Forum Democratico

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Pubblicazione dell’Associazione per l’Interscambio Culturale Italia Brasile Anita e Giuseppe Garibaldi • Nº 101-102 Ano XI - Janeiro / Fevereiro 11 - R$ 10,00 PODE SER ABERTO PELA ECT

ENTREVISTA

George Braile fala sobre o Projeto Amável.

E M A I S : : L I T E R AT U R A • T U R I S M O • G A S T R O N O M I A • F O T O G R A F I A • A R T E S P L Á S T I C A S


O INCA-CGIL tutela gratuitamente os trabalhadores e aposentados italianos e brasileiros e suas famílias. RIO DE JANEIRO Av. Rio Branco, 257 sala 1414 20040-009 - Rio de Janeiro - RJ Telefax: 0xx-21-2262-2934 e 2544-4110

INCA INCA CGIL

SÃO PAULO (Coordenação) Rua Dr. Alfredo Elis, 68 01322-050 - São Paulo - SP Telefax: 0xx-11-2289-1820 e 3171-0236 Rua Itapura,300 cj. 608 03.310-000 - São Paulo- SP

“Patronato” da maior Confederação Sindical Italiana, a CGIL

PORTO ALEGRE Rua dos Andradas. 1234 cj. 2309 90020-100 - Porto Alegre - RS Telefax: 0xx-51-3228-0394 e 3224-1718 BELO HORIZONTE Rua Curitiba, 705 - 7º andar 30170-120 - Belo Horizonte - MG Telefax: 0xx-31 3272-9910

http:\\www.incabrasil.org.br

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forum D E M O C R A T I C O

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N o v e m b r o / D e z e m b r o

agenda cultural

05 Tudo que acontece na cidade.

06

editorial

06 Battisti: estamos a favor da extradição, mas o governo italiano errou tudo. Andrea Lanzi

08

comunità

17

1 0

às compras

17 Sugestões imperdíveis.

18

encarte

18 “Porci con le ali”, di Marco Lombardo Radice e Lidia Ravera.

22

Italia

08 Rio de Janeiro: Eletta nuova direzione Acib.

Storia italiana

08 Rio de Janeiro: Conclusione corso CREA FOR MA Impresa.

22 2001. Liberamente tratto dal libro “Patria 1978-2008” di Enrico Deaglio.

08 Congiuntura Brasile. 08 Congiuntura Italia. 10 Cronologia do Brasil, da Pré-história ao século XXI.

11

gastronomia

11 Focaccia com verduras, receita da chef Teresa Rocco.

12

turismo

12 Destino: Bombinhas, Santa Catarina. Caprichosamente desenhada pela natureza. Marisa Oliveira

16

cultura

Literatura 16 “Léxico Familiar”, de Natalia Ginzburg e “Hitler”, de Ian Kershaw são os destaques.

28

Brasil

28 Projeto Amável - George Braile: amável, sustentável e promissor. Marisa Oliveira

32

cultura

Fotografia 32 “Conto 100 Fadas”, ensaio de Lívia Fernandes, Larissa Lali e Nika Fadul. Artes Plásticas 36 Roberto Tavares, arqueólogo da própria arte, garimpeiro de potencialidades. Marisa Oliveira

Reflexão 38 Purcell, Vandré, Natal e Ano Novo. Luis Maffei

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www.forumdemocratico.org.br

NOSSA CAPA


expediente

La rivista Forum Democratico è una pubblicazione dell’Associazione per l’interscambio culturale Italia Brasile Anita e Giuseppe Garibaldi.

Nota do Editor “Prá não dizer que não falei de flores.”

Comitato di redazione Giorgio Veneziani, Andrea Lanzi, Arduino Monti, Mauro Attilio Mellone, Lorenzo Zanetti (em memória).

Prá não dizer que não falei de flores, é por elas que devemos começar:

Direttore di redazione Andrea Lanzi

sentido o vazio das comemorações pagãs e religiosas.

Giornalista Responsabile Luiz Antonio Correia de Carvalho (MTb 18977)

Literatura, em Léxico Familiar, Natalia Ginzburg conta-nos

Redazione Avenida Rio Branco, 257/1414 20040-009 - Rio de Janeiro - RJ forum@forumdemocratico.org.br

Luis Maffei, na página 38, que de forma suave e lírica inicia o ano realinhando as órbitas de vários temas, como música, cinema e religião, para, como peça de resistência, falar de política e preencher de Política e resistência são peças-chave nessa edição. Na seção sobre sua família, italiana, formada por judeus-socialistas, tendo como cenário de movimentação desses personagens o período compreendido entre as duas grandes guerras, incluindo o período da II Guerra. A obra poderia ser lida como testemunho imprescindível de uma fase histórica fundamental para a Itália, conforme define seu editor, Ettore Finazzi-Agrò. Formidável também é Hitler, de Ian Kershaw. Admirável obra de pesquisa

Pubblicità e abbonamenti Telefax (0055-21) 2262-2934

sobre Adolf Hitler, que tem como objetivo buscar respostas para o fato de um homem, com caracte-

Revisione di testo (portoghese) Marcelo Gargaglione Lopes, Clara Salvador.

Ainda sobre resistência, o Projeto Amável surge como um interessante exem-

rísticas bizarras como Hitler, ter ascendido ao poder e tê-lo exercido da maneira como exerceu. plo – preservar de modo inteligente a palmeira juçara, nativa da Mata Atlântica, extraindo dela uma atividade produtiva, respeitando o manejo sustentável e gerando

Hanno collaborato: Cristiana Cocco, Marisa Oliveira.

renda e inclusão social. A chef Teresa Rocco nos ensina a fazer uma foccacia

Logotipo: concesso da Núcleo Cultura Ítalo Brasileira Valença Stampa: Gráfica Opção Copertina e Impaginazione: Ana Maria Moura A Mão Livre Design Gráfico

de verduras – delícia! E, na seção Turismo, um pouco mais do nosso litoral: Bombinhas, município de Florianópolis, curtinho em extensão e imenso em belezas naturais. Completando os destaques desta edição, o editorial nos traz elementos contextuais, baseados em aspectos distintos, para reflexão sobre o caso Battisti.

Dados internacionais de catalogação na fonte (CIP) Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - Forum Democratico/ Associazione per

Carta do leitor

l’insterscambio culturale italo-brasiliano Anita e Giuseppe Garibaldi - No.0 (mar. 1999) - Rio de Janeiro: A Associazione,

Marcante e muito bem articulado o editorial

1999 - v. Mensal. - Texto em português e

O Brasil elege a sua Presidenta. Estão lá as principais

italiano - ISSN 1516-8123 I. Política - Itália - Brasil - Periódicos. 2. Difusão cultural - Itália - Brasil - Periódicos. I. Associazione

características do nosso cenário político. E que o Brasil tenha boa sorte.

per l’interscambio culturale italo-brasiliano, Anita e Giuseppe Garibaldi.

Edmar Oliveira, janeiro de 2011

CDU 32:316.7(450 + 81)(05)

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agenda cultural

EXPOSIÇÕES Galeria CAIXA Brasil – Obras Selecionadas

TEATRO Três espetáculos da Sutil Companhia de Teatro (Felipe Hirsch e Guilherme Weber) integram a mostra Sutil 18 anos: Temporada de Gripe (2003) e Thom Pain / Lady Grey (2007), esses dois inéditos no Rio de Janeiro, além da volta de Não Sobre o Amor (2008). Temporada de Gripe (Will Eno) é uma peça sobre a paixão. A gripe é isso: estar apaixonado. Os doutores da peça tratam a paixão com distância: são profissionais. No palco, dois narradores, Prólogo e Epílogo, contam, esclarecem, comentam e até confundem o romance entre um homem e uma mulher internados em um hospital psiquiátrico.

“Natal Brasileiro Sem Neve”, Toninho de Souza

Thom Pain / Lady Grey, formada por monólogos do mesmo Will Eno, mostra os dois lados de uma mesma relação amorosa, em um exercício radical de linguagem. Diretamente ligado ao tema de Temporada de Gripe, Thom Pain / Lady Grey apresenta um homem que reflete sobre o fim de um amor em frente a uma plateia.

No outro texto, uma mulher que tenta mostrar ao público algo que a represente depois do abandono Não Sobre o Amor baseia-se na troca de correspondências entre os escritores Victor Shklovsky e Elsa Triolet. Não sobre o Amor é a realização de uma metáfora; para Felipe Hirsch, a mulher que nega o seu amor é também a impossibilidade de voltar para casa, é a juventude e autoconfiança perdida, é a distância do que somos autenticamente. Temporada de Gripe - Direção: Felipe Hirsch. Com Erica Migon, Guilherme Weber, Jorge Emil, Leandro Daniel Colombo, Leonardo Medeiros e Sara Antunes. Cenografia: Daniela Thomas. Sábados e domingos, às 21h; Duração: 120 minutos; Classificação etária: 14 anos. Thom Pain / Lady Grey - Direção: Felipe Hirsch; Com Guilherme Weber e Mariana Lima. Cenografia: Daniela Thomas e Henrique Fernandes. Segundas, às 21h. Duração: 120 minutos; Classificação etária: 14 anos. Não Sobre o Amor - Dir. Geral: Felipe Hirsch. Com Leonardo Medeiros e Simone Spoladore. Cenografia: Daniela Thomas; Sáb. e dom., às 19h; Duração: 80 minutos; Classificação etária: 14 anos. Espaço Tom Jobim - Rua Jardim Botânico, 1008. Tel: 2274-7012. Ingressos: R$ 50. De 15 de janeiro a 28 de fevereiro. Sábados, domingos e segundas.

A mostra é a continuação da exposição Galeria CAIXA Brasil, que levou mais de 600 obras de arte, em novembro de 2010, a todas as 27 capitais do país. Durante esse período, cada um dos mais de 49 mil visitantes pôde votar nas três obras de sua preferência. Fruto de seleção popular, a exposição Galeria CAIXA Brasil – Obras Selecionadas terá abertura simultânea no dia 12 de janeiro, às 20h, nos espaços da CAIXA Cultural em Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. A partir dessa data, que marca os 150 anos da CAIXA, os visitantes poderão ver trabalhos de Djanira, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, entre outros, que compõem o acervo artístico do banco. Em Brasília, a abertura acontecerá no dia seguinte (13), também às 20h. Cada um dos cinco espaços da CAIXA Cultural receberá 27 obras escolhidas – uma de cada capital brasileira. Abertura: 12 de janeiro de 2011, às 20h - nas unidades da CAIXA Cultural em Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. 13 de janeiro, às 20h, na CAIXA Cultural Brasília; Visitação: de 13 de janeiro a 13 de fevereiro; Classificação etária: livre; Entrada franca; Acesso para portadores de necessidades especiais Rio de Janeiro - RJ - Espaço Expositivo: CAIXA Cultural Rio de Janeiro; Av. Almirante Barroso, nº 25, Sobreloja - Centro; de terça a sáb., das 10h às 22h e dom. de 10h às 21h; Tel.: (21) 2544-4080.

Retratos do Império e do Exílio, exposição que reúne imagens da família imperial brasileira, pertencentes ao príncipe Dom João de Orleans e Bragança, marca a chegada deste importante conjunto de cerca de 800 imagens ao acervo do Instituto Moreira Salles. Serão expostas cerca de 150 imagens deste conjunto, em sua maioria retratos da família imperial brasileira, muitos inéditos (em especial do período do exílio após a proclamação da República), além de importantes imagens associadas a eventos significativos do Império, como a Guerra do Paraguai e a Abolição da Escravatura.

Imperador D. Pedro II (foto Alfred Fillon, Lisboa, Portugal, 1876; acervo: D. João de Orleans e Bragança/guarda IMS)

Instituto Moreira Salles – Rua Marquês de São Vicente, nº 476, Gávea, RJ; Tel.: (21) 3284-7400; de 3ª a 6ª, das 13h às 20h; sáb., domingos e feriados, das 11h às 20h; Entrada franca; Classificação livre; Início: fevereiro de 2010. www.ims.com.br e http// twitter.com/imoreirasalles

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editoriale

Caso Battisti: a favore dell’estradizione, ma il governo italiano ha sbagliato tutto. Andrea Lanzi

L

a comunità italo brasiliana, che potenzialmente coinvolge 30 milioni di persone, è ovviamente composta in stragrande maggioranza da discendenti. Anche fra chi possiede la cittadinanza italiana circa l’80% sono doppi cittadini, ovvero brasiliani che hanno visto riconosciuta la loro cittadinanza italiana. Tutti costoro, ma anche gli italiani che sono stati accolti in Brasile e ne hanno fatto la loro seconda patria, pur avendo amore per l’Italia e ricordandone le tradizioni, amano il Brasile e ne ripettano le sue istituzioni. È per questo motivo che sono inaccettabili le forme – sguaiate, offensive e sopra le righe- con cui molti esponenti di governo, a partire dal primo ministro Berlusconi e dal sottosegretario Mantica, hanno commentato la decisione del Presidente Lula di non estradare in Italia Cesare Battisti, condannato in via definitiva per quattro omicidi. La decisione del Presidente Lula si basa sul parere dell’AGU (Advocatura Geral da União, che è l’organo che offre consulenza giuridica al potere esecutivo) che suggerisce la non estradizione in base all’articolo 3 del trattato di estradizione fra i due paesi “in quanto la situazione personale dell’estradando potrebbe aggravarsi”. L’AGU si sofferma a lungo anche sul fatto che l’Italia per ottenere l’estradizione dovrebbe impegnarsi a tramutare la pena dall’ergastolo ad un massimo di 30 anni. Inoltre sottolinea che lo scopo della pena dovrebbe essere la riabilitazione del reo e che i primi 6 mesi di carcere in Italia, previsti in regime di isolamento totale, oltre che rappresentare un aggravamento della situazione personale, collidono con il rispetto dei diritti umani. Infine l’AGU cita un lungo elenco di titoli giornalistici e dichiarazioni di esponenti politici italiani, fra cui Maurizio Gasparri e Ignazio La Russa, che illustrano – a suo dire – un clima che potrebbe aggravare la situazione dell’estraditando. Nonostante le battute di spirito del Ministro degli Esteri Frattini, che paragona i sistemi penitenziari dei due paesi, dando ad intendere che quello italiano è una meraviglia, si ricorda che nel 2010 si sono suicidati in carcere decine di detenuti e che alcuni sono stati pesantemente percossi e poi lasciati morire senza cure, ultimo il giovane Cucchi. Si vogliono infine ricordare i fatti del luglio 2001 a Genova quando decine di giovani che protestavano contro

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il G8 sono stati pestati a sangue dopo essere stati fermati dalle forze dell’ordine. Questi fatti rendono accettabile il parere dell’AGU? No, ma non possono essere dimenticati. Le motivazioni dell’AGU non ci convincono, crediamo che Cesare Battisti debba essere estraditato e confidiamo nella capacità del STF (Supremo Tribunale Federale) di decidere serenamente in proposito, valutando se il Presidente Lula si è attenuto correttamente a quanto prevede il trattato. Per questo sarebbe stato un bene esprimere in forma sobria la contrarietà alla decisione, come nella recente lettera del Presidente Giorgio Napolitano alla Presidente Dilma Rousseff. Fra l’altro quando Cesare Battisti risiedeva tranquillamente in Francia non risultano tali infuocati proclami. Anche quando Alvaro Loiacono per fare un altro esempio, – dopo avere scontato la pena in Svizzera per l’omicidio del giudice Tartaglione – è stato scarcerato, non risultano particolari proteste perché scontasse in Italia la pena per gli altri omicidi per cui è stato condannato. Per concludere, non risulta che il primo ministro italiano abbia mai posto con forza negli incontri che ha avuto ultimamente con il Presidente Lula il tema dell’estradizione di Battisti. Anzi nell’unica notte trascorsa in Brasile in visita di stato nel luglio scorso ha preferito intrattenersi con 7 ballerine di danza erotica invece di convincere il presidente brasiliano delle ragioni dell’estradizione. Questa propensione alle prestazioni sessuali a pagamento è stata riconfermata dal recente scandalo che ha coinvolto Berlusconi e la minorenne Ruby. Anche quando sostiene cause giuste il governo Berlusconi lo fa in maniera talmente grossolana e stupida da pregiudicare la causa stessa.

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ee d i tt oo rri iaal l

“Battisti: Estamos a favor da extradição, mas o Governo italiano errou tudo”. comunidade ítalo brasileira, que em potencial pode envolver 30

A

tentando convencer que o sistema italiano é uma maravilha, lembremos

milhões de pessoas, é obviamente formada na sua grande maio-

que ao longo do ano de 2010, se suicidaram nas penitenciárias italianas

ria de descendentes. Mesmo entre os que possuem a cidadania ita-

dezenas de presos e que uns foram violentamente espancados e depois

liana quase 80% são duplos cidadãos, ou seja, brasileiros de origem

deixados morrer sem socorro médico, o último deles, o jovem Cucchi.

italiana que conseguiram o reconhecimento da cidadania italiana.

