Revista Forum Democratico

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Pubblicazione dell’Associazione per l’Interscambio Culturale Italia Brasile Anita e Giuseppe Garibaldi • Nº 121-122 Ano XIII - Novembro / Dezembro 12 - R$ 10,00 PODE SER ABERTO PELA ECT

E MAIS: ENTREVISTA • HISTÓRIA ITALIANA • TURISMO • CINEMA • ARTES PLÁSTICA S • FOTOGRAFIA



NOSSA CAPA

D E M O C R A T I C O A n o X I I I - N o 1 2 1 - 1 2 2 - N o v e m b r o / D e z e m b r o 2 0 1 2

05

agenda cultural

17

às compras

05 Os melhores eventos estão aqui.

17 Aproveite nossas sugestões imperdíveis.

06

18 encarte

editorial

06 Com Bersani para reconstruir a Itália.

18 “Niente altro che amare”, di Amneris Di Cesare.

08

22

comunità

Italia

08 Brasitalia 2013.

Storia italiana

08 Primarie Centrosinistra.

22 Un sambista italiano a São Paulo: Adoniran Barbosa.

08 Congiuntura Brasile. 09 Congiuntura Italia. 09 Comites/RJ. Tentativo di evitare la chiusura. 10 Brasitalia 2012 em imagens.

11

gastronomia

11 Panino de berinjela

12

turismo

12 Porto Alegre: Culta, alegre e pródiga em possibilidades. Marisa Oliveira

16

Italia 26 Eleições políticas na Itália. Emigrazione 28 Federico Riosa: Anos Dourados. Brasil 30 Rio de Janeiro - Duas vezes educação.

34

cultura

Fotografia 34 “Abalou Seu Povo 2012”, ensaio de Márcio RM. Artes Plásticas 38 Mariane Monteiro, “A arte é a minha fala”.

cultura

Literatura 16 “Pequeno Segredo”, de Heloisa Schurmann.

Marisa Oliveira

Reflexão 42 Ponta de Faca, Excremento de Urubu. O Enigma da Arte. Vicente de Percia

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www.forumdemocratico.org.br


expediente

La rivista Forum Democratico è una pubblicazione dell’Associazione per l’interscambio culturale Italia Brasile Anita e Giuseppe Garibaldi. Comitato di redazione Giorgio Veneziani, Andrea Lanzi, Arduino Monti, Mauro Attilio Mellone, Lorenzo Zanetti (em memória). Direttore di redazione Andrea Lanzi Giornalista Responsabile Luiz Antonio Correia de Carvalho (MTb 18977) Redazione Avenida Rio Branco, 257/1414 20040-009 - Rio de Janeiro - RJ forum@forumdemocratico.org.br Pubblicità e abbonamenti Telefax (0055-21) 2262-2934 Revisione di testo (portoghese) Marcelo Gargaglione Lopes, Clara Salvador. Hanno collaborato: Cristiana Cocco, Marisa Oliveira, Vicente de Pércia. Logotipo: concesso da Núcleo Cultura Ítalo Brasileira Valença Stampa: Gráfica Opção Copertina: Tiago Morena Impaginazione: Tiago Morena Patrícia Freitas Sambacine Produções Ana Maria Moura

Nota do Editor Eleições, Ano Novo, dicas e muitas histórias

O

tema eleições políticas na Itália, já abordado na edição anterior, busca refletir, na atual edição, sobre a possibilidade de o secretário geral do Partido Democrático vir a ser o futuro primeiro ministro. Às vésperas da grande temporada de férias, Porto Alegre, paralelo 30’, com seus tus e chês, se revela como destino prá lá de interessante para os turistas. A Porto Alegre, tchau! Fotografias de Flavio Damm e de vários fotógrafos que trabalharam para a revista O Cruzeiro são excelentes dicas culturais, bem como Esta criança, peça em cartaz até janeiro de 2013, no Centro Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro. © Raymond Depardon/MagnumPhotos/Latinstock Brasil Fotografia também é tema da seção Às Compras: o livro Magnum Contatos, editado no Brasil pelo Instituto Moreira Salles, é uma edição belíssima e original, histórica mesmo, pelas tirinhas de fotos, chamadas contatos, e pelas imagens registradas por fotógrafos do mundo inteiro para a agência de fotografia Magnum. Na seção Literatura, Pequeno Segredo traz um comovente relato de Heloisa Schurmann sobre Kat, sua filha adotiva, soropositiva, falecida em 2006. Heloisa, grande navegadora, nos conduz agora, entre alegrias e sofrimento, por mares de generosidade, afeto e dedicação. Federico Rosa é o entrevistado da Emigração e nos conta suas histórias e experiências vividas desde a Rhodesia, África do Sul, Teerã, Irã, passando pela Itália, até chegar ao Brasil. Com olhar sensível, Federico, em suas respostas, oferece uma opção de leitura muito agradável. Nesta última edição de 2012, a Forum Democratico apresenta o projeto Dupla Escola, com a assinatura da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústrias e Serviços, que abre excelente perspectiva para nossos jovens, para o mercado de trabalho do estado do Rio de Janeiro e para os parceiros empreendedores. E para encerrar, os gourmets e os gourmands não podem deixar de experimentar le pizze e i panini da Prima Farina. Acreditem! Feliz Ano Novo!!!!

Dados internacionais de catalogação na fonte (CIP) Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia Forum Democratico/ Associazione per l’insterscambio culturale italo-brasiliano Anita e Giuseppe Garibaldi - No.0 (mar. 1999) - Rio de Janeiro: A Associazione, 1999 - v. Mensal. - Texto em português e italiano - ISSN 1516-8123 I. Política - Itália - Brasil - Periódicos. 2. Difusão cultural Itália - Brasil - Periódicos. I. Associazione per l’interscambio culturale italo-brasiliano, Anita e Giuseppe Garibaldi. CDU 32:316.7(450 + 81)(05)

Carta do leitor “Muito interessante esse modelo de ter representantes do Parlamento italiano no estrangeiro, votados pela comunidade que vive fora da Itália. O candidato Fausto Longo a respeito levanta questões interessantes, como a pouca comunicação por parte das autoridades, de modo que os eleitores, todos eles, possam vir a fazer valer seus direitos. Em função disso, creio que as instituições, como as associações representativas, deveriam promover debates com os candidatos e estimular o comparecimento dos eleitores aos eventos.” Fabio Baptista, em conversa, outubro de 2012.

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agenda cultural

EXPOSIÇÃO Flávio Damm em preto e branco Flávio Damm – Passageiro do Preto & Branco – Fotografias 1946-2012: 80 fotografias de um dos mais experientes fotojornalistas do Brasil por um período de 65 anos de registros. Todas as fotos que compõem a exposição são em preto e branco e não passaram por nenhum tipo de edição ou cortes, ao estilo do francês Henri Cartier-Bresson, um dos artistas mais influentes da história da fotografia, de quem Flávio Damm é admirador e seguidor. Gaúcho, Flávio Damm começou a fotografar com 14 anos. Trabalhou por mais de 10 anos na revista O Cruzeiro, e teve fotos publicadas em jornais e revistas do mundo todo. É colunista de fotojornalismo da revista Photo Magazine e está trabalhando no livro Vejo Lisboa. Seu arquivo possui 60 mil negativos em preto e branco. Só opera com luz ambiente e em formato 35 mm. Não utiliza equipamento digital e nunca fotografou em cores.

Foto: Flávio Damm

CAIXA Cultural RJ - Galeria 2 – Av. Almte. Barroso, 25, Centro, RJ, Tel.: (21) 3980-3815; Horários: de 3ª a Dom, das 10h às 21h, Ingressos: Entrada franca, classificação livre. Até 27 de janeiro de 2013

Fotojornalismo: Um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960) As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960), oferece mais de 400 imagens e matérias que revelam a história da principal revista ilustrada brasileira do século XX, e que foi decisiva para a implantação do fotojornalismo no país. A exposição tem como fio Fidel Castro, 1959. Rio de Janeiro, RJ. condutor a relação entre Luiz Carlos Barreto/Acervo Luiz Carlos Barreto as imagens produzidas pelos fotógrafos e as fotorreportagens tal como foram publicadas. Essa abordagem tem como foco as décadas de 1940 e 1950, período de maior atividade e difusão da revista. Na exposição, serão apresentadas algumas das contribuições de Jean Manzon, José Medeiros, Peter Scheier, Henri Ballot, Pierre Verger, Marcel Gautherot, Luciano Carneiro, Salomão Scliar, Indalécio Wanderley, Ed Keffel, Roberto Maia, Mário de Moraes, Eugênio Silva, Carlos Moskovics, Flávio Damm e Luiz Carlos Barreto. Muitas das imagens pertencem ao acervo Instituto Moreira Salles. Outras foram cedidas por outros arquivos, como o do jornal Estado de Minas, da Fundação Pierre Verger, APESP (Acervo Público do Estado de São Paulo), entre outros. Publicada pelos Diários Associados, empresa de comunicação pertencente a Assis Chateaubriand, a revista O Cruzeiro foi lançada em 1928 como uma publicação semanal de variedades, de circulação nacional. Tornou-se um dos mais influentes veículos de comunicação de massa que o país já conheceu. No início da década de 1940, incorporou o modelo da fotorreportagem, tornando-se pioneira na implantação do fotojornalismo no Brasil.

TEATRO Esta Criança Esta Criança estrutura-se em dez cenas curtas e apresenta como tema único, ao mesmo tempo fragmentado em diferentes aspectos de abordagem, a relação entre pais e filhos. Constrangedoras, engraçadas, tristes, estranhas, as situações de morte, nascimento, adoção, abandono, agressão, desabafo, ilustram pontos cruciais e eternos na vida dos personagens sem nome, reconhecidos apenas pelas relações de parentesco que se tornam aparentes no desenvolvimento dos diálogos. A montagem da peça do dramaturgo e diretor francês Joël Pommerat é uma iniciativa da atriz Renata Sorrah e da Cia. Brasileira de Teatro. No palco, sem protagonismos, os atores Giovana Soar, Ranieri Gonzalez, Edson Rocha e Renata Sorrah se revezam em 22 personagens. Foto Divulgação Factoria

CCBB – End.: Rua 1º de Março, s/nº, Centro, RJ; Tel.: (21) 3808-2020; De 4ª a Dom., às 19h; até 27/01/2013; Ingressos a 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia). Classificação: 16 anos; Duração: 90 min; Capacidade: 150 lugares.

IMS/SP – Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis, Tel.: (11) 3825-2560; Horários: e 3ª a 6ª, das 13h às 19h; Sáb., Dom. e Feriados, das 13h às 18h, Ingressos: Entrada franca, classificação livre. Até 31 de março de 2013. Mais Informações: www.ims.com.br / www.blogdoims.com.br

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editoriale

Con Bersani per ricostruire l’Italia.

P

ier Luigi Bersani, segretario del Partito Democratico, dopo aver sfiorato la maggioranza dei consensi al primo turno delle primarie, ha

superato con largo margine di voti (oltre 60%) lo sfidante Matteo Renzi al ballottaggio. Le primarie sono state organizzate dal centro sinistra (Partito Democratico, Partito Socialista Italiano, Sinistra e Libertà) per scegliere il candidato a guidare il governo alle elezioni politiche del 2013. Sono state molto utili per far partecipare – all’insegna dello slogan “Italia bene comune”- la base degli iscritti e dei simpatizzanti ad una delle decisioni fondamentali per vincere la campagna elettorale nel 2013. Mentre il centro sinistra da questa prova di maturità, le forze politiche di destra soffrono una pesante crisi di identità; la Lega Nord, che aveva costruito gran parte del successo al grido di “Roma ladrona”, si è vista costretta a sostituire il capo della prima ora, Umberto Bossi, colto in fallo proprio sull’uso personale dei finanziamenti statali al partito; il Partito delle Libertà,

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mentre i sondaggi elettorali lo vedono in continua diminuzione, ha sofferto

ALBA (Alleanza lavoro, beni-comuni, ambiente), Marco Revelli,

negli ultimi mesi per i rapidi cambiamenti di opinione e di linea politica del

Lucio Gallino, Paul Ginsborg, insieme a preti di strada come Andrea

suo padre-padrone, Silvio Berlusconi; quest’ultimo ha vinto il braccio di

Gallo e artisti come Sabina Guzzanti e Moni Ovadia. Gli arancione

ferro con il segretario Angelino Alfano, che voleva convocare le primarie

si presenteranno autonomamente –con il rischio di disperdere voti

del centro destra che avrebbero di fatto archiviato l’era berlusconiana.

visto l’attuale sbarramento del 5% dei voti per entrare in parlamen-

Berlusconi ha deciso di non realizzare le primarie e di candidarsi alla guida

to- o troveranno spazio nelle liste di centro sinistra? Per il centro

del governo, mantenendo l’attuale legge elettorale. Nello stesso tempo ha

sinistra la sfida più importante non solo per vincere le elezioni ma

tolto l’appoggio al governo Monti che ha deciso di dimettersi subito dopo

per poi governare ricostruendo l’Italia, è darsi un programma che

l’approvazione della legge finanziaria. Poco prima di questi avvenimenti, le

su questioni di fondo sia di cambiamento non solo rispetto alla

elezioni in Sicilia hanno visto l’elezione a governatore di Rosario Crocetta

drammatica eredità berlusconiana ma anche rispetto alle politiche

del Partito Democratico e l’affermazione del movimento di Grillo, diven-

del governo Monti, in particolare per quanto riguarda la previdenza,

tato il primo partito. La creatura politica di Grillo, il Movimento 5 Stelle, si

il mercato del lavoro in cui aumenta la precarietà, la riduzione della

prepara ad entrare in parlamento con un numeroso gruppo di deputati

spesa sociale. Far pagare le imposte a chi non le ha mai pagate ed

e senatori; una volta presente nelle istituzioni si tratta di vedere come

aumentarle per i redditi più elevati, ridistribuendo la ricchezza, non

concilierà questa presenza con il fatto di non essere una forza politica

è un manifesto eversivo ma le politiche adottate in Francia e negli

tradizionale, anzi di rappresentare la protesta antisistema e antipartiti; ossia

Stati Uniti. Anche per quanto riguarda gli italiani all’estero – pur

cosa farà in parlamento oltre a ripetere gli slogan del proprio inventore?

tenendo conto delle specificità territoriali – il centro sinistra deve

C’è infine la variegata galassia del “movimento arancione” con i sindaci

definire le sue priorità come hanno fatto nel precedente numero

di Napoli, Milano e Palermo (De Magistris, Pisapia e Orlando); la FIOM,

della nostra rivista il deputato Fabio Porta e il candidato al senato

i metameccanci della CGIL, guidati da Maurizio Landini; i professori di

Fausto Longo.

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ee d i tt oo rri iaal l

Com Bersani para reconstruir a Itália. centro-direita, que, de fato, teriam arquivado a era Berlusconi; este decidiu não convocar as prévias e de se candidatar a presidir o governo, sem mudar a atual lei eleitoral. Ao mesmo tempo tirou o apoio ao governo Monti que decidiu se demitir do cargo de primeiro ministro, logo depois de aprovada a lei orçamentária. Pouco antes destes acontecimentos, nas eleições na Sicília foi eleito governador Rosario Crocetta, do Partido Democrático e o movimento de Grillo foi o mais votado. A criatura política de Grillo, o Movimento 5 Estrelas, se prepara para ingressar no parlamento com um numeroso grupo de deputados e senadores; uma vez que estará presente dentro das instituições, como conciliará esta presença com o fato de não ser uma força política tradicional, representando, pelo contrário, o protesto contra o sistema e os partidos; ou seja, o que fará no parlamento além de repetir os slogans do seu criador? Temos, enfim, a variada galáxia do “movimento laranja” com os prefeitos de Nápoles, Milão e Palermo (De

P

Magistris, Pisapia e Orlando); a FIOM, os metalúrgicos da CGIL (Confede-

ier Luigi Bersani, secretário do Partido Democrático, depois

ração Geral Italiana do Trabalho), dirigida por Maurizio Landini; os profes-

de ter quase obtido a maioria dos votos no primeiro tur-

sores da ALBA (Aliança trabalho, bens comuns, meio ambiente), Marco

no das prévias, ganhou com ampla margem (mais de 60%) do

Revelli, Lucio Gallino, Paul Ginsborg, juntos com os padres de rua (ndr: que

contendente Matteo Renzi no segundo turno. As prévias foram

trabalham com os marginais) como Andrea Gallo e artistas como Sabina

organizadas pela centro-esquerda (Partido Democrático, Partido

Guzzanti e Moni Ovadia. Os “laranjas” se apresentarão autonomamente –

Socialista Italiano, Esquerda e Liberdade) para escolher o candida-

com a possibilidade de desperdiçar seus votos pela atual barreira de 5% dos

to a primeiro ministro nas eleições políticas de 2013. Resultaram

votos para entrar no parlamento – ou acordarão um espaço nas chapas de

muito úteis para fazer participar – com base na palavra de ordem

centro-esquerda? O desafio maior para a centro-esquerda, não apenas para

“Itália bem comum” – a base dos afiliados e dos simpatizantes numa

vencer, mas para depois conseguir governar reconstruindo a Itália, consiste

das decisões fundamentais para vencer na campanha eleitoral de

em ter um programa inovador em questões fundamentais, seja em relação

2013. Enquanto a centro-esquerda deu esta demonstração de

à dramática herança de Berlusconi, seja no tocante às políticas do governo

maturidade, as forças políticas da centro-direita sofrem com uma

Monti, sobretudo na área da previdência, do mercado de trabalho a cada

pesada crise de identidade; a Lega Nord, que tinha construído o

dia mais precário e da redução do investimento social. Obrigar aqueles

seu sucesso ao grito de “Roma ladra”, se viu obrigada a substituir

que nunca pagaram os impostos a pagá-los e aumentar a taxação dos mais

o chefe da primeira hora, Umberto Bossi, flagrado exatamente

ricos, redistribuindo a riqueza: este não é uma chamada revolucionária, são

no uso pessoal dos financiamentos estatais ao partido; o Partido

políticas adotadas inclusive na França e nos Estados Unidos. Também no que

das Liberdades, no momento em que diminui a taxa de consenso

se refere aos italianos residentes no exterior – tendo em conta as diversi-

nas pesquisas, sofreu nos últimos meses por causa das velozes

dades territoriais – a centro-esquerda deve esclarecer as suas prioridades,

mudanças de opinião e linha política do seu “pai-patrão”, Silvio

como fizeram no último número da nossa revista, o deputado Fabio Porta e

Berlusconi; este último ganhou a queda de braço com o secretá-

o candidato a senador Fausto Longo, e apresentar propostas sérias e viáveis

rio do partido, Angelino Alfano, que queria realizar as prévias da

para solucionar estas questões.

