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Candidato à Câmara Municipal de Almodôvar, Ricardo Colaço assume:
JULHO 2013 / Nº23 / 5 EUROS
“É minha firme intenção potenciar todas as qualidades desta terra e dá-las a conhecer ao mundo!”
FREGUESIA Lugar de democracia Governo de proximidade
Editorial
Índice
Editorial.............................................. 3 I Congresso Internacional – CASES.... 04 Coop Beja Brinches............................ 06 Cooperativa Nave............................... 08 Mensagem ACI..................................... 9 Autárquicas 2O13.............................. 10 JF Baleizão - Beja.............................. 12 CM Beja............................................ 14 Autárquicas 2O13.............................. 16 JF Ariz – Marco Canaveses................ 20 JF Refontoura - Felgueiras................. 22 JF Apúlia – Esposende....................... 24 JF Antas – Esposende........................ 25 JF Barroselas – Viana do Castelo........ 26 JF Perre – Viana do Castelo............... 27 JF Afife – Viana do Castelo................ 28 CM Montalegre.................................. 29 Benéfica e Previdente......................... 31
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Como votar nas freguesias extintas? Não foi nenhum historiador ou comentador político que determinou que a Freguesia é o lugar da democracia… Foi o povo, foram os cidadãos anónimos, aqueles a quem só dá jeito ouvir quando há eleições. A Freguesia é o principal fundamento do regime democrático, é o garante do direito de participação dos cidadãos na defesa dos seus mais elementares direitos, é o único garante de representatividade assente num voto verdadeiramente consciente porque baseado num conhecimento de quem se elege e em laços de proximidade. Mais do que o lugar da democracia, a Freguesia é o centro onde os cidadãos convivem e partilham conceitos, opiniões e saberes, centro das democracias participativas, base da pirâmide democrática. É a cidadania no seu melhor. A Freguesia é uma instituição popular, é uma escola democrática ao serviço das populações. É a casa que envolve a participação dos cidadãos numa intervenção cívica, na defesa dos seus mais legítimos interesses. Talvez por isso não sirva a alguns… No próximo dia 29 de Setembro, vão realizar-se eleições autárquicas mas ninguém sabe ou percebe como vão votar os cidadãos eleitores das freguesias extintas. Todos sabemos do importante trabalho dos milhares de autarcas à frente das Freguesias, na preparação e organização do sistema eleitoral mas não sabemos o que vão fazer os autarcas das Freguesias extintas, quer na organização dos cadernos eleitorais, recenseamento, certidões de cidadão eleitor e mais um sem número de situações que é preciso acautelar. Ao que chegou o Estado português com a decisão de acabar com mais de mil freguesias… Ao ponto de recorrer a argumentos falaciosos, por que não dizer mesmo mentirosos, como o memorando de entendimento com a Troika, o endividamento público ou o défice orçamental… Esta situação pode levar a que muitos destes cidadãos se vejam impedidos de participar no acto eleitoral, fazendo aumentar os níveis de abstenção, já por si bastante elevados. Importa perguntar ao governo quais os motivos desta perseguição obsessiva a todos os homens e mulheres autarcas que construíram nas
suas freguesias espaços de convívio e lazer, que dinamizaram e construíram respostas para os problemas e anseios das populações. O fortíssimo ataque que o governo desferiu contra o poder local democrático, foi um ataque ao trabalho empenhado e tantas vezes voluntário destes autarcas. Mas foi também contra os 800 anos de história, de valorização da nossa cultura, das questões demográficas, sociais, dos usos e costumes das populações envolvidas que deveriam merecer um pouco mais de respeito por parte de quem nos governa. Não somos contra uma reordenação administrativa do território. Somos contra esta espécie de reforma a prazo, sem qualquer tipo de auscultação pública ou critério coerente. O poder central nunca soube conviver com o poder local democrático, nunca foi capaz de cumprir com a lei das finanças locais, nunca aceitou as legítimas aspirações das Freguesias de terem mais atribuições e competências e mais autonomia administrativa. Pelo contrário, o que o poder central pretende é eliminar as freguesias, afastando-as das populações, acentuando assimetrias e a desertificação do território. Medo? Subterfúgio para afastar quem impede, pela via legal e do serviço público, impede outros de reinar? Que bom seria se “aqueles que lá do alto império”, onde foram colocados para serem mais centralistas do que os que o são por convicção, pudessem escutar a voz da razão e restituir ao povo a freguesia que lhes foi tirada. Para isso, é preciso ser livre e ter alguma dignidade…O que, infelizmente, não se aplica a essa gente! Estaremos nós, portugueses, a assistir, impávidos e serenos, ao início da extinção de um sistema político único no mundo? Estaremos nós a comungar com o declínio de mais um elemento distintivo da nossa democracia? Qualquer dia, em nome de um qualquer plano de austeridade e em abono de um qualquer memorando de (des)entendimento, virá o nosso governo à praça pública defender a extinção de alguns dos sete castelos tornados aos mouros por D. Afonso III na nossa bandeira nacional para pouparmos alguns euritos em impressões… desnecessárias.
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I Congresso Internacional “A Economia Social nos Desafios do Século XXI”
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“A economia social é uma inevitabilidade!” “A economia social é um instrumento precioso de coesão social e o melhor exemplo de democraticidade”
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ortugal foi a capital da economia social, numa iniciativa pioneira, com a chancela do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, no Centro de Congressos do Estoril. O Ministério quis avaliar o papel que a Economia Social vai desempenhar no futuro de Portugal no pós-troika.
O I Congresso Internacional “A Economia Social Nos Desafios do Século XXI”, reuniu no Estoril governantes de Espanha, Brasil, Letónia, Angola, Timor-Leste e Colômbia, um tema que o ministro Mota Soares evocou como sendo “sempre importante, ainda mais em tempos de crise”. Na abertura do encontro, sob o tema “A Economia Social nos Desafios do Século XXI”, assistiu-se a uma mensagem de vídeo do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, na qual destacou a prioridade de investimentos para a área social, sobretudo, na criação de emprego. “Rasgar horizontes” no plano da Economia Social em Portugal foi o desafio que Marco António Costa, secretário de estado da solidariedade
I Painel - “Economia Social - um Paradigma de Futuro”
e da segurança social deixou no último painel do I Congresso Internacional de Economia Social, à qual se seguiu a apresentação da Carta de Cascais para a Economia Social e a intervenção de Pedro Passos Coelho, a encerrar o evento. O sector da economia social tem sido cada vez mais chamado a dar resposta à crise. É um sector que tem potencial de crescimento e que se espera que contribua para a criação de emprego e de riqueza no país. Debater os desafios da economia social foi o objectivo do I Congresso Internacional, realizado no Estoril. Todas as instituições sociais do terceiro sector, desde cooperativas, associações mutualistas, misericórdias, fundações e instituições particulares de solidariedade social são chamadas a criar mais e novas respostas perante a crise. “Há uma maior necessidade de uma maior intervenção por parte destas organizações, mas também há a necessidade destas organizações serem capazes de inovar e de encontrar formas diferentes de resolver problemas que já são antigos”, afirmou o coordenador do Observatório da Economia Social, Gonçalo Pernas, que garantiu que isso pode ser feito com boas ideias do que se faz no país e no estrangeiro ao nível de empreendedorismo e inovação. A economia social não é propriamente um negócio, mas procura o lucro para investir em fins sociais, criando a sua própria sustentabilidade para não depender de financiamentos governamentais. Um sector que ganha cada vez mais
expressão no âmbito da inclusão social. “É um sector que dá, muitas vezes, emprego a pessoas que estão mais desfavorecidas perante o mercado de trabalho. Essas suas práticas inclusivas constituem, também, uma mais-valia para a própria sociedade, na perspectiva desta integração e da inclusão profissional e social das pessoas que estão mais em risco perante este contexto”, afirmou o coordenador do Observatório da Economia Social. Gonçalo Pernas defendeu, por fim, o reforço do voluntariado de competências, numa parceria entre instituições e autarquias, como já acontece com algumas empresas privadas.
“Economia Positiva” Do Brasil, Paul Singer, Secretário Nacional da Economia Solidária do Ministério do Trabalho e do Emprego, com uma visão singular desta matéria referiu: “A Economia Social é um paradigma do presente, o que não impede de ser considerado um paradigma do futuro, ao qual passado e presente não são esquecidos. O princípio da Economia Social é a de-
III Painel - “A “Economia Economia Social Social - um e osParadigma seus Modelos de Futuro” de Financiamento e Gestão”
mocracia, já a igualdade é o seu apanágio!” Maria Belém Roseira, moderadora do painel no qual interveio Paul Singer, “Economia Social – um Paradigma de Futuro”, em síntese, mencionou o conceito de “economia positiva”, designação usada pelos economistas. “Esta economia é social porque é solidária. É um laço. É uma economia altruísta por não visar a apropriação do lucro, mas da sustentabilidade. O terceiro sector em cooperação com o Estado tem que ser visto como um conceito relativo ao bem comum. A Economia Social é adaptável e adaptativa”, acrescentou, concluindo que as línguas devem ser o motor “de fazer economia”, para através da economia melhor servir as pessoas. Noutro plano, Tomás Correia, presidente do Montepio Geral, cuja intervenção fez parte do segundo painel onde se debateu “A Economia Social e os seus Modelos de Financiamento e Gestão”, indicou que a Lei de Bases será um ponto de partida para que seja criada legislação que apoie as instituições da economia social e para que as próprias populações possam ser envolvidas. “Cascais pode servir de exemplo com a Carta de Cascais para a Economia Social”, muito embora a capacitação de dirigentes seja determinante no processo. Recorde-se que o Montepio tem tentado apoiar as suas congéneres na modernização das instituições, através do apoio à implementação de projectos inovadores. “Incentivamos os diversos investigadores da Economia Social para serem instrumentos das instituições do terceiro sector e para que possam estar melhor preparadas para o futuro.” Na sua óptica, a sustentabilidade passa por “uma mudança dos arquétipos de gestão e dos conceitos de resposta social. A Economia Social é uma inevitabilidade. Temos que trabalhar em conjunto umas com as outras instituições para trabalharmos mais e melhor.” “Acredito que este é o tempo da Economia Social. A solução certa e oportuna numa era de desconfiança do paradigma. Neste esforço, neste caminho todos ganharemos, porque seremos mais independentes, ajudando os que mais necessitam”, concluiu Tomás Correia.
Economia Social com Sinal + em Portugal “Mesmo num tempo economicamente difícil, de crise, o sector da economia social tem possibilidade de, em contraciclo, crescer. Já representa mais de 5% da totalidade do emprego remunerado em Portugal. São mais empregos do que aqueles que são criados e mantidos no sector financeiro, segurador, bancário”, sublinhou o ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, acrescentando que nesta área de actividade, “o investimento não se deslocaliza, tem grande estabilidade e dinamiza muito
as economias locais. Sabemos que, hoje, no interior do país, é um sector que é um grande empregador, muitas vezes com mais pessoas que o próprio Estado”, concluiu. O Conselho Nacional para a Economia Social aprovou recentemente a Carta de Cascais para a Economia Social O documento define os princípios orientadores para o sector e que demonstra que é “imperativo efectivar o reconhecimento público do carácter imprescindível que a Economia Social e a suas entidades têm em Portugal”. Mas não só, na Carta de Cascais é considerado “urgente apelar à reflexão conjunta de decisores económicos e representantes políticos” no sentido da “avaliação de resultados, numa perspectiva multidimensional, baseada em impactos financeiros, mas também em impactos sociais, ambientais e culturais da actividade económica”, explicou Mota Soares. Os 21 pontos do documento foram apresentados na recta final do I Congresso Internacional de Economia Social por Eduardo Graça, presidente da CASES.
“É indispensável uma aposta estratégica no sector!” O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho presidiu a sessão de encerramento e reforçou a importância no investimento na economia social “este é o momento para tornar a economia social num pilar do país”, afirmou na sua intervenção. “Somos motivados pelos valores da cidadania. Todos os parceiros da economia social são importantes, há agora que ir ao encontro da sociedade civil. A economia social é um instrumento precioso de coesão social e o melhor exemplo de democraticidade. Nenhuma sociedade democrática e moderna pode florescer se não cultivar valores da solidariedade. Queremos uma sociedade que não deixe ninguém para trás, que seja decente e moderna, é uma tarefa de parceria que depende do trabalho de cada um”, assegurou ainda que é indispensável a aposta estratégica no sector, reiterando o potencial da economia social, que poderá ter um papel mais expressivo no crescimento económico do país. “Não se pode desperdiçar as parcerias entre o Estado central, as autarquias e as instituições sociais” e anunciou a “criação de 400 postos de trabalho ao serviço das entidades da economia social” face aos “80 novos contratos locais de desenvolvimento social” assinados, com um investimento de “20 milhões de euros”. Passos Coelho defendeu “uma resposta de parceria orientada pelo princípio da subsidiariedade que aproveite a perícia e o conhecimento de quem está todos os dias no terreno”, sustentado pela aprovação recente por unanimidade da Lei de Bases da Economia Social.