Para finalizar queremos recordar os acontecimentos de julho de 2001

Todos eles, mas também os italianos que foram acolhidos no Brasil e

em Genova, quando dezenas de jovens que protestavam contra o G8 fo-

que fizeram do país a sua segunda pátria, mesmo tendo amor pela

ram golpeados até sangrar depois de ficarem detidos pelas unidades de

Itália e lembrando das suas tradições, amam o Brasil e respeitam as

segurança. Estes fatos podem convalidar o parecer da AGU? Não, mas

suas instituições. É justamente por este motivo que julgamos ina-

também não podem ser esquecidos. O parecer da AGU não convence,

ceitáveis as modalidades vulgares, ofensivas e desmedidas - com as

acreditamos que Cesare Battisti deva ser extraditado e confiamos na

quais muitos expoentes do governo, a começar pelo primeiro ministro

capacidade do STF (Supremo Tribunal Federal) de julgar serenamente

Berlusconi e pelo subsecretário Mantica, comentaram a decisão

a questão. Por todas essas motivações teria sido melhor expressar de

do Presidente Lula de não extraditar para a Itália Cesare Battisti,

forma sóbria a contrariedade a esta decisão do Presidente Lula, como

condenado em última instância por quatro assassinatos. A decisão do

fez o Presidente da Itália Giorgio Napolitano na recente carta à Presi-

Presidente Lula se apoia sobre o parecer da AGU (Advocacia Geral da

denta Dilma Rousseff. Além do mais, quando Cesare Battisti morava

União, que é o órgão que assessora juridicamente o poder executivo)

tranquilamente na França não se tem notícias de inflamados protestos

que defende a não extradição com base no artigo 3º do tratado de

do tipo dos que se escuta agora. Ou, só para dar outro exemplo, quando

extradição entre os dois países “porque a situação pessoal do extra-

Alvaro Loiacono foi liberado - depois de descontar a condenação na

ditando poderia se agravar”. A AGU esclarece demoradamente o fato

Suíça pelo assassinato do juiz Tartaglione - não houve muitos protestos

de que a Itália, para obter a extradição, deveria se comprometer a

pedindo que fosse extraditado para a Itália para descontar a pena

reduzir para 30 anos a pena de prisão perpétua. A AGU sublinha que

pelos outros assassinatos pelos quais fora condenado. Para finalizar, não

o objetivo da pena deveria ser a reabilitação do réu e que os primeiros

consta que o primeiro ministro italiano tenha colocado com força o caso

6 meses de prisão na Itália - previstos em regime de isolamento total,

desta extradição nos encontros que teve com o Presidente Lula. Pelo

representam não somente uma agravação da situação pessoal, mas

contrário, na única noite no Brasil em visita de Estado em julho passado,

também um desrespeito aos direitos humanos. Para concluir a AGU

Berlusconi preferiu ficar com 7 bailarinass de dança erótica ao invés de

aponta um longo elenco de manchetes de jornais e de declarações

convencer o presidente brasileiro das motivações da extradição. Esta

de políticos italianos, entre os quais Maurizio Gasparri e Ignazio La

preferência pela putaria é confirmada pelo recente escândalo envolven-

Russa (respectivamente chefe da bancada parlamentar governista e

do Berlusconi e a menor de idade Ruby. Até quando sustenta causas

Ministro da Defesa) como indício de um clima que poderia agravar a

justas o governo Berlusconi o faz de um modo tão grosseiro e estúpido

situação do extraditado. Apesar das ironias do Ministro do Exterior

que prejudica a própria causa.

Frattini, o qual compara os sistemas penitenciários dos dois países,

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comunità RIO DE JANEIRO

Eletta nuova direzione Acib.

Congiuntura Brasile. verno anteriore. La sua principale metà è quella di sradicare la miseria e il programma “Bolsa Família” avrà come il PAC (Programma Accelerato Crescita) mete precise e risultati misurabili. A poche ore dall’insediamento, Dilma aveva ufficializzato i nomi dei 37 membri del nuovo Esecutivo che la accompagneranno nel governo del paese. Al PT, che esce ampiamente consolidato dall’assegnazione delle poltrone, vanno 12 Ministeri e 5 Segreterie di Stato, il gruppo più grande in seno all’Esecutivo, che controllerà la maggior quantità di risorse, 56 miliardi di reais rispetto al bilancio del 2010:

I

l 17 gennaio si è insediata la direzione della ACIB (Associação Cultural Ítalo Brasileira) per il mandato 2011/ 2013. Presidente è riconfermato Francisco Scofano, che era stato eletto pochi mesi fa dopo un susseguirsi di dimissioni del precedente presidente, del vice presidente e del direttore culturale. La crisi dell’ente gestore dei corsi di lingua italiana, causata in primo luogo dalla diminuzione dei fondi messi a disposizione dal governo italiano, non ha trovato ancora una soluzione, anche perché il modello di gestione è basato sulla gestione diretta dei corsi e quindi sull’assunzione del personale docente e non docente che onera il bilancio dell’ente indipendentemente dal numero degli alunni e delle risorse conseguite. Quello che potrebbe essere il colpo di grazia -come ha commentato il tesoriere dell’entità, Pietro Polizzoè il cancellamento dell’invio da parte del Ministero degli Esteri di euro 44.000, già stanziati, con la motivazione che una somma di uguale valore non è stata correttamente utilizzata dall’ente. RIO DE JANEIRO

Conclusione corso CREA FOR MA Impresa.

S

i è realizzato sabato 11 dicembre il seminario conclusivo del corso di formazione professionale rivolto a favorire la nascita di nuove attività imprenditoriali e a migliorare la gestione di quelle esistenti a cui hanno complessivamente partecipato 38 alunni. Complessivamente solo due alunni hanno desistito senza che sia stato possibile sostituirli efficacemente. Al seminario hanno partecipato il direttore dell’Istituto Italiano di Cultura, Dr. Rubens Piovano, il Console Generale di Rio de Janeiro, Dr. Umberto Malnati, il Presidente del Comites, Franco Perrotta, insiema ai consiglieri Arduino Monti e Piero Ruzzenenti, gli alunni, tutti i docenti e le altre figure professionali che hanno partecipato alla realizzazione del corso, suddiviso in due moduli. Erano anche presenti alcuni imprenditori che si sono resi disponibili per le visite guidate realizzate nell’ambito del progetto. Per l’organismo italiano promotore, la Federazione Italiana Lavoratori Emigrati e Famiglie, erano presenti il coordinatore nazionale, Rodolfo Ricci, e il vice presidente, Francesco Calvanese. Praticamente tutti gli alunni presenti hanno presentato la loro idea imprenditoriale oppure hanno descritto in che maniera quanto appreso nell’ambito del progetto formativo ha migliorato la propria attività. Per il futuro le due entità locali che sono state patner della FILEF, la Federazione delle Associazioni Lucane e l’Associazione Anita e Giuseppe Garibaldi, si ripromettono di riprodurre i contenuti formativi in video adattandoli ad un possibile pubblico di manodopera in cerca di primo impiego proveniente da aree urbane degradate, in vista delle opportunità create dai grandi investimenti previsti per il Mondiale di Calcio del 2014 e dalle Olimpiadi nel 2016.

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Guido Mantega (Finanze)

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l primo gennaio, dopo 8 anni di governo, il Presidente Lula ha consegnato la fascia presidenziale a Dilma Rousseff, sua candidata nelle elezioni presidenziali. Dilma ha voluto che fossero presenti alla cerimonia varie sue compagne di prigionia durante la dittatura militare e, in un passaggio del suo discorso, ha voluto ricordare coloro che sono morti difendendo il ritorno alla libertà. La presidente ha voluto ringraziare Lula e si è impegnata a dare continuità e a completare le realizzazioni del go-

Antonio Palocci (Casa Civil), Guido Mantega, riconfermato (Finanze), Aloizio Mercadante (Scienza e tecnologia), Gilberto Carvalho, ex Capo di Gabinetto di Lula (Ministro Segretario generale della Presidenza della Repubblica), José Eduardo Cardozo (Giustizia), Paulo Bernardo, ex Ministro della Pianificazione (Comunicazioni), Fernando Pimentel (Sviluppo, industria e commercio), Miriam Belchior (Pianificazione e bilancio), Ideli Salvatti (Pesca), Maria do Rosário (Diritti umani), Fernando Haddad, riconfermato (Educazione), Alexandre Padilha (Salute), Luiza Bairros (Segreteria per l’identità razziale), Tereza Campelo (Segreteria per lo sviluppo sociale), Luiz Sérgio (Segreteria delle relazioni istituzionali), Iriny Lopes (Segreteria per le questioni di genere), Alfonso Florence (Segreteria per lo Sviluppo agrario).

Congiuntura Italia.

I

sostenitori del Presidente della Camera, Gianfranco Fini, dopo aver dato vita a gruppi parlamentari autonomi, in breve si sono trasformati in un vero partito, Futuro e Libertà; FLI ha stretto un accordo politico con l’Unione di Centro di Pier Ferdinando Casini, L’Alleanza per l’Italia di Francesco Rutelli, il Movimento per le Autonomie di Raffaele Lombardo, dando vita a quello che ormai è definito il terzo polo. Partito Democratico, Italia dei Valori e terzo polo non sono riusciti a mettere in minoranza il governo nel voto di fiducia di dicembre, preceduto da una vera e propria campagna acquisti di deputati e senatori da parte di Berlusconi. È poi scoppiato il caso Ruby - la giovane prostituta marocchina, minorenne all’epoca dei fatti contestati al presidente del Consiglio, ovvero concussione e favoreggiamento della prostituzione con minoriche ha definitivamente posto in ridicolo l’immagine del capo del governo. Perfino il Presidente

della Repubblica, Giorgio Napolitano, e il Papa, Benedetto XVI, hanno auspicato la correttezza morale e civile dei comportamenti pubblici. Sul piano economico si registra un boom delle ore di cassa integrazione e numeri record dei tassi di

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comunidade

Il PMDB esce in formato più contenuto, con soli 5 Ministeri ed una Segreteria, ma con la Vice Presidenza: Wagner Rossi (Agricoltura), Pedro Novais (Turismo), Garibaldi Alves (Previdenza), Edison Lobão, riconfermato (Miniere ed energia), Franco Moreira (Segreteria per gli Affari strategici), Nelson Jobim riconfermato in quota personale di Dilma (Difesa).

mento (Trasporti), al PDT, Carlos Lupi, riconfermato (Lavoro), al PP, Mário Negromonte (Città), ed al PC do B., Orlando Silva (Sport).

Al PSB, nonostante le lunghe trattative, vanno soltanto due incarichi ministeriali: Fernando Bezerra Coelho (Integrazione nazionale), Leônidas Cristiano (Porti), Ministero nel quale inizialmente doveva confluire anche la delega areoporti, poi lasciata ai trasporti. Di seguito gli altri partiti della coalizione che hanno ottenuto un solo incarico: al PR, Alfredo Nasci-

Infine altri sei nomi senza affiliazione politica: Alexandre Tombini (Banco Central), Helena Chagas (Segreteria comunicazione sociale), Antônio Patriota (Esteri), Izabella Teixeira (Ambiente), Ana de Hollanda (Cultura), Luís Inácio Lucena Adams (Avvocatura generale dello stato); Jorge Hage (Controladoria federale), José Elito Carvalho Siqueira (Gabinetto della sicurezza istituzionale). I principali partiti di opposizione, PSDB e DEM, non hanno ancora tracciato una strategia e i governatori da loro eletti - in particolare degli stati più importanti, San Paolo e Minas Gerais - sembrano propendere per una collaborazione con il governo federale, anche in vista degli imponenti flussi di spesa previsti per la coppa del mondo di calcio del 2014. Il PPS sta invece privilegiando un accordo con il Partido Verde, forse alla ricerca nuovamente di una “terza via”, dopo essersi appiattito sulle posizioni degli avversari del governo Lula. Le tragiche alluvioni della regione montagnosa dello stato di Rio de Janeiro - oltre 780 persone morte, oltre 200 dispersi, migliaia di senza tetto- hanno dimostrato Antonio Palocci (Casa Civil)

disoccupazione, di impiego precario e di impoverimento di vasti strati della popolazione. Dopo l’accordo di Mirafiori, non siglato dalla FIOM, il referendum dei lavoratori cui ha partecipato oltre il 90 % degli aventi diritto, lo ha approvato di stretta misura (54%), nonostante il ricatto dell’amministratore delegato della FIAT, Sergio Marchionne, che ha minacciato la chiusura dello stabilimento in caso di esito negativo. Oltre al peggioramento delle condizioni di lavoro (nuovi turni, pausa mensa alla fine del turno, diminuzione delle pause, non pagamento dei giorni di malattia a carico dell’azienda), non si riconoscono i diritti sindacali, compreso quello di eleggere i propri rappresentanti, a chi non sottoscrive l’accordo. La posizione ambigua del Partito Democratico in proposito, rischia di allontanare le simpatie del lavoro dipendente tradizionale - che in buona parte già vota per il centro destra- senza conquistare la fiducia del mondo del lavoro precario e dei ceti medi.

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ancora una volta come i poteri pubblici a tutti i livelli sono impreparati a prevenire le catastrofi naturali, a diminuirne l’impatto sulla popolazione e a organizzare efficacemente i soccorsi.

Dilma Rousseff con la fascia presidenziale

Il Presidente Giorgio Napolitano

Berlusconi

Papa Benedetto XVI

Ruby

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comunità

da Pré-história ao século XXI O

Brasil se apresenta hoje como um dos países de maior peso no contexto internacional. Isso significa que os brasileiros precisam se preparar cada vez mais para o mundo que aí está, marcado por mudanças importantes no plano da organização da produção material e, também, no terreno da própria criação intelectual ou cultural. Acreditamos que uma das maneiras de traduzir a verdadeira epopéia da nação brasileira em seus mais de cinco séculos de desenvolvimento se dê através de um amplo levantamento dos principais eixos da construção do país. Ou seja, realizando esta Cronologia do Brasil, justamente. Pois um dos problemas da História implica conhecer como os homens mudam as sociedades no tempo, a cronologia tendo aí um importante papel enquanto disciplina auxiliar. Cronologia do Brasil, o que vem a ser isso, exatamente? É o que vamos ver agora. É preciso dizer inicialmente que a coleta dos dados que resultou na elaboração deste trabalho consumiu cerca de 20 anos de pesquisas, sendo assim um levantamento dos mais rigorosos e completos sobre a nossa realidade.

Alinhar os fatos historiográficos em ordem cronológica nos pareceu uma opção razoável. E isso pelo caráter didático de toda cronologia. Nesse sentido, merece ser destacado todo acontecimento que tenha marcado nossa trajetória enquanto povo e nação. E esse acontecimento tanto pode ser de ordem administrativa, política, econômica, sindical, científica, tecnológica, ambiental, como também cultural, incluindo aí as atividades literárias, artísticas e desportivas. Convém alinhar ainda a importância que teve em nossa fomação os movimentos migratórios e as trocas comerciais, sem esquecer do imenso papel que as regiões têm jogado em um país de dimensões continentais como o nosso. Na base de toda essa construção, nunca é demais lembrar, encontra-se o mundo do trabalho e o próprio mundo do conhecimento. A Cronologia do Brasil representará, temos plena convicção disso, um instrumento útil para

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o conhecimento e a transformação do país. Trata-se, afinal, de uma iniciativa que reúne um verdadeiro manancial de informações sobre nosso país e nosso povo. Temos a plena convicção de que estaremos, assim, dando mais um passo em nosso compromisso inabalável com os rumos a serem tomados pelo Brasil no que concerne seu desenvolvimento social, cultural e educacional. Certamente a Cronologia do Brasil prestará também um importante auxílio aos estudantes, professores, estudiosos da nossa realidade, aos responsáveis pelas ações públicas e privadas e aos comunicadores sociais e aos jovens em geral. Influirá junto aos formadores de opinião, em suma, ajudando a projetar ainda mais a epopéia dos que construíram e ainda constróem a nação brasileira. Abarcando as datas e momentos mais importantes da história do país (do período précolonial ou indígena à consolidação da presença portuguesa e, desta, ao momento atual), esse trabalho contém mais de 6.000 informações ou entradas. Alguns dos fatos mais marcantes serão enriquecidos com a reprodução de documentos que permitirão melhor compreendê-los. Vamos dar alguns exemplos: o ano de 1500 se fará acompanhar pela Carta de Caminha; o de 1548 pelo documento que funda o Estado no Brasil, o de 1888 pela Lei Áurea, o de 1889 pelo texto que consagra a República e assim por diante. No total, haverá uma reunião de dezenas de textos fundamentais da nossa História, todos estampados na íntegra. Extensa bibliografia - de mais de três mil títulos - será estampada no corpo do projeto. O site Cronologia do Brasil possibilitará ainda a consulta por parte dos alunos e professores de centenas de links, vídeos, imagens fotográficas, sites, blogs, tudo em constante interação. Bastaria para isso clicar em determinada data, acontecimento ou nome e daí se aventurar por um mundo riquíssimo em novas informações, expostas de forma didática e, mesmo, lúdica. O site teria uma manutenção de caráter praticamente diário.

O mundo de hoje é aquele do conhecimento. E o nosso país - em particular os jovens estudantes e trabalhadores - não pode deixar de participar da intensa inovação social em curso no mundo. Não pode nem deve ficar de fora dessa luta. Os povos que souberem lidar de maneira criativa com as informações as mais diversas estarão na vanguarda, doravante, desse processo civilizatório novo que é a sociedade cognitiva, com as chamadas indústrias criativas à frente. Cronologia do Brasil é organizado pelo historiador Ivan Alves Filho, autor de dez obras, enyre as quais “Brasil, 500 anos em documentos” (apresentada por Oscar Niemeyer), “Velho Chico mineiro” (prefaciada pelo ex-presidente Itamar Franco) e “Memorial dos Palmares” (cuja contracapa é de autoria de Barbosa Lima Sobrinho). O objtivo é apresentá-lo a secretarias de cultura de todo o país, instituições de cultura e organizações sindicais. O projeto seria acessado por meio de senhas, previamente concertadas com os órgãos que assinarem um contrato de prestação de serviços com a Associação Anita e Giuseppe Garibaldi, sediada no Rio de Janeiro e patrocinadora desta Cronologia do Brasil. Para mais informações: forum@forumdemocratico.org.br

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gastronomia

Focaccia com verduras Ingredientes para a massa

Modo de preparo

1 Kg de farinha de trigo 1 colher de sopa rasa de sal 2 tabletes de fermento para pão 1 colher de chá de açúcar

Faça um monte com a farinha e abra uma cavidade no meio. Nesta cavidade, coloque o sal, o açúcar, o fermento e um pouco de água. Misture com um garfo até dissolver o fermento. Acrescente mais água e vá misturando tudo, aos poucos, com as mãos, levando toda a farinha para dentro. Acrescente a água aos poucos e vá trabalhando a massa, enrolando-a para trás e para a frente, esticando-a em sua direção com a mão esquerda e empurrando-a para a frente com a mão direita, ao mesmo tempo. Trabalhe a massa por uns dez minutos até obter uma massa lisa, elástica e macia. Divida a massa em duas partes e reserve em uma base enfarinhada, cubra-a com um pano e deixe repousar aproximadamente 1 hora em temperatura ambiente. Corte e lave a verdura. Ferva a água numa panela capiente* e dê uma ligeira aferventada na verdura (coloque um pouco de sal na água). Escorra. Frite levemente no azeite o alho

cerca de 650 ml de água morna

Ingredientes para o recheio 4 maços de chicória ou escarola 100 g de azeitonas pretas sem caroço 1 peperoncino picante 2 dentes de alho picados azeite de oliva extra virgem

CUCINA ITALIANA

picado e o peperoncino, acrescente as verduras escorridas, refogue e apague o fogo. Acrescente as azeitonas em rodelas. Prove o sal. Unte uma forma com azeite ou óleo, estenda uma parte da massa sobre a superfície da forma, distribua as verduras. Estenda a outra parte da massa e coloque sobre o recheio. Feche as bordas da massa, faça alguns furos com um garfo e espalhe um pouco de azeite sobre a massa. Leve ao forno pré-aquecido a uma temperatura alta (300 C°) e asse por, aproximadamente, meia hora. Querendo, podem-se acrescentar ao recheio algumas acciughe e mozzarella; neste caso, coloque menos sal nas verduras. *Capiente – panela grande o suficiente para caber toda a verdura que deve ser fervida.