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comunità

Congiuntura Brasile.

I

I risultati delle elezioni municipali si prestano a vari commenti; hanno rappresentato la fine politica di José Serra, tanto che nel PSDB – a partire dall’ex presidente Fernando Henrique Cardoso – si chiede ad Aécio Neves di anticipare la sua discesa in campo come candidato alla presidenza della Repubblica; il Partido Socialista Brasileiro vincendo a Fortaleza (contro il PT) e a Recife (contro il PSDB) si conferma il partito che cresce maggiormente;

Rosemary Noronha

infine il Partido dos Trabalhadores, eleggendo Haddad sindaco di San Paolo (aveva iniziato la campagna elettorale con 3% dei consensi nei sondaggi), ha la possibilità di mettere in discussione il primato del PSDB, suo storico avversario. Il ritmo della crescita economica è rallentato anche se la situazione è infinitamente migliore della maggioranza dei paesi sviluppati, dai quali è ripreso un flusso di mano d’opera specializzata verso il Bra-

sile. Mentre il processo del “mensalão” si avvia alla conclusione, la polizia federale ha scoperto un altro episodio di corruzione che coinvolge Rosemary Noronha, la responsabile della sede della Presidenza della Repubblica di San Paolo, e il vice dell’Avvocatura Generale dell’Unione; la presidente Dilma ha disposto l’immediato allontanamento delle persone coinvolte.

Primarie Centrosinistra RIO DE JANEIRO

Brasitalia 2013

D

opo il successo dell’edizione 2012 realizzata nella piazza alle spalle del Consolato Italiano di Rio de Janeiro, BRASITALIA – Mostra de Arte e Produtos ítalo-brasileiros è programmata per il 2013 a fine maggio/ inizio giugno per farne anche occasione per commemorare la Festa della Repubblica Italiana. L´evento – autorizzato per l’articolo 18 della Lei Rouanet a raccogliere reais 1.437.838,00 – sarà realizzato per la terza volta a Rio de Janeiro e per la prima volta a San Paolo. Tre spettacoli teatrali brasiliani saranno presen-

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tati a Roma e a Bologna (fra i quali “Heroi” e “A descoberta das Américas” di Alessandra Vannucci), mentre tre spettacoli italiani di teatro saranno presentati in Brasile (“La nave dei folli”, di Frederica Di Rosa e Elisa Roson; “La luce di dentro. Viva Franco Basaglia”, di Giuliano Scabia e Claudio Misculin; “Visti da est”, di Luca Klobas) . L’Associazione Anita e Giuseppe Garibaldi è l’entità proponente al Ministero della Cultura e lavora in collaborazione con Associazione di Amicizia Brasile Italia, Instituto Tocando em Você, Unione Italiani nel Mondo, Federazione Associazioni Lucane in Brasile. BRASITALIA ha già l’appoggio istituzionale dell’Istituto di Cultura Italiano di San Paolo e del COMITES di Rio de Janeiro.

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nche in Brasile si sono tenute le elezioni primarie per la scelta del candidato del centro sinistra a premier nelle elezioni politiche italiane del 2013. Era possibile votare per via telematica e anche nelle urne allestite a Porto Alegre, Curitiba, Florianopolis, San Paolo, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Vitoria. I maggiori consensi sono andati a Pier Luigi Bersani, in sintonia con il voto espresso in Italia. La mancanza di risorse ha impedito, secondo gli organizzatori, di divulgare maggiormente questo importante appuntamento che comunque è servito a rinforzare la presenza delle forze politiche del centro sinistra (Partito Democratico, Partito Socialista Italiano, Sinistra e Libertà) e a farle lavorare insieme.

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comunidade

Congiuntura Italia.

Pier Luigi Bersani

D

opo le primarie del centro sinistra, il Partito Democratico è dato nei sondaggi al 38%. Nello stesso tempo la Lega Nord oscilla intorno al 5% - con possibilità di non superare la soglia di sbarramento - mentre sono in diminuzione sia Italia dei Valori, dove Di Pietro non appare più in grado di dirigere in solitudine il partito, sia il Movimento 5 Stelle, che comunque è dato al 15%. Berlusconi, il cui partito è stimato sotto il 20%, ha

deciso di ricandidarsi alla guida del governo – azzerando le primarie del centro destra, tanto volute da Angelino Alfano- e di uscire dalla maggioranza che appoggia il governo Monti. A questo punto la cosa più probabile è che si voti il 17 di febbraio sia per il nuovo parlamento nazionale sia per le elezioni regionali in Lazio, Lombardia e Molise. Con l’annuncio delle dimissioni di Monti, dopo l’approvazione della legge di bilancio, il quadro

politico ha subito una accelerazione. Non si possono sottovalutare le capacità di convincimento dell’ex presidente del consiglio, ancora in grado di schierare i mezzi di comunicazione di sua proprietà; soprattutto in presenza di una situazione economica e sociale grave che permetterà a Berlusconi di usare a piene mani la vena populista in cui è un maestro.

RIO DE JANEIRO

Comites/RJ. Tentativo di evitare la chiusura.

I

l Comites di Rio de Janeiro, da sempre uno dei più attivi nel rispondere alle necessità della comunità italo brasiliana, sta attraversando una grave crisi economica originata dalla diminuzione del finanziamento statale. La legge istitutiva degli organismi di rappresentanza elenca una ampia serie di compiti che devono essere svolti dai Comites. Il Comites di Rio de Janeiro ha, dall’inizio delle proprie attività, predisposto un efficente servizio di ricevimento del pubblico in particolare per le richieste di riconoscimento della cittadinanza aiutando, solo in questo tipo di pratiche, oltre 10.000 famiglie. Le spese di funzionamento sono sempre state estremamente contenute, comprese quelle di viaggio per permettere ai consiglieri che risiedono fuori da Rio de Janeiro di partecipare alle 4 riunioni previste dalla legge. La riduzione, a partire dal 2010, del finanziamento ha creato una posizione debitoria che nell’ultima riunione dell’organismo si è deciso di affrontare sia chiedendo un finanziamento straordinario – che è stato autorizzato nei giorni scorsi dal Ministero degli Esteri- sia realizzando iniziative di autofinanziamento.

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comunità

Brasitalia 2012 em imagens

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gastronomia

Prima Farina Rua São João Batista, 21 Botafogo, RJ. Tel.: (21) 2237-1800 / 2286-4519 Horário de funcionamento: 3ª a domingo das 18h à 0h. Entregas: Botafogo, Humaitá, Fonte da Saudade, Jardim Botânico, Copacabana, Flamengo e Laranjeiras. www.primafarinapizzaria.com.br Foto: Divulgação / Prima Press

Panino de berinjela entre histórias e afetos

M

isturados aos sabores de que provamos ao experimentarmos as delícias que estão ao nosso alcance, sempre tem as histórias. Entre muitas das minhas sortes, convivi, no prédio onde passei minha infância e adolescência, com d. Julinha (Julieta) e d. Maria. Mãe e filha sicilianas. Com elas conheci - antes dessa nova onda de restaurantes, chefs e produtos originais - muitas delícias da culinária italiana. Pasta feita em casa, molho de tomate, doces de mel, empiolatti e berinjela. Essa última totalmente diferente do que virou febre nos antepastos. Era al dente, pedaços largos, com fios de azeite e pimenta

calabresa. Segundo elas todos os produtos eram comprados em um fornecedor da Rua Buenos Aires, centro do Rio de Janeiro. Tenho saudades delas e dos sabores que produziam. Recentemente, outra sorte: provei da pizza do Prima Farina. Que alegria! A massa perfeita, o molho sem acidez (igualzinho ao da d. Julinha), no ponto e na medida. De-li-ci-o-sa! Em uma banda, os funghi shitake e paris refogados no alho e vinho branco com orégano e azeite extra virgem: dos deuses; e, na outra banda, o maravilhoso molho de tomate em um casamento perfeito com o presunto de Parma e a rúcula

fresca, salteados com azeite extra virgem: impe-cá-vel! Não satisfeita, com o olho maior do que a boca, pedi um panino gorgonzola. Comi de joelhos, como se diz. O pão ciabatta quentinho e macio abrigava uma mistura de gorgonzola com fatias de presunto copa gratinado no azeite extra virgem. Indescritível. Só provando. Tudo ideia do Flavio Duarte*, a quem tentei telefonar para agradecer ter me proporcionado de novo os sabores da d. Julinha e da d. Maria, mas não consegui, pois estava atarefado nas lidas dos preparos. (M.O.).

Panino de berinjela Ingredientes

Modo de preparo

- 1 pão ciabatta - 120g de queijo de cabra cremoso - 5 folhas de hortelã picadas - 20ml de azeite extravirgem - 100g de marinado de berinjela

Deposite azeite extravirgem, balsâmico, alho, sal, açúcar e hortelã em um recipiente. Tempere a berinjela com sal e pimenta do reino e coloque-a na grelha com um fio de extravirgem. Após grelhar, na mistura do marinado, acrescente a berinjela e deixa-a dormir na geladeira por um dia.

Para fazer o marinado de berinjela - 100g de berinjela - 60ml de azeite extravirgem - 10ml de aceto balsâmico - 1 dente de alho cortado em tiras - 6 folhas de hortelã - pitada de sal - uma pitada de açúcar - pimenta do reino preta moída a gosto

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Montagem Abra o pão e coloque um fio de extravirgem em cada fatia, adicione a metade do queijo de cabra cremoso, coloque a berinjela e o restante do queijo por cima. Feche o sanduíche e leve ao forno para gratinar. Retire, abra e salpique a hortelã fresca por cima do queijo. Sirva-se!

* Flavio Duarte, pizzaiolo que integrou a primeira turma exclusivamente de brasileiros do Italian Culinary Institute for foreigners - ICIF, no Piemente, Itália, decidiu criar um serviço de entrega de pizzas a serem feitas com produtos selecionadíssimos e de qualidade indiscutível, convicto de que é isso que faz toda a diferença: farinha 00, azeite extra virgem, legítimo presunto de Parma, molho de tomate pelati e outras iguarias. São 16 sabores preparados com massa fina e crocante. Mas como nem tudo é perfeito, o Flavio não dá a receita da pizza - vocês terão que tirar a teima pedindo delivery. Porém, sempre tem um porém, ele nos passou a receita do panino de berinjela, que é para ninguém botar defeito.

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t u r i s m o

CULTA, ALEGRE E PRÓDIGA EM POSSIBILIDADES

Porto Alegre

Foto: Mercado Público a Noite, Ivo Gonçalves/PMPA

Marisa Oliveira

Formada por uma mistura de culturas europeias, em especial portugueses, italianos e alemães, e o viés indígena dos guaranis, Porto Alegre está na região de extensas planícies que dominam a paisagem do sul do Brasil, parte da Argentina e do Uruguai. É este o cenário dos Pampas, de tradição pastoril, onde nasceu o gaúcho, figura histórica e lendária a quem são atribuídas qualidades de bravura e espírito guerreiro pelas batalhas, revoltas e guerras que empreendeu no início do século XIX, em busca da independência do estado do Rio Grande do Sul contra o Império Português.

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t u r i s m o

A cidade a seus pés Caminhar ao ar livre é uma opção muito agradável numa cidade que tem nas ruas e avenidas, em média, uma árvore para

cada um de seus 1,4 milhão de habitantes, além de oito grandes parques que formam verdadeiros oásis em meio à agitação urbana. Começando pelo Centro Histórico, hoje uma

região revitalizada, conhecem-se espaços culturais, igrejas, palácios e monumentos, como o Memorial do Rio Grande do Sul, o Museu de Artes do Estado, o Santander Cultural, com bar, restaurante, café e cinema, todos colados à histórica Praça da Alfândega. A região da Praça da Matriz, museu a céu aberto, abriga a Catedral Metropolitana e o Palácio Piratini, com seus afrescos, o Solar dos Câmara e o Theatro São Pedro, a menina dos olhos dos gaúchos. Com uma circulação de mais de 100 mil pessoas, o Mercado Público Central (1869) oferece produtos típicos regionais, frutas, carnes, temperos, erva-mate, café de várias procedências e o peixe mais fresco da cidade, além de vinhos e cachaças. Neste espaço, destacam-se os restaurantes centenários Gambrinus e Naval. Ao lado: Aspecto do Centro Histórico, Alfonso Abraham. Abaixo: Chimarrão, bebida típica dos gaúchos e o Lago Guaiba, Alfonso Abraham.

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t u r i s m o

Foto: Mercado Público integra o Centro Histórico de Porto Alegre, Alfonso Abraham.

Ao ar livre Nos finais de semana, o ponto de encontro para sol e chimarrão são os parques: o da Redenção, o mais emblemático, que abriga uma feira livre de artesanato e de antiguidades, Moinhos de Vento, Harmonia, Germânia e Marinha do Brasil. São 134 ha de área verde. Mas para todos os dias, o lago Guaíba é referência. Há passeios turísticos de barcos, a partir do Cais da Usina do Gasômetro, Cais Mauá e da praia de Ipanema. Uma bela vista, um belo pôr de sol. Sem contar que a área do cais do porto foi renovada e oferece opção de lazer, de gastronomia e de cultura. Foto: Bares do bairro Moinhos de Vento, Alfonso Abraham.

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Novembro / Dezembro 12


t u r i s m o

Ao lado: Arquitetura do português Álvaro Siza no Museu da Fundação Iberê Camargo, Fábio Del Re. Abaixo: Praia de Ipanema na Zona Sul de Porto Alegre une lazer e esportes náuticos, Alfonso Abraham.

Arte, cultura e muito mais A Casa de Cultura Mario Quintana e a Fundação Iberê Camargo são paradas obrigatórias no roteiro cultural da cidade. O Museu de Ciência e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do RS oferece mais de 800 experimentos científicos e tecnológicos e é considerado referência na América Latina. Mas Porto Alegre vai mais longe com sua rota de Caminhos Rurais: pequenas propriedades agroecológicas que produzem uvas e vinhos, oferecem hospedagem, trilhas, passeios a cavalo, entre outras atividades.

Acima: Área externa do popular Mercado Público no Centro Histórico, Carmem Gamba. Ao lado: Casa de Cultura Mário Quintana, Octacílio Dias.

Com uma rede pública de internet sem fio, livre e gratuita, Porto Alegre está conectada com o mundo seja por essa imensa rede virtual, seja através das várias companhias aéreas que operam na cidade. Assim, a capital mais meridional do Brasil (latitude 30º), com uma temperatura média anual de 19,5º C, com invernos frios (2º a 20º, com ventos) e verões prá lá de quentes (máximas de 35ºC), está lá, à espera de seus visitantes, com seus tus e chês, com suas cuias e gaúchos, sorridente e amável, conectada com o presente e com o futuro.

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c u l t u r a

l i t e r a t u r a Marisa Oliveira

Pequeno Segredo Seja por decisão própria ou por causa do destino, quem sabe até por um pouco de cada uma dessas coisas, a vida de Heloisa Schurmann transformou-se em uma aventura como poucas, quando ela e a família (marido e três filhos) trocaram a terra firme por um veleiro. Três décadas depois, os filhos cresceram, bateram suas próprias asas, e seguem suas próprias vidas, como é de praxe. Conheceram todos os continentes, tornaram-se referência. Agora, em 2012, Heloisa Schurmann vem a nós e abre seu coração para contar um pequeno segredo: a história da sua filha adotiva Kat, soropositiva, que

Pequeno Segredo Autora: Heloisa Schurmann Editora: Agir Páginas: 288 Preço: R$ 29,90

faleceu em 2006. Uma lição, uma declaração de amor incondicional, um desabafo - cada leitor verá esse relato à sua própria maneira. No geral, é possível dizer o amor, os laços de família, os sentimentos que se têm pelos seres que amamos é de longe o porto seguro, a reta de chegada, o que nos faz de fato felizes. A autora, em Pequeno Segredo, ainda que não tenha consciência, reafirma uma das mais marcantes características da família Schurmann, a generosidade: de entrega, de amor, de partilha, de aceitação, de lealdade e, sobretudo, de compartilhar conosco, leitores, “a aventura da vida”, tão particular desse grupo familiar.