III Painel - “Desafiar a Realidade Social: Experiências Animadoras”
IV Painel - “Economia Social Portuguesa no Pós-Troika”
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Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, CRL
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CABB: Um caso de sucesso para o sector agrícola da região bido nas províncias de Alentejo e Algarve, em quantidade superior a 200.000.000 kgs, possuindo para tal uma unidade industrial situada em Alvito. Prevê-se que a actividade global da Cooperativa bem como toda a agricultura no Alentejo, venha a ter nos próximos anos um crescimento enorme, na sequência da entrada em funcionamento das várias estruturas de regadio da barragem do Alqueva, que irão permitir regar 110 mil hectares. Está também previsto na estratégia futura da Cooperativa e da UCASUL ampliar enormemente a cooperação já existente com a ACOREX, que se poderá traduzir na formação de uma Cooperativa de âmbito Europeu. Muitas são as razões para conhecer de perto este exemplo de internacionalização e de franca expansão nos últimos anos, para isso, a F&C esteve à conversa com um Homem empreendedor que se multiplica e faz multiplicar a área de negócio. Conversamos com o Gerente, Aníbal Martins. Aníbal Martins
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undada a 1 de Julho de 2008, a Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, CRL, (CABB) resultou da fusão da Cooperativa Agrícola de Beja com a Cooperativa Agrícola de Brinches, que foram extintas na mesma data. A sua área social de intervenção estende-se por todo o País, principalmente na província do Alentejo, nos concelhos de Beja e Serpa. Desenvolve a sua actividade através de três secções: Olivicultura, Cerealicultura e a Secção Comercial. Para apoio aos seus associados, a Cooperativa dispõe ainda de um corpo técnico, quer em termos de aconselhamento técnico agrícola, quer na elaboração dos diversos processos de candidaturas aos subsídios comunitários. A CABB detém 75% do capital da UCASUL – União de Cooperativas Agrícolas, UCRL, cuja actividade fundamental se traduz na recepção e secagem de todo o bagaço de azeitona rece-
Loja Beja
Como vão a saúde e as áreas de negócio da CABB? Em relação à Cooperativa, concluímos em Março último, o projecto que tínhamos iniciado em 2012 no âmbito do PRODER. Assim, em todo o equipamento que diz respeito à extracção de azeite, embalamento, agora encontra-se numa situação perfeitamente de acordo com aquilo que se esperam que sejam as expectativas do mercado. Portanto, do ponto de vista da olivicultura na cooperativa, está tudo a correr bem. Do ponto de vista dos cereais a cooperativa tem apostado muito forte nessa área, podia estar a correr melhor, mas isso já tem a ver com as condições climatéricas, que ocorrem, com o facto de se semear mais, com o tipo de culturas que se fazem, a própria questão de Alqueva, isto é, se a água já chega ou não a todos os agricultores e suas terras. Enfim, há todo um conjunto de situações que pensamos que no futuro possa ter um maior desenvolvimento. Apesar da crise em 2012 crescemos no volume de negócios e isso deve-se
Loja Pias
ao mercado interno, essencialmente à grande distribuição, mas também à exportação que hoje fazemos para a China, aliás, neste momento estamos a tentar consolidar estes negócios. São negócios volumosos, de maneira que temos que ter atenção ao nosso mercado externo. O Flor do Alentejo continua a ser a vossa marca de referência? É a nossa marca. A nossa referência. Ao nível de empreendedorismo e inovação, o que têm feito para chegarem mais longe e consolidarem, naturalmente esses mercados onde já se encontram? Nessa área, na cooperativa, portanto, estamos numa fase em que foi implementado um projecto, que está a ser cumprido, agora há que esperar para colher os frutos desse investimento. Na UCASUL esta área tem merecido mais atenção. E, neste momento o grande problema que temos é que temos excesso de produção, os lagares de azeitona são pequenos, acabam por não ter capacidade, logo estamos sempre a trabalhar sobre pressão e esforço. Ao nível das acções do processo produtivo, há rever todo este processo, desde o controlo dos próprios processos, inclusive procedeu-se à criação de uma empresa associada à UCASUL, a UCASUL – ES (Engenharia e Serviços), com o objectivo de atender a própria UCASUL, mas também para dar apoio técnico aos lagares que nos entregam bagaço, que cada ano durante a campanha estão 24 horas de piquete para rapidamente nos lagares resolverem as avarias, pois é ali que está grande parte do processo produtivo quer dos lagares, quer da UCASUL está tudo automatizado, sendo que as avarias têm normalmente origem na parte eléctrica, electrónica, do que propriamente na parte mecânica, em que uma peça que se vai desgastando, se substitui. Assim, neste aspecto, penso que a UCASUL tem dado uma resposta muito válida e ao seu próprio processo de conseguir com algum investimento também, cerca de 3 milhões de euros, conseguimos colocar todo o nosso processo de produção a um nível que é difícil alcançar.
Loja Serpa
Qual o destino do óleo de bagaço de azeitona? Exportação. Exportamos a 100%. Qual o vosso posicionamento neste momento ao nível dos azeites do Alentejo? Neste momento o azeite que se produz no Alentejo, não é comparável ao que se produzia há 15 anos! As variedades que foram plantadas na nossa zona são de variedades diferentes, o que é certo é que grande parte do azeite que é produzido no Alentejo difere um pouco da produção que tínhamos. Mas descaracterizou-se? Não nos preocupamos muito com isso. Preocupa-nos, sim, o olival tradicional, porque ainda representam enormes problemas, aí sim estamos preocupados. Ou seja, o olival tradicional para ser competitivo no sector do azeite tem que passar os custos de produção no olival e aumentar a produtividade do olival. E isso no olival tradicional é difícil. Não podemos competir com olivais intensivos, que produzem por um ano um hectare, com metade dos custos desses olivais tradicionais. Portanto, quando calculamos o preço a que sai o kg de azeite, comparativamente a esses olivais, é insustentável mantermos o olival tradicional. Se não houver outro tipo de apoios para além da própria produção. Ou seja, requalificar o olival tradicional e substituí-lo pode ser uma opção? Penso que poderá haver aqui algum equilíbrio. Se a intenção do olival tradicional, é manter, não é necessário arrancar 50 hectares e plantar 50 novos hectares de olival. Se plantar 20, possivelmente conseguir-se-á rentabilizar toda a área. Essa é uma questão à qual estamos atentos, esses processos só seriam aconselhados, se efectivamente se justificasse a reconversão da unidade produtiva. Portanto, é sempre uma possibilidade desde que concertada. Tem uma opinião muito crítica relativa ao cooperativismo e à régie cooperativa que gere todo o movimento, a CASES. O que falta para o terceiro sector se afirmar em Portugal, sendo que faz parte das nossas raízes? Devia haver mais visibilidade das cooperativas. A Economia Social em Portugal penso que ainda não está muito acarinhada. Temos agora uma Lei de Bases, mas há quanto tempo vivemos este Código Cooperativo? Não mudou muito nos últimos anos. Há uma série de condições que imobilizam a economia social, em termos de fiscalidade e de isenções das cooperativas e assim as cooperativas teriam outro tipo de apoios que hoje não têm. Actualmente, uma cooperativa, do meu ponto de vista, tirando a isenção do IRC e pouco mais, é uma empresa normal e essa é que é a realidade… Continuo a dizer se é
Sede da CABB
uma empresa normal, como outra qualquer, que não tem como objectivo principal o lucro, mas tem também que ter alguns lucros para sustentar os investidores e a sua própria actividade. E mais dia, menos dia, penso que as cooperativas vão deixar de estar isentas de IRC, entre outras questões, mas vamos aguardar pelo futuro. Com um país a ver crescer o desemprego, numa crise também em crescendo, a empresa cooperativa mantém-se, como diz a Mensagem da Aliança Cooperativa Internacional, forte nos tempos de crise? Julgo que sim. Sei que é difícil ser mais forte, mas o que é certo é que sou muito crítico em relação ao modelo de gestão das cooperativas e entendo que as cooperativas sejam entendidas como empresas da economia social, mas como empresas, e depois “empresa” quer dizer muita coisa. Tem que ter uma gestão cooperativa formalizada, tem que haver vistoria na relação daquilo que é a gestão e qual a responsabilidade da direcção, como é que são atribuídas as questões e documentos da direcção… Muitas cooperativas têm ficado pelo caminho precisamente por não se chegar a este nível a um entendimento. Sou realmente muito crítico em relação a esta questão, porque acho que as cooperativas devem ter uma gestão muito profissional. A gestão se não for feita com algum equilíbrio e, nesse equilíbrio quanto mais forte for, melhor sucedida será. Antes da fusão, nas cooperativas de Beja e de Brinches assistíamos a direcções que estavam mais de vinte anos à frente da cooperativa. E é saudável que se renovem, para que surjam novas ideias e também gente nova no movimento cooperativo.
Secção de Olivicultura
Possuindo 2 lagares, um em Beja e outro em Brinches, com uma capacidade total de laboração diária de 600 toneladas, recebe e transforma a azeitona entregue pelos seus associados que em termos médios ronda os 15 milhões de quilos. A quase totalidade do azeite é embalado para uma grande superfície, e o restante para a marca própria “Flor do Alentejo”. As vendas a granel são já neste momento de fraca expressão.
Secção de Cerealicultura
A Cooperativa dispõe de instalações de armazenagem de cereais em Beja, Serpa e Cuba com uma capacidade total de 100.000 m3. Recebe dos seus associados e comercializa, as diversas produções obtidas, sendo de salientar também a existência de um secador de milho com uma capacidade de cerca de 1.000.000 Kgs diário.
Secção Comercial
A actividade desta secção consiste na aquisição de todos os produtos e factores de produção necessários à actividade agrícola desenvolvida pelos seus associados, para que a mesma seja rentabilizada em termos de custos. FONTE: CABB
Que expectativas tem de produção para 2013? É muito difícil de prever. Este ano nota-se uma grande quebra de produção, devido aos novos olivais. Esperamos, portanto, no mínimo uma produção idêntica há do último ano em todas as variedades. Uma mensagem aos associados e ao cooperativismo para que este permita a resiliência à crise. Sou sempre optimista, penso sempre duma forma positiva face às dificuldades e aos problemas que existem e entendo até que é nesta fase crítica e de crise que se criam oportunidades. Penso que as cooperativas e a economia social conseguirão resistir a esta crise duma forma sustentável e, apesar desta crise estar a durar há muito tempo, às vezes uma crisezinha, não faz mal nenhum! Serve para acordar mentalidades e garantir novos voos. Depois, a própria palavra ‘cooperativismo’ tal qual ela existe, precisa ser melhor entendida pelos sócios.
