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Esta revista faz parte integrante da edição nº nº 3288, de 30 Maio de 2000, do bissemanário Região de Leiria, não podendo ser vendida separadamente

Cadernos do Séc. XXI

Santa Catarina da Serra

aqui o passado tem futuro


2 Nesta freguesia o passado tem futuro

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Altos, lavados ares Suponhamos, pelos instantes que demora o folhear de uma revista, que a terra é feita de ar. Não do ar que institui o vazio das coisas, mas do que dá gosto respirar. Respirar e ver. Só os distraídos desconhecem que também os olhos respiram. Neste sentido, o lugar e a freguesia de Santa Catarina da Serra valem todo um hausto profundo, tonificante, retemperador. A vista pacifica e relativiza as comuns ambições das gentes. Dá outra importância ao ser e ao estar. Enquanto se é e enquanto se está. Neste caderno (que, com algumas pompa e circunstância, quisemos que fosse já do século XXI), e ao contrário talvez do que habitualmente se encontra disposto num suplemento temático de encarte, a colecção de textos e imagens remete quase invariavelmente para a figura humana. Ou, pelo menos, para algo que lhe diz respeito. Sim, é certo que também serão alinhados números, contas, dados frios. Mas que valem os algarismos quando o seu universo não afina pelo diapasão da pessoa? O futuro da terra (e da Terra) depende dos homens e das mulheres que, povoandoa, lhe dão sentido. É por isso que começamos por uma criança. Um recém-nascido. Para que o futuro tenha um primeiro nome. Santa Catarina da Serra já tinha merecido do REGIÃO DE LEIRIA um suplemento que lhe era inteiramente dedicado. Foi a 28 de Fevereiro de 1997. Levou a edição o título de “Santa Catarina da Serra na rota do futuro”. Nela teve direito a discurso directo aquele que, então como ago-

ra, dirige o leme da nau da freguesia serrana, Domingos Marques das Neves. Mas não só. O boletim “Luz da Serra”, emanado mensalmente pela paróquia local, viu-se caracterizado também. O mundo escolar, o Rancho de S. Guilherme, a Casa do Povo de Santa Catarina da Serra e a União Desportiva da Serra não foram esquecidos. Três anos passados, pode verificar-se que a freguesia permanece e segue viva e activa. Irrompem com um vigor irrecusável os nascidos, apagam-se os defuntos, levantam-se obras. Neste caderno, quisemos, como acima se deixou dito, privilegiar a voz e a presença das pessoas. Depois da criança, e por natural percurso, fomos (voltámos...) à escola. Aqui damos lugar à voz de alunos e professores. A palavra “escola” remete directa e rapidamente para o conceito do saber. Há porém saberes a que só a outra “escola”, a da existência quotidiana, dá acesso e proveito. Por isso ouvimos e registámos o curioso e enriquecedor caso de um homem do povo que aprende fazendo. Dada a proximidade do “altar do Mundo”, Fátima, e considerada a religiosidade do nosso povo, não enjeitámos a oportunidade de ouvir o pároco local, um sacerdote com cinco anos de “casa”. Finalmente, obtivemos a atenção e a prestabilidade do presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra. E quanto a informações nuas e cruas, objectivas, factuais? Sim, também há. Mas foram as gentes o que mais lá nos atraiu. E é delas que aqui deixamos recado. Lá, deixámos, com pena, os altos e lavados ares que não pudemos trazer para casa.

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DIVISÃO INDUSTRIAL A Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra saúda e cumprimenta todos os seus residentes, naturais e amigos, com os votos de felicidades para todos. Em 1999 festejámos os 450 anos da criação da Freguesia e, em conjunto com os jovens, adolescentes e outros, estamos disponíveis para enfrentar novos desafios nas áreas da cultura , desporto, tempos livres, educação e no bem estar. Todos unidos nunca seremos de mais. Santa Catarina da Serra, 12 de Abril de 2000 O Presidente

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O futuro chama-se João O futuro é um menino e nasceu às 21h40 de 4 de Maio de 2000. O futuro é filho de Franclim e de Fernanda Paula, um jovem casal de Pinheiria, Santa Catarina da Serra. Domingo à tarde, dia 14, o João já fazia sociedade com pais, familiares e amigos no café Marcelino, em pleno coração da sede de freguesia. Ali muito perto, na igreja paroquial de Santa Catarina, celebrava-se a tradicional missa dos Idosos e dos Doentes, que

acontece uma vez por ano. O sol da tarde abria-se, alto, sobre esta terra trepadora. Os pais do João, surpreendidos pelo pedido do jornalista, lá permitiram que o menino fosse fotografado. Só não foi possível saber a opinião do bebé. Mas o futuro é tão dele, que até lhe leva o nome. Em verdade, o maior futuro, mais do que pertencer às crianças, consiste nas próprias crianças. Em Santa Catarina da Serra como em todo o lado.