Quem é Heloisa Schurmann? Heloisa Schurmann, nascida no Rio de Janeiro, é autora e navegadora. Graduada em Língua Inglesa pela New York University, fundou uma escola de idiomas em Santa Catarina, onde chegou a ter mais de mil alunos. Apaixonada pelas histórias marítimas de Júlio Verne, deixou a carreira sólida para, nas últimas duas décadas, viver o sonho de navegar em duas voltas ao mundo junto do marido e os quatro filhos, Pierre, David, Wilhelm e Kat. A paixão pela língua, no entanto, não foi abandonada: ela já publicou outros quatro livros sobre a história da família Schurmann e suas viagens.

D E M O C R A T I C O

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às compras

Os contatos da Magnum revelando o mundo Após ter sido editado na Alemanha, França, Inglaterra e EUA, o livro Magnum Contatos, organizado por Kristen Lubben, curadora do International Center of Photography (ICP) de Nova York, chega ao Brasil em edição do Instituto Moreira Salles. São 139 folhas de contatos que integram suas 435 imagens e revelam como 69 profissionais de uma das mais importantes agências de fotografia do mundo captaram e editaram suas melhores imagens ao longo de 70 anos de história, vistas pelas lentes de Henri-Cartier Bresson, Elliott Erwitt e Inge Morath, entre outros, no período compreendido entre 1930 e 2010. Magnum - Contatos não só elogia essa ferramenta, enaltecendo sua importância no processo fotográfico, como expõe os métodos criativos e as estratégias que embasaram algumas das imagens mais icônicas que o mundo já viu: os desembarques na Normandia, em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, por Robert Capa; © Raymond Depardon/Magnum/Photos/ Latinstock os distúrbios em Paris em maio de 1968, por Bruno Barbey; os retratos de Che Guevara, por René Burri; Malcom X, um dos maiores defensores dos direitos dos negros no EUA, por Eve Arnold. Martin Parr, também presente na publicação, define o livro como um “epitáfio da folha de contato”.

Magnum - Contatos Organização de Kristen Lubben Edição do IMS Páginas: 508 Preço: R$ 190,00 34,2 x 28 cm

Onde encontrar: Lojas do Instituto Moreira Salles RJ: Rua Marquês de São Vicente, nº 476, Gávea. Tel: (21) 3284- 7400 / SP: Rua Piauí, nº 844, 1º andar. Tel: (11) 3825-2560 www.ims.com.br / www.blogdoims.com.br

Contatos com a seção Às Compras para apresentação/sugestão de produtos sustentáveis ou demais produtos podem ser enviados para pauta@forumdemocratico.org.br

Natal doce Natal Com temas natalinos, os doces gourmets da Louzieh Doces foram preparados para encantar o paladar: brigadeiro de avelã, cappuccino, crema de avelã com chocolate, casadinho, nozes, figo ramy com macadâmia, brigadeiro de limão e palha italiana.

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Onde encontrar Louzieh Doces - Rua Barata Ribeiro, 391/609 – Copacabana, RJ. Telefone: (21) 2236-2540. www.louziehdoces.com.br

Dica do Rogerio Safra 2008. Esqueçam os Chianti em garrafas com palha que desmerecem a denominação. Descubram os vinhos da denominação Chianti de muito boa qualidade e mude seu conceito. O La Cinciole é um DOCG produzido na região de Panzano, conduzido em agricultura orgânica e que tem um corte de 98% sangiovese e 2% canaiolo. Os proprietários são Valéria Vigano e Luca Orsini que vinificam com esmero e envelhecem este vinho em barris de carvalho francês, com compromisso reafirmado com a viticultura sem pesticidas e com o meio ambiente. Na boca é um vinho elegante, longo com boa fruta e taninos macios. Vai surpreender. Preço: R$107,00 Onde encontrar: www.vinhonline.com.br Confira as promoções.

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Para as festas de final de ano, o espumante francês Saint Hilaire produzido pela cooperativa Sieur d’Arques, no Languedoc. A abadia beneditina de Saint Hilaire, em Limoux, foi o berço do primeiro espumante do mundo, 130 anos antes do monge D. Pérignon, da mesma ordem, fazer sua primeira bolha em Champagne. A Blaquette de Limoux Saint Hila ire é uma homenagem dos viticultores ao local onde foi produzido o primeiro vinho espumante do mundo. Seu corte é de uvas mauzac 85%, chardonnay 10% e chenin branca 5%, o método de vinificação é o tradicional. Na boca, aromas de maçã verde, mel e brioche. Sua espuma delicada envolve bem o palato, seu frescor agradável e sua persistência vão satisfazer os mais exigentes. Preço: R$ 67,35

Onde encontrar: www.vinosyvinos.com.br

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Encarte especial Forum 121-122 - Introduzione alla lettura di brevi testi in Lingua Italiana - Fascicolo LXXVIII

e n c a r t e

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f a s c i c o l o Símbolos utilizados  Informação histórica

 Expressão - locução  “Falsos amigos” ou falsas analogias  Ao fim do parágrafo, há uma janela

Introduzione alla lettura

com informações fora do texto 

Gírias ou expressões fixas

Anglicismos e neologismos

L X X V

di brevi testi in Lingua Italiana

 Dialetos

a cura di Cristiana Cocco

“Niente altro che amare” di Amneris Di Cesare

C

ala la sera. Il faro, dall’altra parte della baia è già acceso e si avvita di

Non ho pianto per le botte di mio padre o per quelle degli uomini che

luce, come sempre a quest’ora, lasciando che la sua scia luminosa

mi hanno preso con la forza, quelli che volevano punirmi. Cinquant’anni

inondi a intermittenza l’acqua calma al largo. Io me ne sto qui, alla fine del

di occhi asciutti come il vento caldo di scirocco che solletica piano la pelle

molo del porto vecchio, appoggiata a una ringhiera di ferro arrugginito

e inaridisce l’erba piegata sotto le sue raffiche. Di nome faccio Maria, e

logorata dal tempo e dalla salsedinei. Guardo lontano, senza sapere bene

stasera ho voglia di piangere. Sono lacrime di gioia, le mie.

né cosa né dove. Mi piace spingermi oltre il limite tra il mare e il cielo e lo faccio spesso, così, solo perché mi vaii. Non c’è una ragione particolare

A’ Zannuta: la dentona. Venivo chiamata così per via degli incisivi sporgenti

nel restare sola, al buio che ormai si fa più profondo, in compagnia del pic-

che ho sul davanti, grandissimi. Si protendono ancora oggi con orgoglio

chiettare lamentoso delle sartieiii e le sirene delle ambulanze in lontananza.

fuori dalle labbra carnose.

Forse è per il fatto che guardare senza nessuna meta, permette ai ricordi

— U’ vi’, u’vi’ a’ cunigghja vi— faceva mio padre quando si rivolgeva a me

di vincere la loro timidezza e uscire indisciplinati dalla mente per mostrar-

— u’ vi’, na’ ciòta fricata è! — una povera scema, ecco cos’ero per lui e

si senza più pudore ai miei occhi, e a me di richiamarli dal loro lontano

per tanti, in paese, e tutto solo perché lo sguardo languido e un po’ svagato

vagare. Sono a’ Zannutaiv, qui in paesev mi chiamavano così, ho 65 anni e

che quei denti sporgenti infondevano al mio viso, mi dava un’espressione

dall’età di quindici non verso una lacrima. Mai più pianto, mai. Né quando

poco intelligente, rendendo la mia faccia simile a quella di una coniglia; e le

Nicolino se ne andò dint’i’l’ànciuli, tra gli angeli, né quando Mimì è partito.

somiglianze con il pacifico animale, non si limitarono a questo. Anche mia

In portoghese ‘maresia’. Il verbo ‘andare’, a parte i suoi vari usi già conosciuti, ha anche una funzione come verbo pronominale, nella lingua parlata o riferita. In questo caso, in portoghese assume il senso di ‘estar com vontade, estar a fim’. Si usa con il pronome (indiretto) sempre in posizione enclitica, ossia prima del verbo, e si coniuga solo alla terza persona, singolare o plurale, di solito al presente o al condizionale (di solito solo nella domanda). Esempio: “Ti va/andrebbe di andare al cinema?” – “No, mi va di più di andare a teatro”. Oppure: “Ti va/andrebbe un caffè?” – “No, mi vanno di più i cioccolatini”. Quindi, si usa con i pronomi indiretti (mi, ti, gli, le, ci, vi, gli), sotto forma di “va/ andrebbe” (davanti a nome singolare o DI + verbo) o “vanno/andrebbero” (davanti a nomi plurali). iii Le sartie sono cavi usati per sostenere trasversalmente gli alberi delle navi. iv Dalla parola ‘zanna’, ossia ‘presa’, no sentido dos grandes dentes dos felinos. Portanto, a protagonista tem dentes proeminentes, como é explicado no texto logo adiante. v Considerando la parola ‘paese’ nel senso di piccolissima città, e non di ‘nazione’. i

“Cunigghja”in siciliano significa “coniglia”.

vi

ii

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Presentiamo il primo romanzo di Amneris Di Cesare. Precedentemente ha ricevuto riconoscimenti per vari racconti; con Cuore in rete ha vinto il concorso Lucca Autori Racconti della Rete; A senhora nel premio Pietro Conti 2006; il racconto Zanna, nell’antologia animalista di beneficienza in favore di Save The Dogs; ha scritto il saggio Mamma o non mamma: la sfida di essere madri nel mondo di Harry Potter. Nel 2008 ha scritto il romanzo breve Misterioso è il cuore e nel 2009 il racconto Vorrei incontrarti tra cent’anni. E’ co-fondatrice di F.I.A.E – Forum Indipendente Autori Emergenti e redattrice freelance delle riviste periodiche femminili Confessioni Donna e Confidenze. In una intervista ha dichiarato, rispetto a come è nato il romanzo che presentiamo: “Ho iniziato a buttar giù la storia, di getto, in preda a una trance creativa che non si arrestò fintanto che non scrissi la parola fine. Quello che doveva essere un racconto di dieci pagine, era diventato un racconto lungo sessanta. Indecisa se ridurlo della “taglia” prescritta, lo inviai a due mie amiche, Livia e Gabriella. Leggono tutto quello che scrivo, Livia è anche la mia editor. Entrambe mi dissero che se avessi ridotto il racconto mi avrebbero tolto il saluto. Di racconti ispirati a Filumena Marturano ne avrei potuto scrivere un altro. Questo lo avrei invece dovuto ampliare e farne qualcosa di più corposo. In effetti Maria a’ zannuta aveva ancora molte cose da raccontarmi, e alla fine è diventato il romanzo che oggi è nato alla stampa.”

madre se ne è sempre vergognata — E‘ n’imbromu, un impiccio, ‘sta figghja

premere e pesare sul bacino. E poi, una volta nati, averli intorno. Anche

nosta, non troverà mai marito! — diceva, e così è stato. Sposata mai, ma

quando piangevano urlanti, di fame, di sete, di cacca addosso. E li ho amati

uomini e figli, tanti ne ho avuti! Ho sempre avuto un bel fisico. Questo

tutti, ognuno in modo diverso, s’intende. Sia i padri che i figli. Io sono una

sì. Alta e dalle curve generose. Una vita stretta che metteva in risalto un

che ama. Che non sa fare altro. A modo mio.

fondoschienavii appetitoso. Anche se per anni mi sono coperta di stracci e mi sono vestita spesso con larghi grembiuli, il mio didietro saltava fuori e

A chiamarmi zannuta ci ha pensato mia madre. Avrò avutoix quattro, cin-

sembrava fare l’occhiolino alla gente. Le donne mi odiavano, gli uomini mi

que anni forse. Sono sempre stata una bambina tranquilla. Mai un pianto

perseguitavano, fischiando, indirizzandomi commenti volgari. Perché io ero

inutile, mai un lamento. Mai un capriccio o una richiesta più insistente di un

una usa e gettaviii. Qualcosa da evitare scuotendo la testa con rassegnazio-

giocattolo o di una cosa buona da mangiare. Ero mite. Dove mi lasciavano

ne oppure usare senza particolare riguardo. Maria a’ zannuta o talvolta a’

potevano star sicuri che lì mi ritrovavano. Mi divertivo a giocare con cose

ciòta, la cretina, quella che bastava una mela o un tozzo di pane per averla.

semplici. Piccoli oggetti trovati per strada: un fil di ferro arrugginito, un roc-

Non so perché, o come, tutto sia iniziato. So che mi piaceva. Fare quella

chetto di filo levigato in punta da diventare una trottola, pietruzze e ciottoli.

cosa, dico, con gli uomini. E ancor più mi piaceva sentire il mio corpo ri-

Avevo trovato cinque sassolini rotondi e bianchi, quasi tutti uguali. Ne

spondere prontamente, facendo germogliare dentro di me il frutto di quella

lanciavo uno in aria, e poi con la stessa mano, raccoglievo gli altri quattro

cosa. Mi piaceva anche avere i figghjòli i’ dinta. Sentirli calciare nella pancia,

rimasti sul terreno. Al secondo giro, ne lanciavo due e ne raccoglievo tre.

Sinonimo di ‘sedere’. Ossia ‘descartável’.

vii

viii

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Il verbo ‘avere’ coniugato al futuro anteriore (o composto) del modo indicativo, come in ‘avrò avuto’, assume il significato di ‘devo aver avuto, probabilmente ho avuto’.

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Encarte especial Forum 121-122 - Introduzione alla lettura di brevi testi in Lingua Italiana - Fascicolo LXXVIII

e n c a r t e

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Encarte especial Forum 121-122 - Introduzione alla lettura di brevi testi in Lingua Italiana - Fascicolo LXXVIII

e n c a r t e

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Poi tre. Sempre meno sul terreno, sempre di più in volo. Mano a mano

allora? Jatevinne, guaglio’, jatevinne! Sciò sciò — si doveva esser resa conto

che aumentavano quelli in aria, diventava sempre più difficile coordinare il

di avermi dato un soprannome poco onorevole, in quel momento mia

movimento per raccoglierli tutti. Arrivavo benissimo fino a quattro. Non

madre. Al paese mio, un soprannome è per la vita, e può perseguitarti,

sono mai riuscita a lanciarli e raccoglierne cinque però. Ma ero la più brava

può condizionare il tuo destino e persino scriverlo. Zannuta fu il mio e da

in quel gioco, e gli altri bambini si facevano intorno e mi guardavano mera-

quel momento non mi ha mai più abbandonato. In qualche momento mi

vigliati, poiché a malapena i più veloci riuscivano a lanciarne e a raccoglier-

ha fatto persino compagnia.

ne tre ancora in volo. Mia madre lavorava in casa e intanto mi sorvegliava. Chissà cosa gli è passato per la testa, forse era contenta della mia bravura,

Sono sempre stata di poche parole. In parte perché temevo di dire cose

della popolarità con gli altri bambini. Fatto sta che – me lo ricordo bene –

stupide e di non saperle dire correttamente, in parte perché proprio, non

mi chiamò dentro, che secondo lei era ora di rientrare.

ho mai amato parlare quando non avevo nulla da dire. Preferivo fare. E se

— Zannuta... Zannu’! Vena ch’è tardi! Zannu’ eddai! — il tono era gentile,

non avevo niente di cui occuparmi, me ne stavo a guardare. Osservavo le

affettuoso. Non ero abituata, si vede, ai gesti d’affetto, perché neppure

cose, le persone, più che altro. Da piccola stavo per ore intere a guardare

di mia madre ricordo un solo bacio o un semplice abbraccio. Non avevo

mia madre alla macchina da cucire. L’unico regalo che mio padre le abbia

capito che stava parlando con me. Continuavo a lanciare in aria i miei

mai fatto.

sassolini, prima uno, poi due, poi tre e poi quattro. Questa volta ce l’avrei

— Vediamo se da questa ne cavix qualcosa di buono! — le aveva detto, la

fatta, ne ero sicura, tutti e cinque per aria e tutti e cinque raccolti ancora

sera che, rientrando dai suoi giri fuori dal paese, le aveva messo in tavola

in volo. Alzai gli occhi al cielo, attenta a prenderli tutti. Chissà che faccia ho

quell’arnese nero, che a guardarlo bene sembrava un coniglio appena

fatto dovevo essere molto concentrata.

scuoiato, e che al posto della coda aveva una manovella che faceva andare

— ZANNUTA! Ma me senta? Venatinne i’ dintra, jamuninne! — aveva

su e giù un ago nella parte del muso — mi è costata assai, ma vedi di farli

urlato forte, riuscendo a scuotere tutti dall’incanto di quel gioco. I bambini

fruttare i soldi che ho buttato per te! — Aveva aggiunto. — e tu — mi

del cortile scoppiarono a ridere tutti quanti assieme. Fu un’esplosione che

aveva poi puntato il dito in mezzo agli occhi minacciosamente — guai a

mi colse alla sprovvista. Fu come svegliarmi. Scostai lo sguardo verso i

te se ti avvicini, capito? Che son cose che costano care queste, e non si

bambini che adesso ridendo a crepapelle mi additavano:

possono rompere, perché nessuno le ripara! Capito bene, zannu’?

