Pubblicazione dell’Associazione per l’Interscambio Culturale Italia Brasile Anita e Giuseppe Garibaldi • Nº 115-116 Ano XIII - Maio / Junho 12 - R$ 10,00 PODE SER ABERTO PELA ECT
E MAIS:: ENTREVISTA • HISTÓRIA ITALIANA • TURISMO • CINEMA • ARTES PLÁSTICAS • FOTOGRAFIA
O INCA-CGIL tutela gratuitamente os trabalhadores e aposentados italianos e brasileiros e suas famílias. RIO DE JANEIRO Av. Rio Branco, 257 sala 1414 20040-009 - Rio de Janeiro - RJ Telefax: 0xx-21-2262-2934 e 2544-4110
INCA INCA CGIL
SÃO PAULO (Coordenação) Rua Dr. Alfredo Elis, 68 01322-050 - São Paulo - SP Telefax: 0xx-11-2289-1820 e 3171-0236 Rua Itapura,300 cj. 608 03.310-000 - São Paulo- SP
“Patronato” da maior Confederação Sindical Italiana, a CGIL
PORTO ALEGRE Rua dos Andradas. 1234 cj. 2309 90020-100 - Porto Alegre - RS Telefax: 0xx-51-3228-0394 e 3224-1718 BELO HORIZONTE Rua Curitiba, 705 - 7º andar 30170-120 - Belo Horizonte - MG Telefax: 0xx-31 3272-9910
http:\\www.incabrasil.org.br
D E
S E G U N D A
A
S E X T A ,
D A S
8 : 3 0
ÀS
1 3 : 0 0
forum
NOSSA CAPA
D E M O C R A T I C O
A n o
05
X I I I
-
N
o
1 1 5 - 1 1 6
-
agenda cultural
M a i o / J u n h o
15
2 0 1 2
às compras
05 Os melhores eventos estão aqui.
15 Aproveite nossas sugestões imperdíveis.
06
16
editorial
06 O Brasil vira a página.
08
comunità
08 Rio de Janeiro e San Paolo: Ricordata la Liberazione dell’Italia dal nazifascismo. 08 Comites Rio de Janeiro: la riduzione del finanziamento ministeriale rende impossibile espletare i compiti previsti dalla legge. 08 Congiuntura Brasile. 09 Rio de Janeiro: Inaugurato busto dell’architetto Antonio Jannuzzi, il calabrese che all’inizio del secolo scorso disegnò il centro storico della città. 09 Congiuntura Italia. 10 Intenso programma di Paolo Mieli in Brasile.
encarte
16 “Prima del Tramonto”, di Gianfranco di Fiore.
20
Italia
Storia italiana 22 Italiani in Brasile. Emigrazione 28 Piergiorgio Pastonesi: Pigio, família, viagens. Marisa Oliveira
30
Brasil
30 Felix Finkbeiner: “Sustentabilidade, o único conceito de sobrevivência que temos!”
10 Consolato Belo Horizonte: negato il diritto agli utenti di essere assistiti da consulenti / traduttori per sbrigare le pratiche di riconoscimento della cittadinanza italiana.
Marisa Oliveira
10 Rio de Janeiro: BRASITALIA 2 Mostra di Arte e Prodotti italo brasiliani.
Fotografia 32 “Folia das Ruas”, ensaio de Berg Silva.
11
gastronomia
11 Fazzoletti ai Gamberi.
12
turismo
12 Paraty – turismo o ano todo. Marisa Oliveira
14
32
cultura
Artes Plásticas 36 Marcos Cardoso, “Belas Artes & Arroz com Feijão”. Marisa Oliveira
Reflexão 40 Surdezes. Luis Maffei
cultura
Literatura 14 “Poesia 61 Hoje”, de Jorge Fernandes da Silveira e Luis Maffei e “Aquela Água Toda”, de João Anzanello Carrascoza.
42
esportes
Reflexão 42 Superação sem Fronteiras. Danielle Lima
LEIA TAMBÉM ON LINE, AGORA EM FORMATO PDF
www.forumdemocratico.org.br
Criação: Tiago Morena/Sambacine
expediente
Nota do Editor Oxigênio e Letras - elementos essenciais ao planeta Terra
La rivista Forum Democratico è una pubblicazione dell’Associazione per l’interscambio culturale Italia Brasile Anita e Giuseppe Garibaldi.
QUANDO essa edição circular, a Rio+20 terá se encerrado, mas as grandes ideias permanecerão. Pensando nisso, a Forum Democratico entrevistou Felix Finkbeiner, jovem alemão que tem sido responsável - junto com outros tantos jovens e crianças - pelo movimento mundial de plantar árvores, com o objetivo de salvar o futuro, no sentido de criar condições
Comitato di redazione Giorgio Veneziani, Andrea Lanzi, Arduino Monti, Mauro Attilio Mellone, Lorenzo Zanetti (em memória). Direttore di redazione Andrea Lanzi Giornalista Responsabile Luiz Antonio Correia de Carvalho (MTb 18977) Redazione Avenida Rio Branco, 257/1414 20040-009 - Rio de Janeiro - RJ forum@forumdemocratico.org.br
mais justas, para todos os indivíduos do planeta, com o objetivo de enfrentar e reduzir o efeito dos gases estufa ((Sustentabilidade). Destacamos como dicas de programação cultural a exposição de Milton Dacosta, um dos pintores brasileiros mais valorizados, a mostra de cinema contemporâneo português, em exibição nas salas da Caixa Cultural do Rio e de São Paulo, e o musical O mágico de Oz, baseado na obra de L. Frank Baum, produção grandiosa que traz 35 atores e 16 músicos (Agenda Cultural). Na seção Literatura, as obras apresentadas, Poesia 61Hoje (Editora Oficina Raquel) e Aquela água toda (COSAC NAIFY), permitem aos leitores, a primeira, espiar os poetas portugueses, responsáveis pelo movimento considerado uma virada na poesia de seu país, e poder desfrutar da sempre bela e profunda
Pubblicità e abbonamenti Telefax (0055-21) 2262-2934
pena portuguesa. Já a segunda, diríamos que se trata, apesar de prosa -
Revisione di testo (portoghese) Marcelo Gargaglione Lopes, Clara Salvador.
até o projeto gráfico, passando pelas ilustrações. Uma beleza!
Hanno collaborato: Cristiana Cocco, Marisa Oliveira, Graziella Cassará. Logotipo: concesso da Núcleo Cultura Ítalo Brasileira Valença Stampa: Gráfica Opção Copertina: Tiago Morena Impaginazione: Tiago Morena Patrícia Freitas Sambacine Produções Ana Maria Moura
contos, de poesia em sua mais pura essência: desde os jogos de palavras E por falar em literatura, o texto do emigrante Piergiorgio Pastonesi, na seção Emigração, em primeira pessoa, é uma história plena de poesia e harmonia, tanto assim que decidimos dividi-la em duas partes, para não quebrar o ritmo da escrita, nem suprimir fatos interessantes. Paraty, Patrimônio Histórico Nacional, linda e pitoresca como sempre, encerra um convite permanente à visitação, seja por seus eventos durante o ano todo, seja pelas características históricas, pelos bons restaurantes ou pela Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP, que atrai autores e leitores do mundo todo que se reúnem durante cinco dias para respirarem letras, palavras, contos, romances e o que mais a arte de escrever comportar (Turismo).
Dados internacionais de catalogação na fonte (CIP) Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia Forum Democratico/ Associazione per l’insterscambio culturale italo-brasiliano
Carta do leitor
Anita e Giuseppe Garibaldi - No.0 (mar. 1999) - Rio de Janeiro: A Associazione, 1999 - v. Mensal. - Texto em português e italiano - ISSN 1516-8123 I. Política - Itália - Brasil - Periódicos. 2. Difusão cultural Itália - Brasil - Periódicos. I. Associazione per l’interscambio culturale italo-brasiliano, Anita e Giuseppe Garibaldi. CDU 32:316.7(450 + 81)(05)
84
f o r u mD E M O C R A T I C O
“A Forum começou o ano com o pé direito. As dicas culturais das exposições Modigliani e Tarsila do Amaral, e as literárias, se referindo aos livros sobre o Chico e sobre Portugal, e a preocupação permanente com as questões sociais, fome, minorias, e com as questões políticas, fazem da revista uma interessante opção de leitura.” Marcia Silveira, por email, em abril/2012.
Maio / Junho 12
CINEMA
agenda cultural
Panorama dos filmes portugueses A mostra Cinema Português Contemporâneo traça um panorama da produção recente de Portugal, com a exibição de 19 filmes realizados entre os anos de 1999 e 2011 - curtas e longas metragens premiados em diversos festivais internacionais. Após exibição no Rio de Janeiro, de 26 de junho a 1ª de julho, a mostra irá para São Paulo, entre 3 e 8 de julho de 2012. Serão nove curtas e 10 longasmetragens, que abordam questões relativas à migração, ao exílio, à diáspora entre Brasil-Portugal e África lusófona, ou entre Portugal e Europa. Os cineastas portugueses Margarida Cardoso, José Felipe Costa, José Barahona, Sérgio Tréfaut e Pedro Costa confirmaram presença para apresentação de seus filmes e participação de debates com realizadores brasileiros. Alguns títulos: A costa dos murmúrios, de Margarida Cardoso (foto); Sangue do sangue meu, de João Canijo, Viagem a Portugal, de Sérgio Trefaut.
CAIXA Cultural RJ – Cinema 2, Av. Almirante Barroso, 25, Centro (Metrô: Estação Carioca), Tel.: (21) 2544-4080; Horários: Consultar programação, Ingressos: R$ 2,00 e R$ 1,00 (meia, além dos casos previstos em lei, clientes CAIXA pagam meia), Bilheteria: de terça-feira a domingo, das 10h às 20h, Lotação: 80 lugares (+3 para cadeirantes).
EXPOSIÇÃO Milton Dacosta, a Construção da Forma, mostra a produção de um dos ícones da arte moderna no Brasil, através de um conjunto de 45 obras, disponibilizadas de coleções públicas e particulares, além do Constução sobre fundo negro, 1955 acervo familiar, realizadas desde a década de 1930 até 1980. São retratos e paisagens impressionistas, de característica marcante que revela o senso de construção formal, o desinteresse por temas regionais e a capacidade de captar a essência dos assuntos escolhidos. Há as figuras de pescoço longo e cabeças ovaladas, influenciadas nitidamente por Cézanne, Modigliani e De Chirico. Mas são as obras dos anos 1950 aquelas consideradas as mais importantes. Milton Dacosta é um dos mais valorizados pintores brasileiros Teve Antônio Parreiras como um de seus primeiros mestres, e foi um dos fundadores do Núcleo Bernadelli, grupo de pintores modernistas brasileiros que enfatizava a liberdade de expressão artística. CAIXA Cultural RJ – Galeria 2, Av. Almirante Barroso, 25, Centro (Metrô: Estação Carioca), Tel.: (21) 2544-4080, de 3ª a dom, das 10h às 21h, Entrada franca. Classificação Livre. Até 1º de junho.
CAIXA Cultural SP – Praça da Sé, 111 – 6º andar, Centro - São Paulo, SP. Entrada Gratuita.
TEATRO O Mágico de Oz Com elenco de 35 atores e 16 músicos, incluindo Maria Clara Gueiros, Lucio Mauro Filho, Pierre Baitelli, Nicola Lama, Luiz Carlos Miéle e Malu Rodrigues como Dorothy, O Mágico de Oz, na versão autoral de Möeller&Botelho, baseada na única adaptação autorizada para o teatro, feita pela Royal Shapkespeare Company, estreou no Teatro João Caetano em 08/06. Ao lançar O Maravilhoso Mágico de Oz em 1900, L. Frank Baum (1856-1919) teve como suas principais referências literárias os Irmãos Grimm, Hans Christian Andersen e Lewis Caroll. A versão cinematográfica, estrelada por Judy Garland em 1939, conferiu destaque à obra, tornando-a um clássico inesquecível, inclusive pela sua canção Over the Rainbow. Sinopse: Dorothy Gale (Malu Rodrigues) tem uma vida pacata com seus tios Henry (André Falcão) e Em (Bruna Guerin) em uma fazenda no Kansas. Após um tornado, ela – acompanhada de seu cachorro Totó – vai parar em Oz, onde conhece o Espantalho (Pierre Baitelli), o Homem de Lata (Nicola Lama) e o Leão Covarde (Lucio Mauro Filho). Juntos, os três seguem a Estrada de Tijolos Amarelos em busca do Mágico de Oz (Luiz Carlos Miéle) e enfrentam as vilanias da Bruxa Má (Maria Clara Gueiros). Dir. musical e regência: Marcelo Castro, Supervisão Musical: Claudio Botelho, Coreografia: Alonso Barros, Cenografia: Rogério Falcão; Figurinos Fause Haten, Iluminação: Paulo Cesar Medeiros, Realizadores: Charles Möeller & Claudio Botelho. Teatro João Caetano – End.: Praça Tiradentes, s/n. Centro, RJ; Tel.: (21) 2332-9166, 6ªs, às 20h. Sáb., às 16h e 20h. Dom., às 15h, Ingressos: 6ª: R$ 90,00 (plateia Vip), R$ 80,00 (plateia e balcão 1) e R$ 50,00 (balcão 2), Sáb. e Dom. (qualquer sessão) R$ 110,00 (plateia VIP), R$ 100,00 (plateia e balcão 1) e R$ 70,00 (balcão 2), Classificação livre. Duração: 150 minutos (intervalo de 15 minutos). Até 7 de outubro.
Maio / Junho 12
f o r u m DEMOCRATICO
5
editoriale
Il Brasile volta pagina. Per l’importanza dell’installazione della “Commisione della Verità” al posto dell’editoriale pubblichiamo ampi stralci del discorso della Presidente Dilma Rousseff in quell’occasione.
V
oglio iniziare citando il deputato Ulysses Guimarães che, se fosse vivo, sarebbe presente a questa cerimonia. Il “senhor diretas” (ndr. Protagonista
della campagna per l’elezione diretta del presidente alla fine della dittatura militare), come abbiamo imparato a riverirlo, disse “la libertà non scompare quando è eliminata l’opinione di chi non concorda. La verità non meriterebbe questo nome, se morisse quando è censurata”. La verità, infatti, non muore quando è nascosta. Nei momenti bui siamo tutti privati della libertà, ma non è giusto che non la possiamo
86
conoscere adesso. Nonostante sappiamo che regimi dittatoriali sopravvivono
anche per mezzo di patti e accordi nazionali, molti di questi inclusi
nasondendo la verità, abbiamo il diritto di sperare che con la democrazia, la verità,
nella Costituzione del 1988. Così come rispetto e presto reverenza
la memoria e la storia vengano conosciute, in particolare per il giovani e le gene-
a coloro che hanno lottato per la democrazia scontrandosi con
razioni future. La parola verità, nella tradizione greca è esattamente il contrario
coraggio contro la violenza illegale dello Stato, e mai mi scorderò
della parola dimenticanza. È un concetto sorprendetemente tanto forte che non
di elogiare questi combattenti, riconosco anche e do valore agli
è compatibile con il rissentimento, l’odio e, ancor meno, con il perdono. La verità
accordi politici che ci hanno portato al ritorno della democrazia.
è soltanto e soprattutto il contrario della dimenticanza. È memoria e è storia. È la
Oggi entra in vigore anche la Legge di Accesso all’Informazione.
capacità umana di raccontare cosa è accaduto. Nel dare vita alla “Commissione
Insieme alla “Commissione della Verità”, la nuova legge rappresenta
della Verità” non ci muove il desiderio di rivincita, o l’odio o il desiderio di riscrive-
un grande miglioramento istituzionale per il Brasile, espressione
re la storia in una forma differente da quella che è stata, ma ci spinge la necessità
della trasparenza dello Stato, garanzia basica di sicurezza e pro-
imperiosa di conoscerla nella sua totalità, senza occultazioni, senza camuffamenti,
tezione per i cittadini. Grazie a questa legge, mai più i dati relativi
senza veti e senza proibizioni. Quello che stiamo facendo in questo momento
alle violazioni dei diritti umani potranno essere classificati come
è celebrare la trasparenza della verità in una nazione che segue il cammino della
riservati, segreti o ultra segreti. Concludo con un invito a tutti i
democrazia, ma che ancora deve chiarimenti a se stessa. E da questo punto di
brasiliani, indipendentemente dal ruolo che hanno avuto e delle
vista fondamentale, questa è una iniziativa dello Stato e non appena del governo
opinioni che hanno difeso durante il regime autoritario. Scomet-
brasiliano. Ripeto, oggi celebriamo un atto di Stato. Per questo mi rallegra molto
tiamo tutti che il Brasile non può rifiutare di conoscere per intero
essere insieme a tutti i presidenti che mi hanno preceduto in questi benedetti 28
la sua storia. Lavoriamo insieme affinché il Brasile conosca e faccia
anni. Ognuno di noi ha dato il suo contributo per questo esempio di civiltà, la
propria questa totalità della sua storia. Non conoscere la storia non
“Commissione della Verità”. Questo è il punto culminante di un processo iniziato
porta alla pacificazione, al contrario mantiene latenti amarezze e
con le lotte del popolo brasiliano per le libertà democratiche, per l’amnistia, per le
rancori. La disinformazione non aiuta a pacificare, appena facilita
elezioni dirette del presidente, per la Costituente, per la stabilità economica, per
l’intolleranza. L’opacità e la menzogna non sono capaci di promuo-
la crescita con inclusione sociale. Un processo costruito passo a passo, durante
vere la concordia. Il Brasile merita la verità. Le nuove generazioni
ognuno dei governi eletti dopo la dittatura. Il Brasile deve rendere omaggio alle
meritano la verità e, soprattutto, meritano la verità dei fatti coloro
donne e agli uomini che hanno lottato per appurare la verità storica. A coloro che
che hanno perso amici e parenti e che continuano a soffrire come
hanno capito e hanno saputo convincere la nazione che il diritto alla verità è sacro
se questi continuassero a morire di nuovo e sempre ad ogni giorno
tanto quanto il diritto di molte famiglie di piangere e seppelire i propri cari, vittime
che passa. È come se dicessimo che se esistono figli senza i genitori,
della violenza praticata dall’azione dello Stato o dalla sua omissione. È per questo,
se esistono genitori senza una tomba, se esistono tombe senza i
è certamente per questo che siamo tutti insieme qua. Il nostro incontro, oggi, in
corpi, mai, in nessuna maniera, può esistere una storia senza voce.
un momento tanto importante per il paese, è un privilegio frutto della democrazia
E chi da voce alla storia sono gli uomini e le donne liberi che non
e della convivenza civilizzata. È una dimostrazione di maturità politica che è frutto
hanno paura di scriverla. È attribuita a Galileo Galilei una frase che
delle caratteristiche del nostro popolo e del nostro paese. Invitando i sette brasilia-
illustra questo momento che viviamo: “la verità è filgia del tempo,
ni che stanno qui a far parte della “Commissione della Verità” non sono stata mossa
non dell’autorità”. Io aggiungerei che la forza può nascondere la
da criteri personali né da valutazioni soggettive. Ho scelto un gruppo plurale di
verità, la tirannia può impedire che circoli liberamente, la paura può
cittadini e cittadine, di riconosciuta saggezza e competenza. Abbiamo riconquistato
allontanarla, ma il tempo finisce per portarla alla luce. Oggi questo
la democrazia alla nostra maniera, con le lotte e le perdite umane irreparabili, ma
tempo è arrivato.
f o r u mD E M O C R A T I C O
Maio / Junho 12
ee d i tt oo rri iaal l
O Brasil vira a página. Pela importância da instalação da “Comissão da Verdade” publicamos no lugar do editorial a maior parte do discurso da Presidente Dilma Rousseff naquela ocasião.