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Escola Básica Integrada 1,2,3

Fábrica de saberes A Escola Básica Integrada funciona desde o ano lectivo de 1995/96. Desde o presente ano lectivo que funciona como sede do Agrupamento Vertical de Escolas e Jardins de Santa Catarina da Serra, abrangendo as escolas e jardins de infância das freguesias de Santa Catarina da Serra, Chainça e Arrabal, com cerca de 800 alunos. Pretende-se que todas as escolas e jardins do Agrupamento se enriqueçam e se tornem cada vez mais inovadoras quer do ponto de vista da sua gestão e administração, quer no modo de organização pedagógica e das aprendizagens. Pretende-se que o conjunto de meios e recursos que as escolas possuem actualmente através do Agrupamento, e que permitem o acesso à informação diversificada, seja utilizado de forma pedagogicamente adequada. Estão em desenvolvimento vários projectos que abrangem áreas essenciais à formação das crianças e jovens, como: Desporto, Saúde, Meio Ambiente, Novas Tecnologias da Comunicação e Informação, Articulação Vertical de Programas e intercâmbios com escolas de outros países europeus. A Mediateca, em construção, é um projecto que visa contribuir de uma forma importante para a acessibilidade aos recursos através das actividades dinamizadas por esta. Pretende-se que seja uma escola inclusiva, uma escola onde se reforça o direito de todos os alunos a frequentarem o mesmo tipo de ensino. O projecto “A Escola face aos Alunos com NEE” vem dar uma parte da resposta a esta intenção.

A articulação com as famílias e a comunidade faz-se através do projecto “Escola/Comunidade/Família”, que promove a participação, com vista ao melhoramento do funcionamento da escola, e pode melhorar a qualidade do ensino, bem como a promoção do sucesso escolar. O projecto “Área Escolar” foi

alargado a todas as escolas e jardins do Agrupamento e tem como objectivo principal o conhecimento de todas as crianças e jovens das suas localidades para melhor construírem o futuro. A divulgação deste trabalho far-se-á através do seu produto final: o Jornal do Agrupamento.


O conceito de professor tem vindo a sofrer diversas alterações ao longo dos tempos. Se outrora ele era visto como um simples transmissor de conhecimentos, hoje essa função é bem mais complexa. Ele é ou deve ser um facilitador de aprendizagens, um companheiro de viagem, um amigo. Sou professor nesta escola há três anos e tomei consciência desde logo de que, dada a sua dimensão e o próprio contexto social em que está integrada, o desafio, o empenhamento teriam de ser maiores. Numa escola do 1º CEB em que o número de alunos é normalmente reduzi-

do, em que o isolamento é uma realidade, ser colocado numa escola 1,2,3 em que o leque de alunos é tão diversificado, dado as faixas etárias serem, também elas, diversificadas, levou-me a ver e a entender o conceito de escola noutra perspectiva. O trabalho de equipa, a participação em projectos tão abrangentes e importantes para o desenvolvimento global das nossas crianças, são motivos para me sentir bem. Devo referir que a constituição do Agrupamento de Escolas no presente ano lectivo veio enriquecer todos os intervenientes no processo ensino-aprendizagem, nomeadamente os alunos,

pais, professores e comunidade local, que vivem a cumplicidade desta nova experiência. Se, com as mudanças dos tempos se mudam as vontades, com os novos desafios procura-se mudar a escola e, consequentemente, a sociedade, que se pretende seja cada vez mais justa e democrática. Penso que esta Escola/Agrupamento está no bom caminho para concretizar esse objectivo social. O pouco de cada um faz o todo! Júlio Gordo

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No bom caminho

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O futuro é um idioma inventado pelos jovens

1º Ciclo 1º A 21 2º A 20 2º B 10 3º A 21 3º B 6 4º A 21 4º B 22 4º C 4

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mesma turma, que garante que o principal “somos nós, as crianças”. E o Mickael, de 9 anos, diz que “em Santa Catarina da Serra há uma bonita escola onde eu aprendo a viver”. Identicamente, o João Pedro, da mesma idade, verifica que “a freguesia de Santa Catarina da Serra é bonita e a escola realça ainda mais a sua beleza”. O muito especial menino chamado Ricardo profere: “Eu sonho com a escola no meio dos meus amigos”. Já a Alexandra Pereira das Neves é “geógrafa” e “onírica”: “A minha escola situa-se em Santa Catarina da Serra, é um lugar esplêndido para viver. A escola é um lugar de aprendizagem bonito e agradável para brincar e sonhar”. Ricardo Carreira, do 6º B, acha a sua escola bonita, “mas a minha casa ainda o é mais por-