— E’ vero! E’ vero, guarda che faccia! Na cunigghjia para! — Restai im-

Quando faceva così, aveva un che di sinistro, di cattivo, che incuteva paura

mobile cercando di capire e non mi mossi neppure quando tutti e cinque i

e rispetto. L’istinto sarebbe stato quello di abbassare lo sguardo, e iniziare

sassolini mi caddero in testa sparpagliandosi per terra. La mia mano, per la

a balbettare. Oh, come l’avrebbe fatto felice! E invece si ritrovava davanti

prima volta, si portò alle labbra nell’intento di nasconderla. Sarebbe stato

una figlia che non solo lo guardava dritto negli occhi ma che addirittura

un gesto che avrei fatto tante, tantissime altre volte.

sembrava sfidarlo. Cosa più semplice per lui, dichiararmi stupida.

— Embe’? Che ne volete fare? Tena ri denti davanti nu pocu sporgenti. E

— U’ vi’, u’vi’ a’ ciòta? — mi indicava con la mano aperta a taglio, il palmo

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Nel senso di ‘ne estrai’, ossia riesci a usarla per un fine positivo, ‘’ qualcosa di buono”, appunto.

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rivolto verso l’alto e quasi all’altezza del mio viso — non solo ha nesciuto

ne voleva dare lui!). La stessa maglia dalle maniche tagliate a casaccio con

fimmena, ma pure na scema mi dovevi fare! — non si rivolgeva mai a me,

le forbici, una volta che, arrabbiato, decise di “farsi il cambio di stagione da

quando doveva dirmi qualcosa o rimproverarmi. Io ero invisibile per lui.

solo”, e sporca di tante cose, ormai una sorta di diario personale: sugo,

Meglio sarebbe stato non fossi mai esistita.

olio per motori, vernice di vari colori, erba, e chissà cos’altro. Aveva dei

— Ma non la vedi? Ti guarda con quegli occhi pisciati... Siamo sicuri che

begli occhi, questo sì. Grandi e rotondi, ma da una certa luce forte, che

capisce quello che vien detto? — Si rivolgeva soltanto a mia madre, quasi

colpiva. Se si arrabbiava, diventavano terribili, perché sembravano scavarti

fosse solo sua la responsabilità di quella disgrazia che era l’avermi messo

nel profondo, ma in genere sembravano quelli di un cucciolo smarrito.

al mondo. E anche gli sbagli che commettevo, erano colpa sua. Per non

Li avrò presi da lui, perché li ho così anche io, e credo abbiano contri-

avermi saputo crescere a dovere. E mia madre zitta, in un muto senso di

buito a darmi un’espressione mansueta, di certo non pericolosa. Quello

colpevolezza che l’avrebbe accompagnata per sempre.

che invece in mio padre rendeva il volto e la persona tutt’intera proprio

— Questa qua è na scema! Dicci come s’ha da comportare, altrimenti la

spaventosa, era la bocca. Sottile sottile, sembrava che il padreterno a un

sdomio di palate! — ha sempre minacciato di picchiarmi, e qualche volta

certo punto si fosse stancato di disegnargli la faccia e alla fine, al momento

l’ha pure fatto. Ma ogni volta deve essere stato per lui comunque una

di decidere per lui che bocca dargli, gli avesse passato di fretta un tem-

sofferenza. Perché non si trovava davanti una persona abbattuta e terroriz-

perino da destra a sinistra, zac! così, e via, verso la creazione di nuove

zata. Ma una “povera cosa” che a ogni schiaffo riprendeva a guardarlo con

persone, nuove facce. Come quando non ti vengono bene le cose che fai

gli occhi umidi ma asciutti, lo sguardo mite e forse rassegnato di chi non

e allora tiri via, giusto per finire in fretta e passare ad altro. Ecco, con mio

può agire diversamente ma non per questo subisce senza fierezza. Non

padre deve aver fatto proprio così. E difatti, quella bocca sottile come un

provai mai paura per quell’uomo rude e senza cuore e non ne provai mai,

graffio, era anche un po’ storta, un ghigno insoddisfatto perenne. Il suo

neppure quando mi picchiava forte. Mai stato capace di un gesto d’affetto

unico amore era la bottiglia. Ogni picciòloxii che incassava lui con lavoretti

per nessuna di noi due. Non era capace di voler bene a qualcuno:

di manovalanza in giro per i paesi vicini, o mia madre cucendo e tagliando

— a’ megghja fimmina vò ‘na paddrata! — la donna migliore bisogna

vestiti, lo spendeva in vino e liquori. L’odore di alcol che usciva dalla bocca

prenderla a pedate, diceva; mia madre se l’era presa solo perché aveva

ancora mi pare di sentirlo: acre e pungente, come l’uva andata a male.

bisogno di una serva in casa che gli togliesse pure lo sfizio, di notte, e non

Era raro che rientrasse con le sue gambe. In genere lo andavo a prendere

ha di certo amato me, che ho osato sfidarlo nascendo femmina — capiddri

io — mia madre era spesso troppo stanca per farlo — sul tardi, dopo la

longhi cirveddru curtu...xi — si divertiva a ripetere al bar da Mariuzzo, quando

mezzanotte, e lo riportavo a casa, ubriaco. Ogni tanto mi ringraziava con

mi vedeva arrivare. Era un omone alto e grosso, forse da giovane sarà pure

ceffoni e calci, ma spesso non ce la faceva neppure a camminare fino al let-

stato bello, ma io lo ricordo con la panciona sul davanti, le guance flaccide

to. Odiava le donne, perché, diceva, son tutte zoccolexiii e traditrici. Odiava

che gli cadevano sul mento, i capelli radi in testa e più numerosi ai lati, vicino

me, soprattutto, perché ero nata brutta. Ma in fondo è stato meglio così.

alle orecchie, grigi e lasciati spettinati e un po’ lunghi (se li faceva tagliare da

Fossi stata bella, lui sarebbe stato il primo a farmi la festa.

mia madre, che non era brava in queste cose, ma soldi al barbiere non glie-

Nel libro sono usate molte espressioni in dialetto siciliano, ma la maggior parte sono tradotte. Questa no, quindi la traduco: in italiano “capelli lunghi, cervello corto”.

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I ‘piccioli’ sono i soldi, in siciliano. Ossia ‘prostitute’.

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italia

Italiani in Brasile Un sambista italiano a São Paulo: Adoniran Barbosa.

Maria Izilda Santos de Matos Sulla copertina di un disco di Adoniran Barbosa così scrisse nel 1975 Antonio Cândido1: Adoniran Barbosa è un grande compositore e poeta popolare, espressivo come pochi [ ... ] Ho già contestato il fatto che egli userebbe una mistura di italiano e portoghese. Non concordo. Della mistura, che è il sale della nostra terra, Adoniran ha colto un fiore e ha prodotto un’opera radicalmente brasiliana, nella quale le migliori cadenze della samba e delle canzoni, alimentate anche daI terreno fertile delle scuole, si sono alleate con naturalezza alle normali deformazioni del portoghese brasiliano, dove Ernesto diventa Arnesto. Esattamente come in tutto questo paese, a São Paulo, oggi, l’italiano si osserva in filigrana. São Paulo cambia molto, e nessuno è in grado di dire dove andrà. Ma Ia città che Ia nostra generazione ha conosciuto [Adoniran è del 1910] è stata quella che si è sovrapposta alla vecchia cittadina daI sapore campagnolo tra il 1900 e il 1950; e che da allora va cedendo spazio a un’altra città, trasformata in un vasto agglomerato di gente venuta da ogni luogo. La nostra città, che sostituì la São Paulo studentesca e provinciale, fu quella dei capimastri italiani e portoghesi, degli architetti di ispirazione neoclassica, floreale, neocoloniale, ad ondate successive. La São Paulo delle palazzine franco-libanesi di Ipiranga, delle case popolari uniformi di Braz, delle case francesizzanti di Higienópolis, della gran confusione dell’Avenida Paulista. La São Paulo della 25 de março dei siriani, della Caetano Pinto degli spagnoli, della Rapaziada di Braz, nella quale si perfezionò un nuovo modo musicale di parlare il portoghese, come lingua comune, frutto della convergenza dei dialetti peninsulari e del basso-continuo vernacolare. Questa città che sta finendo, che già finì sotto Ia pioggia, con i tram, con il treno della Cantareira, il Triangolo, le cantine di Bixiga, Adoniran non Ia lascerà scomparire, perché grazie a lui essa rimarrà, vivamente mescolata con il nuovo, ma, con Ia stanza del poeta, galleggiando intatta nell’aria. La sua poesia e Ia sua musica sono allo stesso tempo brasiliane, in generale, e pauliste, in particolare. Soprattutto quando intervengono (quasi sempre con discrezione) le indicazioni di luogo (l’Alto da Mooca, Ia Casa Verde, l’Av. S. João, Ia 23 de Maio, il Bráz in generale, Ia recente metropolitana, il remoto Jaçanã ... ). Per non dire che l’unica poesia in italiano di questo disco ci pone in fondo al suo cuore, senza

22 822

f o r u m DD EE MM OO CC RR AA TT II CC OO

alcuna necessità di localizzazione. Lirico e sarcastico, malizioso e subito dopo emozionato, con l’incanto insinuante della sua voce roca, il cappellino con le falde spiegazzate sul perenne farfallino d’altri tempi, egli è Ia voce della città.

di unità familiari. Questo processo migratorio diretto a São Paulo fu caratterizzato dalla presenza pronunciata di italiani; tra il 1885 e il 1909, gli agenti e i propagandisti dell’immigrazione concentrarono le loro attività in Italia. Stranieri a São Paulo Anni

TOTALE

Italiani

Portoghesi

Spagnoli

1885-09

1.059.199

744.244

134.594

180.361

1910-34

654.637

187.558

263.063

204.016

1935-59

311.987

90.130

156.536

65.321

1960-61

31.665

4.144

14.982

12.539

Totale

2.057.488

1.026.076

569.175

462.237

Fonte: Departamento de Imigração e colonização, São Paulo 1962, p. 44.

2

Dunque, nelle canzoni di Adoniran Barbosa, come riferisce Antonio Cândido, emergono le memorie affettive di una città d’altri ternpi, parlando deI popolo, evidenziando Ia presenza degli italiani e permettendo di catturare differenti territori, personaggi, esperienze e sonorità. Quest’articolo focalizza Ia traiettoria artística e Ia produzione musicale di Adoniran Barbosa, privilegiando le esperienze urbane da Iui cantate negli anni Quaranta, Cinquanta e Sessanta ed evidenziando Ie sue forme espressive e i volti dell’italianità. 1. São Paulo: una città italiana L’espansione urbana di São Paulo fu vincolata allo sviluppo della produzione deI caffè, con Ia quale interagirono l’abolizione della schiavitù (1888), Ia proclamazione della Repubblica (1889), Ia grande immigrazione e l’esodo rurale. Si può considerare come l’inizio di una nuova tappa della storia della città l’inaugurazione della ferrovia Santos-Jundiaì (1863), che rese possibile Ia connessione di São Paulo con il porto esportatore di Santos e con Ia zona produttrice del caffe nell’interno dello Stato. Le strade ferrate consentivano di trasportare rapidamente ed efficientemente il caffè, così come importavano da varie parti deI mondo, particolarmente dalI’Europa, tutta una gamma di prodotti e di influenze, generando e dinamizzando un «vettore modernizzatore». Verso la fine del XIX secolo, l’espansione della produzione del caffè (1850-1920) generò un’enorme domanda di manodopera; gradualmente fu introdotta una politica immigratoria di massa, permanente e sovvenzionata dal governo, privilegiando l’introduzione di europei e

La politica scatenata dal boom paulista del caffè, stimolando e promuovendo intensamente l’immigrazione in proporzioni ben superiori alle possibilità di impiego nei campi, favorì lo sviluppo della popolazione urbana, sicché la capitale divenne un polo d’attrazione per gli immigrati. Alcuni vennero direttamente in città e altri, dopo una breve esperienza nei lavori agricoli, si spostavano a São Paulo alla ricerca di migliori prospettive e nuove opportunità per realizzare i loro sogni. Si produceva così una vera metamorfosi con l’accentuata presenza di questi nuovi arrivati. Si formavano nuovi territori urbani, i quali ricevevano il marchio dei gruppi che vi si installavano: gli italiani nei quartieri di Bexiga, Brás, Mooca, Belém; i giapponesi a Liberdade; gli ebrei a Bom Retiro; i sirio-libanesi a Vinte e Cinco de Março; i portoghesi a Santana e Sumaré; più nascosti i ridotti dei negri a Barra Funda e Casa Verde. Secondo il censimento del 1872, quando la città già avvertiva le conseguenze della comparsa del caffè, la popolazione di São Paulo era di 31.385 persone. Nel successivo censimento del 1890, giunse a 64.934 abitanti; all’inizio del XX secolo gli abitanti erano 239.820 e nel l920 la popolazione era più che raddoppiata, giungendo a 579.033 persone. Tra il 1920 e il 1940, balzava a 1.326.261 residenti, formando un mosaico diversificato di gruppi etnici e di loro discendenti, che, unitamente agli immigrati delle zone interne dello Stato e di altre regioni del Paese, convivevano in una molteplicità di culture, tradizioni e accenti. Negli anni Quaranta, Cinquanta e Sessanta, São Paulo si è caratterizzata per l’urbanizzazione accelerata, trasformandosi rapidamente in una metropoli moderna. I piani di intervento urbano, orchestrati dalle amministrazioni di Fábio Prado (1935-38) e Prestes Maia (1938-45), rimodellarono la città, implementando un nuovo disegno urbano Novembro / Dezembro 12


i t ál i a

storia italiana A cura di Vittorio Cappelli e Alexandre Hecker – il Plano Avenidas - si ampliò il centro commerciale, con un chiaro incentivo al mercato immobiliare: si stimolava la crescita della città; la sua verticalizzazione e l’espansione della rete stradale. In questo processo coesistevano permanenze, demolizioni e costruzioni, crescevano le opere pubbliche, nuove aree commerciali e finanziarie, oltre alla riterritorializzazione delle zone della prostituzione e delIa boêmia. Il ritmo della modernità contagiava la città, tante automobili, autobus, camion, clacson, accenti, suoni e odori, il ritmo spedito dei passanti, il caffè al banco, la fretta, i nuovi magazzini, i moderni, e ogni volta più alti, grattacieli. Specialmente gli anni Cinquanta furono caratterizzati dall’accelerazione dell’industrializzazione, con la penetrazione di capitale straniero, la modernizzazione della produzione, l’ampliamento dei beni di consumo, in particolare le automobili, rendendo così la società più veloce. La città era sempre più connessa attraverso la radio e la lenta penetrazione della televisione; un numero crescente di cinema e teatri la caratterizzavano. Le costruzioni crescevano, rendendo la città un grande cantiere, nuovi immigrati arrivavano e aiutavano a erigere l’urbe, contribuendo alla mescolanza caratterizzata dai contrasti, dalle ambiguità, da integrazioni diseguali e combinazioni inquietanti, creando nuove sonorità, impregnando São Paulo di multipli accenti e diverse tradizioni. La crescita urbana accelerata e le nuove forme di controllo generavano sentimenti di nostalgia3 nei confronti di una città che non poteva più essere recuperata, le cui memorie si alimentavano di ricordi vaghi e «telescopici», dalla perdita di valori tradizionali alla distruzione di vincoli affettivi, alle amicizie, ai vicinati, alle sedie sul selciato, alle serenate sotto la pioggia, alla distruzione di spazi e territori4, alla fine delle fiere e delle feste. São Paulo si trasformava incessantemente, impressionando i suoi abitanti e i suoi visitatori. I vari narratori e cronisti della città lasciarono le loro relazioni su queste modificazioni e tensioni, ma, tra gli altri, si evidenzia in modo speciale e con una particolare sensibilità Adoniran Barbosa. Egli fu un osservatore attento e affettuoso, che captava i mutamenti e le permanenze, ritraendo aspetti del quotidiano e frammenti della cíttà5 Il successo delle sue canzoni e la loro forza espressiva, che si conserva nella memoria di più generazioni, sono il riconoscimento della loro rappresentatività nel processo di invenzione della «paulistaneità»6. Per questo cronista osservare la città comportava l’esercizio del camminare a piedi (di giorno e di notte), accostarsi, conversare, ascoltare, prestare attenzione alle intonazioni, alle sintassi, alle sonorità e allontanarsene anche, cercando l’ispirazione riproduzione, concretizzata nelle composizioni. Produrre questa materia, modellarla per le canzoni sottintendeva integrarsi con le esperienze attraverso la sua parlata, riconoscibile non solo nell’accento italo-paulista, ma anche nei paesaggi sonori7, nelle melodie, nelle sonorità e nel modo Novembro / Dezembro 12

