/10 Maria dos Anjos Lebre, casada com Francisco Rodrigues Marques, do Ulmeiro, partiu para o Pai no entardecer das suas 92 Primaveras. 5/10 - António de Oliveira, viúvo de Nazaré de Oliveira, da Pinheiria da Costa, deixou este mundo aos 87 anos de idade. 10/10 - António Gonçalves, casado com Guilhermina dos Santos, do Ulmeiro, partiu para o Céu com os seus 97 anos vividos intensamente.

NOVEMBRO

-- Família Paroquial --

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N - 12-08-1910 F - 20-10-2010 Cercal Pai Partiste como um passarinho. E era assim que pedias a Deus “morte santa”. Ele fez-te a vontade, e de repente nos deixaste, mas dentro de nós ficará tudo o que nos ensinaste. Nunca esqueceremos o teu sorriso, as tuas brincadeiras e o teu carinho, para nós serás recordado como um bom pai. Que no céu, na companhia dos anjos e da tua “maria”, nossa mãe, intercedas por nós ao Senhor. Descansa em Paz. Teus Filhos

Querido Pai, Avô e Avozinho! Foi com muita alegria que nos despedimos de ti, embora no nosso coração permaneça um pequeno vazio de saudade. Foi a tua vida, o teu viver, a tua fé, o teu sentir e o teu ser perante os outros que hoje nos fazem sorrir e lembrar o quão importante foi teres existido nas nossas vidas. Fica-nos na lembrança a tua alegria, o teu sorriso “maroto e brincalhão”, a tua vontade de fazer sempre festa e de ter os teus sempre perto de ti. Há poucos dias atrás vivíamos alegremente o teu 97º aniversário. Como em tantas outras vezes “houve festa", festa de vida, onde nos sentimos verdadeiramente família, pois unidos na fé compartilhámos a alegria de também pertencermos à família de Deus . Avozinho, Avô, Pai, tu partiste, mas aqui, no lugar dos mortais, ficam hoje os teus ensinamentos, valores e a vontade de fazer sempre como tu nos ensinaste. Nós sabemos que partiste alegre e em paz, e que junto do Pai Celeste intercedes por todos nós e cuidas de cada um em especial. Por mais que os dias passem fica-nos essa alegria, não a de partires, mas a de vivermos simplesmente a tua máxima: … “Portem-se bem! …Olhai pelo vosso próximo e dai ao mundo um pouco de vós”…. Até sempre…

2010

Maria dos Anjos Lebre N – 11.11.1917 F – 05.10.2010 Ulmeiro Maria dos Anjos Lebre, (mais conhecida por Maria da Venda). Partiu para o pai na bonita idade dos seus 93 anos. Nasceu no lugar de Ulmeiro onde sempre viveu, no dia 11 de Novembro de 1917 e faleceu no Hospital de St. André em Leiria no dia 5 de Outubro de 2010. Mulher sempre séria e trabalhadora, teve uma vida de muito valor e sofrimento. Ainda jovem já estava viúva pela segunda vez pelo que contraiu terceiro matrimónio do qual nasceram cinco filhos, felizmente vivos, assim como os quatro, fruto dos primeiros matrimónios. Deixou assim, o viúvo Francisco Marques e nove filhos, 19 netos e 13 Bisnetos. Muito dinâmica e cumpridora dos seus deveres, tinha sempre uma palavra acolhedora, e era muito amiga de ajudar a quem precisasse. Foi cumpridora dos seus deveres religiosos, educou no melhor que foi capaz os seus filhos na doutrina da Igreja. Estamos convencidos de que a sua alma partiu em paz deste mundo. Aproveitamos para agradecer a quantos a ajudaram em vida, acompanharam na doença e participaram nos sufrágios e caminharam até à última morada onde aguardou a ressurreição em Deus seu criador.

Um beijinho da tua Grande Família 10/10 - Deolinda Pinto Barbeiro, casada com Franklin Gaspar, da Chainça, entrou na eternidade aos 75 anos de idade. 20/10 - Alfredo dos Santos, viúvo de Deolinda de Jesus, do Cercal, partiu para o Céu depois de um século de vida vivido na simplicidade e na fé. 20/10 - Manuel Francisco Lebre, casado com Maria do Rosário Delgado de Oliveira Lebre, da Magueigia, terminou a sua carreira e foi habitar com o Pai aos 81 anos de idade 24/10 - Ana Ferreira Gonçalves, solteira, do Casal da Estortiga, foi acolhida nos braços do Pai aos 84 anos de idade.

O Luz da Serra apresenta aos familiares sentidas condolências, une-se numa oração de louvor pela vida e suplica pelos irmãos que terminaram a sua peregrinação neste mundo.

UM HOMEM AFÁVEL E DISCRETO MAS DETERMINADO EM PROL DA FREGUESIA.

Teresa Jesus Vieira

A nossa freguesia acompanhou com descrição e respeito o desaparecimento do antigo presidente de Junta Sr. António Gonçalves morador no lugar de Ulmeiro que exerceu o cargo de 1960 a 1971.

N - 04-09-1925 F - 30-09-2010 Loureira Uma nova alma ascendeu aos céus. Uma alma pura e forte, Que deixou grande dor, De perda em Terra. Uma mulher dos “sete ofícios”: Esposa,mãe, avó e até bisavó. No esquecimento nunca cairás, Seja num momento de aflição, Ou de paz. Numa gota de chuva ou Até mesmo num simples raio de Sol Lembraremo-nos de ti Amor/Mamã/Vóvó. De coração partido estamos. Porquê tu?Porquê? O nosso alicerce caiu Porém, uniremo-nos todos Para honrar teu nome, Teresa Vieira. Joana Fartaria (neta)

Santa Catarina da Serra muito deve a este homem de quem os mais novos já não se lembrarão mas que em conjunto com os seus pares abraçou a causa pública na freguesia de forma determinada num tempo de particulares dificuldades. Hoje pouco mais nos resta do que palavras ainda assim, aqui prestamos justa homenagem a memória de um homem afável, discreto mas determinado e que muito contribuiu para aquilo que somos hoje enquanto comunidade. O executivo da Junta de Freguesia Envie-nos o seu anúncio, da secção da família paroquial, que nós prometemos publicar gratuitamente luzdaserra@ santacatarinadaserra.com 917 480 995

Dia 25 de Setembro celebraram as suas bodas de ouro o Firmino e Dulcina acompanhados dos seus 3 filhos e 9 netos e dos seus amigos com missa celebrada pelo Senhor Padre Mário seguindo a festa com convívio no Salão Paroquial. Muita animação e alegria. Muito obrigada a todos os que compareceram e manifestaram a sua estima.

50 Anos No passado dia 7 de Outubro celebrou-se uma missa pelas 21 Horas na Igreja de Santa Catarina da Serra para lembrar os alunos vivos e defuntos da professora Guilhermina Malagueta por ser nessa data que ela entrou para a referida freguesia. Houve um convívio e ela distribuiu uma pequena lembrança. Parabéns Alunas agradecidas


NOVEMBRO 2010

O projecto de Deus é que o Homem seja Feliz, participe da Sua Vida Divina; mas nós podemos aceitá-lo ou recusá-lo. Depende de nós. Deus respeita a nossa liberdade. Podemos escolher, mas não as consequências…”EU vim para que todos tenham Vida e a tenham em abundância (feliz e eterna)” (Jo.10,10). O Filho de Deus, Ele mesmo, quis vir ensinar-nos como chegar à VIDA ETERNA, PLENA e FELIZ. “EU sou O Caminho, Eu sou a Verdade, EU sou a VIDA; ninguém vai ao Pai senão por MIM”(Jo.14.6) . Se não queres errar o caminho da felicidade, segue a Cristo. Se não queres ser enganado por ninguém, acredita em Cristo. Se queres ter a Vida Eterna Feliz, vive desde agora como Cristo te ensina. Se assim não procedes e depois te sentes infeliz a culpa é

cidade. Prazer é uma sensação corporal agradável, que termina quando desaparece a causa que a produziu. Uma comida ou bebida, sabem bem enquanto não chegam ao estômago. A partir daí, desaparece a sensação gostosa. Por vezes deixam consequências bem desagradáveis e até em algumas, prejudiciais à saúde…Exemplos não faltam… A Felicidade é espiritual; depende do nosso estado de alma, das nossas relações com Deus e com os nossos irmãos. A Paz, a felicidade dependem do perdão que Deus oferece a todos. É o fruto da morte de Cristo no Calvário. Podemos aceitá-lo ou recusá-lo. A Paz, a Felicidade dependem ainda do perdão que podemos dar ou recusar ao irmão que nos ofendeu. “Não há Paz para quem vive longe de Deus, no pecado”. (Isaías 57,20).

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Editorial

Liberdade Podes decidir…És Livre !! Mas, não podes escolher as consequências. Antes de Cristo oferecer a SUA vida por nós, morrendo na cruz, o homem era escravo do pecado e das suas paixões. “Foi para sermos Livres que Cristo nos libertou. Permanecei, pois firmes, e não vos sujeiteis outra vez ao jugo da escravidão” (Gl. 5,1). Pecar é fazer mau uso da liberdade. “Aquele que comete o pecado, torna-se escravo do pecado” (Jo. 8,34). O que é ser livre?. Ser livre é poder decidir por nós mesmo o que fazer, como o fazer e quando o fazer. É poder dizer Sim ou Não a Deus. Mas não podemos escolher as consequências das nossas opções…Se eu decidir semear batatas, não posso escolher o milho, como fruto da minha sementeira… Devemos fazer bem a distinção entre prazer e felicidade. Muitos confundem prazer com feli-

LUZ DA SERRA

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Continuação da página 1

P. Serafim Marques

tua. Não te queixes. Não continues a pôr nos outros a culpa da tua infelicidade, dizendo: ou é Deus que me castiga, ou o diabo que me tenta ou então os outros que têm inveja de mim ou me rogam pragas. Eu não sou o culpado desta infelicidade. Estás a precisar de ir ao psiquiatra ! (uma BOA confissão, não apenas uma conversa qualquer com o confessor). Não percas mais tempo…Vai logo. Cristo deu a Sua vida por ti e te ama muito. Ele está à tua espera, para seres FELIZ. Ele não te força. És livre. Ser feliz ou ser infeliz depende das nossas opções.

A ida aos cemitérios para depositar flores nas campas e assim prestar homenagem aos que já partiram é um ritual que se repete ano após ano, mas só nas últimas décadas passou a ser realizado no primeiro dia de Novembro. «Às vezes dá ideia que as pessoas que faleceram morreram esquecidas e, no entanto, os familiares continuam nesse dia [01 de Novembro], talvez só nesse dia, a ornamentar o local», disse à agência Lusa o sociólogo Moisés Espírito Santo. Até há cerca de 30, 40 anos, explicou o professor universitário, o dia dedicado aos defuntos era o 02 de Novembro, enquanto o dia 01 «era um dia de festa agrí-

cola, festa de retribuição das colheitas». «Há aí uma sobreposição de calendários, porque o Dia dos Finados é o dia 2 e não o dia 1. Isso tende a generalizar-se a todo o país, excepto a liturgia católica, que celebra os mortos, a missa dos defuntos, que se realiza no dia 2», referiu. Segundo Moisés Espírito Santo, «a passagem para dia 01 de Novembro é dos anos 1960 com a generalização do feriado no meio industrial e urbano». No primeiro de Novembro realizava-se um outro rito, o Pão por Deus, «em que as pessoas ofereciam bolos e certos pães aos mais pobres». «Isso é um rito popular que ainda hoje se realiza em certas

Miguel Marques

Romaria aos cemitérios em Dia de Finados Também em Santa Catarina da Serra muitos visitaram os seus familiares zonas do país, em que as crianças vão pedir bolos, pães, doces e frutos secos de casa em casa», disse O ritual do dia 01 «hoje em dia é praticamente igual em todo o país e é muito simples: ir aos cemitérios depositar um ramo de flores, estar ali um pouco, uns rezam outros não». «Por vezes assiste-se a uma missa, por alma dos defuntos. No passado havia algumas diferenças, com fogueiras à frente dos cemitérios ou até celebra-

ções festivas perto dos cemitérios, mas isso acabou. Hoje as pessoas adoptaram todas o mesmo rito que é o mais simples», disse A ida ao cemitério no dia 1 prende-se também, de acordo com o sociólogo, com «constrangimentos sociais». «As pessoas fazem-no porque o meio social critica quem não o faça, então mantém-se por coação social», afirmou.

...alma. Se já existe uma tendência para a crendice e para as bruxarias na nossa gente porque não incentivar acontecimentos que promovam a verdade, a amizade a fraternidade e a fé. Porque não promover iniP. Mário de ciativas que ajuAlmeida Verdasca dem a esclarecer a esperança na vida eterna que ocupa a mente e o coração de mais de 80% dos portugueses. Não é justo que vamos embriagando crianças e jovens e criando ... confusão no espírito pacato de muita gente, até de velhinhos, com fantasias que devíamos varrer do nosso meio. É certo que a sociedade portuguesa foi sempre alienada culturalmente. Os programas de televisão, tentativas mal feitas de imitar televisões estrangeiras, são a prova de que é mais fácil copiar do que ter laivos novidade e de criatividade. Até os nossos governantes, que se julgam senhores e falam como quem sabe mais que ninguém, não sabem fazer mais do que tentar decorar discursos que ouviram aos seus congéneres europeus. Conheci, um dia, uma bruxa que resolvia os problemas mandando oferecer azeite para iluminar o Santíssimo. Até era uma mulher de fé e tinha consciência que nada podia fazer nos problemas e que só Deus podia ajudar alguém. Um dia o prior da terra disse-lhe que o Santíssimo já tinha azeite que chegue e que ela mandasse ler a bíblia, meia hora por dia, o que ela fez e muito bem. Mas será que há bruxas? Pergunta a dona Leopoldina depois das notícias da televisão. Não sei, mas que anda por aí gente a conduzir mal os destinos das vidas das crianças e dos jovens, isso anda. Novembro é o mês dedicado aos defuntos. Que a homenagem que prestamos àqueles que nos transmitiram a vida, a fé e a cultura seja mais do que uma festa de tontarias ou um barril de narcóticos que envenenam a alma. Também pouco adiantam as flores que podiam ser dinheiro partilhado para alimentar e animar os vivos. A oração, a partilha na caridade verdadeira, a amizade e a rectidão na verdade, são sem duvida a melhor forma de fazer jus da nossa cultura e de preservar o que de bom entre nós. Não é preciso importar para estragar.

Lusa/SOL divulgação


LUZ DA SERRA

Continuação da carta Pastoral da Edição anterior...

NOVEMBRO

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2010

Carta Pastoral de D. António Marto 3. A igreja, casa e escola da caridade

3.1. Cultivar a espiritualidade do dom, da partilha e do serviço A caridade crista, como nos ensina S. Paulo (cf 1 Cor 13), exprime-se antes de mais em orientações profundas da pessoa humana. Não e uma mera filantropia. O motivo principal do agir deve ser sempre o amor de Cristo derramado nos nossos corações. A caridade e, então, mais do que uma simples actividade de ajuda; e relação e dom de si na partilha e no serviço. Este dom deve ser humilde, liberto de qualquer sentido de superioridade. A sua força vem do alto. Como viver pois a caridade sem alimentar a sua chama interior na Palavra, na oração e na meditação? O amor evangélico exige um trabalho delicado no coração de cada um de nos: um verdadeiro itinerário espiritual que requer a escuta da Palavra de Deus, um exercício paciente de conversão dos pensamentos, sentimentos, comportamentos e reacções, uma purificação do egoísmo e comodismo, uma grande disponibilidade ao amor pelos mais frágeis, uma generosa capacidade de partilha, uma participação mais calorosa e atenta na vida da comunidade. E indispensável um fervor espiritual que nos pode contagiar na familiaridade com a vida dos santos. Para ajudar a cultivar esta espiritualidade continuaremos, como nos anos anteriores, a propor o Retiro para o Povo de Deus, durante a Quaresma, sob a forma de uma breve "Leitura orante da Palavra de Deus" (lectio divina), acompanhada pelo testemunho da vida de alguns santos e de outros exemplos luminosos da caridade. Peço aos párocos que se empenhem com toda a paixão na divulgação, no incentivo e na preparação adequada e atempada deste retiro para que possa produzir muitos frutos.