Se o título está bem, tal se deve à leitura de pequenos textos produzidos (é certo que a pedido expresso, mas originais todos eles) por alunos e alunas da 1,2,3 de Santa Catarina da Serra. “Na escola podemos aprender a escrever, a ler, a contar e a amar a nossa terra”, disse a Vera Baptista, do 2º A. Ana Lúcia Oliveira, também do 2º A, diz que na escola aprende “a amar e a conhecer a minha terra”. Joel, 2º B: “A minha escola é a flor do mundo”. Vânia, da mesma turma, diz que “de vez em quando cantamos como os passarinhos cantores”. Mais ecológica, Ana Alves, do 2º A, observa que se deve limpar a escola “porque ela faz parte da Natureza”. A menina Susana Alexandra dos Santos garante que “o mais importante são os meninos”, assim como o João Valente, da

2º Ciclo 5º A 20 5º B 20 5º C 13 6º A 18 6º B 17 6º C 16

Total: 104

3º Ciclo 7º A 20 7º B 21 7º C 20 8º A 20 8º B 16 8º C 18 9º A 28 9º B 21

Total: 164

que tenho o carinho dos meus pais”. “Em Santa Catarina uma escola foram criar, para o futuro melhorar”, diz, e muito bem, o Igor, do 6º B. O futuro volta na escrita da Ângela Silva, da mesma turma: “Aprendemos para um melhor futuro termos”. O Pedro, n.º 12 do 6º A, indica a localização e fala do “trabalho”: “Entre vales e montes há Santa Catarina da Serra com uma bela escola e de segunda a sexta-feira levo às costas a minha sacola”... “Na minha escola há muitas árvores e espaços verdes, mas o que há são poucos meninos que os sabem preservar porque se esquecem de que os caixotes do lixo são para o lixo e o chão para pisar”, verifica Alexandre Antunes, do 6º A. E escreve a Marina, da mesma turma: “Santa Catarina da Serra é uma aldeia

SEUC Sistema de Ensino por Unidades Capitalizáveis - 20

Total: 413

Professores Ciclos 1º CEB 8 2º CEB 17 3º CEB 16 Cons. Dir. 4

Total: 45 Pessoal não docente Administrativo 6 Auxiliar 17 Guardas noct. 2


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onde existe paz. Aqui a guerra não existe porque ninguém a faz”. Mais desportivo, o Bruno, da mesma sala, faz rimar Serra com terra e escola com... bola. Alguém, que se esqueceu de assinar, produziu uma frase de peso: “Uma boa escola vem de uma boa terra”. Também magnífica é a quadra da Ana Carolina, do 8º A: “Ando na escola para estudar/ Para um dia ser alguém/Sei que a escola não é a brincar/Mas sem brincar não vive ninguém”. Prática, pragmática, a Ana Carina, do 7º B, escreve: “Na escola estudo/Aprendo a respeitar/Estou a

construir um futuro/Para mais tarde trabalhar”. E, noutro voo poético de apreciável extensão, rima a Emília, do 8º C: “A escola é a minha segunda casa/ Preciso tanto dela/Como uma ave da sua asa”. “Patriótico”, o André, do 7º A, garante que “Esta escola é património nacional/ Quem anda nela acha-a bestial”. Um pedido muito especial vem da Margarida, também do 7º A: “Tenho sete aulas por dia/Se não faltar nenhum professor/ Se faltar não tenho sete/Faltem mais, se faz favor”...

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Francisco do Carmo Oliveira

Um santo com artes do diabo “Já vi como funciona o Mundo. Restame agora aproveitá-lo.” Não há dúvida de que se trata de uma filosofia. De atitude, de disposição. De vida, enfim. A curiosidade é que a citação que inicia o texto não foi retirada de um qualquer livro escrito por um qualquer profissional da metafísica. Foi dita e ouvida no lugar da Pinheiria da Costa, à direita de quem, tendo subido até ao centro de Santa Catarina da Serra, se dispõe a descer até à casa de Francisco do Carmo Oliveira. Aposentado dos CTT, este antigo carteiro apresenta ao visitante uns 63

anos a toda a prova invejáveis. O vigor físico, aplica-o ele no cultivo da terra. Mas não só. No domingo que antecedeu a entrevista, tinha dançado “quatro horas seguidas”. Trocava de par à medida que as damas se cansavam.A esposa, Maria Santa, confirma: “Elas não o aguentam”. Mas constituirão estes dados matéria suficiente para despertar a curiosidade jornalística? Não. Outros motivos, todavia, se levantam. É que o senhor Francisco inventou um sistema de moagem de cereais à base de peças de veículos automóveis. O milho é moído numa tradicionalíssima