di cantare specifico della cultura urbana paulista. Egli viveva molto per strada [...] fu attraverso il suo sguardo vivo che vide e raccontò queI che raccontò. Raccontò per São Paulo com’era São Paulo [...] Ia prima prodezza di Adoniran Barbosa è aver scoperto l’accento della musica paulista, senza ignorare i meriti deI sempre ammirato [...] Osvaldo Moles e deI gruppo vocale Demônios da Garoa. La fusione di queI che ciascuno percepì della vita cittadina, dei suoni della strada, è queI che si ritrova nell’opera mirabilmente fotografica di Adoniran Barbosa. Un’opera descrittiva, ma riflessiva [...] sull’orlo della tragedia o della commedia [...] le decine di voci di Adoniran, ascoltate nelle vecchie radio elettriche dell’epoca, erano cariche dei suoni delle chiacchiere nei corridoi della radio, nei caffè della Quintino, nei campi di calcio di campagna, neI gioco delle bocce, nelle osterie, nei quartieri popolari, negli errori di concordanza degli italiani e dei contadini. Lentamente, l’attore radiofonico si stava alimentando per comporre un’opera musicale, per trasformare suoni sparsi apparentemente senza funzione, in sambe, nel samba della città, Adoniran stava smettendo di interpretare per trasformarsi in un creatore8. Le composizioni e le loro tematiche sorgevano dai percorsi urbani, come flaneur, evidenziando le tensioni che coinvolgevano gli abitanti, ad esempio Ia questione delle abitazioni, Ia mancanza di infrastrutture urbane, le difficoltà con i trasporti, gli incidenti (di traffico, incendi, inondazioni), trasformazioni e distruzioni; anche le novità e i segni del progresso, i tempi e i ritmi delle costruzioni, del lavoro; e, infine, le relazioni affettive e amorose. 2. Nelle sonorità dell’epoca d’oro della radio Gli anni Quaranta e Cinquanta sono noti in Brasile come l’epoca d’oro della radio. In quel periodo, le radio si diffusero in tutto il Paese e cominciarono a occupare un tempo crescente nella vita delie persone, informandole, divertendole ed emozionandole, aggiungendosi alla circolazione nazionale dei dischi, alle pubblicazioni specializzate, al cinema americano e nazionale9. La radio divulgava una musica che si distingueva ritmicamente e poeticamente10. La cadenza più tradizionale del samba cominciò a essere sostituita, secondo i nuovi gusti, dalla samba canzone, più dolente e rievocante il bolero11. Così, si stabiliva e si generalizzava un mercato musicale (fonografico e radiofonico), nel quale il popolare, in trasformazione, conviveva con Ia musica internazionale nella dinamica dell’oralità, nella vita quotidiana cittadina in ebollizione12. A São Paulo, Ia radio fu fondata da Assis Chateaubriand (Radio Tupi), in coliegamento con i suoi giornali. Nel 1940, si contavano 12 emittenti, negli anni Cinquanta erano già 17, tra le quali emergeva, come leader degli ascolti, Ia Record, che ebbe un ruolo attivo nelia «Rivoluzione Costituzionalista» del 1932. Nel suo apogeo, Ia programmazione comprendeva anche le radio novelas e i radio giornali, programmi musicali e umoristici, tutti con buoni ascolti. Le radio

Editrice: Rubbettino annoveravano inoltre artisti di circo, di teatro, anche sconosciuti, cantanti e avventurieri. Le emittenti di São Paulo erano coliegate con quelle di Rio de Janeiro, Ia capitale federale, particolarmente con Ia Radio Nacional. I successi circolavano nazionalmente, ma si veicolava anche una produzione di carattere regionale, attingendo più direttamente alle informazioni, allo humor e al gusto musicale locale. Nel caso dei programmi umoristici, il residuale viene recuperato, lo stupore di fronte alle novità e al moderno è collocato al suo posto, l’antico diventa arcaico, l’inversione rende possibile osservare il non detto, o il ripetuto che circola nel quotidiano, facendo sorgere antieroi, giochi di parole, parodie, personaggi tragicomici e altri elementi, spingendo gli autori a creare connessioni con gli ascoltatori. In questo contesto, Adoniran agì con maestria, come umorista, compositore e sambista. 3. La voce delle strade [...] le melodie di Adoniran Barbosa fluivano come le strade della città: verso l’alto e verso il basso, cambiando direzione, sia larghe che strette. Zuza Homem de Mello Adoniran Barbosa, all’anagrafe João Rubinatto13, nacque il 6 agosto 1910, a Valinhos (São Paulo), e crebbe circondato dalla cultura italiana. Era figlio di immigrati italiani e, ancora bambino, abitando a Jundiaí, cominciò a lavorare con il padre nel servizio di carico della São Paulo Railway. Non terminò le scuole primarie, svolse varie attività come venditore di pentole, spazzino di fabbrica, tessitore, pittore, idraulico, fabbro e cameriere. Apprese il mestiere del saldatore nel Liceu de Artes e Oficios, ma, a causa di probIemi polmonari, passo ad altre occupazioni. Nel 1932, a São Paulo, quando Iavorava come addetto alle consegne di un negozio di tessuti nella Rua 25 de Março, divenne cantante di strada, battendo il ritmo con una scatola di fiammiferi, Iasciando il segno nella sonorità urbana. Frequentava i negozi di musica del centro cittadino, punto d’incontro di artisti, e, dunque, cominciava a far musica. Si avventurò anche nel teatro, senza molto successo; deciso a fare Ia carriera artistica, si arrischiò in programmi per principianti. Nel 1933, grazie alla sua caparbietà, ottiene il primo contratto come cantante e poi come annunciatore. A quest’epoca risalgono Ie sue prime sambe: Minha vida se consome e Teu orgulho acabou. Nel 1934, si mise in evidenza ottenendo il primo premio nel concorso carnevalesco indetto dal comune di São Paulo, con Ia marcetta carnevaIesca Dona boa. Iniziava Ia sua carriera nelle radio. Intorno al 1935 fu assunto dalIa Radio São Paulo, poi dalla Difusora e dalla Cruzeiro do Sul, con Ia quale rimase fino al 1941, quando iniziò a lavorare nella Record, recitando nel radioteatro e cantando; fu disc jockey, annunciatore e attore radiofonico. Negli anni Quaranta, Adoniran lavorò soprattutto come attore. I caratteri che rappresentava

f o r u m DEMOCRATICO

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italia erano ispirati alle persone comuni, alle parlate e alle intonazioni, colte nei differenti territori della città. Queste interpretazioni saranno elementi fondamentali per le sue composizioni musicali. Le performance di Adoniran erano quotidiane. Tra i suoi successi si segnalano Barbosinha Mal-educado da Silva, alunno della Escolinha Risonha e Franca; il dottor Sinesio Trombone, il fascinoso di Vila Matilde; Moisés Rabinovicht; lo scemo Cunversa del programma Casa da Sogra. Cercava di costruire i suoi personaggi con vari accenti e mescolanze, come l’autista italiano di taxi di Largo Paissandu, Giuseppe Perna-fina, dall’accento molto marcato: «Sto qui dalle cinque de Ia matina e ancora non ho girato Ia chiave - e ho un dolore al molare sinistro che non so se astrarlo o se fare un’amnistia generale [...] per questo ti dico che andrà a finir al mare [...]». Il suo maggior successo I’ottenne con il programma Histórias das Malocas (1955), particolarmente per il personaggio di Charutinho, il furfante fallito e disoccupato del Morro do Piolho, col quale s’accostava alIa critica sociale15. Adoniran mostrava un atteggiamento nostalgico e di denuncia della città, col suo ritmo spaventoso di costruzione e distruzione, col suo presente degradato. Diceva qualcosa che molti sentivano, ma non sapevano comunicare. Come artista radiofonico, il suo successo mostrò una sintonia con Ia sensibilità del pubblico popolare, il che gli offriva ascolti garantiti. I testi del programma Histórias das Malocas erano di Oswaldo Moles, ma gli elementi dell’oralità (intonazioni, accenti e timbri) erano una ri-creazione di Adoniran. La collaborazione con Oswaldo Moles nei testi umoristici e musicali diede un tono di critica sociale. Il carattere umoristico del programma risiedeva in una costruzione caricaturale del quotidiano degli abitanti della favela del Morro do Piolho, dove non solo nasceva Ia comicità, ma era possibile sottolineare le tensioni e le contraddizioni sociali. Le performance di Adoniran come umorista, i suoi personaggi e le sue parole rappresentavano i mormorii di una città in trasformazione, lui stesso si definiva «osservatore dei tipi di strada»16. Le composizioni musicali si ampliano a partire dal 1935: Agora podes Chorar, A Canoa Virou, Chega, Mamão, Pra Esquecer, Um amor que já passou,

8224 4

f o r u m DD EE MM OO CC RR AA TT II CC OO

con stili variegati si differenziano da quelli che, successivamente, saranno i suoi maggiori successi. La fusione tra l’umorismo e Ia musica giunse a maturazione negli anni Cinquanta, grazie anche al successo dell’interpretazione vocale dei Demônios da Garoa, con Malvina, che nel 1951 vinse il primo premio in un concorso carnevalesco. Nel 1953, era Ia volta di Joga a chave, seguito da Saudosa Maloca (1951), Samba do Arnesto e as Mariposas (1955). Da questa esperienza sono sorte altre composizioni, Segura o Apito e Aqui Gerarda, ma nel 1964 si registrò il successo nazionale di Trem das Onze, seguito poi da altri. Questo fu il maggior successo del compositore, che coincise con l’effervescenza dello sviluppo urbano-industriale della città. Nei programmi e nelle composizioni, Adoniran mostrava una sintonia con il quotidiano e le sonorità urbane; i suoi personaggi e le sue composizioni si caratterizzavano per Ia sintesi degli accenti, delle intonazioni peculiari delle molteplici migrazioni che hanno popolato e ripopolato São Paulo. Nel l968, alla I Biennale della Samba, presentò Ia composizione Patrão, mulher e Cachaça, in collaborazione con Oswaldo Moles, ma Ia canzone fu eliminata. Nello stesso anno, il programma Histórias da Maloca perse ascolti e col suicidio di Moles fu del tutto cancellato. Adoniran non era più richiesto dal pubblico, faceva solo di tanto in tanto una puntata in tv in programmi umoristici e telenovelas. Morì il 23 novembre 1982, lasciandoci Ia sua indimenticabile immagine, caratterizzata dallo sguardo inquieto, il farfallino, il paltò e il cappello.

come uno spazio di tensioni. Nelle canzoni ritroviamo le resistenze al processo di civilizzazione, ai desideri latenti e generalizzati di «essere moderni», che agivano in forma selettiva, dando luogo alla questione sociale e concentrando le tensioni intorno alla questione delle abitazioni. Se o sinhô não tá lembrado / Dá licença de contá / Que aqui onde agora está / Esse edifício arto, / era uma casa véia / um palacete assobradado. / Foi aqui seu moço, / que eu Mato Grosso e o Joca / construímos nossa maloca, / mas um dia nós nem pode se alembrá / veio os home co’ ás ferramenta / o dono mandô derrubá [...] / Saudosa maloca, maloca querida / Donde nós passero / os dias 18 feliz de nossas vida

Esprimendo anticonformismo, rassegnazione e resistenza, Ia canzone è caratterizzata dalla denuncia, in qualche misura ingenua, ma piena di sensibilità. Il narratore richiama l’attenzione, riporta alla memoria perché si osservi l’edificio, ricordando l’accaduto: l’espulsione del cantante, insieme ai suoi compagni Matogrosso e Joca. L’espulsione e Ia demolizione permettevano l’emergere del nuovo, intrapreso dagli «uomini con gli attrezzi». Matogrosso «volle gridare», ma fu poi confortato («noi ci troveremo un altro posto»). L’anticonformismo ancora è presente nel momento in cui «Joca dice» che «Dio ci dà il freddo ma anche Ia coperta». Ciò che potrebbe sembrare conformista era in realtà pieno di denuncia, emersa nell’atto di ricordare i giorni felici passati nella maloca, 19 evidenziando che l’ironia non coincide con l’allegria . Nelle Histórias das Malocas, programma radiofonico che nasce dal successo della canzone Saudosa Maloca, emergeva il carattere comunitario del vivere nella 17 maloca, un luogo provvisorio, improvvisato, esposto 4. Territori sonori di Adoniran Barbosa Adoniran ritraeva il quotidiano urbano, le trasforma- alle avversità e alle privazioni. ln quella esperienza, che critica aspramente Ia società e i suoi valori, si identifica zioni irreversibili. Creando Ia visione idilliaca di uno in realtà un intenso e ricco processo di circolarità di spazio tempo perduto di fronte al progresso, generava un anticonformismo attraverso Ia resistenza e Ia valori, che ci permette di cogliere Ia tesi del popolare denuncia. AI tempo stesso predicava Ia pazienza, per che incorpora Ia modernità, evidenziandone le tensioni affrontare il dolore e le tensioni della violenza urbana. delle appropriazioni, ri-appropriazioni, devianze e ricreazioni della cultura popolare urbana20. Nelle canzoni La città del compositore, attraversata da processi di di Adoniran, i riferimenti alla città furono costanti. disciplinamento e di cittadinanza, era riconosciuta Non apparivano soltanto in Saudosa Maloca. Il cortiço potrebbe essere localizzato nella Rua Aurora, a Guaianazes e nelle vicinanze; Arnesto (personaggio di un’altra canzone) abitava nel Brás; il Morro do Piolho, Ia Casa Verde o Bexiga erano territori per una samba o per altre esperienze; si menzionavano il viadotto Santa Ifigênia, il treno di Jaçanã, Ia Vila Esperança. Mostrava una città in crescita e in trasformazione, che demoliva e costruiva; infine, una città che avanzava «antropofagicamente». Svelava silenzi e occultamenti, emozioni complesse e profonde, invisibili, cariche di significati, mostrando tensioni e difficoltà della popolazione povera, Ia vita nelle periferie e degli abitanti delle malocas, privazioni, miseria, mancanza di condizioni igieniche, questioni legate alla salute e all’educazione. Le strategie più frequenti dell’autore passavano attraverso lo humour, sicché Ia sua esperienza come umorista impregna Ia sua vita da compositore. Adoniran raccontava casi di rifiuti, abbandoni, demolizioni, disamori, disoccupazioni, mediante una parodia ben elaborata nella struttura Novembro / Dezembro 12


i t ál i a

storia italiana verbo-musicale, confliggendo Ia tristezza delle parole con Ia dimensione allegra e contagiosa della melodia. Il successo di Trem das Onze21 lo consacrò definitivamente come compositore: Não posso ficar / Nem mais um minuto sem você / Sinto muito amor / Mas não pode ser / Moro em Jaçanã / Se eu perder esse trem / Que sai agora às onze horas / Só amanhã de manhã / Além disso mulher / Tem outra coisa / Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar / 22 Sou filho único / Tenho minha casa pra olhar / Não posso ficar

A São Paulo, «la città che cresce più rapidamente al mondo», Ia nozione del tempo si trasformava, ancorandosi a quelle di progresso e produttivismo industriale, affermando l’importanza di non perder tempo, creando l’imposizione della puntualità. In Samba Italiano, oltre a usare espressioni italianadas e dialetti peninsulari che circolavano a São Paulo, Adoniran descrive un momento di tempo libero fuori dalla città, sul litorale. Piove, piove / Fá tempo che piove qua, Gigi, / E io sempre io, / Sotto Ia tua finestra / E voi senza me sentire. / Ridere, ridere, ridere / Di questo infelice qui. / Ti recordi Gioconda / Di quella sera di Guarujá / Quando il mare / Ti portava via / E me chiamaste: «Aiuto, Marcelo, / 23 La tua Gioconda ha paura di quest’onda ».

Il modo di parlare errato era intenzionale, il linguaggio italianado esprimeva le esperienze acquisite in città, segnate dalla forte presenza degli italiani e dei loro discendenti. Per finire, vale Ia pena sottolineare che le canzoni non sono portatrici soltanto di un significato - quello che l’artista volle stabilire -, ma di molteplici sfumature di senso, accumulate negli usi, nelle letture e nelle interpretazioni. Proprio quest’anno, il 2010, quando si celebrano i 100 anni dalla nascita di Adoniran Barbosa, queste riflessioni cercano di evidenziare alcuni aspetti della sua ricca produzione, sollecitando altre possibili ricerche, in particolare sulle sonorità e sulla rimarchevole presenza degli italiani e dei loro discendenti nella città di São Paulo.