E
u queria iniciar citando o deputado Ulysses Guimarães que, se vivesse ainda,
pactos e acordos nacionais, muitos deles traduzidos na Constituição
certamente, ocuparia um lugar de honra nessa solenidade. O senhor diretas,
de 1988. Assim como respeito e reverencio os que lutaram pela
como aprendemos a reverenciá-lo, disse uma vez: “a verdade não desaparece
democracia enfrentando bravamente a truculência ilegal do Estado,
quando é eliminada a opinião dos que divergem. A verdade não mereceria este
e nunca deixarei de enaltecer esses lutadores e lutadoras, também
nome se morresse quando censurada.” A verdade, de fato, não morre por ter
reconheço e valorizo pactos políticos que nos levaram à redemo-
sido escondida. Nas sombras somos todos privados da verdade, mas não é justo
cratização. Hoje também passa a vigorar a Lei de Acesso à Infor-
que continuemos apartados dela à luz do dia. Embora saibamos que regimes de
mação. Junto com a Comissão da Verdade, a nova lei representa
exceção sobrevivem pela interdição da verdade, temos o direito de esperar que,
um grande aprimoramento institucional para o Brasil, expressão da
sob a democracia, a verdade, a memória e a história venha à superfície e se torne
transparência do Estado, garantia básica de segurança e prote-
conhecidas, sobretudo, para as novas e as futuras gerações. A palavra verdade, na
ção para o cidadão. Por essa lei, nunca mais os dados relativos à
tradição grega ocidental, é exatamente o contrário da palavra esquecimento. É algo
violações de direitos humanos poderão ser reservados, secretos ou
tão surpreendentemente forte que não abriga nem o ressentimento, nem o ódio,
ultrassecretos... Encerro com um convite a todos os brasileiros, in-
nem tampouco o perdão. Ela é só e, sobretudo, o contrário do esquecimento.
dependentemente do papel que tiveram e das opiniões que defen-
É memória e é história. É a capacidade humana de contar o que aconteceu. Ao
deram durante o regime autoritário. Acreditemos que o Brasil não
instalar a Comissão da Verdade não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo
pode se furtar a conhecer a totalidade de sua história. Trabalhemos
de reescrever a história de uma forma diferente do que aconteceu, mas nos move
juntos para que o Brasil conheça e se aproprie dessa totalidade, da
a necessidade imperiosa de conhecê-la em sua plenitude, sem ocultamentos, sem
totalidade da sua história. A ignorância sobre a história não pacifica,
camuflagens, sem vetos e sem proibições. O que fazemos aqui, neste momento,
pelo contrário, mantêm latentes mágoas e rancores. A desinforma-
é a celebração da transparência da verdade de uma nação que vem trilhando seu
ção não ajuda apaziguar, apenas facilita o trânsito da intolerância. A
caminho na democracia, mas que ainda tem encontro marcado consigo mesma. E
sombra e a mentira não são capazes de promover a concórdia. O
nesse sentido fundamental, essa é uma iniciativa do Estado brasileiro e não apenas
Brasil merece a verdade. As novas gerações merecem a verdade,
uma ação de governo. Reitero hoje, celebramos aqui um ato de Estado. Por isso,
e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam
muito me alegra estar acompanhada por todos os presidentes que me antecede-
amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles mor-
ram nestes 28 benditos anos... Cada um de nós deu a sua contribuição para esse
ressem de novo e sempre a cada dia. É como se disséssemos que,
marco civilizatório, a Comissão da Verdade. Esse é o ponto culminante de um
se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, se existem
processo iniciado nas lutas do povo brasileiro, pelas liberdades democráticas, pela
túmulos sem corpos, nunca, nunca mesmo, pode existir uma histó-
anistia, pelas eleições diretas, pela Constituinte, pela estabilidade econômica, pelo
ria sem voz. E quem dá voz à história são os homens e as mulheres
crescimento com inclusão social. Um processo construído passo a passo, durante
livres que não têm medo de escrevê-la. Atribui-se a Galileu Galilei
cada um dos governos eleitos, depois da ditadura... O Brasil deve render homena-
uma frase que diz respeito a este momento que vivemos: “a ver-
gens às mulheres e aos homens que lutaram pela revelação da verdade histórica.
dade é filha do tempo, não dá autoridade.” Eu acrescentaria que a
Aos que entenderam e souberam convencer a nação de que o direito à verdade
força pode esconder a verdade, a tirania pode impedi-la de circular
é tão sagrado quanto o direito que muitas famílias têm de prantear e sepultar seus
livremente, o medo pode adiá-la, mas o tempo acaba por trazer a
entes queridos, vitimados pela violência praticada pela ação do Estado ou por
luz. Hoje, esse tempo chegou. Disséssemos que, se existem filhos
sua omissão. É por isso, é certamente por isso que estamos todos juntos aqui. O
sem pais, se existem pais sem túmulo, se existem túmulos sem
nosso encontro, hoje, em momento tão importante para o país, é um privilégio
corpos, nunca, nunca mesmo, pode existir uma história sem voz.
propiciado pela democracia e pela convivência civilizada. É uma demonstração de
E quem dá voz à história são os homens e as mulheres livres que
maturidade política que tem origem nos costumes do nosso povo e nas caracterís-
não têm medo de escrevê-la. Atribui-se a Galileu Galilei uma frase
ticas do nosso país... Ao convidar os sete brasileiros que aqui estão e que integra-
que diz respeito a este momento que vivemos: “a verdade é filha
rão a Comissão da Verdade, não fui movida por critérios pessoais nem por avalia-
do tempo, não dá autoridade.” Eu acrescentaria que a força pode
ções subjetivas. Escolhi um grupo plural de cidadãos, de cidadãs, de reconhecida
esconder a verdade, a tirania pode impedi-la de circular livremente,
sabedoria e competência... Nós reconquistamos a democracia a nossa maneira,
o medo pode adiá-la, mas o tempo acaba por trazer a luz. Hoje,
por meio de lutas e de sacrifícios humanos irreparáveis, mas também por meio de
esse tempo chegou.
Maio / Junho 12
f o r u m DEMOCRATICO
7
comunità
RIO DE JANEIRO E SAN PAOLO
Congiuntura Brasile.
Ricordata la Liberazione dell’Italia dal nazifascismo.
A
Rio de Janeiro l’evento è stato organizzato dalla Associazione Anita e Giuseppe Garibaldi insieme a FABBRA e UIM con la proiezione del film “Vincere” (foto) di Marco Bellocchio. Vi si narra un aspetto poco conosciuto della vita di Benito Mussolini: la nascita del figlio Benito Albino con l’amante Ida Dalser. Fu un segreto gelosamente custodito dal regime a prezzo di separare la madre dal bambino e di segregarli entrambi fino alla morte per stenti e per disturbi mentali indotti dalla privazione della libertà e dell’identità. Continuare a ricordare questa data fondamentale della nostra patria è importante ancora di più a fronte delle posizioni revisioniste che tentano di mettere sullo stesso piano chi ha difeso la libertà e chi era alleato dell’occupante nazista dopo aver mantenuto il paese sotto una brutale dittatura che non esitava a calpestare anche gli aspetti famigliari, come mostra questo bel film.
Marconi Perillo
I
Carlinhos Cachoeira
l Brasile continua ad affrontare la crisi finanziaria internazionale senza gravi conseguenze interne, con un ridimensionamento della crescita del prodotto interno lordo, una svalorizzazione della moneta locale sul dollaro che in fondo aiuta l’industria nazionale, buoni risultati nella lotta alla miseria estrema. Continuano irrisolti problemi importanti per uno sviluppo virtuoso quali l’adeguamento delle grandi infrastrutture di comunicazione, il miglioramento e l’allungamento del ciclo scolastico, la riforma urbana. La scena politica è dominata dalla Commissione Parlamentare di Inchiesta sull’influenza nel sistema politico e imprenditoriale della criminalità organizzata; la polizia federale ha scoperto che il contravventore Carlinhos Cachoeira – ora in carcere- aveva stretti rap-
porti con il governatore di Goiás, Marconi Perillo, e del Distretto Federale, Agnello Queiroz, oltre che con parlamentari, mentre controllava con prestanome la Delta, impresa che più aveva ottenuto appalti nel Programma Accelerato di Crescimento del Governo Federale. Il primo agosto il Supremo Tribunale Federale inizierà a giudicare gli accusati nel “mensalão”, lo scandalo che all’inizio del primo governo Lula portò alle dimissioni di ministri e dirigenti politici dei partiti della base parlamentare del governo, fra cui il Partido dos Trabalhadores. Per le elezioni municipali di ottobre l’attenzione è indirizzata alle grandi capitali e segnatamente a San Paolo dove si ripete lo scontro fra Partido da Social Democracia Brasileira e il Partido dos Trabalhadores.
Comites Rio de Janeiro: la riduzione del finanziamento ministeriale rende impossibile espletare i compiti previsti dalla legge. Nell’ultima riunione del Comites è stata approvata all’unanimità una ferma protesta per le ripetute riduzioni del finanziamento da parte del Ministero degli Esteri che stanno portando alla cessazione di fatto delle attività dell’organo rappresentativo; da mesi non si è in grado di pagare lo stipendio alle due addette mentre i consiglieri che risiedono negli altri stati sono impossibilitati a partecipare alle riunioni in quanto non ci
88
f o r u mD E M O C R A T I C O
sono i fondi per pagare le spese di viaggio. A fronte di questa situazione all’unanimità si è dato mandato al Presidente per promuovere una causa legale contro il Ministero degli Esteri per il fatto che impedisce al Comites di svolgere i compiti previsti dalla legge istitutiva; nello stesso tempo ci si attiverà per trovare nuove risorse, sia con attività di traduzione di documenti, sia partecipando all’organizzazione di eventi.
Maio / Junho 12
comunidade
Congiuntura Italia.
Beppe Grillo
L
e elezioni amministrative hanno visto una bassa percentuale di elettori e hanno avuto due principali risultati: la secca sconfitta del Partito della Libertà e della Lega Nord, che si sono presentati divisi, a vantaggio dei partiti del centro sinistra; il successo del Movimento cinque stelle, guidato dal comico Beppe Grillo, che elegge anche il sindaco di un capoluogo di provincia, Parma, e che per la prima volta è chiamato alla prova di una attività di governo. Il terzo polo (formato dall’UDC di Pierferdinando Casini, dal FLI di Gianfranco Fini e da API di Francesco Rutelli) non viene premiato dal voto nonostante abbia contribuito alla fine del
Luca Cordero di Montezemolo governo Berlusconi e desiste dal formare insieme un nuovo partito politico. Casini sembra più interessato a sottrarre parlamentari al Partito della Libertà (dove è nata la fronda interna guidata da Giuseppe Pisanu e Lamberto Dini) in attesa di assorbirne una parte di elettori, mentre si fa più consistente la trasformazione in movimento politico della fondazione Italia Futura, presieduta da Luca Cordero Montezemolo, che potrebbe insieme allo stesso Casini dare vita al Partito della Nazione o come altro si chiamerà il nuovo raggruppamento dei moderati. La Lega Nord ha subito un colpo forse mortale – che ha costretto Bossi a lasciare la
guida del partito, sostituito da Roberto Maroni – dopo che è scoppiato lo scandalo dei fondi dei rimborsi elettorali usati per le spese della famiglia Bossi; per chi gridava “Roma ladrona” è un finale non certo felice. Sul piano sociale e sindacale la situazione continua grave, con record di cassa integrazione e di imprese che falliscono, mentre dopo il rigore praticamente a senso unico, che ha colpito soprattutto i redditi da lavoro e le pensioni, le misure per la crescita non arrivano. Il terremoto in Emilia ha poi contribuito a creare ulteriori problemi economici oltre che sofferenze alla popolazione.
RIO DE JANEIRO
Inaugurato busto dell’architetto Antonio Jannuzzi, il calabrese che all’inizio del secolo scorso disegnò il centro storico della città.
S
u iniziativa del Presidente dell’ITAL Rio, Antonio Vilardo, è stato inaugurato il busto dell’illustre compatriota all’angolo della Rua Sete de Setembro con l’Avenida Rio Branco. Presenti un numeroso gruppo di associazioni italo brasiliane nonché Luiz Antônio Guaraná, in rappresentanza del Municipio carioca, il Console Generale Mario Panaro e il direttore dell’Istituto Italiano di Cultura Rubens Piovano.
Maio / Junho 12
f o r u m DEMOCRATICO
9
comunità
Intenso programma di Paolo Mieli in Brasile.
BELO HORIZONTE
Consolato Italiano: negato il diritto agli utenti di essere assistiti da consulenti /traduttori per sbrigare le pratiche di riconoscimento della cittadinanza italiana.
O
Da destra: Paolo Mieli, Vittorio Romanelli, Rubens Piovano
L
’attuale presidente della Rcs Libri, già direttore della “Stampa” e del “Corriere della Sera”, professore di storia, dopo aver partecipato a San Paolo ad un seminario organizzato dall’Istituto Italiano di Cultura e dalla Câmera dos Veradores che ha messo a confronto le caratteristiche del sistema politico dei due paesi, è stato il protagonista di due iniziativa a Rio de Janeiro, alla Facoltà di Letteratura della UFRJ e presso la redazione del giornale “O Globo”, entrambe organizzate dall’Istituto Italiano di Cultura di Rio de Janeiro, con la collaborazione dell’Associazione Anita e Giuseppe Garibaldi. All’Università Mieli ha parlato ad una platea di studenti e professori della collana “Romanzi d’Italia. Storie e sogni di una nazione in 10 capolavori” una iniziativa editoriale della BUR in occasione dei 150 anni dell’unificazione d’Italia con i libri Ultime lettere di Jacopo Ortis (Ugo Foscolo), Le mie prigioni (Silvio Pellico), I promessi sposi (Alessandro Manzoni), Le confessioni di un italiano (Ippolito Nievo), I Malavoglia (Giovanni Verga), Pinocchio (Carlo Collodi), Cuore (Edmondo De Amicis), Il piacere (Gabriele D’Annunzio), I Viceré (Federico De Roberto), Piccolo mondo antico (Antonio Fogazzaro). In particolare ha sviluppato il concetto di come i romanzi siano importanti per avere una idea più ricca degli avvenimenti storici. La conferenza presso “O Globo” aveva per tema “Il ruolo dei nuovi mezzi di comunicazione nel rafforzamento della libertà di stampa”; l’opinione di Mieli su questa questione ha rappresentato solo la parte finale del suo intervento che ha ripercorso le varie tappe della nascita e dello sviluppo dell’opinione pubblica strettamente intrecciata con le modalità con cui si è sviluppata la stampa moderna. Per i giornali scritti, nonostante la presenza sempre più massiccia di internet, Mieli vede ancora un futuro perché “sedersi e leggere un giornale diventerà una questione di status”.
810
f o r u mDEMOCRATICO
ltre a questa incomprensibile – e illegittima – decisione, il vice console Raciti ha impedito l’ingresso alla segretaria del Comites che accompagnava la presidente Silvia Alciati ad una riunione avente lo scopo di convincere l’autorità consolare a fare retromarcia su questo vero e proprio abuso. L’avvocato di uno dei consulenti/ traduttori ha diffidato il Consolato di Belo Horizonte dal continuare con questi comportamenti, mentre il deputato Fabio Porta, eletto nella circoscrizione dell’America Meridionale, ha scritto ripetutamente alla Ambasciata su questa questione, chiedendo un cambio di rotta. Cominciano ad arrivare le prime testimonianze scritte degli utenti che confermano che siamo di fronte ad una situazione insostenibile. Aumenta il numero di coloro che, memori dello schema illegale di tangenti sulle pratiche di cittadinanza, dicono che creare difficoltà serve per “vendere” le facilitazioni, anche al di là delle intenzioni.
RIO DE JANEIRO
BRASITALIA 2 Mostra di Arte e Prodotti italo brasiliani.
I
l Ministero della Cultura ha approvato l’evento autorizzando la raccolta di patrocinio per un importo di reais 693.871 mediante l’articolo 18 della Lei Rouanet che prevede la deduzione fiscale del 100% della somma messa a disposizione. L’evento è organizzato dalla Associazione Anita e Giuseppe Garibaldi (proponente) insieme a Associazione di Amicizia Brasile Italia, Unione Italiani nel Mondo, Federazione Associazioni Lucane in Brasile, Instituto Tocando em Você; il Consolato Generale d’Italia e il Comites di Rio de Janeiro appoggiano la manifestazione. L’evento è previsto nei giorni 19/20/21 ottobre nella piazza Virgílio De Melo Franco, dietro al Consolato Italiano e al IV piano dello stesso. Sono previste varie attrazioni: la musica lirica con “As mulheres de Nelson”; l’Orquestra Tocante con l’invitato Roberto Menescal; il trio jazz italiano Felice Del Gaudio e il trio Adriano Giffoni. Uno dei prodotti della manifestazione è la mostra multimidia “BRASITALIA: fotógrafos e artistas plásticos na revista Forum Democratico” con tutte le immagini apparse sulla pubblicazione. Per tutto il mese di ottobre la mostra multimidia e tre attrazioni musicali e teatrali saranno allestite nella stazione Carioca dando vita a “BRASITALIA no Metrô”. Particolare attenzione sarà data alla divulgazione del “Programa Brasil Próximo” una iniziativa del Governo Federale con cinque regioni italiane (Emilia Romagna, Liguria, Toscana, Marche e Umbria). Per vedere cose è stata la prima edizione di BRASITALIA l’anno passato e per accompagnare cose sarà quest’anno accessa http://www.brasitaliario.com.br
Maio / Junho 12
gastronomia
Confiança e criatividade
É
um cardápio recheado de receitas típicas italianas e adaptadas, como a bruschetta tradicional ou o carpaccio de polvo (aperitivos), o minestrone (entrada), o nhoque de ricota ao sugo, o salmão grelhado com linguini fresco ao molho branco e cebolete e o ossobuco de vitela com risoto de açafrão (pratos principais). Em Copacabana, no Rio de Janeiro, o La Fiducia não se fez de rogado: aderiu ao paladar carioca, servindo no
do maître e sommelier Valmir Pereira, do La Fiducia, cujo significado em italiano é confiança, a sugestão desta edição: Fazzoletti ai Gamberi. Os amantes do bom paladar, chefs de pequenos círculos ou de fim de semana, haverão de experimentá-la em sua própria cozinha, porém aos preguiçosos e gourmets (ou gourmands) acomodados, aconselhamos uma ida ao restaurante La Fiducia. Além do Fazzoletti, encontrarão
horário de almoço, pratos da culinária brasileira, como carne seca desfiada, refogada na manteiga de garrafa e cebola roxa com farofa, arroz, purê de abóbora, couve mineira e caldinho de feijão. Entre as sobremesas apresentadas, o carpaccio de abacaxi com mel silvestre e raspas de limão é um convite à originalidade. Piano ao fundo e uma adega com mais de 1.500 garrafas complementam as ofertas do La Fiducia.
Foto: Divulgação / Prima Press
Fazzoletti ai Gamberi
La Fiducia Rua Duvivier, nº 21, Copacabana, RJ. Tel.: (21) 2295-7474 Horário de funcionamento: Todos os dias das 12h até o último cliente. Happy Hour: das 18h às 19h30min. Capacidade: 110 lugares. Estacionamento: Manobrista: Sim - R$ 10,00. Estacionamento rotativo. Não é cobrado couvert artístico. Aceita todos os cartões de crédito e débito. Tíquetes: Plan Vale e Tícket Restaurante. Próximo 500 m da estação do Metrô (Cardeal Arcoverde). Acesso para deficientes; Rede Wi-Fi.
Ingredientes para as massas
Modo de preparo
- 100g de farinha de trigo - 5g de açafrão em pó - 10g de espinafre - 2 ovos
Massa branca: Junte 50g de farinha de trigo, 5g de açafrão e 1 ovo inteiro. Misture tudo até dar o ponto de lasanha. Reserve.
Ingredientes para o recheio - 4 camarões médios - 50g de manteiga - 20g de cebola picada - 50ml de vinho branco - 50g de queijo tipo Catupiry - sal a gosto
Maio / Junho 12
Massa verde: Bata o espinafre no liquidificador com um pouco de água, coe e junte o caldo com a farinha e o ovo. Misture até dar o ponto. Coloque a massa na água quente por 3 minutos e deixe descansar pelo tempo de preparo do recheio. Recheio: Em uma frigideira doure a cebola na manteiga, junte os camarões com uma pitada de sal. Quando dourar, retire os camarões da frigideira, acrescente o vinho branco e o queijo tipo Catupiry e mexa até formar um molho consistente. Junte o camarão e uma pitada de salsinha picada.
f o r u mDEMOCRATICO
11
t u r i s m o
T U R I S M O
O
A N O
P a r a t y, R J
T O D O Fotos: Luciana Matos
Paraty é Patrimônio Histórico Nacional desde 1966 e está pleiteando seu reconhecimento como Patrimônio Cultural da Humanidade, prêmio concedido pela Unesco, devendo figurar entre outros 18 patrimônios brasileiros como Ouro Preto, Diamantina, Congonhas, Goiás Velho, São Luis e Olinda. Marisa Oliveira 812
f o r u mDEMOCRATICO
Maio / Junho 12
t u r i s m o
L
ocalizada no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, Paraty encanta o mundo com suas belezas naturais desde sua fundação, em 1667. Ponto estratégico na época da monarquia, servindo como caminho para o ouro das Minas Gerais, Paraty ficou consagrada como cidade turística e um dos cartões-postais do Brasil, especialmente depois de ter sido escolhida como cidade-sede da Festa Literária Internacional de Paraty - Flip. Situada na baía da Ilha Grande, Paraty é famosa por seu centro histórico e por suas belezas naturais, além de sua diversidade cultural, talvez por isso é uma das cidades mais visitadas do litoral sul fluminense. Manifestações religiosas, artesanato de influência indígena, tradição na produção das aguardentes paratienses, são outros grandes atrativos na cidade. Engana-se quem pensa que só isso basta. Paraty é marcada por grandes eventos tradicionais. Muitos deles reconhecidos internacionalmente como o Festival da Pinga (agosto), o Festival Internacional de Cinema – Paraty Cine - (outubro), Folia Gastronômica (novembro) entre outros. Alguns dos eventos tradicionais estão no calendário da cidade há séculos e são verdadeiras referências culturais brasileiras. É o caso, por exemplo, da Festa do Divino Espírito Santo, que acontece no final do primeiro semestre do ano e da Festa de Nossa Senhora dos Remédios (padroeira de Paraty) realizada no mês de setembro. Vale lembrar que no centro histórico é possível conhecer as igrejas construídas no período Colonial, como Santa Rita – considerada cartão postal da cidade -, Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, Nossa Senhora das Dores e Nossa senhora do Rosário e São Benedito. As praias, ilhas e cachoeiras são opções para quem procura lazer em Paraty. A localidade de Trindade - a 20 km de Paraty, sentido Ubatuba-São Paulo - possui cinco das mais belas praias da região: Brava, Meio, Rancho, Cepilho e Cachadaço. Também vale destacar as praias de São Gonçalo, Prainha, Praia Grande que são abençoadas por águas limpas e paisagens exuberantes. Um dos principais portões de entrada para o interior do Brasil no período colonial, o Caminho do Ouro era uma estrada de 1200 km que unia Paraty a Diamantina, passando por Ouro Preto e a atual cidade de Tiradentes. Calçado nos séculos XVIII e XIX, foi abandonado no século XX e pouco restou do seu calçamento original. Um dos maiores trechos ainda existentes estão no município de Paraty, Rio de Janeiro. Uma parte deste caminho foi recuperada e atualmente se encontra aberta para caminhadas e visitação pública. Charme, nobreza, antiguidades, relíquias, bromélias, mares, ilhas e conforto. São mais de quatro séculos da história do Brasil contada em verso, prosa, monumentos, fazendas, fachadas e mares. Segundo a UNESCO, Paraty, fundada no século XVI, é uma das poucas cidades do mundo que mantém as características originais de quase 500 anos atrás. O calçamento de pedras irregulares, as sacadas, serestas e os chorinhos personalizam a cidade, ainda conhecida como a rota do ouro, desde a época das grandes navegações. Para quem busca o concorrido contato com a natureza aliado à diversão, está no caminho certo.