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mó de pedra, é certo, mas a engrenagem que o dinamiza é accionada a tractor ou a electricidade. Há mais de 15 anos que esta excentricidade o acordou para uma duradoura fama regional. Mas Francisco Oliveira, também barbeiro (com barbearia em casa e tudo) e mediador de seguros, não inventou tão-só uma moagem (aliás duas, sendo que da segunda, por moer mais fino, se obtém farinha para a cozedura da broa). De sua criação é também um peculiar semeador, artefacto que já espantou, até,

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um indivíduo ligado às artes e técnicas agrícolas. Concebido, montado e soldado por suas próprias mãos, o aparelho sulca o solo imediatamente antes de largar nele a pepita da semente. Dá para ser puxado por máquina, bicho ou pessoa. Com um braço firme, mostra a terra que lhe pertence. São hectares generosos. Podem ser vistos lá para baixo, “até àquele eucalipto, perto da casa em ruínas que você foi ver lá para o Vale das Pedras”. Uma casita de bom aspecto branqueja ao sol da segunda-feira de Maio: “Fi-la para eu e os meus amigos termos sítio para a petisqueira”, explica. Francisco do Carmo Oliveira (FCO, em sigla que anuncia o palheiro onde conserva as peculiares moagens de sua invenção) conta um projecto antigo (projecto, sim, em vez de sonho, posto que este tipo de homens sonha menos e faz mais): trata-se de construir um pequeno lagar de

azeite. Ao senhor Francisco arrelia um pouco que o ministério do Ambiente ainda não tenha deferido o projecto. Apesar da má cara do ministério, ele não desiste.

Até porque, afinal, este homem tem tudo para, além de agricultor, ex-motorista, ex-carteiro, ex-mediador de seguros, inventor, bailarino, viticultor, criador de gado, caçador, filósofo e tudo, ser santo. Exactamente: santo. Nem menos. Ele explica: “Chamo-me Francisco, que é o nome do pastorinho de Fátima, o mais recente Santo de Portugal. Nasci no dia de Todos os Santos. Casei com uma mulher chamada Maria Santa. Duas irmãs minhas são freiras. E Fátima é aqui mesmo ao pé de minha casa...” Sorridente, e modesto apesar de tudo, Francisco do Carmo Oliveira reconhece que “quem toca muito burro, algum deixa ficar para trás”. Quer ele dizer que, por praticar tantas artes, “não é perfeito em nenhuma”. Mas toda a gente sabe que é pela imperfeição que o mundo se rege, transforma e move. E se aproveita.


Sinais do tempo O galo que lê o sentido do vento convive sem problema com a tecnologia actual. O poste de alta tensão que se vê ao fundo não impede a memória de outras, bem mais antigas, tecnologias. Sinais do tempo que passa, sinal do tempo que fica.

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à conversa com o padre Mário

Uma resposta ao futuro O padre de Santa Catarina da Serra recebe quem o procura no gabinete de trabalho da residência paroquial. É uma sala que faz jus à designação: livros, papéis, imagens, computador, telefone, tudo aponta para o cumprimento das tarefas de um profissional da fé que não enjeita o trabalho. Os livros têm ar de lidos, os papéis de mexidos e remexidos. A aparente desordem dos documentos sobre a secretária corresponde a uma ordem privada, mental. A questão de arranque dirige-se à relação do pároco com uma paróquia que é sua há cinco anos.“A princípio foi difícil”, confessa. Com dez anos de (“muito boa e muito especial”) ligação à paróquia de Marrazes, Leiria, o padre Mário não podia deixar de sentir as diferenças. Para mais, logo que chega a Santa Catarina da Serra verifica que a paróquia se encontra numa “situação difícil”. Motivo principal: “O pároco anterior tinha morrido há meses. Por isso, a Igreja estava entregue a uma gestão interina”. A título de exemplo, o actual ministro de Deus em terras de Santa Catarina da Serra aponta o atraso nos registos. “Mas presentemente, a minha relação com toda a paróquia é muito saudável, já que me dou bem com toda a gente”, saúda. Perguntado sobre as novidades do lustro decorrido desde a sua investidura como pároco local, o padre Mário soergue as sobrancelhas: “Novidades? Muito, muito trabalho. A função sacerdotal propriamente dita deixa-me pouquíssimo tempo para as outras actividades de carácter pastoral que gosto de desenvolver”. Que actividades? “Dinamizei o escutismo, que funciona há já cerca de