Chegados aqui vamos tirar algumas conclusões de ordem prática que sirva de orientação a programação da pastoral socio-caritativa. Antes de mais, a caridade e uma componente fundamental da vida e da missão da Igreja, de cada comunidade crista e de cada fiel cristão, tal como o são o anúncio do Evangelho e a celebração dos Sacramentos da Graça. A Igreja vive da caridade: anuncia-a, celebra-a e testemunha-a. A caridade deveria pois tornar-se o estilo habitual de viver da comunidade cristã, a sua linguagem quotidiana, o modo com que ela se aproxima de cada pessoa, a marca de todo o itinerário catequético, a Forma que deve caracterizar toda a relação, a atitude com que se exerce cada ministério e servi-o. De resto, ela e uma linguagem universal que não precisa de intérpretes. Desde sempre a Igreja anunciou o Evangelho com os gestos da caridade. "O amor do próximo, radicado no amor de Deus, e um dever antes de mais para cada um dos fiéis, mas é-o também para a comunidade eclesial inteira, e isto a todos os seus níveis: desde a comunidade local, passando pela Igreja particular, ate a Igreja universal na sua globalidade. A Igreja também enquanto comunidade deve praticar o amor" (DCE n. 20). A comunidade cristã, no seu conjunto, e portanto sujeito da caridade e esta não e delegável a um grupo de boa vontade, a uma instituição social ou a especialistas na matéria. Assim, a primeira preocupação de cada comunidade devera ser a de sensibilizar, educar e formar todos os seus membros para a vivencia e o testemunho da caridade. Como? Nas indicações que seguem propomos um itinerário de formação e de acção. 3.2. O testemunho do amor fraterno O primeiro testemunho e o do amor paterno dentro da comunidade cristã. Sem um estilo de fraternidade, de proximidade, de cuidado das relações entre as pessoas, os grupos e os movimentos, a comunidade não irradia o Evangelho da caridade, não realizara a sua missão. Jesus afirma que reconhecerão os seus discípulos pelo amor recíproco. E preciso que as nossas comunidades dêem exemplo de relações pessoais sinceras, acolhedoras, pacientes, reconciliadoras. Só assim se tornarão testemunho e profecia da caridade. Sem o cuidado das relações fraternas, a comunidade assemelha-se a uma pequena ou media empresa que funciona mais ou menos, onde as prestações e os balanços contam mais do que as relações. Ora a Igreja não nasceu como uma empresa, mas sim como uma família, onde o que conta e a atenção as pessoas e a relação fraterna. 3.3. O testemunho de proximidade aos mais vulneráveis e aos mais pobres A dedicação e o apoio a pessoa do irmão necessitado são um aspecto irrenunciável da caridade, particularmente para com os mais vulneráveis e os mais pobres, os que são abandonados ate ao li-

mite da resistência porque não conseguem fazer-se ouvir. "O amor preferencial pelos pobres e uma dimensão necessária do ser cristão e do serviço do Evangelho"(EE n. 86). Trata-se, antes de mais, de abrir os olhos e o coração para tomar consciência das pessoas que vivem uma situação de necessidade; para aprender a reconhecer as pobrezas com que muitas vezes se convive na maior indiferencia; para identificar e partilhar as diversas situações de fragilidade. Penso em concreto nos doentes, nos idosos, nos sós, nos portadores de deficiência e seus familiares, nas vítimas da crise económica, nos sem abrigo, nos migrantes, nos ciganos, nas situações de violência doméstica e de dependência da droga ou do álcool. Torna-se pois necessário que cada comunidade trace um quadro o mais completo possível das diversas formas de pobreza e de fragilidade que existem no seu meio e verifique as possibilidades, os meios e os modos de actuação. 3.4. A caridade no itinerário da iniciação crista Ser iniciado a fé implica necessariamente ser iniciado ao amor fraterno. Então à que fazer da caridade uma componente indispensável da catequese, de modo a

proporcionar as crianças e aos adolescentes a aprendizagem da capacidade de doação, de partilha e de serviço. Esta aprendizagem deveria tornar-se prática habitual para os crismados através de experiencias concretas -bem preparadas, acompanhadas e orientadas, de visita e ate de serviço a instituições que cuidam dos mais vulneráveis. 3.5. A Eucaristia, Sacramento da Caridade Outro momento de iniciação a caridade e fonte permanente do seu dinamismo e a celebração da Eucaristia. Nela "Jesus faz de nos testemunhas da compaixão de Deus por cada irmão e irmã; nasce assim, a volta do mistério eucarístico, o serviço da caridade para com o próximo, que consiste precisamente no facto de eu amar, em Deus e com Deus, a pessoa que não me agrada ou nem sequer conheço. (...) Então aprendo a ver aquela pessoa já não somente com os meus olhos e sentimentos, mas segundo a perspectiva de Jesus Cristo. Desta forma, nas pessoas que contacto reconheço irmãos e irmãs, pelos quais o Senhor deu a sua vida amando-os 'ate ao fim' (Jo 13, 1)" (SC n. 88). O próprio gesto da paz, na celebração, convida-nos a "fazer-nos próximo" da pes-

soa que esta a nosso lado; não porque a escolhemos nós, mas porque Deus a chamou e a pôs aí. A recolha das ofertas também promove a atenção e a solidariedade para com as necessidades dos irmãos. Recomendo aos sacerdotes que, na celebração da Santa Missa, usem mais frequentemente a Oração Eucarística V/D, do Missal Romano, intitulada "Jesus passou fazendo o bem". 3.6. A cooperação missionaria Uma forma importante de caridade fraterna e a cooperação missionaria entre as Igrejas, com particular atenção as Igrejas do chamado Terceiro Mundo. O intercâmbio dos dons da fé e dos valores culturais e a comunhão dos bens económicos oferecem um campo imenso de pratica da caridade em ordem a promoção humana e crista. A nossa Diocese esta envolvida numa geminação com a diocese do Sumbe em Angola. Temos a trabalhar na missão do Gungo uma equipa constituída por um padre e alguns leigos voluntários. Faço um apelo para que esta realidade seja dada a conhecer em cada uma das nossas comunidades, de tal modo que se torne interpeladora e suscitadora de vocações missionarias entre os

jovens e menos jovens, em forma de voluntariado, e que cada comunidade se sinta co-responsável neste projecto. 3.7. Serviços diocesanos de apoio à pastoral socio-caritativa A Diocese tem vários serviços centrais organizados para promover e apoiar a pratica da caridade, em todas as suas formas e em todas as comunidades, sob a coordenação do Departamento da Pastoral Social, a saber: a Caritas Diocesana, a Comissão Diocesana Justiça e Paz, o Serviço de Pastoral da Saúde e o Serviço de Apoio Pastoral a Mobilidade Humana. A Caritas e a expressão da actividade socio-caritativa organizada da nossa Igreja diocesana. E, pois, um organismo pastoral para ajudar toda a comunidade diocesana a tornar-se comunidade de caridade, respondendo as necessidades imediatas das situações de pobreza. Para alcançar este objectivo compete-lhe também promover acções de sensibilização e coordenar e apoiar as iniciativas dos vários grupos socio-caritativos que actuam neste âmbito. E oportuno que, sob a orientação do Departamento da Pastoral Social, se avalie e repense o serviço socio-caritativo a nível diocesano em ordem a uma actividade mais coordenada e criativa. Neste sentido, apelo a reflexão conjunta e a procura de caminhos de cooperação que envolva as instituições de solidariedade social, as misericórdias, as conferencias vicentinas, as confrarias e outras, que reforce a identidade e motivação crista dos seus serviços, possibilite economia de meios e pessoas e leve a servir mais e melhor as pessoas carenciadas. Por motivos de editoriais, a carta está dividida em quatro publicações deste Jornal, a última será já na próxima edição, Dezembro. Continua na próxima edição. pub


NOVEMBRO

LUZ DA SERRA

-- Sociedade - Destaque --

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Bocas de Incêndio que “queimam” Os obstáculos e deficiências na manutenção das vias de comunicação e de recursos para a sociedade afectam-nos a todos. Setembro e as facturas nada ou pouco reduziam. Mas, voltemos às bocas-deincêndio que correm noite, e dia litros e litros do precioso líquido que se perde nas bermas da estrada ou até que estraga as próprias estradas ensopadas há tanto tempo. É um escândalo! Fruto da falta de zelo e cuidado, que tem de parar. Neste país que somos, é preciso que as coisas públicas deixem de andar à toa. As exigências em relação aos cidadãos são grandes, mas as instituições agem assim... Porque o que é público não é de ninguém, mas é de todos. Aqui fica o meu protesto. E o que dizer das falhas constantes de luz que pagamos a preço do ouro? E o que dizer ainda dos buracos colectores das águas pluviais, que vemos à beira das estradas, sem qualquer tipo de protecção, que quase podem engolir um carro, porque rodas já destruíram muitas? E o que

Decorreu no passado dia 19 de Outubro a sessão de júri dos finalistas 9º ano. Esta turma, composta por 6 elementos naturais da freguesia, inscreveram-se inicialmente no 6º ano e continuaram os seus processos, obtendo com sucesso o 9º ano de escolaridade. Este foi um processo desenvolvido pela Escola Profissional de Leiria em colaboração com a ForSerra. Mais informações no site da freguesia em: www.santacatarinadaserra.com

Passou o circo na nossa freguesia

Miguel Marques

É verdade! Na nossa terra, e por todo o lado, há bocas-deincêndio que “queimam” porque são milhares de litros de água por dia que desaparecem. Aqui, bem perto, na Pinheiria, há uma que já faz anos, deixa escapar milhares de litros por semana. Contactada a "companhia" foi dito que não nos preocupassemos, pois há dezenas delas pelo distrito além que estão assim... A água, um bem essencial tão precioso hoje e que é desperdiçado desta maneira. E nós, que pagamos facturas tão altas pela água que consumimos nos nossos lares, nem nos podemos dar ao luxo de regar os jardins. Aliás, os recibos trazem tantas e tão variadas contas que ninguém entende nada e mesmo quando o consumo é pouco, as parcelas somam umas atrás das outras. "As contas deles não se entendem..." dizia-me um vizinho que teve consumo zero até

Mais 6 finalistas RVCC 9º ano

Foi no penúltimo fim-de-semana de Outubro que o circo esteve presente em Santa Catarina da Serra. Montado em frente ao Centro de Saúde, com o apoio da Ass. de Bombeiros, foi possível dar um toque diferente às noites de todos aqueles que por ali passaram. A animação foi em grande, com ilusionismo, fakir e palhaços, com especial destaque para um pequeno palhaço de apenas 3 anos. A interacção com o público foi bastante significativa, o que ajudou a que durante todo o decorrer do evento, o público mostrasse entusiasmo e fortes gargalhadas de quem estava a gostar do que via. A deficiente manutenção pública em alguns locais é bastante evidente. Com a chegada do Inverno, piora. dizer também da falta de limpeza das bermas das estradas que juntam folhas secas e lixo que depressa entopem os aquedutos? Se há

um pequeno descuido já estamos a tropeçar nas coisas que pagamos e que nos "maltratam”.

Vaga de Assaltos assola freguesia Cada vez mais são as notícias e relatos de assaltos na freguesia, numa altura de crise. Outro facto é que a polícia parece não conhecer esta freguesia. São cada vez mais frequentes as notícias de assaltos a habitações na freguesia de Santa Catarina da Serra. Nas últimas semanas, as habitações, estabelecimentos comerciais e empresas na Quinta da Sardinha, Pedrome e Cova Alta foram alvo de mão alheia. Ouro e dinheiro parecem ser o apetecível para quem dá o golpe às habitações de famílias que tiram do trabalho o rendimento para colocar pão na mesa. Houve também relatos de carros suspeitos estacionados durante, dias a fio, houve até quem chamasse a polícia. Houve até quem chamasse um táxi com receio de sair de casa para levar o filho à escola, com medo que a casa fosse assaltada. A desagradável surpresa de chegar a casa e ver tudo do

Ficha Técnica Jornal Luz da Serra Nº434 - Novembro de 2010 Ano XXXVI ERC 108932 - Depósito Legal Nº 1679/83

avesso, é cada vez mais uma realidade na freguesia. Talvez culpa da crise, por falta de trabalho, ou por ser uma forma fácil de arranjar dinheiro, os assaltos vão continuando sem que nos possamos defender convenientemente, pois a polícia parece não conhecer esta freguesia. O jornal LUZ DA SERRA procurou saber como está o assunto, lançado há uns anos pela extinta revista “Voz da Serra”, do Posto de G.N.R. para o Sul do concelho de Leiria e se, devido à crise, este projecto não está na gaveta. Contactamos a Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, e segundo Joaquim Pinheiro, o contacto foi estabelecido no início deste ano com a Câmara Municipal de Leiria, que até ao momento

ainda não se pronunciou. Como proposta para local, do posto da G.N.R., indicam a zona dos Cardosos, por ser centralizadora para as quatro Freguesias, semelhante ao projecto da Ass. de Bombeiros com o Quartel. “Temos transmitido às autoridades aquilo que sabemos, temos informação de que estão atentos e a ajustar os recursos. A G.N.R. vai realizar uma sessão de esclarecimento aqui em Santa Catarina da Serra no próximo dia 16/12, às 21H00. A população deve comparecer, hoje mais do que nunca, temos que estar informados. Não quero ser alarmista, mas é preciso reforçar os cuidados. É preciso tomar medidas, não isoladamente, mas em conjunto e o movimento associativo pode ter aqui um papel importante”

são as palavras do Presidente de Junta. Contactada a Câmara Municipal de Leiria, esta informa que não obstantes as múltiplas dificuldades da conjuntura ditadas pela crise económica e financeira internacional e nacional, com reflexo inevitável na situação do Município de Leiria, decorrem negociações com o MAI (Ministério da Administração Interna) tendo em vista a instalação de um posto da GNR na Zona Sul do Concelho. É um processo complexo, ainda em aberto, pois extravasa o âmbito das atribuições do Município. Contactamos também o Ministério de Administração Interna sobre o assunto, mas, lamentavelmente, até ao fecho da edição, a redacção não recebeu qualquer tipo de resposta ao assunto.

Curso de Voluntariado no Santuário de Fátima Estão abertas as inscrições para participação no próximo Curso de Voluntariado para prestação de serviço nos Postos de Informações do Santuário de Fátima. A formação decorrerá a 15 e 16 de Janeiro de 2011 e as inscrições estão abertas a pessoas a partir dos 18 anos de idade, num limite máximo de 50 participantes, por ordem de inscrição. Não se aceitam inscrições de quem já faz voluntariado em outros sectores do Santuário de Fátima, isto, para que outros tenham oportunidade de realizar o desejo de trabalhar ao serviço dos peregrinos e de Nossa Senhora, no Santuário de Fátima. Para outras informações e para inscrição é favor contactar a secção Informações do Santuário de Fátima: info@fatima.pt. Voluntariado no Posto de Informações do Santuário de Fátima/Documentação a apresentar e outras informações úteis: h p://www.fatima.pt

Centro Social promove formação O Centro Social e Paroquial de Santa Catarina da Serra está a promover uma formação de Higiene e Segurança Alimentar a realizar, no início do próximo ano. Será, em horário pós-laboral e podem-se inscrever todos os formandos que tenham entre o 4º e o 9º ano de escolaridade. Para mais informações contactar o Centro Social e Paroquial de Santa Catarina da Serra.

Colheita de Sangue produz resultados A colheita de sangue realizada na Chainça no passado dia 10 de Outubro de 2010, registou a afluência de 96 pessoas inscritas, das quais produziram 62 colheitas de sangue.

www.santacatarinadaserra.com Propriedade Fábrica da Igreja Paroquial de Santa Catarina da Serra - Administração e Edição ForSerra - Associação de Desenvolvimento e Gestão Património de Santa Catarina da Serra - forserra@santacatarinadaserra.com - www.forserra.com - Fundador Pe. Joaquim Carreira Faria - Director Pe. Mário Almeida Verdasca - Contacto: (00351) 244 741 197 - Redacção e Composição Miguel Marques - Colaboradores Virgílio Gordo, Vasco Silva, Marco Santos, Pe. Serafim Marques, Prof. António Oliveira, Isaque Pereira (ass. clínica geral), Liliana Vieira (Psicóloga), Prof. Lurdes Marques - Contactos Telefone (00351) 244 744 616 | Fax (00351 ) 244 741 534 Correio electrónico luzdaserra@santacatarinadaserra.com - Impressão Coraze - Oliveira de Azemeis - Tiragem 2500 Exemplares - Periocidade Mensal - Preço de assinatura: 10 Euros - Continente e Ilhas | 15 Euros Europa | 20 Euros - Resto do Mundo Pagamento de Assinaturas: ForSerra (edificio da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra) NIB: 5180.0010.00000921394.45 | IBAN: PT50 5180 0010 0000 0921 3944 5 BIC/SWIFT CODE: CDCTPTP2 Banco: Caixa de Crédito Agricola Mútuo de Leiria


LUZ DA SERRA

Correio do Leitor

Muito amiga M. C. Primitivo.