INFORMAÇÕES TURÍSTICAS SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO E CULTURA Endereço: Av. Roberto da Silveira, s/n° (Praça do Chafariz) - Centro Telefone: (24) 3371-1222 Funcionamento: Todos os dias das 9h às 21h PORTAL DA CIDADE (Centro de Informações) Endereço: Av. Roberto da Silveira, s/n (Portal da Cidade) Telefone: (24) 3371-6553 Maio / Junho 12
Funcionamento: Todos os dias das 8h às 20h. O Setor Administrativo da Secretaria de Turismo e Cultura funcionará normalmente, das 9h às 17h. ECOTURISMO 80% da área de Paraty é preservada por leis ambientais: Parque Nacional da Serra da Bocaina, Reserva Ecológica da Joatinga, Área de Proteção Ambiental do Cairuçu, Parque Estadual de Parati-Mirim, Área de Preservação Ambiental da Baía de Paraty.
f o r u mDEMOCRATICO
13
c u l t u r a
l i t e r a t u r a Marisa Oliveira
Poesia 61 Hoje
U
m time de dez ensaístas e dois organizadores, todos brasileiros, (re)apresentam cinco poetas portugueses - esses responsáveis pela publicação Poesia 61, em Portugal, que significou, há 50 anos atrás (a obra foi lançada em dezembro 2011), uma virada na poesia portuguesa do século XX. 50 anos depois, então, o Casimiro, a Fiama, o Gastão, a Luiza e a Maria Teresa, permanecem encantando com seus versos sedutores - “Em baixo.../ a saia a subir nas coxas/ e esse cheiro mais grosso se entreabro/ as pernas os lábios/ e o gosto...” ou “ se/ o tamanho deste vento é triângulo na água/ o tamanho da ave é rio demorado/ onde...” Estão lá a saia, a magnólia,
o vento, o tempo, o sexo, a alma do poeta, a necessidade de expor a alma, ainda sem a intenção. E nós daqui a entender a métrica sem métrica, a palavra deslocada, o desenho das palavras, radiografias apuradas de cada uma daquelas revelações - sim, porque o que são poesias se não revelações: do mundo, dos sentimentos, dos batimentos de cada momento? Muito apropriado, ainda, que a homenagem não seja pura, mas impregnada do olhar dos ensaístas, quem, qual amantes transbordantes, não se contentam em amar os objetos escolhidos, mas dedicam a vida toda a eles e tudo é pretexto para exaltá-los. Sorte nossa.
Poesia 61 Hoje Organizadores: Jorge Fernandes da Silveira e Luis Maffei Editora: Oficina Raquel Capa: Isabella Latufo Páginas: 150 Preço: R$ 42,00
Quem são Jorge Fernandes e Luis Maffei? Jorge Fernandes da Silveira (pioneiro, com Portugal – maio de Poesia 61, tese de doutorado transformada em livro, no estudo do conjunto dos poetas Casimiro de Brito, Fiama Hasse Pais Brandão, Gastão Cruz, Luiza Neto Jorge e Maria Teresa Horta) é professor de Literatura Portuguesa da UFRJ. Luis Maffei, poeta e professor de Literatura Portuguesa da UFF.
Aquela água toda
J
Aquela água toda Autor: João Anzanello Carrascoza Ilustrações: Leya Mira Brander Editora: Cosac Naify Brochura com sobrecapa Páginas: 96 Preço: R$ 39,90
oão Anzanello Carrascoza é escritor conhecido por sua prosa poética. E que prosa, e que poética! Na verdade, a poesia da obra começa no título, na capa, na concepção da obra pela ilustradora Leya Brander. Impacta ao primeiro contato visual: é linda, suave, remete-nos a um universo de criação do qual passamos a querer fazer parte, passamos a querer desvendá-la. E aí, quando começamos a folheá-la, a ler os escritos do João, entremeados das ilustrações da Leya, vamos de página em página, de conto em conto, como quem mexe numa caixinha de jóias da mãe ou da avó e descobrimos um tesouro. Somos cada um de nós, os protagonistas de cada história, olhando para o passado como crianças, filhos, adolescentes, descobrindo o amor, a dor, as glórias das conquistas perenes,
sempre lembradas, vivenciando todas as ansiedades e tristezas do mundo - processo que não tem fim, mas que só descobrimos essa infinitude muito mais tarde, adultos. Muito justo, o conto que começa na página 44, é um chuá. Das coisas mais milimetricamente bem construídas para comover e encantar . Como contador de histórias, cada escritor tem um segredo. Talvez o de João seja o de aproximar coisas banais, cotidianas, do nosso dia-a-dia, misturando-as aos pequenos e grandes sentimentos dos homens. E viver é isso, é todo dia, cada dia, o dia-a-dia - o que importa é estar vivo. Aquela água toda está sendo lançado como livro de contos juvenil. Embora muito adequado, não se intimidem, leitores veteranos, o meu exemplar está morando na mesinha de cabeceira.
Quem é João Anzanello Carrascoza? João Luis Anzanello Carrascoza nasceu na cidade de Cravinhos, interior de São Paulo. Formou-se em publicidade na Escola de Comunicações e Artes da USP. Em 1994, publicou seu primeiro livro, Hotel solidão, surgido em uma oficina literária coordenada por João Silvério Trevisan. Hoje, coleciona alguns prêmios (Radio France Internacionale, Jabuti e Eça de Queiroz) e tem mais de vinte livros publicados, sendo O vaso azul (1998), Duas tardes (2002) e O volume do silêncio (Cosac Naify, 2006) suas obras de maior destaque.
814
f o r u mDEMOCRATICO
Maio / Junho 12
às compras
Um olhar do Brasil Bonitos como o país que evoca, os produtos da Olhar o Brasil não são apenas lindos. São originais. De tão lindos, remetem a gente para tudo de bom e bacana que o Brasil tem. As imagens, representações brasileiras, vão desde o Brasil Colônia, passam pelo olhar dos artistas viajantes do séc. XIX e aportam nos dias de hoje. História, país, cidades, fauna e flora em toda sua exuberância. Onde encontrar: Olhar o Brasil, R. Garcia D’ávila, 196, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ; Telefone: (21) 2523-9070 www.olharobrasil.com.br
Mesa Tripé Estrutura em ferro com tampo impresso e acabamento com vidro. Preço: R$ 1.680,00
Contatos com a seção Às Compras para apresentação/sugestão de produtos sustentáveis ou demais produtos podem ser enviados para pauta@forumdemocratico.org.br
Fazendo o bem olhando a quem
(M.O.)
Almofada de borboleta: R$ 60,00 Colar de miçangas: R$ 40,00 Marcador de páginas: R$ 5,00
Mães de crianças com doenças crônicas são as mãos que criam as peças da Grife Refazer. As vendas são revertidas para o Instituto Refazer, que cuida de crianças atendidas pelo Instituto Fernandes Figueira - FIOCRUZ-RJ. A grife comercializa acessórios, bijuterias, itens de decoração, vestuário, entre outros. Linha, agulha, fitilhos e muita criatividade, são as armas do Instituto Refazer para mudar a vida de famílias com crianças e adolescentes portadoras de doenças crônicas, em situação de risco.
Bandejas em madeira com impressão e alças castanhas. Preço: R$ 580,00 (pequena), R$ 640,00 (média), R$ 680,00 (grande).
Onde encontrar Quiosque Refazer - Shopping da Gávea 2º piso - Rua Marquês de São Vicente, 52, Gávea. Showroom - Rua Hans Staden, 34- Botafogo-RJ Telefone: (21) 2527-3434 - www.refazer.org.br
Bola decorativa em cascas de madeira reaproveitada (60 cm de diâmetro). Preço: sob consulta.
Revisteiro produzido em material sustentável. Preço: R$ 260,00
Onde encontrar: O Galpão, Rua Senador Bernardo Monteiro, 215 C – Benfica, Rio de Janeiro, RJ, Tel.: (21)-2254-5400
Beleza e ousadia em material sustentável A criatividade dos homens é infinita. Uma das maiores provas dessa afirmativa são as peças que O Galpão comercializa. Bonitas, originais e ecologicamente corretas.
Maio / Junho 12
f o r u mDEMOCRATICO
15
e n c a r t e
Encarte especial Forum 115-116 - Introduzione alla lettura di brevi testi in Lingua Italiana - Fascicolo LXXV
f a s c i c o l o Símbolos utilizados Informação histórica
Expressão - locução “Falsos amigos” ou falsas analogias Ao fim do parágrafo, há uma janela
Gírias ou expressões fixas
Anglicismos e neologismos
di brevi testi in Lingua Italiana
Dialetos
a cura di Cristiana Cocco
“Prima del Tramonto” Un racconto di Gianfranco Di Fiore
N
adia era stata molto chiara al telefono, come sempre non aveva ri-
del tramonto. La sua giornata era scandita in tanti piccoli pranzi e cene e
sparmiato offese e urla alla sua compagna di giochi, tanto che Roberta
colazioni di fortuna; nemmeno riusciva a pensare se prima non ingoiava
pensò quasi di mettere giù la cornetta senza nemmeno rispondere. Non
qualcosa da mangiare. Si accorgeva dello spazio intorno a sé solo quan-
era mai stato facile opporsi al volere di Nadia e proprio nel giorno in cui
do si incastrava tra la sedia e il tavolo della cucina o quando sentiva i due
Roberta aveva deciso di mettere fine a quella tormentata amicizia la sua
braccioli della poltrona segnarle i fianchi. Non aveva tempo per occuparsi
amica aveva fissato l’ora esatta per l’azione. Il problema era che Nadia
degli oggetti né degli uomini. Sua madre le lasciava i soldi per la spesa sulla
non sopportava i ritardi e i cambiamenti di programma, rimanere fedele a
macchina da cucire, in corridoio, ed era lei a gestire le buste del supermer-
un’idea, a una scelta, restare con le dita aggrappate ai propri desideri era un
cato e i ripiani negli stipiiii che a tratti sembravano crollare, vinti dal peso dei
fenomeno che a stentoi riusciva a controllare.
dolciumi.
La depressione da bulimia le causava una strana dipendenza emotiva che a
E ora che il grande giorno era arrivato non riusciva più a stare tranquilla,
tratti prorompeva come una saettaii fra i segmenti delle sue certezze. Il tè
nemmeno al telefono, sudava come un’anguilla e non era capace di smet-
bisognava versarlo alle cinque e cinque, la torta doveva essere tirata via dal
tere di mangiare. Voleva mettere fine al suo piano.
frigo alle cinque e dieci e le tavolette di cioccolata fondente, da mezzo chilo
Roberta, che aveva dodici chili in più di Nadia, non aveva dei punti fermi
ognuna, dovevano essere aperte entro e non oltre le sei della sera, prima
nella sua vita e ancora meno riusciva a dire no quando la situazione lo
i Con difficoltà, a fatica. In portoghese, l’espressione può tradurre cosí: “Era um fenômeno que mal conseguia...” ii Un fulmine, cioè un qualcosa di prorompente e rapido.
816
Introduzione alla lettura
com informações fora do texto
L X X V
f o r u mDEMOCRATICO
iii
Lo stipo è un tipo di armadio per tenere oggetti di uso comune o altri utensili.
Maio / Junho 12
Gianfranco di Fiore possiede un curriculum in cui all’attività di scrittore si affiancano numerose altre e diversificate attività: vice presidente di “Poseidonia”, un ente pubblico creato dal Comune di Paestum per l’organizzazione di grandi eventi culturali e la formazione nell’ambito della letteratura, dell’arte, del cinema; redattore e curatore di testi per case editrici; sceneggiatore e regista. Insomma un operatore culturale poliedrico. Con il suo primo romanzo, La notte dei petali bianchi, edito da Laurana, ha avuto un buon successo. Vi si narra la storia di un amore impossibile fra Dante, una guardia giurata e Samira, una minorenne musulmana vittima di infibulazione. Mariella Sciancalepore nella recensione del romanzo scrive “La forza di questo romanzo sta nella sua umanità: i personaggi sono umani, nel senso di veri, uomini e donne con le loro contraddizioni, le loro paure, le loro piccolezze, i loro slanci. Non ci sono buoni e cattivi, non ci sono giudizi trancianti, ci sono delle storie e c’è un modo di raccontarle che rivela la consapevolezza dell’autore della modernità generatrice di solitudine“ Ci pare che le stesse parole possano essere usate per questo breve racconto.
richiedeva. A dieci anni, per via di una disfunzione ormonale, era stata
impresso a fuoco sul legno del manico ma poco dopo, coperto dalla schiu-
ricoverata in ospedale per oltre un mese e in meno di un anno era stata
ma, si inabissò fra le mani grasse di Nadia e non ne venne più fuori.
operata al fegato per ben due volte. Quando fu dimessa pesava centotrenta
“Ti piacciono molto le armi?” chiese Roberta, e intanto che Nadia cercava
chili e a stento poteva allacciarsi le stringhe delle scarpe. Si era trovata a
di puntare la carabina verso un volto al di là della finestra, si allacciò intorno
combattere con un corpo enorme e in più il cibo non le dava poi tutte
al ventre flaccido l’enorme cintura rosa dell’accappatoio.
quelle soddisfazioni momentanee che da sempre, invece, luccicavano sulla
“Lo sai che fai schifo con quel colore addosso?” gridò Nadia puntando la
lingua aspra di Nadia.
carabina alla gola di Roberta. “Sembri una cazzo di scrofav, tua madre dove
Si erano conosciute a un corso di nuoto per giovani diabetici e da subi-
ha gli occhi? Non sa che il rosa sta male addosso alle ragazze grasse come
to – in seguito a un furto di cioccolate nella sala pranzo della clinica che le
te? Domani vieni a casa mia, ti regalo io qualcosa che potrai indossare sen-
accoglieva – si erano ritrovate a vivere le stesse passioni per la solitudine e i
za sentirti a disagio. Se riesci porta della roba da mangiare, io per colazione
video amatoriali.
di solito bevo il tè…alle cinque e cinque…tre fette di torta alle mele e una
“Vieni qui…ti faccio vedere una cosa!” aveva detto Nadia alla sua amica
barretta di cioccolato fondente!” finì di parlare che aveva tra le mani solo
acerba. Teneva un enorme telo da bagno avvolto intorno alle mammelle
la carabina, il telo da bagno le era scivolato via dal corpo restituendola al
che, nonostante la sua giovane età, le colavano a piccoiv sull’addome, striate
mondo scivolosa di sudore e marchiata di peli.
di smagliature color porpora. “Questa è di mio padre!” le disse, mostrando
Non c’era nessuna espressione giusta per il suo volto, ogni smorfia, ogni
una beretta semi-automatica avvolta in un panno di velluto nero. “Questa
sguardo, tutto ciò che si assestava sulla sua faccia gonfia non trovava pace.
invece l’ho rubata a casa di mio nonno, tanto quello dorme dalla mattina
“Non possiamo mangiare il cioccolato Nadia!” disse Roberta, e per evitare
alla sera…non se ne accorgerà mai!” aggiunse Nadia, con in mano una
altro imbarazzo si coprì il viso con un asciugamani, in fretta indossò i calzini
carabina della seconda guerra mondiale. Il timbro dell’esercito italiano era
di spugna e il pantalone della tuta.
“Colare a picco” si dice, di solito, di barca o nave che affonda completamente. Qui è usata in senso metaforico, figurato.
iv
Maio / Junho 12
Encarte especial Forum 115-116 - Introduzione alla lettura di brevi testi in Lingua Italiana - Fascicolo LXXV
e n c a r t e
v Dovuto al colore dell’asciugamano, qui probabilmente non di spugna e, quindi, chiamato ‘telo da banho’, Nadia aggredisce Roberta chiamandola ‘scrofa’, che è la femmina del maiale.
f o r u mDEMOCRATICO
17
Encarte especial Forum 115-116 - Introduzione alla lettura di brevi testi in Lingua Italiana - Fascicolo LXXV
e n c a r t e
818
“Sai che potrei ucciderti se volessi?” sussurrò Nadia. Puntò la carabina in
volta non era stata capace di rifiutare un invito indigesto. La sua timidezza
mezzo alle mammelle di Roberta canticchiando una strana filastrocca da-
cresceva alla stessa velocità del suo corpo, e più cercava di fuggire quella
nese che aveva imparato da sua nonna. Roberta restò immobile, con l’ago
massa di carne spontanea più rischiava di rimanerne prigioniera.
dell’insulina ficcato nel polpaccio e una tachicardia che solo grazie alla sua
Passando dal bar della palestra rubò una saliera vuota e al negozio di cera-
cintura di grasso riuscì a tenere nascosta. Voleva tornare a casa e chiamare
miche all’angolo, prima di arrivare a casa, fece di tutto per nascondersi in
la polizia, rompere una volta per tutte quella stupida promessa fatta con
tasca un delfino di vetro ma non ci riuscì. Si addormentò a tarda sera, con
Nadia e salvare la sua anima obesa.
il rosario tra le mani e una speranza – nel cuore ingrossato – di poter un
Era stato da sempre un problema spiegare agli altri che in fondo il cibo per
domani camminare fra la gente senza sentirsi in colpa.
lei non era tutta questa meraviglia; la sua obesità aveva una natura ormo-
Ma il giorno stabilito era arrivato. Alzatasi dal letto Roberta aveva riposto il
nale e questo la faceva sentire ancora più diversa e fuori-posto. Con Nadia
rosario nel cassetto della scrivania, riempito lo zaino di caramelle e fichi ri-
– agli inizi – aveva pensato di trovare un’alleata, quella comprensione
coperti di cioccolata, dopo aver indossato la tuta e la panciera aveva persi-
reciproca che troppo spesso non trovava nei distratti compagni di scuola.
no provveduto alla giornaliera dose di insulina prima di avviarsi in strada, in
Voleva riuscire a non pensare a ciò che lo specchio le sbatteva in faccia,
attesa dell’autobus che l’avrebbe condotta a casa di Nadia. Era un giorno di
proprio come succedeva a Nadia, che più si guardava i fianchi carnosi più si
primavera, gli alberi cominciavano a fiorire e le prime rondini prendevano
sentiva speciale: diceva sempre che lei era venuta al mondo per compiere
ad annunciarsi da lontano, con le loro code a forbice e quel malinconico
una missione.
volo silenzioso che tanto stimolava l’immaginazione di Roberta. Ne incro-
Roberta cercò di vestirsi in fretta e senza degnare Nadia di uno sguardo.
ciò due durante il tragitto, provò a seguirne le traiettorie col cellulare ma
Tirò in su la panciera e con le mani nascose le tette smisurate all’interno
presto ricordò che Nadia le aveva ordinato di eliminare tutti i file video in
del reggiseno color carne. Quando si alzò dalla panca di legno vide la sua
modo da poter utilizzare il telefonino per il loro filmato commemorativo.
amica nuda, seduta sui resti di un toast mangiato per metà e con in mano
Così Roberta si allontanò dall’azzurro levigato del cielo per dedicarsi alla
la vecchia carabina da guerra.
cancellazione dei file che Nadia le aveva ordinato. Tenne per sé una breve
“Allora ci vediamo domani per il tè?” chiese Nadia con l’aria di chi stesse
registrazione in cui si vedeva suo padre in pigiama, prima di morire. Il viso
organizzando un felice pranzo di Natale. Nemmeno si era accorta della
scavato dal cancro e le fosse sulla pelle generate dalle chemio lo rendeva-
maionese e del tonno che le segavano la gamba destra. Indossò la tuta e i
no tenero e infinitamente eroico. Lo rivide trenta volte prima di scendere,
calzini con i quali aveva corso in palestra; restò vestita con lo stesso slip che
erano le cinque e tre minuti. Bussò alla porta che il tè già fumava nelle
aveva inzuppato sotto la doccia e prima di infilarsi le scarpe tirò via dalla
tazze.
sacca della borsa una barretta di cioccolato al latte e la ingoiò quasi per
“Sei una stronza…ti avevo detto alle cinque!” urlò Nadia, e mentre la spin-
intero.
geva tirandola per i capelli le strappò via di mano il cellulare. “Chi cazzo è
“Io vado…grazie per l’invito!” rispose Roberta, poi si incamminò verso la
questo vecchio di merda? Ti avevo detto di cancellare tutto, sei solo una
porta d’uscita appesantita da una strana sensazione di disgusto. Ancora una
vacca impaurita!” continuò ad ansimare e quasi i capelli le cadevano dal
f o r u mDEMOCRATICO
Maio / Junho 12
cranio tanto era l’ira che dentro la rendeva incandescente e folle. Si girò di
e spietata.
spalle respirando a fatica. “Ecco, ho cancellato questo vecchio di merda; ora
“Quando vedrete questo filmato io e la mia amica non ci saremo più. Ci
possiamo partire!” disse Nadia, si asciugò una lamina di sudore acido dalla
sono delle cose che vanno fatte; il coraggio ci distingue da tutte le altre
fronte e prima ancora di bere il tè tirò da sotto al divano la vecchia carabina
persone, da tutte le stupide ragazzine che vediamo a scuola ogni giorno.
da guerra.