Silos de Beja
Secador e Silos
Pátio de Brinches
Silos de Serpa
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Opinião
Economia Social e Desenvolvimento Local É vulgar ouvirmos dizer-se que, em tempos de crise, a economia social pode contribuir decisivamente para a criação de dinâmicas do desenvolvimento local, em contexto de coesão social. Todos nós temos consciência, também que, com o desemprego, não se cria riqueza, nomeadamente ao nível local, na comunidade onde cada um de nós reside. E, como facilmente se compreenderá, o desemprego é um contributo forte para a falta de coesão social territorial. No nosso País, pelos dados estatísticos que são conhecidos, temos cerca de 18% da população ativa no desemprego, e, entre os jovens à procura de emprego, teremos mais de 40%, o que, como se compreenderá, constitui um motivo de grande preocupação. É esta, na verdade, a situação em que se encontra o nosso País. Na verdade, para além dos desempregados de longa duração, não podemos esquecer o que se passa com os nossos jovens, nomeadamente os jovens licenciados que, no contexto da situação em que o País se encontra, não conseguem aqui uma oportunidade de trabalho e, por isso, aqueles que pretendem uma ocupação, vão por esse Mundo fora à procura de uma oportunidade de trabalho. Voltamos, novamente, aos tempos da emigração, com uma diferença relevante. É que, enquanto, nos anos que se seguiram à II Guerra Mundial, os nossos emigrantes eram, na sua maioria, analfabetos, vemos hoje partir para a emigração, jovens licenciados, que o País está a desperdiçar. Importa, assim, abordar temáticas relevantes sobre as oportunidades de criar novos postos de trabalho, nomeadamente para jovens e desempregados, de curta ou de longa duração. A Economia Social constitui na verdade, uma oportunidade para um trabalho sério, ao nível do desenvolvimento local. Do meu ponto de vista, as Redes Sociais Municipais podem ter e, em muitos casos que conheço têm, um papel determinante na organização de respostas diversas ao desenvolvimento local, em que o empreendedorismo tem, ou deve ter, um lugar de destaque. Na verdade, o desenvolvimento local, tendo em conta as suas próprias características, obriga o envolvimento intenso dos actores locais, na definição da estratégia, na execução e no acompanhamento, devendo ser dado o relevo adequado à parceria entre Entidades do Sector Público e do Sector Privado, não só para a caracterização sócio-económica do espaço territorial identificado, bem como para a definição da respectiva estratégia e para a tomada de iniciativas que possam conduzir à sua concretização. Não pode ignorar-se que o desenvolvimento local
se faz com as pessoas, e nunca contra as pessoas, pelo que, para se poder ter êxito, neste domínio, é preciso que os responsáveis sociais e políticos saibam tomar as medidas adequadas para envolver, e comprometer, o maior número possível de pessoas, e as Organizações da sua Comunidade, na missão a empreender. Por isso mesmo a Freguesia, ou um Agrupamento de Freguesias envolvidas numa Comissão Local Interfreguesias, pode ser o espaço territorial adequado para o lançamento de iniciativas, em dinâmicas de desenvolvimento local, como novas oportunidades de criação de novos postos de trabalho, envolvendo, nomeadamente, jovens licenciados desempregados. Tenho defendido que as Redes Sociais Municipais podem ser, na verdade, espaços de debate e de aprofundamento de ideias para a elaboração de Planos de Desenvolvimento Local, a partir dos quais possam surgir novas oportunidades de negócios, que possam ter interesse para o desenvolvimento local e que, por isso mesmo, sejam potenciadores da criação de novas oportunidades de novos postos de trabalho. Os jovens licenciados podem ser determinantes nestas iniciativas, tendo em conta as necessidades e as oportunidades existentes nesse espaço territorial. Muitas iniciativas têm surgido, nesse contexto, nomeadamente com a criação de cooperativas, e, em alguns casos, a criação de Régie Cooperativas, também conhecidas por cooperativas de interesse público, em que se envolvem jovens desempregados. E, em muitos casos, com sucesso reconhecido. No entanto, todos estamos certos da necessidade de um maior apoio, da parte do Governo, designadamente no domínio do empreendedorismo de jovens que possam estar motivados para a criação de cooperativas, através das quais possam, efeti-
vamente, criar os seus postos de trabalho. E, aqui, é de evidenciar que, para o sucesso de iniciativas deste género, faz falta o “capital semente”, para apoiar a criação e o desenvolvimento de iniciativas empresariais, nomeadamente as iniciativas na área da Economia Social, em que as cooperativas têm um papel de relevo. Neste contexto, vale a pena referenciar a Cooperativa NAVE – Serviços de Apoio à Gestão Empresarial, CRL, que tem a sua sede na Freguesia de Fermentões, Cidade de Guimarães. A Cooperativa NAVE procura ser, naquele contexto, um agente dinamizador do desenvolvimento local e, tendo presente a experiência adquirida, a Cooperativa NAVE desenvolve atividades em Áreas de Intervenção tais como: – Social Commerce - um produto/serviço que visa implementar, gerir e otimizar a participação em redes sociais para Cooperativas, Empresas, Instituições e Personalidades. – Acolhimento Empresarial – com uma área de espaços que são disponibilizados a jovens empreendedores, permitindo-lhes acreditar no futuro, junto de equipas que os podem apoiar com vários serviços. – Marketing Digital - com serviços de consultoria Web, designadamente o desenvolvimento de Marcas e a presença em Mercados, com um acompanhamento permanente. – Identidades Corporativas – com a criação de imagem corporativa para empresas e serviços. – Mercado Público – com um serviço de apoio e de consultoria, no domínio da contratação pública, quer a empresas, quer a entidades públicas, na gestão de procedimentos e processos de concursos públicos. – Páginas Web – com a ajuda a pessoas, às empresas, às cooperativas e aos serviços. – Consultoria – com serviços de apoio a outras Organizações e a Empreendedores. A Cooperativa NAVE assume-se, assim, como um agente de desenvolvimento local e colabora com jovens e com Organizações na prossecução de novos projetos de desenvolvimento que possam criar novos postos de trabalho. Neste quadro geral do desenvolvimento é preciso ter presente, na verdade, a necessidade de reanimar o associativismo de base local, porque será, então, a partir daí que se poderá preservar e dinamizar o desenvolvimento económico e social de uma Comunidade. É, assim, neste contexto, que a Área da Economia Social pode ter um contributo decisivo para o desenvolvimento local.
Por: Manuel Ferreira Presidente da Cooperativa NAVE
MENSAGEM Mensagem da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) 2013:
DA ALIANÇA COOPERATIVA INTERNACIONAL (ACI)
91º Dia Internacional da Cooperação da ACI “A empresa cooperativa mantém-se 19º Dia Internacional das Cooperativas da ONU 6 de Julho de 2013 forte em tempos de crise”
91º Dia Internacional da Cooperação da ACI “A empresa cooperativa mantém-se forte tempos de crise” 19º Dia Internacional das Cooperativas daem ONU
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O Ano Internacional das Cooperativas, celebrado a 6 de Julho de 2013, tem por tema
os seus excedentes convertem-se em reAno Internacional das Cooperativas, quantos dirigentes, é vista como vital para o “A empresa cooperativa mantém-se forte em tempos de crise”.tes,Omas tema é ainda mais bem-estar da cooperativa. celebrado a 6 de Julho de 2013, tem servas que lhes asseguram a força financeira e oportuno à luz da situaçãoOutro de domínio outrasemformas empresariais confrontadas atualmente que a população global foi por tema “A empresa cooperativa mantémpõem-nas ao abrigo dos problemas que são oricom as lutas económicas mundiais. fustigada foi no das práticas, seguido mesmo do se forte em tempos de crise”. O tema é ainginados pelas exigências de capital próprio imencerramento, de numerosos grandes bancos. da mais oportuno à luz da situação de outras postas pelos reguladores.” Os modelos empresariais investidores sofrem“Noutras hoje partes uma docrise Asdetidos instituições por consideradas veneráveis, seguras formas empresariais confrontadas atualmenmundo, de as cooperativas de para investimentos e depósitos, afinal eram fra- o te com as lutas económicas mundiais. económica, insustentabilidade social e ambiental, enquanto modelo cooperativo poupança e crédito não sofreram perdas em cas e e mal cooperativas Não viveram crise bancária. Continuademonstrou por diversas vezes degeridas. novoAsuma grandefinanceiras, resiliência2008. em tempos dea crise.
Os modelos empresariais detidos por investido-
porém, portaram-se frequentemente melhor.
res sofrem hoje uma crise de insustentabilidade
As cooperativas de poupança e crédito e os ban-
ram a crescer paulatinamente, com regularida-
de edos sem ganhos dramatismo.” A crise financeira foi um exemplo épico dos perigos de valorização de curto cos cooperativos continuaram a crescer, outorOutra vantagem das cooperativas em tempo de prazo sobre aporviabilidade longocréditos prazo. A crise global que enfrentámos deriva de um delo cooperativo demonstrou diversas ve- a gando em especial a pequenas e mécrise deve também não ser esquecida: a sua dideresiliência negócioemque o empresas, retornoe mantiveram-se financeiro àestáveis frente humanas; zes e de novomodelo uma grande tem- põe dias nas das di- necessidades mensão social. Numa altura em que as econopos de crise. um modelo que procura privatizar ganhos, mas socializando as perdas. Existem provas ferentes regiões, criando inclusivamente empremias encolhem e é colocada pressão sobre os A crise financeira foi um exemplode épico dos uma peconsideráveis que diversidade de propriedade contribui para um gos indiretos. É ade sua modelos combinação única de uma governos para que não diminuam as garantias rigos de valorização dos ganhos de curto prazo propriedade, controlo e distribuição de resultasetor financeiro mais estável no seu conjunto. Ao colocar as necessidades humanas no muitas vezes sociais, as cooperativas oferecem sobre a viabilidade a longo prazo. A crise global dos pelos seus membros, que éatuais o elemento seu cerne, as cooperativas respondem às crises de chave sustentabilidade e oferecema bóia de salvação. Contribuem para o capital que enfrentámos deriva de um modelo de neresiliência e garantia de vantagens sobre nos uma forma diferente dedesta ‘valor partilhado’. Acresce que o modelo não de base aciosocial porcooperativo formas que as empresas gócio que põe o retorno financeiro à frente das os seus concorrentes. Porque as cooperativas finista de o não fazem. As cooperativas desempefoi vítima do engano que afligiu o modelo capitalista durante mais vinte anos, que necessidades humanas; um modelo que procunanceiras representam uma parte surpreendennham uma ainda boa um papel fundamental na prestaconsiderou o desempenho financeiro como o indicador central para empresa. ra privatizar ganhos, mas socializando as pertemente grande do mercado bancário global, é ção de serviços de saúde, que de outra forma sesimplesmente, uma importante cooperativa é melhor uma obusca das. ExistemMuito provas consideráveis de que uma conhecer modelo.coletiva da sustentabilidade, já riam fornecidos pelos seguradores privados ou que procura «otimizar» uma gama pela de partes diversidade de modelos de propriedade contri-resultados Um recentepara relatório distribuído Organi- interessadas, em vez de bui para ummaximizar setor financeiro mais estávelpara no uma benefícios delas. do Trabalho (OIT) e escri- pelo Estado, ou mesmo que nem sequer seriam zaçãosó Internacional económica, social e ambiental, enquanto o mo-
seu conjunto. Ao colocar as necessidades humanas no seu cerne, as cooperativas respon-
to pelo Professor Johnston Birchall, examina as
fornecidos pelos cortes nos orçamentos estatais. E, claro, não se pode omitir uma grande van-
cooperativas financeiras desde as suas origens Por conseguinte, à medida que a situação endurece, toda a mãotagem de obra, e não apenas das cooperativas de consumo: a capadem às crises atuais de sustentabilidade e ofena Alemanha nos anos 1850 até ao movimenuns quantos dirigentes, é vista como vital para o bem estar da cooperativa. cidade de oferecer ao público custos mais bairecem-nos uma forma diferente de ‘valor partito global que representam hoje. Birchall explica Outro domínio em que a população global foi fustigada foi no das xos parapráticas, alimentaçãoseguido e outros bens essenciais – lhado’. Acresce que o modelo cooperativo não numa entrevista à OIT como antes da crise, ecomesmo do encerramento, de numerosos grandes bancos. As instituições consideradas algo de vital numa altura em que os seus saláfoi vítima do engano que afligiu o modelo canomistas previram que as cooperativas finanrios diminuem ou não existem mesmo. veneráveis, seguras para investimentos e depósitos, afinal eram fracas e mal geridas. pitalista durante mais de vinte anos, que consiceiras iriam ser menos eficientes que os bancos O Dia Internacional das Cooperativas, 6 de JuAs cooperativas financeiras, porém, portaram-se frequentemente melhor. derou o desempenho financeiro como o indicapropriedade dos seus investidores, já que não lho de 2013, dá-nos a oportunidade de refletir dor central para uma boa empresa. Muito simremuneravam os seus gestores com ações. ConAs cooperativas de poupança e crédito e os bancos cooperativos continuaram a sobre tudo o que as cooperativas fizeram nos plesmente, uma cooperativa é uma busca coletudo, a em crise provou que as a cooperativas finan- e médias empresas, e crescer, outorgando créditos especial pequenas períodos de menor ou maior prosperidade, e de tiva da sustentabilidade, já que procura «otimi- nas ceiras arriscaram menos que as sociedades mantiveram-se estáveis diferentes regiões, criandoban-inclusivamente empregos reiterar o nosso compromisso em garantir que zar» resultados para uma gama de partes intecárias anónimas, sobretudo porque os seus gesindiretos. É a sua combinação única de uma propriedade, controlo e distribuição de os valores deste modelo empresarial continuam ressadas, em vez de maximizar benefícios para tores não receberam parte dos resultados. resultados pelos seus membros, que é o elemento chave desta resiliência e garantia de a gerar maior atenção e apoio a nível mundial. “A estabilidade e a aversão ao risco estão insuma só delas. vantagens sobre os seus concorrentes. Porque as cooperativas financeiras É um modelo que funcionou e funcionará semcritas no ADN das cooperativas financeiras. Por conseguinte, à medida que a situação enuma parte grande do mercado Sendo empresas geram e devem gerar excedenpre.» bancário global, é durece, toda representam a mão-de-obra, e não apenas uns surpreendentemente importante conhecer melhor o modelo.