Envie-nos as suas opiniões e reclamações: luzdaserra@santacatarinadaserra.com

Raízes

Tr3vo 3 No seguimento do último Trevo3 e aproximando-se a passos largos do 5º Festival Gastronómico do Chícharo da Serra, achei demasiado oportuno revelar a minha modesta opinião sobre aquilo que os meus olhos têm visto desde o inicio deste evento. Quem está certamente empenhado e quem está de olhos bem abertos, repara que o corre corre entre os corredores de betão, compostos por cores vermelhas e laranjas mostrando sempre um sorriso largo e cansativo no rosto têm sido sempre (ou quase sempre) dos mesmos. Uns trabalham, outros mostram a festa. Obviamente que isto não deve ser encarado com a mesma frontalidade para todos, mas para quem é, como diz o velho ditado “ a carapuça serve a quem quiser”. A esses, que ao fim de 5 dias, e já com meses de preparação que antecedem o evento, os meus parabéns. Mas verdade é que me questiono sobre o verdadeiro retorno deste evento que felizmente cresce a passadas largas. Afinal que crescimento é que vemos na nossa freguesia que mostre

todo o empenho na construção de algo melhor, não para cada um, mas para todos nós? - Campo de futebol e associação no Vale Sumo? - Festas de comemoração da Loureira? -Melhoramento das condições desportivas? Tantas entidades únicas e individuais, mas será mesmo esta a filosofia do evento? Cada um por si só? Trabalham durante 5 dias num evento da freguesia e nos restantes 360 dias são apenas cidadãos de um exclusivo lugar? É triste que cada associação representada neste Festival esteja apenas a crescer em si própria e não em prol de um crescimento colectivo. Já que a nossa população gosta tanto de colocar os olhos na TVinfluência e seguir alguns exemplos como pernoitar agradavelmente no Centro de Saúde, entre muitas outras, porque é que também as associações neste festival e em próximos não se unem para o crescimento estrutural e cultural de Santa Catarina da Serra? Leitor identificado

Uma vez mais Eu e a minha Mãe visitamos Portugal, nossa Terra natal, abençoada por Deus. Participamos das Bodas de Prata dos primos Léonel e São, Bodas de Ouro dos Tios Firmino e Dulcina, do nascimento do priminho Guilherme, filhinho de Ana Rita e Fernando, do aniversario do Padre Mario, quando se comemorou 25 anos de ordenaçao, na Igreja do Vale Sumo. As palavras ditas pelo Padre Mario nessas ocasioes especiais tocaram-nos profundamente o coraçao. Sua voz ao cantar bonitas cançoes parece um instrumento afinadissimo de cor-

das. A Igreja de Santa Catarina, onde meus Pais se casaram, e eu fui batizada è linda e muito bem cuidada. O Lar onde esta a Emilia Silva é muito bem dirigido. Nós amamos Portugal, onde está parte de nossa familia, que em outras épocas se espalhou por outros Paises : Brasil, França, Luxembourg. Agradecemos a todos os que nos receberam e nos propocionaram os grandes sonhos há muito idealizados. Obrigado mais uma vez. Maria Vitalina Lopes de Oliveira Santos - Sao Paulo Brasil

Clube de Automóveis Antigos promovem encontros entre sócios

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Bons destinos e excelentes companhias, são ingredientes que não faltam nos encontros deste clube da freguesia de Santa Catarina da Serra dedicado às paixões dos automóveis antigos. O Clube de Automóveis Antigos promoveu nos últimos meses passeios e eventos com sócios e amigos do clube. Um dos passeios teve como destino a Quinta da Cortiçada. Em altura de vindimas, puderam vindimar e perce-

ber como se faz o bom vinho que encontramos nas prateleiras do supermercado. Este encontro foi também aberto a outros clubes de automóveis antigos a nível nacional. Assim, em conjunto, puderam trocar impressões sobre as suas paixões e co-

nhecer os métodos de fabrico e quem faz o bom vinho da Quinta da Cortiçada.

DR

Deus o permitir, falar a todos daquelas realidades para pensarmos menos só em nós. Isso não é mau, mas ser cristão ou simplesmente humano é ir além disso. Não peço nada a ninguém, mas em nome daquelas crianças abandonadas, agradeço a migalhinha que acharem por bem oferecer. Dado em nome do Senhor renderá a cem por cento. Garanto que não fará falta a ninguém ou pelo menos à esmagadora maioria. A mim não é tarefa fácil. Rezem para que tudo corra bem. Vou em nome de todos e por todos vou rezar com aqueles meninos que espero reencontrar. Quem me dera levar comigo quantos manifestaram já esse desejo, mas por agora não temos o mínimo de condições. Espero contribuir para isso. Peço desculpa, e a quem não puder contribuir com nada fico contente e não tenho livro de reclamações. O nosso coração é Deus quem o vê. Vou por volta de 25 de Novembro . Sabem onde moro ou podem mandar por outra pessoa ou irei a casa de quem o pedir. O AMOR não é preguiçoso. Confio em vós. Direi à paróquia o que se fez com a sua participação e quero visitar a escola que a paróquia construiu com a bonita acção juvenil que será abençoada. Não poderei estar lá muito mais de um mês, mas será de entrega total. Poderei não poder voltar lá, mas fica a candeia acesa para irem outros ajudar e com preparação. Aos apoios vindos de empresas comerciais ou industriais será facultado um recibo no valor da oferta. Poderão entrar em contacto comigo pelo número 244 741 342.

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Miguel Marques

Uma informação fraterna Caras filhas e filhos desta amada paróquia. Com uma saudação fraterna, venho dar uma informação com a estima que me vai na alma por todos mesmo os que porventura não Conheço. Todos pertencemos à mesma família em Deus, e cobre-nos o mesmo tecto. Mais uma vez vou visitar aquelas terras de África que todos por cá desconhecemos. Pois quase nem delas se fala. Só o Ghana, por ter um clube de futebol, que alguém ajuda. Por ali todos os rapazinhos sonham com ser jogadores de futebol. Uma bola de trapos é o que têm as crianças e são poucas. Isto para fazer avaliar a miséria destas terras , mas não adianta, porque não pode comparar-se a muitas de quem se fala e que também não têm abundância de nada. Ali não entendem a palavra crise. Sempre se viram assim, mas sabem que a sua sorte é triste. Desejam e têm direito a melhorar um pouco, mas não há interesse nisso, e mais não devo dizer. A fome é a sua realidade profunda que me deixa sem vontade que não seja ajudá-los. Sei que todos olhamos para os euros que estão curtos, mas tendes uma portadora directa que não deixa nem um cêntimo no caminho e em vosso nome vão sorrir a uma refeição, um prato de arroz, uma fatia de pão que muitos não conhecem. Querem ir à escola, mas a fome fá-los a cada instante desmaiar na aula. Ai daquelas crianças e das lágrimas das mães sem pão. E se lhe faltam missionários, daqueles a tempo inteiro que dão a vida por eles? São a sua maior riqueza. O Benin que tanto lembro é o país mais pobre da África e talvez de todo o mundo. Estou disposta um dia se

NOVEMBRO

-- Correio - Associativismo --

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NOVEMBRO

Esquizofrenia

Isaque S. J. Pereira Ass. Grad. Clínica Geral Centro Saúde de Santa Catarina da Serra

É uma patologia não curável, mas podendo ser "controlada" dentro de limites aceitáveis para a convivência social, com medicação apropriada, psicoterapia, ritmo correcto de sono e vigília, evitar situações de stress, manter rotinas, evitar substâncias psico-activas (café em excesso; drogas). Numa crise aguda de esquizofrenia, deverá evitar-se contrariar o doente, para evitar que se torne agressivo, tentando conduzi-lo ao médico especialista ou hospital para evitar grandes perturbações familiares. Uma tendência destes doentes é, quando se sentem "melhores", abandonar a terapêutica o que conduz fatalmente ao agravamento do quadro comportamental. Assim, é muito importante que os familiares monitorizem a toma da medicação.

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Notícias da

“Quando a criança não aprende…” Quando a criança não aprende ao ritmo esperado para a sua idade, é essencial investigar o que se passa e há quanto tempo dura esta condição. Será uma situação esporádica ou já se arrasta desde os primeiros anos escolares? Ao contrário do que muitas vezes pensamos, os problemas ao nível da aprendizagem escolar prendem-se com uma situação efectiva de dificuldades neurológicas e psicológicas. Não se trata de incompetência do aluno, mas antes de Dificuldades de Aprendizagem. Esta desordem manifesta-se por dificuldade em aprender a ler e escrever (dislexia), por dificuldades na escrita (disortografia) ou ainda por dificuldades na aprendizagem da matemática (discalculia). O conceito de Dificuldades de Aprendizagem reúne em seu torno: distúrbios nos processos psicológicos da linguagem falada, da linguagem escrita e da compreensão. A criança apresenta uma disfunção ao nível do sistema nervoso central, um défice ao nível do processamento psicológico e dificuldades em tarefas académicas específicas.

Liliana Vieira Psicóloga

Miguel Marques

2010

É um transtorno psíquico que se caracteriza pelos seguintes sintomas: Alterações do pensamento, alucinações (visuais ou auditivas), delírios e alterações no contacto com a realidade. Estima-se que atinja cerca de 1% da população mundial, manifestando-se, habitualmente, entre os 15 - 25 anos de idade. Algumas pessoas com este distúrbio mental destacamse positivamente nos meios artístico e intelectual. Os sintomas mais comuns na fase aguda da doença, traduzem-se por ideias delirantes, pensamentos irreais (Ex. estar a ser perseguido pela policia secreta ou achar que é responsável pela guerra do Iraque), alucinações (ouvir, ver, cheirar ou sentir algo irreal - exemplo deitar pedras de gelo pelo nariz; ver fantasmas; etc.), impulsos agressivos por desconfiança de que um grupo de pessoas estaria a "conspirar" ou a falar mal de si. Outros sintomas, mais discretos e permanentes, traduzem-se por um deficit de motivação, isolamento social, apatia, indiferença emocional e pobreza do pensamento. Em relação às causas da esquizofrenia, têm surgido várias teorias, o que logo à partida significa não haver certezas. Têm -se apontado causas genéticas, alterações bioquímicas, e a teoria psicanalítica aponta para que, uma ausência de gratificação verbal ou da relação inicial entre a mãe e o bebé conduz igualmente a personalidades "frias" ou "desinteressadas" no estabelecimento de relações. A doença mental é, com frequência, relacionada com o indivíduo que deambula pelas ruas, a falar sozinho ou que tem várias personalidades. Em muitos casos, os esquizofrénicos foram crianças tímidas, introvertidas, com dificuldades de relacionamento e com pouca interacção emocional. Durante a adolescência, o isolamento vai aumentando e o rendimento escolar vai diminuindo. Uma crise psicótica, num indivíduo predisposto para esta perturbação, pode ser desencadeada por vários factores, como por exemplo, mudar de casa, perder um familiar, ruptura de um namoro, etc.

LUZ DA SERRA

-- Espaço Clínico - Associativismo --

O diagnóstico será atribuído após serem descartadas as hipóteses de deficiência intelectual, visual, auditiva ou motora. Sendo ainda averiguada a existência de perturbações emocionais, incompatibilidades culturais

ou sócio-económicas. Muitas destas crianças apresentam uma discrepância entre o seu potencial de aprendizagem e os resultados obtidos. Por exemplo, são crianças consideradas “inteligentes” mas que produzem muitos erros ortográficos ou que não conseguem fazer cálculos matemáticos, sendo esta uma situação que gera espanto a pais e professores. Actualmente, as pessoas estão mais despertas para as Dificuldades de Aprendizagem, o que possibilita a intervenção precoce de uma equipa multidisciplinar de apoio ao caso concreto. Esta intervenção não dispensará: muito trabalho! e persistência por parte da criança. O amor e apoio parental são outros factores de sucesso a não descurar no combate a estas dificuldades. A luta poderá parecer inglória à partida, mas a bom tempo colherá frutos.

Associações juntam-se para Passagem de Ano A exemplo do Festival “O Chícharo da Serra”, as associações da Freguesia de Santa Catarina da Serra unem esforços para realizar passagem de ano colectiva. A união de esforços para a realização de eventos é cada vez mais uma realidade na freguesia de Santa Catarina da Serra. Associações da freguesia unem esforços para realizar a passagem de ano 2010/2011, no Salão Paroquial de Santa Catarina da Serra. A ideia foi apresentada e divulgada em reunião de direcção da ForSerra, no passado mês de Outubro, a todos os associados: Assoc. Cultural e Rec de S. Miguel; Assoc. Cultural e Rec. do Pedrome; Assoc. Cultural e Rec. do Sobral; Assoc. Cultural e Recreativa do Vale Tacão; Assoc. de Caçadores da Serra; Assoc. Des. Social da Loureira; Assoc. Social do

Ulmeiro; Ass. Bombeiros da Serra; CAASCS - Clube Automóveis Antigos; Escola EBI 1, 2, 3 de Santa Catarina da Serra; Agrupamento de Escuteiros - Agrupamento 1211; Grupo Desportivo e Rec. de S. Guilherme; Associação Casa do Povo; Rancho Folclórico de S. Guilherme; União Desportiva da Serra; Centro Social e Paroquial de S. Cat. Serra e ForEscolas – Associação de Pais de Santa Catarina da Serra. Este projecto à semelhança de outros desenvolvidos pelas associações, pretende unir esforços no sentido de proporcionar à comunidade uma passagem de ano conjunta, em vez das tradicionais festas de passagem de ano realizadas individual-

mente. A coordenação e plano de comunicação ficará a cargo da ForSerra, que se encarregará de gerir as inscrições e divulgar o evento. Para isso foi criado um grupo de trabalho com os representantes das associações que aderiram ao projecto que foram: União Desportiva da Serra; Associação Desenvolvimento Social da Loureira; ForSerra – Associação Desenvolvimento e Gestão Património de Santa Catarina da Serra; Ass. dos Amigos dos Bombeiros Voluntários do Secção Sul do Concelho de Leiria; Ass. de S. Miguel Olivais / Vale Sumo; Grupo Desportivo e Recreativo de S. Guilherme; Rancho Folclórico de S. Guilherme

As reuniões de trabalho já começaram com o intuito de planear o evento e a coordenação dos trabalhos inerente a um evento deste tipo. Entre as associações ficou o compromisso de que não haveria mais nenhum evento para a passagem de ano. É de realçar ainda, que as associações que não estão directamente envolvidas, apoiam esta iniciativa e pretendem colaborar na sua divulgação. Os bilhetes e preços serão divulgados a partir do próximo dia 20 de Novembro

Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra GNR - Sessão de Esclarecimento à população A GNR realiza uma sessão de esclarecimento no próximo dia 16 de Dezembro às 21H00 no auditório da freguesia (antiga escola em frente à Igreja). Esta acção de sensibilização é de grande importância especialmente para a população mais idosa. Convida-se a população a participar. Novas ruas com alcatrão na freguesia Dando seguimento a política de reabilitação de ruas após execução do saneamento foi colocado betuminoso nas seguintes ruas: Loureira: Rua da Floresta, Rua de Santo Amaro e Travessa da Padaria. Ulmeiro: Rua do Vale e Rua do Lavadouro Público Sobral: Rua da Fonte Questionário Empresarial A Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra está a realizar um questionário a empresas e empresários da freguesia. É preciso construir uma base de dados que nos mostre o tecido empresarial instalado e nos dê indicadores sobre potenciais interessados caso sejam criadas outras condições. Por outro lado é de grande importância a proximidade e agilidade de contacto entre autarquia e os agentes económicos para abordagem ágil de ocorrências ou situações de interesse comum. Neste contexto solicita-se o contributo de todas as empresas e empresários preenchendo com a brevidade possível o questionário (muito simples) que está disponível no portal da freguesia em w w w. s a n t a c a t a r i n a d a serra.com, na secretaria da Junta de Freguesia e na sede das associações da freguesia. A freguesia agradece!