Perfil e frente

três anos, movimentando e estimulando cerca de meia centena de crianças e jovens da freguesia”, aponta.“E também iniciei o Caminho Neocatecumenal”, sublinha. E de que se trata o Caminho Neocatecumenal, pergunta-se-lhe. Responde: “Trata-se da criação de comunidades que procuram fazer reviver toda a mística própria das primeiras comunidades cristãs. E tudo em conformidade com os preceitos dos apóstolos, claro”. E realça: “Já criámos uma comunidade”. Não é de estranhar que um sacerdote de “apenas” 40 anos persiga o objectivo da renovação eficaz da acção pastoral juvenil. Actividades diversas com grupos de crianças e adolescentes naturais da freguesia de Santa Catarina da Serra encontram materialização e expressão num termo hoje muito na moda e, por isso, pouco habitual na linguagem normalmente associada às práticas cristãs institucionais: “radical”. No próximo dia 3 de Junho, com efeito, o padre Mário promove uma “actividade radical”, a exemplo, aliás, do que já sucedeu no ano passado, altura em que

Nome: Mário de Almeida Verdasca Data de nascimento.: 29 de Setembro de 1959 Local: Gondemaria, Ourém Estudos: secundários em Leiria (Liceu Rodrigues Lobo e Seminário); Instituto de Estudos Teológicos de Coimbra, que conclui em 1984 Primeiro ano de trabalho: 1984/85 nas paróquias de Barreira e Cortes Diácono na Páscoa de 1985 Sacerdote no dia em que completa 26 anos (29/9/85) Trabalha até 1995 na paróquia de Marrazes. A partir de então, é pároco de Santa Catarina da Serra É ainda professor de Educação Moral na Escola Básica 1,2,3 de Santa Catarina da Serra, a exemplo do que já tinha sido na Escola Preparatória de Marrazes e na Escola de Formação Social da Quinta do Amparo até na mata se celebrou missa. Consciente da importância da proximidade geográfica e espiritual de Fátima, o padre Mário não deixa porém de sublinhar que esse facto não encerra apenas aspectos positivos. “Entre Junho e finais de Setembro, é escusado tentar levar avante qualquer actividade pastoral especial aqui na freguesia”. Razão: “Há muita gente que vai trabalhar para o comércio e a hotelaria de Fátima. Claro que é bom para as pessoas o facto de assim poderem ganhar algum dinheiro, não é pecado nenhum. A questão é que nesse período, pastoralmente falando, as coisas por Santa Catarina da Serra


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param”, observa. Outras actividades enumeradas pelo pároco como sofrendo a paragem forçada da época Junho/Setembro: Coro Infantil e Juvenil da Casa do Povo e Escola de Música, para além do já referido Grupo de Escuteiros. Uma questão mais “sensível” como a da relação da Igreja com a autarquia foi recebida sem aparentes problemas pelo pároco: “Temos uma relação burocrática, boa a todos os níveis”. E, quanto ao desenvolvimento local, o padre Mário reclama sem falso pudor a “bandeira da frente”. É que, segundo ele,“em todos os lugares da freguesia as capelas, os centros de encontro e a catequese funcionam bem. As obras realizadas com base na força motriz da igreja “parecem ter espicaçado, aliás saudavelmente, as autoridades locais a fazê-lo também”. Exemplos: o Salão Paroquial e a nova residência do pároco (“A anterior estava completamente degradada quando vim

para cá”). E, jóia da coroa, as obras de restauro da igreja de Santa Catarina: “Custaram 66 mil contos sem qualquer apoio oficial. Tudo obra e mérito do povo”, regista. As obras de recuperação do templo vão estender-se até final do ano corrente, saudando o padre Mário o cuidado na preservação de tudo o que tinha valor histórico e cultural. E faz questão de salientar não ter sido necessário importar os serviços de qualquer firma especializada de Lisboa, a exemplo do que acontece em empreendimentos similares: “Foi uma empresa sediada na freguesia a levar a cabo a excelente restauração que pode ser apreciada por todos”. À questão da existência de um “típico fiel” em Santa Catarina da Serra, responde que não. “Felizmente, há nestes lugares uma percentagem considerável de prática cristã”, regozija-se. “Claro que é sempre possível detectar duas es-

pécies de católicos praticantes: algumas pessoas são mais tradicionalistas, frequentam mais a missa e são mais rigorosas na observação da moral”, concede. “Naturalmente, os jovens entendem as coisas de outra maneira, interessando-lhes mais o espírito do que a forma da prática cristã”, afirma. E quanto a ele próprio, como homem e como sacerdote? “Vou-me situando onde posso”, refere. “Em Marrazes, tomava posições um pouco mais ‘para a frente’”, recorda. “Aqui, sou o pároco. Tento descortinar o ponto de equilíbrio entre a minha vida e a vida das pessoas que procuram a Igreja”, adianta. Num tempo em que “o materialismo vai avançando”, o padre Mário não deixa de registar que “há na mesma uma busca da dimensão espiritual por parte das pessoas”. E é daí que lança um repto para o futuro (até porque foi o futuro que aqui nos trouxe): “É a essa busca que a Igreja tem de saber responder”.