Gli amici ci fanno schifox, non vogliamo i loro stupidi scherzi e non voglia-
“Davvero andremo in paradiso così?” chiese Roberta sottovoce, e più la sua
mo vivere una vita di merda come quella dei nostri genitori. Noi siamo
compagna di giochi si accostava alla finestra più avvertiva il cuore aumentare
libere, vero Roberta? Mando un bacio ai genitori di Roberta e anche ai
la corsa fin quasi a spaccarsi.
miei…questo è anche per voi!” concluse Nadia, prese in mano la carabina
“Tu devi stare solo zitta, prendi il cellulare e comincia a filmare. Quando ti
e la sistemò sul davanzale della finestra che dava sulla strada. Spostò appe-
dico azione schiaccia il tasto della registrazione e inquadrami gli occhi. Poi
na le tende ricamate e con la mano fece segno alla sua compagna di giochi
scendi sulla bocca e io inizio a parlare. Aspetta che sistemo il foglio…così
di avvicinarsi, continuando a registrare.
posso leggere!” e mentre Roberta provava a memorizzare gli ordini ricevuti
Erano le cinque e venti minuti, dalla farmacia venne fuori una donna dai
Nadia cercava di fissare la carabina alla sua spalla paffutavi.
capelli lunghi: indossava un cardigan di filo, color prugna, dei sandali di
Erano le cinque e dodici minuti, dalla parte opposta della strada i clienti
cuoio e un sorriso morbido come le nuvole. Camminò con garboxi fino
entravano e uscivano dalla farmacia in compagnia dei loro sacchetti verde
all’entrata del bar, tenne la schiena dritta tutto il tempo e sul viso un dise-
acido. Risparmiò una coppia anziana e due uomini in giacca e cravatta. Alle
gno intenso di vita vissuta.
cinque e sedici uscì dalla farmacia una donna grassa vestita di nero, un uomo
Trascinò il suo corpo leggero senza far rumore, le sue gambe solcavano il
di colore con le scarpe sporche di calce e due bambine accompagnate da
marciapiede con eleganza, nei suoi passi echeggiavano i ricordi di una vita
un vecchio con la schiena curva.
felice e ancor più benessere sprigionavanoxii i suoi capelli puliti mossi da un
L’orologio a pendolo cominciò a scandire i suoi colpi alle cinque e trenta
vento impalpabile.
frantumando il muro di silenzio che le due amiche avevano tirato su per
Avanzò leggera per qualche metro, inconsapevolexiii delle trame bizzarre
non guardarsi.
che il destino stava tessendo per lei da quella finestra su al terzo piano.
“Eccola…ci siamo! Mi ascolti stupida vacca? Appena ti dico azione comincia a registrare” disse Nadia alla sua compagna di giochi. Quando si voltòvii a guardarla, con gli occhi pieni di rabbia, in quel momento Roberta capì che tutto sarebbe andato stortoviii, per lei e per quello che sarebbe rimasto nei giorni a venire. “Azione!!!” gridò Nadia, tirò in giù il maglione di lana leggera e sistemò i ricci sudati sulle spalle. Roberta sfioròix appena il tasto per la registrazione, quasi come se il tremore e l’incertezza avessero potuto renderla meno colpevole
La definizione di ‘paffuto’ è: grasso e sodo. Il verbo ‘voltare’, nella sua accezione pronominale ‘voltarsi’, significa girarsi o indietro, o al contrario di come si stava nel momento anteriore. viii L’espressione ‘andare storto’ significa che la cosa che si è pensato di fare alla fine non va in modo ‘retto’ – ossia ‘giusto’ -, ma ‘storto’. ix Il verbo ‘sfiorare’ significa passare vicino toccando appena, nel senso inteso dall’autore. Poi, ha altri significati che possono essere rilevati sul Vocabolario di lingua italiana. vi
vii
Maio / Junho 12
L’espressione ‘fare schifo’ si può tradurre in portoghese come ‘enojar, dar nojo’. Con eleganza. xii Il verbo ‘sprigionare’ significa ‘emanare’, ‘emettere’. In questo caso, sicuramente vale il primo significato. xiii Senza essere cosciente di niente di ciò che sta per accaderle. x
Encarte especial Forum 115-116 - Introduzione alla lettura di brevi testi in Lingua Italiana - Fascicolo LXXV
e n c a r t e
xi
f o r u mDEMOCRATICO
19
italia
Italiani in Brasile
Rotte migratorie e perecorsi culturale
I
n questo volume sono confluiti i contributi di ricerca esposti nel convegno internazionale su La presenza italiana in Brasile e la complessità di un grande paese emergente, svoltosi il 27 gennaio 2010 all’Università della Calabria. In quella circostanza sono stati illustrati i lavori di studiosi italiani e brasiliani che da alcuni anni si confrontano sul tema dell’immigrazione italiana in Brasile, intesa come elemento non secondario dello sviluppo e delle contraddizioni di un Paese che non da ora ma da quasi due secoli si propone sulla scena internazionale con un ruolo non esattamente marginale. L’iniziativa convegnistica aveva alle spalle alcuni rapporti culturali già formalizzati, come attesta il protocollo d’intesa sottoscritto tra l’Università della Calabria e l’Università Presbiteriana Mackenzie di São Paulo, ma più in generale essa è frutto di un’ormai ricca rete di interlocuzioni tra studiosi italiani e brasiliani. Il tutto è accaduto nella comune convinzione che le relazioni storicamente determinate tra Italia e Brasile hanno investito questioni non solo economiche ma anche sociali e culturali. Il grande rilievo della presenza italiana, che si è concentrata nel cuore economico del Brasile tra Otto e Novecento, quello del caffè paulista e della frenetica civiltà urbana di São Paulo, è naturalmente fuori discussione. Nei primi decenni del Novecento, infatti, la scommessa della modernità si è giocata a São Paulo sulle risorse mobili e crescenti dell’immigrazione europea, in primo luogo sul numero e sulle qualità degli italiani. Nell’arco temporale compreso tra l’inaugurazione del Museu Paulista (1890) di Tommaso Gaudenzio Bezzi e la realizzazione dell’Edificio Martinelli (1929) - il primo grattacielo della città, voluto dal lucchese Giuseppe Martinelli - si è costruito il futuro della metropoli. Anche nei decenni successivi, le icone più pregnanti degli spazi urbani paulisti rimandano all’Italia: dal Mercado Municipal (1933) di Felisberto Ranzini all’Edificio Conde Matarazzo (1939) di Piacentini e Morpurgo, al Masp (1947) di Lina Bo Bardi e Pietro Maria Bardi. Quel che è meno scontato, in Brasile come in Italia, è il ruolo svolto dall’immigrazione nelle sterminate periferie di questo enorme Paese. A partire da Rio, la storica capitale del Brasile non più coloniale, si sono diramati da sud a nord, dal gaucho Rio Grande do Sul alla Manaus del caucciù, italiani che hanno lasciato un’impronta profonda nella civiltà urbana, nell’architettura, nelle arti visive, nella musica, nell’artigianato, nei mestieri più vari. Nella cultura brasiliana, tra Otto e Novecento, l’Italia e gli italiani hanno spesso svolto un ruolo prezioso di supplenza nei confronti di un’insoddisfatta ansia di
8220 0
f o r u m DD EE MM OO CC RR AA TT II CC OO
imitazione della cultura francese al tempo della belle époque. Successivamente, dagli anni Venti del Novecento, i processi di integrazione e assorbimento delle immigrazioni europee (l’italiana, la portoghese, la spagnola), ma anche di quella giapponese, si sono accompagnati alla costruzione di uno spazio culturale originale, che può essere inteso come una sorta di tropicalizzazione della ragione occidentale e della modernità. Lungo questo complesso tragitto, alle relazioni socio-economiche tra Italia e Brasile, innervate sull’immigrazione di massa degli italiani, si sono affiancate le connessioni culturali. Queste si sono dipanate dai tratti leggendari della figura di Garibaldi e dai grandi successi delle compagnie liriche italiane del tardo Ottocento alla presenza meno popolare ma fittissima e decisiva di architetti, artisti e artigiani italiani nell’urbanizzazione brasiliana del primo Novecento, col supporto anche di una rigogliosa stampa italiana, attiva nelle principali città del Brasile. Il rapporto con l’Italia, insomma, è uno degli elementi fondamentali dei processi di ibridazione e infine di fagocitazione dell’altro che hanno nutrito finora la cultura brasiliana. Anche nell’ultimo mezzo secolo, dopo l’esaurimento e l’arresto dell’immigrazione italiana in Brasile, l’Italia, nell’immaginario e nella realtà del Brasile contemporaneo, ha continuato a svolgere funzioni non secondarie negli ambiti più disparati. È quanto emerge ad esempio, in questo volume, a proposito delle disuguaglianze sociali, da un lato, e delle feste religiose dall’altro. Di volta in volta - si tratti di un’Italia reale o «inventata» -, la penisola è sempre osservata in un’incessante disposizione all’apertura e all’accoglienza. Inutile dire, infine, che questo volume non ha alcuna pretesa di esaustività, ma intende solo tracciare delle linee di ricerca, in qualche caso inedite, che dovranno essere sviluppate, sia in termini spaziali, dal sud gaucho e paulista al nord-est e all’Amazzonia, che in termini tematici, dalla storia sociale alla storia culturale, dalle questioni politiche a quelle economiche, religiose e artistiche. Vittorio Cappelli Funzioni pedagogiche, etniche e politiche della stampa italiana in Brasile. Pantaleone Sergi 1.Scenari di fine ottocento tra campagne e città. «Non giornali, non libri, non scuola, non hanno nessun mezzo di comunicazione e solo ogni tanto sanno notizie quando qualche famiglia italiana va
ad aumentare il numero dei lavoratori»: Ferruccio Mosconi, giornalista e dirigente socialista italiano che nel 1896 soggiornò un po’ di mesi in Brasile - viaggiando tra gli Stati di Rio de Janeiro, São Paulo e Minas e ricavandone alcuni reportage - si esprimeva in questi termini in una corrispondenza inviata all’organo del Partito socialista italiano «Lotta di classe» e al periodico genovese «Era Nuova»1. Mosconi, poi, si soffermava sulle condizioni subumane dei coloni italiani che avevano preso il posto degli schiavi nelle piantagioni e che come schiavi, in effetti, vivevano: «Voi sapete - annotava - in che condizioni essi partono dall’Italia, analfabeti, ignoranti, abbrutiti non dai vizi ma dalla miseria vengono qui a lavorare nelle fazende, dove vivono agglomerati in meschinissime capanne, sudice, senza aria e senza luce, ma guadagnandosi però da vivere: fanno una vita puramente vegetativa, lontani dai centri e dai paesi». Quello di Mosconi è un affresco crudo sull’arretratezza economica e sociale e sulla qualità della vita dei tanti immigrati nell’interno del Brasile postcoloniale, impegnati a disboscare immensi territori per prepararli alla coltivazione del caffè. Alla sua analisi, il giornalista, aggiunse una venatura razzista, per nulla inusuale anche tra anarchici e socialisti, nei confronti degli ex schiavi negri che si erano trasferiti in città, dedicandosi ai lavori più umili: «Razza veramente degenerata e abbrutita, non è capace di nessuna buona azione, né personale, né collettiva; si dedica in modo speciale alla pinga (acquavite) al tabacco e alla donna». Sfuggiva al dirigente del Psi che proprio con gli stessi ex schiavi o loro discendenti, sebbene non senza difficoltà e attriti, gli italiani formavano già quel proletariato urbano impegnato nelle industrie avviate dai grandi fazendeiros, che avevano accumulato capitali ingenti con l’esportazione del caffè2. Secondo Mosconi, tuttavia, non c’era da meravigliarsi dell’esistenza di contadini che arrivavano socialisti ma una volta al lavoro nell’isolamento dei campi, perdevano ogni stimolo ideologico. Ne aveva incontrati tanti, romagnoli ed emiliani, che giunti nelle colonie si erano da soli resi conto dell’impossibilità di qualsiasi opera di propaganda. Dall’Italia scappavano per sfuggire al morso della miseria e in Brasile si legavano alla terra, soggetti ai capricci del padrone. In tali condizioni, era allora illusorio e impossibile qualsiasi tentativo di propaganda socialista. A impedire l’opera di proselitismo erano di ostacolo, in primo luogo, le distanze esistenti tra i numerosi nuclei sparsi di coloni italiani e, dunque, era necessario attendere la costruzione di una rete ferroviaria che unisse i paesi, le città, le colonie di
Maio / Junho 12
i t ál i a
storia italiana A cura di Vittorio Cappelli e Alexandre Hecker immigrati. Come è facilmente intuibile, stando così le cose era ovviamente inutile, oltre che impraticabile, avviare imprese giornalistiche destinate ai lavoratori italiani delle campagne: non c’erano lettori potenziali sufficienti, visto l’analfabetismo dominante tra gli immigrati disseminati nelle immense aziende agricole isolate dove si organizzò una «società sui generis» dalle specificità regionali, lingua compresa3, e sarebbe stato impossibile distribuire con regolarità i giornali. Solo a un settimanale anarchico, «La Battaglia», riuscì, come vedremo, l’impresa di entrare in contatto con le fazendas. A conferma del solido legame tra emigrazione e stampa di collettività e tra storia dei giornali d’emigrazione e storia sociale dell’emigrazione stessa, un giornalismo etnico in lingua italiana, a ogni modo si era già consolidato a quella data in alcune città della costa atlantica, dove si erano concentrati consistenti gruppi di italiani, tra cui diversi esuli, borghesi, intellettuali e giornalisti. Essi avevano dato vita, inizialmente, a una stampa culturale e dai sentimenti risorgimentali adattati alla situazione brasiliana, in cui dominava una ricca oligarchia terriera, e successivamente avevano promosso fogli «classici» di emigrazione che, in quella più che in altre realtà immigratorie del continente americano (non c’è stato luogo in cui gli italiani andarono in cerca di fortuna, perfino nel Transvaal e in Cina, in cui non abbiano fondato un periodico4), furono strumenti che favorirono da subito, magari neppure intenzionalmente, l’assimilazione culturale delle colonie italiane (adaptation) e, più lentamente, l’assimilazione nella struttura sociale (social assimilation). A pieno titolo, infatti, i giornali coloniali in Brasile fecero parte di quel complesso di istituzioni comunitarie (banche, scuole, società di mutuo soccorso, sindacati e congregazioni religiose) che operavano sul territorio, da una parte per costruire una identità al gruppo italiano, al quale mancava una lingua unificante e una ben definita coscienza nazionale a causa della recente unificazione del Paese (divennero eco e portavoce della collettività), ma in misura maggiore per favorire l’inserimento dei migranti italiani nella società locale, nel mondo del lavoro e nelle istituzioni. Ciò portò - caratteristica accentuata della stampa etnica italiana in Brasile - i giornali di comunità a essere «elementi attivi nella vita del Paese ospitante, del quale accompagnarono gli sforzi verso ordinamenti più moderni e liberali» e
Maio / Junho 12
a condividere «le preoccupazioni in certi momenti ardui e pericolosi»5. A conferma di tale impegno, importanti contributi alla stampa locale arrivarono dal giornalismo italiano in Brasile. Il passaggio di giornalisti dai fogli etnici ai giornali nazionali più importanti ha costituito la normalità. Si è trattato di un contributo che «non è mai venuto meno»6 e ha fornito alla stampa brasiliana attivi e qualificati redattori, molti dei quali avevano fatto esperienze in Italia.