LUZ DA SERRA

UNIÃO DA SERRA, 1 BOAVISTA F. C., 2 AO INTERVALO 1 - 1

União da Serra defrontou antigo vencedor

Nélson Fernandes; Lagoa, (Testas, 60’), (Parracho, (cap.). Juvenal e Beto, (Zim, 79’), Miguel Pinheiro, Nelson Brites, João Magalhães, Pedro Santos, e Bruno Matias; Tamandaré. TREINADOR: Frederico Rasteiro

TREINADOR: Rui Ferreira ARBITRO: João Roque, de Portalegre Auxiliares: Vitor Silva e Paulo Paiva GOLOS: 0-1 Bebé (30’); Tamandaré (43’) e Emerson (52’). Disciplina Cartão amarelo a Juvenal (47’); Rui Dolores (68’); Tamandaré (72’); Emerson (72’).

Jogo com duas partes bem distintas. Na primeira prevaleceu o bom futebol, onde o equilíbrio foi a nota dominante. Marcou primeiro o Boavista, após excelente trabalho do experiente Rui Dolores, que centrando da esquerda, encontrou ao segundo poste o seu companheiro Bebé solto a rematar para a nossa baliza. Isto aos trinta minutos. Respondeu a nossa equipa apenas a dois minutos do intervalo. Na sequência de um pontapé de canto apontado por Bruno Matias, Taman-

daré foi mais lesto na confusão criada na área boavisteira, tendo empatado a partida. Na segunda parte, menos futebol, mais vento e não só, com o categorizado adversário a chegar ao golo da vitória numa desconcentração colectiva da equipa comandada por Frederico Rasteiro, tendo Bebé e Emerson feito o resto. Na parte final, assistiu-se a algum proteccionismo da equipa de arbitragem vinda de Portalegre, para com a equipa do Norte do país.

Para acreditar…! Vinte e três de Outubro de dois mil e dez. Pode esta data não ter significado para os sócios/adeptos ou para os leitores, mas já significa muito para a U.D. Serra, que ainda há dias festejou o trigésimo quarto aniversário e já registou mais um marco na sua história. Falo da vitória da equipa de Juvenis sobre o Monte Real por… 19 – 0, sim 19! È a maior vitória oficial, que se tenha registo, de uma equipa da União Desportiva da Serra. Bom trabalho! Vitória é também a constante presença de jogadores júniores a treinar com o plantel sénior, que desde o início da época foi objectivo de todos. È o resultado do esforço dos atletas que merecem esta recompença pelo seu trabalho, assim como do acompanhamento activo dos seus treinadores, treinador da equipa sénior e da comissão administrativa.

Desportivamente Falando por: Virgílio Gordo Vários seriam os assuntos desportivos que queria e deveria destacar este mês. Até porque, quase só o futebol sénior da União da Serra, tem sido destaque neste espaço. Existem na freguesia outros desportistas de várias modalidades a merecerem um destaque. Sobretudo por motivos profissionais e da grande dedicação aos Bombeiros nos últimos dois messes e até ao próximo dia 19 de Dezembro, que a disponibilidade

para aqui trazer o que gostaria e desejaria, só no próximo mês me será possível trazer. Outro factor determinante. O jogo com o Boavista Futebol Clube. Sim, o tal que ainda há relativamente pouco tempo era conhecido como “Boavistão”, que jogava ao mais alto nível, quer internamente quer na Europa. Campeão nacional em 2000 / 2001, vencedor de duas ou três Taças de Portugal, se a memória de momento me não falha.

Não foi nem de perto nem de longe o jogo mais importante da Serra, pois esses jogos foram todos aqueles em que o clube conquistou títulos e grande prestígio, mas foi sem dúvida o jogo em que encontrou o adversário de maior nomeada.

Tradição ainda resiste Foto Antunes

Vitor Golas; Fabinho, (Ribeiro, 90+3’), Diogo Leite, Hélio e Mário Loja; Emerson, Paulo Gomes, (Leo Bonfim, 63’) e Rui Lopes; Bebé, Paulo Corpos, (cap.), (Diogo Teixeira, 45’) e Rui Dolores.

2010

Premiando o desempenho desportivo e o sucesso escolar, o Clube tomou a iniciativa de oferecer ao Futebol de Formação a oportunidade de dois atletas acompanharem a equipa sénior sempre que esta se desloque ao campo do adversário. Pertenceu ao André Crespo (juvenis) e ao Luis Gameiro (iniciados) a primeira viagem que teve como destino Esmoriz. Os meus Parabéns! Deixo para último os resultados dos jogos do futebol de formação, que merecem muito mais pessoas no estádio do que as que têm estado presentes. Desmotivante… quando maioritária dos presentes são adversários! JUNIORES UD Serra 2 – 1 Guiense Carnide 0 – 8 UD Serra UD Serra ocupa o 2º lugar com 6 pts menos 3 que o GD Santo Amaro, este com mais um jogo.

É verdade que a tradição já não é o que era, mas ainda existe sempre a excepção. Em vários lugares da freguesia, o bolinho é motivo de convívio entre vizinhos Apesar da tão badalada crise que estamos a passar, ainda existem tradições que mantêm a sua raiz. É o caso do dia 1 de Novembro, dia de todos os Santos. Já com algumas diferenças, as crianças lá vão de porta em porta pedindo o bolinho para cumprirem a tradição. Isto acontece um pouco por toda a freguesia. O que é raro ver, é o que acontece no Ulmeiro e Magueigia, em que a população de cada lugar se reune em dois grupos. Os solteiros e os casados. E é neste dia, que todos abrem as portas de sua

Miguel Marques

Campeonato Nacional da 2ª Divisão Nacional – Zona Centro 7ª Jornada

NOVEMBRO

-- Desporto - Destaque --

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Miúdos e graúdos partilham o bolinho com os vizinhos e amigos, conforme manda a tradição. casa sem medo de mostrar o seu canto, oferecendo o que podem, desde doces ou até a um simples café. Com o di-

nheiro recolhido é feita uma festa no ano seguinte.

De onde vem o bolinho? Marco Santos Téc. de Desporto

JUVENIS Caranguejeira 2 – 2 UD Serra UD Serra 19 – 0 GD Monte Real UD Serra ocupa o 2º lugar com 4 pts Taça Distrital 1ª Eliminatória: UD Serra 9 – 0 GD Monte Real INICIADOS UD Serra 0 – 1 SL Marinha ‘B’ UD Batalha 2 – 1 UD Serra UD Serra ocupa o 5º lugar com 0 pts Taça Distrital – 1ª Eliminatória: UD Serra 5 – 1 Chão Couce INFANTIS

Como e onde nasceu a tradição? Não há certezas. A explicação saída do quadro de dificuldades vivido em Lisboa pós-terramoto ganha terreno, com múltiplas referências em vários textos sobre o assunto. Mas está longe de ser consensual. O sociólogo batalhense Moisés Espírito Santo afasta esta possibilidade. Aponta antes para o facto de se tratar de um costume rural, ligado às colheitas. Afinal, os frutos secos aparecem nesta altura e este é um ritual de solidariedade festivo, muito ligado ao pagamento de serviços gratuitos prestados no mundo rural, afastando qualquer conotação com a mendicidade. O “pagamento” fazia-se com frutos secos: castanhas, romãs e amêndoas, entre outros. Já o etnógrafo batalhense, José

Travassos Santos sublinha que, embora sem certezas, esta parece ser uma festa especialmente vivida na Estremadura. Actualmente é, entende, um convívio muito cristão que se tem mantido. E defende o papel da merendeira, conhecida como bolinho, bem característica da gastronomia da nossa região. Para além de envolvi-

mento das crianças, deixa a nota para uma outra componente desta festa que, pelo menos nalgumas zonas da Batalha, persiste: à tarde, as pessoas têm as portas abertas para receber os vizinhos que são obsequiados com uma mesa recheada de bolos, doces e outras iguarias. pub


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Suplemento

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Este suplemento faz parte integrante da edição 434 do Jornal “LUZ DA SERRA” de 12 de Novembro de 2010 e não pode ser vendido separadamente

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Por estes dias a Freguesia de Santa Catarina da Serra prepara-se para receber milhares de visitantes para o evento de maior relevo associativo. De 25 a 29 de Novembro a Freguesia tem à mesa o Chícharo à moda da Serra.


25 a 29 de Novembro em Santa Catarina da Serra

Suplemento Especial 5º Festival Cultural e Gastronómico “O Chícharo da Serra”

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Prof. Doutor José Humberto Paiva de Carvalho O Governador Civil do Distrito de Leiria

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Falar de Santa Catarina da Serra é de falar de gente boa, honrada, trabalhadora e tenaz, capaz de colher sustento das agruras do terreno serrano e empreendedora o quanto baste para não deixar cair no esquecimento as artes e ofícios tradicionais da região, bem como a sua peculiar gastronomia. É uma freguesia de gente bairrista, muito ligada ao associativismo (charneira do trabalho em prol da comunidade) e consciente da suas raízes e identidade culturais. Não é, pois, com espanto que nos deparamos com a, já, 5ª edição do Festival Cultural e Gastronómico “O Chícharo da Serra” em ano que a freguesia comemora o seu 461º aniversário. O sucesso e reconhecimento alcançados por tal evento desde a sua primeira edição, em 2006, são bem o mote e o cartão-de-visita de que hoje a freguesia de Santa Catarina da Serra se orgulha de apresentar a quem por esta altura, 25 a 29 de Novembro, não resista à salutar tentação de provar o Chícharo e conviver com a população local em total espírito de partilha e harmonia de gostos, sabores e tradições. Este espírito, tradicional e bairrista, está bem patente na diversificação das actividades e animações que acompanham cada edição do festival. Se a homenageada leguminosa foi em tempos tida como marca de pobreza e rudeza, hoje é rainha, neste caso “Rei” à mesa do festival que lhe adopta e prestigia o nome num cenário natural de eleição de onde se avistam a Igreja Matriz, a Torre da Basílica de Fátima, o Castelo de Ourém e a Serra de Aire como que num altivo miradouro turístico. Raul Castro Presidente da Câmara Municipal de Leiria

Fruto da influência de diversos povos que habitaram a região de Leiria, portadores de culturas distintas, a nossa região soube aliar com mestria este multiculturalismo à arte de bem cozinhar e degustar os alimentos, que se traduziu numa invejável riqueza e variedade de ementas. Aproxima-se mais uma edição do Festival Cultural e Gastronómico “O Chícharo da Serra”, iniciativa marcante do calendário de eventos do concelho, cuja importância e impacto extravasa as nossas fronteiras geográficas. Este evento, que resulta de uma vontade agregadora das instituições da freguesia de Santa Catarina da Serra, será um local onde conviverão os paladares, o artesanato, a animação e a exposição dos produtos e serviços da região. A gastronomia é, hoje em dia, perspectivada como um produto de turismo cultural, que gera atractividade turística junto de nichos de mercado, que procuram o que é genuíno e tradicional nas localidades, contribuindo para o desenvolvimento da economia local. Estas acções das freguesias, que retratam as suas idiossincrasias contribuem para o fortalecimento e promoção da nossa identidade cultural, potenciando os valores de partilha e pertença. Felicito os responsáveis deste Festival, pelo seu empenho e dedicação e faço votos para que constitua um verdadeiro êxito.

Sabe o que é o chícharo? O Chícharo, do latim Cicer, é uma planta leguminosa anual, cujas raízes se adaptam perfeitamente a terrenos calcários e pobres da serra, não sendo necessários grandes cuidados com o amanho da terra. Embora a sua origem seja discutível, pode considerar-se como seguro o seu primeiro aparecimento no Mediterrâneo Oriental: Grécia, Turquia e Síria, de onde se expandiu, com relativa rapidez, para os diversos países dos cinco continentes. Tendo entrado em Portugal pelo Sul, foi trazido para as Beiras pelas populações nos seus movimentos sazonais. O Chícharo foi sempre sinónimo de pobreza e rudeza, considerado a "carne dos pobres". Teve um papel importante na alimentação, nomeadamente nos anos 30 e 40, sobretudo no Sul do país e Beiras. Era no chícharo que as populações pobres baseavam as suas refeições. Os mais ricos alimentavam com estas leguminosas os bovinos e caprinos. Relativamente rica em lípidos, hidratos de carbono, fósforo e potássio, esta leguminosa, quando generalizada a toda a população, começou a ser

acompanhada de carne e peixe. Hoje, o chícharo não é amado pelos mais jovens, mas aparece como valorização de um produto tradicional, nomeadamente na estação fria, em prestigiados restaurantes ou

Como se cozinha o chícharo à moda da Serra Ingredientes:

Chícharos Cinza (de madeira de oliveira) Salsa Cebola Azeite Sal

nos diversos festivais de gastronomia. Em Santa Catarina da Serra, como em toda a região situada no maciço calcário da Serra de Aire, o chícharo era tradicionalmente confeccionado com pão de milho a servir de

base, bem oleado com azeite da região, acompanhado de bacalhau assado e cebola crua. Hoje, generalizado o seu consumo, aparece acompanhado também de morcela assada, entrecosto e fêveras.

Confecção: No dia anterior prepare um recipiente com os chícharos, colocando um pano ou saca de pano com as cinzas sobre eles, enchendo-o na totalidade com água, para ser feita a chamada “barrela aos chícharos”.Depois de demolhados deverão ser limpos com nova água e postos a ferver. Quando cozidos, podem lavar-se novamente para tirar o sabor a cinza. O último passo é coloca-los em água e sal até levantar fervura. Sirva-os numa travessa sobre sopas de broa, guarnecidos com cebola e salsa picados e regados com um fio de azeite. Para acompanhar deverá servir com bacalhau assado.

Ficha Técnica - Director: P. Mário de Almeida Verdasca - Paginação e Fotos: Miguel Marques - Impressão: Coraze - Oliveira de Azemeis - Tiragem: 2500 Exemplares - ERC 108932 - Dep. Legal Nº1679/83


Suplemento Especial 5º Festival Cultural e Gastronómico “O Chícharo da Serra”

25 a 29 de Novembro em Santa Catarina da Serra pag

Quando uma freguesia se une para bem receber Localizada a sul do concelho de Leiria, a Freguesia de Santa Catarina da Serra tem uma população de cerca de 5000 habitantes. A História conta que a freguesia de Santa Catarina da Serra foi criada em 1549 pelo primeiro bispo de Leiria, D. Frei Brás de Barros, tendo sido desanexada da freguesia de S. Pedro de Leiria. É composta por várias povoações de dimensão variável. O seu desenvolvimento tem progredido e enriquecido nas últimas décadas devido á sua localização geográfica e às pessoas empreendedoras que nela habitam. Foi elevada a vila a 12 de Julho de 2001. Desde de 2006, a primeira edição do Festival Cultural e Gastronómico, que o “bem receber” das gentes de Santa Catarina da Serra se tem evidenciado. A necessidade deste evento foi sentida pela população de Santa Catarina da Serra em assinalar, oficialmente, o dia da freguesia, valorizando e

promovendo os seus valores culturais, costumes, tradições e o que há de mais genuíno nesta região. Anualmente, como em todas as terras e freguesias por esse Portugal fora, fazem-se festas e romarias que fazem já parte da nossa cultura e tradições. Em Santa Catarina da Serra soubemos dar um toque diferente, unindo-nos e fazendo um evento comum a todos - O Festival “O Chícharo da Serra” coincide obrigatoriamente com o dia da Padroeira,

O que visitar Exposição empresarial e de Artesanato A organização faz do Artesanato uma referência obrigatória no Festival "Chícharo da Serra". Este espaço está destinado á exposição de produtos e serviços das empresas da região. Poderá ver também o que de melhor fazem os nossos artesãos com uma vasta exposição de artesanato que vai desde o vidro, mantas de retalhos aos cestos de vime. O sector de Artesanato do Chícharo da Serra, desde a primeira hora que se assumiu como uma das valências que mais contribuiu para o prestigio que o certame alcançou a nível regional, tornou-se uma referência obrigatória no calendário das principais feiras para muitos artesãos. Exposição de Automóveis Antigos

Numa colaboração com este evento, o Clube de Automóveis Antigos de Santa Catarina da Serra junta-se ao evento com uma exposição de carros antigos. Entre modelos que marcaram gerações podem-se ver carros topo de gama de valores incalculáveis. Tenda da Animação Este é um espaço que contará com a principal animação do evento. Nesta tenda estarão três bares e um palco onde actuarão grupos musicais, dj's, rancho folclórico e músicos conhecidos no panorama musical. Tenda Gastronómica Este é o espaço de excelência do evento. É neste espaço, de 700 m2 onde estarão disponíveis sete tasquinhas de associações para o servir.