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Sinais do templo Autêntica jóia da coroa do trabalho desenvolvido pela paróquia, o restauro da igreja custou 66 mil contos. O término dos trabalhos está previsto para o final de 2000.


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Domingos Marques das Neves

O verdadeiro presidente O título que abre o texto que resume o nosso encontro com Domingos Marques das Neves não encerra o mínimo laivo de ironia. Chamar-lhe “verdadeiro” não traz água de política no bico do adjectivo. Porque Domingos das Neves é um homem que subiu na vida e na carreira de político local muito à custa de acreditar em tudo o que é para ele a verdade. E essa, doa a quem doer, defendea a ele com quantas armas, unhas e dentes tem. Para mais, trata-se de uma figura que preza, quase de mais mesmo, a segurança do que diz e do que dizem que ele disse. Prova? Ao REGIÃO DE LEIRIA concedeu de imediato uma entrevista. “Mas por escrito, que eu tenho aqui as respostas todas”, disse o presidente do outro extremo da linha telefónica. À medida, porém, que o contacto pessoal lhe dá uma mínima base de confiança, Domingos das Neves abre as comportas do que pensa e sente. Aí, o difícil é fazerlhe uma pergunta. Porque a freguesia a cujos destinos administrativos preside vai para uma década é o seu assunto preferido. E que ele sabe da poda, lá isso ninguém o negue. É da sua iniciativa a publicação, em Junho de 1997, de “Santa Catarina da Serra - Passado, Presente e Futuro”, uma monografia limpa e cuidada repleta de dados concernentes à história e à condição da freguesia. Foi-lhe pedido um balanço da última década de gestão autárquica de Santa Catarina da Serra. Resposta peremptória: “Não me compete a mim fazer o balanço da gestão autárquica dos últimos 10 anos. Isso pertence aos moradores. Uma coisa é certa: Santa Catarina da

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Serra de hoje é bastante diferente daquela que os nossos pais conheceram”. Quanto à proximidade de Fátima, considera que “Santa Catarina da Serra está ligada a Fátima e é muito bom ter vizinhos. Fátima, sob o ponto de vista religioso e de desenvolvimento turístico, tem sido uma mais-valia para esta terra. Muitos residentes e naturais desta freguesia aí desenvolvem as suas actividades, não só como comerciantes, mas também como trabalhadores no ramo de serviços. Na área geográfica desta freguesia já existe um comércio e indústria de artigo religiosos bastante desenvolvidos, que se projectam para Fátima. Porém, as ligações de carácter social e institucionais têm sido muito frias”. No que respeita ao estatuto administrativo do lugar, Domingos das Neves sublinha o facto de Santa Catarina da Serra já ter apostado “na sua elevação à categoria de vila. O projecto-lei já se encontra na Assembleia da República para decisão e com esse novo estatuto contamos ter outro desenvolvimento a nível de construção habitacional e outras in-

Nome: Domingos Marques das Neves Nascido a 7 de Janeiro de 1931 Local: Magueigia Estudos: 4ª classe na Quinta da Sardinha; até ao antigo 4º ano no Seminário de Leiria; frequenta o ensino nocturno em simultâneo com o cumprimento do serviço militar (Lisboa, 1952); completa o Curso Complementar de Electrotecnia na Escola Industrial de Tomar; em 1976, matricula-se e frequenta o Instituto Superior Técnico de Lisboa, no curso de Telecomunicações e Electrónica; trabalha como técnico de rádio nos CTT, exercendo o cargo de inspector nos 12 anos que antecedem a aposentação, ocorrida em 1990; no mesmo ano, é eleito presidente da junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra. fra-estruturas.” O autarca salienta ser “bem conhecido o peso que esta terra tem para o concelho de Leiria, mas a tentativa frustrada através de projectos de lei tem impedido a desanexação de partes do seu território”. Falar de desenvolvimento ao presidente da Junta é convocar-lhe a verificação de “elevados índices de expansão, predominando os dois grandes eixos de desenvolvimento: a) Quinta da Sardinha, Pedrome, Loureira, Fátima; b) Pinheiria, Santa Catarina da Serra, Loureira, Fátima. E o futuro? “Queremos sempre mais e mais para a nossa terra. Exemplos: um parque gimnodesportivo e uma piscina. Isso e o saneamento básico. O parque


gimnodesportivo só ainda não foi construído por falta de terreno. Encetámos negociações com um proprietário, o qual nos pediu cinco contos por metro quadrado. Nós não podemos passar dos dois contos. A cinco contos, os 18 mil metros quadrados necessários ficar-nos-iam por 90 mil. É uma quantia incomportável para nós. Quanto ao saneamento básico, temos falado com a senhora presidente da Câmara Municipal de Leiria, mas tudo está ainda em fase de projecto. Hão-de fazer-se os emissários de Arrabal e Soutocico e de Santa Catarina da Serra-Caranguejeira. Por enquanto, há que esperar”, conclui. No fim do encontro, lembra-se de que para o texto Perfil e Frente não tinha referido os filhos. São dois, um médico e um arquitecto. “Tenho vaidade deles. Ponha lá isso também, se faz favor”. E nós pomos. Presidente é presidente.