4. Lo spazio urbano, nel suo processo di trasformazione, è simultaneamente registro e agente storico. In questo senso, bisogna evidenziare Ia nozione di territorialità, identificando lo spazio come esperienza individuale e collettiva, nella quale Ia strada, Ia piazza, il quartiere, i percorsi sono pieni di ricordi, esperienze e memorie. Spazi che sono codificati, oltre che dalla loro esistenza materiale, anche in un sistema di rappresentazione, il quale deve essere focalizzato dal ricercatore, in un lavoro d’indagine sui molteplici processi di territorializzazione, deterritorializzazione e riterritorializzazione. R. Rolnik, História Urbana: História na Cidade, in A. Fernandes, M. A. Gomes (a cura di), Cidade e História: modernização das cidades brasileiras nos séculos XIX e XX, Fac. de Arquitetura, Salvador 1992. 5. A. Lenharo, Luzes da cidade, in «Óculum», 11, n. 1, 1985, pp. 50-55. 6. M.I. S. Matos, A cidade, a noite e o cronista, Edusc, Bauru 2008. 7. M. Schafer, O Ouvido Pensante, Ed. Unesp, São Paulo 1991. 8. Z. H. de Mello, Sotaques e

17. «Insieme al fatto che i linguaggi appartengono ai luoghi, si

tipos de um homem popular, in «o Estado de São Paulo», 28

ha I’idea che Ia città abbia un’espressione propria, che i luoghi

novembre 1982. 9. La radio crebbe grazie alIa sua flessibilità e alIa progressiva

parlino, dando luogo inesorabilmente alla dimensione poetica

diminuzione del costo dell’apparecchio. Fu un veicolo funziona-

caffè e delle strade. Ai cittadini tocca captare ed esprimere

le al contesto storico, utilizzando e diffondendo modelli di com-

questo linguaggio dei luoghi, in relazione alla loro esperienza

portamento. Il giornale radio, Ia fiction, i programmi di largo

sociale. Questa “poetica della città” suppone, dunque, una

ascolto coinvolgevano quotidianamente tutti. A causa di questa

specie di accordo tra città - in quanto fonte ispiratrice - e gli

importanza, le questioni relative alIa radio, ai radioascoltatori

uomini che Ia manifestano [...]. Vale a dire che Ia città stimola

e alla oralità richiedono di essere trattate con più attenzione

I’attività creativa e I’immaginario urbano». M. Villoso, A cultura

dai ricercatori. 10. A partire dagli anni quaranta, i circuiti internazionali della

nas ruas do Rio de Janeiro, Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro

dell’urbano. Esiste un linguaggio del boulevard, del bistrot, del

musica connettevano ogni volta più intensamente le varie

2004, p. 45. 18. Se non vi ricordate/datemi il permesso di raccontare/che

1. Antonio Cândido (Rio de Janeiro, 1918) è un intellettuale brasi-

regioni del mondo. Il mercato si apriva particolarmente alla

adesso dove c’è/questo edificio alto/c’era una casa vecchia/

liano. Noto a livello internazionale come critico letterario e studioso

penetrazione della musica internazionale, in particolare quella

una palazzina fatta con tavole/E stato qui, ragazzo mio/ che

di letteratura comparata, ha formato generazioni di intellettuali

nordamericana e con essa il jazz. 11. La samba, prima esclusività del Carnevale, comincio a

io Mato Grosso e Joca/ abbiamo costruito Ia nostra baracca/

essere prodotta e diffusa con successo durante l’anno, con

gli uomini con gli attrezzi/ che il padrone mandò per demolire

documentale particolarmente intrigante, giacché per molto tempo

chiare tendenze: Ia samba apologetica nazionalista (come quella

[...] /Nostalgica baracca, baracca cara/dove abbiamo passato/

essa è stata uno dei pochi documenti relativi a settori altrimenti

di Lamartine Babo e Ari Barroso), Ia samba di malandrinaggio

i giorni felici della nostra vita (Adoniran Barbosa, Saudosa

relegati al silenzio, permettendo di recuperare l’espressione di

(Wilson Batista e Geraldo Pereira), Ia samba canzone che narra

sentimenti, affrontando tematiche molto rare in altri documenti.

storie sentimental-passionali, lirico-amorose, storie di gelosia.

Maloca, 1955). 19. Nella registrazione del gruppo Demônios da Garoa fu inserito

Si tratta di una manifestazione artistica che presenta, al tempo

C. N. de Matos, Acertei no milhar: malandragem e samba no

il ludico, l’umoristico, con l’accento italianado e lo stacchetto

stesso, aspetti della vita quotidiana urbana e particolarmente delle

«din-din-donde», che portò a un allontanamento dalla scena

esperienze affettive dei suoi produttori e dei suoi fruitori. Le ricer-

tempo de Getúlio, Paz e Terra, Rio de Janeiro 1982. 12. J.M. Wisnik, Getúlio da Paixão Cearense (Villa-Lobos e o

che in questo campo affrontano Ia sfida del recupero di percezioni,

Estado Novo), in Música: o nacional e o popular na cultura

articolazioni, processi che giungono attraverso l’oralità, i media e Ia

tocco comico. 20. M. de Certeau, A invenção do Cotidiano: Artes de fazer,

musica, influenzano i comportamenti, le sensibilità, le impressioni

brasileira, Brasiliense, São Paulo 1983. 13. João Rubinatto assunse poi lo pseudonimo Adoniran (nome

e Ia memoria. Tuttavia, non si considerano gli elementi dell’oralità,

di un amico bohémien) Barbosa (per ispirazione del sambista

in specie per Ia musica, come una produzione isolata e individuale,

carioca Luís Barbosa). Rubinatto è, presumibilmente, una defor-

ma come un fattore di apprendistato culturale, che quindi comporta

mazione del cognome Rubinato, piuttosto diffuso in Piemonte

pratiche create e ricreate, manifestazioni autonome, vigorose

e in Veneto; Rubinatto è, invece, un cognome attualmente

tanto amore/ma non si può fare/abito a Jaçanã/ se perdo il tre-

e creative, sostenute meno dal razionale che dall’emozionale,

no/che parte alle undici/ soltanto domani mattina/Inoltre/c’è

dall’intuitivo, dal sentimentale e dall’affettivo, e che hanno

inesistente in Italia [N.d.T.] 14. F. Moura, A. Nigri, Adoniran, se o senhor não tá lembrado,

contribuito in modo significativo al processo di costruzione della

Paulinas, São Paulo 2002. Si è cercato di riprodurre in italiano i

sono figlio unico/ ho una casa a cui badare/non posso restare

soggettività in molteplici territori. 3. «Le nostre reminiscenze possono essere temerarie e dolorose se

giochi di parole presenti nel testo portoghese [N.d.T.] 15. Questo personaggio era negro, ma usava una parlata per

germente diversa dalla versione italiana cantata da Riccardo Del

non corrispondono alle storie e ai miti normalmente accettati, e

metà contadina e per metà italiana, ingoiando sillabe, inserendo

Turco, che nell’adattamento italiano di Trem das Onze modifica

talvolta per questo tentiamo di comporle in modo da adeguarle a

neologismi nel bel mezzo di una esposizione di drammi sociali. 16. «Lui creava un personaggio differente per ciascuno dei 16

alcune parti eliminando i riferimenti ai quartieri paulisti [N.d.T.] 23. Adoniran Barbosa, Samba Italiano.

brasiliani, insegnando per decenni all’Università di São Paulo [N.d.T.] 2. La produzione musicale si presenta al ricercatore come un corpo

ciò che è comunemente accettato», A. Thomson, Recompondo a memória: questões sobre a relação entre a história e as memórias,

programmi radiofonici nei quali recitava». V. Krausche, Adoniran

in «Projeto história», n. 15, 1997, pp. 51-83.

Barbosa, Brasiliense, São Paulo 1985.

Novembro / Dezembro 12

ma un bel giorno che nemmeno possiamo ricordare/vennero

drammatica, spingendo verso l’ironia, dando alla tragedia un

Vozes, Petrópolis RJ 1998. 21. Tradotta e registrata in 11 lingue, in Italia fu riproposta col titolo di Figlio Unico. 22. Non posso restare/neppure un minuto senza di te/Sento

un’altra cosa/mia madre non dorme fino a quando non arrivo/ (Adoniran Barbosa, Trem das Onze, 1964). La traduzione è leg-

f o r u m DEMOCRATICO

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italia

Eleições políticas na Itália: a opinião de Paulo Skaf, Presidente da FIESP. que acima das questões de caráter comercial, existe uma forte ligação cultural, consanguínea e de língua, que são o principal fator de integração dessa comunidade. Além disso, há no país uma grande oportunidade de mercado para produtos de consórcios industriais binacionais, fato que pode significar muito para a recuperação econômica da Itália. FD - Qual a importância dessa comunidade, aqui no Brasil e na América do Sul, escolher seus próprios representantes para o Parlamento Italiano?

“O objetivo neste momento é estimular e apoiar todas aquelas candidaturas que professem um ideário ético e comprometido com o avanço dos processos democráticos.” FD - Qual a importância das eleições italianas de 2013 para as relações entre o Brasil e a Itália?

PS - Brasil e Itália representam duas importantes economias globais e influentes nos continentes nos quais estão inseridos. É evidente que será muito importante que ambos os governos, do Brasil e da Itália, possam construir diálogos que permitam intensificar as relações entre os dois países, sejam diplomáticas, institucionais ou comerciais. Caberá ao próximo parlamento a missão de escolher o próximo Presidente do Conselho de Ministros que deverá governar o país, nesse contexto, torna-se interessante observar o andamento desse processo eleitoral, principalmente quando sabemos que desse novo parlamento poderão fazer parte dois senadores e três deputados eleitos aqui na América do Sul, que lá estarão para representar e defender os legítimos

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interesses dos italianos e descendentes que aqui vivem e que somam o impressionante número de 36 milhões de almas em todo o continente sul-americano, 16 milhões deles, aqui no território paulista. FD - Particularmente para o setor produtivo industrial e para a FIESP qual seria a importância?

PS - Além das boas relações que já temos com o empresariado industrial italiano através de nossa entidade congênere, a Confindustria, sempre será importante que os governos de ambos os países tenham uma dinâmica política proativa para promover as oportunidades de comércio e investimento bilaterais. Numa percepção mais ousada a comunidade empresarial brasileira de origem italiana poderia adotar uma postura de protagonismo no processo de aproximação entre os descendentes italianos espalhados pelo Brasil. É certo

PS - Primeiramente devemos considerar que é uma bela oportunidade de exercício de cidadania e de se fazer valer, efetivamente, os direitos dessa comunidade. O direito de votar e eleger dois senadores e três deputados que representarão os interesses da comunidade italiana e dos seus descendentes em toda a América do Sul é um avanço exemplar do processo democrático italiano. Esses parlamentares, se conhecedores da diversidade cultural e peculiaridades características de cada país sul-americano, poderão contribuir efetivamente para propor leis que reduzam a burocracia e criem mecanismos de apoio ao crescimento desta comunidade que ajudou a construir nosso desenvolvimento e que, até hoje, se caracteriza como um forte fator de sustentabilidade econômica. FD - O Estado de São Paulo é hoje uma das maiores concentrações de ítalo-descendentes; essa presença italiana é perceptível?

PS - Basta você acessar as listas telefônicas de todas as cidades paulistas e verificar a imensa quantidade de sobrenomes italianos; também nota-se, pelos calendários de festividades dessas cidades, uma enorme quantidade de eventos relacionados à cultura e tradição italianas. O mesmo ocorre se pesquisarmos os nomes das empresas paulistas; são inúmeras as indústrias paulistas que tiveram sua origem na forte presença de imigrantes italianos e hoje são grandes grupos globalizados que ultrapassam as fronteiras da “mérica” que os antepassados italianos aqui encontraram no final do século dezenove. FD - E comercialmente como nos relacionamos com a Itália?

PS - A Itália, com cerca de 60 milhões de habitan-

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“Acompanho a trajetória dos companheiros Fabio Porta e Fausto Longo e, até por esse maior convívio, poderia afirmar que professam, na prática, esses conceitos” tes, e o Brasil, com 190 milhões, têm mercados muito expressivos. Seu abastecimento abre infinitas possibilidades para ampliarmos o intercâmbio hoje existente. O fluxo de comércio bilateral soma atualmente US$ 12 bilhões anuais, enquanto o comércio exterior do Brasil e da Itália com o mundo soma cerca de US$ 1,5 trilhão; ou seja, as trocas bilaterais representam menos de 1% do total. É muito pouco e sem dúvida pode ser potencializado. FD - A Itália e um grande parceiro comercial para o Brasil?

PS - A Itália é o oitavo maior parceiro comercial do Brasil, posição pouco expressiva diante da importância de ambas as economias. As boas relações entre os dois países também se refletem na presença, aqui, de grandes multinacionais italianas, cuja participação fortalece nosso mercado. O melhor aproveitamento das oportunidades pode transformar nossas afinida-

Fabio Porta nasceu na Itália, na Sicília, em 5 novembro de 1963. É casado e tem duas filhas. Formado em Sociologia Econômica na Universidade La Sapienza de Roma. De 1982 a 1986 foi Secretário Nacional do Movimento Estudantil da Ação Católica Italiana. Em 1986 inicia sua militância política e sindical na Unione Italiana del Lavoro, uma das três centrais sindicais italianas. Pela UIL, em 1994, inicia sua atividade na América Latina, como responsável dos projetos de formação sindical. Em 1998 se muda para o Brasil, em São Paulo, para dirigir e coordenar o Patronato ITAL e a UIM (União dos Italianos no Mundo). Participa como candidato do Partido Democrático à campanha eleitoral de 2006 resultando o primeiro dos não eleitos e – finalmente – é eleito deputado nas eleições de 2008.

des históricas e culturais em subsídios para a multiplicação do comércio bilateral. FD - Do ponto de vista político, qual é a sua percepção da Itália neste momento.

PS - Logicamente não me cabe intromissão de qualquer natureza no âmbito político-institucional de qualquer outro país que não seja aquele no qual vivo e exerço minhas atividades pessoais e empresariais. Mas, como espectador global atento e preocupado com uma nação tão cara aos brasileiros e paulistas, posso dizer que sou um “torcedor” da Itália e do povo italiano. Vejo com certa apreensão o desenrolar de uma crise que ao afetar a Itália, afeta, por consequência, também a Europa e o nosso país, vice e versa. A globalização, entre suas bondades e maldades, inclui os imediatos efeitos colaterais, para o bem ou para mal; mas, acima, dessas preocupações de caráter

Fausto Longo é Mestre em Habitação, Tecnologia, Planejamento pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Arquiteto e Urbvanista, pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e Fundação Belas Artes de São Paulo, Gerente de Ação Regional da FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Exerceu várias funções, entre as quais Coordenador de Comunicação Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, Coordenador do Programa São Paulo Design. Em sua atuação política foi diplomado Vereador na Câmara Municipal de Piracicaba em 1988 pelo PMDB, Delegado e Membro do Conselho de Ética do PMDB, candidato a Deputado pelo Partido Socialista nas eleições italianas de 2008. É Secretário do Partido Socialista Italiano/Brasil e um dos articuladores da Aliança de Centro-esquerda – Italia – Bene Comune na América do Sul.

econômico, material, me toca muito a garra, a vontade e o poder de superação que a Itália e seu povo tem demonstrado ao longo de sua magnífica e exemplar história; tenho trocado muitas ideias com o Deputado Fabio Porta e, também, com o arquiteto Fausto Longo, sobre o futuro que todos almejamos para a Itália e percebo que a saga desse povo através de sua presença em tantos continentes do planeta justificam plenamente nosso otimismo. FD - O senhor acha importante um maior envolvimento de formadores de opinião, como é o seu caso, para ampliar a participação dos ítalo-brasileiros no processo eleitoral italiano?

PS - Sempre que existir uma oportunidade para fazermos avançar as causas que carreguem em si a intenção de melhorar a qualidade de vida das pessoas e, principalmente, produzir efeitos positivos para um desenvolvimento humano baseado na ética, na paz, na justiça social, com dignidade e sustentabilidade, não podemos nos furtar de oferecer nosso testemunho e estimular que outros também o façam. O futuro da Itália, de seu povo, a manutenção e fortalecimento das instituições republicanas são questões que devem ser vistas com a devida importância para todas as nações do planeta. FD -O senhor tem alguma simpatia por alguma corrente política, particularmente, nesse processo eleitoral?

PS - Como já afirmei, acho indevido qualquer tipo de intromissão em processos onde não estejamos legalmente contextualizados. É evidente que temos nossas próprias simpatias, mas, o objetivo neste momento, é estimular e apoiar todas aquelas candidaturas que professem um ideário ético e comprometido com o avanço dos processos democráticos. Democracia em seu sentido mais profundo, plural e consequente, ou seja, aquela democracia que preconiza o acesso irrestrito de todos, com equivalência de oportunidade, ao futuro que todos almejamos, ou seja, com respeito à dignidade humana. Acompanho a trajetória dos companheiros Fabio Porta e Fausto Longo e, até por esse maior convívio, poderia afirmar que professam, na prática, esses conceitos que também defendo, como pessoa, em minha vida pessoal e, também, em minhas atividades políticas e institucionais. FD - Grato por sua sempre especial atenção.

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e m i g r a z i o n e

Federico Riosa

Anos dourados

Como já é do conhecimento dos nossos leitores, trabalhamos com um roteiro básico de perguntas que vão sendo moduladas de acordo com o perfil dos sempre entrevistados. Os emigrantes, cada um tem a sua história, claro. Em geral, as motivações para emigração são relativamente semelhantes, as razões para permanência no país escolhido também. Mas como o homem sempre surpreende – sempre! – Federico Riosa, carioca de Copacabana, quer dizer, italiano de Salisbury, Teerã, Venezia, Napoli, Firenze e Roma, revela-nos, com um olhar muito sensível, sua trajetória de vida. Conosciamola! FD - Como era sua vida antes de vir para o Brasil?