Santa Catarina. O dia 25 de Novembro estará sempre no calendário do Festival. Este é o dia oficial da freguesia de Santa Catarina da Serra, que é comemorado com a recepção de entidades oficiais no auditório da Freguesia e seguido de missa solene à padroeira. A importância deste evento é de tal forma importante que a população tira férias para trabalhar com gosto e “veste a camisola” em prol da comunidade.

A matriz forte deste evento, o associativismo, tem uma importância tão grande que para os populares além do facto de, o evento permitir às suas associações a sua participação, o festival tem primado pela excelente capacidade organizativa e também, porque as associações encontram um mootivo para reforçar o empenho e envolvimento dos seus associados. O “Chícharo da Serra”, reflecte assim, o trabalho desenvolvido por todas as associações e instituições da Freguesia de Santa Catarina da Serra que, desde a primeira edição, para além da forte componente gastronómica, sempre tiveram subjacente a recriação da história e das tradições locais. Desta forma, o festival gastronómico veio gerar dias de convívio e bairrismo para a população e mostrou o associativismo no seu melhor e, acima de tudo, ajuda a elevar e levar longe o nome da freguesia.

O que provar Os Doces de Chícharo No evento tem desde 2006 os doces característicos, não fossem eles também feitos com Chícharo. O Pastel e tarte de chícharo são um exclusivo deste evento, e que não se encontra em qualquer montra de pastelaria. O sabor característico do chícharo está também presente na doçaria servida no evento.

Gastronomia Regional O prato principal e que dá mote ao evento é o chícharo com bacalhau. Além deste prato, servido em todas as tasquinhas poderá também saborear o chícharo com javali, coelho, lebre entre outros pratos tradicionais como a abóbora com feijão. Todos estes pratos são regados com o bom azeite das oliveiras da Serra e acompanhados com o bom vinho da região de Santa Catarina da Serra, que certamente será motivo para visitar o evento futuramente.

Joaquim Pinheiro Presidente de Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra A realização da 5ª edição do Festival Gastrónomo e Cultural “O Chícharo da Serra” vem comprovar que o desafio lançado em 2006 foi aposta ganha. Ano após ano a comunidade tem trabalhado com determinação neste evento que já assumiu um papel notável no contexto regional comprovado pelo aumento constante do número visitantes o que naturalmente nos enche de satisfação e merece o reconhecimento de todos. Assinalamos o 461º aniversário da freguesia (25 de Novembro) e o dia da Padroeira (Santa Catarina) sendo este evento um claro apelo aos valores histórico-culturais das nossas gentes, é centro de convívio, une gerações e promove o desenvolvimento local. Importamos grande parte do que consumimos por isso é de importância enorme promover as nossas terras e valorizar o que é nosso e genuíno e em Santa Catarina da Serra já se sente que o cultivo do chícharo está a ajudar a recuperar algumas terras que estavam condenadas ao abandono. Se é verdade que o ano 2010 ficará marcado como um ano difícil para as populações dada a grave crise que atravessamos também é verdade que este mesmo ano ficará marcado a letras douradas na memória de todos os Santacatarinenses pela acção do seu movimento associativo que abraçou actividades de inegável arrojo desde as comemorações dos 400 anos de Loureira e Vale Sumo sendo este festival a cereja em cima do bolo a premiar o esforço de todos nós enquanto comunidade. Parabéns à entidade organizadora, a ForSerra e a todo o associativismo da freguesia.

P. Mário Verdasca Pároco da Freguesia de Santa Catarina da Serra Uma comunidade que ganha um ritmo de movimento e progresso não pode parar e as gentes de Santa Catarina da Serra são empreendedoras e com uma visão que aponta para o futuro por isso cá estamos de novo com o "chícharo da serra". É um acontecimento que já se tornou património cultural económico e religioso, que entusiasma e move toda a gente em cada ano. Cá estamos todos a arregaçar as mangas para servir "chicharos" mas também dias de convívio e noites de amizade e cultura. Santa Catarina, a jovem mártir que nos deu a data e inspira a vitalidade do acontecimento, não pode deixar de dar os parabéns a todos os que se empenham e com bairrismo trabalham em prol da promoção da terra a que deu o nome. Na verdade esta grande Santa que nos protege desde que temos um lugar destacado no mapa, foi a grande protagonista dos valores da sabedoria que vem do Espírito e do verdadeiro progresso que o evangelho defende no respeito pela integridade da pessoa humana. A Igreja erguida, que é sinal dos ideais elevados que portamos no coração, põe-nos na mão a responsabilidade que sentimos uns pelos outros, e indica-nos a sinceridade e o amor que precisamos de viver em todos os nossos empreendimentos. Somos cidadãos do mundo, damos a nossa quota-parte nas actividades humanas e vivemos nelas a fé e os sentimentos que dela brotam. É preciso ter arreigado na alma este sentido da comunidade e a capacidade de sair de si para servir, pensar nos outros e nas instituições que afinal de contas são nossas e para nós. O individualismo que por vezes alguns vivem não é saudável e exercer um serviço na Igreja e nas organizações ou associações da sociedade é ser homem de corpo inteiro. Desde já meu sincero agradecimento em nome do Amor e do Serviço que o Evangelho nos apresenta como caminho de felicidade, e o meu apelo a que lembremos e celebremos a nossa padroeira com alegria e fé.

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25 a 29 de Novembro em Santa Catarina da Serra

Suplemento Especial 5º Festival Cultural e Gastronómico “O Chícharo da Serra”

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Um evento para todos Aquando da organização de cada evento, a ForSerra, associação sem fins lucrativos, responsável pela organização do evento, tem e conta todos a população de diferentes faixas etárias. O programa de cada evento é concebido e programado consoante as condições físicas, recursos humanos, económicos e disponibilidade das entidades empresariais e artesanais da freguesia. Este festival gastronómico e cultural está a aberto ao dinamismo e à participação de todos os que queiram passar momentos agradáveis de convívio e provar as várias delícias confeccionadas à base do chícharo da serra. Todos têm um lugar neste evento!.

Programa Quinta 25 17h00 Recepção das entidades Oficiais na Sede de Freguesia 18h00 Missa Solene em Honra da Padroeira Santa Catarina 19h00 Abertura Oficial do Festival Cultural e Gastronómico “O Chícharo da Serra” 21h00 Inicio do 1º Concurso Bandas de Garagem 2010 01h00 Actuação de PM Akordeon

Sexta 26 10h00 Inicio da visita dos Jardins de Infância da Freguesia ao evento 12h00 Reabertura do Festival 21h00 Actuação Banda “The Fourtyfires” 22h30 Noite anos 70/80 com Grupo Musical “Tempo” 00h00 Animação com Dj Tomané

Sábado 27 12h00 Reabertura do Festival 14h30 Actuação do Grupo de Acordeonistas 15h30 Jogo Futebol Inter-lugares da Freguesia de Santa Catarina da Serra 21h30 Actuação da Banda Finalista do Concurso Bandas de Garagem 22h15 Actuação do Grupo Musical “In-The-Cisos” 23h30 Actuação do Grupo Musical “The Peorth” 01h30 Animação com Dj’s “Tha Bloody Bastards”

Domingo 28 12h00 Reabertura do Festival 14h30 Actuação do Grupo Espaço de Dança 15h00 Actuação do Grupo Tradicional “Os Grisalhos” 16h00 Actuação do Rancho Folclórico Região de Leiria 17h30 Apresentação da Equipa cinotécnica da GNR de Leiria 20h00 Actuação do Grupo “Tradições – Orfeão de Leria” 21h00 Actuação da Escola de Dança e Ballet da Caranguejeira 21h45 Actuação de artista de baile Zé Águas e Geada

Segunda 29 12h00 Reabertura do Festival 14h30 Actuação do Centro Social e Paroquial de Santa Catarina da Serra 16h00 Encerramento do Festival

ForSerra «Confrade de Mérito Gastronómico» FORSERRA – Associação Desenvolvimento e Gestão do Património de Santa Catarina da Serra, é uma associação sem fins lucrativos, constituída em Janeiro de 2009 com a finalidade de promover o movimento associativo, desenvolver projectos comunitários de carácter colectivo e de raiz cultural, contribuir para a promoção, desenvolvimento e engrandecimento da freguesia de Santa Catarina da Serra. Com a sua constituição, a Forserra assumiu desde logo a organização e divulgação do festival “O Chícharo da Serra”, evento gastronómico e cultural que se realiza em Novembro e que já assumiu um papel importante nas festividades da nossa freguesia. No festival o «chícharo» assume o tema da festa, em que nas ementas surgem pratos com sabores «chichareiros» que foram passando de gera-

ção em geração, em homenagem aos antepassados, aos seus costumes e às suas tradições. Como reconhecimento do trabalho desenvolvido pela Forserra e pelos seus associados na recuperação e divulgação de pratos tradicionais confeccionados com a leguminosa chícharo, em Maio de 2010 a Confraria Gastronómica Pinhal do Rei-Leiria atribuiu à Forserra a distinção de «Confrade de Mérito Gastronómico». Dando assim, importância às gentes de

O reconhecimento público Desde 2006 que a Freguesia de Santa Catarina da Serra reconhece publicamente pessoas ou entidades que deram o seu contributo ou de algum modo se destacaram pelo seu papel na comunidade. São agraciados, anualmente, na cerimónia de 25 de Novembro, dia da freguesia e da padroeira (Santa Catarina) Catequistas, coveiros, jovens ligados ao desporto, aos estudos, ex-presidentes de assembleia de freguesia e bombeiros voluntários foram já reconhecidos oficialmente em edições anteriores. Este é um reconhecimento da responsabilidade do executivo da Junta de Freguesia, que pretende assim valorizar quem dá um pouco do seu tempo à comunidade.

Santa Catarina por valorizarem um produto tradicional que muito contribui para o enriquecimento do património gastronómico da região. A Confraria Gastronómica Pinhal do Rei-Leiria teve a sua origem na cidade de Leiria e que tem como um dos objectivos, divulgar por todos os meios adequados, as virtudes e tradições ligadas à gastronomia e vinhos da Região de Leiria.

Os Números que marcam o evento O ano de 2009 ficou marcado por ter sido o Festival de maior duração, no entanto, este ano a organização espera manter os mesmos números. Visitantes Média de 20 000 Refeições servidas Média de 13 000 Bacalhau consumido 1800 Kg Chícharos consumidos 1200Kg Jovens na noite de animação nocturna 3000 Voluntários 1300


NOVEMBRO

-- Educação --

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EBI de Santa Catarina da Serra A Melhor Escola Pública do Distrito de Leiria À semelhança de anos anteriores, uma vez mais a Escola Básica Integrada de Santa Catarina da Serra foi, entre as 59 instituições de ensino do distrito, a escola pública com os melhores resultados nos exames nacionais do ensino básico. De acordo com o ranking dos exames publicado a 15/10/2010, no jornal Público, a nossa Escola é a primeira, de entre as instituições públicas, a marcar presença, ao nível do distrito de Leiria (ver tabela), com média de 3,36, superando largamente a média nacional dos exames (2,85) e ocupando a 113ª posição na lista, num total de 1295 escolas. No concelho de Ourém, os resultados obtidos colocamnos também no primeiro lugar, quer no ensino público, quer no ensino particular, ultrapassando claramente os resultados alcançados nos colégios de Fátima. Analisando mais atentamente os resultados

internos e externos dos nossos alunos, constata-se que a classificação da avaliação externa é superior à interna, o que indicia rigor, exigência e trabalho concertado da Directoria, do Conselho Pedagógico, dos professores de Matemática e de Língua Portuguesa, dos pais e, sobretudo, dos alunos. Estes resultados devem-se à implementação de medidas de apoio educativo, nomeadamente, nas áreas de Matemática e Língua Portuguesa. A disciplina de Estudo Acompanhado é orientada para o apoio e reforço destas disciplinas. Por outro lado, as actividades extra-curriculares (concursos, jogos, feira do livro, encontro com escritores, exposições), o papel da biblioteca, o Plano de Acção da Matemática, o Plano Nacional de Leitura, a sala Matcool e os recursos multimédia instalados nas salas de aula têm contribuído para que os alunos aprendam a gostar de Mate-

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mática e a aprofundem o conhecimento da língua. Foi ainda criado um espaço semanal para que os alunos pudessem tirar dúvidas voluntariamente, nas disciplinas de Matemática e Língua Portuguesa. Por último, a plataforma moodle constitui-se como uma preciosa ferramenta de ensino à distância, conducente ao sucesso escolar dos alunos. É com a dignidade e profissionalismo do corpo docente e não docente, com o empenho dos nossos alunos, com o profundo espírito de comunidade existente, e com uma excelente relação com o poder local que a EBI de Santa Catarina da Serra, como escola sede do Agrupamento, tem vindo a merecer as referências nacionais, como Escola Pública de Qualidade, como o testemunham o recente Prémio Escolar Montepio, no valor de vinte e cinco mil euros, que distinguiu as quatro melhores escolas de Portugal, não só pelos resultados escolares, mas também pelos Projectos de Intervenção Pedagógica que apresentaram. Atestam essa qualidade ainda a recente Inspecção Geral do Estado que classificou este Agrupamento nos vários itens, desde a gestão à prática pedagógica de Muito BOM. E anualmente, uma equipa de autoavaliação do Agrupamento, com rigor e isenção, faz a análise dos pontos fortes e a necessitar de desenvolvimento, por inquérito, a toda a comunidade.

Miguel Marques

A Escola Básica Integrada de Santa Catarina da Serra obteve os melhores resultados no ranking dos exames do Ensino Básico 2010 a nível distrital.

Tabela de Ranking de Exames

Rita Agrela

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LUZ DA SERRA

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-- Sociedade --

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Gerações Santacatarinenses em passeios, festas e jantares É no mês de Outubro e Novembro que se relizam, com maior frequência, os encontro de pessoas nascidas no mesmo ano naturais da Freguesia de Santa Catarina da Serra. Na sua grande maioria promovidos por jantares, há também gerações que organizam viagens para assim promoverem o convívio, que na sua grande maioria vem desde a Festa de São Sebastião, organizada aos 20 anos de idade.