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Junta de Freguesia Horário de funcionamento 09h00-12h30 14h00-17h30 Reuniões 1ª Segunda-feira de cada mês Telefones úteis Junta de Freguesia 244 741 314 Fax 244 741 534 E-mail: jfscserra@mail.telepac.pt Centro de Saúde 244 741 151 Farmácia 244 741 474 Bombeiros da Serra 244 741 991


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Escolas e estudantes - 5 estabelecimentos do nível préescolar (jardins de infância dos Olivais, Quinta da Sardinha, Loureira e Santa Catarina da Serra n.º 1 e n.º 2)

- 4 escolas do 1º ciclo do ensino básico (Vale Sumo, Sobral, Magueigia e Loureira) - 1 EBI 1,2,3 (Santa Catarina da Serra)

- 1 escola do 1º CEB (Vale Tacão, desactivada por falta de alunos)

População estudantil: 756

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Paragem de autocarros e posto telefónico inaugurados por ocasião dos 450 anos da freguesia

O futuro de há três anos

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Publicada em Junho de 1997 sob o patrocínio da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, trata-se de uma obra monográfica que consegue aliar a clareza da linguagem utilizada (ou não fosse o livro um trabalho do e para o povo) à pesquisa paciente de informações oriundas do passado. Lendas e outras tradições populares convivem de muito perto com o registo historiográfico, do todo da leitura resultando um sabor peculiar. A edição compreende a enumeração de cifras estatísticas relativas à que era então a actualidade, contando pessoas, casos, casas e lugares. Não raro, a nota subjectiva acompanha com uma leveza despida de leviandade a notação objectiva. Do futuro, a obra, pelo facto já nada simples de existir, presta ao leitor um serviço convincente: que melhor recado para o futuro, na verdade, do que um livro da terra, sobre a terra e para a terra?


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Estradas e caminhos Estradas: estradas nacionais 113 e 357 (em profunda reparação); municipais 505 e 593 (reconstrução recente); 8 caminhos municipais; diversos caminhos vici-

nais (em muito mau estado, prevendo-se para orçamento de uma eventual reparação mais de 200 mil contos); a freguesia é atravessada pela A1

A auto-estrada passa perto de maus caminhos vicinais. De facto, a principal via rodoviária nacional corta a continuidade territorial da freguesia.

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Gentes e lugares Elementos para o Bilhete de Identidade de Santa Catarina da Serra, freguesia do sudeste do concelho de Leiria Área geográfica 35,7 km2 Confina a norte com a freguesia da Caranguejeira, a sul com as freguesias de Fátima e Atouguia, a nascente com Cercal e Gondemaria, a ponte com Arrabal e Chainça Distância da sede de freguesia em relação a Fátima, Ourém e Leiria: 6, 12 e 18 kms Constituem-na 28 aglomerados habitacionais, mas, devido ao seu passado histórico, cultural e religioso, tais aglomerados estão agrupados, sem descontinuidade, por “ramos” de características meramente paroquiais, a saber:

- ramo da Loureira - sendo um só lugar, com 52 ruas classificadas e 478 edifícios - ramo de S. Guilherme - 5 povoações, num total de 51 ruas e 393 edifícios - ramo do Vale Tacão - 7 aglomerados habitacionais, com 25 ruas e 163 fogos - ramo do Vale Sumo - 8 povoações com 43 ruas e 225 edifícios - ramo de Santa Catarina - 7 lugares, com 38 ruas e 241 casas de habitação Habitantes: cerca de 6.000 (eleitores: 3.100) Relação nascimentos/óbitos (dados de 1999): 100/65


Economia viva Indústrias principais: preparação de mármores, construção civil e de estradas, serração de madeiras, carpintarias de esquadria e de móveis, cerâmica, lagares de azeite, alambiques, serralharia, pintura de automóveis e estatuária Comércio: restauração, hotelaria, produtos químicos p/ agricultura, panos e fazendas, mercearia, veículos automóveis, papelaria, máquinas agrícolas, combustíveis líquidos, artefactos de cimento, madeira e cerâmica, agências bancárias