La stampa italiana del Brasile è stata oggetto di attenzione da parte di storici sia in Brasile sia in Italia7, più di quanto, ad esempio, sia avvenuto per il giornalismo italiano in Argentina. E in anni recenti, sulla scia degli studi sull’emigrazione, che in un certo senso considerano i giornali etnici la memoria d’Italia fuori dall’Italia, hanno avuto altra attenzione, anche per merito di studiosi sociali8. Studi particolari, oltre che su alcune testate d’informazione di grande impatto come il «Fanfulla», sono stati effettuati sulla stampa politica, soprattutto sui periodici anarchici italiani in Brasile che, pur nella loro congenita precarietà, hanno accompagnato la dissidenza sociale nei due decenni a cavallo tra Ottocento e Novecento, soprattutto tra il 1892 e il 1904 quando, solo a São Paulo, se ne contarono una dozzina, tutti legati al movimento pressoché composto esclusivamente da italiani. In questo intervento eviteremo di ripercorrere l’intera vicenda del giornalismo italiano in Brasile. Cercheremo, invece, di precisarne alcuni momenti, soffermandoci su alcune testate tra le oltre 500 che hanno visto la luce dal 1875 in poi, tra quotidiani, settimanali, quindicinali, mensili e numeri unici di svariato argomento, molti dei quali destinati alla propaganda politica di socialisti, anarchici e repubblicani dagli esordi alla Prima guerra mondiale, e
Editrice: Rubbettino di nazionalisti e fascisti negli anni successivi. In esse si cercherà di cogliere alcune peculiarità riguardanti le funzioni pedagogico-politiche che tale stampa ha svolto all’interno di una collettività comunque frammentata. 2. Più emigrati e più giornali etnici. L’età d’oro della stampa italiana in Brasile è concentrata, sostanzialmente, in un arco di tempo molto ristretto, nei quindici anni (1887- 1902) in cui si registrarono maggiori e intensi flussi migratori. L’emigra zione italiana, fino ad allora massicciamente diretta in Argentina, si indirizzò a grandi numeri anche verso il Brasile che aprì le porte agli stra nieri, con l’adozione di una politica immigratoria che incentivava al trasferimento interi nuclei familiari in cerca di terra. Poco più di 850 mila lavoratori provenienti dalle regioni più povere dello stivale si insediarono in quegli anni in Brasile, specialmente nello Stato di São Paulo. Nel 1901, complessivamente, si contavano un milione e centomila immigra ti tra i nati in Italia e i loro figli nati in Brasile. Molti di loro erano diventati proprietari di centinaia di migliaia di ettari di terreno messo a coltura. La massa d’immigrati, ovviamente, sentiva il richiamo sentimentale della patria lontana ed era interessata inizialmente ad avere notizie sull’Italia ma anche sugli italiani in Brasile e sulle colonie da loro fondate. La frammentazione della presenza italiana in città molto distanti l’una dall’altra determinò pertanto un’euforia di testate: nel 1909, per esempio, si stampavano 43 giornali, un numero nettamente superiore ai 28 della comunità italiana in Argentina nello stesso anno. Dal 1902, per effetto del decreto Prinetti adottato il 26 marzo di quell’anno, che interdiva l’emigrazione sussidiata in Brasile dove persisteva la mentalità schiavista di tantissimi fazendeiros, il numero degli italiani incominciò tuttavia a decrescere. Calarono gli ingressi e si registrarono più rientri in patria. La stampa italiana in Brasile, in gran parte sostenuta da sottoscrizioni e pubblicità più che dalle vendite, si assunse l’onere tuttavia di rappresentare e sostenere le folte comunità immigrate. Lo fece, trasformandosi spesso in fattore di preservazione della cosiddetta italianità senza ostacolare, tuttavia, i processi di integrazione. In verità, nell’ultima decade dell’Ottocento i giornali italiani in Brasile erano fogli di propaganda politica, caratteristica mai sostanzialmente persa anche se il panorama editoriale con gli anni ha visto la proliferazione
f o r u mDEMOCRATICO
21
italia
di periodici informativi e di bollettini comunitari. Tra São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, laddove insomma le colonie italiane si erano insediate, la stampa della collettività si sviluppò di pari passo, in maniera più consistente nello Stato di São Paulo, dove massiccia e protagonista era la presenza degli italiani che diede vita anche a una stampa operaia, socialista e anarchica. Dopo l’isolata esperienza di Rio, dove nel 1765 due padri francescani stamparono «La Croce del Sud», e dopo le qualificate presenze risorgimentali (anche qui fu Giovan Battista Cuneo, rivoluzionario, agitatore politico mazziniano e amico biografo di Giuseppe Garibaldi, uno dei protagonisti avendo fondato nel 1836 «La Giovine Italia»), apparvero i primi periodici dell’emigrazione: il 2 luglio 1854 si presentò «L’iride italiana», giornale fondato e diretto dal prof. Alessandro Galleano Rivara con l’intento, dichiarato nel primo numero, di diffondere l’amore per la lingua e le lettere italiane. E nel 1860 circolò «Il Monitore italiano». A questi giornali, dopo il 1870, con la valanga immigratoria che interessò il Paese, seguirono numerose testate destinate agli emigrati9. Il primo quotidiano della collettività tricolore fu «L’Italia» (1885- 1889), fondato da Giovanni Fogliati già responsabile del periodico «Il Cosmopolita» (1884). Ancora a São Paulo nel 1890 apparve «Il Pensiero» e nel 1891, per iniziativa di un gruppo di imprenditori italiani, vide la luce «Il Bersagliere» (in vita fino al 1914), «organo dei veri interessi italiani in Brasile» come si definiva nel complemento di testata, e alla cui direzione fu chiamato Giuseppe Magrini, un giornalista transumante tra Buenos Aires e Montevideo, morto di febbre gialla dopo alcuni mesi dal suo arrivo in Brasile. Sempre nel 1891 un altro quotidiano, «Il Messaggero», nato come bisettimanale vicino ai socialisti, si conquistò spazio tra i lettori italiani di São Paulo. Fu fondato da Domenico Ronconi, il quale, per dargli la stabilità necessaria, costituì la «Società Editrice Italo-Paulista»10. Il giornale, per quasi trenta anni, garantì una presenza di qualità a difesa delle classi lavoratrici in crescita nelle aree urbane. Inizialmente fu diretto dall’ing. Alcibiade Bertolotti che chiamò nella direzione anche Vitaliano Rotellini, il quale era arrivato in Brasile come tanti altri militanti e intellettuali di valore a causa dei noti motivi politici in Italia11. 3. Il mito «Fanfulla». Due anni dopo, Rotellini, un tipografo ex anarchico, sempre vestito di nero e amante del buon vino (lo testimoniano le botti nel disegno della testata) diede vita al «Fanfulla», il giornale che rappresentò il baluardo dell’italianità. Considerato il «vero
22 822
f o r u m DD EE MM OO CC RR AA TT II CC OO
portavoce degli italiani in Brasile»12 con il «Fanfulla» iniziò una grande storia di giornalismo coloniale. Vi collaborarono subito Mario Cattaruzza, Alessandro Sfrappini, Torquato Sacchi e Natale Belli. Con una redazione striminzita ma qualificata e corrispondenti in Italia e nell’ America Latina oltre che a Rio de Janeiro, il giornale di Rotellini espresse una linea «liberale e progressista, anticlericale e moderatamente anti-monarchica»13. Il «Fanfulla» apparve il 17 giugno 1893 come settimanale di denuncia, distribuito da una legione di piccoli strilloni. Poi fu stampato il giovedì e la domenica. E l’anno dopo si trasformò in quotidiano della sera raggiungendo
una tiratura nettamente superiore a qualsiasi altro giornale italiano attivo in quel momento. Diventato infine quotidiano del mattino si conquistò ben presto, ancora di più, il favore e la fiducia della collettività italiana14, affermandosi come il foglio etnico di riferimento, sia per la borghesia industriale sia per la massa di emigrati, per avere affiancato e sostenuto le battaglie della comuruta di cui contribì a costruire una identità forte15. Agli inizi del Novecento raggiunse una tiratura di 15 mila copie, grazie a una politica editoriale che puntò all’aumento delle pagine e delle diverse rubriche, «tanto da annoverare tra i propri lettori non pochi brasiliani e da temere la concorrenza del solo “Estado de S. Paulo”, il quotidiano più diffuso dell’area paulista»16. Per un periodo il «Fanfulla», che aveva un supplemento settimanale, «Fanfulla
della Domenica», dove venivano ospitate le penne più importanti tra i letterati italiani, sarebbe stato in assoluto il quotidiano più letto della città. Una circostanza che a noi, contrariamente a Baily, pur in mancanza di cifre precise, non sembra improbabile ove si consideri che gli italiani e i loro figli arrivarono a costituire il 50% per cento della popolazione. São Paulo, infatti, dai 65 mila abitanti del 1890 era cresciuta arrivando, grazie alla immigrazione straniera, ai 240 mila del 1900, registrando, dunque, un incremento del 268 per cento nella decade, per arrivare ai 400 mila del 1910 e toccare i 579 mila nel 1920, convertendosi, nel frattempo, in un importante centro industriale17. Gli italiani nati in Italia, che erano inizialmente il 25 per cento, aumentarono al 35. Se si considerano i figli nati in terra brasiliana gli italiani erano più della metà dei residenti. Il successo del giornale, tuttavia, fu determinato anche da una linea editoriale ben definita: «Quotidiano serio: fa inchieste, raccoglie denunce ma propone soluzioni. È il ponte ideale tra immigrati e padroni di casa. Senza cedimenti, grande dignità»18. Anche tecnicamente si presentava ben attrezzato. E nel 1906 si era potenziato e rinnovato con l’arrivo da Buenos Aires di Luigi Vincenzo Giovannetti che aveva lavorato alla «Patria degli Italiani», fucina di grandi giornalisti coloniali, il quale gli diede un nuovo impulso. Giovannetti divenne subito uno dei più attivi protagonisti del giornalismo italiano in Brasile, dove operò ancora per quasi mezzo secolo occupando ruoli di primo piano. Il «Fanfulla» divenne, dunque, il quotidiano in lingua italiana più autorevole e diffuso del Paese, l’omologo della «Patria degli Italiani» di Buenos Aires, della quale aveva il temperamento e l’indirizzo editoriale, e del «Progresso Italo-Americano» di New York. Come il quotidiano platense, il «Fanfulla» ha avuto una posizione dominante nella comunità italiana di cui fu organo e portavoce19, pur avendo a che fare con la concorrenza agguerrita della «Tribuna Italiana» che in alcuni momenti gli avrebbe insidiato il primato all’interno della colonia. Rispetto alla «Patria», invece, il «Fanfulla» esprimeva posizioni diverse su problemi delicati come naturalizzazione e partecipazione politica, verso cui si mostrava molto più aperto e disponibile20. Per il resto il «Fanfulla», come il confratello platense, si distinse nella lotta alla discriminazione e ai pregiudizi contro la collettività italiana, difendendola dagli arbitri e dagli abusi della polizia e delle autorità. In particolare, si impegnò, oltre che nel mantenimento della cultura italiana, intervenendo nella società brasiliana con campagne di stampa su problemi pratici di vita quotidiana come case, illuminazione, pavimen-
Maio / Junho 12
storia italiana
iniziativa di Antonio Piccarolo che aveva lasciato l’ «Avanti» e restò in vita fino al 1910 quando lo stesso Piccarolo fondò «La rivista Coloniale» pubblicata dal 1910 al 1924). A essi si aggiungevano almeno dieci settimanali. Erano tutti giornali con buone tirature, trattavano i più svariati argomenti e raccontavano la quotidianità degli immigrati italiani e le loro aspirazioni, riuscendo ad attrarre nelle loro redazioni brillanti giornalisti «nomadi», i quali si spostavano con facilità dall’Italia, all’Argentina, al Brasile o negli Stati Uniti. Fu proprio questo appena descritto, in particolare, l’itinerario tazione delle strade e raccolta dei rifiuti, che non riguardavano esclusivamente la popolazione di ori- umano e professionale di Pasquale de Biasi, che a gine italiana bensì l’intera città. Dal 1910 il «Fanful- São Paulo arrivò da Buenos Aires, dove aveva lala» passò al 50 per cento nelle mani di Angelo Poci, vorato a lungo prima a «L’Italiano» e poi alla «Patria degli Italiani», chiamato dal fiorentino Enrico Somigià direttore della «Tribuna Italiana». Con la nuova direzione, caratterizzata da un rapporto più stretto gli, intelligente direttore proprietario della «Tribuna 22 con le autorità diplomatiche italiane che elargivano Italiana» , il quale, contemporaneamente, affidò la direzione a Giorgio Molli che proveniva dal contributi alla stampa amica, il quotidiano venne quotidiano «la Sera» di Milano23. Anche per merito in un certo senso «normalizzato», diventando conformista ed ecumenico. Cosa che gli permise di di Molli, protagonista di un giornalismo battagliero, la «Tribuna» si affermò come un quotidiano di allargare così la platea dei possibili lettori. ottima tiratura, tenuto in gran conto, anzi temuto, dalle autorità locali di governo, ricco d’informazioni 4.Tra São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. essendo stato il primo a stabilire un servizio cabloSebbene la vicenda del «Fanfulla» rimanga la più grafico con Londra24. La «Tribuna» di Alceste De rappresentativa, c’è una storia vibrante e parallela Ambris contese al «Fanfulla» il primato di copie e di che riguarda altre testate. All’interno della collettiautorevolezza, in un duello giornalistico che spesso vità italiana furono pubblicati diversi fogli di grande sfociò in vertenze cavalleresche risolte con la spada spessore, come il «Fanfulla» inizialmente destinati o con la pistola. Affollata, tra il 1875 e il 1921, era «a un settore dell’emigrazione estremamente anche la scena di periodici italiani a Rio de Janeilimitato, cioè alla borghesia piccola o grande»21. ro25. Qui, tra le tante testate che hanno sostenuto Qualcosa cambiò nei primi anni del Novecento, gli interessi della comunità, il primo dicembre 1917 con il rafforzamento di una stampa socialista e dalla fusione dei periodici «Il Corriere Italiano» anarchica, destinata al proletariato industriale in e «La Stampa Italiana», nacque «La Patria degli maggioranza italiano, e con l’affermazione qualiItaliani», che si definì «Giornale del mattino», attivo quantitativa di numerosi quotidiani. Nel 1907, per diversi anni, annoverato tra quei giornali che solo a São Paulo ogni mattina, oltre al «Fanfulla» 26 erano diffusi altri quattro quotidiani in lingua italiana: raggiunsero una buona tiratura . Negli anni Venti divenne l’organo ufficiale dei fasci di combattimen«Tribuna italiana», «Corriere d’Italia» «Avanti» e «Il to in Brasile. Interessante la presenza della stampa Secolo», gli ultimi due socialisti più o meno riforitaliana, soprattutto di quella cattolica dominante, misti («Il Secolo» apparve il 1 gennaio 1906 per
Maio / Junho 12
i t ál i a
anche nello Stato di Rio Grande do Sul27. Qui dal 1875 si insediarono folti gruppi di immigrati italiani. Si iniziò con il mensile «Il Colono Italiano», periodico apparso e scomparso a Caxias nel 1898, fondato dal sacerdote Pedro Nosadini in opposizione al massonico «O Caxiense». Presentandosi ai lettori il giornale espose il proprio programma: «Il Colono Italiano sarà l’amico, il consigliere, la guida, l’avvocato dei cattolici italiani immigrati in Caxias e nelle colonie circonvicine»28. Escluse, nell’editoriale del primo numero intitolato «Ai nostri lettori», di volersi occupare di politica, «poiché c’è in Caxias O Caxiense», al quale inviò un saluto, sebbene il direttore sostenesse che la sua attività in parrocchia era tutta indirizzata a contrastare la massoneria. Dopo un’interruzione, la testata riapparve a Garibaldi come settimanale in sostituzione de «La Libertà», stampata nel 1909, e diventò subito, diretta da padre Carmine Fasulo, il periodico più diffuso nella regione dal 1910 al 1917. In quell’anno mutò il nome in «Staffetta Riograndense», e con quel nome rimase in vita ancora per 24 anni, pubblicata dai padri cappuccini di Garibaldi. Anche il settimanale repubblicano «Città di Caxias», per più di un decennio (1913- 1923), svolse un compito di rilievo all’interno della collettività. A Porto Alegre, dove tra il 1902 e il 1925 fu pubblicato il bisettimanale «Stella d’Italia», fondato da Adelchi Colnaghi e Benvenuto Crocetta, si distinsero anche periodici come «La Tribuna» e «Verità», decisamente contrari alla partecipazione politica degli emigrati e, dunque, a qualsiasi ipotesi di loro naturalizzazione29. Tra le testate da ricordare per l’efficace ruolo di sostegno svolto a favore della colonia italiana, ci sono poi «La Patria», apparsa nel 1904 a Rio Grande, e «La Scintilla» che vide la luce contemporaneamente a Porto Alegre. Giornali repubblicani considerati tra i migliori furono poi «La Voce del Popolo» (1881), diretta da Giovanni Luglio, e «La Sentinella Italiana», fondata nel 1901 da Natale Belli a Campinas. Di buon impatto, il giornale cattolico «L’Amico», pubblicato dai francescani nei primi anni del XX secolo a Rodeio. 5. La stampa della dissidenza anarco-socialista. Le funzioni pedagogico-politiche, che già si ritrovano nei giornali risorgimentali, repubblicani e massonici della collettività, appaiono con maggiore evidenza nella stampa etnica di classe, fogli socialisti e anarchici dai chiari messaggi educativi, che animarono la partecipazione politica e sindacale dei lavoratori italo-brasiliani, o meglio italo-paulisti, visto che tali testate operarono soprattutto nello Stato di São Paulo. Lorenzo Bettini, tra numeri unici e periodici costituiti da operai giornalisti, ha censito 31 testate, anarchiche in maggioranza, che apparvero prima del 193530. Si tratta chiaramente di una conta sottostimata. Maria Nazareth Ferreira,
f o r u mDEMOCRATICO
23
italia infatti, ne ha individuato 55 solo fino al 1920, periodo in cui si stamparono 343 giornali in qualche modo legati al mondo operaio, che l’autrice ritiene strumenti insostituibili e fondamentali per diffondere le idealità internazionaliste31. La stampa degli italiani, tutta, insisteva «sul motivo del Brasile come seconda patria amata e rispettata»32, ma nello stesso tempo non mancava di dolersi delle condizioni di vita difficile di migliaia di operai. Sui 50 mila operai stranieri che nel 1901 si contavano a São Paulo la maggior parte èrano italiani, come appartenevano a italiani le più importanti industrie33. Ma ancor prima che il proletariato urbano raggiungesse cifre ragguardevoli fiorì una stampa operaia e sovversiva che, negli anni della grande immigrazione e fino alla Prima guerra mondiale, si articolò in una ventina di testate, pubblicazioni di carattere più o meno estremista che si occupavano delle lotte di categoria e dell’ organizzazione del sindacato, molte delle quali di vita tumultuosa e breve, stampa che costituisce un riflesso documentale notevole, sebbene parziale nella visuale, del movimento operaio brasiliano34. Quello che è certo è che questi periodici, pur risentendo dei limiti e delle debolezze che hanno caratterizzato ovunque la stampa anarchica che si autofinanziava, hanno avuto un impatto eloquente nella formazione e nello sviluppo del movimento operaio (in Brasile e in altre realtà d’immigrazione dell’America Latina come ad esempio l’Argentina35). E in tale movimento gli italiani, che pur mostravano una riluttanza nei confronti dell’organizzazione, ebbero un ruolo attivo, come annota Isabelle Felici: «Una lettura attenta di tutti i giornali anarchici italiani, oggi reperibili, pubblicati in Brasile alla fine dell’Ottocento e all’inizio del Novecento, rivela che malgrado la loro messa in guardia, le forti reticenze, le loro critiche, gli anarchici italiani sono coinvolti in tutte le manifestazioni importanti della classe operaia nascente in quel periodo»36. I giornali anarchici partecipavano alle vertenze locali e in un certo senso, indirettamente, stimolavano anche l’attenzione dei giornali d’informazione sulle problematiche sociali degli immigrati su cui troviamo impegnato, per esempio, anche il «Fanfulla», che mostrava chiare simpatie per il movimento operaio. I primi fogli anarchici italiani, tuttavia, dovettero fare i conti, oltre che con i problemi economici a cui abbiamo accennato, con la dura e sistematica repressione del movimento operaio e, quindi, dei giornali che lo sostenevano, da parte del governo repubblicano che temeva le idee rivoluzionarie provenienti dall’Europa. Preceduto dal numero unico «1o Maggio», s’incominciò realmente con il settimanale «Gli Schiavi Bianchi» il quale, apparso nel 1892, finì subito nel mirino della polizia che nello stesso anno arrestò il suo direttore Galileo Botti per espellerlo
824
f o r u mDEMOCRATICO
dal Paese. L’anno dopo il giornale, diretto da Bernardino Nori, cambiò la testata chiamandosi «La Giustizia» perché, nonostante stereotipi e pregiudizi nei confronti dei lavoratori negri che nel migliore dei casi venivano giudicati indolenti, la lotta di classe riguardava tutti e non solo i bianchi. «La Giustizia» fu diretta da Luigi Schirone. Identica sorte de «Gli Schiavi Bianchi» toccò ad altre testate apparse tra il 1892 e il 1896 che - come «L’Asino Umano», settimanale illustrato diretto da Augusto Donati (São Paulo, 1893-1894), «L’Avvenire» (quindicinale irregolare diretto da Alfredo Casini, stampato a São Paulo a partire dal 18 novembre 1894 e poi trasferito a Montevideo dove fu diffuso fino al 1895) e «L’Operaio» (1896-1898), comunista-anarchico diretto da Augusto Donati furono costrette a subire l’attacco del potere, con arresti, detenzioni ed espulsione di loro redattori. Sfuggendo o sfidando, a ogni modo, il rigore della repressione, altri periodici anarchici furono diffusi negli stessi anni a Rio Grande do Sul («Eco operaio», 1896-97) e São Paulo («La Birichina», diretto da Galileo Botti, e «XX Settembre» apparso nel 1897). La svolta, che conferì più spessore alla stampa anarchica, avvenne nel 1898 quando fu diffuso «Il Risveglio», diretto da Alfredo Mari, ex direttore de «La Miseria», periodico inizialmente comunista-libertario, attento all’organizzazione operaia, e poi da Gigi Damiani che gli diede un taglio opposto. Tale svolta fu rafforzata con la fondazione di «Palestra social», tutta italiana tranne che nel nome, che apparve nel 1900 con periodicità irregolare (diretta per tre numeri da Felice Mazzoli e poi da Ezechiello Simoni), schierandosi con i lavoratori in lotta ed entrando presto in concorrenza e in conflitto con il giornale socialista «l’Avanti!», allora diretto dal fondatore Alceste De Ambris37. I due giornali si contendevano la leadership del movimento operaio, soprattutto a seguito dell’attenzione data da entrambi agli scioperanti delle vetrerie di Agua Branca, quartiere di Sao Paulo. Quanto «Palestra Social» era stata vicina al movimento operaio organizzato, tanto «Germinal», il periodico che la sostituì, ignorò le proteste operaie, parlandone magari con ritardo e per esclusive esigenze di dibattito interno al movimento anarchico. Sulla stessa linea, in sostanza, si pose anche «La Battaglia» (giugno 1904- settembre 1912), fondata da Oreste Ristori, dapprima con numeri irregolari, quindi come settimanale. Teoricamente contraria alla tattica degli scioperi fu, tuttavia, sostenitrice della «massa scioperante» in quanto governo e autorità avevano scelto di appoggiare i capitalisti, schierandosi contro gli oppressi38. Il giornale di Ristori, sempre in prima linea negli scioperi a São Paulo39, che propagandava il socialismo libertario anche tra i coloni delle più sperdute fazendas, ebbe un successo editoriale notevole, diffonden-
do 5.000 copie a numero, essendo distribuito in abbonamento anche in altri Stati tra cui Paranà, Rio, Minas e perfino in Amazzonia e Argentina40. Per anni Ristori e «La Battaglia», dove furono impegnati come redattori anche Alessandro Cerchiai e Gino Damiani, direttore dal gennaio 1912, avevano condotto l’intensa campagna anticlericale e anticapitalista che, anche oltre lo Stato di São Paulo, dove nel 1906 era diffusa anche «La Voce proletaria», organo della Unione dei Sindacati, per grandi linee proseguì con il periodico «La Barricata», erede diretto nel 1913, e specialmente con «Propaganda Libertaria» (1913-1914), diretta prima da Cerchiai e poi da Damiani, e «Guerra Sociale» (1915-1917) dove Gigi Damiani continuò il suo impegno politico. Entrambi questi fogli presero le distanze sul tema dell’organizzazione così come era, invece, sostenuta, dai socialisti. L’attività editoriale degli anarchici, con la Grande Guerra, andò lentamente scemando anche per le mutate condizioni sociali degli immigrati, in grande parte integrati e cittadini brasiliani. Ci provarono ancora, ma senza molto consenso, Angelo Bandoni con Alba Rossa» (1919-1920)41, e Florentino de Carvalho e Rodolfo Felipe con «Germinal» (1919), ospitando una pagina, la quarta, con la testata «La Barricata», redatta da anarchici italiani. Con gli anni Venti, di fatto, la stampa anarchica scomparve (tre sole testate apparvero fino agli anni Trenta). La pattuglia di anarchici si assottigliò sempre di più. Damiani, accusato di furto, fu espulso proprio alla fine del 1919, quando sul periodico «A plebe» curava la terza pagina intitolata «La Voce italiana della Plebe». Cerchiai abbandonò l’impegno volontaristico per quello professionale ed entrò nella redazione del «Fanfulla», dove scrisse anche nel periodo in cui il quotidiano divenne ufficialmente filo-fascista. Ben