Tal como prometido, os “jovens” da nossa paróquia, nascidos em 1960, voltaram a encontrar-se para mais um dia de convívio e confraternização, no qual esteve também incluída uma visita ao já famoso “Jardim dos Budas ou Jardim da Paz” ( Buddha Éden Garden), situado nos terrenos luxuriosos da Quinta dos Loridos, localizada no Bombarral. Foi no passado dia 24 de Outubro de 2010, que partimos de Santa Catarina da Serra pelas 09:00 horas, em autocarro (cerca de 40 pessoas), tendo como primeira paragem a Nazaré, onde tomámos nosso pequeno-almoço e tivemos ainda a oportunidade de admirar aquela bela praia, vista do seu ponto mais elevado – o Sítio da Nazaré. Passámos depois por São Martinho do Porto e Foz do Arelho, sempre desfrutando das belas paisagens que a nossa costa marítima sempre nos oferece. A nossa próxima

FotoBrinde

Nascidos em 1960 vistam Budas

O Buddha Éden Garden serviu de destino para os nascidos em 1960, para as cerca de 40 pessoas que participaram. paragem foi em Caldas da Rainha, onde nos esperava o nosso excelente almoço, servido no Restaurante “O Fiel Amigo”. Foi um momento de agradável convívio entre todos, e muito do agrado de todos os participantes. Após o almoço dirigimo-nos para o nosso destino principal, o “Jardim dos Budas”, sendo que, para a maioria de nós, foi a primeira visita àquele local. O Jardim, que

ocupa cerca de 35 dos 90 hectares da Quinta dos Loridos, foi concebido pelo Comendador José Berardo; tem cerca de 6000 toneladas de mármore e granito, budhas, e várias outras estátuas e esculturas que foram cuidadosamente colocadas entre a vegetação e os enormes espaços verdes que tornam este jardim um espaço muito agradável para se passear ou simplesmente relaxar na

Convívio anual dos “Jovens” nascidos em 1943 Como o prometido é devido, esta juventude voltou a conviver, reunindo-se no passado dia 13 de Agosto, para celebrar mais um aniversário natalício. Apesar do espírito jovem patente em cada rosto já marcado com a passagem dos anos, que nos lembra o passado e todos os que ficaram pelo caminho, este ano o convívio teve duas partes: uma com a celebração de uma missa pelas almas de nove companheiros que já partiram, seguindo-se a segunda parte com um jantar num restaurante da Loureira, onde 33 companheiras

e companheiros, com alguns familiares, num total de 57 pessoas. Durante várias horas, se deliciaram com excelente comida, bebida, conversa quanto bastou, música para descomprimir e até um pezinho de dança onde as senhoras ganharam aos cavalheiros que já estão a ficar “pés de chumbo”. Para o ano há mais, não faltes, porque pelo que me foi dado a conhecer, quase todos já somos avós e já há casos de bisavós, mas lembra-te, que nem todos lá chegarão, pelo que aparece enquanto…. ainda cá estás com qualidade de vida para

aparecer. Até 2011…. Já falta menos de um ano. É com muito pesar, que acrescentamos mais estas palavras, pois muito recentemente acabou de nos deixar o nosso querido e dedicado companheiro Artur P. Crespo Alves da Quinta da Sardinha, vítima de acidente, que se juntou a nós neste e anteriores convívios. É com muita tristeza que nos associamos à sua família neste desenlace doloroso. Paz á sua Alma. José Narciso e David Alves

Convívio anual de 1957 Tal como foi atempadamente anunciado, decorreu no dia 29 do passado mês de Outubro o convívio anual dos nascidos no ano da graça de 1957. Apesar se sermos muitos os que nasceram há 53 anos, alguns já partiram, outros encontram-se no estrangeiro, mas que todos recordamos neste encontro. Também é certo de que muitos outros

não estiveram presentes. De facto, nem sempre é fácil, todos participarem nestes encontros anuais. Por isto ou aquilo é o que acontece nos diversos convívios do mesmo género que se realizam durante todo o ano nas mais diversas idades. Sobretudo depois da festa dos “40” e em particular depois da dos “50”. Mas os que fomos, represen-

támos a grande maioria dos que participaram em ambas as festas. Foi por isso, um espaço de grande alegria, convivência e amizade, recordando sempre os que não participaram e revivendo muitos dos momentos que partilhámos neste mais de meio século de vida. Para o ano há mais, assim Deus o permita.

relva que circunda o grande lago. Passámos aqui uma boa parte da nossa tarde, mas ainda assim tivemos algum tempo, para, no regresso, dar um passeio por Óbidos, onde se comeram algumas castanhas assadas e se bebeu um “copito” da famosa Ginja de Óbidos. Regressámos já ao cair da noite e, desta vez, o lanche foi servido já em “casa”, mais precisamente na Asso-

ciação do Pedrome, onde ainda se “deu um pé de dança”, ao som de um acordeão. Foi mais um dia inesquecível e com a certeza de que não iremos parar por aqui. Aguardem por novas surpresas dos “JOVENS DE 60” …. Uma Jovem de 1960

Geração de 1954 em família Também a geração nascida em 1954 se reuniu, à mesa de um restaurante, no passado dia 16 de Outubro, com uma participação de 70 pessoas do mesmo ano. Para alguns era a primeira vez, para outros uma tradi-

ção, todos prometeram voltar para o próximo encontro a realizar no próximo ano.

Jovens de 1990 preparam Festa de S. Sebastião Os encontros começaram no final do mês de Outubro, onde os cerca de 70 jovens nascidos em 1990 se comprometem a organizar a Festa de São Sebastião, no próximo mês de Janeiro. Para começar a organizar e angariar fundos, estão a promover uma festa que irá ter lugar no Clip’s Bar, no Pedrome amanhã, 12 de Novembro.

Nasceu em 1958? Então está convidado Convida-se a todos os nascidos em 1958, residentes ou não na Paróquia de Santa Catarina da Serra, para um jantar de convívio no dia 13 de Novembro Para marcação e mais informações contacte: Chico da Loureira: 919463653 Chico do Sobral: 936045346 Lúcia da Barreiria: 916718005

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NOVEMBRO 2010

Encerramento das Comemorações

Ficarão para grata memória futura as 10 grandes realizações comemorativas dos 400 anos da Loureira. Iniciadas em 3 de Janeiro de 2010, com a Abertura Solene das Comemorações, continuadas depois com o Colóquio e o lançamento do livro «Loureira 1610-2010», em 20 de Fevereiro, com a Feira Antiga, em 7 de Março e com as actividades promovidas pelos cinco cantos, as Comemorações tiveram o seu ponto alto na Grande Festa de Santa Marta, nos dias 10, 11 e 12 de Julho. Em 22 de Agosto, teve ainda lugar o Peddy-Papper «Venha descobrir o património da Loureira». Avizinha-se agora e a passos largos, o dia do Encerramento das Comemorações, que terá lugar no próximo dia 4 de Dezembro de 2010. Por decisão da Comissão Executiva, o Encerramento será feito em dois lugares distintos e em dois momentos sequenciados: primeira-

LUZ DA SERRA

-- Cultura--

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Datas e factos da História da Loureira (até 1950) As Comemorações dos 400 anos da Loureira foram a oportunidade para uma investigação histórica do passado da Loureira, passado que fica agora registado, e para sempre, no livro «Lou-

mente na Capela, com Missa de Acção de Graças e homenagem a Santa Marta; depois na sede da Associação, com, entre outras actividades, animação do Grupo de Teatro e actuação do Rancho Folclórico, logo seguido de um jantar-convívio. Serão projectadas muitas das filmagens realizadas durante todo o ano comemorativo: imagens da Abertura, do Colóquio, da Feira Antiga, dos cinco cantos e da Grande festa. A Comissão Executiva tem a honra de convidar uma vez mais todo o povo da Loureira a apresentar-se com todo o brio, vestindo-se com as roupas tradicionais que tanto colorido trouxeram às sucessivas realizações que tiveram lugar, mês após mês, realização após realização, durante o ano de 2010. Texto: Joaquim Vicente Fotos: Miguel Marques

reira 1610-2010». Nesta nossa penúltima crónica [a última será em Dezembro] neste espaço que a «Luz da Serra» disponibilizou gentilmente, durante 14 edições, para darmos conta

das notícias relativas às Comemorações, entendemos por bem, deixar para memória futura aquelas que foram as grandes datas e os grandes acontecimentos que marcaram, directa ou

indirectamente, a bonita história da Loureira, até ao ano de 1950.

estava arroteada. 1514 – Data do primeiro do1810 – A Loureira é atravescumento conhecido até sada e atacada por soldados agora que dá notícia de mofranceses, durante a 3.ª Invaradores na Loureira. O docusão. mento fala de um tal João 1853 – Alexandre Herculano, Fernandes. historiador e escritor, perde1527 – Primeiro censo da pose ao atravessar a Charneca, pulação portuguesa. Louna viagem de Ourém para a reira e Pedrome tinham 8 Batalha. fogos, ou seja, entre 24 a 32 1883 – Início da reconstrução pessoas. Reinado de D. João da antiga capela de Santa III (1521-57). Marta. 1545 – Criação, a 22 de Maio, 1884 – Bênção da antiga cada Diocese de Leiria. A parte pela de Santa Marta. norte da Loureira (Termo de Leiria) fica integrada na 1898 – A Loureira tem 69 nova Diocese. fogos. Os habitantes pedem 1549 – Fundação da paróLagoa onde está actualmente situada a Ass. Desenvolvimento Soa construção de um «ramal» quia de Santa Catarina da cial da Loureira. de estrada entre a Loureira e Serra, a que fica a pertencer a sede de paróquia. a parte Norte da Loureira, no 1916 – Delimitação definitermo de Leiria. 1568 – Criação da Paróquia de Fátima, a que fica a pertencer tiva, junto à Lagoa do Boi, entre a freguesia de Santa Catarina da Serra e a freguesia do Reguengo do Fetal. Nesse ano é a parte Sul da Loureira. 1585 – Integração das paróquias ourienses no Bispado de Lei- criada a freguesia de São Mamede. ria. Unificação eclesiástica da Loureira. Reinado de Filipe I 1918 – Uma forte epidemia chamada «Pneumónica» afecta a Loureira (idêntico ao vírus H1N1). Morrem muitos habitan(1581-98). 1601 – Publicação das Constituições Diocesanas de Leiria, do tes da Loureira. Bispo D. Pedro de Castilho. Autoriza a edificação de ermidas 1922 – Aforamento dos baldios, com distribuição das «glepara administração dos sacramentos nas povoações com 20 bas» ou «talhos», pelos habitantes da Loureira e Covão Grande. ou mais habitantes. 1610 – Edificação da ermida de Santa Marta, na Loureira, que 1930 – Edificação da torre sineira da capela de Santa Marta. consagra o “casamento” das duas Loureiras (a de Leiria com 1930 – Início das aulas na Escola Primária da Loureira. Um dos primeiros alunos foi o Rev. Padre Manuel Craveiro. a que era de Ourém). Reinado de Filipe II (1598-1621). 1716 – Colocação de vários marcos divisórios entre o Barreiro 1935 – Criação da antiga feira da Loureira, a funcionar no 1.ª da Portela e a Lagoa do Boi, mantendo divididas civilmente Domingo de cada mês. as duas Loureiras (a do termo de Leiria da do termo de 1941 – Ciclone de 15 de Fevereiro. Derrube de chaminés, destelhamento de habitações e queda de inúmeros pinheiros na Ourém). Reinado de D. João V (1706-50). 1721 – A Loureira, só a da parte Norte e termo de Leiria, in- Charneca. Muita madeira de pinho foi aproveitada nas obras tegrada na Vintena da Pinheiria, tem 13 fogos (cerca de 50 de edificação do Santuário de Fátima. 1949 – Construção do muro da lagoa da Loureira, na área da pessoas). 1758 – Memória Paroquial de Santa Catarina da Serra, da au- sede da actual Associação toria do pároco João Pedro. A Loureira, com 45 fogos, não foi afectada pelo Terramoto de Lisboa. 1790 – Publicação do artigo Sobre a cultura dos terrenos baldios que ha no termo da Villa de Ourem, por Tomás António de Vila Nova Portugal, onde são descritos a Charneca de São Mamede e os baldios da Serra. A nossa Charneca ainda não pub


LUZ DA SERRA

Está-se a aproximar uma altura de mudanças na Associação de Bombeiros. Avizinha-se a passos largos a tão desejada mudança para o novo quartel e o final do mandato do executivo que lidera a Associação. Texto: Virgílio Gordo. Fotos: Miguel Marques.

O tão ansiado Quartel está praticamente pronto para a instalação da Associação. Em Julho de 2009, foi então lançada a primeira pedra para a construção do tão ansiado quartel. Situado nos Cardosos, esta infra-estrutura está orça-

Jantar dançante no passado dia 6 Decorreu no passado sábado, um jantar de angariação de fundos onde, apesar de estarem presentes algumas das nossas autoridades autárquicas, estiveram mais como cidadãos do que como representantes dos cargos públicos e políticos que exercem. Foi assim uma noite diferente e que muito engrandeceu quem nela participou,

quer com a presença, quer com a ajuda, quer as próprias associações. A do quartel sede e a do Sul do Concelho. Ainda sem números apurados, mas com a certeza de que a generosidade foi muita, em especial do serviço de ca ering, de quem ajudou a servir à mesa, dos bombeiros (as) e de quem mais contribuiu para mais um sucesso como este.

Almoços/Jantar de angariação de fundos Tal como no ano anterior foi realizada a segunda campanha destes eventos em cada uma das quatro freguesias. Comentando no geral e não em cada um em particular, posso afirmar que o “tempo das vacas gordas” de facto acabou. Vivemos num país onde infelizmente, se não for a população e as forças vivas de cada freguesia a ajudar as várias associações a sobreviverem, há muito tempo que as mesmas tinham por e simplesmente desaparecido. Felizmente que, uma associação como a dos Bombeiros, continua a ser acarinhada por todos. Assim no conjunto dos quatro eventos foi apurada uma verba a rondar os 7 (sete mil)

euros. Mais de 2000 em Santa Catarina. Cerca de 2000 na Caranguejeira. Mais de 1600 na Chainça e de 1000 no Arrabal. Se recordarmos que no ano anterior, 2009, as verbas apuradas no conjunto das duas campanhas destes eventos atingiram um pouco mais de 23 mil euros, melhor percebemos do que está em causa. Mas não vamos desanimar, mas sim continuar a trabalhar afincadamente para resolver muitas das situações que deveriam ser resolvidas ou pelo menos deveriam ser ajudadas a resolver por quem de direito. Até porque tal está explicito na nossa constituição. (Existe?).

mentado em cerca de 1,2 milhões de euros. Tem o apoio da Câmara Municipal de 10% do custo, 120 mil euros, e 25 mil euros por parte da Protecção Civil.

“Será a melhor prenda de Natal para todos nós. Directores, bombeiros e população das quatro freguesias em particular.”

Nascidos em 1970 (Festa dos 40), solidários Independentemente de apoiarmos a realização das festas religiosas, em termos de segurança ou não, algumas vezes temos sido surpreendidos por acções como esta. Foi o que aconteceu com os homens e mulheres (chamarlhe - ia Jovens”), que realizaram em Agosto a festa em honra do “Sagrado Coração de Jesus”. É sempre gratificante saber que quem serve a igreja e ela própria, muitas

vezes estão vocacionadas para estas acções de solidariedade. Para além do sincero agradecimento da direcção da Associação, vamos pensar na melhor forma de homenagear no quartel, tão generosa oferta de 2500 (dois mil e quinhentos) euros. Bem hajam!

Bombeiros em Assembleia Geral Vem aí uma assembleiageral, mais para final do mês ou início de Dezembro, onde o mapa de actividades, o orçamento para 2011 e as eleições para o próximo triénio,

talvez biénio se assim os sócios o decidirem, serão os pontos de trabalhos.

Magusto nos Bombeiros Afim de, continuar a dinamizar a interligação bombeiros/população, hoje dia 12 se realiza no novo quartel nos Cardosos, uma noite de festa e alegria com a colaboração gratuita da banda “Irmãos Tarau”, onde as castanhas, a água-pé e o vinho da região

serão reis. As entradas serão gratuitas, havendo apenas um preço simbólico para os custos de tão saborosos frutos, comestíveis e bebíveis.

2010

Lino Pereira, após um ano de vereação Lino Pereira integrou a lista vencedora nas últimas eleições legislativas à Câmara Municipal de Leiria. Actualmente, é Vereador de Obras Públicas do executivo, presidido por Raúl Castro. Foi presidente de Junta no mandato 2005 – 2009, que ficou marcado pelo impulsionamento do associativismo e o início do Festival “O Chícharo da Serra”. Como avalia o seu primeiro ano como Vereador da Câmara Municipal? Sobre a avaliação do primeiro ano de exercício como Vereador na Câmara, não deveria de ser eu a responder a esta questão, pois, os Munícipes é que devem avaliar o meu desempenho, mas quero deixar aqui a minha opinião, com a consciência tranquila de que estou a fazer o melhor para satisfazer as expectativas criadas pelos munícipes no desempenho das funções que me foram confiadas. Reconheço que após um ano, apesar de considerar que a experiência tem sido positiva, com um ano de grande aprendiz agem, hoje começo a ter outra confiança e conhecimento para melhorar o meu desempenho. Quais as principais diferenças que realça em relação a um presidente de Junta de Freguesia? São muitas as diferenças. Os assuntos são de maior dimensão. Na Freguesia, nós olhamos para o nosso território, na Câmara, temos de olhar para 29 Freguesias, cada uma com os seus problemas muitas vezes diferentes umas das outras. Outra diferença que se nota mais, é claramente a interferência da política (politiquice) muitas vezes com poucos proveitos para os Munícipes, mais para alguns se protagonizarem. De forma geral, como avalia a freguesia de Santa Catarina da Serra, em relação às outras 28 freguesias do con-

Miguel Marques

Bombeiros preparam malas para mudança para novo Quartel 19 de Dezembro, é a data apontada pela direcção dos Bombeiros para a mudança para o novo quartel de Bombeiros. A mudança do Quartel irá coincidir com a Festa de Natal que contará com a participação de todos os Bombeiros Voluntários de Leiria. Graças às ofertas de empresas e particulares, é possível avançar com a conclusão do edifício sem muitas despesas, prevendo a sua conclusão para o início do próximo ano. Actualmente é a Casa do Povo que alberga a associação desde 1998. Ao longo dos anos foram feitas obras no sentido de dar melhores condições de permanência dos Bombeiros.