Marisa Oliveira

FR - Nasci em Salisbury, capital da Rhodesia (Colônia Britânica na África do Sul), em 1964, de pais italianos, Antonio de Roma e Paola de Firenze. Nos 10 anos que se seguiram ao meu nascimento, tive mais um irmão, Michele, também nascido na África e outro, temporão, Francesco que nasceu com sete anos de diferença, em Teerã, capital do Iran. Lembro muito bem de Teerã, dos passeios nas montanhas com meus pais, das idas ao Bazar para comprar brinquedos e objetos de decoração para a casa, da escola, do Drive-In, clubes e restaurantes, em suma, de uma parte da minha vida que sei que desapareceu, pois a cidade mudou completamente. Os tempos do xá Reza Palevi no Iran levaram a cidade a ter uns ares ocidentais e as diferenças culturais eram muito diluídas, mas nem todos aceitavam as mudanças, como bem sabemos. Venezia, Napoli, Firenze e Roma foram as cidades que acompanharam o meu crescimento na ordem que coloquei, cada uma com a devida parcela de culpa pelos meus erros e de orgulho pelas minhas conquistas. As tradições de Roma e Firenze se misturam nos meus pensamentos e nas minhas ações, que já não sei distingui-las, mas as reconheço como parte da minha vida. Por não falar o dialeto de nenhuma das duas perfeitamente, sempre lembro que em Roma me taxavam de Toscano e vice-versa. Na última mudança, em 1982, antes de voltar definitivamente para a Itália, a minha família veio para o Brasil, para a cidade de Rio de Janeiro e ficou aqui por cinco anos. Nos primeiros dois anos acabei terminando o segundo grau na escola italiana do Rio de Janeiro Dante Alighieri e assim podemos dizer que a minha primeira experiência no Rio durou 2 anos. Em 1984, me mudei para Firenze onde comecei a faculdade de Física, enquanto a minha família continuou a viver no Rio de Janeiro até 1987, voltando depois disto para Roma. FD - Que motivos o fizeram emigrar? Por que escolheu o Brasil? Por que o Rio de Janeiro? FR - Em 1992, ao passar umas férias no Rio de Janeiro, conheci uma família de imigrantes italianos e a paixão que nasceu ao conhecer a filha deles, Marzia, fez acontecer uma das maiores mudanças na minha vida. Desde então, moro no Brasil, na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro..

FD - Como foi a chegada ao Brasil? Quais suas primeiras impressões? FR - Esta resposta tem como base o ano 1982, quando conheci o Rio de Janeiro pela primeira vez. Ao chegar tive os problemas normais com a língua, pois o português era bem diferente do italiano. Sendo garoto e também por estar com meus irmãos na escola Italiana, acabei fazendo ótimas amizades que me ajudaram a conhecer a cidade. Na época morava em Copacabana. Comecei a conhecer as praias, o futebol de salão, o carnaval e os cariocas e comidas típicas que na época pouco tinham da influência da cozinha Italiana, pelo menos ao meu paladar; assim, churrasco e feijoada se integraram ao meu dia a dia, assim como o BOB’s. Sempre encontrei algo para fazer com a minha família ou com os amigos. Foram meus melhores anos! Acho que as parcelas de adrenalina aconteceram nas várias vezes que subimos, com os meus amigos, a ladeira dos Tabajaras para recuperar as bolas de futebol que eram furtadas na praia. Essas “ blitz” nos morros de Copacabana sempre foram acompanhados de muita ingenuidade e por sorte nunca tivemos problemas, mas como às vezes conseguíamos recuperar as bolas perdidas, acabamos indo sempre que fosse necessário.

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Na cripta da Igreja Principal, em Arezzo, 2006

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FD - E a adaptação ao novo continente? Quais os fatos que mais o marcaram – conquistas, dificuldades, convívio com os brasileiros? FR - Como disse anteriormente, por ser um garoto, tinha uma percepção muito boa de tudo, o meu lado positivo sempre me acompanhou em tudo que fazia e sempre gostei de tudo que fiz com a minha família e amigos. Agora estas percepções tiveram uma real mudança quando casei e as responsabilidades trouxeram uma realidade que não conhecia. Acredito que todas as dificuldades passadas, seja como empreendedor, pois o meu primeiro trabalho foi na minha agência de viagens, seja como autônomo - completando o curso de Programador na PUC trabalhei em algumas software house - e, por fim, como assalariado, me trouxeram inúmeras experiências, foram muitos desafios, momentos bons e ruins, em suma Federico entre os irmãos, uma verdadeira epopeia e posso só dizer com toda sinceridade que em nenhum Piancavallo, Alpes italianos momento, quando era garoto, imaginei o que acabei vivendo. Acredito que o convívio com brasileiros ontem e hoje tenha sido normal, assim como seria com os italianos. Encontrei pessoas que gostaram de mim, assim como as que tentaram me enrolar. Com certeza, a sensação de ser um imigrante se fez presente no inicio, sempre que alguém tentava me passar a perna, pois pensava que tentavam só porque eu era estrangeiro, mas com o tempo acabei percebendo que é parte da vida. Estranho, mas os brasileiros me deixaram sempre com a sensação de que era mais estrangeiro do que imigrante, e com o tempo acabei percebendo que este jogo, pois o considero um jogo, faz parte da nossa cultura latina.

FD - Constituir uma família no Brasil fez com que decidisse permanecer por aqui? FR - A resposta é sim. Tanto o meu primeiro casamento, quanto o segundo e atual são motivos importantes para a minha vinda e permanência no Brasil, mas um outro motivo tão importante quanto o pessoal é a sensação de ter muito mais a aprender com este país.

FD - A sua profissão o ajudou como emigrante? De que maneira? FR - A princípio não, pois estava cursando Física, em 1992, e ao me mudar acabei perdendo este rumo profissional. A experiência com a vida profissional do meu pai, que trabalhou na Alitália por 47 anos, me ajudou a escolher o caminho do Turismo, mas não me ajudou no que se refere à natureza humana, assim acabei terminando a minha primeira experiência de empreendedor da forma pior. Isto me levou a seguir outros caminhos, hoje sou formado em Tecnologia da Informação e tenho 15 anos de profissão na área de TI, mas aprendi tudo aqui no Brasil.

FD - Como o sr. se relaciona com sua terra de origem? Muitas vidas e vindas? Voltar à Itália o emociona? FR - A minha família hoje está espalhada na Europa, os meus irmãos estão, um na França, Paris, outro em Napoli, Itália, e minha mãe mora em Firenze. Os vários tios e tias moram em Roma, Firenze e na Corsica, assim curto as minhas viagens anuais para a Itália, viajando entre estas cidades; na última viagem fui para Napoli para o casamento do meu irmão Michele e assim foi possível, depois de muitos anos, reunir num só lugar a maioria dos meus parentes. Ma o que acontece normalmente é eu ter que me organizar para encontrá-los nas cidades em que vivem. Isso faz com que as minhas férias fiquem sempre cheias de emoção. A família tem uma grande importância para o que sou hoje e merece todo o meu carinho. A Itália e principalmente a cidade de Firenze ficam no meu coração e assim não acho que poderei deixar de me emocionar ao sair pelas ruas do centro de Firenze, com as conhecidas obras de arte. Um detalhe que não comentei: a minha família tem um belo histórico com as Belas Artes e apesar de não ser o meu foco profissional tenho algo no sangue que me atrai para o que tem de bonito na Europa.

FD - Do que mais o sr. sente falta? FR - Pelo prazer que tenho pelas obras de Arte da Idade Média e do Renascimento, sinto muita falta do convívio com obras desses séculos, do XV até o XVIII, e junto com as saudades da minha família acredito que estes sejam os principais motivos das minhas nostalgias.

FD - Rio de Janeiro, Brasil – do que mais o sr. gosta na cidade/país que escolheu para viver? FR - A maior floresta urbana, o convívio com as pessoas e a alegria que extravasa nas almas das pessoas: na música, nas saideiras, chegando ao ápice com o carnaval - essas são as bases do amor que sinto pelo Rio e, vamos admitir, os estrangeiros amam sem saber o porquê e nós que moramos aqui amamos já com a certeza que não precisamos de motivos. Será que podemos amar e odiar esta cidade? Sim, com certeza, as emoções podem se misturar, mas as emoções mais negativas, na minha opinião, não têm como fundo a cidade e sim a parcela de pessoas que não a vivem e deixam o pior da natureza humana aflorar. FD - Após todos esse anos, começaria tudo outra vez? FR - A minha vida foi a que escolhi e isto é muito importante, pois nem sempre temos este privilegio, mas apesar das escolhas feitas não tem como saber no ato, se serão as melhores ou piores. Assim, posso dizer que faria tudo de novo sim, mas sempre seguindo os meus instintos e por este motivo pode até ser tudo diferente. Novembro / Dezembro 12

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Rio de Janeiro - Duas vezes Educação

Luzes, esperança e desenvolvimento no fim do túnel Marisa Oliveira

Com um longo histórico de crise permanente, a educação do estado do Rio de Janeiro vem saindo da sala de emergência, algumas escolas já estão na sala de recuperação intensiva para quando tiverem alta, saírem saltitantes porta a fora de cabeça erguida, orgulhosas, rumo a postos de trabalho e um futuro de esperanças. Depois de a rede estadual fluminense, em 2009, amargar o penúltimo lugar, à frente apenas da rede estadual do Piauí, no ranking do ensino médio do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2011 o Rio de Janeiro cresceu 11 posições e agora se encontra no 15º lugar. Essa evolução é um esforço da equipe da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro - SEEDUC - que vem trabalhando intensamente para mudar essa realidade. Pesquisas, visitações, debates e muitos estudos chegaram ao projeto Dupla Escola, que tem como premissa educação em dobro e de qualidade: ensino regular e profissionalizante, com grades de disciplinas e suas abordagens que “conversam” entre si. A ideia de formatar esse modelo surgiu da constatação, entre outras coisas, de que o jovem que frequenta a rede estadual de ensino, no modelo tradicional de ensino médio, abandona a escola ao término do ciclo fundamental, pois concluir a etapa seguinte para ele significa muito pouco, em termos de ganho financeiro, no mercado de trabalho. Modelo formatado, a SEEDUC foi atrás da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústrias e Serviços - SEDEIS, que é o órgão que tem contato direto com os empresários, sendo capaz, por isso, de mapear as competências de cada região do estado, isto é, suas necessidades e vocações. No centro-sul, por exemplo, temos uma concentração da indústria automobilística, em Itaguaí, da indústria petroleira, na capital, comércio e turismo. Já são oito unidades escolares com Dupla Escola, com a ajuda parceira de empresários que, interessados em formar mãos de obra qualificadas para seus negócios vêm investindo com empenho na jornada profissionalizante dessas unidades. Ano passado, por exemplo, o Grupo Pão de Açúcar, de uma turma de 45 formandos, aproveitou 36. Como notícia boa também corre mundo, está sendo firmado um convênio com o governo da França, interessado em formatar uma escola bilíngue - que será construída em 2013 para começar a funcionar em 2014, havendo muitas chances de, na França, ser idealizada a escola bilíngue de lá, ensinando nosso idioma aos franceses. Antes de passarmos às entrevistas com os respectivos secretários de Estado, Wilson Risolia (SEEDUC) e Julio Bueno (SEDEIS), importante dizer que o Colégio Estadual José Leite Lopes (Núcleo Secretário de Estado (SEEDUC) - Wilson Risolia Rodrigues Avançado em Educação - NAVE), localizado no bairro da Tijuca, o primeiro a adotar o Programa Dupla Escola (2008), parceria bem-sucedida com o Instituto Oi Futuro, ficou entre as 20 melhores escolas do mundo em inovação. FD - Secretário, o que é o projeto Dupla Escola?

WR - Dupla Escola significa duas vezes escola: jornada dupla. E, para manter um adolescente na escola em tempo integral, é importante que o espaço seja atrativo. Assim, é necessário que a política de educação entenda o que o jovem quer e atenda aos seus anseios. FD - Em que modelo(s) ele se apoia?

WR - É um modelo desenvolvido pela equipe da SEEDUC, baseado no Ensino Médio Integrado. FD - Como e por que surgiu a ideia do projeto Dupla Escola?

WR - O resultado do modelo de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional é destaque na rede. O desempenho escolar dos alunos é mais elevado do que a média da rede e, ao mesmo tempo, as taxas de abandono e de repetência são menores. FD - Qual era ou ainda é o cenário da Educação no estado do Rio de Janeiro?

WR - O Rio de Janeiro era o 26º colocado no ranking IDEB de 2009. No ranking de 2011, divulgado este ano, subimos para a 15º posição. Ao lado de Goiás, fomos o estado que mais cresceu. E isso ocorreu em proficiência. Houve formação continuada para docentes; apoio aos alunos, com reforço escolar; ferramenta de gestão nas escolas; avaliações diagnósFoto: Marcia Costa 830

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“Dupla Escola - As melhores escolas com os melhores desempenhos” ticas bimestrais; melhorias salariais. Enfim, muito foi feito, mas falta avançar muito mais. FD - Como a Secretaria chegou à ideia do Dupla Escola?

WR - Pesquisas da SEEDUC indicam que o jovem tem interesse em cursos de formação profissional, que o capacitem para o mercado de trabalho. Já existem na rede estadual algumas unidades escolares que ofertam esses cursos, o que tem funcionado com muita eficácia. FD - O que as pesquisas revelaram? Especificamente, como os jovens se sentem diante do modelo tradicional de ensino? E o que eles almejam?

WR - Percebe-se que a extensão da carga horária de estudos preenchida com cursos de interesse do aluno reduzem as taxas de evasão e, sobretudo, aumentam o desempenho escolar que, nessas unidades, apresentam um resultado superior à média da rede. Os jovens almejam um futuro melhor, ter uma profissão. FD - O Dupla Escola visa algum segmento específico de jovens ou o projeto foi concebido (está sendo concebido) para todos os jovens (diferentes classes sociais)?

Sala C.I.E. Miécimo da Silva

Foto: Marcia Costa/SEEDUC/RJ

exemplos, resolvemos ampliar o conceito e a busca por parcerias novas.

FD - Secretário, em que medida Educação e Desenvolvimento caminham juntos no cenário atual do estado do Rio de Janeiro?

FD - Quantas escolas já estão formatadas como Duplas? Qual é a meta do governo? Em que período de tempo?

WR - Já há dez escolas no formato Dupla Escola. A meta é ter, até 2023, 100% das unidades com Dupla Escola. FD - Secretário, quais os resultados após dois anos de Dupla Escola? Já podemos comemorar?

WR - Foi lançado este ano. Mas nas escolas onde já há, o sucesso é total. São as melhores escolas, com os melhores desempenhos. Foto: Arquivo SEDEIS

WR - Para todos os jovens que cursam o Ensino Médio. É uma forma de dar um futuro a eles e de atraí-los para a escola. FD - O que de fato a palavra Dupla quer nos mostrar?

WR - Nos mostra que queremos duas vezes escolas. De manhã e à tarde. Com ensino regular e profissional. FD - Ao trabalhar com parceiros/empreendedores, o projeto corre algum risco de não ter continuidade? Há algum risco para os parceiros?

WR - Não. Os acordos são firmados sempre tendo um prazo de conclusão que não prejudique um ciclo. Nenhum. Todos saem ganhando. FD - Como o governo deu o primeiro passo em busca de parceiros para o Dupla Escola? E neste momento, o governo tem sido procurado por empreendedores, instituições? Qual é a estratégia?

WR - Temos parcerias com o instituto OI Futuro, com a Fundação Grupo Pão de Açúcar e com a ThyssenKrupp. A partir desses bons

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Secretário de Estado (SEDEIS) Julio Bueno

JB - Os dois temas estão totalmente interligados. Não há desenvolvimento sem a educação. É a boa formação educacional e qualificação do profissional que leva ao desenvolvimento de uma cidade, um estado, um país. Cada vez mais o nível qualificado é exigido do profissional, especialmente na economia do século XXI, amplamente embasada na questão tecnológica. E o Rio de Janeiro está fazendo sua lição de casa. Está ampliando parcerias e investindo diretamente para melhorar a qualidade do ensino. FD - O sr. considera que com o Projeto Dupla Escola o governo encontrou a fórmula de resolver vários problemas – dos jovens, antes sem perspectiva profissional e de vida, e suas famílias, do oferecimento de mão de obra qualificada e motivada aos empreendedores, entre outros? Aliás, como podemos classificar hoje a mão de obra que o Rio de Janeiro oferece?

JB - É certamente uma das fórmulas. Não há uma fórmula mágica para resolver vários problemas. Existem soluções, parcerias, alternativas, e todas elas valem muito quando se direcionam ao mesmo objetivo comum que é melhorar a qualificação do profissional, melhorar o nível de especialização, melhorar, enfim, a base educacional e o preparo para o mercado de trabalho. Hoje o Rio de Janeiro está diversificando as suas principais atividades econômicas, que sempre foram calcadas no petróleo e na indústria naval. Nessas áreas temos aqui os melhores profissionais. Agora estamos entrando num ciclo virtuoso em que as empresas de outras áreas que estão chegando ao Estado – siderúrgicas, montadoras de veículos, e centros de tecnologia – geram empreestamos entrando num ciclo virtuoso em que as empresas de outras áreas que estão chegando ao Estado – siderúrgicas, montadoras de veículos, e centros de tecnologia – geram empregos e contribuem para dar uma formação sólida aos profissionais do futuro.

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“Dupla Escola Queremos muito mais e estamos trabalhando para isso” FD - O projeto Dupla Escola, no formato em que está sendo concebido, será capaz de atender às necessidades dos mercados de trabalho que o Rio de Janeiro está construindo? Em que tempo?