Maio / Junho 12
i t ál i a
storia italiana altra consistenza e regolarità ebbe la stampa socialista. In generale, come ha avuto modo di approfondire e chiarire Angelo Trento, i periodici socialisti, tra cui quattro quotidiani, svolsero un ruolo informativo e politico allo stesso tempo. Fornivano ai propri lettori, infatti, una dovizia di notizie, approfondimenti e commenti sulle vicende italiane e su quelle brasiliane. Sebbene presente con diverse testate, l’iniziativa editoriale più importante della stampa socialista fu rappresentata dalla pubblicazione de «l’Avanti!», omonimo dell’organo ufficiale del Partito Socialista in Italia. «l’Avanti!» brasiliano rappresenta un unicum nel panorama della stampa etnica socialista fuori dall’Italia. Pubblicato come settimanale dalla fine del 1899 al 1902, poi quotidiano fino al 1908, e poi ancora settimanale tra il 1914 al 1920, come giustamente rileva Luigi Biondi, esso non ha equivalenti in alcuna delle comunità italiane all’estero42. Raggiunse tirature elevate, ebbe una redazione sempre all’altezza della situazione e usufruì di una fitta rete distributiva nel territorio paulista, che poggiava su militanti impegnati nei sindacati e nelle società di mutuo soccorso. Ebbe soprattutto direttori di qualità che trasferirono al giornale forza e carattere. Alceste De Ambris che lo fondò43, nel 1904 fu sostituito alla direzione dall’ex deputato socialista Antonio Piccarolo, che si dimise nel dicembre dell’anno dopo in disaccordo con gli amministratori del giornale44. A Piccarolo subentrò Vincenzo Vacirca, intellettuale socialista di Chiaramonte Gulfi (Ragusa), che, dopo avere diretto alcuni periodici in Italia, dovette rifugiarsi in Brasile in seguito ad alcune condanne per reati di stampa e qui fu a capo di diverse iniziative di lotta prima di essere espulso e trasferirsi in Argentina, dove continuò la sua attività politica e giornalistica come redattore del «Corriere d’Italia» e direttore de «L’Eco d’Italia». L’ultimo dei direttori dell’organo socialista brasiliano fu Teodoro Monicelli45, personalità di primo piano, sindacalista rivoluzionario, primo segretario della Camera del Lavoro di Bergamo nel 1902, dal 1913 leader socialista a São Paulo. Il quotidiano, in anni cruciali e importanti per la collettività italiana e per il proletariato, esercitò un’influenza notevole sul movimento operaio. 6. Negli anni del fascismo. L’arresto del flusso immigratorio, a causa della Grande Guerra, indebolì la colonia italiana e la sua stampa. I discendenti dei primi emigrati erano brasilianizzati, in gran parte utilizzavano l’italiano - se lo coscevano, in quanto la scolarizzazione di massa abituava «i giovani a usare il portoghese tanto in pubblico quanto in privato»46- come lingua domestica, e non avevano più esigenza di avere l’informazione tipica dei giornali d’emigrazione, tesa a fare da ponte tra Italia e Brasile. Il resto lo Maio / Junho 12
fece il fascismo che operò per sottomettere la stampa itana all’estero ai propri interessi. L’operazione, che ai fasci di combattimento non riuscì in Argentina con «La Patria degli Italiani» costretta, tuttavia, a chiudere nel 1931 dopo 56 anni di vita47, ebbe successo con «Fanfulla», subito disponibile nei confronti del fascismo e dei suoi rappresentanti in Brasile. Il quotidiano sposò presto, infatti, una linea tesa a «esaltare quel clima di italianità aggressiva promossa dal fascismo oltre confine»48 e nel 1934 indossò definitivamente la camicia nera, vivendo una nuova e prospera stagione editoriale: arrivò a vendere, due anni dopo, ben 40 mila copie anche tra i brasiliani, sebbene avesse abbandonato la linea di pacificazione e di concordia con la popolazione locale che lo aveva fino ad allora caratterizzato. Il processo di cambiamento del giornale era stato incentivato dagli interventi dei consoli italiani, i quali a tale scopo elargivano contributi alla stampa filogovernativa sulla base di direttive provenienti da Roma49. Allo scoppio della Seconda guerra mondiale, il quotidiano era ancora con il vento in poppa. Ma nel 1942, allorquando il Brasile interruppe i rapporti diplomatici con l’Italia, fu costretto a chiudere. A svolgere una funzione politica, tesa a fronteggiare l’onda montante del fascismo, si stamparono circa 20 fogli antifascisti, in gran parte a São Paulo. Due di essi, entrambi fondati da Antonio Piccarolo50, furono quelli di spicco perché - diretti da personalità come Piccarolo e il conte Francesco Frola, socialista perseguitato dal fascismo e fuoriuscito51 - ebbero un buon impatto tra gli emigrati che non credevano in Mussolini. Si tratta del periodico «La Difesa»», al quale collaborarono anche comunisti (Goffredo Rosini e Arturo Esposito) e militanti anarchici come Alessandro Cerchiai
e Oreste Ristori, e del «Risorgimento». Il primo era stato fondato nel 1923. Dal 1926 fu diretto da Frola, giunto in Brasile per sostituire Piccarolo, che lasciava la guida del giornale ufficialmente per motivi personali pur restando nella redazione. Sta di fatto che la convivenza tra i due intellettuali socialisti non fu per nulla idillica, tanto che Piccarolo, il quale visse la direzione di Frola come un periodo di decadenza52, in seguito a un incandescente conflitto con quest’ultimo per motivi personali e politici, lasciò «La Difesa» (sebbene dopo fece collabore al giornale comunisti e anarchici) e nel 1928 editò un altro organo di propaganda antifascista, «Il Risorgimento», forte della collaborazione di Mario Mariani e di Nicola Cilla, altro fuoriuscito che pochi anni dopo si sarebbe trasferito in Argentina. Lo scontro si risolse a favore del gruppo di Piccarolo e nel 1929 Mariani divenne direttore de «La Difesa». Due anni dopo, registrando un interessante sviluppo, la testata cambiò nome chiamandosi «L’Italia», venne pubblicata come quotidiano, per tornare settimanale dopo appena tre mesi. Un’esperienza breve ed esaltante prima del declino e della chiusura, arrivata nel 1934. Negli anni del fascismo circolarono altri giornali che morirono - come ricorda Mario Nati - per mancanza di lettori interessati. Nel 1925, per esempio, uscì «Il Moscone», mensile illustrato, dal 1941 redatto solo in portoghese. Analogo fu il destino della rivista mensile «La Stella», fondata da Consolato A. Cozzupoli nel 1937, cinque anni dopo trasformata nel periodico «A Estrella». 7. Nel secondo dopoguerra. Messa a tacere negli anni del secondo conflitto mondiale, la stampa italiana, che era stata protagonista di una grande storia sociale e culturale della
f o r u mDEMOCRATICO
25
italia collettività, si è presentata molto appannata nel secondo doguerra, come conseguenza della debolezza di tutte le istituzioni etniche determinatasi durante e dopo il conflitto mondiale. L’influenza fascista, plasticamente valutabile con il mantenimento di una rete consolare in mano a ex sostenitori di Mussolini, si protrasse anche molto dopo la caduta del fascismo e il ritorno della democrazia in Italia. Tale influenza fu alimentata, soprattutto, dall’arrivo clandestino di molti ex fascisti italiani al termine della guerra, tra cui gerarchi e criminali in fuga. Si è trattato di una emigrazione illegale che interessò tutto il Sud america e che in Brasile godette di molte e potenti protezioni: l’ex federale di Lucca, Andrea Ippolito, usufruì dell’amnistia concessa in Italia e si stabilì a Sao Paulo dove, avendo sposato una Matarazzo, potente famiglia di industriali di origine italiana, ebbe gioco facile nel sostenere molti ex camerati in arrivo53. Per tale situazione un giornale democratico come «La Voce d’Italia», fondato nel 1946, trovò mille ostacoli e chiuse i battenti in meno di due anni, schiacciato dall’impetuosa presenza nella comunità del «Diario Italiano» che nel 1948 fu sostituito dalla «Tribuna Italiana», giornale confermatosi tra i più longevi, inizialmente rivolto ai fascisti cresciuti in Brasile e a quelli fuggiti dall’Italia. La testata fino al 1972 fu diretta da Piero Pedrazza, un laudatore del fascismo noto con lo pseudonimo di «Camicia nera», che in Italia era stato capo redattore e corsivista del bolognese «Resto del Carlino» e aveva scritto un volume sul Giornalismo di Mussolini (pubblicato a Milano nel 1937 dall’editore Oberdan Zucchi). Pedrazza si distinse in Brasile per avere promosso una raccolta di firme per sollecitare al governo italiano la liberazione del generale Rodolfo Graziani, che aveva seguito il duce nell’avventura di Salò al servizio dei nazisti. Nunziato Nastri, che successe a Pedrazza, non mutò la linea politico-editoriale della testata. Questo era il clima che si respirava nel dopoguerra all’interno della comunità italiana dove gli antifascisti venivano isolati e penalizzati. Per cui anche il rinato «Fanfulla», che dal maggio 1947 riprese a uscire come quotidiano, si collocò sullo stesso fronte. A dirigerlo, infatti, c’era Gaetano Cristaldi, formatosi giornalisticamente in Brasile, il quale nel ventennio fascista aveva diretto un periodico umoristico in tinta littoria, «Il Pasquino Coloniale». Stessa linea seguirono i suoi successori. Il «Fanfulla» non è stato più, tuttavia, il grande quotidiano coloniale, che era stato organo rispettato della collettività italiana per decenni, anche se nella nuova edizione si sforzava di dare voce a quella nuova comunità tricolore dai sentimenti confusi che si era insediata, pure in anni recenti, in Brasile. Il crollo dei flussi migratori, in Brasile in maniera ancor più marcata che altrove, ha compromesso la stessa esistenza della stampa etnica italiana, ridottasi ora a ben poca cosa. Il «Fanfulla», a 74 anni dalla fondazione, nel 1965 riprese la periodicità setti-
826
f o r u mDEMOCRATICO
manale e l’anno dopo si spense. Al suo posto, nel 1966 nacque «La Settimana», diretta da Marianna Dellarole Del Moro, che dopo tredici anni ha cambiato la testata in «La Settimana del Fanfulla», accreditata ancora di 30 mila copie. A essa, in seguito, si è affiancata altra stampa minore, come «L’Italia del Popolo» (1977) di São Paulo, diretta da Fernando Bernardini e quindi da Giovanni Laspro, «La Voce d’Italia» (1976) di Porto Alegre, diretta da Domenico Feoli, «Italia Viva» (1989) di Rio de Janeiro, diretta da Vicente F. Scofano, periodici tutti del gruppo Cario di Buenos Aires. Testate minori vengono, intanto, diffuse all’interno delle diverse comunià esistenti nel Paese. Marcello Blotta, infine, dirige «Voce d’Italia» e Desierio Peron «Insieme». 8. A mo’di conclusione. Una caratteristica dei tanti giornali di cui abbiamo detto è quella che l’informazione rivolta agli emigranti ha avuto, quasi sempre, un intento formativo, a volte evidente e dichiarato, a volte sottinteso a quello di autodifesa identitaria o tout court di difesa da violenze e soprusi praticati contro i migranti costretti in ghetti etnici culturali e spesso anche materiali. Non c’è dubbio, infatti, che un ruolo formativo fu svolto dal «primo» dei giornali, il «Fanfulla», che in pratica ha accompagnato l’ascesa sociale della colonia italiana e poi la sua assimilazione nella società locale, con relativo abbandono dei caratteri identitari, a iniziare dalla lingua, considerata l’ultima «barricata», utilizzata dagli anziani dell’ultima emigrazione e soltanto in ambiente famigliare o negli incontri con altri immigrati. La stampa coloniale, dunque, quella borghese in particolare, anche in Brasile, per anni si è assunta il compito di formare, da una massa di immigrati nemmeno accomunati da una lingua unica, né parlata né tanto meno scritta (nell’Ottocento trionfavano i dialetti regionali), una comunità coesa, che condividesse valori nazionali, si sentisse italiana e valorizzasse la cultura e i sentimenti della madre patria. In maniera ecumenica, sebbene nei primi trenta anni si battè anche nella difesa dei diritti dei lavoratori italiani, il «Fanfulla», come altri periodici coloniali, si adoperò per far crescere, dunque, una coscienza etnica e patriottica da opporre alle palesi discriminazioni, senza con ciò ostacolare la partecipazione
politica, propedeutica a una reale integrazione nel Paese ospitante. Tale atteggiamento trovò sostegno anche da parte della stampa socialista, preoccupata maggiormente però delle condizioni di vita dei lavoratori nei campi e nelle precarietà urbane. «Se la stampa operaia - scrive Trento - stigmatizzava con veemenza lo sfruttamento e la violenza (retaggio di un sistema schiavistico abolito solo nel 1888) nei confronti dei lavoratori rurali, quella borghese che non minimizzava tali soprusi [...] appariva sempre timorosa di assumere toni che potessero urtare l’opinione pubblica brasiliana»54 Il compito principale che la stampa anarchica e in parte socialista si erano assegnate era però quello di far crescere una coscienza di classe, magari indipendentemente da quella etnica, specialmente negli anni in cui si formava un proletariato che nella scala sociale era stato collocato solo un gradino più in alto degli ex schiavi di colore. L’atteggiamento dei fogli anarchici, come abbiamo visto, mirava proprio a rendere «internazionale» la lotta per i diritti sociali e per il lavoro. In questo senso si può comprendere la scomparsa di tali giornali in lingua italiana a incominciare dal primo dopoguerra, quando i dirigenti, prima che le autorità brasiliane avviassero una sistematica espulsione dei militanti, ritennero più utile effettuare la propaganda concentrando il loro impegno giornalistico in portoghese sul quotidiano «A Plebe». Per gli emigrati, la stampa etnica è stata, ad ogni modo, il trattino di congiunzione tra due realtà: quella nuova che spesso tendeva a escluderli, e l’altra, amata e odiata, che si erano lasciati alle spalle. In un bel libro dal titolo La doppia assenza. Dalle illusioni dell’emigrato alle sofferenze dell’immigrato, il sociologo algerino Abdelmalek Sayad, sostiene che il migrante, è sempre «fuori luogo», preso nel paradosso di una «doppia assenza», dalla propria patria e nelle nuove realtà, dove nello stesso tempo è «incorporato ed escluso». Gli emigranti vivono una condizione definita di split personality, sdoppiamento della personalità, si sentono in bilico, attratti e tentati da due realtà, senza sapere più a quale realmente si appartiene55. I giornali d’emigrazione, pubblicati in Brasile dalla grande immigrazione alla Seconda guerra mondiale, hanno rappresentato un ammortizzatore per la disperazione di avere lasciato la madre patria e Maio / Junho 12
i t ál i a
storia italiana una speranza di trovarne una seconda. Quello che è avvenuto dopo è tutta un’altra storia e i periodici etnici hanno assunto una funzione di collegamento - spesso nostalgica - con la madre patria e tra i gruppi regionali che ormai caratterizzano la collettività italiana. Gli italiani in Brasile oggi hanno altri interessi rispetto ai loro antenati. E altri bisogni informativi. 1. F. Mosconi, Brasile, in “Lotta di classe”, 25-26 dicembre 1896. 2. C. Romani, Oreste Ristori. Un’avventura anarchica, in «Rivista Storica dell’Anarchismo», VI, n.1, 1999, p. 90. 3. K. M. Menegotto Pozenato, L. Slomp Giron, I giornali italiani nel Rio Grande do Sul, in «Altreitalie», n. 33, 2005, p. 123. 4. Cfr. P. Sergi, Stampa migrante, Rubbettino, Soveria Mannelli 2010. 5. M. Nati, Breve storia della stampa italiana in Brasile, in «Rassegna Storica del Risorgimento», LIV, 1967, p. 205. 6. Ivi, p. 203. 7. A.Trento, Due secoli di giornalismo italiano in Brasile, in «Studi emigrazione», XLVI, n. 175, luglio-settembre 2009; Id., La stampa italiana in Brasile, 1946-1960, in «Archivio Storico dell’Emigrazione Italiana», n. 1, 2005; M. Nati, Breve storia della stampa italiana in Brasile, in «Rassegna Storica del Risorgimento», LIV, 1967, pp. 196215; N. Belli, Giornalismo italiano in Brasile, s.e., São Paulo 1923: l’autore, un giornalista originario di Oderzo, descrive lo sviluppo della stampa etnica, integrando quanto già scritto in G. Fumagalli, La stampa periodica italiana all’estero, Tipografia Capriolo e Massimino, Milano 1909. Sul giornalismo italiano in Brasile, inoltre, esistono numerose lettere in Asmae, Spb, 1888-1889, p. 1614, e in maniera particolare quella riservata e molto ricca di notizie del conte Riva al Mae, Petropolis, 31 dicembre 1889, ivi, f. 13 et al. 8. Significativo il saggio sull’influenza dei quotidiani «La Patria degli Italiani» a Buenos Aires e «Fanfulla» a São Paulo: S.L. Baily, The Role of Two Newspapers in the Assimilation of italians in Buenos Aires and San Pablo 1893-1913, in «International Migration Review», XII, n. 3, 1978. 9. A. Trento, Due secoli di giornalismo italiano in Brasile, in «Studi emigrazione», XLVI, n. 175, luglio-settembre 2009, p. 568. 10. V. Briani, Profilo della Stampa italiana in Brasile dagli esordi agli inizi del sec. XX, in G. Massa (a cura di), Contributo alla storia della presenza italiana nel Rio Grande do Sul, 1875-1979, Istituto italo-latino americano, Roma 1975, p. 141. 11. E. Franzina, L’America gringa, Diabasis, Reggio Emilia 2008, p. 209. 12. A. Trento, La stampa italiana in Brasile, 1946-1960, in «Archivio Storico dell’Emigrazione Italiana», n. 1, 2005, pp. 103-118. 13. S.L. Baily, The Role of Two Newspapers in the Assimilation of italians in Buenos Aires and San Pablo 1893-1913, in «International Migration Review», XII, n. 3, 1978, p. 330. 14. Numerosi furono gli abbonati in altri Stati. 15. A. Trento, L’identità dell’emigrato italiano in Brasile attraverso la stampa etnica: il caso del Fanfulla, 1893-1940, in L. Tosi (ed.), Europe, Its Borders and the Others, Esi, Napoli 2000, pp. 419-437. 16. Ibidem. 17. B. Fausto, Conflito social na República oligárquica: a greve de 1917, in Historia Social do Congresso de Americanistas, Mexico 1974. 18. M. Chierici, Informazione, andata e ritorno, in «Poli-
Maio / Junho 12
tica internazionale», XX¬VIII, n. 4-5, 2000, pp. 145-52. 19. S. L. Baily, The Role of Two Newspapers in the Assimilation of italians in Buenos Aires and San Pablo 1893-1913, in «International Migration Review», XII, n. 3, 1978, p. 330. 20. Ivi, p. 333. 21. G. Dore, La democrazia italiana e l’emigrazione in America, Morcelliana, Brescia 1964, p. 286. 22. Somigli, considerato un esperto uomo d’affari e un mecenate, rientrato in Italia, sfogliando le vecchie annate de «Il giornalino della Domenica» di Vamba (Luigi Bertelli) che era stato chiuso, il 22 dicembre 1918 lo fece rinascere Cfr. P. Pal1ottino, Chiacchiere giornalistiche con i miei lettori, in Id. (a cura di), L’irripetibile stagione de Il Giornalino della Domenica, Bononia University Press, Bologna 2008. 23. Alla direzione, dopo Molli, si insediarono tutti giornalisti provenienti della «Patria degli Italiani» di Buenos Aires: Emilio Zuccarini, Antonio Pisano e Pasquale de Biasi (questi affiancato da Nicola Ancona Lopes). 24. P. de Biasi, Una pagina di vita giornalistica, in «Il Carroccio», 15, n. 1, gennaio 1922, p. 100. 25. Per un elenco. cfr. D. Torres dos Santos, L’immigrazione italiana a Rio de ]aneiro: tracce storiche, in C. Ferrini, S. Pieri (a cura di), Racconti dal mondo: Premio Piero Conti, Filef, Roma 2000. 26. Un settimanale, il primo nell’interno del Brasile, con il nome «La Patria degl’Italiani» era apparso a Itapira per iniziativa di Rodolfo Palafini. Fu in vita dal 13 giugno 1915 al 10 giugno 1917, pubblicando 90 numeri. 27. K. M. Menegotto Pozenato, L. Slomp Giron, I giornali italiani nel Rio Grande do Sul, in «Altreitalie», n. 33, 2005, pp. 122-135. 28. ivi, p. 126. 29. A. Trento, Do outro lado do Atlantico. Um século de imigração no Brasil, Nobel, São Paulo 1989, p. 199. L’appendice del volume contiene l’elenco delle testate italiane in ogni singolo Stato brasiliano. 30. L. Bettini, Bibliografia dell’anarchismo. Periodici e numeri unici anarchici in lingua italiana pubblicati all’estero. 1872- 1971, vol. 1, t. II, Crescita politica, Firenze 1976. 31. M. Nazareth Ferreira, A imprénsa operária no Brasil (1880- 1920), Vozes, Petropolis 1979. 32. M. Nati, Breve storia della stampa italiana in Brasile, in «Rassegna Storica del Risorgimento», LIV, 1967, p. 30. 33. R. Paris, L’Italia fuori dall’Italia, in Storia d’Italia, Einaudi, Torino 1975, pag. 598. 34. I. Felici, Gli anarchici italiani di San Paolo e il problema dell’organizzazione operaia (1898-1917), in V. Blengino, E. Franzina, A. Pepe (a cura di), La riscoperta delle Americhe - Lavoratori e sindacato nell’emigrazione italiana in America Latina 1870¬1970, Teti, Milano 1994. 35. P. Sergi, Tra coscienza etnica e coscienza di classe. Giornali italiani anarco-comunisti in Argentina (18851935), in «Giornale di Storia Contemporanea», XI, n. 2, 2008, pp. 103-126. 36. I. Felici, op. cit. 37. Rientrato in Italia nel 1903, dovette tornare in Brasile nel 1909 per evitare l’arresto. Qui rimase per altri due anni, dirigendo in maniera combattiva anche la «Tribuna italiana». Nel 1913 fu eletto deputato e nel 1914 divenne interventista, partecipò alla guerra e successivamente fu capo di gabinetto di D’Annunzio a Fiume, inquadrato negli Arditi del Popolo. Antifascista, fu costretto di nuovo all’esilio. Su De Ambris e l’impresa di Fiume si veda: F. Cordova, Arditi e legionari dannunziani, Manifestolibri, Roma 2007. 38. La Redazione, Appello alla solidarietà operaia, in «La Battaglia», 29 aprile 1906. 39. Sul periodico si veda: L. Biondi, Anarquistas italianos
em São Paulo. O grupo do jornal anarquista ‘La Battaglia’ e a sua visão da socìedade brasileira: o embate entre imaginários libertários e etnocêntricos, in «Cad. Ael», n. 8/9, 1998, pp. 117-147. 40. Id., Na Construção de uma Biografia Anarquista: os Ultimos Anos de Gigi Damiani no Brasil, in R. Borges Deminicis, D. Aarão Reis (a cura di), Historia do Anarquismo no Brasil, vol. 1, Niteroi, Rio de Janeiro; EdUff, Mauad 2006, pp. 251-278. 41. Poi diretta da Silvio Antonelli. Pubblicò cinque numeri nel 1921, tre nel 1922, due nel 1923 e due nel 1934. 42. L. Biondi, Desenraizados e integrados, Classe, etnicidade e nação na atuação dos socialistas italianos em São Paulo (1890-1930), in «Nuevo Mundo Mundos Nuevos - Debates», 2007. In linea il 12 marzo 2007 http://nuevomundo.revues.org/index 3720.html. 43. De Ambris aveva al suo fianco collaboratori di qualità tra cui Ambrogio Chiodi, Antonio Cimatti, Augusto Donati e Giuseppe Cerutti. 44. A. Hecker, Um socialismo possível, Queiroz Editor, São Paulo 1989, p. 10. Antonio Piccarolo era stato rappresentante del Fascio dei lavoratori di Catania al congresso socialista di Genova del 1892 e sei anni dopo era stato anche candidato del Psi al collegio di Oviglio. Cfr. L. Cortesi, La costituzione del partito socialista italiano, Edizioni Avanti, Milano 1962, p. 86. Sulla figura e l’attività di Piccarolo si veda il puntuale, citato, volume di Hecker. 45. Archivio Centrale dello Stato (Roma), Casellario Politico Centrale, b. 3354, fasc. Teodoro Monicelli. 46. G. Romanato, Parlavano «talian». Cambiarono il Brasile, in «Visioni Latino Americane», I, n. 1, luglio 2009, p. 33. 47. P. Sergi, Fascismo e antifascismo nella stampa italiana in Argentina. Così fu spenta «La patria degli Italiani», in «Altreitalie», n. 35, 2007, pp. 4-43. 48. A. Trento, Due secoli di giornalismo italiano in Brasile, in «Studi emigrazione», XLVI, n. 175, lugliosettembre 2009, p. 571. 49. B. Deschamps, Echi d’Italia. La stampa dell’emigrazione, in Storia dell’emigrazione italiana. Arrivi, a cura di P. Bevilacqua, A. De Clementi, E. Franzina, Donzelli, Roma 2002, p. 321. Nel 1913 anche «Il Giornale degli italiani», che aveva avuto una buona accoglienza all’interno della comunità, si avvantaggiò dei contributi di Roma. 50. Quella di Piccarolo fu una delle prime voci contro il fascismo. Si levò dalle pagine del giornale «Il Piccolo» di São Paulo che in seguito sarebbe stato sovvenzionato dal Fascio (cfr. A. Hecker, Um socialismo possível, op. cit., p. 17). 51. Cfr. J. F. Bertonha, Un antifascista controverso: Francesco Frola, in «História Social», n. 7, 2000, pp. 213-239. 52. Ivi, p. 216. 53. F. Bertagna, La Patria di riserva, Donzelli, Roma 2006, p. 132 e passim 54. A. Trento, Due secoli di giornalismo italiano in Brasile, in «Studi emigrazione», XLVI, n. 175, luglio-settembre 2009, p. 575. 55. A. Sayad, La doppia assenza. Dalle illusioni dell’emigrato alle sofferenze dell’immigrato, Raffaello Cortina, Milano 2002 (edizione francese: La double absence, Editions du Seuil, Paris 1999).