NOVEMBRO

-- Sociedade --

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celho? Não se pode fazer uma avaliação com situações directas, porque cada Freguesia tem as suas prioridades, e todas têm umas coisas boas, e também todas têm umas coisas menos boas. Estas duas Freguesias, a meu ver, têm uma situação privilegiada, relativamente a outras que é a localização geográfica, confinadas a Fátima onde também é potenciado algum desenvolvimento económico devido a essa localização. Comparando com outras freguesias, quais as principais necessidades da freguesia de Santa Catarina da Serra? A Freguesia de Santa Catarina da Serra, têm muitas necessidades, assim como todas as outras, mas uma delas, é sem dúvida o Centro de Saúde. Considera que o festival "O Chícharo da Serra" tem potencial para atingir a dimensão nacional? O festival " O Chícharo da Serra " é por si já uma referência desta região. Na minha opinião, o evento, deve sobretudo primar pela sua qualidade, e pelo demonstração do bairrismo das gentes da Freguesia, pois acho mais importante ter um evento de dimensão mais reduzida, mas com um índice de sucesso elevado, do que um evento com uma maior abrangência, mas com baixo índice de sucesso.


NOVEMBRO 2010

Joaquim Pinheiro, um ano à frente dos destinos da Freguesia Os tempos de campanhas políticas foram há um ano. Agora é altura de “apertar o cinto” e ver quem consegue dar a volta à crise. Este mês fomos conversar com o Presidente de Junta de Freguesia, após um ano de exercício autárquico.

Como considera este seu primeiro ano como presidente de Junta? Considero um ano muito particular porque muita coisa mudou. Aquilo que estamos a fazer é trabalhar, adaptando e ajustando a estrutura e reorganizando prioridades em face da realidade actual. Não me vão ouvir com lamechas ou desculpas mas sinceramente não estou satisfeito, queríamos ter feito mais ainda assim, com os recursos que temos e no contexto actual o que temos conseguido é fruto de muito trabalho e abnegação desta equipa; quem acompanha a vida da autarquia sabe que não trabalho sozinho, há uma equipa e seja eu o Armando Reis ou a Irene Costa cá estamos sempre a dar o nosso melhor; acho que o balanço não pode deixar de ser positivo. De todas as medidas que apresentou, aquando da sua candidatura, tem condições para as concluir todas? Apresentei um projecto com um conjunto de propostas, se dependessem apenas do trabalho do executivo ou da população desta terra, seguramente estariam cumpridas, mas as coisas não são assim tão lineares porque as mais importantes e necessárias à freguesia dependem também de outras entidades, Câmara Municipal, Governo Central etc. Veja o caso Centro de Saúde mas o nosso papel iremos fazê-lo. Quais as que já concluiu e implantou? Algumas. Acabámos o cemitério que era uma grande necessidade para a freguesia porque o anterior deve ficar cheio ainda este ano. Acabámos a intervenção no Jardim-deinfância de Pinheiria. Conseguiu-se uma intervenção na escola dos Olivais/Vale Sumo, construção do campo de jogos e ar-

LUZ DA SERRA

-- Autarquia --

ranjos na zona de recreio executado pela Associação de Pais. Conseguimos melhorar a iluminação pública. Concepção, desenvolvimento e apresentação do website, não da Junta, mas da Freguesia www.santacatarinadaserra.com. Acho que é uma grande ferramenta desenvolvida em parceria com a ForSerra, e que deve ser utilizada. Estamos a cumprir com o apoio à Associação de Bombeiros para construção do novo quartel. Com a abertura da estrada de vale da Lage, foram feitos alguns alargamentos e aplicação de betuminoso, veja-se o Sobral, Quinta da Sardinha, Ulmeiro, Magueigia, Loureira, etc, com intervenções após o saneamento. Contamos prosseguir, mas é preciso ver que depende muito do saneamento que tem que ser concluído. Enfim, alguma coisa foi feita mas muito estará ainda por fazer. Que soluções estão a ser estudadas, neste momento, para melhorar as condições do Centro de Saúde da freguesia? É a primeira linha do projecto que apresentámos à população e seguramente a maior carência desta freguesia e, no meu entender, o pior Centro de saúde do concelho, disso não tenho dúvida. Temos estado a trabalhar com as entidades com responsabilidades na matéria para ser encontrada a melhor solução. Temos trabalhado o assunto em conjunto com a Câmara Municipal e com a ARS. Contamos ter novidades a curto prazo. A nível de desemprego, os cidadãos desempregados já podem obter o carimbo na Junta de Freguesia, ou ainda têm que se deslocar aos Pousos? Está tudo como antes,

podem ir onde existe esse tipo de atendimento, seja aos Pousos, seja a outro local com o protocolo. Já no mandato anterior a Junta Freguesia tinha proposto ao Centro de Emprego a celebração do protocolo, nós voltámos a fazê-lo mas em Leiria dizem-nos que a nível central não está ainda autorizado por isso, tudo como antes. Mas, a este respeito e mais importante do que o problema do carimbo, deixe-me acrescentar, que no princípio deste ano pedimos ao Centro de Emprego a lista de pessoas desempregadas da freguesia para tentarmos fazer algo em conjunto, mas não nos foi dada essa informação; dizem que não podem ok, respeitamos mas não vamos ficar quietos; estamos a avaliar a possibilidade de fazermos um levantamento das pessoas que, voluntariamente, se queiram inscrever numa base de dados da freguesia porque há algo muito errado no meio disto tudo. De um lado pessoas desempregadas, projudicam a sua saúde por causa deste flagelo que é a situação de desemprego e por outro lado tanta carência por resolver e tanto trabalho, também de natureza pública que pode e deve ser feito. Achamos que a Junta de Freguesia, Associações, essas e outras pessoas, em conjunto, têm a obrigação de fazer alguma coisa, por isso, vamos ser nós a dar o primeiro passo. O que se passa com a es-

trada que liga Chainça a Loureira? As obras estão paradas? Aquela obra é da responsabilidade da Câmara e, na verdade já era para estar concluída, no entanto, optaram por adiar a aplicação da última camada de betuminoso dada a natural degradação da utilização dos cidadãos e devido ás obras do IC9. Nós concordámos; apenas pedimos para serem concluídas as infra-estruturas, limpeza e arrumação geral ficando apenas a camada de betuminoso para depois das obras do IC9. O que está a ser feito a nível de respeito e sensibilização pelo ambiente na freguesia? Todos nós ficámos perplexos com o que vimos nas campanhas em que participámos. “Limpar Portugal” e “Limpar Leiria” realizadas este ano. Na verdade alguma coisa mudou, limpou-se muita coisa e erradicaramse algumas lixeiras, mas é preciso continuar esta batalha. É preciso vigilância que depende de cada um de nós enquanto cidadãos; queremos fazer uma campanha especialmente na zona de passagem dos peregrinos, as nossas escolas e os próprios escuteiros querem ajudar, acho que devemos continuar a trabalhar a educação para a cidadania. Quanto a equipamentos faltam muitos na freguesia, faltam ecopontos, um contentor de monstros não chega, já fizemos chegar o problema à Câmara e sei que estão a trabalhar no re-

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forço desses equipamentos. PDM - Qual o ponto de situação? A Câmara está a trabalhar o processo. Já se vê trabalho em curso e faço votos que avance rapidamente porque tem sido um atrofio ao desenvolvimento do concelho e da freguesia. Na questão do IC9, o que está a ser exigido pela Junta de Freguesia com o volume de tráfego na EM357 (Quinta da Sardinha/Fátima)? Em devido tempo apresentámos essa preocupação às entidades competentes. Trata-se de uma estrada municipal e sei que a Câmara Municipal está atenta. É evidente que o trânsito vai aumentar com o IC9 e se já hoje aquela via não tem as condições de segurança no trânsito e de pessoas é inevitável reestruturar e intervir fortemente naquela via, a que acresce o facto de ser passagem de peregrinos em zona urbana. A Câmara Municipal está a acompanhar o processo? Sim, a Câmara tem um técnico a acompanhar globalmente todo o processo IC9. Logo no início do mandato o Sr. Vereador Lino Pereira informou a Junta da afectação de um técnico para ajudar em tudo o que for relacionado com o IC9 e isso revela a importância que a Câmara atribui ao processo IC9 que tem um impacto enorme na freguesia. “Falhas de corrente eléctrica”- O que se está a passar ultimamente? Na verdade, a freguesia está mal servida nesta matéria. Isto está à vista de toda a gente. Meia dúzia de pingos de chuva ou pequenas alterações atmosféricas e ficamos sem corrente eléctrica com prejuízos enormes para a actividade da freguesia. Temos feito “pressão” junto da EDP e sabemos que estão a estudar soluções para reforço porque isto não pode continuar assim; a nossa dimensão e pujança empresarial não podem estar expostas e reféns desta fragilidade. Também por isto queremos conhecer e medir a realidade empresarial da freguesia e estamos a criar uma base de dados que nos permita conhecer alguns indicadores

um dos quais exactamente a potencia eléctrica instalada. O questionário já está no site da freguesia e apelamos a todos as empresas e empresários que o preencham. Com o corte de verbas da Câmara Municipal, quais irão ser as prioridades para a freguesia? È do domínio público que a Câmara Municipal já para 2010 fez cortes enormes nas transferências para as Juntas de Freguesia e celebração de protocolos de delegação de competências para realização de obras zero. Vamos ser realistas, sabemos que este executivo encontrou a Câmara numa situação financeira dramática, tinham que tomar medidas e “arrumar a casa” também sabemos que tomaram posse há apenas um ano, tem que olhar o concelho no seu todo e dar andamento a compromissos assumidos etc, etc mas enquanto presidente de Junta e sendo Santa Catarina da Serra uma freguesia rural com as carências que tem estou á espera que o próximo orçamento olhe mais para as freguesias, especialmente para as rurais e deixando de se pensar apenas na cidade como se tem visto. Estamos em mês de apresentação do orçamento, as Juntas de Freguesia estão convocadas para reunião na próxima semana com a Câmara Municipal, não sei o que nos vai ser apresentado, confio nas pessoas, vamos ver. Acho que se a Câmara não assumir uma política de descentralização, delegando competências, valorizando o papel das juntas e da sua proximidade com as populações só tem um caminho, assumir directamente e fazer as coisas porque não me choca nada que a Junta de Freguesia seja uma espécie de “marco de correio” desde que os projectos estruturantes elencados no PED avancem. Texto e fotos Miguel Marques

Nota da Redacção: A Presidente de Junta de Freguesia de Chainça, Maria Luísa, foi também contactada para fazer entrevista, pelo que não se mostrou disponível. Lamentamos a postura da Junta de Freguesia.


LUZ DA SERRA

NOVEMBRO

-- Estórias da história --

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2010

A Freguesia e a 1.ª República A implantação da I.ª República, que ocorreu no dia 5 de Outubro de 1910, foi a consequência de várias causas que já vinham do século XIX e que tinham fragilizado, sobremaneira, as instituições afectas à então Monarquia Constitucional, devido, entre outros factores, à implementação do republicanismo em Portugal, designadamente a partir de 1876, com a constituição do Partido Republicano Português, PRP; ao rotativismo políticopartidário, entre o Partido Progressista e o Partido Regenerador; à grave crise económica e aos crescentes problemas sociais, resultantes da incorrecta gestão efectuada pelo Governo. O país caracterizava-se pelo atraso no aparelho económico-produtivo. O défice orçamental era elevado, tal como a inflação e os impostos. Com o país cada vez mais endividado, a vida tornava-se, sobremaneira, difícil para a população. Os salários eram baixos e o trabalho ia até às 12-14 horas por dia, nas cidades, e de "sol a sol", no campo. Os tumultos tornamse, assim, cada vez mais frequentes. Por fim, o episódio do Mapa Cor-de-Rosa e o Ultimato inglês, de 11.1.1890. Através daquele, Portugal procurou, na Conferência de Berlim, que repartiu o continente africano pelas potências europeias, em 1884, construir uma área de ocupação dos territórios situados entre Angola e Moçambique, hoje Zimbabwe e Zâmbia. Para que tal fosse possível, os militares Serpa Pinto (20.4.184628.12.1900) e Paiva Couceiro (31.12.1861-11.2.1944) foram enviados para a região. Por sua vez, a Inglaterra, que também pretendia apoderarse desses territórios, ameaçou Portugal com uma guerra, através de um ultimato. O monarca português, D. Carlos (28.9.18631.2.1908), ao ceder, provocou um enorme impacto na população portuguesa, que manifestou o seu descontentamento para com o rei, tendo perdido popularidade. Neste âmbito, o Partido Republicano Português, PRP, soube orientar o descontentamento da população e a 31.1.1891 tenta um primeiro golpe de Estado, de forma a derrubar a Monarquia. Naquele dia, sargentos e praças, que tinham como

hino uma letra de reacção ao ultimato britânico de 11.1.1890 – "Contra os Bretões, Marchar, Marchar!" –, com o nome de "A Portuguesa", datado de 1890, com letra de Henrique Lopes de Mendonça (12.2.185624.8.1931) e música de Alfredo Keil (3.7.1850-4.10.1907), revoltam-se na cidade do Porto e ocupam a Câmara Municipal, declarando a implantação da república em Portugal e hasteando a bandeira verde e vermelha do Centro Democrático Federal 15 de Novembro. No entanto, um destacamento da guarda do Município conseguiu dominar, oito horas mais tarde, os revoltosos, que foram degredados para África. Apesar de tudo, o Partido Republicano Português continuou a aumentar a sua base de apoio, através de propaganda jornalística, de manifestações, de comícios e de obras publicadas, entre outros meios. A partir dos inícios do século XX, a irresponsabilidade do rei D. Carlos leva-o a cometer erros políticos sucessivos, como é o caso da ingerência na acção governativa. Em 1906, um último desfalque, o apoio à ditadura de João Franco (14.2.1855-4.4.1929), que se dedicou a combater os republicanos. A partir do dia 2.5.1907, porém, passou a governar abertamente em ditadura. A 28.1.1908, o Partido Republicano manifestou-se contra João Franco. Toda a situação acima descrita levou a que, a 1.2.1908, o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe (21.3.1887-1.2.1908), que vinham do Palácio de Vila Viçosa, fossem abatidos a tiro por Alfredo Luís da Costa (24.11.1883-1.2.1908), editor, e Manuel dos Reis Buíça (30.12.1876-1.2.1908), professor, no Terreiro do Paço, facto que, a nível nacional, provocou um marcado impacto psicológico em parte da população portuguesa, que, por meio das juntas de paróquia, endereçou à família real as mais sinceras condolências. Neste âmbito, Santa Catarina da Serra não foi excepção. Assim, a 2.1.1908, sob a presidência de Joaquim Ferreira Gonçalves das Neves, o pároco, em «vista do horipilente crime praticado nas pessoas de Sua Magestade El-Rei D. Carlos I e Sua Alteza o Principe D. Luiz Filippe, achava por bem

protestar solenemente contra tão nefanda crueldade que <asim> ennodou a historia do povo portuguez, tão pacato, e de tão brilhantes tradições, e ao mesmo tempo que fizesem preces pelo descanço eterno de suas magestades» (Consultar: "Livro 5 de Actas da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra (1902-1910)", Arquivo da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, fl. 40v). Quando, no ano de 1908, D. Manuel II (19.3.18892.7.1932) sobe ao poder, já se previa o fim da Monarquia. Os partidos de "acalmação" então existentes passam a digladiar-se novamente. No dia 28.8.1910, os republicanos já tinham 14 deputados eleitos. A 3.10.1910, começava delinear-se a revolta republicana, num contexto de forte instabilidade política. O Governo foi incapaz de dar uma resposta eficaz ao golpe de Estado em curso, pois os elementos revoltosos iam engrossando em número, atingindo uma quantidade cada vez maior de sectores, e, no âmbito militar, obtendo o apoio de muitos soldados que se revoltaram. As forças monárquicas, ou o que delas restava, acabaram por ceder a 5.10.1910. Assim, nesse dia, às 9 horas da manhã, o republicano José Relvas declarou implantada a república em Portugal. No caso santacatarinense, a primeira acta que se redigiu após o golpe de Estado data de 9.11.1910. Aquela refere-se à eleição da nova Junta Paroquial, já sem a inclusão de Joaquim Ferreira Gonçalves das Neves, pároco, uma vez que um dos princípios dos republicanos era o laicismo, traduzido, a 20.4.1911, na Lei da Separação da Igreja do Estado. Em Santa Catarina da Serra é o republicano José Francisco Alves que assume, assim, a presidência, sendo «Vicepresidente, Manoel Pereira das Neves; thesoureiro, Manoel Pereira; secretario Jozé Francisco Alves. [fl. 65v] Declararam todos pela sua honra desempenharem fielmente as funcções que lhe erão confiadas. (Consultar: "Livro 6 de Actas da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra (1910-1926)", Arquivo da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, fls. 65-65v). Durante a I.ª República, uma das primeiras medidas to-