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Vidas associadas O povo de Santa Catarina da Serra tem especial apreço pela vida associativa. Na prática de actividades que transcendem positivamente a “ditadura” da rotina quotidiana, cidadãos de todas as idades encontram nas associações um canal óptimo para realizar satisfatoriamente íntimas e/ou colectivas aspirações. Não se pode dizer que se trate de uma característica especial das gentes da freguesia. É bem sabido que o povo português aprecia e dá o devido valor a todas as manifestações que lhe sirvam de meio de expressão. Assim, a freguesia de Santa Catarina da Serra tem desejado e conseguido alimentar, ao longo de muitos anos, várias colectividades de interesse humano e,

por conseguinte, social. Segue-se uma lista de nomes colectivos que servem de prova do que se acaba de dizer: - No plano desportivo: União Desportiva da Serra, Grupo Desportivo e Recreativo de S. Guilherme e Associação de Caçadores da Serra, com parques em Santa Catarina da Serra, Ulmeiro e Loureira; - No plano cultural: Associação Casa do Povo, Rancho Folclórico de S. Guilherme; - No plano social: Associação Social da Loureira, ASSUL do Ulmeiro, Associação Social da Gordaria, Bombeiros da Serra e Centro Social e Paroquial;

- Quanto a centros culturais e recreativos, registe-se os de Pedrome, Vale Tacão e S. Miguel; - Associação de Pais: EBI 1,2,3 e das escolas de Vale Sumo e Olivais; - Associações de inspiração cristã: Apostolado da Oração, Sagrado Coração de Jesus; Confrarias das Almas e de S. Vicente de Paulo; Irmandade de Santa Quitéria; Grupo de Escuteiros. Por tudo, pode facilmente aceitar-se como verdadeira a noção de que a vida, na freguesia de Santa Catarina da Serra não é apenas individual, mas em boa e saudável sociedade.


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Festas tradicionais

Janeiro - festa de S. Sebastião, da responsabilidade dos jovens de 20 anos Maio - 1º Domingo, festa de Santa Catarina, promovida por homens e mulheres de 50 anos Festa do Divino Espírito

Santo, com a distribuição do pão, da responsabilidade dos ramos, que nos anos bissextos pertence à Loureira Festa do Santíssimo Sacramento, pela Confraria

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Festas a gosto popular

Agosto- festa do Sagrado Coração de Jesus (festa grande da terra) Festas das capelas: Loureira (Santo Amaro), Vale Tacão (Nª Srª da Purificação e dos Reis), Vale Sumo (S. Miguel) e S. Guilherme (S. Silvestre e S. Guilherme) Novembro - dia 2, romaria ao cemitério


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O futuro bate sempre duas vezes A visão de uma casa em ruínas pode ser, em determinadas ocasiões em que o observador ceda algum terreno aos ardis da melancolia, elucidativa da velha verdade de constituir a passagem do tempo o mais implacável garante da vanidade da obra humana. O que ontem era firme, é hoje destroço. Em Vale das Pedras, Santa Catarina da Serra, uma casa de família mostra-se na condição de sonho quebrado. Totalmente? Não. Alguém dali nos diz que a casa vai ser reconstruída. Então, recua um pouco, oh efemeridade! O futuro está a bater à porta desta casa. De novo.

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Viagem ao futuro de Santa Catarina da Serra 03 05 06 07 08 11 13 14 16 18 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Altos, lavados ares O futuro chama-se João Fábrica de saberes No bom caminho O futuro é um idioma inventado pelos jovens Um santo com artes do diabo Sinais do tempo Uma resposta ao futuro Sinais do Templo O verdadeiro presidente Escola e Estudantes O futuro de há três anos Estradas e caminhos Gentes e lugares Economia viva Vida associada Festas tradicionais Festas a gosto popular O futuro bate sempre duas vezes Viagem ao futuro de Stª Catarina da Serra

Santa Catarina da Serra aqui o passado tem futuro

Esta revista faz parte integrante da edição nº nº 3288, de 30 Maio de 2000, do bissemanário Região de Leiria, não podendo ser vendida separadamente

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Director: Francisco Santos Editor: Daniel Abrunheiro Grafismo: Pascoal Mendes Fotografia: Joaquim Dâmaso e Leite dos Santos Colaboraram: Ana Margarida e Júlio Gordo Tratamento de imagem: Bruno Fonseca Paginação: Alberto Pascoal (O CORREIO) Publicidade: Luís Clemente Impressão: Mirandela, SA Tiragem: 20.000 exemplares

Esta revista faz parte integrante da edição nº 3288, de 30 Maio de 2000, do bissemanário Região de Leiria, não podendo ser vendida separadamente

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· MANUTENÇÃO · REPARAÇÃO · PNEUS E JANTES · ALINHAMENT OS · A CESSÓRIOS · LA V A GENS

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO Segunda a Sexta

9H00 12H30

Sábado

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Pedrome - St.ª Catarina da Serra - Fátima – Tel.: 244 741 660 · Fax: 244 741 844 – Email: ser vilena@clix.pt


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