Chef Teresa Rocco

Atendimento em domicílio (buffets, jantares completos ou semi-prontos) Contato: 21- 9964-0930 teresa_rocco@yahoo.com.br

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Caprichosamente desenhada pela natureza. Com uma área de cerca de 35 km², Bombinhas é o menor município de Santa Catarina. Praias lindas – Bombas, Mariscal, Praia da Sepultura, Praia do Retiro dos Padres, Praia de Quatro Ilhas e Bombinhas. Marisa Oliveira FOTOS: Santur - Santa Catarina Turismo

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A proximidade da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e as boas condições de visibilidade das águas fazem com que Bombinhas seja conhecida também como a

Foto: Divulgação

capital brasileira do mergulho ecológico.

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riado em 30 de março de 1992, Bombinhas foi desmembrado do município de Porto Belo. Em 1817, os açorianos fundaram a Vila de Nova Ericeira (Porto Belo), mas os sítios arqueológicos, as inscrições ruprestres, a utilização de palavras como Macuco (Ilha de Macuco) para designar locais são provas da existência de tribos indígenas, tupi, em sua maioria.

A localização dos sambaquis demonstra que os índios preferiam morar perto do mar e viviam da pesca e do cultivo de mandioca. Famosa e agitada, a praia de Bombinhas é também a capital do município. Praia de mar tranquilo e águas cristalinas, ao longo da sua extensão ainda podem ser encontrados resquícios de areia de quartzo branca e muito fina, que ao ser pisada, provoca um barulho. Por causa desse barulhinho é que, parece, surgiu o nome Bombinhas. Quem conhece não pode negar, Bombinhas é um paraíso. Morros e pontas, enseadas, costões pedregosos com escarpas abruptas e diversas praias constituem a configuração geográfica da península, que parece ter sido caprichosamente desenhada. E essa península, que abriga lendas misteriosas, ostenta praias de areias brancas, de águas transparentes, emolduradas por morros verdejantes. Esse é o principal atrativo turístico do município: seu patrimônio natural, formado por uma rica diversidade biológica, que se distribui pela Floresta Atlântica. Além das praias, o visitante se maravilha com rios, mangues, restingas, baías, ilhas oceânicas. Por essas características, Bombinhas é capaz de oferecer a seus visitantes diversas opções de lazer e esporte, principalmente os aquáticos, tendo como ponto forte o mergulho. A proximidade da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e as boas condições de visibilidade das águas fazem com que Bombinhas seja conhecida também como a capital brasileira do mergulho ecológico. Com uma culinária rica em frutos do mar, bons hotéis e restaurantes, além de opções de lazer e entretenimento, Bombinhas é considerada a décima quarta cidade mais visitada do país, em viagens de lazer.

Vista parcial da cidade (Foto: Aureo Berger)

Praia Canto Grande (Foto: Qlitoral)

Maiores informações: www.santur.sc.gov.br

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Praia do Mariscal (Foto: Epa Machado)

Morros, enseadas, costões pedregosos, praias de areias brancas e o contato direto com a natureza.Quem conhece não pode negar. Bombinhas é um paraíso.

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l i t e r a t u r a Marisa Oliveira

Léxico Familiar

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arrativa de prosa seca, como bela estratégia para tentar não falar de si mesma. A autora em cabelos breves, face sem adorno, vestimentas em estilo básico. O título. A advertência que antecede a história da família, onde Natalia Ginzburg alerta, em frases curtas, sincopadas, com ausência de adjetivação, que não há coincidências – todos os personagens são reais e identificados. Não se desculpa, nem pede licença. A capa estampa um padrão de tecido que tem a cara da autora e da sua narrativa (traço da coleção Mulheres Modernistas, Cosac Naify). Léxico familiar é um belo exemplo de edição esmerada. Todos os significantes são carregados das marcas da autora, da sua escrita, da sua história. Ao folheá-la, ao iniciar e concluir a leitura tem-se a exata dimensão da importância da obra. E porque conta a história de uma família de judeus, italianos e socialistas (difícil decidir a ordem ou o uso de hífen: judeus-italianos-socialistas, por exemplo) no contexto histórico e político entre as duas grandes

Léxico Familiar Autora: Natalia Ginzburg Coleção Mulheres Modernistas Tradução e notas de apoio: Homero Freitas de Andrade Posfácio: Ettore Finazzi-Agrò Editora: Cosac Naify Capa dura, 4 ilustrações Páginas: 240 Preço: R$ 59,00

guerras mundiais e no período que se segue, são muitos os elementos que tornam a obra interessantíssima. Do ponto de vista do movimento socialista, somos apresentados a personagens importantes, a figuras históricas do antifacismo turinês e, nas palavras de Ettore FinazziAgrò, “a obra poderia ser lida como testemunho imprescindível de uma fase histórica fundamental para a Itália”. Esse romance de Natalia Ginzburg encerra muitos encantos. O relato particular, composto de simples extratos do dia-a-dia de uma família, que revela um contexto histórico e político trágico, marcante e grandioso, costura com habilidade as esferas privada e pública e as contrapõe e distingue através do léxico, da sintaxe, da gramática. Emerge o que Ettore Finazzi-Agrò aponta como “gramática sentimental” para reconstruir um mundo perdido e exclusivo de um certo grupo familiar. Natalia Ginzburg fez isso com mestria. O editor Finazzi-Agrò, no posfácio, trata do tema de modo admirável.

Quem é Natalia Ginzburg? Natalia Levi Ginzburg nasceu em Palermo, em 1916. Pertenceu a um grupo intelectual da maior expressão da literatura e crítica italiana, do qual fazia parte Cesare Pavese, Italo Calvino, Elio Vittorini, Giulio Einaudi e Eugenio Montale. Seu primeiro marido, Leone Ginzburg, foi morto numa prisão romana, em 1944. Um dos filhos do casal é o renomado historiador Carlo Ginzburg, conhecido pela obra O queijo e os vermes (Il formaggio e i vermi, 1976) e autor da introdução feita especialmente para a edição brasileira do livro Piero della Francesca, de Roberto Longhi, publicado pela Cosac Naify, em 2007. Natalia casou-se depois com o crítico literário Gabriele Baldini. Integrou o Partido Comunista, foi ativista política e deputada. Escritora notável, obteve grande reconhecimento na Itália e no exterior, tendo sido traduzida para o inglês, alemão, espanhol e francês. Trabalhou na editora Einaudi, em Turim, foi tradutora, entre outros, de Marcel Proust e de Gustave Flaubert e publicou seu primeiro romance em 1942, sob pseudônimo. Lançado em 1963, Léxico Familiar recebeu o mais importante prêmio literário da Itália, o Strega.

Hitler

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Hitler Autor: Ian Kershaw Tradução: Pedro Maia Soares Editora: Companhia das Letras Páginas: 1.024. (estimadas) + 80 pp. (cad. de fotos) Capa dura Preço: R$ 78,00

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ão à toa, a biografia escrita pelo inglês Ian Kershaw é considerada pela imprensa internacional como obra definitiva sobre o ditador alemão Hitler. Baseada em farta documentação já conhecida e em novas fontes, descobertas no início da década de 90, do século XX, como, por exemplo, o diário de Goebbels, que revela intimidades, hesitações de Hitler no exercício do poder. O prefácio à nova edição e Reflexões sobre Hitler são partes indispensáveis da leitura. Neles, Kershaw apresenta a pesquisa, a obra, o personagem, as circunstâncias e as duas perguntas para as quais busca respostas: como um desajustado tão bizarro chega a tomar o poder em uma Alemanha tão moderna, complexa, economicamente desenvolvida e culturalmente avançada? E como Hitler pôde exercer o poder? A resposta parcial, segundo Ian, foi encontrada na personalidade de Adolf Hitler. O complemento à resposta anterior tem a ver com as então novas circunstâncias peculiares da sociedade alemã traumatizada por uma guerra perdida (Primeira Guerra Mundial), levantes revolucionários, instabilidade política, miséria econômica e crise cultural. O conceito de autoridade carismática, de

Weber, mostra-se valioso para demonstrar como funcionava a forma altamente personalizada de governo de Hitler, que, em última instância, qualquer ato ou pensamento significavam – trabalhar para o Füher. Contribuiu para isso a fusão que Hitler foi capaz de fazer entre vida pública e privada, tornando-as inseparáveis. Para o biógrafo, essa fusão torna mais clara sua tarefa, isto é, não há porque se concentrar na personalidade de Hitler, e sim diretamente no caráter do seu poder. Estabelecidas as considerações iniciais do autor, passa-se então à obra propriamente dita, uma bela e fluente narrativa de fatos recentes da história de um homem que mudou o curso do mundo, que dispensa a pompa da linguagem acadêmica, sem dispensar o rigor do método de pesquisa - os volumes que originaram essa obra condensada são riquíssimos em fontes e citações - e, apesar disso, Ian Kershaw permite-se sempre introduzir a condicionante – e se – em relação a várias determinantes da trajetória de Hitler. Enriquecem a obra o glossário de abreviações, os mapas, as ilustrações. Torna-a impecável a tradução de Pedro Maia Soares.

Quem é Ian Kershaw? Ian Kershaw nasceu em 1943, em Oldham, Inglaterra. Foi professor de História Contemporânea na Universidade de Sheffield, da qual se aposentou em 2008. Especialista no tema Alemanha nazista, escreveu importantes obras sobre o assunto e foi consultor histórico de duas consagradas séries da BBC sobre o tema. Dele a Companhia das Letras já publicou Dez decisões que mudaram o mundo.

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às compras

Murano e outras pedras Colar de murano, ametista, quartzo rosa, pérolas de vidro e cristais da artista Fabiana Pomposelli.

100% Italianos São do estilista italiano Antonio Meneghetti – AM Stile - o chapéu de algodão e a bolsa de couro. A marca oferece ainda outros produtos, tais como gravatas, lenços e echarpes.

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Belo exemplo da cultura popular nordestina Para quem gosta das manifestações culturais populares, o Ponto Solidário comercializa mamulengos, que representam a forma mais primitiva e popular de teatro de bonecos, representado em praças, feiras e ruas. Os bonecos têm cabeça e mãos de madeira (mulungu ou imburana) e o corpo de pano, vazio, como uma luva. Os mamulengos da foto são de Danilo Cavalcanti natural de Olinda, Pernambuco. Preço: R$ 80,00

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Arte, educação e criatividade Geração de trabalho e renda com muita imaginação: o Grupo Filhos da Terra, de Petrópolis/RJ, desenvolveu uma técnica que trabalha apenas com elementos da natureza, como areias coloridas, pétalas, flores caídas, folhas secas, cascas, conchinhas, penas e papel reciclado. O resultado são belíssimos cartões. Preço: R$ 8,00 Onde encontrar: Ponto Solidário Av. 9 de Julho, º 3.186, Jardim Paulista, SP wwwpontosolidario.org.br Vendas pelo correio: pontosolidario@yazigi.com

Contatos com a seção Às Compras para apresentação/sugestão de produtos sustentáveis ou demais produtos podem ser enviados para pauta@forumdemocratico.org.br

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Encarte especial Forum 101-102 - Introduzione alla lettura di brevi testi in Lingua Italiana - Fascicolo XLVIII

f a s c i c o l o Símbolos utilizados  Informação histórica

 Expressão - locução  “Falsos amigos” ou falsas analogias  Ao fim do parágrafo, há uma janela

Gírias ou expressões fixas

Anglicismos e neologismos

di brevi testi in Lingua Italiana a cura di Cristiana Cocco

 Dialetos

“Porci con le ali” di Marco Lombardo Radice e Lidia Ravera

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unque studiamo la situazione. Maschietti 1  sempre gli stessi, più microscopico ragazzino nuovo di scuola e un tipo che viene da fuori Roma. Sembra simpatico. Tace con naturalezza e senza sforzarsi di fingere di essere follemente sollazzato2. Fanciulline. Pochine come al solito. La donna del capo, con l’abituale puzza sotto il naso3. Poi Cinzia la cicciona; che forse aspira a somigliare a un metalmeccanico. Poi Paola e Elisa che continuano anno dopo anno a tacere, salvo bisbigliarsi le cose all’orecchio tutto il tempo. Fortemente sospettate di essere un po’ lesbiche. Non che ci si perda molto. Poi Antonia. Sembra l’unica cambiata. Più bella? Forse, ma non proprio. Boh. Ultima Laura. Incontro imbarazzante. Ci siamo a stento salutati. Orribile. Mi ha messo in crisi trovarla alla riunione, per questo non seguo quello che dicono (che dice, per l’esattezza, sempre lui a parlare). Ma poi che cazzo vuole da me. A me non andava neanche. In effetti non mi andava4. Questo fatto che avesse la fama di quella che pomicia5 con tutti (anche se dicono che è ancora vergine), dell’affamatona insomma, mi sturbava proprio. Poi dicevano che è anche appiccicosa6. Dev’essere per questo che ho aspettato il giorno prima di partire per le vacanze. Così almeno non c’erano strascichi. Ma se era per me non facevamo niente neanche quel giorno. Me ne continuavo a vedere la TV. Che cazzo c’era? Ah, la finale di Wimbledon. «Venite a vederla a casa mia, tanto non c’è nessuno.» La mignottona7! E io me la sarei proprio vista. Poi a un certo punto mi viene da pisciare. Dico dov’è il bagno. Dice vieni ti accompagno. Arriviamo al bagno, entro, mi volto per chiudere la porta, be’ era entrata anche lei. Mi mette le braccia attorno al collo e mi dà un bacio sulla bocca. Di quelli con la bocca straperta, che c’entra anche il naso e il mento. Poi mi carezza la faccia e dice come sei bello liscio. Io mi congelo, perché va bene che son donne ma potrebbero studiarsi un po’ di psicanalisi e allora lo saprebbero che se uno a sedici anni ci ha solo un po’ di baffetti morbidi morbidi e basta - dico basta - gli vengono dei complessi orribili. Ma il peggio viene dopo. Dice, non dovevi far pipì? E intanto mi apre

la cinta, mi sbottona il bottone, mi abbassa la lampo, me lo tira fuori. Io paralizzato, però comincia a diventarmi duro. Me lo tiene in mano, lo palpeggia e intanto dice «vieni a far pipì». Mi porta davanti alla tazza e dice dai, e intanto muove su e giù la mano, me lo scopre, me lo ricopre. Io dico non ce l’ho più, ma non mi muovo. E mi è diventato durissimo. Lei dice ah sì, e scivola giù. Incomincia a leccarmi la pancia, tutto attorno all’ombelico. Io sono un po’ imbarazzato perché ho anche il complesso della pancia in fuori come i bambini. Poi va più giù. Mi lecca tutti i peli. Abbassa i pantaloni, abbassa le mutande, incomincia a baciarmi tutte le cosce, poi le palle, poi sale su lungo il biscotto, un bacino dopo l’altro fino alla punta. Lo scopre e lo lecca tutto, piano piano, troppo piano perché a me sta venendo fretta. Alla fine si decide e lo prende in bocca e comincia a fare su e giù. Con una mano mi carezza la pancia, con l’altra le palle. Be’, ci avrà messo quindici secondi. Una cosa lampo. Poi in piedi è un casino, rischi di cadere. Però eccitantissimo. Solo che dopo mi son depresso. Mi sono sentito stronzo. Mi veniva da incazzarmi con lei, ma invece in fondo con me stesso. Forse per non aver fatto niente io, non so. Fortuna che son partito. Naturalmente neanche una cartolina le ho mandato. Neanche una cosina spiritosa tipo «dalle Dolomiti un affettuoso ricordo dei tuoi pompini8 al cesso». A forza di ricordi erotici non ho sentito niente della riunione. Luca mi ha fatto il riassunto: «Abbiamo deciso di impegnarci a fondo in una campagna di massa contro le droghe pesanti e di organizzare un dibattito sulla musica pop». Bah. Il meglio della riunione è un silenzioso sorriso di Antonia.

Le voci narranti del brano sono di Rocco e di Antonia, i protagonisti di questo storico libro. In tono scherzoso, il verbo ‘ sollazzare’ significa divertire. 3 ‘Avere la puzza sotto il naso’ significa essere snob. 4 Nel senso di “não estava a fim”. 5 ‘Pomiciare’ significa scambiarsi effusioni intime, sarebbe un po’ il ‘ficar, dar uns amassos’ del gergo giovanile in portoghese.

Ossia che si incolla a qualcuno e non se ne stacca più. Forma volgare di dire ‘prostituta’, specialmente al centro-sud d’Italia. Si dice di ragazze o donne che vanno con tutti, ma senza farsi pagare, solo per il piacere di farlo. 8 Nome volgare del coito orale.