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Autárquicas 2O13
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“BONFIM POR TODOS”
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uno Cruz, um jovem empresário do Bonfim, que durante os últimos anos tem vindo a participar na luta e na defesa dos Bonfinenses. Desde sempre a sua maior preocupação foi ouvir as pessoas. Hoje apresenta-se ao eleitorado com a firme convicção e ideias para colocar o Bonfim na rota do progresso. Fomos encontrá-lo na rua e quisemos saber as razões da sua candidatura. O que o leva a candidatar-se a presidente da Junta de Freguesia do Bonfim? Pretendo acabar com o marasmo e a passividade de uma Junta de serviços mínimos. A actual Junta parece não existir. No apoio à terceira idade, a única coisa que fez foi manter um projecto implementado anteriormente pelo Partido Socialista. No que se refere ao apoio às colectividades, constatámos inactividade e alheamento. Faltam projectos para os jovens, para a classe média, para os desempregados. A Junta tem a obrigação de ser mais activa, mais reivindicativa, mais próxima da população. E o que pretende mudar? Queremos uma Junta de porta aberta aos seus cidadãos, que seja capaz de ter ambição e projectos. Vamos tornar as colectividades parceiras da junta, dar-lhes voz e assento nas decisões, prestar uma colaboração efectiva e intensa. Vamos desenvolver projectos para apoiar os desempregados da freguesia. Vamos resolver as necessidades mais prementes da terceira idade. Queremos uma Junta moderna e activa. Vamos agitar este marasmo. Mas as freguesias para além de não terem recursos, não tem competências? As freguesias têm competências e recursos. O orçamento da Junta de Freguesia do Bonfim é superior a 1 milhão de euros por ano. Tem funcionários e recursos. Só não tem tido uma liderança que coloque esses instrumentos ao serviço da população.
Tenho estado diariamente na rua ao longo dos últimos meses e sou também membro da Assembleia de Freguesia do Bonfim, constatando os muitos problemas que a Junta não resolve. É com base na auscultação dos moradores e da diversidade de problemas da população que estamos a desenvolver um programa participando, dando voz às expectativas de cada bonfinense, numa freguesia onde vivem e trabalham mais de 25 mil pessoas. E quais são as prioridades? Coesão, associativismo, habitação e emprego. Se a Junta se direccionar para essas áreas nos próximos 4 anos, vai certamente deixar uma freguesia melhor do que aquela que encontra. Nessas prioridades como ficam o problema das ilhas? As ilhas têm muitas carências, mas são também importantes espaços de sociabilidade e solidariedade entre vizinhança. Já visitei todas as ilhas e constatei isso mesmo. Nesse sentido e, seguindo a proposta já apresentada pelo candidato do PS à Câmara Municipal do Porto, Manuel Pizarro, iremos lançar um projecto de intervenção urbanística para resolver os problemas mais graves (saneamento, salubridade, etc), mantendo as pessoas a morarem nas ilhas se assim o entenderem. Está a dizer que deitar abaixo não é problema… Não queremos deitar as ilhas abaixo. Poderão existir algumas que não possamos manter pelo seu grau de degradação, mas no essencial queremos lançar um programa de recuperação, fomentando também a criação de emprego. Vamos actuar sem desenraizamento social dos moradores, na sua maioria idosos, que não são ouvidos pelos actuais poderes.
Acha que é possível? Acho que sim, desde logo uma mudança de atitude, injectar sangue novo, novas ideias. O presidente duma junta de freguesia só o pode ser se gostar da democracia participativa, de estar e conversar com os seus fregueses, de saber ouvir e participar, de sentir o pulsar das ideias e colocá-las em prática.
Está a dizer que nem a câmara nem a junta de freguesia falam com os moradores? Os moradores do Bonfim com mais carências sociais têm sido completamente desconsiderados e muitos têm sido realojados noutras zonas da cidade, quando na nossa freguesia existem inúmeras casas devolutas. É preciso uma política mais humana e com mais respeito pela dignidade de todos os cidadãos, independentemente dos seus recursos.
Presumo que tenha feito o diagnóstico da situação e dos problemas…
Qual é a faixa etária da população do Bonfim? No essencial, segundo as estatísticas disponí-
Nuno Cruz
veis, falamos de uma faixa entre os 40 e os 50 anos e uma população crescentemente envelhecida. Temos muitos jovens que são obrigados a sair da freguesia pelos custos da habitação e pela falta de emprego, devendo por isso constituir duas prioridades para a acção do executivo da Junta. Qual é o símbolo do Bonfim? Para mim são as pessoas, os bonfinenses, que melhor simbolizam a freguesia no seu todo. Quais são os pontos fracos da actual gestão da Freguesia? A Junta que agora cessa funções foi uma Junta de serviços mínimos, limitando-se a dar continuidade aos projectos lançados pelo PS antes de 2001. Os pontos fracos resultam da incapacidade para reverter os problemas que hoje em dia são cada vez mais evidentes: menos população e mais envelhecida, mais desemprego, mais pobreza, menos habitação. É preciso actuar com os olhos postos no futuro, pela positiva, com todos os que queiram contribuir para essa mudança. Para terminar, quais os seus projectos para a Junta de Freguesia do Bonfim? As propostas estão centradas na prioridade à coesão, ao associativismo, à habitação e ao emprego. Vamos mobilizar os nossos esforços em torno dessas áreas, não prometendo nada que não possamos cumprir e não enganado a população. Vamos ser mais reivindicativos perante a Câmara Municipal e criar sinergias com a sociedade civil do Bonfim, com as suas instituições, associações e empresas, para desenvolver acções capazes de melhorar a vida da nossa freguesia em prole de Bonfim por todos, com todos e para todos.
Autárquicas 2O13
Marco Martins
“A
população de Rio Tinto aceitou bem a minha candidatura, ao nível do município desejam acima de tudo mudança, acho que a própria população vai perceber que a forma de ajudar Rio Tinto é a Câmara não estar de costas voltadas para as freguesias. O Nuno Fonseca, quando for presidente de junta vai ter uma ajuda fundamental que eu não tive, irá ter a câmara a ajudá-lo!”, declarações de Marco Martins, actual presidente da Junta de freguesia de Rio Tinto e candidato pelo PS, à Câmara Municipal de Gondomar à F&C. Esta campanha é caracterizada por um sinal ‘+’, quais os sinais positivos que destaca, sendo que se apresenta com 5 pilares chave para trabalhar o Município de Gondomar? A campanha “Por um Gondomar + Positivo” surge porque queremos mudar a imagem negativa que tem o concelho de Gondomar. Há algumas áreas transversais, as listas estão a ser anunciadas, de facto Gondomar crescerá mais com o reforço dos transportes públicos deficitários, e com aquilo que Gondomar perdeu e que deve exigir, que é a sua linha de metro: Campanhã – Freixo / Valbom – S. Cosme, não se compreende como o presidente da câmara, era o presidente da Metro, e deixou escapar esta situação; Outra área fundamental tem a ver com questões estruturais, que é o Gondomar + Sustentável, por-
sinal + é a proposta de Marco Martins para gondomar que Gondomar tem 32Km no Douro que estão completamente desaproveitados. Ali, passam 500 mil turistas por ano e nenhum deixa qualquer divisa, pois não tem cais de atracagem, queremos revitalizar não só o Rio Douro, como rentabilizar as serras no alto concelho e as capitais onde isto não se pratica de forma anárquica e sem qualquer tipo de regulação e, há uma paisagem natural que pode ser aproveitada e criar-nos pistas para a prática de actividades, com pequenas reparações de caminhos e, com sinalética, incluir Gondomar no trilho nacional; Outro eixo é o Gondomar + Vida na questão do estado da configuração pública e integração de espaços verdes, e nós aí temos o compromisso de ligarmos as principais escolas do concelho Gondomar – Rio Tinto, por ciclovia; E, como Gondomar é um local onde há muito betão e falta o verde, penso que temos que mudar estas políticas, no sentido de criar uma política de dar qualidade de vida às pessoas, com transportes, proximidade, baixo custo de habitação, é isso que temos que mudar; No eixo Gondomar + Activo pretendemos captar investimento, o concelho tem a vantagem da proximidade ao Porto que sempre teve, mas tem a vantagem das auto-estradas que estão construídas de forma a sermos um ponto estratégico, a verdade é que Gondomar não soube captar investimento, quando temos nós de acesso e de ligação privilegiados. Assim, aproveitando essa imagem positiva
do concelho, as vias rápidas, há que alterar designadamente o PDM do território para captar investimento e criar emprego, porque temos 19,4% da população activa sem emprego no concelho; Por fim, considero que a gestão autárquica tem que mudar! A câmara tem que prestar contas aos seus munícipes, fazer protocolos com as freguesias, ter o seu departamento financeiro, como não tem feito nos últimos anos! Este será um trabalho fundamentado nas bases que lhe garantiram a presidência da junta de freguesia e do voluntariado que presta nos bombeiros? Essa questão tem que ver com a postura de cada um, obviamente que sou voluntário nos bombeiros há quase 20 anos, com muito orgulho, enquanto fisicamente me for permitido e tiver disponibilidade, darei o meu contributo. Na minha óptica, isto apenas vem reforçar a proximidade entre eleito e eleitor. O bem-estar da população será sempre a nossa grande prioridade. O próprio apoio demonstrado pelas pessoas tem sido muito compensador, temos optado pela diferença na nossa campanha. A vossa participação na Área Metropolitana do Porto tem sido descurada, vai cortar com essa postura? Gondomar tem que se afirmar, e vai seguir em frente. Cá estaremos para marcar posição e exigir o que Gondomar tem direito e não tem tido.
“A melhor forma de emagrecer o Estado é passar competências para as autarquiaS”
N
uno Fonseca actual tesoureiro da freguesia da Junta de Freguesia de Rio Tinto e candidato às próximas autárquicas confessou à F&C o rumo que pretende dar aos destinos de uma freguesia que conhece bem e que pretende potenciar.
Nuno Fonseca
Qual o projecto que tem para Rio Tinto uma vez que ‘transitará’ do actual executivo como tesoureiro, para presidente no próximo? Dar continuidade numa primeira fase e mantermos o índice de qualidade que conseguimos impor na junta de Rio Tinto com a criação de novos serviços, uma junta muito mais próxima da população, mas obviamente que tem que haver novos projectos. Pretendemos que esta seja uma junta capaz, de responder a tudo e não haver margem para uma desresponsabilização quer da junta, quer da câmara. Temos de garantir todas as respostas dos nossos cidadãos. É preciso dotar as freguesias de competências? Exactamente. As freguesias têm que ser pólos dinamizadores. As pessoas têm que se dirigir às suas freguesias porque elas é que são capazes de ter um conhecimento real dos problemas do seu território. Nós chegamos ao pormenor. Hoje, quando se diz que um euro é melhor gerido por
uma freguesia, do que pelo governo central é porque os autarcas locais chegam aos pormenores! É essa a diferença. E vai estar a tempo inteiro? Sim, uma junta com a dimensão de Rio Tinto é impossível não ser gerida a tempo inteiro. Aliás, a freguesia de Rio Tinto vai manter-se independente, porque ultrapassamos o critério limite que a lei previa de 50 mil habitantes. Filho da terra, que mensagem deixa à população? Continuar o projecto que não está terminado. Este é um trabalho liderado por Marco Martins fruto de um trabalho de equipa, que não foi mais além por manifesta falta de apoio da autarquia de Gondomar, liderada por Valentim Loureiro. Portanto, estou com expectativas na vitória do Marco Martins na Câmara de Gondomar e, se mantivermos a gestão da junta, agora sim, conseguiremos atingir grandes objectivos.