f o r u mDEMOCRATICO
27
e m i g r a z i o n e
PiergiorgioPigio, Pastonesi família, viagens A Forum Democratico entrevistou Piergiorgio Pastonesi, emigrante italiano, chegado ao Rio de Janeiro em outubro de 1985. Foram propostas a ele as perguntas convencionais que se costuma propor para a seção Emigração. Em reposta, recebemos uma história completa, linda, interessante, com um olhar de emigrante atento, vivo, integrado ao país que escolhe viver. Impossível editar texto tão bonito, com ritmo, harmonia, escrito com paixão. Então, propomos publicá-lo em duas partes. E não resistimos em fazer um suspense ao final da Parte I. Marisa Oliveira
Parte I Nascimento, família; Milão, Estados Unidos e Brasil Pigio, jogador de rugby
Nasci em Gênova em 21 agosto 1957,diria por um acaso porque meus pais moravam em Roma naquela época, embora nenhum dos dois fosse romano. Mas a minha mãe estava passando as férias na casa do meu avô, que após ter se aposentado, comprou um apartamento em Nervi, nas redondezas de Gênova, onde a família costumava ficar por uns dois meses durante o verão. Ficamos em Roma até 1968, quando meu pai recebeu uma oferta de trabalho que achou irrecusável e nós tivemos que mudar para o Norte. Digo que tivemos pois, afora meus pais, por motivos diferentes (minha mãe era milanesa), ninguém gostou daquela decisão. E realmente a mudança foi difícil, principalmente para meu irmão mais velho, na época com 16 anos. Lembro que a gente sofreu na adaptação. O caráter dos milaneses é bastante diferente do dos romanos e o clima também não ajudou em nada. Em abril daquele ano, lembro que ainda estava nevando. Nós tínhamos uma família bem grande por parte da minha mãe e pequena por parte do meu pai. Ele só tinha uma irmã, mais velha alguns anos, freira num convento na cidade de Reggio Emilia. Já minha mãe era uma dos 14 filhos que meu avô teve com a minha avó. Quase todos viviam na cidade e isso ajudou na adaptação. Tínhamos uma porção de tios, primos e primas e os encontros eram frequentes. O convívio com essa grande família se fazia mais intenso nas festas do Natal e nas férias de verão quando a gente se encontrava na casa que o meu avô materno tinha na pequena cidade de Ponte di Legno, um vilarejo nos Alpes, na fronteira entre as regiões de Lombar 828
f o r u mDEMOCRATICO
Maio / Junho 12
e m i g r a z i o n e
dia e Trentino. Lá, a família se refugiou e permaneceu durante anos, na época da Segunda Guerra Mundial, quando a cidade de Milão foi alvo de bombardeios. Findo o conflito, a família voltou para Milão e a casa foi dividida entre alguns irmãos, enquanto outros construíram sua própria casa de veraneio, porque todo Cappelletti nel vino – prato de Natal mundo tinha criado uma forte ligação com o lugar. Então, era nas férias que a família se juntava e se encontrava. Era a ocasião de conviver com os mais velhos, de ouvir as histórias deles e dos parentes, de fazer passeios e escaladas nas montanhas próximas, de aprender e curtir as tradições familiares. Muito bom. Até hoje, quando volto pra Itália, passo uns dias lá, a casa ainda existe, tudo como então. Minha filha Anita que já passou lá parte das férias italianas, gosta muito e também mantém um laço importante com a família e o lugar. Atualmente, todos os irmãos da minha mãe, inclusive ela, se foram, mas ainda temos uma porção de parentes, e eles continuam se juntando uma vez por ano num evento muito alegre e simpático. Depois de mudar para Milão, permaneci lá até a minha vinda para o Brasil. Eu terminei meus estudos completando o segundo grau no Liceo Clássico Beccaria de Milao, mas ainda estudante já trabalhava durante o verão no estúdio fotográfico de um dos tios, grande fotógrafo, especializado em interiores, decoração, still life (fotos de objetos). Porém, quando chegou o momento de eu seguir o RJ Pigio em Secretário - região serrana do caminho sozinho, por minha conta, abrir um estúdio meu, investir dinheiro, fiquei confuso, indeciso, havia coisas da profissão de que não gostava e me deixavam perplexo com a perspectiva. Resolvi viajar para os Estados Unidos. Lá, fiquei na casa de amigos, na Filadélfia, por seis meses, durante os quais trabalhei num ótimo restaurante italiano - Di Lullo’s. No final do período, voltei pra Itália, dei um tempo com a foto e fui trabalhar no segmento da moda, na revista Vogue, onde meu irmão era jornalista. Mas após um período de prova tentando entrar na redação, acabei aceitando outro emprego do grupo nos estúdios fotográficos, já que tinha uma sólida experiência neste campo. Foram mais dois anos de grandes experiências. Mas já estava meio cansado daquele ambiente e recebi uma proposta para trabalhar numa revista esportiva como fotógrafo e redator. Aceitei e fiquei lá mais dois anos. Muito divertido. Era uma revista de basquete, de circulação mensal, portanto com ritmos de trabalho tranquilos, com colegas simpáticos e amigos. Infelizmente, fui forçado a deixar o emprego porque o editor estava com sérios problemas econômicos. Mas recebi uma bolada e decidi viajar para o Brasil. Queria tirar umas boas férias antes de regressar e procurar trabalho novamente. A ideia do Brasil foi sugerida por meu irmão jornalista que já tinha vindo umas vezes aqui, a trabalho. Achava que eu gostaria do lugar, da atmosfera. E estava certíssimo! Havia também umas pessoas conhecidas que moravam aqui, amigos de infância na Itália e outros que eram amigos dos meus pais. Havia também uma moça, amiga e ex-namorada do meu irmão: foi na casa dela em Ipanema que me hospedei na minha chegada, em outubro de 1985. Além disso tudo, havia uma grande curiosidade pelo país, algo que a maioria dos italianos tem em relação ao Brasil. Lembro quando junto do meu pai assisti na TV a bela campanha dos italianos na Copa de 70 e aquela inesquecível final com o Brasil. Sempre fiquei fascinado pelo futebol brasileiro. O mesmo aconteceu pela música. Quando morava na Itália, assisti a vários shows, o mais marcante foi um que o Gilberto Gil fez em Milão, muito empolgante. Os contos entusiasmados que meus pais fizeram da viagem deles ao Brasil também só fez crescer a minha curiosidade. Enfim, eu vim, gostei e fiquei. A primeira vez foram oito meses seguidos. Quando voltei foi para alugar o pequeno apartamento que tinha em Milão e vender a minha moto que estava parada na garagem. Três meses depois, voltei para o Rio para nunca mais sair. Mas o motivo principal que me fez decidir ficar no Rio não foi nenhum dos citados. Foi outro bem diferente. (continua na próxima edição) Maio / Junho 12
f o r u mDEMOCRATICO
29
b r a s i l e
F e l i x F i n k b e i n e r “Sustentabilidade, o único conceito de sobrevivência que temos!” Marisa Oliveira
No ano em que o Rio de Janeiro vai acolher a maior conferência sobre questões ambientais, a Rio+20, a Forum Democratico foi bem longe para ouvir o que tem a dizer Felix Finkbeiner, jovem alemão, que, inspirado em Wangari Maathai, que plantou 30 milhões de árvores na África, vem trabalhando junto com outras crianças e jovens com o objetivo de plantar árvores pelo mundo, de modo a criar um equilíbrio entre oxigênio e emissões de CO². A ideia surgiu a partir de uma apresentação de um trabalho na escola, quando Felix tinha 9 anos de idade. Em seguida, em janeiro de 2007, foi fundada a The Plant-for-the-Planet Children’s Initiative. Hoje, são 100.000 crianças, oriundas de 100 países, perseguem a ideia de Felix, com o entendimento de que são de cidadãos globais que trabalham em uma campanha por um clima mais justo, no sentido de haver uma total redução de emissões dos gases de efeito estufa e de haver uma distribuição homogênea dessas emissões entre todos os indivíduos do planeta Terra. Desde então, milhares, milhões de árvores já foram plantadas. O planeta agradece.
830
f o r u mDEMOCRATICO
FD - Como foi possível para você e para outras crianças espalhadas pelo mundo plantar 1 milhão de árvores? Cada criança foi responsável por colocar a semente no solo, de fato? FF - Não foi muito difícil, pois a ideia se espalhou
muito facilmente pelo mundo. Inicialmente os que primeiro aderiram à ideia foram meus amigos da escola e as crianças das escolas de minha região. Em seguida, os meios de comunicação prestaram atenção à ideia, ao movimento iniciado e, após um ano, eu fui convidado a participar de uma conferência na Noruega que reunia crianças. Nessa conferência, havia 700 crianças de mais de 100 países. E eles disseminaram a ideia de plantar árvores em seus países. Depois de termos conseguido plantar o primeiro milhão de árvores, eu estava na Coreia do Sul e expliquei para 800 crianças e jovens presentes que em cerca de três anos poderíamos alcançar um milhão de árvores e, em seguida, perguntei quem queria plantar um milhão de árvores em seu país. 500 crianças de 56 países subiram ao palco.
FD - Qual foi o país que mais participou atendendo ao chamado? FF - Naquela ocasião, o movimento contava com
crianças de 193 países. Isso significa um equilíbrio, em termos de representação por país. O Quênia, por exemplo, devido ao grande trabalho realizado por Wangari Maathai*, ao longo de mais de 30 anos, ela foi capaz de estabelecer em seu país uma cultura de plantar árvores.Lá, cada criança sabe que tem que plantar uma certa quantidade de árvores, caso contrário eles terão que respirar o ar de outro país. Essa é a nossa meta. Nós queremos que cada criança plante 150 árvores. *Queniana, responsável pelo movimento Cinturão Verde Pan-africano, uma iniciativa que plantou 30 milhões de árvores- (década de 1970); Prêmio Nobel(2004). FD - Como a Plant-for-the-Planet monitora os resultados? FF - As Nações Unidas (Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA) decidiram entregar o “contador” oficial de árvores e sua cam-
Maio / Junho 12
b r a s i l
e n t r e v i s t a
Foto: Andreas Müller
“Queremos que as pessoas sejam pró-ativas e ajam por iniciativa e responsabilidade próprias.” panha de bilhões de árvores para nós, as crianças. Assim, nós temos que monitorar todas as árvores plantadas que nos são comunicadas e checamos, segundo critérios de razoabilidade, se as árvores foram realmente plantadas. Se alguém registra uma enorme quantidade, nós conferimos por imagens, fotos. Queremos que as pessoas sejam pró-ativas e ajam por iniciativa e responsabilidade próprias. Se considerarmos que não é razoável o número de árvores registradas como plantadas, nós desconsideramos esse número. FD - A organização Plant-for-the-Planet conta com que recursos humanos e financeiros para atingir seus objetivos? FF - O objetivo é que cada pessoa plante 150
árvores. Atualmente, nós estimamos que existam cerca de 3 bilhões de árvores no planeta Terra, mas há 200 anos atrás nós tínhamos o dobro. Sem
competir com a agricultura e com áreas domésticas, há espaço para mais de 1 bilhão de novas árvores serem plantadas. Cada ser humano deveria cumprir sua responsabilidade de plantar 150 árvores. Os mais ricos poderiam ajudar os mais pobres, assim como os países mais ricos poderiam ajudar os países mais pobres. Trabalhando juntos eles poderiam atingir essa meta. Não há necessidade de haver recursos financeiros e humanos, porque o trabalho que fazemos é descentralizado: através de milhares de pessoas, organizações, governos e companhias. Mas, claro, temos um secretariado que coordena as atividades da Plant-for-the-Planet, que tem 17 funcionários. FD - Quais são as maiores dificuldades para conquistar adeptos ao programa? FF - Cada vez mais as pessoas entendem que árvo-
res são a única máquina para absorver CO² e isso é um caminho fácil e absolutamente necessário para, no mínimo, fazer frente a uma parcela das emissões. 1 bilhão de árvores absorvem 10 bilhões de toneladas de CO², quantidade essa que está perto de representar 1/3 das emissões atuais. FD - Como você se sente sendo um adolescente e trabalhando em um projeto que requer tanta responsabilidade acerca de importantes questões ambientais do nosso mundo? FF - Todos nós estamos lutando por nosso futuro.
Temos que resolver todos os problemas que os adultos não conseguiram resolver e não resolverão. Quanto mais cedo nós começarmos, mais chances teremos de salvar nosso futuro. A principal atividade que nós fazemos, além de plantar árvores, é autorizar, qualificar outras crianças e outros jovens a se tornarem Embaixadores por um Clima mais Justo e Futuros Lobistas em nossas chamadas Academias. Enquanto isso nós já estamos perto de sermos 15.000 crianças e jovens ligados ao movimento e
Maio / Junho 12
nosso objetivo até 2020 é sermos um milhão de Embaixadores (idade entre 8-14 anos) e Futuros Lobistas (idade entre 14-21 anos). Eu não sinto o peso da responsabilidade porque nós somos muitos. Uma vez por ano, elegemos nossos representantes globais (um entre as crianças e um entre os jovens). A partir de 1º de julho, teremos dois novos presidentes: Shanisse (14) and Sagar (16). È normal para nós assumirmos responsabilidade. Esse é nosso futuro e nós não teremos um futuro sem sustentabilidade. FD - Sobre a Rio + 20, qual é a mensagem? FF - Sustentabilidade é o único conceito de sobre-
vivência que temos! A mensagem da jovem Severn Suzuki*, na Eco 92, Rio de Janeiro, pode ser mostrada em 2012, na Rio + 20 outra vez: cada palavra ainda é válida nos dias de hoje. Esse é o lado triste da história. Nós não usamos os últimos 20 anos para mudar nossos padrões de vida na direção da sustentabilidade. O lado bom é que nós, crianças e jovens, estamos muito mais interligados após 20 anos. O vídeo da Severn, nesses 20 anos, foi assistido por 20 milhões de pessoas. Atualmente, podemos atingir e mobilizar 20 milhões de pessoas em dois dias. Plantando árvores mundo a fora é a mais forte mensagem na nossa briga pelo futuro e contra a ignorância e a conveniência. Nós estamos demonstrando que queremos resolver os desafios globais como cidadãos globais. Um mosquito não pode fazer nada contra um rinoceronte, mas milhares de mosquitos juntos podem fazer um rinoceronte mudar sua direção. * Canadense, aos nove anos, fundou uma organização (ECO), formada por crianças e voltada para aprender e ensinar outras crianças sobre questões ambientais. Em 1992, aos 12 anos, na Eco 92, Rio de Janeiro, falou aos delegados presentes e, desde então, o vídeo tornou-se um cult, conhecido como A menina que calou o mundo por 6 minutos.
f o r u mDEMOCRATICO
31
cultura
832
f o r u mDEMOCRATICO
fotografia
Maio / Junho 12
fotografia
cultura
F o lFioa d a s R u a s tos e texto: Berg Silva Julho // Agosto Maio Junho 12 11
f o r u mDEMOCRATICO
33
cultura
O
carnaval é a mais antiga manifestação de prazer coletivo de que se tem notícia. A Rua é a República Democrática do Lúdico. Da união do Carnaval com a Rua, renasce no Rio de Janeiro o mais complexo espetáculo popular, um universo onde a alegria é o combustível, o sorriso o passaporte, a música, o encanto que contagia e faz delirar. No rastro deste bonde de alegria vão os blocos! Catalisadores da emoção em massa, seguem carregando amores e sonhos. Em sua cauda vão o contínuo, o executivo, a advogada, a professora. Vão o pierrô, a colombina, o super-herói e a meretriz. Vão todos os personagens mascarados de regozijo. Personificação da catarse coletiva, a folia segue a arrastar as multidões traduzidas no sorriso, no beijo e no canto. Nada é mais contagiante que a poesia que emana deste folguedo! Vida longa à festa! Vida longa ao Carnaval de Rua do Rio de Janeiro! Este ensaio estará em exposição na próxima edição do JF em Foco - Festival de Fotografia de Juiz de Fora. Berg Silva é fotógrafo com 21 anos de experiência profissional, tendo trabalhado nos principais órgãos da imprensa do Rio de Janeiro (jornais O Globo, Extra e O Dia e as revistas Veja Rio, Quem, Caras e Época Rio). Atualmente é proprietário do Studio Bs.