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Introduzione alla lettura

com informações fora do texto 

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Quello che c’è di bello sugli autobus è che l’idea di scendere ti sembra la conquista della felicità. Schiacciata in fondo, con la spalla di quello davanti che sembra la continuazione del mio mento, i libri (anzi il libro - l’ultimo Chandler - più il quaderno, 6 7

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marco lombardo radice e lidia ravera

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due autori scrivono a quattro mani il libro Porci con le ali, pubblicato da Savelli nel 1976, che diventa immediatamente un caso letterario. Vi si narra l’apprendistato amoroso, sessuale e di vita di due ragazzi sedicenni, Rocco e Antonia, che sono i protagonisti del romanzo. In seguito i due autori non hanno più scritto nulla assieme. Lombardo Radice si è sempre più dedicato al suo lavoro di neuropsichiatra, mentre la Ravera è ancora oggi una giornalista e una scrittrice di successo. Marco Lombardo Radice, nato a Milano nel 1947 e prematuramente scomparso nel 1989, si è distinto nell’attività per il recupero degli adolescenti con problemi psichiatrici e relazionali. Dopo la sua morte vari suoi articoli e saggi sono stati pubblicati con il titolo “Una concretissima utopia”, da cui è stato tratto il film “Il grande cocomero” diretto da Francesca Archibugi. Ha scritto inoltre “Cucillo se ne va: viaggio per parole e immagini nel paese dell’ultima rivolta”. Lidia Ravera, nata a Torino nel 1951, dopo il successo raggiunto con il libro presentato in questo inserto, ha continuato la sua attività di scrittrice pubblicando fra gli altri Ammazzare il tempo (1978), Bambino mio (1979), Bagna i fiori e aspettami (1986), Per funghi (1987), Se lo dico perdo l’America (1988), Voi grandi (1990), Tempi supplementari (1990), Due volte vent’anni (1992), Sorelle (1994), Nessuno al suo posto (1996), Maledetta gioventù (1999), Né giovani, né vecchi (2000), Il lungo inverno fiorito e altre storie (2001), La festa è finita (2002), Il freddo dentro (2003), In fondo a sinistra (2005), Eterna ragazza (2006), No, grazie (2007), Le seduzioni dell’inverno (2008), La guerra dei figli (2009), La donna gigante (2009).

un quaderno a quadretti) che non cadono solo perché non saprebbero dove cadere, i capelli impigliati nella cuffia come se non me la levassi da due mesi. E poi le facce: otto facce di studenti tipo - dove-haipassato-le-vacanze, lavati e già annoiati. Sicuramente frigidi: si vede dalla peluria sopra le labbra. Fetenti9 di caffelatte riscaldato, denti cariati, acidi di sonno, coi jeans stirati perché è il primo giorno di scuola e «visto che vuoi andare vestito a quel modo, almeno che abbiano la piega». Salgono due ragazzine senza culo: quarta ginnasio? Sembra che tutto il settore schiacciami-contro-il-vetro dell’autobus sia studentizzato, giuro che se sento un altro parlare di comprare libri al mercato dell’usato gli mordo la ciccia delle cosce. C’è un solo vero cittadino adulto con un sorriso idiota, tipo revival, la giacca cascante e due dita strette attorno al biglietto come se fosse una farfalla. Credo che stia pensando cose tipo “beati loro” (noi), tutto intenerito dall’inquinamento sonoro da primo giorno di scuola. Questi schiamazzi disorganizzati gli sembrano garruli e lieti10 , tutto questo putiferio11 di dita nel naso, mani sudanti su quaderni chiusi, dita unte su pizze bianche, ricordi estivi carichi di bugie confidenziali e inconsistenti timori per l’inverno gli sembrano, a questo becero12 in brache di tela, la poesia dell’adolescenza o qualche stronzata del genere. È evidente che ci guarda senza vederci. Ci considera una specie di stagione. Un sostantivo collettivo, con la maiuscola. Sta rivivendo la prosa del discorso inaugurale del presidente Leone. A vederlo così convinto che il mondo al tre di ottobre va per il suo verso mi viene voglia di urlare. Ma che ti credi, che sia divertente alzarsi una mattina e sapere che cosa farai per le 326 mattine seguenti? Adesso gli metto addosso due occhi d’odio profondo e vediamo se scende da cavallo. Puzzolenti, che odorano di caffellatte. Allegri, spensierati, chiassosi. 11 Confusione, disordine. 12 Persona triviale, cafone, zotico.

Non sono un topino bianco13. Non mi si può fissare impunemente. Io quando mi sento sull’orlo di una crisi di identità, in genere faccio qualcosa. Agisco. Mi spacco la faccia in un sorriso ammiccante (sì, guardo proprio te, cretino. Tu guardi me come il particolare di un affresco dal titolo provvisorio Primo giorno di scuola. Io guardo te come un individuo caduto da un albero). Trent’anni, faccia lunga, giacca da barbone14 e nessun diritto di stare su quest’autobus di dolore che mena15 a scuola, pensando “quant’era bello quando anch’io andavo al macello”. Nell’alternarsi aritmico degli scossoni, siamo già vicini. Non sei brutto, ma puzzi un po’ di chiuso, hai gli angoli della bocca rancidi e i baffi macchiati in punta. Guarda: inutile che fai finta di non aver notato la manovra. (Se trattengo il fiato e tiro indietro le spalle, forse ce la faccio a far saltare un bottone). Tiro un sospiro e passo e ripasso con la punta della lingua sul labbro superiore (troppo scoperta?). Al prossimo semaforo avrà le palle16 più o meno contro la copertina del quaderno. Ebbene sì, caro, hai davanti a te un simbolo del sesso. Soda come un uovo sodo. Bionda come nei libri. Avrò ancora capelli quando tu sarai già ridotto a trapiantarti i peli del cazzo sopra le orecchie. Stan più ritti i miei seni delle tue erezioni. Niente. Però non distoglie gli occhi, e neanch’io e mi lacrima il rimmel e la cosa comincia a farsi eccitante. Mancano tre fermate. Allora, se scendo e mi segue, non vado a scuola. Se non mi segue, piglio l’autobus che viene dopo. Ultima occhiata: con la coda come le comete. È sceso e sento i suoi passi dietro sul selciato. Tra me e lui due palmi d’aria. Non mi spavento solo perché l’ho voluto io: è come levarsi i denti da soli, con il cordino e il portone. Persona triviale, cafone, zotico. Ossia un topino da laboratorio, da osservare. 14 Mendicante, accattone, vagabondo. 15 Letterario, v. ‘menare’ al posto di ‘portare’. 16 I testicoli

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Encarte especial Forum 101-102 - Introduzione alla lettura di brevi testi in Lingua Italiana - Fascicolo XLVIII

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Encarte especial Forum 101-102 - Introduzione alla lettura di brevi testi in Lingua Italiana - Fascicolo XLVIII

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Sanguina e non sai come andrà a finire, ma sempre meglio che andare dal dentista. Non so che direzione prendere, ma bisogna sbloccare la situazione: se mi fermo e si ferma anche lui, vuol dire che mi segue proprio. Mi segue proprio. Coraggio: «Scusi, ma ho l’impressione che lei mi stia seguendo»; ogni tanto la mia voce sembra registrata in un tinello del ventennio (démodé). Mi guarda e non risponde. Mi sorpassa. Tira dritto. Addio avventura. Eh, no caro: troppo comodo. Ti trovi di fronte a un’adolescente sessualmente aggressiva, alta un metro e sessanta cinque, con un culetto che sembra burro e le migliori intenzioni di perdere il primo giorno di scuola: approfittane. Piangerei dalla rabbia: ma ce l’hanno ancora il cazzo gli uomini, o il fall-out gliel’ha fatto evaporare? Sto guardando questa vetrina di stivali come se volessi svaligiarla, sarà già suonata la prima campanella e questo coglione se ne sta tranquillo alla fermata (mi chiedo se risalirà sullo stesso autobus. A quel punto la sua insana passione sarà evidente). Be’, già che sono in ballo, me la gioco fino in fondo: «Senta, guardi, io ho notato che lei mi fissava, allora sono scesa e lei mi è sceso dietro. Non sarò mica scema!», aggressività e catenaccio. «Si sbaglia signorina», fa l’annoiato. Bella voce. Se non mi tocca il culo subito, va a finire che mi innamoro. «Be’, potrà almeno dirmi perché diavolo mi fissava sull’autobus come se avessi la faccia tatuata.» Impossibile nascondere il tremito di sconforto: il signore è insegnante. Mi guardava per abitudine. Dunque io sarei un esercizio propedeutico alla professione di guardiano di polli. Poco più che la fase tre della dieta di Mitridate: avveleniamoci gli occhi un po’ al giorno, in modo da non crollare sulla prima scarica di scolaresca riunita. Bene. Bisogna stupire questo imbecille: o la crisi di identità potrebbe marciare verso il ricovero nel volgere della giornata. Accenno con una smorfia17 piuttosto vissuta al fatto che la scusa mi sembra vicina alle coordinate del genio: «Veramente, un pezzo da collezione». Sorride, e mi sembra quasi umano. Poi dice una cosa carina: che lui è superstizioso e che ha paura dei segni del destino e starà in campana18 tutto l’anno che le sue allieve non gli facciano la corte. Presuntuoso, originale. Se solo non avesse la giacca con le spalle imbottite. Andiamo a bere un caffè, paga lui. Tiro fuori cento lire e mi dice «tienile per le caramelle». Poi piglia e se ne va remando nell’aria con le mani. Variante uno: pensando la realtà. Ormai sto sotto il suo braccio tranquilla come al vespro e mi parla di sua moglie mentre andiamo lentamente verso «il suo studio». Gli uomini sono così: ci mettono il tempo di slacciarsi i calzoni a slacciarsi i calzoni. Io ho un po’ freddo e non è freddo atmosferico. Non è di quel po’ di sesso che faremo che ho paura, ma l’idea di essere sgozzata da un aspirante maestro elementare, anche se insegna geografia all’istituto vattelappesca19 e sua moglie lavora in un giornale; non mi sorride. La faccia violenta non ce l’ha. Parla bene italiano. Non gli spunta l’impugnatura di un’ascia. E poi per dio gliel’ho quasi preso in mano: non posso sentirmi la verginella inseguita. Però, per favore, non saliamo in una stanza. Vorrei passeggiare, no, guarda, veramente, figurati se ho paura, è solo che l’ottobrata romana, con quest’aria che In portoghese ‘careta’. ‘Stare in campana’ in gergo giovanile allora significava stare attento. 19 In linguaggio familiare ‘vallo a indovinare, chi lo sa’. 17 18

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fa respirare anche le case... Ride paterno e io gli romperei la faccia, o forse vorrei semplicemente essere a scuola... Come faccio a spiegargli che mi ha offesa quell’essere guardata come la settima faccia a sinistra della porta del 47 barrato20? Comunque sono salva: non saliamo. Ho modo di fargli sapere: a) che sono comunista, b) che sono femminista, c) che ho l’ascendente in scorpione (sensualità). Al momento di sederci sull’erba sa tutto di me, meno la verità. Io di lui so soltanto che è di quelli che prima di fare lingua in bocca a una ragazzina dissertano sulle vene varicose della moglie. Quando un incontro casuale finisce su un prato, la cerniera dei blue jeans, in genere, si incanta, ti ricordi di colpo di avere da due giorni le stesse mutande addosso e in più non sai cosa dire. Cala il silenzio. E con il silenzio l’imbarazzo. Poi le sue braccia mi abbracciano come se fossero bellamente staccate dal tronco, ci troviamo ad avere i culi vicini e i corpi lontani. O forse è una mia impressione, impressione di cianfrusaglia21: sto tutta tesa come se avessi tre gambe. Se ne accorge e si stacca: prima sigaretta (sua). Mi scappa la pipì. Ma non parlerò: ci mancherebbe ancora un’interruzione alla ricerca del bar, per peggiorare l’atmosfera. Vorrei aver preso un cornetto con la grappa a colazione. Forse sarei più femmina: almeno non starei qui incerta fra la fuga e le lacrime. Variante due: sogno di una sega di mezz’estate.22 Con la testa in terra gli occhi al cielo e la sua faccia sopra, potrei essere un cane legato al tavolo di marmo. Incomincia l’esperimento: la sua lingua gonfia e bagnata mi si infila fra i denti, come una leva molle e ingombrante mi apre la bocca. Ma porco dio, più di così non posso. Vomito (in fondo è mattino, non si può baciare la gente al mattino). Nessuno ci vede e lui ne approfitta, mi slaccia la camicia con gesti pesanti. Gli tremano le mani, ma non è emozione: ha fretta. Vorrei guardargli gli occhi, ma non ha espressione e io mi sento come un capretto dal macellaio: e dai, squartami, tira fuori quel tuo coso maledetto e spaccami in due, ma per favore sbrigati. Mi dice «abbracciami» come se fossi una recluta. Gli cingo le spalle con circospezione, mi sfrega la pelle fra le tette con la lana della giacca. Io mezza nuda e lui col vestito della domenica. Sto per piangere (bella figura di merda). La crisi d’identità galoppa e allora so, di colpo, che cosa devo fare: prendere l’iniziativa. Non so dove l’ho letto, ma anche il sesso o è un’attività o è una condanna. Con un colpo di reni giro sulla sua schiena quel grosso animale a due sessi che è il nostro amplesso. Adesso lui è sotto e io sono sopra. Sorpreso? Interdetto ferma per un attimo le sue trecento mani e io prendo in pugno la situazione: cerco la patta, il bottone salta subito, fra il pollice e l’indice. Poi la cerniera, e infilo la mano: gli sfugge un sospiro, subito mi assalta la bocca mordendo e rosicchiando e mordendo. Mi sbrodola di saliva e io raddoppio i toccamenti per governare la nausea. Ho il suo coso in mano, caldo e duro, mezzo imbizzarrito. Emozione: zero. Nessun piacere, se non quello di piacergli. Tenerlo per l’uccello mi dà una sensazione inebriante di potere: datemi un uccello in mano e solleverò il mondo. Rotoliamo come una bestia rotonda. LottanNumero della linea di un autobus. Oggetto di poco valore, inutile. 22 Gioco di parole con il titolo della commedia di William Shakespeare “Sogno di una notte di mezza estate”. Solo che qui invece di ‘sogno’ c’è la parola ‘sega’ che significa l’atto masturbatorio maschile. 20 21

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do mantengo la postazione: sono ancora sopra io e lui mugola come un bambino con la colite. Stringo il pugno sul suo coso: non mi farò disarmare. Incomincio a muoverlo in su e in giù, mentre si gonfia e mi riempie la mano. Quando scoppia e il liquido mi corre lungo le dita disserro i denti e lo guardo: ha chiuso gli occhi e mi fa schifo vederlo cosi soddisfatto e appagato, cosi volgarmente rilassato, così immobile, mentre con una mano riconoscente che sembra staccata dal corpo e mossa da vita separata cerca di entrarmi sotto la gonna e entra, e mi pizzica con quelle dita grosse e fredde. No, grazie, caro: inutile restituire la visita. Se insiste dovrò simulare un orgasmo. Sono asciutta come una patata e mi dà fastidio quel grosso dito freddo e curioso. Vorrei che fra le mie gambe ci fossero tanti dentini aguzzi23 per staccarglielo d’un colpo, quel dito bastardo. Senti, amico, se non ti si rizza24 più non è colpa mia, ma usare le mani non vale: le parti anatomiche non sono intercambiabili. Ma non oso parlare e lui va sempre più a fondo strappandomi un urlo di dolore: ci baciamo. Poi cado da lui e crollo sull’erba. L’erba non si è mossa. Nessuno ci ha visti. Si accende la seconda sigaretta (no grazie, non fumo) e finalmente mi dice il suo nome. Ha una faccia così terribile che scapperei. Ma lui è tutto allegro e mi chiede se davvero, se veramente non ho voglia di salire un attimo su da lui, non è lontano. Sarà per un’altra volta. No, il mio numero di telefono preferirei non dartelo. Già in effetti sono proprio una strana ragazza. Lasciamo andare: in fondo ti ho fatto una sega in cambio di un caffè, no? A punta. Rizzarsi significa alzarsi.

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Scene del film “Porci con le ali”, di Paolo Pietrangeli (1977)

Commento del brano Cristiana Cocco

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Ma il linguaggio del ‘diario’ merita un discorso a parte. Infatti gli autori rispecchiano alla perfezione la variante linguistica in voga allora: spesso giovanile, familiare e a volte anche volgare, ma punteggiata da parole che appartengono ad un lessico colto. Avendo vissuto in prima persona quegli anni da adolescente (nell’anno della pubblicazione avevo 14 anni), posso dire che parlavamo proprio così. Ossia: usavamo le parole imposte dalla scuola e dalla famiglia, imparate a memoria dalle poesie o lette in testi di letteratura italiana, ma sempre intercalate a parole del gergo giovanile e politicheggiante; perché allora eravamo tutti, o quasi tutti, coinvolti con la politica. Ma l’uso di queste parole ‘colte’ era sempre in senso ironico. Volevamo dire, usandole, che le conoscevamo, Il ‘diario’ scritto a quattro mani, quindi, racconta le esperienze che potevamo anche vantarci di usarle, ma che preferivamo il nostro esistenziali e sessuali di due adolescenti che, usando il linguaggio linguaggio. Oggi come oggi, non so se i giovani avrebbero questa facilità della gioventù degli anni Settanta (un periodo in cui la liberaziodi spaziare nelle varianti linguistiche dell’italiano. Purtroppo le recenti rine dei costumi era molto più apparente che reale) davano voce cerche dicono di no: ormai viene usato da loro un vocabolario sempre all’immaginario adolescente maschile e femminile. La narrazione è volutamente scandalosa, ancor di più per l’Italia di allora, contraddit- più povero, di 100 parole al massimo. toria, in rapido cambiamento ma ancora benpensante. L’Italia degli Ho preso solo qualcuno di questi esempi nel testo di entrambi i persoanni di piombo, del terrorismo, delle lotte per l’aborto libero con naggi-autori, anche se Rocco ne ha molti di più. Antonia usa una lingua le donne di tutte le età in piazza, delle bombe di destra attribuite alla sinistra, degli indiani metropolitani... e quindi anche della nuova più ricercata. Rocco allo stesso tempo usa i colti “aspira a, tacere, mi generazione, di cui Rocco e Antonia sono due esempi. I due perso- son depresso” e i volgari “pisciare, mignottona, incazzarmi”. Antonia naggi offrono modelli comportamentali che permettevano ai giovani dice “garruli” e “lieti”, questo becero in brache di tela, l’autobus che lettori di identificarsi con loro, di accettare e integrare nella propria mena a scuola, nel volgere della giornata” ma usa anche “le palle, i culi, porco dio”. psiche sogni e desideri riprovati dalla società bigotta.

ella nostra esistenza ci sono dei libri che anche se non sono dei capolavori, delle opere eccelse della letteratura, diventano importanti per un’intera generazione. Il titolo del libro da cui è tratto questo brano è “Porci con le ali. Diario sessuo-politico di due adolescenti” scritto da Marco Lombardo Radice e Lidia Ravera sotto lo pseudonimo di Rocco e Antonia. Il titolo ‘Diario sessuo-politico’ fu attribuito al libro dagli stessi autori, che preferirono definirlo un ‘diario’ e non un ‘romanzo’. Infatti rifiutavano un’etichetta da attribuire allo scritto e volevano ridefinire e superare i generi letterari.