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Junta de Freguesia de Baleizão - Beja
Por Baleizão: Trabalhar com todos e para todos!
Silvestre Troncão, Maria João Brissos e Victor Calisto
“Q
ueremos dar continuidade ao lema: trabalhar com todos e para todos, por Baleizão. Acima de tudo sempre será essa a nossa postura. A nossa população é muito exigente e isso motiva-nos a trabalhar mais e a desenvolver um trabalho de proximidade”, revelou Silvestre Troncão, presidente de Junta de Freguesia de Baleizão, Beja. É com um projecto de continuidade que este grupo de elementos que a CDU vai tentar renovar o mandato. Além de Silvestre Troncão, a equipa mantém os rostos, Maria João Brissos, actual secretária e Victor Calisto, o actual tesoureiro. Que legado lhe poderá ser atribuído no final deste mandato e o que considera ter ficado por fazer? Basicamente, fizemos tudo o que nos propusemos fazer no programa eleitoral que apresentámos aos nossos eleitores e que dependia única e exclusivamente da junta de freguesia, face aos meios financeiros que tivemos à disposição. Aqueles que não constavam do programa eleitoral, de mais monta e que não dependiam de nós foram alvo de entraves. Conseguimos fazer outras coisas, mas tivemos que reformular o modus operandi. Não há verba. Além do FFF, os protocolos de investimento que temos com a Câmara Municipal de Beja caíram completamente. O protocolo de competências, desde 2005 que não é actualizado! Sofremos represálias na implementação das nossas obras, chegando mesmo a não conseguir concretizá-las. O nosso maior entrave foi sem dúvida a Câmara Municipal de Beja. Com esse sentimento de prejuízo, como é que são as relações entre Câmara e Freguesia? São excelentes de nossa parte. Se calhar o nosso tratamento menos próprio deve-se a sermos de uma cor política diferente. Eventualmente, se falar com outro colega doutra cor política, a opinião poderá ser diferente. Mas os cortes têm afectado todas as freguesias e tudo o que
foi acordado com a autarquia, nada foi posto ao terreno como foi previamente acordado. Havia uma única obra que era prioritária para Baleizão, essa obra nem era camarária, mas do EMAS, da rede de águas pluviais, que caiu. Relações entre a freguesia e a câmara não existem. Quando pedimos um parecer não há qualquer feedback. Os pequenos contactos que foram feitos, foram iniciativa nossa. As próprias semanas abertas, em que a Câmara Municipal percorre todas as freguesias, não foi produtiva. É suposto haver um contacto directo com a freguesia, mas foi muito fraco. Todas as grandes obras que aqui se fizeram, o campo de futebol, os balneários, o tanque, esta freguesia tem a particularidade de ter duas aldeias numa, a aldeia de cima e a aldeia de baixo, há uma certa rivalidade, apesar de sermos apenas um aglomerado, logo, tudo o que é feito num lado tem que ser compensado no outro. Temos consciência que a Câmara Municipal não tem a mesma capacidade financeira que tinha há dez anos atrás, só que houve um abandono total das freguesias e penso que será esta uma opinião transversal a todas as freguesias do concelho. Considera então que há apenas um olhar voltado para o centro da cidade de Beja? Em ano de eleições, Beja está toda esburacada e em obras… Tenho algumas dúvidas que estas obras sejam pagas ou de quem as estará a pagar… Porque se não houve dinheiro durante três anos, como é que há tanto dinheiro agora, se a câmara mantém a mesma condição financeira que há três anos? Sente descontentamento em Baleizão por não conseguirem mostrar mais trabalho? Sim, e ao nível das freguesias aumentou e é generalizado, penso que as eleições serão um bom barómetro para aferir esse descontentamento. Acho que será essa a melhor forma das pessoas se expressarem! É um sentimento de perda, aquele que temos! A inércia é muita e a falta de vontade é ainda maior. Trabalhamos além das nossas competências e fruto da nossa imaginação, porque há um enorme desinteresse. Infelizmente, as questões que são responsabilidade do município são sempre desvalorizadas e perdemos muito com isso. Este manifesto desinteresse pelo território, pelas freguesias é indicador de que estas deveriam ser extintas? Todo este desmazelo vem dar razão à reforma administrativa e à extinção de freguesias. A extinção não se cumpre apenas a extinguir no papel ou deixar de ter uma sede em determinado local, mas o aumento dos combustíveis, a falta de mobilidade das pessoas para se deslocarem a qualquer sítio, a inexistência de transportes, o abandono e a migração da população do Alentejo, do interior do país são indicadores que não
têm sido equacionados devidamente. Portanto, não me admira que as freguesias se extingam por elas próprias… Provavelmente, não havia necessidade de formalizar esta reforma administrativa, no fundo, tanto Miguel Relvas como Paulo Júlio iriam ver que o propósito ocorreria, mesmo sem lei, era só uma questão de esperar… Nós, junta, estamos muito limitados e, sem qualquer serviço público de proximidade, estamos votados a desaparecer e a formar um deserto. A nossa luta é no sentido de contrariar todo este plano negativo, para que possamos ser um elo de ligação congregador, um porta-voz. Só que somos completamente impotentes para isso, por muito que queiramos. Perante este cenário de insatisfação esta equipa vai recandidatar-se. Como vai tentar contrariar toda esta realidade que tanto vos afecta? Sejamos eleitos ou não, seja qual for a força política na autarquia de Beja, o nosso lema é defender Baleizão! Acima de tudo é o que nos move. Para dinamizar a economia local, o que vos é possível fazer? Essencialmente, promover o comércio local. Ainda é a forma legal que temos para ajudar a nossa população com actividades dispersas pela freguesia, onde tentamos sobretudo mobilizar a participação dos nossos jovens. Pretendemos ainda criar um grupo de voluntariado jovem. Temos a percepção que durante os últimos quatro anos nos preocupamos em fazer mais com menos dinheiro. Há menos recursos, mas também as pessoas estão conscientes e pedem-nos menos. Temos nove funcionários, realidade que não é igual à de outras freguesias… Todos os trabalhos que adjudicamos são a Baleizão, não é nada fora. O próprio edifício da junta está a ser recuperado aos poucos com a boa vontade dos nossos homens. As grandes obras serão sempre um enorme ponto de interrogação, mas iremos tentar concorrer pela via de candidaturas autónomas aos fundos comunitários. É a nossa única via directa para aceder a fundos.
Câmara Municipal de Beja
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Beja Capital preparada para Receber, Viver, Investir e Visitar!
Jorge Pulido Valente
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aracterizada por ser a Capital da Qualidade de Vida, Beja assume-se como uma referência na inovação, no qual são reconhecidos os programas Inovo Beja, Beja Ecopólis – Cidade Inteligente e, Invista Beja.
Apesar da situação económica difícil que o executivo liderado por Jorge Pulido Valente encontrou quando chegou à Câmara Municipal de Beja, foram necessários dois anos para projectar o futuro dos destinos da sede de distrito. Contudo, apesar da estabilidade alcançada, o autarca espera reunir forças para no próximo mandato dar continuidade e concluir os projectos rumo à aceleração económica e à coesão social. Apostas fortes num crescimento sustentável, como afirmou, em entrevista, à F&C. A Câmara Municipal de Beja classifica o município como Capital da Qualidade de Vida. Que motivos sustentam esse epíteto? Jorge Pulido Valente – Definimos Beja como a capital da qualidade de vida, desde logo, pelas condições naturais que temos a nível ambiental mas também face a um conjunto de características, equipamentos, infra-estruturas e um modo de vida que permitem classificar a nossa cidade desta forma. Temos aqui uma tranquilidade absoluta, que advém das excepcionais con-
dições de segurança e, a própria organização da cidade permite que tenhamos tempos de deslocação e de acesso aos serviços muito curtos. A qualidade de vida também se mede pela facilidade com que vivemos a nossa vida no dia-adia. Nesse sentido, temos uma rede urbana de transportes e, no que concerne ao trânsito na cidade, também as deslocações são muito curtas e com acessos facilitados. As pessoas beneficiam ainda de fácil acesso a todo o tipo de ofertas que uma cidade pode estruturar, seja ela cultural, social, educativa, de saúde, desportiva ou comercial… A todos os níveis, existe em Beja uma oferta de serviços que permite que as pessoas satisfaçam as suas necessidades. Também a nível económico, temos hoje uma qualidade de vida de que não usufruíamos antigamente, apesar de estarmos em contraciclo. Um novo desenvolvimento agrícola e uma nova ruralidade têm contribuído para o incremento do emprego e para a criação de riqueza. Depois, a qualidade de vida mede-se também pelo enquadramento paisagístico natural e edificado. Temos um programa designado Beja Fácil, que permite que as pessoas não percam tempo a tratar de questões burocráticas relacionadas com serviços municipais, podendo fazê-lo comodamente através da internet. Temos também um espaço de excelência, que é o nosso Parque da Cidade, estamos a terminar a requalificação da ciclovia, no seio de uma rede deste tipo de equipamentos e de percursos pedestres muito significativa. Uma aposta que temos feito reside na área do ambiente sustentável e na concretização de uma cidade inteligente e, para o efeito, criámos uma empresa municipal especialmente dedicada a esses desígnios. Temos pois todas as condições reunidas para beneficiarmos de níveis de qualidade de vida bastante elevados, apesar de estarmos permanentemente a trabalhar na perspectiva de ainda melhorar essas características da cidade que nos garantem padrões que nos permitam continuar a classificar a cidade como Capital da Qualidade de Vida. O executivo que lidera encontrou uma Câmara Municipal com muitas dificuldades financeiras. Como conseguiram promover o actual equilíbrio? Confesso que andámos mais de metade do mandato preocupados com essa situação… Felizmente, já temos hoje o quadro financeiro mais estabilizado e vivemos uma fase de maior tranquilidade. Concretizado esse trabalho e atingidos grandes objectivos inicialmente programados, pretende recandidatar-se nas próximas autárquicas, dando continuidade ao projecto? Sim, já apresentei a minha candidatura. Obviamente, este projecto não se concretiza num
mandato só. Aliás, referimos isso mesmo aquando da nossa candidatura, há quatro anos. Perspectivámos o nosso projecto para dois mandatos, eventualmente com um prolongamento de dois anos para a conclusão de algumas componentes. A primeira parte do mandato foi para reorganizar a casa, quer do ponto de vista financeiro, quer do ponto de vista do funcionamento da autarquia, porque encontrámos uma estrutura muito antiquada e desorganizada. Depois desse trabalho, os resultados começaram a aparecer e parece-me notório evidenciar os benefícios de algumas intervenções de requalificação da cidade e do concelho. Classificámos esta nova fase como um novo impulso. Continuamos com a mesma estratégia da Beja Capital, assente em seis pilares de desenvolvimento. Consideramos que as bases desses pilares estão estabilizadas e estamos agora na fase de os erguer e no rumo certo para o fazer nas várias áreas, desde a económica à social, nomeadamente através de uma componente muito importante para nós, que é a coesão social. Temos problemas estruturais graves sobre os quais temos vindo a trabalhar… Como têm vindo a trabalhar essa área social num período marcado por uma grave crise e pelo aumento da taxa de desemprego? Os problemas são fundamentalmente estruturais e têm a ver com o desemprego e com uma questão associada, a habitação. Depois, existem componentes mais agudas e conjunturais que incorrem da própria crise, que levou a despedimentos, a reduções de vencimentos e a dificuldades acrescidas mesmo para pessoas cuja situação era imprevisível. Temos uma intervenção muito forte na área da coesão social, através do nosso Gabinete de Desenvolvimento Social e de um instrumento decisivo, a rede social, que congrega mais de 90 parceiros muito activos e com projectos interessantes. Procuramos coordenar essa rede e fazer convergir a actividade de todos para as prioridades definidas no Plano de Desenvolvimento Social, aprovado pela Rede Social. Diria que, neste momento, temos respostas para praticamente todas as dificuldades e problemas que encontramos no terreno. Portanto, existe capacidade para responder, embora tenhamos que fazer aqui uma excepção no que respeita à habitação social. Aí, as carências são muitas e não temos capacidade financeira para resolver a situação, embora ofereçamos algumas soluções interessantes ao nível do arrendamento social. Temos um património de 340 habitações, mas precisávamos de, pelo menos, mais 200 e não temos meios financeiros para trabalhar nesse sentido. Trata-se de um problema que não é exclusivo de Beja e que deveria envolver muito a Administração Central
na procura de uma resolução mas, na conjuntura actual, torna-se muito complicado… Voltando à crise, a autarquia criou o projecto Invista em Beja… Que tipo de intervenções promovem no sentido de captar investimentos para o território? Temos dividido a intervenção que visa a captação de investimento em vertentes diferentes. A primeira reside no marketing territorial. Temos trabalhado muito na promoção geral do território, das suas características naturais, dos seus equipamentos e do seu potencial económico. Esse trabalho tem originado resultados bastante positivos. Depois, temos um trabalho mais incisivo de missões empresariais para captarmos investimentos concretos, nomeadamente na área da aeronáutica – temos um aeroporto com todas as condições para se afirmar como um factor de desenvolvimento -, na área agrícola e na agro-industrial e na área turística. Na área agrícola, o resultado é espantoso, traduzido na nova ruralidade, com muitos jovens empreendedores dedicados, com muita inovação, aproveitando a proximidade do Alqueva, óptimos solos, muita luz e sol, o que permite marcar a diferença em cultivos como o do olival, da vinha, da fruticultura e de novas culturas como a papoila branca para a indústria farmacêutica, às cebolas para o Mc Donalds. Há um conjunto de investimentos muito interessantes e, mesmo, a experimentação de culturas que não eram habituais no nosso território têm produzido resultados muito interessantes. No turismo, felizmente, também tem corrido tudo muito bem. Existem investimentos muito interessantes, nomeadamente os ligados ao olival e à vinha, assim como o de natureza e o patrimonial. Temos um
“Temos um património de 340 habitações, mas precisávamos de, pelo menos, mais 200 e não temos meios financeiros para trabalhar nesse sentido. Trata-se de um problema que não é exclusivo de Beja e que deveria envolver muito a Administração Central na procura de uma resolução mas, na conjuntura actual, torna-se muito complicado…”
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centro histórico muito importante, alvo de algumas intervenções de requalificação que o tornaram ainda mais atractivo e outras já projectadas. Para além disso, temos trabalhado em termos de aceleração económica e, no âmbito de uma parceria geoestratégica com outros municípios, temos desenvolvido um conjunto de intervenções que nos permitiram construir uma base que disponibilizamos a todos os potenciais investidores com todos os dados necessários para que possam avaliar as nossas potencialidades e perceberem as oportunidades existen-
tes e os locais onde poderão estabelecer os seus investimentos. Depois, temos outra componente importantíssima, o acompanhamento dos investidores. Temos um gabinete estratégico de desenvolvimento aqui na câmara, que acompanha o investidor a partir do momento em que nos apresenta a ideia, passando à pesquisa de financiamento, pela estruturação do projecto de investimento até aos licenciamentos necessários. Temos trabalhado nessas áreas de forma bastante incisiva e têm surgido propostas e investimentos muito interessantes.