Moeda de 20 centavos da I.ª República Portuguesa, com a data de 1920. Encontrada pelo Autor na localidade de Pedrome. Imagem de 16.10.2010, 13:30 horas (máquina Leica D-Lux 3).

madas pelo Governo Provisório, de Teófilo de Braga (24.2.1843-28.1.1924), foi a separação da paróquia civil da paróquia religiosa, pelo que os membros do clero passam a estar proibidos de exercer quaisquer actividades políticas, daí que, no caso santacatarinense, o pároco da freguesia, Joaquim Ferreira Gonçalves das Neves (190349), tenha sido substituído por um «cidadão» civil. Neste caso, José Francisco Alves, natural de Cercal, freguesia de Santa Catarina da Serra. De facto, as limitações à Igreja Católica foram inúmeras: expulsão da Companhia de Jesus e das ordens do clero regular, isto é, dos conventos e dos mosteiros; encerramento dos mesmos; proibição do ensino religioso nas escolas; abolição do juramento religioso nas cerimónias civis e a laicização do Estado, pela separação da Igreja do Estado. E, por fim, a incorporação dos bens móveis e imóveis no património do Estado. Em Santa Catarina procurou-se nacionalizar o Passal. A legislação republicana procurou actuar aos mais diversos níveis. Em termos laborais, votou-se e aprovou-se o direito à greve, assim como a semana obrigatória com seis dias de trabalho. Em 1915, através da Lei Reguladora do Horário de Trabalho, os empregados

de escritório e dos bancos passam a laborar 7 horas por dia, os das fábricas 8-10 horas e os do comércio 10 horas. Em 1919, criou-se a semana de 48 horas de trabalho para operários e lojistas e 42 para bancários. No âmbito social, designadamente no da assistência e da previdência, criou-se, em 1911, o Fundo Nacional de Assistência, que tinha como objectivo socorrer os indigentes e combater a mendicidade. Através destas medidas foi possível formar, em 1916, o Ministério do Trabalho e da Previdência Social e, em 1919, o Instituto de Segurança Social. No sector da família, a República instituiu o casamento civil, a igualdade entre marido e mulher; resolveu a problemática dos filhos ilegítimos, assim como a investigação sobre a paternidade e a maternidade dos mesmos; estipulou o divórcio. Para além disto, constituiu-se em cada freguesia um posto para o registo civil. Tal situação também se verificou em Santa Catarina da Serra. No âmbito do Ensino, a I.ª República teve um cuidado especial na matéria, legislando sobre a educação de um povo que permanecia, na sua maioria, analfabeto. Deste modo, a I.ª República decretou a liberdade de ensino para todos os níveis de instrução, surgindo, assim, inúmeros cursos. Edificaram-se milhares de escolas. No Ensino Superior criaramse as universidades de Lisboa (9.3.1911) e Porto (22.3.1911), uma vez que, até aí, só existia a de Coimbra. O ensino primário passou a ser oficial, livre e gratuito, sendo obrigatório dos 7 aos 10 anos de idade. Na freguesia de Santa Catarina da Serra, por exemplo, a 16.8.1914, existiam já duas escolas, a da sede de freguesia e a de Quinta da Sardinha. Em acta verifica-se que o recenseamento escolar do sexo masculino continha dusentas <e quatorse> creanças em idade escolar, estando setenta e tres na area escolar da escola da Quinta da Sardinha e sessenta e oito da escola, digo, na area escolar da escola masculina de Santa Catharina. As creanças do sexo feminino em edade escolar, desta freguesia são cento e noventa e nove, estando na area escolar da escola feminina de Santa Catharina sessenta e sete creanças».

Vasco Jorge Rosa da Silva SGPCM, Lisboa

(Consultar: "Livro 6 de Actas da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra (1910-1926)", Arquivo da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, fls. 32v33). Outras medidas legisladas pela I.ª República (1910-26) incluem alterações aos símbolos do país, designadamente ao hino, que passou a ser, definitivamente, "A Portuguesa", e à bandeira, que passou a ser a verde e vermelha, substituindo a azul e branca. A unidade monetária então existente foi substituída pelo escudo, $. Cada escudo passou a estar dividido em 100 centavos. Por fim, a adesão do país ao sistema internacional de fusos horários e a aceitação da Hora Legal, que passou a estar na dependência do Observatório Astronómico da Tapada da Ajuda, em Lisboa. A Hora Legal é a hora padrão do país. Em Santa Catarina destacaram-se como republicanos convictos, José Francisco Alves, natural de Cercal, da mesma freguesia, Manuel Francisco Alves e Joaquim Francisco Alves, ambos médicos. O primeiro dos irmãos assumiu a presidência da Junta de Paróquia após o dia 9.11.1910. Manuel Francisco Alves (†24.6.1926) relacionava-se o republicano João Lopes Soares (17.11.187831.7.1970). Por fim, Joaquim Francisco Alves (17.7.187811.11.1953), que teve consultório na vila de Ourém, foi o primeiro médico da freguesia com formação universitária. Criou a Sopa dos Pobres. Afirma-se que terá pertencido à Maçonaria Portuguesa, embora isso seja difícil de provar. Ter-se-á oposto ao fenómeno das "Aparições de Fátima". (Consultar: José Galamba de Oliveira, "Fátima à prova", Leiria, Tipografia Gráfica, 1946).


NOVEMBRO

LUZ DA SERRA

-- destaque --

2010

Prestação de Contas Jovens de 1970

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A falta de civismo e de atenção. Lixo comum junto do Oleão, provavelmente atirado pensando que tudo serve de caixote do lixo.

CONVOCATÓRIA da

Excelente comemoração do 34º Aniversário da UDS. Sócios e amigos sentados à mesa para apoiar o clube da Serra. Parabéns à UDS.

Nos termos do artigo 13º nº1 da Lei 169/99 de 18 de Setembro e pela competência que me confere a alínea b) do artigo 19º da mesma lei, convoco os membros da Assembleia de Freguesia de Santa Catarina da Serra, e a população em geral, para a sessão ordinária que terá lugar no auditório da freguesia em Santa Catarina, às 21 horas do dia 17 de Novembro de 2010.

Assembleia de Freguesia

Talhão

Edital Nº 05/2010 (Cemitério de Santa Catarina da Serra) Covatos não reclamados a reverter para a freguesia JOAQUIM PINHEIRO LAÍNS DE OLIVEIRA, Presidente da Junta de Freguesia de SANTA CATARINA DA SERRA, Concelho de Leiria, de acordo com o que estabelece a alínea c) do nº6 do artigo 34º da Lei169/99 de 18 de Setembro, com as alterações introduzidas pela Lei 5-A/2002 de 11 de Janeiro, torna pública a listagem de covatos não reclamados a reverter a favor da freguesia: Santa Catarina da Serra, 25 de Outubro de 2010. O Presidente da Junta de Freguesia Joaquim Pinheiro Laíns de Oliveira

Letra

Sul / Poente

4

L

Norte / Poente

1

C

Norte / Poente

2

E

Norte / Poente

5

H

Norte / Poente

6

L

Norte / Poente

4

Q

Norte / Poente

5

Q

Norte / Poente

6

S-A

Norte / Nascente

5

J

Norte / Nascente

5

H

Norte / Nascente

2

T

Sul / Nascente

2

C

Localidade:

Cód. Postal:

-

Pagamento por Cheque: Deverá ser de um Banco Português e passado à ordem de: ForSerra

Email:

Data Nasc:

Contribuinte:

LUZ DA SERRA Com uma nova gestão, torna-se necessário destacar todos os amigos do Jornal. A partir desta data tencionamos publicar aqui todas as ofertas que chegam à redacção do Jornal. (o pagamento das assinaturas não são publicadas) O Jornal agradece. Ao pagar a sua assinatura ou fazer um donativo está a ajudar a freguesia a desenvolver projectos para a melhoria da qualidade de vida dos Santacatarinenses. Chegaram os seguintes donativos ao Jornal:

França França Brasil

Portugal 10 Euros - Europa 15 Euros - Resto do Mundo 20 Euros

Morada:

Telefone:_______________ Telem:_________________

AMIGOS DA

Joaquim Pereira Costa Carlos Fartaria Antonio Ferreira Ribeiro

O Presidente de Assembleia António da Conceição Rodrigues

Cupão de Assinatura

Nome: “Os Jovens de 1970 querem agradecer a toda a comunidade que de uma forma directa ou indirectamente participaram na “Festa Grande” , uma vez que, sem essa ajuda não era possível a sua realização nem tão pouco alcançar os bons resultados obtidos. Fica aqui o nosso OBRIGADO e até 2020.”

Santa Catarina da Serra, 29 de Outubro de 2010

5€ 10€ 5€

Assinatura:

/

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LUZ DA SERRA

NOVEMBRO

-- Entrevista --

última

2010

Um Santacatarinense do outro lado do Atlântico Este mês fomos conhecer o P. Francisco Ferreira Dias. Filho de Carlos Dias e Conceição Ferreira nasceu na Cova Alta em 1945 e poucos anos depois foi para o Brasil onde seguiu a sua vida de estudante e de sacerdote. Foi ordenado Padre em 1972, e já trabalhou em várias paróquias no Brasil. Esteve de visita á freguesia há poucos dias. O Jornal Luz da Serra foi conversar um pouco com ele. P. Francsico, partilhe connosco um pouco do seu percurso de vida. Nasci na Cova Alta, na “Cova Alta de Baixo” ali ao pé da antiga lagoa, onde tem agora uma Associação. Nasci na casa mais perto da associação, na casa em frente. Nasci a 2 de Janeiro de 1945 e fui para o Brasil em Junho de 1952. Os meus pais resolveram emigrar para lá quando eu tinha 7 anos. Na altura já tinha um irmão casado, o Joaquim, que morava aqui na Barreiria. Ele ficou cá, mas o resto dos meus irmãos, na altura eramos crianças, fomos todos com o meu pai e resto da família para o Brasil. No Brasil, foi lá que fiz a minha escola, os meus estudos, a minha formação. Que lembranças tem da Freguesia? A lembrança que tenho da freguesia até aos meus 7 anos, é a Cova Alta e a Igreja de Santa Catarina da Serra. Tinha alguém com quem se revia, ou simplesmente sentiu vocação para ser padre? Eu gostava, penso que era a voz de Deus que falava também. O meu irmão André que está também no Brasil, recorda-se nitidamente de que quando éramos crianças, ele me dizia que quando fosse grande ia ser padre (risos), mas não é por isso que eu fui! Quando fui para o Brasil, cresci, estudei e a determinada altura o meu pai perguntou-me o que eu queria fazer, e eu disse que queria ir para o seminário. Fui para o seminário aos 15 anos e fiz lá todos os meus estudos... onde aos 28 anos

me formei sacerdote. Em que zona do Brasil reside? Actualmente trabalho na diocese de Assis, na cidade de Rancharia no Estado de S. Paulo. Estou nesta diocese há 5 anos, na Padroeira de Santo António. Estou eu e mais outro padre. Desde que foi para o Brasil com 7 anos, com que frequência é que tem vindo a Portugal? A primeira vez que vim a Portugal foi em 1986, quando já tinha 14 anos de padre, depois disso vim em 2001, quando o meu irmão fez os 50 anos de casado, e este ano em 2010. Como é que observa o desenvolvimento da Freguesia de Santa Catarina da Serra desde os seus 7 anos? Com 7 anos de idade, apenas tenho uma memória de criança, lembro-me apenas da Igreja e Santa Catarina da Serra e da Cova Alta. Quando vim em 1986 a Igreja de Santa Catarina da Serra pareceu-me que era muito maior, até perguntei à minha mãe se era a mesma Igreja, porque na altura tinha ficado apenas uma imagem de criança. Quanto ao aspecto do desenvolvimento e à forma do povo viver, já em 1986 notamos uma grande diferença, após 30 anos depois de termos ido embora já havia grande diferença. Quando eu estava em Portugal não existia carros, era a pé que íamos da Cova Alta até Santa Catarina da Serra, e tínhamos um carro de bois para o trabalho.

Houve muitas melhorias a nível do povo. E no primeiro ano em que vim, foi no ano em que Portugal entrou na Comunidade Europeia e desde aí houve ainda mais melhorias, em todos os sentidos, nas infra-estruturas, na habitação... e religiosamente também. Essas melhorias, nós sentimos, nas capelas da Freguesia de Santa Catarina da Serra, o povo é muito acolhedor. Sei que já teve a oportunidade de celebrar várias missas desde que chegou, qual a sua opinião em relação à paróquia? Na parte religiosa da Freguesia de Santa Catarina da Serra, fui celebrar a missa ao Vale Tacão, e estive na Chaínça, para conhecer. Já celebrei a missa em Santa Catarina das 8h30 e das 11h30 também...é bem participativa...o Padre Mário faz um belo trabalho. Dá para perceber que é um padre dinâmico e mexe com o povo, com os paroquianos. Acho uma paróquia realmente muito bem organizada. Como é vir de tão longe e ao fim de tantos anos e ver estas mudanças? O que o liga mais à Freguesia de Santa Catarina da Serra? A parte pessoal e mais afectiva e a casa onde nascemos, claro que isso dá-me muita emoção. Já estive na Cova Alta, fotografei a casa, até gostaria de lá entrar. A Igreja de Santa Catarina da Serra é outra coisa que, afectivamente, mexe connosco. No seu interior tem a pia baptismal, onde eu fui baptizado. E a casa onde nasci, onde a minha mãe me deu à luz, são

P. Francisco Ferreira Dias junto da casa onde nasceu, na Cova Alta. coisas que afectam. Afectivamente sinto-me bem em vir cá. Eu tenho cá os meus parentes, os meus sobrinhos, o meu irmão que já faleceu há 3 meses. Eu venho pela família. Na Barreiria e Donairia tenho cá os meus sobrinhos. O que me liga à terra é a parte familiar. Quando venho cá, venho com gosto, é sempre uma emoção vir à nossa terra, e esta não é uma terra qualquer, qualquer sítio ou lugar de Portugal, é a minha Terra! Qual é a diferença que destaca entre a comunidade da Diocese de Assis e a de Santa Catarina da Serra? Quais são as diferenças que mais realçam à vista? Pelo que percebi, a organização e os movimentos paroquiais e pastorais não diferem muito . O concelho paroquial difere às vezes a maneira de encaminhar. Lá no Brasil, uma paróquia só tem 30 mil habitantes, com várias capelas, temos capelas rurais, as capelas urbanas. Somos 2 padres que tomamos conta do trabalho. A paróquia de Santa Catarina da

Serra também é uma paróquia extensa, temos aqui a Igreja Matriz e depois tem as capelas. Na parte litúrgica, no Brasil parece-me ser mais extrovertida, a própria liturgia manifesta isso também. Durante toda a missa cantam, batem palmas, na minha paróquia. Não estou a dizer que é melhor ou pior, mas é diferente. Mas aqui senti a missa também bem participada. Também há jovens a participar? No Brasil há muitos jovens, de uma maneira ou de outra, mas não é fácil hoje em dia atrair os jovens. Temos uns encontros na paróquia e na diocese, temos um modo de atrair os jovens fazendo acampamentos. Então passamos quatro dias a acampar, fazemos palestras dinâmicas e os jovens saem de lá entusiasmados. É uma das maneiras que temos para atrair os jovens para depois fazer uma caminhada com eles. Nos acampamentos que fazemos tentamos chamar os jovens que estão mais afastados. E quando vêm com todo o entusiasmo, vêm com fre-

quência, e vão novamente aos encontros. Quer na diocese ou na Paróquia, têm um bom grupo de jovens, participando em reuniões... temos muitos jovens na Igreja. Há alguma mensagem que queira deixar aqui para a população de Santa Catarina da Serra? A minha mensagem é de carinho, de agradecimento pelo acolhimento que sempre recebi da pessoa do Padre Mário e ao Padre anterior, Padre Joaquim Faria. Quero deixar também a minha gratidão ao povo de Santa Catarina da Serra que percebemos que na missa temos contacto geral com todos, aos meus parentes, aos meus sobrinhos, primos (também tenho muitos), na Cova Alta, no Sobral... A mensagem que deixo é de gratidão, de estima... eu dou muito valor aos laços familiares, e a amizade é um laço familiar. Um abraço e a bênção de Deus para todos. Texto e Fotos Miguel Marques pub


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