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27 gennaio 2001. Il giorno della memoria. Il 2001 è un anno di votazioni e tutti si aspettano un ritorno di Silvio Berlusconi al po­tere, sette anni dopo il suo breve e infausto governo del 1994. Il 27 gennaio 2001 è il primo «Giorno della Memoria», sancito con la legge n. 211 del 20 luglio 2000. I primi firmatari sono Furio Colombo (Ds), Elio Palmizio (For­za Italia) e Simone Gnaga (An): Art. 1 - La Repubblica italiana riconosce il giorno 27 gennaio, data dell’abbattimen­to dei cancelli di Auschwitz, «Giorno della Memoria», al fine di ricordare la Shoah (sterminio del popolo ebraico), le leggi razziali, la persecuzione italiana dei cittadini ebrei, gli italiani che hanno subìto la deportazione, la prigionia, la morte, nonché coloro ­che, anche in campi e schieramenti diversi, si sono opposti al progetto di sterminio, e a rischio della propria vita hanno salvato altre vite e protetto i perseguitati. Art. 2 - In occasione del «Giorno della Memoria» di cui all’articolo 1, sono organizzati cerimonie, iniziative, incontri e momenti comuni di riflessione, in modo particolare nelle scuole di ogni ordine e grado, su quanto accaduto al popolo ebraico e ai deportati militari e politici italiani nei campi nazisti in modo da conservare nel futuro dell’Italia la memoria di un tragico ed oscuro periodo della storia del nostro paese e in Europa, e affinché simili eventi non possano mai più accadere.

Carlo Azeglio Ciampi

Cefalonia, 1º marzo 2001. Ciampi commemora il primo atto della resistenza. L’anno politico si apre a Cefalonia, l’isola greca dello Ionio dove, nel settembre del 1943, 10mila tra soldati e ufficiali italiani della Divisione Acqui vennero uc­cisi dall’esercito tedesco. Non se ne parla nelle scuole, naturalmente; anche gli storici hanno sempre trattato con molta cautela l’argomento, inserito nel buco nero dell’8 settembre - l’armistizio, la fuga del re, l’arrangiarsi italiano, addirit­tura la «morte

della patria», la nostra assenza di storia, quella che giustifica le pari ragioni di chi fece la resistenza e di chi si schierò con la Repubblica di Sa­lò. Ed ecco che, inaspettatamente, il presidente della Repubblica Ciampi si re­ca sull’isola per pronunciare un importante discorso. Stralci dal discorso di Ciampi di fronte al presidente della Repubblica ellenica: Decisero di non cedere le armi. Preferirono combattere e morire per la patria. Tennero fede al giuramento. Questa - Signor presidente della Repubblica elleni­ca - è l’essenza della vicenda di Cefalonia nel

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1 settembre del 1943. Noi ricordiamo oggi la tragedia e la gloria della Divisione Acqui. Il cuore è gonfio di pena per la sorte di quelli che ci furono compagni della giovinezza; di orgoglio per la loro condotta. La loro scelta consapevole fu il primo atto della Resisten­za, di un’Italia libera dal fascismo. Noi, che portavamo allora la divisa, che avevamo giurato, e volevamo mantenere fede al nostro giuramento, ci trovammo d’improvviso allo sbaraglio, privi di ordini. La memoria di quei giorni è ancora ben viva in noi. Interrogammo la nostra co­scienza. Avemmo, per guidarci, soltanto il senso dell’onore, l’amor di patria, ma­turato nelle grandi gesta del Risorgimento. Voi, alla fine del lungo travaglio causato dal colpevole abbandono, foste posti, il 14 settembre 1943, dal vostro comandante, generale Gandin, di fronte a tre al­ternative: combattere al fianco dei tedeschi; cedere loro le armi; tenere le armi e combattere. Schierati di fronte ai vostri comandanti di reparto, vi fu chiesto, in circostanze del tut­to eccezionali, in cui mai un’unità militare dovrebbe trovarsi, di pronunciarvi. Con un orgoglioso passo avanti faceste la vostra scelta, «unanime, concorde, ple­biscitaria»: «Combattere, piuttosto di subire l’onta della cessione delle armi». Decideste così, consapevolmente, il vostro destino. Dimostraste che la patria non era morta. Anzi, con la vostra decisione, ne riaffermaste l’esistenza. Su queste fon­damenta risorse l’Italia. Dove trovarono tanto coraggio ragazzi ventenni, soldati, sottufficiali, ufficiali di complemento e di carriera? La fedeltà ai valori nazionali e risorgimentali diede compattezza alla scelta di com­battere. L’onore, i valori di una grande tradizione di civiltà, la forza di una fede antica e viva, generarono l’eroismo di fronte al plotone d’esecuzione. Coloro che si salvarono, coloro che dovettero la vita ai coraggiosi aiuti degli abitanti dell’iso­la di Cefalonia, coloro che poi combatterono al fianco della Resistenza greca, non hanno dimenticato, non dimenticheranno. Questa terra, bagnata dal sangue di tanti loro compagni, è anche la loro terra. Divenne chiaro in noi, in quell’estate del 1943, che il conflitto non era più fra sta­ti, ma fra princìpi, fra valori. Un filo ideale, un uguale sentire, unirono ai militari di Cefalonia quelli di stanza in Corsica, nelle isole dell’Egeo, in Albania o in al­tri teatri di guerra. Agli stessi sentimenti si ispirarono le centinaia di migliaia di militari italiani che, nei campi di internamento, si rifiutarono di piegarsi e di collaborare, mentre le forze della Resistenza prendevano corpo sulle nostre monta­ gne, nelle città. Andrea Camilleri: «Il Duce? Non l’avete ucciso». Andrea Camilleri, siciliano di Porto Empedocle (Agrigento), 76 anni, è lo scrittore più amato dagli italiani, per i suoi romanzi, ma soprattutto per l’«italiano di Janeiro / Fevereiro 11


storia italiana

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Liberamente tratto dal libro “Patria 1978- 2008” di Enrico Deaglio. Casa editrice Il Saggiatore.

carta» da lui creato: il commissario di polizia Salvo Montalbano, che non ama i compromessi, che sa che cos’è la mafia, vive sul mare, ha una fidanzata a Genova e si trova alle prese con grandi misteri nell’immaginaria città di Vigata. Intervist­ato alla vigilia delle elezioni, questo il suo pronostico: Noi abbiamo fatto l’unità nel 1860. Nel 1922 abbiamo avuto il fascismo, o mi sba­glio? Sono passati 82 anni, manco 100, e non mi si venga a dire che quella che c’era dopo l’Unità d’Italia era democrazia. Era quello che era, lasciamo perdere. Ne siamo usciti e abbiamo avuto 50 anni di Democrazia cristiana, dove c’è sta­to insegnato come sopravvivere, col posto sicuro ... E parlo dell’Italia, non parlo della Sicilia, dove le cose si complicarono. Dopodiché noi abbiamo un Berlusco­ni. Tu mi devi spiegare dov’è che l’Italia ha avuto modo di esplicitare una libe­ra democrazia. Da un regime fascista siamo passati a un regime democristiano. E non mi venga a dire Berlusconi che siamo passati a un regime di sinistra, perché un regime di sinistra non c’è. Dal punto di vista formale, certo che è una democrazia, non c’è dubbio. Ma ... Nel 1945, quando fecero scempio del corpo di Mussolini - un caso di disillusio­ne degli italiani, queste disillusioni violente - sulla rivista Mercurio, un grande giornalista inglese, Herbert Matthews, scrisse un articolo che mi è sempre rima­sto in mente. Si intitolava «Non l’avete ucciso». Diceva: «il fascismo sotto for­me diverse, magari di finta democrazia, ve lo porterete dietro per un centinaio d’anni». Invito a rileggerlo. E ti dico che siccome l’italiano ama il Mussolini pri­ma maniera, come avrebbe amato Perón, così ama Berlusconi. È semplicistico, però purtroppo è così. Vincenzo Consolo: «Carlo Levi aveva visto giusto» Un altro famoso scrittore siciliano, Vincenzo Consolo di Sant’Agata di Militel­lo (Messina), ricorda quanto scrisse Carlo Levi nel suo diario dal confino fascista e pubblicato subito dopo la liberazione, nel 1945, con il titolo Cristo si è ferma­to ad Eboli: Noi non possiamo oggi prevedere quali forme politiche si preparino per il futuro: ma in un paese di piccola borghesia come l’Italia, e nel quale le ideologie picco­ lo-borghesi sono andate contagiando anche le classi popolari cittadine, purtrop­po è probabile che le nuove istituzioni che seguiranno al fascismo, per evoluzione lenta o per opera di violenza, e anche le più estreme e apparentemente rivoluzio­narie fra esse, saranno riportate a riaffermare, in modi diversi, quelle ideologie; ricreeranno uno stato altrettanto, e forse più, lontano dalla vita, idolatrico e astrat­to, perpetueranno e peggioreranno, sotto nuovi nomi e nuove bandiere, l’eterno fascismo italiano. Paolo Sylos Labini: «Attenti al caudillo» Paolo Sylos Labini, 81 anni, l’economista che trent’anni fa si scontrò con An­dreotti contro la nomina di Salvo Lima a sottosegretario, ripercorre la carriera di Silvio Berlusconi - i suoi processi, i suoi legami con la mafia, la sua corruzio­ne - per rivolgere Janeiro / Fevereiro 11

un ultimo accorato appello prima del voto: possibile che non appaia evidente a tutti quel che ha scritto il 20 marzo l’Herald Tribune, che cioè la Casa delle libertà ha un solo padrone e molti maggiordomi? Possibile che oltre la metà degli elettori attivi siano pronti a votare per un nuovo caudillo, che sarebbe anche peggiore del precedente? Possibile che siano così numeros­i i sudditi e i cinici? Ma insomma, è il nostro un paese civile? È il terribile quesito che ha mosso Bobbio, Galante Garrone, Pizzorusso e me a stilare l’appello. È ­in gioco la sorte della democrazia, destra e sinistra non c’entrano: fra coloro ch­e hanno aderito al nostro appello sono numerosi gli intellettuali della destra democratica. Oggi le previsioni danno come probabile la vittoria della Casa delle libertà. L’esito dipende da chi pensa di astenersi: perciò nel nostro appello ci rivolgiam­o in particolare a queste persone, mettendo nella massima evidenza che chi si astiene vota Berlusconi. È quindi forse giusto affermare che se l’esito fosse negativo per la coalizione governata dal Cavaliere, dovremmo esser grati, un poco, ad alcuni dirigenti del centrosinistra, parecchio alla base dei partiti che lo compongono, ma ancora di più a coloro che rinunciano all’astensione e, sia pure all’ultimo momento, decideranno di votare. È questa la conclusione del nostro appello. Londra, 27 aprile 2001. The Economist: Berlusconi è «unfit» Con una copertina che diventerà storica, lo storico settimanale inglese The Economist dichiara Silvio Berlusconi «unfit» a governare l’Italia. Il termine si traduce con «inadatto», con una venatura morale. In un editoriale, il direttore Bill Emmott elenca in maniera chiara le ragioni: Berlusconi ha un enorme conflitto di intessi, ha processi in corso per corruzione e ci sono forti sospetti che sia stato favo­rito nella sua ascesa economica dalla mafia siciliana, La sua elezione porterebbe ­molto danno alla credibilità del capitalismo, fondato sulle regole e sulla fiducia. La preoccupazione è che il sistema capitalistico internazionale possa trovare um ­cattivo esempio da seguire. The Economist, con un milione di copie vendute settimanalmente in tut­to il mondo, è il giornale di riferimento della business community internazionale, conosciuto per la precisione e l’indipendenza delle sue inchieste e per la sua devozione all’economia di mercato. Nessuna televisione italiana invita il pur di­sponibilissimo Emmott a un talk show. La risposta di Berlusconi è sprezzante: «Invece che The Economist dovrebbero chiamarlo The Ecomunist». Poi fa notare che ­Emmott ha una barba che lo fa assomigliare a Lenin. Porta a porta, 8 maggio 2001. Il contratto con gli italiani Sono gli ultimi giorni della campagna elettorale. Silvio Berlusconi ha rifiutato un confronto televisivo con il suo sfidante Francesco Rutelli, sostenendo che è «un pupo» e che il suo vero antagonista è il comunista D’Alema, ma ha appronta­to uno show

Bruno Vespa finale negli studi della trasmissione Porta a Porta di Bruno Vespa. Qui, 1’8 maggio, a cinque giorni dal voto, viene preparato e portato in scena un tavolo di ciliegio, seduto al quale Silvio Berlusconi firma, in diretta, un contrat­to con gli italiani con tanto di notaio presente. La scena è decisamente surreale, ma anche geniale, se volete. Sembra una pagliacciata (il tavolo, il notaio), eppu­re allo stesso tempo ha un’aura di credibilità: Berlusconi mette la sua firma, il contratto viene mostrato. A metà tra le finzioni televisive di Forum - presentato da Rita Dalla Chiesa, la figlia del generale - dove il giudice Santi Licheri dà il verdetto su controversie condominiali, e la migliore tradizione letteraria italiana di avvocati, notai, azzeccagarbugli, boiseries, fogli protocollo, firme autenticate... Berlusconi domina la scena. Si rivolge a Vespa: BERLUSCONI: Credo che lei mi debba lasciare leggere questo contratto con gli italia­ni che è tra Silvio Berlusconi nato a Milano il 29 settembre di un certo anno. VESPA: Che fa? Si toglie gli anni? BERLUSCONI: No, non me li tolgo, non me li sono dati: 1936, vabbè!, leader di For­za Italia e della Casa delle libertà, che agisce in pieno accordo con tutti gli allea­ti della coalizione, e i cittadini italiani. Tra Silvio Berlusconi e i cittadini italiani quindi si conviene e si stipula quanto segue. Silvio Berlusconi, nel caso di una vit­toria elettorale della Casa delle libertà, certa. VESPA: Certa, se loro saranno d’accordo. BERLUSCONI: Non è scritto, ma è segnato nella storia e nel destino... Si impegna a realizzare nei cinque anni i seguenti obiettivi: 1) Abbattimento della pressione fiscale: con l’esenzione totale dei redditi fino a 22 milioni di lire annui; con la riduzione al 23 %

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dell’aliquota per i redditi fino a 200 milioni; con la riduzione al 33 % dell’aliquota per i redditi sopra i 200 milioni; con l’abolizione della tassa di successione e della tassa sulle donazioni. 2) Attuazione del «Piano per la difesa dei cittadini e la prevenzione dei crimini» che prevede tra l’altro l’introduzione dell’istituto del «poliziotto o carabiniere o vigile di quartiere» nelle città, con un risultato di una forte riduzione del numero dei reati rispetto agli attuali 3 milioni. 3) Innalzamento delle pensioni minime ad almeno 1 milione di lire al mese. 4) Dimezzamento dell’attuale tasso di disoccupazione con la creazione di almeno 1 milione e mezzo di nuovi posti di lavoro. 5) Apertura dei cantieri per almeno il 40% degli investimenti previsti dal «Piano decennale per le Grandi Opere» considerate di emergenza e comprendente stra­de, autostrade, metropolitane, ferrovie, reti idriche, e opere idro-geologiche per la difesa dalle alluvioni. Nel caso in cui al termine di questi 5 anni di governo almeno 4 su questi 5 traguardi non fossero stati raggiunti, Silvio Berlusconi si impegna formalmente e solennemen­te a non ripresentare la propria candidatura alle successive elezioni politiche. In fede, Silvio Berlusconi La telecamera va sulla firma. Il patto è siglato. Non è scritto col sangue. Non è simboleggiato da un’ampolla con l’acqua del Po. Non prevede maledizioni se non attuato. È semplice, infantile, un gioco. Roma,13 maggio 2001. Le elezioni e i risultati Non c’è partita, stravince Berlusconi con la Casa delle libertà. Vota l’81,4 %, Forza Italia è il primo partito con quasi 11 milioni di voti e il 29,4 %. I Ds si fermano a poco più di 6 milioni di voti (16,6%), gli alleati della Margherita tallonano da vi­cino: 5,3 milioni di voti e il 14,5%. Alleanza nazionale raggiunge il 12%; la Lega che si presenta solo al Nord si accontenta di un milione e mezzo di voti, 3,9%. Ma è la cartina dei collegi uninominali a dare un quadro più vivido dell’Italia: il Nord, con le eccezioni del Trentino e della provincia di Torino è praticamente tutto «azzurro»; il Centro Italia resta «rosso»; il Sud vede virare verso l’azzurro metà della Campania, della Calabria e la quasi totalità della Puglia. Il dato siciliano è il più clamoroso: nei 61 collegi in cui è stata divisa l’isola, la totalità va alla Casa delle libertà, in un «cappotto» che non ha precedenti nel­la storia elettorale italiana. Un identikit dei nuovi parlamentari siciliani ne vede ben 14 con problemi pendenti di giustizia; 13 avvocati; 8 politici di lungo corso; 6 nostalgici del Duce, 7 medici, 2 manager di Publitalia, 1 donna. Il governo presenta Gianfranco Fini vicepremier; Umberto Bossi ministro per le Riforme; Giulio Tremonti ministro per l’Economia e le finanze; Letizia Moratti all’Istruzione; Girolamo Sirchia alla Salute, Claudio Scajola all’Interno. Più delicata la nomina del ministro degli Esteri, per l’ondata di sospetto e preoccupazione che accompagna i risultati italiani. La questione viene risolta con una trattativa privata tra Berlusconi e Gianni Agnelli: quest’ultimo propone Renato Ruggiero come nome che possa rassicurare le cancellerie e i mercati internaziona­li. Ruggiero, napoletano, 71 anni, è un diplomatico con il rango