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Ricardo Colaço: o carinho e gosto de ser Almodovarense “Se mais não foi feito foi porque o estrangulamento económico a que as freguesias estão sujeitas não o permitiu” lei foi aprovada e vai ser posta em prática. É minha função enquanto autarca, adaptar da melhor maneira as disposições legais à realidade das carências e virtudes da população. Vamos atenuar as desvantagens e exponenciar as vantagens resultantes da junção das duas freguesias. Como vê o futuro da freguesia de Almodôvar e sua população, uma vez que a sede de freguesia manter-se-á em Almodôvar, contudo o território irá aumentar. Como é que este será gerido, bem como o património de cada uma das freguesias, quais as próprias competências e, até mesmo ao nível do concelho, o que irá mudar com estas uniões? Com esta união, Almodôvar torna-se uma das maiores freguesias do país em extensão territorial. Iremos manter as instalações da Semblana, pois entendo que é necessário manter a proximidade física com a população. Irá concerteza haver uma reorganização dos meios operacionais de modo a satisfazer as necessidades da população.
Ricardo Colaço
Como caracteriza Almodôvar ao nível dos seus usos e costumes tradicionais, produção agrícola, gastronomia, associativismo, edificado, a própria natureza? Almodôvar é um concelho riquíssimo em história, em tradições culturais e gastronómicas, com produtos endógenos de qualidade ímpar, em todo o concelho se respira Alentejo! É minha firme intenção potenciar todas as qualidades desta terra e dá-las a conhecer ao mundo!
De acordo com a Lei nº 11-A/2013 da Reorganização Administrativa do Território das Freguesias, publicada a 28 de Janeiro, em Diário da República, a freguesia de Almodôvar funde com a da Senhora da Graça de Padrões. Como vê a união destas duas freguesias? Quais as vantagens, desvantagens desta agregação? Sempre tornei público que tenho algumas reservas sobre o modo em que foi eleborada a Reoganização Administrativa. Contudo, a
Noutra perspectiva, como vê o estado do país e quais as suas principais preocupações e impactos sociais à escala desta freguesia? Factores como o envelhecimento da população, a própria interioridade, a desertificação são os que mais o inquietam ou ainda há mais? O estado do país é a consequência de alguns anos de desgoverno. Felizmente estamos no caminho da recuperação económica como é reconhecido internacionalmente. Sabemos que essa tarefa exige sacrifícios e o aumento do desemprego tem sido um flagelo deste período. A junta de freguesia está atenta ao fenómeno e temos colaborado com o Banco Alimentar no transporte de donativos. Temos também referenciado os mais carenciados e apoiado activamente todas as iniciativas de Solidariedade Social.
Na sua perspectiva, acha que vai haver algum tipo de boicote durante o próximo Acto Eleitoral Autárquico, seja em Almodôvar ou, em qualquer outro ponto do país? A população de Almodôvar sempre mostrou um elevado grau de consciência cívica. O voto é um meio de demonstrar a vontade popular pelo que, boicotar o acto eleitoral está fora de causa neste município. Partilha da postura da ANAFRE face a esta medida governativa de reformar o país? A postura da ANAFRE tem sido a correcta. Tem lutado para que a Reforma Administrativa seja responsável e incisiva, tocando os pontos fulcrais para a vida das freguesias e o bem-estar das respectivas populações, sem, nunca, descurar, o momento difícil que o País atravessa e, a sua responsabilidade de representação institucional. Uma Reorganização das Freguesias, em que elas sejam parte e participantes, que elas sintam ser racional, justa, pacificadora, capaz de gerar maior eficiência e eficácia na aplicação de recursos e na assistência às populações mais distantes e mais carenciadas. Em ano de eleições autárquicas, que balanço faz ao trabalho realizado ao serviço da comunidade da freguesia de Almodôvar? Exac tamente o mesmo que fiz no mandato anterior: a satisfação de ter feito tudo o humanamente possível para melhorar as condições de vida da população. Houve uma ajuda efectiva aos mais carenciados, a rede de caminhos rurais es tá melhorada, as colectividades sentiram o apoio da freguesia e, se mais não foi feito foi porque o estrangulamento económico a que as freguesias estão sujeitas não o permitiu.
“Almodôvar é um concelho riquíssimo em história, em tradições culturais e gastronómicas, com produtos endógenos de qualidade ímpar, em todo o concelho se respira Alentejo!”
Almodôvar, Alentejo Vivo! Com cerca de 7450 habitantes, a população vive dispersa pelo Concelho de Almodôvar, com localização no Baixo Alentejo, distrito de Beja, entre a Serra do Caldeirão e a planície alentejana. Com 775,9 Km2 de superfície, 1 terço do seu território, situado mais a Norte e a que correspondem as freguesias de Aldeia dos Fernandes, Rosário e Graça de Padrões e parte da freguesia de Almodôvar, é plano e pouco arborizado. Dois terços do território situam-se mais a Sul e são constituídos por Serra revestida de uma vegetação abundante, onde se destacam: a esteva, o medronheiro, o sobreiro e a azinheira. A economia move-se através do cultivo de cereais de sequeiro, a criação de gado bovino, ovino e suíno, a produção de leite e queijo de ovelha e a apicultura. A sua principal riqueza é a cortiça, a aguardente de medronho, o queijo de cabra e o mel.
Curiosidades:
“É minha firme intenção potenciar todas as qualidades desta terra e dá-las a conhecer ao Mundo!”
Manuel I de Portugal concedeu o Foral Novo à vila, confirmando e ampliando os privilégios concedidos por D. Dinis a 1 de Junho de 1512. O concelho de Almodôvar é geminado com a cidade de Paul, Ilha de Santo Antão, Cabo Verde. Anualmente, realiza-se a Feira de Artes e Cultura de Almodôvar — FACAL. É em Almodôvar que se encontra o Museu da Escrita do Sudoeste, em pleno centro histórico de Almodôvar. Abriu ao público em 29 de Setembro de 2007.
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Terra de Artesãos
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A riqueza do artesanato almodovarense, nasce pelas mãos de artesãos, que concebem peças únicas, inspiradas no imaginário popular e nos costumes da região. Algumas destas artes têm tendência a desaparecer, a razão deve-se exclusivamente ao surgimento das novas tecnologias e da produção industrial em massa, em eterno duelo entre quantidade e autenticidade. Calçado, cadeiras, queijos, meias de linha, mantas de lã, albardas e malhins, aguardente de medronho, bonecas, miniaturas, mantas de retalhos, mel e seus derivados, trabalhos em tear, ferraria, fabrico de linho, fabrico da cal, latoaria, cestos, colchas de linho, carroças, telhas de canudo… tudo se fazia no Concelho de Almodôvar há pouco mais de 25 anos…
De acordo com o programa com que concorreu, ficou alguma coisa por fazer? Quais as razões para não conseguir concretizar? O arranjo urbanístico da via central da Corte Zorrinho foi o único projecto que ficou por fazer. E se tal aconteceu, foi devido ao facto de este ser um projecto conjunto com a Câmara Municipal que esta, sem qualquer explicação plausível abandonou, tornando inviável a concretização da obra. Todas as promessas da exclusiva responsabilidade da Junta de Freguesia foram cumpridas! Tendo tornado pública a candidatura à presidência da Câmara Municipal, o que o move neste novo desafio e quais os projectos que tem para o concelho? O que sempre me moveu: o carinho e gosto de ser Almodovarense. Todos os projectos estão ser
elaborados de uma forma responsável para satisfazer as necessidades e anseios da população. A nossa preocupação fundamental é encontrar novas formas de financiamento e aliciar, bem como promover o investimento no nosso concelho. Em devido tempo serão reveladas todas as acções previstas no nosso programa eleitoral. Que mensagem deixa ao eleitorado? A mensagem que deixo ao eleitorado do município de Almodôvar é, simultaneamente, de esperança e de muito trabalho. Esperança porque trabalhamos todos os dias, e vamos continuar a trabalhar sempre, para que as minhas gentes tenham um amanhã sempre melhor; E, de muito trabalho porque, sem ele nada se alcança. E, juntos vamos construir um futuro melhor.
“O estado do país é a consequência de alguns anos de desgoverno!”
Existia uma variedade imensa de artes e ofícios, de entre os quais se destacavam os sapateiros, as tecedeiras, os ferreiros, os latoeiros, os padeiros, os moleiros, os albardeiros, os alfaiates, os apicultores, os cesteiros, os tosquiadores e os abegões. A indústria do calçado artesanal teve grande impacto no Concelho almodovarense e há cerca de 50 anos eram mais de 60 os sapateiros. De referir que existiu em Almodôvar, o primeiro Sindicato Nacional de Sapateiros, fundado em 1942, o qual chegou a ter 200 associados, facto bem demonstrativo da importância que este ofício assumiu. Hoje, ainda se encontram alguns sapateiros artesanais que se encontram no activo. Actualmente, das restantes artes e ofícios, há que destacar as mantas de lã e de retalhos, os artigos de cartucheira, os trabalhos em latoaria e a cestaria que saem das preciosas mãos dos artesãos e que se transformam em memórias inesquecíveis da tradição e cultura do povo almodovarense. (Fonte: Fórum & Cidadania com site do Município de Almodôvar)
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Junta de Freguesia de Ariz – Marco de Canaveses
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“Estou preparado para a luta!” Curiosidades…
Joaquim Oliveira
F
otógrafo de profissão Joaquim Oliveira, cedo enveredou pela magia da fotografia, com apenas nove anos de idade, fotografou o seu primeiro evento, um casamento, ainda a preto e branco. Hoje, o trabalho continua, mas divide-se com outra paixão, o serviço de proximidade que o tem reconduzido à frente dos destinos de Ariz, Marco de Canaveses. Contudo, futuramente, formar-se-á a freguesia “Bem Viver”, que resultará da união das Freguesias de Ariz, Favões e Magrelos e à qual Joaquim Oliveira é candidato. “Estou preparado para a luta. Cumpri o 3º mandato, mas como é uma freguesia nova, um novo território, novo nome, à partida é possível, apenas o tribunal pode fazer-me recuar!”, afirmou.