834
f o r u mDEMOCRATICO
Maio / Junho 12
fotografia
cultura
"Toda rua tem seu curso Tem seu leito de 谩gua clara Por onde passa a mem贸ria Lembrando hist贸rias de um tempo Que n茫o acaba" (Torquato Neto)
Maio / Junho 12
f o r u mDEMOCRATICO
35
cultura
Marcos Cardoso:
“Belas Artes & Arroz com Feijão”
836
f o r u mDEMOCRATICO
Julho Maio/ /Agosto Junho 12 11
artes plásticas
Marisa Oliveira
cultura
Meu primeiro contato com Marcos Cardoso foi através das suas obras. Carioca, solteiro, artista plástico, Marcos Celso Cardoso respondeu às perguntas de bate-pronto, com uma objetividade surpreendente para um artista, como quem diz é isso, não precisa de “bordado”. Mas o “bordado” está nas suas obras: pródigas, cheias de cores, cheias de vida e de personalidade. Interessante de se notar que, ao mesmo tempo que teve uma formação clássica - Belas Artes, por exemplo - valoriza as vivências cotidianas como parte da formação e influência na arte que produz. A direção artística da da Escola de Samba Mirim Pimpolhos da Grande Rio está sob a batuta de Marcos Cardoso. FD - Marcos, de que maneira o sr. se deu conta que seria artista? MC - Ainda não me dei conta, as possibilidades de “ser ou não ser” são fortes, mas desde os 7 anos que faço crochê como autodidata. FD - Quais as principais influências no seu trabalho, na sua produção? MC - O dia-a-dia, os pequenos movimentos que juntos, formam algo maior, que possam enfrentar questões ainda pouco ou nada exploradas. FD - Quais os fatos mais marcantes de sua formação artística? MC - Sem dúvida, o fato de ter morado em Paraty uma parte da minha infância e toda minha adolescência. Ter frequentado o Parque Lage, a Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e ter me formado em educação artística pela Faculdade de Educação da UFRJ.. FD - Quais as principais técnicas de que o senhor se utiliza? MC - Nem sempre encontro técnicas prontas para manipulação do material (no meu caso material tectônico). Quando trabalhei
Maio / Junho 12
com pontas de cigarros, precisei achar um jeito de desenvolver meu trabalho (suporte, fixação, modelagem etc), ou seja, uma técnica pessoal, assim como nos trabalhos de plástico e atualmente com os palitos de fósforo. Às vezes, encontrar esta técnica dura anos. FD - Artes Plásticas no Brasil... MC - Hoje em dia não dá para falar de arte no Brasil, se é arte é arte. Artista que nasce num determinado lugar fatalmente abordará questões onde ele vive; que serão questões universais de interesse de todos. FD - Existe uma explosão de arte e artistas? Que fenômeno é este no seu ponto de vista? MC - Sempre tivemos muitos artistas no mundo, só que agora os artistas não precisam mais fazer peregrinação para mostrar seu trabalho. Em Rondônia, encontrei coletivo de artistas pouco conhecidos no Brasil e reconhecidos no exterior. Isso se deve a um fenômeno que se chama comunicação. FD - A arte ganhou as ruas? Que significa isto? MC - Foram as ruas que ganharam a arte. Elas já suportavam muito bem os apelos publicitários, então, porque não experimentar algo só pelo apelo visual? Expor na rua não é só um lugar para artista mostrar seu trabalho, é também um laboratório. FD - Como artista plástico, como se vê daqui a cinco anos? MC - Trabalhando MUITO.
f o r u mDEMOCRATICO
37
cultura
a r t e s
p l á s t i c a s
Marcos Cardoso Livro de cabeceira: Arte Moderna, de Giulio Carlo Argan Prato preferido: Arroz com feijão Artista que desponta: Abel Duarte Local para viver: Um lugar tranquilo Local para trabalhar: Minha casa Conhecendo melhor Marcos Cardoso: É só digitar nos sites de pesquisa - artista plástico Marcos Cardoso
838
f o r u mDEMOCRATICO
Maio / Junho 12
artes plรกsticas
Maio / Junho 12
cultura
f o r u mDEMOCRATICO
39
r e f l e x ã o
c u l t u r a
Luis Maffei Luis Maffei luis.maffei@terra.com.br luis.maffei@terra.com.br
V V
Surdezes Surdezes
ários são aqui os estranhamentos. O primeiro é o plural ários são aqui os estranhamentos. O primeiro é o plural incomum do título, registro que pouco ouvi desde que ouço incomum do título, registro que pouco ouvi desde que ouço – ouçam o verbo: ouvir, pretensioso, contrário à surdez. Rascunho – ouçam o verbo: ouvir, pretensioso, contrário à surdez. Rascunho eu desvio de certa frase feita para compor previsível nova-velha frase eu desvio de certa frase feita para compor previsível nova-velha frase feita: o pior surdo é quem que não quer ouvir. Vamos à outra face da feita: o pior surdo é quem que não quer ouvir. Vamos à outra face da aparente tolice, numa primária geometria: o melhor surdo é quem aparente tolice, numa primária geometria: o melhor surdo é quem quer ouvir. Neste caso, está-se falando de Beethoven. quer ouvir. Neste caso, está-se falando de Beethoven. Após sua progressiva perda de audição, o genial compositor não Após sua progressiva perda de audição, o genial compositor não deixou de escrever música. Pelo contrário, é na condição de quase deixou de escrever música. Pelo contrário, é na condição de quase surdo que Beethoven compôs algumas de suas obras-primas. O pior surdo que Beethoven compôs algumas de suas obras-primas. O pior surdo é quem não quer ouvir, o melhor é quem quer: o autor da surdo é quem não quer ouvir, o melhor é quem quer: o autor da Eroica nunca se tornou incapaz de notar a música, ou ouvi-la, pois Eroica nunca se tornou incapaz de notar a música, ou ouvi-la, pois essa sensível e bárbara expressão atende à característica sonora de essa sensível e bárbara expressão atende à característica sonora de ser onda, coisa física, passível de ser sentida por quem quer. ser onda, coisa física, passível de ser sentida por quem quer. Mas a música, ouçam, anda pouco sensível, pouco bárbara. QuanMas a música, ouçam, anda pouco sensível, pouco bárbara. Quando sensível, a música é sentida no limite de sua possibilidade, e aí do sensível, a música é sentida no limite de sua possibilidade, e aí costuma conviver bem apenas com experiências radicais: o drama da costuma conviver bem apenas com experiências radicais: o drama da ópera, a cena de uns filmes, o transe místico, a dança profunda. Fora ópera, a cena de uns filmes, o transe místico, a dança profunda. Fora isso, a música, mesmo para os animais visuais que somos, quer-se isso, a música, mesmo para os animais visuais que somos, quer-se sensivelmente soberana, sem obstáculos que a impeçam de chegar sensivelmente soberana, sem obstáculos que a impeçam de chegar aos corações, ou melhor, aos ouvidos dos ouvintes. aos corações, ou melhor, aos ouvidos dos ouvintes. Mas como pode a música ser sensível se não consegue vir ao mundo Mas como pode a música ser sensível se não consegue vir ao mundo sem más companhias? Sem maus hábitos? Ouçamos, não a música, sem más companhias? Sem maus hábitos? Ouçamos, não a música, mas a observação dum fato: quando ouvimos música hoje em dia? mas a observação dum fato: quando ouvimos música hoje em dia? Nunca, pois sempre, especialmente numa cidade como o Rio de Nunca, pois sempre, especialmente numa cidade como o Rio de Janeiro, sabidamente plástica, para o bem e para o mal, para a lida e Janeiro, sabidamente plástica, para o bem e para o mal, para a lida e para o conflito, para a carícia e para a agressão – falta ao carioca certa para o conflito, para a carícia e para a agressão – falta ao carioca certa vocação para uma formalidade que, no fundo, seria, em relação, vocação para uma formalidade que, no fundo, seria, em relação, decoro. Um passeio em que o indivíduo percorra menos de quinhendecoro. Um passeio em que o indivíduo percorra menos de quinhentos metros pode oferecer-lhe diversas experiências sonoras, corromtos metros pode oferecer-lhe diversas experiências sonoras, corrompidamente musicais. Uma delas: automóveis vomitando seus sons pidamente musicais. Uma delas: automóveis vomitando seus sons altos. Outra: transeuntes portando aparelhinhos que arrotam êxitos altos. Outra: transeuntes portando aparelhinhos que arrotam êxitos comerciais. Mais uma: criaturas menos socialmente desagradáveis comerciais. Mais uma: criaturas menos socialmente desagradáveis
840
f o r u mDEMOCRATICO
protegidas por seus fones de ouvido. protegidas por seus fones de ouvido. Estamos, ouçam, numa altura da história em que o processo de Estamos, ouçam, numa altura da história em que o processo de dessensibilização chegou a esta deflagrada demonstração de surdez dessensibilização chegou a esta deflagrada demonstração de surdez coletiva. João Barrento, intelectual português muito interessado em coletiva. João Barrento, intelectual português muito interessado em questões do contemporâneo, escreveu que em nossa cultura, que questões do contemporâneo, escreveu que em nossa cultura, que “oferece uma estúpida resistência ao pensar”, se perdeu “o sentido “oferece uma estúpida resistência ao pensar”, se perdeu “o sentido dos valores mais (humanamente) elementares”, “o sentido estético dos valores mais (humanamente) elementares”, “o sentido estético do mundo” 11. Penso nisto, ouço isto enquanto penso no comportado mundo” . Penso nisto, ouço isto enquanto penso no comportamento musical que a meu redor se mostra. O melhor surdo é quem, mento musical que a meu redor se mostra. O melhor surdo é quem, surdamente, leva a música a seu apogeu romântico e alicerça bases surdamente, leva a música a seu apogeu romântico e alicerça bases sobre as quais viriam a existir o impressionismo e o atonalismo. O sobre as quais viriam a existir o impressionismo e o atonalismo. O pior surdo é que não quer ouvir: música. Na cultura de nosso tempo, pior surdo é que não quer ouvir: música. Na cultura de nosso tempo, a perda do “sentido estético do mundo” exige que o mundo não basa perda do “sentido estético do mundo” exige que o mundo não baste ao indivíduo. Alguém poderá dizer, não sem razão, que o mundo te ao indivíduo. Alguém poderá dizer, não sem razão, que o mundo não basta mesmo, a não ser que o entendamos como uma série de não basta mesmo, a não ser que o entendamos como uma série de acontecimentos que devem guardar em si algo de novo, ou manter acontecimentos que devem guardar em si algo de novo, ou manter acesa, ainda que ilusoriamente, a ideia de novo, o potencial do novo. acesa, ainda que ilusoriamente, a ideia de novo, o potencial do novo. Mas essa ilusão é estética, sensível (estético é o que possibilita o Mas essa ilusão é estética, sensível (estético é o que possibilita o sentir, diz-me a etimologia), e dá a quem está no mundo a hipótese sentir, diz-me a etimologia), e dá a quem está no mundo a hipótese de fertilizar, estetizando-a, a escuta. de fertilizar, estetizando-a, a escuta. Que escuta? A escuta do mundo, que é, por sua vez, a escuta do Que escuta? A escuta do mundo, que é, por sua vez, a escuta do que acontece. Algo da ordem do que meu amigo Mauricio Murad que acontece. Algo da ordem do que meu amigo Mauricio Murad chamou, à Pirandello, de personagens a procura de autor, logo após chamou, à Pirandello, de personagens a procura de autor, logo após termos feito simultâneo silêncio, num café, para ouvir a conversa entermos feito simultâneo silêncio, num café, para ouvir a conversa entre um indivíduo e a moça que trabalhava no estabelecimento. Nada tre um indivíduo e a moça que trabalhava no estabelecimento. Nada demais: ele dizia que vinha de romper um namoro, justo o primeiro demais: ele dizia que vinha de romper um namoro, justo o primeiro em que se metia após anos de solidão erótico-amorosa – ilação do em que se metia após anos de solidão erótico-amorosa – ilação do próprio: desacostumado que está, será difícil entabular outro romanpróprio: desacostumado que está, será difícil entabular outro romance. Nada demais, apenas uma manifestação da vida mesma, uma ce. Nada demais, apenas uma manifestação da vida mesma, uma experiência, dois personagens que poderão figurar num dos próximos experiência, dois personagens que poderão figurar num dos próximos romances de Murad e que já figuram neste texto de ficcionalidade romances de Murad e que já figuram neste texto de ficcionalidade reduzida. reduzida. Que escuta? A escuta do outro, discreta a ponto de não o constran Que escuta? A escuta do outro, discreta a ponto de não o constran-
Maio / Junho 12
reflexão
ger, nem lá, aquando da cena, nem aqui, aquando da escrita, mas alerta a ponto de dignificá-lo com, para além da atenção, desdobramento de suas palavras, reflexão, permanência. O ouvinte, o leitor atento já sabe a que conclusão vou chegar: caso alguém naquele café tivesse um radinho ligado e expansivo, as conversas, coisas tão sonoras como sons (teoricamente) harmônicos, seriam constrangidas. Caso Murad ou eu tivesse fones nos ouvidos, não haveria neste texto a citação a coisas que ouvi do estranho e do amigo, pois não teria ouvido o estranho nem comentado sua fala com o amigo. Ainda que não gozemos do estatuto beethoveniano de quase surdos, melhores surdos, Mauricio e eu queremos ouvir, quisemos, ouvimos. Ele, à espera de personagens que o procurem, eu, à espreita do acontecimento surpresa – e, ouçam, a surpresa vem do mundo, de onde mais poderia vir? Não há surpresa no repertorio de um ipod, ainda que lá possa haver grandes músicas. Tampouco há sensibilidade: fones de ouvido, se em altos volumes, levam à perda progressiva da audição. Ouvir o mundo ajuda-nos a notar que, mesmo na época da “estúpida resistência ao pensar”, recupera um pouco do “sentido estético do mundo” reparar no que os homens fazem – nós, eles, a relação entre nós e eles, eu e ele, tu e eles, tu e eu. Surdez, surdezes: o pior surdo é quem não quer ouvir, o melhor surdo é quem quer ouvir, quem não quer ouvir o mundo tampouco quer ouvir música – expô-la à perene condição, por um lado, de trilha sonora de experiências de trânsito, e, por outro, de reprodução sem fim, é o mais eficaz modo de se estar distante dela, pois se ouve música apenas na sua irredutibilidade, o mais das vezes autônoma, outras, corpóreas, outras, delirantes. Por isso, o sensível da música está cada vez mais raro. Também o bárbaro. Ouçam: como o choque pode sobreviver à sua banalização? Esses automóveis que passam arrevesando sons altos não despejam Beethoven pela rua. A surdez como metáfora: os tolos ao volante se submetem a pobres êxitos comerciais, o que, inclusive, compromete a gana exibicionista de especialidade desses indivíduos – bem, mas neste tempo que tanto irrita João Barrento, que especialidade se oferece a quem resiste, por vontade tão própria como alheia, ao pensamento? A surdez literal: os néscios são surdos para
cultura
Beethoven, achatadinhos que são, e ficarão, por causa do volume de seus aparelhos (muitas vezes pobres substitutos de falos mais ou menos ineficazes), surdos mesmo. Não é possível a barbaridade, pois não é possível que o pior surdo se barbarize. Ah, os obtusos: o pior surdo é quem não quer ouvir? Quiçá eu deva dizer que o pior surdo é quem não sabe ouvir. Murad quer ouvir, eu quero, não sei se consigo. Beethoven sempre quis ouvir, foi constrangido por uma limitação física, mas, graças à música ser, sim, física, ouviu sempre, e fez-se ouvir sempre que bons ouvintes o ouviram. Ouçam: como um bocó que sai pela rua com seu telefone fazendo as vezes de radinho pode ser bom surdo, ou não surdo? Ele foi adestrado, num processo educativo perverso, a fazer o que faz. Exemplo: algumas publicidades desse tipo de aparelho jactam-se da potência dos alto-falantes. Como se defende o consumidor? Não se defende, pois é um consumidor, e nem sabe que podia defender-se, nem sabe que está sendo apenas um consumidor. Coisa triste. Ele é surdo. E consome. Ouvir, que é bom, não. É evidente que não posso mais cogitar a velha ideia de falta de educação. A prática que lamento torna-se progressivamente comum, e depara-se com a surdez do transeunte que não se importa com o barulho saído do carro que passa, ou com o sonoro telefone de um vizinho de transporte público, todos educados (às avessas). Ouçam: o pior surdo não é o mal-educado, pois não é a falta de educação que vem ao caso – grosseria decerto sim, falta de educação musical, claro (mesmo porque o som muito alto só agrada a quem não percebe que este volume, nos casos em questão, distorce a qualidade da música); não, porém, o sentido mais comum do velho sintagma “falta de educação”. Surdos de parte a parte não verificam a grosseria que há na grosseria. Eles são resultado de uma pedagogia do adestramento. O querer tem limites, e o pior surdo, afinal, coitado, é quem não sabe ouvir, e, portanto, sequer tem direito a querer, sequer tem direito a desfrutar de limites. Este é surdo, e surdo ficará até para princípios da acuometria. A outra acuometria, a que indica se o indivíduo é ou não capaz de ouvir o surdo Beethoven, também dará negativo. Mas o surdo Beethoven, ouçam, está vivo, e ainda é o melhor surdo, pois quer ouvir, quer-nos ouvintes. Ouçamo-lo, ouçamos. 1 BARRENTO, João. Do nosso tempo. In. O mundo está cheio de deuses – crise e crítica do contemporâneo. Lisboa: Assírio & Alvim, 2011. pp. 178-180.
Maio / Junho 12
f o r u mDEMOCRATICO
41
r e f l e x ã o
e s p o r t e s
Danielle Lima daniellecomunicacao@gmail.com
Superação sem fronteiras
M
otivada pela proximidade dos Jogos Paralímpicos de
conhecida, conquistou em janeiro deste ano a medalha de prata na
Londres, decidi reunir dados e fatos de atletas brasileiros
Copa do Mundo de Esgrima em Cadeira de Rodas, na Alemanha,
e italianos que irão se encontrar na capital britânica para disputar
com a particularidade de ser a única atleta amputada de braços e
medalhas entre si ou não. Em meio a pesquisas em sites jornalísti-
pernas. O fato de não ir a Londres representar o seu país não a
cos italianos percebi que as matérias sobre pessoas com deficiência
abateu. Ela treina forte em busca de uma medalha paralímpica em
têm, na maioria das vezes, um con-
2016, no Rio de Janeiro (leia mais
teúdo focado no quesito superação.
sobre Bebe: http://goo.gl/KzF16).
No Brasil não é diferente. E não tem o porque ser diferente.
Na natação, a Itália levará onze atletas (sete homens e quatro mulheres). Um
Recentemente ouvi um relato de que
número que dá ao país a 7ª posição
gestores públicos de nove municípios
dentro da Europa em atletas compe-
do estado do Rio de Janeiro per-
tindo em Londres. No mundo todo,
correram espaços públicos de suas
a Itália fica em 14º lugar. O Brasil
cidades em cadeiras de rodas ou com
garantiu a ida de 181 atletas aos Jogos
vendas nos olhos com a finalidade de
Paralímpicos 2012 (veja a lista por
experimentarem o dia a dia de uma
modalidades em http://goo.gl/s4d-
pessoa com deficiência. A resposta
vY) e com esta delegação pretende
foi unânime quando afirmaram que
chegar ao 7º lugar no quadro geral de
nunca tinham feito um projeto real-
medalhas. A seleção Azurra estima o
mente acessível. Se a mobilidade já é
all change
26º lugar com 23 medalhas no total.
um desafio na vida de cadeirantes, deficientes visuais e pessoas com
Confira a previsão completa do Comitato Italiano Paralimpico no
mobilidade reduzida, imaginem todo este transtorno agregado ao
link: http://goo.gl/Q9EGu.
trauma de uma doença ou acidente?
Os Jogos Paralímpicos de Londres acontecerão entre os dias 29 de Mas, nem todos – eu diria a maioria dos reabilitados – pensam
agosto e 09 de setembro. A competição será transmitida pela TV
negativamente. A atleta italiana de esgrima em cadeira de rodas
Globo e pelo Canal Sportv. Acompanhe as notícias mais recentes
(scherma in carrozzina) Beatrice Vio é um exemplo de como não
sobre os atletas brasileiros no site do Comitê Paralímpico Brasileiro
vale a pena reclamar da vida por tão pouco. Bebe, como é mais
(www.cpg.org.br). Danielle Lima, jornalista, 25 anos, amante da cultura italiana e apaixonada por esportes.
842
f o r u mDEMOCRATICO
Maio / Junho 12
Segunda mostra de arte e produtos ítalo-brasileiros Nossos Objetivos Intercâmbio entre Brasil e Itália: Divulgar para o Rio de Janeiro o patrimônio histórico, artístico e cultural das diferentes regiões italianas, incentivando as trocas mútuas. Resgate cultural: Valorizar a relação entre os dois povos ao longo da história da cidade de Rio de Janeiro e também na base das regiões de origem dos emigrantes italianos. Propagar a presença da Itália no Rio de Janeiro em todos os âmbitos. Criar oportunidades de negócios entre o Brasil e a Itália, a partir da área cultural e artística.
Organização: Associação Anita e Giuseppe Garibaldi, Instituto Tocando em você, Fabbra, UIM (União dos Italianos no Mundo), Associação de Amizade Brasil Itália.
Nossas Atrações Ópera “As mulheres de Nelson”, Trio Felice Del Gaudio, Orquestra Tocante com Roberto Menescal, Quarteto Universalis, Trio Adriano Giffoni. No evento funcionará uma mostra, mercado de produtos típicos e novidades. Serão convidadas as regiões do “Programa Brasil Próximo” para divulgar ações desenvolvidas com o Governo Federal. Exposição multimídia “BRASITALIA: fotógrafos e artistas plásticos na revista Forum Democratico” com imagens apresentadas na publicação desde 1999. No Consulado teremos uma obra de cada artista e fotógrafo. Veja mais no site http://www.brasitaliario.com.br
Dias 19, 20 e 21 de outubro de 2012, das 11h às 0h. Praça Virgílio De Melo Franco, Centro, Rio de Janeiro
Invista na 2a Brasitalia: PRONAC no 122237 do Ministério da Cultura, autorização de captação R$ 693.871,41 pelo artigo 18 da Lei Rouanet, que permite o desconto de 100% do valor do patrocínio.
REMETENTE: Associação Anita e Giuseppe Garibaldi Av. Rio Branco, 257 sala 1414 Cep. 20040-009 Rio de Janeiro forum@forumdemocratico.org.br
Maio / Junho 12