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di ambasciatore che ha ricoperto nella sua lunga carriera molti incarichi pubblici (tra cui la pre­sidenza della Wto, la World Trade Organization) e nell’industria privata. Ruggie­ro fa notare che la sua nuova carica comporta un drastico calo delle sue entrate. Agnelli e Berlusconi assicurano che provvederanno a un’adeguata compensazio­ne. Ruggiero resterà in carica appena sei mesi. Roma, post-elezioni. Un commento da Torino e uno da Madrid. Piero Fassino, torinese, candidato vicepremier, commenta così la sconfitta: La sinistra esiste storicamente perché vuole la redistribuzione. La sinistra è quel­la forza politica che sa che non può annullare le differenze, ma può attenuarle, ridurle e mettere anche i più deboli in condizioni di competere. La destra, quella destra che vediamo oggi, ha invece un’altra concezione: quella darwiniana della lotta per la supremazia. Mi ricordo che un uomo di finanza di Milano, all’inizio campagna elettorale, mi disse: «Fassino, se il voto fosse ancora legato al censo il centrosinistra vincerebbe. Ma il problema è che vota anche il popolo». Ber­lusconi, indubbiamente, è molto penetrato nel popolo. E questo ricorda un po’ lo humour di lord Mountbatten, l’ultimo vicerè dell’India: “naturalmente io voto laburista, ma il mio maggiordomo vota conservatore”. Il giornalista Hermann Tertsch, inviato in Italia per il quotidiano di Madrid El País, al termine di un’accurata inchiesta su Silvio Berlusconi, commenta così i risultati i­taliani: Il lider di Forza Italia spunta in tutte le dichiarazioni dei mafiosi come il grande giocoliere emergente degli anni sessanta e settanta con cui era opportuno intrattere ­buoni rapporti. Nessuno è mai riuscito nemmeno lui - a dare spiegazioni su come riuscì a finanziare la sua prima grande operazione immobiliare nel 1963, attrav­erso la quale costruì a Brugherio (Milano) un complesso residenziale per 4000 abitanti. Quattro decenni dopo Berlusconi è praticamente il proprietario, oltre che presidente-sovrano dell’Italia. Gli italiani lo hanno scelto come capo del governo con una pesante maggioranza. Oggi non è più un multimiliardario proprietario di un emporio mediatico onnipresente. Oggi controlla la televisione pubblica e quella privata, gran parte della stampa, il Consiglio dei ministri e i due rami del Parlamen­to. Dice che i suoi interessi sono quelli degli italiani. Si immagina che pensi anche il contrario. Lo hanno scelto non soltanto come capo del governo, ma come loro proprietario. La maggioranza degli italiani lo ha votato per un «cambiamento». Ma è possibile che il cambiamento finisca con non piacere a molti che sono oggi suoi sostenitori. Nessuno, da Mussolini in poi, ha disposto in Italia di un tale potere come il Cavaliere. Nessuno dubita che ne farà uso con decisione. Italia, primavera-estate 2001. E così fummo finalmente associati alla banana. È in questo periodo che si comincia a parlare dell’Italia come di una «repubblica dell­e banane». La definizione, che iniziano a usare per noi i giornali stranieri, è sprezzante: rimanda al Centro America e alle sue dittature, in cui il padrone delle compagnie bananiere

è nello stesso tempo Primo ministro e in cui l’unico sviluppo che gli interessa è la ferrovia che porti le banane raccolte il più velocemente verso le stive delle navi al porto, per essere esportate. Scatole di cartone, polizia privata e quattro soldi per gli operai è tutto quanto serve a questo modello di sviluppo. Le banane sono esotiche ed erotiche (le rende tali Josephine Baker, nella «Ba­nana dance», 1927), ma in politica, evocano brutalità e schiavismo. Harry Belafon­te, il grande cantante progressista giamaicano, rende negli anni cinquanta «Banana Boat» un inno degli oppressi. Gabriel Garcia Marquez, in uno dei capitoli più fa­mosi di Cent’anni di solitudine, racconta la strage di scioperanti della compagnia bananiera di Macondo, la sua invisibilità e cancellazione dalla memoria; Woody Allen presenta nel 1971 Bananas (Il dittatore dello stato libero di Bananas, in ita­liano), talmente irresistibile che ancora oggi c’è da cascare dalla poltrona per le risate. Negli anni ottanta una catena di negozi di abbigliamento casual negli Sta­ti Uniti prende il nome di Banana Republic. All’inizio di agosto 2001, commen­tando le prime misure del governo Berlusconi che di fatto depenalizza il reato di falso in bilancio, è di nuovo The Economist che si chiede: «Bananas?». Ma noi ita­liani non ce la prendiamo troppo. È il nostro modello di sviluppo. Cominciò all’inizio degli anni sessanta quando il ministro socialdemocratico del­le Finanze, Roberto Tremelloni, venne coinvolto nello «scandalo delle banane», in breve una tangente sull’importazione del frutto che allora era praticamente scono­sciuto nell’alimentazione nostrana; ma la banana diventò presto un simbolo nazio­nalpopolare maschilista. Alberto Sordi ne fece un suo cavallo di battaglia, dopo aver cantato in Polvere di stelle del 1973, in duetto con Monica Vitti, «Ma ‘ndo hawaii se la banana non ce l’hai?» (meglio conosciuta nella versione «Ma ‘ndo vai»). Poi la banana occupò gli stadi di calcio: «Milanista (o interista, o romanista) ciuccia la banana», poi la canzone: «È l’unico frutto dell’amor, è la banana, è la banana». Quindi, quando siamo stati ridicolizzati come repubblica delle banane non ci siamo indignati più di tanto, a parte una precisazione di Gianni Agnelli (No, siamo il paese dei fichi d’India) e ci è sembrato normale che il nostro presiden­te del Consiglio fosse effigiato nelle vignette come il Cavalier Bananas, o con una banana pronta per mettertela nel culo. Un destino, insomma. Non così grave. Poi, alla fine di luglio è arrivato il G8. E non sono state banane. Genova, luglio 2001. La casa della famiglia Giuliani. La casa della famiglia Giuliani sta in alto, molto in alto, in una Genova costrui­ta nei secoli a precipizio. Più in alto ancora, sulle colline, si vede la catena di for­ti medievali costruiti per proteggere la Superba da chi l’avesse voluta espugnare da dietro. In basso si vede buona parte della città, a seconda dei venti in un ba­luginio, in una foschia; nel nitore del maestrale si vede Portofino a sud, la Corsica da­vanti. La «casa della vita», quella che si lascia ai figli: solida, in pietra. Vi si arriva all’ingresso attraverso ripidi scalini in pietra viva, tre terrazzamenti di un piccolo orto. Pomodori, mentuccia, erba cipollina, lavanda, rosmarino, ulivi, limoni (da cui viene il limoncello domestico),

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storia italiana

i t ál i a

Genova, Piazza Carlo Giuliani basilico per il pesto, bouganvillea schiacciata come un amante contro il muro, plumbago in vaso, rose, gerani, il tavolo ­bianco di plastica per mangiare fuori con gli amici. Si entra lasciando le scarpe e infilando le pattine. Non si fuma in casa. Scaffa­li di libri rivestono un lungo corridoio e due pareti del salotto, che ha un camino funzionante. I figli Elena e Carlo hanno le loro stanze, pre-Ikea. Quadri e manifesti orn­ano le pareti, insieme a fotografie di famiglia. Editori Riuniti, Einaudi, Feltrinelli sulle coste dei libri. Videocassette dell’Unità. Enciclopedie. Dizionari. Molta musica, da tutte le parti. Edizioni rare delle opere di Immanuel Kant. Adelaide Gaggio, sposata Giuliani, maestra a tempo pieno ora in pensione, di famiglia svizzera zwingliana, il pomeriggio di venerdì 21 luglio sta nell’orto. È stupita perché i rumori che provengono dalla città di sotto sono diversi dal solito: al posto dell’usuale brusio che lassù arriva continuo e attenuato, sente solo i silenzi dell’assenza del traffico, rotti da botti. Molti elicotteri sono in volo. Dalla zona di Corte Lambruschini si alza del fumo: sa benissimo quello che sta succedendo, è la battaglia contro il G8. Giuliano Giuliani, direttore di una cooperativa sociale dopo una lunga carriera di sindacalista, è per strada in città. Elena, la figlia primogenita, dottoressa in informatica, lavora a Milano. Carlo, il secondogenito, è in giro. Il nonno paterno di Carlo, il responsabile di tutta la musica presente nella casa - ancora adolescente a Bari aveva diretto l’orchestra al Petruzzelli; aveva diretto sul Rex in crociera, con la moglie al violoncello; aveva conosciuto il cinema, patendone il passaggio dal muto al sonoro - riposa ultranovantenne nella sua stanza in quella nobile isti­tuzione che è la Casa di riposo per musicisti Giuseppe Verdi, a Milano. La famiglia Giuliani si trova, in quel pomeriggio di luglio, nella condizione di 100mila altre famiglie italiane: con una casa che ha messo su negli anni, con una storia dalle lunghe radici. E in apprensione per un figlio. Genova, luglio 2001. Breve elenco dei preparativi per il G8. Per il G8 di Genova sono stati accreditati 4700

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giornalisti, fotografi e operatori, la stragrande maggioranza dei quali non è intenzionata a seguire le cerimonie ufficiali, quanto piuttosto la piazza. Il cinema italiano (33 registi) è presente con l’imperativo di «documenta­re». Il Genoa social forum (finanziato con tre miliardi dal governo Berlusconi) ha organizzato l’accoglienza dei manifestanti, un centro stampa e alcuni servi­zi specifici: 150 tra medici e infermieri volontari (muniti di una pettorina e di alcune vetture da usare come ambulanze) e alcune decine di avvocati (anch’es­si muniti di pettorina) per intervenire sul terreno in caso di violazione dei di­ritti costituzionali. Il governo, con decreto, ha autorizzato un’emittente televisiva locale, Primo canale, ad allestire postazioni fisse per coprire in diretta gli avvenimenti. Il parti­to Alleanza nazionale - finalmente al potere - annuncia che una propria task for­ce, composta di parlamentari, darà consigli e sostegni alle forze dell’ordine. Sia il ministro degli Esteri Ruggiero, che il ministro dell’Interno Scajola hanno assi­curato, in molte interviste, che le ragioni dei manifestanti antiG8 avranno «visi­bilità». I media scoprono nuovi protagonisti, primo fra tutti Luca Casarini, un giovane padovano con la vocazione alla politica, leader delle Tute bianche, che giorno dopo giorno compare sui giornali raccontando di certe sue infantili stra­tegie guerriere. A tutti è garantita la visibilità. Questi invece i provvedimenti amministrativi messi in atto dal governo italia­no per la gestione del G8 di Genova: - Viene stabilito che ci sarà una «zona rossa» dentro la quale sarà vietato l’ac­cesso ai non residenti. Questo, già al tempo del governo Amato. - Viene stabilito l’impiego di 18mila uomini per la pubblica sicurezza. È il più ampio schieramento di polizia mai messo in campo in Italia. (A Beirut, nel 1983, per tenere un pezzo di città il generale Franco Angioni andò con tremi­la soldati.) Comprende reparti di polizia, carabinieri, Guardia di finanza, corpi scelti dell’esercito, Guardia forestale. Viene costruita una cittadella per ospitare le forze. Vengono fatti affluire mezzi blindati e cingolati del battaglione Tusca­nia. Vengono comandati a Genova reparti a cavallo, polizia scientifica,

servizi se­greti, unità cinofile, agenti in borghese. - Viene deciso l’uso di armi da fuoco, mentre viene accantonata la proposta di usare proiettili di gomma. - Viene decisa la chiusura dello spazio aereo per i giorni delle manife­stazioni. - Vengono allestite postazioni di missili terra-aria per timore di attentati dal cielo. In particolare (come rivelerà il presidente egiziano Mubarak dopo 1’11 set­tembre) sono arrivate segnalazioni di un attentato in preparazione al presiden­te americano Bush. - Vengono ordinate e consegnate duecento body bag (bare in plastica) per far fronte a un altrettanto numero di morti. - Viene deciso l’utilizzo del manganello Tonfa impiegato dalla polizia di Los Angeles (decreto del ministro Enzo Bianco, governo Amato, 5 giugno 2001). Alcuni funzionari di quella città vengono inviati a Roma per addestrare i colleghi italiani. Le loro «attività seminariali» vengono svolte nei giorni 24 aprile, 18 e 19 giugno presso il centro di addestramento di Ponte Galeria (carabinieri) e Lido di Ostia (finanzieri). - Viene deciso l’impiego del Primo reparto mobile di Roma, detto Antisommossa (­decreto governo Berlusconi, 30 giugno 2001). - Vengono sgombrati diversi reparti degli ospedali cittadini per far fronte all’arrivo di centinaia di feriti. - Vengono trasferiti centinaia di detenuti del carcere di Marassi per far fronte a prevedibili nuovi arrivi. Il 12 luglio 2001 (decreto del ministro della Giustizia) vengono dichiarati da utilizzare a fini detentivi la caserma dei carabinieri di Forte Giuliano e la caserma di polizia di Bolzaneto, «quali succursali dell’area sanitaria e dell’area matricola detenuti delle case circondariali di Pavia, di Vo­ghera, di Vercelli e di Alessandria». Nei due luoghi vengono avviati lavori di ri­strutturazione in previsione dell’arrivo di 600-700 fermati. - Vengono chiuse le stazioni ferroviarie di Genova Principe e Genova Brignole. I ­treni vengono fermati alle porte della città, alla quale si arriva solo con navette o pullman. - Vengono bloccate, con container, diverse gallerie ferroviarie per timore di attentati. - Viene deciso, con procedura di appalto rapido, che le forze dell’ordine indossino divise fiammanti. - Viene decisa, su proposta del provveditore alle opere pubbliche, la blindatura della zona rossa. Questa avviene con blocchi di cemento detti New Jersey, sorm­ontati da reti metalliche a maglia fitta alte cinque metri. L’appalto per la costruzione delle reti viene affidato a piccole imprese liguri e del bas­so Piemonte. - Viene ipotizzata la schermatura di Genova, per impedire l’uso di telefoni cellulari. - Vengono monitorate le fogne cittadine, collegate con computer ai posti di blocco della zona rossa. - Vengono schedati tutti i residenti della zona rossa. Una capillare opera di propaganda convince gli stessi residenti ad abbandonare la città. Nella zona rossa vengono vietati matrimoni e funerali e si chiude di fatto ogni attività commerciale. - Viene stabilito che la sala operativa delle operazioni di ordine pubblico sarà presso la Questura di Genova.

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- Viene sospesa la convenzione di Schengen dalla mezzanotte del 13 luglio alla mezzanotte del 21 luglio 2001. Genova, 20 luglio 2001. L’ultimo giorno di vita di Carlo Giuliani. Carlo, mi raccontano i suoi genitori, era un bambino «rodariano», ovvero cre­sciuto con i racconti di Gianni Rodari. Era precoce, ed era stata sua sorella Ele­na a insegnargli a leggere e scrivere. Un giorno, quando Carlo aveva cinque anni, suo padre gli chiese: «Carlo, quanto fa 1/3 e mezzo più 1/3 e mezzo?». Carlo ri­spose pronto: «Uno». Era dunque portato per la matematica. A casa Giuliani la sera si leggeva l’Odissea con i bambini (nella traduzione Cal­zecchi Onesti) e si scrivevano piccoli racconti rodariani. In uno di questi, Carlo - che era rimasto colpito dalla notizia di certi «missili dirompenti» aveva im­maginato l’attività del «signor Rompenti». Era un biondino, dai bellissimi capelli forti. Non era cresciuto in altezza (secondo un omeopata per una incompatibilità con l’olio d’oliva). Al liceo scientifico aveva avuto un’importante storia d’amore con una ragazza che poi l’aveva lasciato. Aveva letto molti libri, sapeva giocare a scacchi. Scriveva bene, andava in vacanza in campeggio, mandava delle belle cartoline ai genitori. Da piccolo era stato in vacanza in Grecia, dove la famiglia Giuliani era stata accolta con grandi onori. Un membro acquisito della famiglia - Elena Angeloni - è infatti iscritto nell’elenco dei martiri della democrazia gre­ca. Elena aveva sposato un fratello di Adelaide, da cui poi si era separata. Militante del Partito comunista italiano, aveva organizzato con un amico cipriota, Giorgio Tsikouris, un attentato dimostrativo di fronte all’ambasciata americana di Atene, al tempo della dittatura fascista dei colonnelli. La bomba era in un’au­tomobile. Non si sa per quale ragione il cipriota aprì il cofano e la fece scoppia­re. Dei due corpi non rimasero che brandelli, Elena fu riconosciuta perché uno di questi aveva dei peli rossi, ed Elena era rossa di capelli. Venne sepolta a Milano, nel settembre del 1970, con una commemorazione del compositore greco Mikis Theodorakis. A quell’epoca Adelaide e Giuliano ancora non si conosce­vano. Si sarebbero visti un anno dopo, a un comizio del Pci a Milano. Lui era un redattore scientifico e da tempo era impegnato in una grande iniziativa editoria­le del Pci, il Calendario del Popolo, che aveva allegata la prima enciclopedia a dispense, la Nuovissima (tutti fenomeni pretelevisivi). Si sposarono e il rito venne officiato dall’assessore Carlo Cuomo, un comunista molto conosciuto per la sua generosità, «una specie di San Francesco». Poi andarono a Roma, dove Giuliano divenne sindacalista degli ospedalieri. Poi andarono a Genova, perché l’Adelaide aveva avuto il posto di maestra a tempo pieno. Carlo andò alla scuola materna e le sue vecchie maestre si recarono la notte del 21 luglio all’obitorio. Carlo la pensava a sinistra. Esattamente come Rodari pensava dovessero pen­sarla i ragazzi. Adolescente, in una retata nei carrugi, si era visto puntare addosso una pistola da un poliziotto. Per un periodo era stato anche iscritto a Rifondazione, ma in realtà non era tagliato per i