Qual o balanço do mandato? Considero um balanço positivo. Neste mandato conseguimos terminar uma obra ambicionada há muito tempo, a pavimentação de um troço grande que englobou a rua da Belavista, rua da lousal e parte da rua da vila do meio. Uma obra que permite o desvio de trânsito sempre que necessário, granjeando comodidade à população. Programámos também a requalificação do largo da Feira Nova, que uma primeira fase será absorvida neste mandato. A sua divisão reside no dispêndio calculado entre os 400 e 500 mil euros, sendo a segunda fase prevista num mandato próximo. Apostámos ainda em reabilitar um espaço que há muito se encontrava desleixado, num local de lazer, o Largo do Meio, inaugurado em Maio, para um convívio dos moradores e visitantes.
“Ambiciono a criação de novos postos de trabalho com a criação de um lar e uma creche” Conseguimos também inaugurar a sede da Junta, onde foi estabelecido um protocolo com banco Banif, mobilizando os CTT, para estas instalações, mantendo a qualidade e serviço habitual, garantindo assim um posto de atendimento em permanência. Dinamizámos assim o local, garantindo uma afluência generosa de pessoas. Futuramente será inaugurada a nova USF, fruto da generosa oferta do grupo de proprietários do edifício, que o doaram à ARS. Esta nova medida trará a possibilidade de uma infra-estrutura correspondente às necessidades locais, em que cada cidadão terá o seu médico de família. O nosso maior objectivo é garantir o progresso e a melhoria de condições da freguesia, a persistência nas lutas que envolvam o interesse dos cidadãos locais. Será nessa perspectiva que irei apresentar nova candidatura. Qual o programa para a nova candidatura? Pretendemos a construção de novos arruamentos, melhorias entre as ligações rodoviárias das três freguesias, um progresso sustentável, no âmbito do saneamento e abastecimento de água. Em relação à agregação de freguesias, qual a postura enquanto presidente? No meu ponto de vista esta nova reestruturação
“Em termos históricos, apesar da conotação negativa, temos uma forca, parcialmente destruída pelo vandalismo de certas pessoas e que parece nunca ter sido utilizada, tendo constituído mais um factor de dissuasão para determinados comportamentos desviantes. Fomos sede de concelho judicial de Bem-Viver. Como argumentos justificadores de uma visita, devo frisar que esta é uma freguesia muito acolhedora, temos feiras quinzenais, realizamos no segundo fim-de-semana de Setembro uma feira de artesanato, com expositores de todo o país, que chama aqui muita gente. Temos em Maio, a Festa do Maio, em honra de Santa Eulália, que também anima e cativa muita gente. Paralelamente, gostaríamos de ver restaurados alguns focos de interesse dispersos pela freguesia, sendo que nos deparamos com o problema de estarem em propriedade privada. Refiro-me nomeadamente ao mini castelo e à casa senhorial do Conde de Ariz, dotada de 24 quartos, entre outros pontos de particular interesse que, com uma câmara municipal dotada de melhores condições financeiras, seria interessante reabilitar e constituir como parte itinerante de um roteiro turístico.”
não será benéfica para o interesse geral de cada freguesia, até porque os presidentes locais não têm vencimento, apenas compensações, no caso da agregação freguesias, apenas trará a necessidade de existir um presidente a tempo inteiro, assim sendo, acarretará mais trabalho e aumento das despesas. Não obstante, o facto de serem três freguesias não implica a perda de identidade de cada uma delas. No que diz respeito às freguesias envolvidas na nova União de Freguesias, como caracteriza a conjuntura sócio -económica? Creio que as freguesias que se irão juntar estão todas a passar por um cenário idêntico de dificuldades e preocupante, como de resto, é similar ao restante país… Espera alguma mudança até 29 de Setembro, dia de sufrágio autárquico? Penso que se chegará a um entendimento, até porque as atitudes últimas são deveras irresponsáveis, acredito no consenso, o que estabilizará a situação governamental. Em relação ao trabalho da ANAFRE, está satisfeito? Considero que tem tido trabalho, no entanto é insuficiente, deveriam reivindicar mais e valo-
rizar o trabalho dos autarcas. Considerando as diversas situações com que nos deparamos diariamente, somos muito pouco valorizados! A Constituição Portuguesa prevê que o número de deputados varie entre os 180 e os 230 deputados, mas continuamos a manter os 230 deputados. O que acha destes números? Na minha perspectiva, acho-os elevados. Aliás, defendo que os cortes deveriam incidir logo na máquina do Estado, em todos os sectores, desde deputados a escoltas. Há uma abundância de recursos desnecessários, que seriam uma fatia importante a manter nos cofres do Estado. Qual a opinião que sustenta em relação à postura do Presidente da República, o Prof. Dr. Cavaco Silva, no que à actual situação do país diz respeito? Com todo o respeito pela posição partidária, considero que deveria ser mais activo e interventivo, até porque neste momento não se pode compactuar com as cores do partido, mas sim defender os interesses da nação.
Sem dúvida que sim. Afluem imigrantes, algum turismo. Existe uma dinamização do comércio e Turismo local, o que aliás já se começa a sentir amplamente. É grato para nós esta movimentação, pois a nossa economia baseia-se em comércio local e agricultura. Desde padarias, a restauração e uma parca indústria. Considera-se um dinamizador de Ariz? Sim, basta comparar fotografias de há 20 anos até então, para revelar a diferença na urbanização, na gestão local, na reorganização e planeamento urbano. As melhorias foram visíveis e serão para continuar. Mensagem ao eleitorado de Ariz Terei todo o gosto em continuar a trabalhar em prole das pessoas que me rodeiam, ambiciono a criação de novos postos de trabalho, com a criação de um lar e uma creche. Estarei sempre aqui para ajudar todos, salvaguardando, futuramente a equidade de direitos entre as 3 freguesias.
A Câmara teve dificuldades deixadas pelo anterior executivo. Como caracteriza a actual situação? Há alguns constrangimentos, mas actualmente as relações Freguesia – Câmara estão mais tranquilas, sendo que a maior dificuldade reside na dívida que mantêm, estando a ser liquidados anualmente 340 mil euros ao banco. Não se vêem obras correspondentes aos gastos avultados que foram efectuados, mas a dívida existe… Ao nível social e económico como está a freguesia? A freguesia é de imigrantes, sempre o foi e arrisco dizer que cada vez é mais! No âmbito social, existe cada vez mais a necessidade de apoio, distribuição de alimentos, apoio a famílias carenciadas. O flagelo do desemprego propaga-se e muitas vezes urge a necessidade de sair, em busca de oportunidades. No verão a freguesia ganha mais vida, ou mantém o número de habitantes?
ERRATA Junta de Freguesia de Avessadas – Marco de Canaveses Por lapso, na Edição Nº 22 da revista Fórum & Cidadania, de Maio de 2013, no trabalho de reportagem realizado em Avessadas, Marco de Canaveses não incluímos o agradecimento do autarca de freguesia Manuel Sousa ao presidente da Câmara Municipal no artigo intitulado: “A União da População é mais importante do que a União das Freguesias.” Nesse sentido, voltamos a publicar a questão onde ocorreu a falha, de acordo com a nossa política editorial. O Director De acordo com o programa que apresentou, estes quatro anos apesar dos constrangimentos financeiros e desta crise que se instalou, o que foi possível fazer? Nós encontramos dificuldades como todos, mas mesmo com as dificuldades conseguimos cumprir os nossos objectivos. «Graças à ajuda do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, Dr. Manuel Moreira que nos ofereceu o Projeto da Casa Mortuária e uma verba para ajudar a custear a sua construção, tornámos este sonho realidade.» A Casa Mortuária é uma necessidade, portanto, estamos a tentar ver se é possível concluí-la antes das próximas eleições, mas se não for possível, pelo menos vamos conseguir uma boa parte… Desta feita, temos feito um pouco de tudo, desde alargamentos, pavimentações, entre outras situações. Claro que nunca conseguimos fazer tudo, mas acho que o povo está satisfeito connosco porque conseguimos fazer coisas, que para as pessoas pareciam impossíveis!
Ariz: Um vasto universo de Iniciativas!
“Aproveitando esta nova sede da Junta de Freguesia, que está aberta à população para todo o tipo de eventos que pretenda promover, realizámos uma Feira do Livro, sempre muito participada. Por isso, pretendemos dar continuidade e desenvolver nos próximos anos. Ao nível da juventude, com a construção da EBI, irá ser construído um pavilhão, que será aberto à utilização da população e que aproveitaremos para promovermos diversas actividades que temos em mente. Anualmente, organizamos uma festa de Carnaval que é talvez a melhor do concelho, tal como a Feira do Artesanato. Paralelamente, colaboramos com as instituições locais, nomeadamente a Cruz Vermelha e o Clube Desportivo da Feira Nova.”
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Junta de Freguesia de Refontoura – Felgueiras
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“Uma das freguesias mais jovens da Europa”
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Com 29 anos, era o autarca mais jovem do concelho de Felgueiras, numa altura em que o grosso dos autarcas de freguesia eram pessoas já reformadas. De certa forma, inaugurei no concelho o envolvimento da juventude nas autarquias de freguesia. Foi um sentimento quase de “loucura”. Conseguimos algo muito importante. O primeiro gesto que tive quando soube que ganhei as eleições foi abraçar o meu opositor, porque defendo, apesar das lutas que possam existir, que deve permanecer sempre um grande respeito por quem nos antecedeu. E considero que, nesse dia, ganhámos as eleições do mandato seguinte…”, recordações que Joa-
quim Ribeiro não esquece, daquele que foi o primeiro de muitos dias ao serviço da freguesia de Refontoura, Felgueiras. A F&C ouviu o autarca que revisitou 16 anos de trabalho em prole da população. Numa altura em que tanto se fala em crise, desertificação e extinção de freguesias, Refontoura é uma das mais jovens freguesias da Europa… Como se consegue isto? Há um conjunto de factores que poderá ter contribuído… A nossa freguesia tem, desde logo, uma localização geográfica apelativa. Tem um enraizamento de pessoas muito
forte, fruto de uma identificação muito própria que vai passando de geração para geração, não obstante em algumas circunstâncias, como sucedeu nas décadas de 60 e 70 por força da emigração, ter saído bastante gente. Felizmente, parte dessa emigração teve retorno. Foram fazendo aqui os seus investimentos e proporcionando uma determinada qualidade de vida com uma identidade própria. Paralelamente, o concelho de Felgueiras não denota grandes dificuldades ao nível do emprego, o que tem contribuído para que se verifique alguma resistência à saída. Devo dizer ainda que a nossa freguesia é das poucas que regulamentou a existência de um pelouro da juventude, proposto pela Junta de Freguesia, dotado de autonomia. Independentemente destas fases mais críticas para os jovens, em que encontram barreiras quando vão para o mercado de trabalho, entendo que se deve tentar, desde tenra idade, promover o associativismo e o espírito comunitário. É nestas idades que mais facilmente se contribui para a cultura e o recreio da freguesia. Em suma, por um conjunto de factores, Refontoura tem-se mantido ao longo dos anos como uma freguesia muito jovem. Mas deixeme dizer-lhe também que esta freguesia tem uma pirâmide de idades quase perfeita: somos 2.087 pessoas, cerca de 25% das quais até 25 anos, cerca de 25% acima dos 65 e os restantes 50% entre os 26 e 64 anos. Temos 50% a contribuir para 50%. É portanto, uma freguesia muito equilibrada a nível etário. Que contribuição pode dar um autarca de freguesia para a prossecução desse indicador? Desde logo, é muito importante que a Junta de Freguesia tenha proximidade com essa juventude. Enquanto instituição pública, temos muitas limitações financeiras e gostaríamos de poder responder a todos os anseios da juventude mas, dentro do que vai sendo possível fazer em termos de investimento, há algo que se reveste de especial
Joaquim Ribeiro
“Face ao perfil jovem desta freguesia, existe uma lacuna enorme que se prende com a inexistência de uma infra-estrutura desportiva”
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importância: a Junta de Freguesia deve ser uma entidade acolhedora e promotora das iniciativas dos jovens. Fui dirigente associativo nesta terra durante alguns anos e sempre disse que o sector público não deve ser, ele próprio, a entidade que está sempre no topo da organização das actividades. Aquilo que a sociedade civil exige das instituições públicas é que promovam o que o privado, por si só, não consegue realizar. Por isso, cabe-nos dar liberdade às pessoas para que possam tomar as iniciativas, incentivá-las, ajudá-las financeiramente e em termos logísticos, ter uma boa representação criando uma boa imagem no exterior e deixando que seja a sociedade civil a liderar esses eventos. Por muito tentador que possa ser, o presidente da Junta de Freguesia não deve substituir os promotores e empreendedores da sociedade civil com o intuito de se servir para efeitos político partidários.