JB - O projeto Dupla Escola é uma excelente contribuição na linha do desenvolvimento e será capaz de gerar novos profissionais altamente capacitados, mas não pode ser a única alternativa. Quanto mais empresas se unirem a essa parceria e trouxerem para dentro da sala de aula o conteúdo prático que vai ser exigido desses profissionais no futuro, melhores chances teremos de oferecer mão-de-obra mais capacitada, em maior quantidade e num prazo mais curto. FD - Como os empreendedores vêm reagindo à apresentação ao Dupla Escola?

JB - Há muito interesse. Várias empresas reagiram imediatamente e aderiram à proposta e outras estudam de que forma podem contribuir. Em geral, há uma aprovação do modelo por todos que contatamos. FD - Na sua opinião, o que o projeto Dupla Escola oferece de melhor?

JB - O Dupla Escola forma o aluno para a vida. Acho que é um esforço em que há ganhos para a população e para a empresa. Todo mundo ganha. FD - O que o sr. tem a dizer aos empresários sobre o projeto?

JB - Venham! Associem-se também a esse projeto para contribuir socialmente e acelerar esse processo de mudanças. O Governo do Estado tem feito seu dever de casa, mas precisamos de mais empresas para recuperar o tempo perdido. O estado e a cidade do Rio de Janeiro fervilham... eventos internacionais, a busca de descentralização espacial do desenvolvimento, de diversificação de investimentos, obras de infraestrutura, projeto Dupla Escola, unidades pacificadoras. Esses, os pontos fortes. Quais os calcanhares de Aquiles? O que precisa ser trabalhado para que o Rio de Janeiro ganhe o título de estado maravilhoso?

JB - A educação é o foco. Estamos correndo atrás do tempo perdido e já estamos vendo avanços nessa área. Queremos muito mais e estamos trabalhando para isso.

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Colégio Estadual Erich Walter Heine, um belo exemplo de Dupla Escola Primeira escola totalmente sustentável do Brasil e da América Latina, o Colégio Estadual Erich Walter Heine, em Santa Cruz, é fruto da parceria entre o Governo do Estado e a ThyssenKrupp CSA, que investiu R$ 11 milhões no projeto. A unidade, que já atende 520 estudantes, oferece ensino médio integrado e tem como objetivo qualificar futuros profissionais para as crescentes oportunidades de emprego na região. O colégio inaugurado em maio de 2011 conta com um corpo pedagógico especialmente preparado para adoção e conscientização dos alunos sobre práticas sustentáveis. A unidade possui ainda laboratórios de Informática, Bioquímica, Artes e de Administração, biblioteca e piscina, além de ser totalmente adaptada para receber alunos com necessidades especiais, contemplando desde a estrutura do prédio, onde as partes podem mudar de lugar facilitando a construção em qualquer tipo de terreno, até as características mais fundamentais como portas mais largas, pisos táteis, rampas com pouca inclinação e inscrições em braile. Construída dentro dos padrões da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, da entidade internacional Green Building Council), que podem gerar uma redução de até 50% no consumo de energia em prédios comerciais, a Erich Heine aguarda o processo de aprovação da organização, que deve concluído em 2013. Em todo o mundo, apenas 120 escolas tem essa certificação - dessas, 118 ficam nos EUA, uma na Noruega e outra em Bali.

Foto: Divulgação

Ao lado, de cima para baixo: Fachada do Colégio Estadual Erich Walter Heine / Ecotelhado do Colégio Estadual Erich Walter Heine. Fotos: Divulgação

Palavra de empreendedor-parceiro “Ensino médio integrado para nós é a solução porque precisamos formar mão de obra. Mão de obra especializada está muito escassa no país. Nós já temos vários profissionais que estão trabalhando na CSA e são oriundos exatamente desta formação. Eu, como diretor da ThyssenKrupp, recomendo que outras empresas procurem o Estado e tentem desenvolver e espalhar este modelo pelo Rio de Janeiro, porque é um modelo bem-sucedido e que realmente dá resultado”. Diretor de Sustentabilidade e Meio Ambiente da ThyssenKrupp CSA, Luiz Claudio Castro

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cultura

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fotografia

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cultura

Márcio RM

Abalou Seu Povo 2012

M

árcio RM desenvolve o Recorte Popular,

de detalhes que a memória popular mantém

ções da fé, que são um exercício de criatividade.

que é um projeto de mapeamento de

vivo, ressurgindo no dia-a-dia através da força de

Como fotógrafo, Márcio produz para o mundo e

suas trajetórias.

quero tornar público o seu trabalho.

festas populares pelo Brasil.

A diversidade religiosa brasileira promove encon- Força muito viva na mobilização/organização da

Pois tão importante quanto ter fotografado é

tros de religião e folclore, onde com uma leitura

população em sua cidade, atraindo várias pessoas

poder mostrar a produção feita. Por exemplo, as

mais completa, um olhar mais amplo/solto se

(geralmente milhares) de outras comunidades,

fotos nestas páginas são da festa de São Benedito

flagra o belo do cotidiano, na simplicidade/totali-

próximas ou nem tanto.

em Aparecida, uma das mais tradicionais festas de todo o estado de São Paulo (fotografada

dade da sua intensidade. As festas se repetem anualmente, seguindo um

Pessoas estas que encarnam o ritual com toda a

em abril deste ano). Apesar de ter mais de 100

pompa e circunstância, invadindo as cidades com

anos e 3.000 cavalos durante a cavalaria, ainda é

ritual constituído por um variado/valioso conjunto suas cores e alegrias, na poesia destas celebra-

desconhecida pela grande maioria da população do estado e do resto do país.

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Este ensaio, de nome Abalou Seu Povo 2012, será o primeiro a ser publicado no blog Recorte Popular, http://recortepopular.blogspot.com.br/ Neste blog, Márcio colocará material recente das festas populares que ele documenta. No endereço http://www.marciorm.com.br/, é possível ver imagens mais antigas das festas,


fotografia

Setembro / /Outubro Novembro Dezembro 12 12

cultura

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cultura

artes plásticas

Mariane Monteiro

“A arte é a minha fala”

Marisa Oliveira

Niteroiense, solteira, Mariane Miranda Monteiro é apaixonada pelo que faz. Explode sua arte em cores e vê no público de rua um segmento interessante, livre de preconceitos, e por isso a artista tem um sentimento muito forte pela intervenção urbana. Aliás, tudo em Mariane é forte, desde o que aprecia em outros artistas, até a emoção que sente pela arte.

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molde de gesso dentário, a construção de formas em papel, objetos e a pintura direta no papel e na lona. No momento, estou mais envolvida com o trabalho de intervenção urbana, que se chama “lambe-lambe de pintura”. É a pintura sobre o papel e pensada para o espaço urbano, muitas vezes levando a escrita na composição visual e emocional do trabalho. FD - Fale um pouco dos materiais de que a srª. se utiliza nas suas obras. MM - Os materiais são tintas de vários tipos

(acrílica, tecido, pva e aquarela), purpurina, pedras, colagens, caneta, grafite. Gosto de experimentar as cores que esses materiais proporcionam e criar uma relação entre eles. FD - Tornar-se um artista plástico aconteceu em que momento da sua vida? A escolha pelas Artes concorreu com alguma outra vocação? MM - No momento de escolher uma uni-

versidade para me graduar, visitei alguns cursos de diferentes áreas, mas foi pela Escola de Belas Artes que me interessei. Sempre me interessei pela educação e sempre tive a quase certeza da sensibilidade da arte dentro de mim e na universidade resolvi juntar as duas coisas me formando no curso de licenciatura em Artes Plásticas.

FD - Que artistas exercem influência na sua arte? Quais os que mais a inspiram? MM - Todos os artistas me influenciam, os

modernos, os contemporâneos. As imagens cotidianas me influenciam, a cidade e seus passantes, as diferentes culturas e costumes. Se for preciso citar alguns artistas, falo daqueles que convivo de perto nos seus processos: Edmilson Nunes, Jorge Duarte, que são pintores que tem o meu respeito.

Marcos Cardoso com seu processo violento e sua força está intimamente ligado à minha inspiração. Ivar Rocha, Sérgio Torres e tantos outros que possuem o trabalho muito forte e contundente. FD - Produzir arte a emociona? MM - Produzir arte é a minha maior emo-

ção. É movimento, é a minha fala e como eu penso o mundo. FD - Quais são os temas que predominam na sua arte? MM - Não há regras para temas. Pinto o que

for necessário. Gosto de perceber pessoas e suas emoções e me projetar nelas, me aproximar desse olhar. FD - O que é arte para Mariane Monteiro? E o que você acha que é arte para o público em geral? MM - Arte é aquilo de mais profundo e

íntimo. É responder para a vida o que pensamos dela. É uma verdade, um grande montante de sensações, sentimentos, pensamentos e percepções. Em relação ao público, essa é uma discussão muito vasta. Mas o que percebo é que são tipos de

FD - Como foi e tem sido a sua formação como artista? MM - Tenho minha pesquisa em pintura

há sete anos. Nesse tempo me dediquei diariamente a ela, experimentando vários suportes, materiais, técnicas, rasgando, colando, desenhando, pintando, construindo. Nunca me privei de nada que me impulsionasse na minha pintura. É uma busca muito íntima, uma relação muito forte que o artista faz, com seus pensamentos e sensibilidade. Ter que ser verdadeira e feita de amor e é assim que tem sido minha formação como artista, me pesquisando e me provocando diariamente com muita paixão e cuidado. Sempre. FD - De que técnicas a srª. mais se utiliza? Qual delas considera de maior efeito ou a qual delas a srª. tem mais apego?

MM - A pintura me proporciona vários tipos de experiências e procedimentos. Posso dizer que as técnicas estão ligadas aos diferentes suportes de que utilizo, tais como

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público. Aquele que consome arte como investimento. Aquele que não tem intimidade com a arte e que possui uma distância de compreensão com a arte contemporânea. Este é um público interessante, livre de conceitos pré-estabelecidos. É o público da rua, por isso sou muito apaixonada pela intervenção urbana e seus choques de percepção. FD - Que sentimento predomina na srª quando expõe suas obras? MM - Um sentimento de nudez incrível. É muito emo-

cionante mostrar trabalhos, perceber a troca com o espectador e estar sempre aberta a críticas. Mais uma vez falo do espaço urbano que é uma exposição diária. FD - Você exerce outras atividades profissionais? MM - Sou arte educadora, faço carnaval na escola mirim

Pimpolhos da Grande Rio e faço parte de um coletivo de pintura chamado Teia – arte política. FD - Mariane Monteiro nos próximos anos... MM - ...pintando, experimentando, crescendo, estudan-

do.

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Mariane Monteiro Livro de cabeceira: Cartas a Théo Prato preferido: Churrasco Artista que desponta: Ivar Rocha Local para viver: Brasil Local para trabalhar: Meu atelier Próxima exposição: Marques de Sapucaí com Pimpolhos da Grande Rio Conhecendo melhor Mariane Monteiro: http://marianemonteiro1.blogspot.com.br http://teia-grupoteia.blogspot.com.br

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Mostras mais recentes de que participou: 2012: Desenho/Exposição coletiva – Fábrica Era 2012: Exposição coletiva Salve Jorge – Caza Arte Contemporânea 2011: Carnaval 2012 Pimpolhos da Grande Rio - Fantasias e Adereços, Mestre Sala e Porta Bandeira 2011: Ser ou não ser, Exposição coletiva, Solar Meninos de Luz (curadoria de Marco Antonio Portela e Osvaldo Carvalho) 2010: Intenso, Exposição individual. Sala José Cândido de Carvalho, Coordenação Desirré Monjardim. Niterói, RJ

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Vicente de Percia depercia@gmail.com

Ponta de Faca, Excremento de Urubu. O Enigma da Arte.

O

circuito da arte hoje menospreza a estatística de que a maioria das

Vários críticos de arte denunciam um encaminhamento pernisioso na nova

pessoas não compreende a arte atual. Diferentes das rupturas do

estética das artes visuais. Uma forma de percepção, talvez, esteja sendo

Modernismo a era pós Duchamp quer queiram ou não está cercada de

implantada e consequentemente, um patrulhamento mediante a utilização

tarefas e atitudes indefinidas. Para

de meios materiais e instrumentais diferen-

uma ampla corrente de estudiosos

ciados a serem utilizados. Sem eles não

possibilita a presença de obras

se atingiria o sucesso desejado para uma

pouco significativas no panorama da

ruptura estética. Para o crítico de arte

arte, e atendem apenas a interesses

Robert Hughes para muitos visto como

econômicos, ou não passa de uma

autoritário e mordaz intelectual dos últi-

farsa. O que não invalida a con-

mos trinta anos:”- Andy Warhol fez mais

tribuição inegável da arte em vis-

mal do que bem a arte.” Os textos de

lumbrar presenças participativas e

Hughes descambam para filosofia e um

inovadoras de artistas e o intuito em

subjetivismo incisivo e radical. Descobrira-

querer buscar novas ferramentas

-se e neles o autoritarismo em legitimar

para fugir das restrições cultuadas

ou descredenciar o artista. Seu livro “ O

nos antigos suportes – A Voz do

choque do novo” é uma das suas obras

Povo é a Voz de Deus - certamente

mais significativas.

um chavão da cultura pré- estabelecida.

“O Rato Roeu a Roupa do Rei”- A ordem de romper com os suportes

É de praxe afirmar que para se obter o sucesso na arte é importante a

tradicionais, como a tela, o papel, o desenho, gravura etc...mostra quais são

valorização dos preços da obra no mercado. Para o simples mortal surge

os novos rumos adotados. Eis, que se incorpora à terminologia da arte o

imediatamente a descrença que uma obra possa ser mais cara que uma

nome contemporâneo. Alguns estudiosos, inclusive, dão datas para o início

moradia de luxo em locais privilegiados. A arte aparece como um enigma

e o fim desse termo. Chegar a um consenso é difícil, pois há quem acredite

não decifrável e elititista, apesar de estar cercada de bulas explicativas para

que outras “técnicas e procedimentos” possam substituir e acionar os fe-

a compreensão do espectador. Ele se satizfaz,em parte, em ser direciona-

nômenos da arte, ou seja, o caos embuitido nela e o que a arte representa

do em consequência da sua falta de conhecimento e por não querer ser

em concordância com o mundo atual. Afinal, o que se pretende com as

taxado de desconectado com a sua época.

exposições que reúnem os chamados artistas contemporâneos?

Que formulação é essa que tenta romper com o estado tradicional da arte

Afirmar que falar da pintura, do desenho, da gravura é para bom entende-

para aprisionar o Homem através de uma prática política social direcionada,

dor uma questão superada na mídia serve como instrumento para demolir

sem valorizá-lo e antever os seus objetivos desejados? A criatividade se

e criar os mitos. As transformações visuais e sensitivas para uma nova lógica

desenvolve com o desenvolvimento das tarefas artísticas. Tolher a experiên-

da percepção é a arma segura para observar as mudanças. A imposição

cia, a sensibilidade, as crenças, os desejos, as frustrações é se distanciar do

de uma “nova visão cultural” prejudica o contexto artístico? Acolher novas

mundo e cair na passividade das “elocubrações de ideia”. A prática social,

práticas, improvisações mesmo que não tenham valor desejado, define à

só ela, determina o que é a arte? Há quem afirme que a nova arte esteja

intenção em ir de encontro à produção da arte “acadêmica”? Possibilita

compromissada em mostrar que o indivíduo reconheça, por exemplo, sua

como markenting acionar o mercado da arte em variados eventos, movi-

fragilidade perante os vários sistemas e com isso a reformule diante da

mentando altas cifras. Nesses procedimentos e colóquio de ideias espera-se

coerção sentida e de acordo com a sua percepção dos fatos que o circun-

reconhecer que a sociedade e as tribos sociais, possam contribuir para as

dam. Como nos relacionamos com o mundo, com o outro e conosco?

correntes inovadoras e trazer soluções.

Quais recursos trarão um embate ao criar? Quem alimentará a dispersão, ou o interesse do espectador nessa dinâmica ? Quais as regras para ativar a percepção da obra de arte?

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Vicente de Percia, crítico de arte, artista plástico, escritor: prêmio Master de Literatura. Membro da Bow Art International e da Associação Brasileira e Internacional de Críticos de Arte. Pesquisador da Bienal de São Paulo com várias publicações sobre o tema.


2013 Nossos Objetivos Intercâmbio entre Brasil e Itália: Divulgar o patrimônio histórico, artístico e cultural das diferentes regiões italianas, incentivando as trocas mútuas. Resgate cultural: Valorizar a relação entre os dois povos ao longo da história e na base das regiões de origem dos emigrantes italianos. Propagar a presença da Itália no Brasil em todos os âmbitos. Criar oportunidades de negócios entre o Brasil e a Itália, a partir da área cultural e artística.

Rio de Janeiro, São Paulo, Roma e Bolonha www.brasitaliario.com.br www.youtube.com/ BrasitaliaRio

Invista no 3o Brasitalia: PRONAC no 129693 do Ministério da Cultura, autorização de captação R$ 1.437.838,00 pelo artigo 18 da Lei Rouanet, que permite o desconto de 100% do valor do patrocínio.


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