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11 settembre 2001, le Torre Gemelle, New York partiti. Aveva fatto il servizio civile pres­so Amnesty International. Aveva adottato un bambino a distanza attraverso la comunità di Sant’Egidio. Aveva girato l’Europa in campeggio, studiava Storia all’università, aveva provato diverse droghe, aveva partecipato a molti rave party, si era disintossicato al Sert, viveva con una ragazza, aveva molti amici, andava a casa ogni venerdì quando sua sorella Elena tornava da Milano. Avrebbe volu­to, per il futuro, far parte di qualche organizzazione di volontari e fare qualcosa di utile in giro per il mondo. Venerdì 20 luglio Carlo Giuliani, come spesso gli succede, si sveglia tardi. Moltissime persone sanno che quella giornata sarà «mondiale». Carlo Giuliani non ci pensa affatto. Si mette, come fa di solito, i pantaloni di una tuta e la giacca di un’altra. Scende dalle colline attraverso le scalette di via Bobbio, trova per terra un rotolo di scotch e (a Genova non si butta via niente) se lo infila al braccio. Passeggia con alcuni suoi amici, riceve una telefonata del padre sul cellulare, vede (e probabilmente prende) botte in piazza Manin. Risale per via Assarotti (a quel punto il telefonino non funziona più: Elena prova a chiamare). Mangia un pezzo di farinata Dal Genoano in piazza Martinez. Arriva in via Tolemaide, nel pieno degli scontri. Aiuta a spostare una campana del riciclaggio per fare una specie di barricata. Si trova in via Caffa in mezzo ad altri ragazzi e a una camionetta ­incagliata. Solleva un estintore, un corpo gracile. Sicuramente in quel momento non pensa ai missili del signor Rompenti. Genova, 20 luglio 2001. «Presidente, c’è il morto» Scrive Concita De Gregorio in Non lavate questo sangue. I giorni di Genova: Si aspetta Putin, che adesso arriva, eccolo ... Putin scende da una Mercedes, ha la grisaglia pallida con i pantaloni troppo lunghi. Berlusconi lo accoglie sulla soglia. Benvenuto presidente. Poi ancora un’ora, un’ora e un quarto di conversazione. Escono. In piazza ci sono i giornalisti dietro le transenne. Bruno Vespa si avvicina a Roberto Gasparotto, consigliere di Berlusconi, gli sussurra qualcosa, fanno qualche passo a braccetto. Berlusconi è ancora dentro. Lo raggiunge Paolo

­ onaiuti, un tempo suo portavoce, ora sottosegretario B a Palazzo Chigi. «Presidente» gli dice «c’è il morto». Dividendo queste tre parole. «C’è» vuol dire, in questo caso, che è arrivato quel­lo che si aspettava o che si temeva, che un’ipotesi è diventata realtà. Non è necessario aggiungere altro, tutti sappiamo di che cosa stiamo parlando, perché ne abbiamo parlato fin troppo a lungo. «Il»: è un maschio, come era previsto. Se fosse stata una femmina, la frase sarebbe suonata così: «C’è una ragazza, o una donna, morta». Se fosse stato un poliziotto o un carabiniere, sarebbe stata usata la qualifica. «Il», in questo caso, sta per manifestante antiG8 astratto. «Morto»: in questo caso significa «ucciso». Intenzionalmente. Non sarebbe stata usata la parola «morto» per un decesso per infarto, né per un pensionato finito sotto una camionetta attraversando la strada e neppure per un atto di violenza ancora da accertare o dai contorni imprecisi. Questi bisbigli, queste poche parole, questi uomini maturi che si danno le notizie sussurrando fanno parte, da sempre, del­lo scenario italiano. Edifici dai lunghi corridoi come il Viminale, il Vaticano, o i palazzi di Giustizia di Piacentini non potrebbero esistere senza di loro. La noti­zia venne data così, nel nostro stile migliore. La Genova che Berlusconi teme, quella ancora troppo di sinistra, con carrugi troppo stretti, con troppo popolo, troppi odori, grida di donne, mutande stese, an­cora non sa niente. Una festa sta per avere inizio, con il capo dello Stato. Il morto, che a questo punto si potrebbe scrivere anche con la maiuscola, in quel momento giace ancora in piazza Alimonda e sta per essere trasportato all’obitorio dell’ospedale Galliera. Per quattro ore assume le identità più disparate: uno straniero? uno spagnolo? un simpatizzante dell’Eta di San Sebastian? un italiano? un romano? uno studente? un punkabbestia? un genovese? un certo Carlo? O forse Carletto? E infine: Carlo Giuliani nato a Roma e residente a Genova, di 23 anni. I genitori ricevono la notizia intorno alle 22, mentre già i filmati della sua uc­cisione sono stati trasmessi dalla televisione e il suo corpo in mezzo al sangue è stato fotografato da ogni possibile angolatura. Per definirlo, una mano anonima scrive sulla intestazione della piazza dove è caduto, invece di Gaetano Alimonda (cardinale torinese),

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storia italiana

i t ál i a

Emilia Romagna, poi a Milano), l’anno scorso ha pubblica­to il suo quinto album Canzoni a manovella. L’ha presentato così: Le canzoni a manovella che noi abbiamo provveduto a inventare sono canzoni immaginarie. Per rappresentarle occorre che, dietro al sipario a soffietto ascen­sionale, si sia provveduta la strumentazione necessaria: grancasse sinfoniche, pia­ni chiodati e a rullo, trombe a grammofono, chitarre, onde martinot, ululatori e stropicciatori a valvola, orchestrioni, corni da caccia, violini a tromba, turbanti, cilindri, sollevatori bulgari e aerostatici. È un disco questo, di cose che vengono dal profondo. Che affiorano a galla in scafandro e cilindro. È fabbricato con mez­zi espressivi più leggeri dell’aria, tecnica di cui siamo sostenitori. [... ] Credo non possa lasciare in pace nessuno. Ci sono arie e canzoni degne dei vostri nonni, fi­lastrocche per i vostri piccini, e nostalgie per tutti. Quest’anno vince la targa Tenco per l’album più bello, ex aequo con Amore nel pomeriggio di Francesco De Gregori. Una delle canzoni più belle dell’album è «Con una rosa»:

PIAZZA CARLO GIULIANI, RAGAZZO. Parola adatta all’alba del nuovo secolo, che spontaneamente sostituisce tante altre parole: compagno, mi­litante, martire, vittima innocente, studente, lavoratore, cittadino ... Il giorno dopo avviene il massacro alla scuola Diaz, seguito - come da copio­ne - dalle torture e dalle sevizie alla caserma di Bolzaneto. E così trascorre agosto. Poi viene settembre. 11 settembre 2001. New York vista dall’Italia, minuto per minuto. È l’11 settembre. In Italia sono le 3 del pomeriggio e tutto è normale. Molti so­no al lavoro, qualcuno dormicchia, qualcuno passa il suo tempo in chat, luogo virtuale, dove ci si incontra, in forma anonima, spesso con sconosciuti, con nomi e sigle di fantasia, per conoscersi e per passare il tempo. L’unico evento della giornata è la festa dell’Unità a Reggio Emilia. Questa è la cronaca di quanto succede s­ulla chat del settimanale Diario... Scrittori italiani del 2001. Oriana Fallaci, “La Rabbia e l’orgoglio”. Oriana Fallaci, fiorentina, è nata nel 1929 a Firenze. Ha esordito a 29 anni con I sette peccati di Hollywood, poi negli anni ha scritto diversi libri. Tra i più famo­si Lettera a un bambino mai nato (1975), Un uomo (1979), Insciallah (1990). È la più famosa giornalista d’Italia. L’anno scorso ha rotto il silenzio di un decennio, pubblicando il 29 settembre un lunghissimo articolo sul Corriere della Sera che ha intitolato La rabbia e 1’orgoglio, in cui si schiera con toni aspri contro il fanatismo religioso islamico (e la cultura islamica). Dopo poco La rabbia e l’orgoglio esce in libreria. È un grande successo alimentato dalle polemiche. Il libro vende 820mila copie in tre mesi. A me dà fastidio persino parlare di due culture: metterle sullo steso piano co­me se fossero due realtà parallele, di uguale peso e di uguale misura. Perché

Oriana Fallaci

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Vinicio Capossela

Con una rosa hai detto / vienimi a cercare / tut-

die­tro alla nostra civiltà c’è Omero, c’è Socrate, c’è Platone, c’è Aristotele, c’è Fidia, perdio. C’è l’antica Grecia col suo Partenone, la sua scultura, la sua architettu­ra, la sua poesia, la sua filosofia, la sua scoperta della Democrazia eccetera. C’è l’antica Roma con la sua grandezza, il suo concetto della Legge, ... c’è un rivo­luzionario, quel Cristo morto in croce, che ci ha insegnato (e pazienza se non lo abbiamo imparato) il concetto dell’amore e della giustizia. .... C’è Leonardo Da Vinci, c’è Michelangelo, c’è Raffaello, .... c’è la Scienza, perdio, e la tecnologia che ne deriva. Dietro l’altra cultura, la cultura dei barbuti con la sottana e il turbante, che c’è? Boh! Cerca cerca, io non ci trovo che Maometto col suo Corano e Averroè coi suoi meriti di studioso. Io non vado a rizzare tende alla Mecca. Non vado a cantar Paternostri e Avemarie dinanzi alla tomba di Maometto. Non vado a fare pipì sui marmi delle loro mo­schee. Tantomeno a farci la cacca. lo, quando mi trovo nei loro paesi (cosa dalla quale non traggo mai diletto), non dimentico mai d’essere un’ospite e una straniera. Sto attenta a non offenderli con abiti o gesti o comportamenti che per noi sono normali e per loro inammissibili. Li tratto con doveroso rispetto, doverosa cortesia, mi scuso se per sbadatezza o ignoranza infrango qualche loro regola o superstizione. E mentre l’immagine dei due grattacieli distrutti si mischia all’immagine dei due Buddha ammazzati ora vedo anche quella, non apocalittica ma per me sim­bolica, della gran tenda con cui due estati fa i mussulmani somali (paese in gran dimestichezza con Bin Laden, la Somalia, ricordi?) sfregiarono e smerdarono e oltraggiarono per tre mesi e mezzo piazza del Duomo a Firenze. La mia città.

ta la sera io resterò da sola / ed io per te / muoio

Musica italiana del 2001. Vinicio Capossela, “Con una rosa”. Vinicio Capossela, 36 anni, nato a Hannover in Germania, ma trasferitosi subi­to in Italia (prima in

per te / con una rosa sono venuto a te / bianca come le nuvo­le di lontano / come una notte amara passata invano / come la schiuma che so­pra il mare spuma / bianca non è la rosa che porto a te / gialla come la febbre che mi consuma / come il liquore che strega le parole / come il veleno che stilla dal tuo seno / gialla non è la rosa che porto a te / sospirano le rose nell’aria spirano/ petalo a petalo mostrano il color / ma il fiore che da solo cresce nel rovo / rosso non è l’amore / bianco non è il dolore / il fiore solo è il dono che porto a te/ rosa come un romanzo di poca cosa / come la resa che affiora sopra al viso / come l’attesa che sulle labbra pesa / rosa non è la rosa che porto a te / come la porpora che infiamma il mattino / come la lama che scalda il tuo cuscino / come la spina che al cuore si avvicina / rossa così è la rosa che porto a te / lacrime di cristallo ­l’hanno bagnata / lacrime e vino versate nel cammino / goccia su goccia, perdute nella pioggia / goccia su goccia le hanno asciugato il cuor / portami allora portami il più bel fiore / quello che duri più dell’amor per sé / il fiore che da solo non specchia il rovo / perfetto dal dolore / perfetto dal suo cuore / perfetto dal dono che fa di sé.

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b r a s i l e

George Braile

P ar mo já ev te ol , As m á v e l u s t e n t á

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Se de fruto em fruto da palmeira juçara, jacus

var bandos de aves irem se alimentar do juçaí,

e tucanos enchem o papo, de fruto em fruto

descobriu um modo de preservar juçara, a pal-

da mesma palmeira, a mata Atlântica, as popu-

meira, de integrar as populações do entorno em

lações do entorno, os proprietários de áreas de

uma atividade produtiva, respeitando o mane-

florestas preservadas e o público consumidor

jo sustentável, além de produzir um alimento

também “enchem o papo”. Isso porque George

muito nutritivo e saboroso, assim como o açaí,

Braile, economista, proprietário de um sítio em

porém 70% mais rico em ferro. Quem disse que

Serrinha do Alambari, Resende, RJ, ao obser-

“fiscalizar a natureza” não tem serventia?

f o r u mDEMOCRATICO

v

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b r a s i l

e n t r e v i s t a

Marisa Oliveira

e l

e

p r o m i s s o r

FD - De onde surgiu a idéia que deu forma ao Projeto Amável? GB - Surgiu da intenção de gerar fontes de renda em harmonia com a floresta. Após anos de luta, temos observado que estamos perdendo a guerra ao tentar proteger nossas florestas, classificando-as como um bem comum intocável. Ainda mais em áreas com grande densidade populacional (caso do sudeste brasileiro). Por outro lado, observamos que na maioria das áreas do sudeste, em que as comunidades estão inseridas dentro ou às margens de florestas ainda preservadas, a interação das pessoas com a floresta é mínima e os poucos que o fazem procuram somente o lazer (quando não atividades ilegais como a caça ou corte de árvores). A ideia Janeiro / Fevereiro 11

aqui é mudar esse paradigma, provocando uma integração maior das pessoas com a floresta e de forma sustentável a longo prazo. FD - A mata Atlântica tem muitas espécies. Por que a escolhida foi a palmeira juçara? GB - Eu sempre tive um contato muito próximo com a natureza e a palmeira juçara é muito abundante em florestas bem preservadas na Mata Atlântica. Ela vem sendo dizimada ao longo dos últimos séculos. É uma palmeira linda, muito decorativa. A meu ver, deveria, sem dúvida, ser o símbolo da Mata Atlântica. Por sua abundância, por sua beleza e por ser fundamental na cadeia alimentar da fauna da Mata, sendo talvez a mais

rica fonte de nutrientes no inverno, que coincide com a época da seca. Se esta palmeira é tão vital para as mais de 100 espécies de animais (entre aves, macacos, roedores, etc) que se alimentam dela, por que não pode ser também para o homem? FD - O que é o Projeto Amável? Como ele se estrutura? GB - O Projeto Amável – A Mata Atlântica Sustentável, visa a geração de renda com a árvore em pé. Ele visa fomentar esta cadeia de forma mais profissional possível, dentro de um contexto contemporâneo de colaboração. A idéia é que cada tipo de organização possa fazer o que sabe de melhor, para que a cadeia de

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b r a s i l e A polpa dos frutos da palmeira juçara chamada juçaí -, se transforma em delicioso suco e sorvete natural.

valor se desenvolva. Ele funciona em forma de parcerias e interesses comuns. As comunidades dos entornos são treinadas para colher os frutos respeitando o plano de manejo sustentável. Elas também são envolvidas no viveiro e plantio de mudas, bem como em artesanato com insumos florestais. ONGs e empresas que queiram colaborar fazem os treinamentos (como educação ambiental), elaboração de projetos de fomento e organização de algumas etapas. Uma empresa – a Ciano Alimentos Sustentáveis - que compra os frutos foi montada para cuidar da industrialização, logística e vendas. Proprietários de terra ficam interessados em preservar e plantar juçara. E o mais importante: a natureza entra com os frutos!!!! Que depois de despolpados viram mudas, e assim por diante... FD - O juçaí, polpa da fruta da palmeira juçara, tem boa aceitação no mercado? GB - As pessoas que provam, adoram! A distribuição do produto ainda é limitada, pois só 830

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vendemos no município de Resende, em Penedo e em entregas em domicílio no Rio de Janeiro, pedidas pelo nosso email (jucai@jucai.com.br). Mas estamos fechando parcerias no Rio para, em breve, disponibilizarmos os produtos (temos a polpa pura e o sorvete natural com banana e mel) em alguns pontos de venda estratégicos pela cidade do Rio. FD - Criado em 2008, dois anos depois, quais os resultados obtidos? GB - Nesses dois anos, conseguimos todas as licenças ambientais e sanitárias, treinamos a comunidade, montamos o centro de despolpamento, montamos parcerias com proprietários de florestas preservadas, divulgamos o produto através de eventos como a ExpoSustentat e de algumas reportagens em jornais, montamos um viveiro de mudas de juçara (os frutos, depois de despolpados, germinam mais de 90% das vezes) e estamos nos preparando para expandirmos o projeto em 2011. Janeiro / Fevereiro 11


b r a s i l

A palmeira aumentou a renda de homens e mulheres que antes faziam “bicos” para sobreviver. FD - E o lado social, geração de renda e inclusão social? GB - As pessoas que fizeram a colheita estavam sem trabalho, viviam da renda de “ bicos” esporádicos (ajudantes em algumas diárias de obras), recebendo uma média de R$ 150,00 a R$ 250,00 por mês. As donas de casa que fizeram o trabalho de despolpamento também faziam “bicos” de limpeza em casas de família, tirando por mês a média de R$ 200,00. Em 2010, os colhedores de frutos da juçara receberam uma média de R$ 600,00 (fixos) mais R$ 100,00 de produtividade nessa colheita. Em 2011, vamos comprar os frutos diretamente dos colhedores e estimamos que a renda por dia trabalhado seja em torno de R$ 100,00. As donas de casa continuarão trabalhando no despolpamento com carteira assinada, tirando por mês uma média de R$ 600,00. FD - Que etapas ainda estão por vir? GB - Estamos agora buscando mais parceiros Janeiro / Fevereiro 11

com propriedades na Mata Atlântica. Nosso objetivo é expandir o projeto dentro do vale do Paraíba e em outros municípios ou estados. Para isso, estamos buscando parceiros que tenham florestas preservadas ou que queiram reflorestar suas áreas de reserva legal com palmeiras juçara. FD - Quem são os beneficiados desse projeto hoje e ao longo do tempo futuro? GB - Por incrível que pareça, todos estão se beneficiando. A floresta que terá suas palmeiras valorizadas e, no médio prazo, em maior abundância, gerando alimento para a fauna e capturando carbono. As pessoas que terão um alimento riquíssimo em nutrientes (em torno de quatro vezes mais antioxidantes que o açaí e muito rico em cálcio, caroteno e ferro). Os proprietários de terra terão um estímulo e uma fonte de renda para preservar. As comunidades dos entornos terão uma ligação maior com a floresta e uma fonte de renda sustentável.

FD - O projeto prevê lucro para proprietários de florestas preservadas, para empresários que processam a polpa. Em que o Amável se diferencia de outros projetos de sustentabilidade? GB - Esta atividade, além de ser benéfica tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade e para a economia, visa a estimular a preservação da palmeira juçara que está entre as espécies ameaçadas de extinção, através da geração de renda com a árvore em pé. FD - Manejo sustentável, harmonia permanente com o meio ambiente, geração de emprego e renda - o Projeto Amável veio para ficar? GB - Este é um projeto que gera benefícios para todos. É um modelo completo e perfeito de sustentabilidade. Não tenho dúvidas que não só veio para ficar, como para ter um papel cada dia mais presente em nossas vidas!

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Cinderella

cultura

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fotografia

cultura

Cont o 100 Fadas U

m projeto em desconstrução, porque já chega de imaginar o que não vai acontecer. Como seriam os contos de Fadas se escritos hoje, por uma confraria de donzelas e príncipes com os corações partidos? Misturar toda a magia de um mundo de ‘abracadabras’ com a nossa realidade? Essa exposição é um convite para que você assuma essa missão. Para que você se imagine em cada cor vibrante, em todos os raios de luz e em cada possibilidade que consiga enxergar. Se permita, dê uma chance ao mundo do Faz de Conta.

Atelliê Lívia Fernandes, Larissa Lali e Nika Fadul formam o Atelliê, um mundo visto sob três óticas diferentes, movido à uma mistura de conceitos e cores e as combinações mais aleatórias. Uma paixão, três olhares. www.atelliefotografia.com.br

As imagens deste ensaio foram mostradas no JF em Foco 2010 e estarão em exposição durante o FotoRio 2011, em junho próximo no Instituto Cultural Kreatori no Rio de Janeiro (www.kreatori.com.br).

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cultura

Patinho Feio Chapeuzinho

Le immagini di questa presentazione sono state esposte in JF em Foco 2010 e saranno presentate durante FotoRio 2011, il prossimo giugno presso L‘Istituto Culturale Kreatori a Rio de Janeiro (www.kreatori.com.br).

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fotografia

cultura

Snow White

Racconto 100 Fate

Un progetto in corso di desconstruzione, perché è giunta l’ora di immaginare quello che non accadrà. Come sarebbero i racconti delle Fate, se fossero scritti oggi da una comunità di donzelle e principi con i cuori sanguinanti? Mischiare tutta la magia di un mondo di “abracadabra” con la nostra realtà? Questa esposizione è un invito a compiere questa missione. Affinché lo spettatore possa immaginarsi in ogni colore vibrante, in tutti i raggi di luce ed in ogni possibilità che riesca ad intravvedere. Fallo, da una possibilità al mondo della fantasia.

Atelliê

Lívia Fernandes, Larissa Lali e Nika Fadul formano Atelliê, un mondo visto con tre ottiche differenti, mosso da un insieme di concetti e colori, con le combinazioni più aleatorie. Una passione, tre sguardi. www.atelliefotografia.com.br

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cultura Marisa Oliveira

r oArqueólogo b edarprópria t oarte, garimpeiro t a vde potencialidades a r e s

O artista plástico Roberto Tavares de Freitas nasceu no Rio de Janeiro em 1959 e graduou-se em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ. De 1994 a 2002 exerceu o cargo de Diretor da Divisão de Cursos do Centro de Artes Calouste Gulbenkian – Prefeitura Municipal da Cidade do Rio de Janeiro e vem desenvolvendo nos últimos anos a função de curadoria artística em espaços públicos. Atuou como professor de Desenho e Pintura em Festivais de Arte, Escola de Belas Artes e Centro de Artes Calouste Gulbenkian. Atualmente é professor de gravura no Atelier Villa Venturoza - RJ e supervisiona as Oficinas da Imagem Gráfica na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Até aí tudo normal e padrão para uma trajetória na carreira de artista. Mas chama atenção no Roberto a força que emana da sua fala, que por sua vez traduz o envolvimento total que o artista mantém com sua arte, com a sua profissão. Dorme, acorda, faz refeições. Mas respira arte.

FD - Como o sr. se descobriu artista? RTF - Na minha infância, gostava muito de desenhar e tinha uma família que muito me incentivava. Eu gostava de copiar retratos dos grandes personagens da História do Brasil e nas brincadeiras de rua eu estava sempre desenhando figuras dos super-heróis, como, por exemplo, Nacional Kid. Não existia a pretensão de ser artista, pois não tinha conhecimento cultural para esta escolha, mas o caminho de ser um profissional do desenho começava a ser buscado. E foi assim que eu fiz um curso técnico de Desenho de Propaganda, que hoje se equivale ao profissional de Design Gráfico. Trabalhei em gráfica na área de desenho e também em agência de publicidade. Trilhando esse caminho, decidi ingressar na universidade, a fim de me especializar em Comunicação Visual. Era início da década de 80. Na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, descobri as Artes Plásticas e comecei a pesquisar e ter contato com as obras dos grandes mestres da História da Arte. Com coragem, mergulhei nos estudos e, a partir daí, tive a certeza de ser artista. 836

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FD - Como foi sua formação em Artes Plásticas? RTF - Tive uma formação bastante abrangente nos cinco anos que passei na EBA / UFRJ. O aprendizado teórico e técnico sobre os diversos caminhos da Arte me possibilitou o entendimento plástico e conceitual sobre as propostas de vários artistas. O estudo da cor, da forma e da composição enriqueceu e facilitou a minha pesquisa artística, assim como as aulas de desenho, principalmente o estudo de modelo vivo, fizeram com que adquirisse o domínio do traço com segurança e liberdade. Entre os vários mestres interessantes, posso destacar a importância, na minha formação, do professor e artista Adir Botelho, que, com grande interesse e motivação, incentivava os alunos na busca de uma linguagem visual. É dele, inclusive, o texto de apresentação da minha obra, objeto da última exposição de que participei, Marcas Reveladas, no Museu Nacional de Belas Artes. FD - O sr. cursou a Escola de Belas Artes da UFRJ na década de 80. O que acontecia nos tempos da geração Oitenta? O que ela teve de especial? RTF - A década de 80 foi bastante movimentada no cenário político e isso se refletiu muito nas Artes. Coincidia de ter entrado na universidade no mesmo ano da criação do Partido dos Trabalhadores, época de grandes passeatas, dos movimentos sindicais e da abertura política. Lembro que o nosso centro acadêmico (CAEBA) promovia nossa participação nos movimentos, onde exibíamos cartazes e faixas de bastante visibilidade

Impressão digital (gravura em metal - 2010)

artística. Era o povo na rua, era a população saindo de anos de repressão e colorindo as ruas com a luta pelas Diretas Já!. Este panorama teve reflexo nas Artes Plásticas. A retomada da pintura e o prazer de pintar de forma livre e espontânea foram levados ao extremo. Surgiu uma grande quantidade de novos artistas produzindo obras bastante heterogêneas. Eu participei ativamente desse momento, ainda como estudante vinculado à Escola de Belas Artes e ao Museu de Arte Moderna. Na metade da década de 80, finalizando minha formação, participei de várias exposições marcantes no cenário da arte brasileira, onde posso destacar a exposição Como vai você, Geração Oitenta? que aconteceu na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Nessa década tive algumas premiações, entre elas, o Prêmio Salão Carioca. FD - Quais são as técnicas de que o sr. mais se utiliza? Por que? RTF - Há muito anos eu trabalho paralelamente com duas linguagens artísticas: a gravura e a pintura. Acredito que pela condução de minhas pesquisas, algumas técnicas da gravura interagem com o campo da pintura e vice-versa. Não podemos confundir técnicas com linguagens, e nessas duas linguagens, as técnicas são infindáveis, posso afirmar que já utilizei várias. É importante dizer que não tenho preferência por nenhuma linguagem em especial, uma vez que acredito que a obra visual do artista contemporâneo vai ser determinada pela idéia e pelo conceito que o artista pretende em cada trabalho ou manifestação artística. Não acredito em especialidade, podemos ter a pintura, o desenho, a gravura, a escultura e outras mídias acontecendo ao mesmo tempo agora. Sou a favor do experimentalismo. FD - O que o aproximou dos gravadores do Atelier Villa Venturoza? RTF - O Atelier Villa Venturoza desenvolve a prática e a pesquisa na linguagem da gravura. Os artistas do atelier ( Alexandra Morizot, Armando Barbosa, Bia Sasso, Rizza Conde, Roberto Tavares e Thereza Miranda) têm o objetivo de promover, divulgar e preservar essa linguagem milenar, bastante representativa da arte brasileira e importante na construção de vários movimentos artísticos. Parte dos integrantes do atelier se encontrou na oficina de gravura do Museu de Arte Moderna - RJ, na década de 80 sob a batuta de Thereza Miranda, importante gravurista brasileira e uma grande mestra. Naquele momento, eu participava dos dois ateliers como monitor das aulas - na Escola de Belas Artes com Adir Botelho e no Museu de Arte Moderna/RJ com a Thereza Miranda. Tal dobradinha me possibilitou uma vasta experiência no contato com o corpo discente e isso, hoje, é importante para os cursos que realizo no campo da gravura. Outros artistas do Atelier Villa Venturoza foram incorporados na criação do atelier de gravura do Centro de Artes Calouste Gulbenkian, vinculado à Prefeitura do Rio. Janeiro / Fevereiro 11


artes plásticas

cultura

reunir mais de 200 artistas, entre outras propostas, coloca em questão o “Meio de Arte no Rio”. Qual a importância de pertencer e estar no “meio” da produção artística e, se existe um local apropriado para que esta produção artística aconteça de forma efetiva. Em nossas ações desenvolvidas ao longo desses anos, procuramos mostrar que a arte não tem limites geográficos e que existe produção artística de qualidade além dos grandes centros. O grupo inaugurou suas ações na Baixada Fluminense (Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São João de Meriti, Magé etc), espraiando suas performances até os municípios vizinhos, agregando sempre novos componentes no percurso; já estivemos no Rio de Janeiro, Nova Friburgo e Niterói.

Cobertura Pós-Pré 002 (pintura - 150 x 200 cm - 2003) FD - Como Anselm Kiefer influencia (ou influenciou) a sua produção? De que outras influências seu trabalho tem marcas? O que Kiefer, Iberê Camargo e Roberto Tavares têm em comum? O sr. os cita em seu blog. RTF - Não, de forma alguma houve influência de Kiefer em minha produção. Anselm Kiefer, assim como Iberê Camargo, fazem parte do meu catálogo de inspiração. Poderia, aqui, elencar alguns nomes da História da Arte que foram importantes no meus estudos e até influenciaram certos momentos da minha carreira, e que são minhas inspirações: Goya, Van Gogh, Gauguin, Matisse, Munch, Mondrian, Karel Apell, Mimmo Paladino, De Kooning, etc, etc, etc, e por aí vai....a lista é grande e bem eclética. FD - O que o emociona na arte que produz? RTF - Eu me emociono pelo fato de poder fazer arte. Meus momentos de emoções são aqueles onde consigo dividir, interagir e repassar os resultados de minhas pesquisas, com os colegas de atelier, meus alunos e pessoas não entendidas em artes que muitas vezes nos surpreendem com análises inesperadas, inteligentes e criativas. É muito prazeroso o encontro de nossa arte com o público, seja ele qual for. FD- O sr. é um dos fundadores do Grupo Imaginário Periférico. Conte-nos sobre isso. RTF - O Imaginário Periférico surgiu em 2002, sendo eu um dos fundadores juntamente com os artistas Deneir, Jorge Duarte, Raimundo Rodrigues, Júlio Sekiguchi e Ronald Duarte. O coletivo, que atualmente chega a

FD - Gostaria que o sr. falasse sobre seu trabalho, considerando as diferentes séries que produziu. RTF - Acho muito difícil o artista falar de sua própria obra. Posso dizer que a minha busca é sempre motivada pela paixão que tenho pela arte e que estou sempre aberto para novas experiências plásticas, procurando a cada série, nas diferentes linguagens, alcançar a superação e surpreender-me a cada resultado obtido. Em relação ao meu método de criação, acho que seria interessante citar o texto que o crítico Mario Margutti escreveu para mim. O texto é o seguinte: “Garimpeiro de potencialidades O processo criativo de Roberto Tavares começa com a descoberta de um núcleo de criação, que então se transforma em precioso filão a ser explorado. Em torno de cada um desses núcleos, o artista trabalha como um garimpeiro de potencialidades, e costuma desenvolver toda uma série de trabalhos. A estrutura desse núcleo-semente é uma forma básica, que desperta o interesse do artista, porque sinaliza todo um caminho a ser percorrido. Essa forma, que passa a integrar toda a série de trabalhos que ela originou, nada tem a ver com modelos figurativos. Pertence ao reino intrínseco da pintura e serve como âncora ou raiz das experimentações que acontecem a seguir: pesquisas de transparências, esculturas espontâneas das massas de cores, arrepios da pintura (essa segunda pele da alma) em texturas, subtrações que removem os excessos. O envolvimento é total: colocando-se no centro de um espaço aberto para o novo, Roberto também pode escavar as camadas já existentes, como um arqueólogo da própria obra, para descobrir, no fundo, novas pinturas subterrâneas que merecem ser trazida à luz. FD - Nos dias de hoje, a arte produzida nos ateliês, a arte das exposições, a arte que pulou muros, que corre pelas ruas, que é apresentada aos indivíduos fora das escolas tradicionais de arte... Que arte é essa?

Trio matérico 011 (pintura - 100x 30 cm - 2008) Janeiro / Fevereiro 11

Gravura em metal (2010)

Gravura em metal (2010) RTF - É uma arte verdadeira, onde podemos perceber uma pluralidade artística e que com certeza vai ter seu público específico. FD - É possível se viver sem arte? RTF - Não , jamais vão existir experiências de vida sem arte. Depois de todas as experiências artísticas, o simples toque de um dedo sobre um suporte ou a simples apropriação e transformação de um objeto do nosso cotidiano em obra de arte vão ser determinantes para a existência da arte. Mostras individuais de que participou: SESC - Tijuca, Centro Cultural Cândido Mendes (Centro e Ipanema), Instituto Cultural Brasil – Argentina, Museu da República e Mostra Rio Gravura / RJ. Principais coletivas: Pau, Pedra, Fibra e Metal; Como vai você geração oitenta? EAV - Parque Lage; Mínimo Múltiplo Comum – MNBA - RJ; Panorama Atual da Arte Brasileira – MAM / SP; Pequenos Delitos – Centro Cultural Candido Mendes (Ipanema); Gravuras – Foco contemporâneo – SESC – Petrópolis – 2004 ; Banheiros de Portas Abertas – Instalação - Dama de Ferro – RJ – 2004; Latitude – Pintura – Galeria Patrícia Costa – RJ – 2004; Receituário nº 7 – Pinturas – SESC – Petrópolis – 2005; Aquisegrava – Gravuras – Atelier Villa Venturoza - Galeria 90 / RJ – 2006; Marcas Reveladas – Atelier Villa Venturoza – MNBA – RJ – 2010; entre outras.

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cultura

r e f l e x ã o

Luis Maffei luis.maffei@terra.com.br

Purcell, Vandré, Natal e Ano Novo E

mbalei meu 25 de dezembro último com Henry Purcell, Te Deum and Jubilate e alguns hinos. Foi meu modo de homenagear o Cristo, o que cada um faz a seu modo. Godard, um ateu, homenageou o filho de Deus realizando uma das mais belas declarações de amor a Maria de que tenho notícia, Je vous salue Marie, e é pena que só tenha sido entendido por quem sempre o entendeu. Eu nada compus, mas deixei tocar e tocar-me exemplares dos mais portentosos da música sacra. Espero que Jesus tenha apreciado, pois eu, que não sou cristão, me emocionei deveras com Purcell, mais uma vez. Não sou cristão, sou budista e sou de esquerda, politicamente falando. Ainda acredito nisso, esquerda, ainda acredito no que difira disso, e considero que considerar anacrônica essa distinção tem um objetivo precípuo: constranger à partida os argumentos de quem pensa à esquerda, conferindo aos argumentos contrários o estatuto de fatos da vida, de verdades naturais. Saí de Cristo para a política porque, dias depois de 25 de dezembro, experienciei começar a ensinar violão a meu Colagem digital: Ana Maria Moura filho Ingmar, a 01 de janeiro. Como não me sinto um confiável didata nem me vejo dotado de repertório vasto no que tange a ensinar música, pretendo dar-lhe apenas uns primeiros rudimentos, sempre baseado no violão, instrumento que posso tocar eventualmente. À procura de temas que não exigem muito para ser tocados ao violão, lembrei-me de Pra não dizer que não falei das flores, e, por isso, fiz questão de pôr a canção para tocar em minha vitrola. A mídia era um compacto da época, 1968, que pertenceu a minha mãe. Saí da cristandade para a política sem que haja necessária relação entre essas graves coisas, assim como não há essencial relação entre Natal, festa cristã, e Ano Novo, festa de calendário cristão mas rituais, o mais das vezes, pagãos. Há relação entre música e música, ou melhor, entre vivências que são minhas e coletivas:

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Henry Purcell compunha para, entre outras coisas, congregar semelhantes em torno de Deus, havendo nele uma deliberada gana de conversão; Geraldo Vandré certamente também tinha sua intencionalidade, pois não é sem intenções que um refrão diz “vem, vamos embora”. Assistindo à reapresentação da entrevista concedida por Vandré a Geneton Moraes Neto para a emissora de tevê GloboNews, tive a impressão de ver um homem assolado pelo que seu tema o fez sofrer: aquilo não era, segundo o compositor, uma canção de protesto, mas protestou, e seu criador tornou-se criatura da obra, no pior sentido – não o do apagamento autoral em nome da profícua assinatura, mas o do reforço autoral em nome de específica fama. É uma lástima, mas é assim. De todo modo, mesmo Vandré reconhece que o acontecido naquele Festival da Canção foi muito bonito. Ouvindo a gravação no dia 01 de janeiro, concordo. E este 01 de janeiro assistiu a Dilma Rousseff tomar posse da Presidência da República, e a força simbólica disso é imensa: a frase que eu mais formulei mentalmente durante o dia foi “valeu a pena”, tendo sido intensa mesmo a tal pena. Lastimo que a canção de Vandré não possa nunca mais descolar-se de sua fama e de seus arredores (Festival, repressão etc.), celebro que o Te Deum and Jubilate de Purcell possa ser ouvido por um budista em homenagem ao que há de simbolicamente musical no Cristo. Mas bom mesmo é conseguir, pela música, por músicas tão distintas, dar mais espessura a datas que, na superfície, têm ficado cada vez mais vazias, mas que podem, por felizes acasos, gestos e amores, fazer bastante sentido.

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Maio/Junho Janeiro / Fevereiro 10 11

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REMETENTE: Associação Anita e Giuseppe Garibaldi Av. Rio Branco, 257 sala 1414 Cep. 20040-009 Rio de Janeiro forum@forumdemocratico.org.br

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