Face ao perfil jovem desta freguesia, existe uma lacuna enorme que se prende com a inexistência de uma infra-estrutura desportiva. Trata-se de uma reivindicação legítima da nossa juventude e, embora tenha consciência de que já não irei conseguir materializar durante o meu exercício, considero que o ideal seria a construção de uma zona desportiva na freguesia de Refontoura, um equipamento polivalente onde as crianças, jovens e adultos poderiam praticar o desporto e lazer que pretendessem.
Pensando ainda nessa faixa etária, que lacunas existem actualmente na freguesia?
Depois destes 16 anos de reconhecimento da população relativamente ao seu trabalho de edil, considera justo e demo-
O que fica ao final destes 16 anos de mandato? Fica um sentimento de contributo que acho que, juntamente com um vasto grupo de pessoas, consegui incutir nesta terra. Creio que contribuímos para o desenvolvimento desta freguesia. Simultaneamente, fica o sentimento de que muita coisa falta ainda fazer.
crático limitar o povo nas escolhas sobre quem deverá ser o seu próximo presidente de junta? A lei é feita por seres humanos e existe partindo do princípio de que o ser humano não é perfeito e, como tal, tem que ter um mecanismo que corrija as supostas imperfeições. Num cenário de democracia, muitas vezes, aquilo que resulta da incompetência das pessoas e dos diferentes órgãos que a democracia contém, leva a tomar atitudes legislativas por uma incompetência pura. O princípio de limitação de mandatos resulta de uma vontade de vedarem a possibilidade de um determinado autarca que exceda três mandatos, partindo do princípio de que, se o fizer, tem tendência a ser corrupto e a favorecer certas partes. Se é assim, por que não funciona a justiça? Esta lei resulta da incompetência das entidades que representam a democracia. De todo, não sou favorável a que a limitação de mandatos seja um princípio democrático. Que marco elegeria ao longo da sua governação da freguesia de Refontoura? Se falarmos em termos físicos, a obra mais emblemática foi a ampliação do cemitério paroquial. Demorámos muitos anos a iniciar a execução de uma obra quase inédita a nível nacional. Trata-se de um cemitério 100 por cento ecológico, com todas as sepulturas e capelas iguais, com arvoredo, jardim e sistema de rega. Noutro domínio que não o físico, consegui gerar uma enorme empatia quer com as pessoas que me apoiam, quer com as que não me apoiam em termos eleitorais. Ao longo destes 16 anos, os resultados foram sempre em crescendo e, na quarta eleição, tive o maior resultado de todos os tempos. Isto é fruto de uma grande disponibilidade que sempre fui patenteando para toda a gente da freguesia.
“A obra mais emblemática foi a ampliação do cemitério paroquial”
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Junta de Freguesia de Apúlia – Esposende
“Em Apúlia, no Verão, a população triplica!”
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conjectura económico-financeira pode representar um fluxo maior de veraneantes em Apúlia, como refere Manuel Lopes, que preside a junta de freguesia local “outros destinos serão sempre mais caros do que ir a uma praia. Na época balnear, a nossa população triplica!” Visitados sobretudo pelas gentes de Esposende, Braga, Barcelos que acorrem às belíssimas praias de Apúlia, também a restauração é apetecível: “temos muitos restaurantes com boas especialidades”, o peixe fresco diário dota-os de uma excelente qualidade. Com mais um Verão à porta, o mês de Agosto vai trazer muita animação, o presidente deixa o convite: visitem Apúlia, este ano vamos ter um mês de Agosto surpreendente, a começar logo com uma Feira Gastronómica, de 2 a 6 de Agosto que tem sido um enorme sucesso. Depois temos as festas em honra da N. Sra. do Amparo e da N. Sra. da Guia, com autênticas romarias. De seguida, a 22 de Agosto teremos pela primeira vez, uma Feira Medieval, sendo que a boa gastronomia estará também presente. Vamos ter um mês de Agosto muito animado e repleto de eventos”, concluiu. Visada com uma União de Freguesias, Apúlia agregará a Fão, mas para o autarca, ainda há alguma réstia de esperança. Depois de 12 anos ao serviço da freguesia como tesoureiro, somase o último mandato como presidente, mas para o edil não há dúvidas quanto ao funcionamento em equipa do executivo. De saída, conversou com a F&C e demonstrou porque é mais do que um presidente de junta, é um amigo de longa data de Apúlia! Qual a realidade actual da freguesia de Apúlia? Fomos confrontados um pouco por todo o país, com muitas dificuldades. Este é o meu primeiro mandato, embora já esteja cá há quase 16 anos. Estou de saída, mas confesso que estes últimos quatro anos, enquanto presidente não foram nada fáceis. Só mesmo uma gestão muito cuidada permite equilibrar o barco, porque houve cortes nos orçamentos, o que nos condicionou muito. Em termos de obras, penso que vamos cumprindo o que tínhamos traçado, tentando não desiludir a população que acreditou no nosso projecto.
Temo-nos voltado muito para a questão social, porque esse é um ponto fulcral nos momentos que vivemos. Temos feito um levantamento das pessoas que vivem pior, com dificuldades, e tentamos arranjar alimentos, tudo o que estiver ao nosso alcance e pudermos fazer, fazemos. Por exemplo, desloco-me por diversas vezes, à loja de acção social para ir buscar comida para entregar a algumas famílias carenciadas. Temos feito um trabalho de proximidade, que neste momento considero tão ou mais importante que as obras. E as pessoas reconhecem-no! Brevemente, iremos fazer a escritura de alargamento do cemitério que é outra necessidade, vamos aumentá-lo em 2500 metros, o centro escolar também está em bom andamento, temos algumas ruas que estão a ser feitas e outras que entretanto arrancaram. Fazemos o possível. Esta reforma administrativa veio mexer com toda esta dinâmica? Foram contra o processo, aceitaram? Como foi recebida em Apúlia? Não concordo muito com esta reforma. Mas acredito que se Apúlia e Fão se entenderem, no concelho formar-se-á uma freguesia com um potencial muito grande a vários níveis. Contudo, acho que as populações de Fão não vão aceitar muito bem isto. Vai haver um bairrismo e uma rivalidade que sempre houve, e a verdade é que são duas identidades distintas. Será difícil reunir consenso, depois, a sede da nova freguesia será em Apúlia por ter um território maior. A população como tem reagido a esta Lei? As pessoas não têm procurado conhecer esta nova realidade. Na minha óptica penso que vai ser pior para as pessoas de Fão, porque terão que se deslocar a Apúlia, onde será a sede. As pessoas não irão dispor do mesmo serviço de proximidade que até aqui disponibilizávamos. Isso faz a diferença. A escala tem dessas contrariedades. Como se move a economia de Apúlia? Temos fortes potencialidades na agricultura, pescas, para que conste, Apúlia produz 95% dos legumes produzidos no concelho. No peixe somos únicos, diariamente mais de 300 pessoas vêm a Apúlia comprar peixe. Ao fim de semana esse número aumenta. Temos venda directa ao público. Cada vez mais somos procurados.
Manuel Lopes
Na área turística, temos as praias que chamam sempre muita gente. A população aumenta significativamente na época balnear. Esta é uma terra rica. Até na área da floricultura, temos provavelmente as maiores estufas de flores, que já se encontram a exportar, com a marca “Rosa de Apúlia”. Sendo uma zona turística, ao nível de unidades hoteleiras há respostas? Sim. Hotéis, residenciais, depois há casas para alugar. Somos mais de 5 mil habitantes e no Verão, a população triplica, fora as pessoas que vêm e vão diariamente. É difícil gerir Apúlia no verão, porque é difícil ter capacidade e reunir esforços para tanta gente. Reforçamos a segurança nos meses de verão, sobretudo com a GNR. 16 anos a acompanhar esta freguesia. O que mais o marcou? Em termos de obras, a nova imagem urbanística da praia. Ficou muito bonita. As pessoas gostam de vir passear ali. Para mim essa foi a obra mais emblemática. Mas, de há 40 anos a esta parte, Apúlia mudou significativamente. Não estando nos seus horizontes uma candidatura à futura União de Freguesias, que mensagem deixa após tantos anos de dedicação a Apúlia? Já são muitos anos de trabalho em prole desta população e não me arrependo, porque aprendi muito. Conheci muita gente e tenho hoje muitos amigos. É essa a minha maior satisfação. Saio com sentido de missão. Cumpri o meu dever. Espero que o próximo autarca continue a desenvolver esta região e que faça melhor do que eu. Que nos dê novos horizontes. Aproveito para dar um cumprimento muito especial à população por toda a colaboração connosco.
Junta de Freguesia de Antas – Esposende
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“A poupança é uma falsa questão!”
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aredes meias com Viana do Castelo, a freguesia de Antas situa-se numa das extremidades do concelho de Esposende. O edifício sede é uma antiga escola primária que foi revitalizada. Lá, encontrámos, um autarca que promove activamente a economia local com os seus três estabelecimentos comerciais. As tardes, António Viana da Cruz, reserva-as para o atendimento da sua população e de questões relacionadas com a freguesia. A F&C amplia esta realidade de Esposende.
Qual a sua marca na freguesia de Antas? O que tem sido possível realizar? O meu trabalho penso que deve ser avaliado pelas pessoas. Faço o melhor que posso e acho que uma das coisas que eu consegui foi a cobertura em 80% de área de saneamento e água a 100% e, também conseguimos praticamente dotar a freguesia em termos de arruamentos e pavimentações, porque esta é uma freguesia marcadamente rural. Portanto, a esses níveis, somos uns privilegiados face às freguesias vizinhas. Tenho tentado aprovar um projecto para a construção de um Centro de Dia em Braga, que é uma das grande lacunas da freguesia, e cuja manutenção, futuramente, não vai ser fácil assegurar. Penso que cada vez será mais difícil gerir estes espaços. Há que lutar muito. Queria fazer muito mais, mas nem sempre é possível. Cumpre o segundo mandato, vai recandidatar-se? Ainda é cedo para saber se vou avançar. Caí aqui de pára-quedas! Estou aqui um pouco por acaso. As freguesias deviam ser exemplo de políticas activas. Estou na política activa há 25 anos. Estive sempre na assembleia de freguesia, faço parte da associação política para o concelho já há 20 anos e, estou praticamente há oito na freguesia. Sou um homem da terra, tenho um minimercado, um talho e um café, já há muitos anos. A população conhece as minhas raízes. Que balanço faz a estes anos em que ‘foi atirado’ para esta Junta de Freguesia? Penso que foi positivo, fui reeleito, mas a população é que deverá avaliar o meu trabalho. No primeiro mandato tive uma diferença de cerca de 30 votos, no segundo de 650, penso que os números falam por si… Por aí já se vê a diferença. Penso que correu bem. As perspectivas são de continuidade, estou disponível, mas a seu tempo definirei essa questão! Dado que a conjectura actual é bastante complexa e complicada para os portugueses, qual a realidade de Antas?
António Viana da Cruz
Dificuldades há sempre, mas para já não temos. À sexta-feira uma assistente social vai atendendo alguns casos que pedem algum apoio, que vai sinalizando os casos, para além de que temos estamos sempre muito atentos a algum caso que possa surgir. Nestes últimos dois, três anos tem sido tranquilo, felizmente. Para quem fica no desemprego, mas consegue arranjar rapidamente emprego, temos muito próxima a zona industrial de Viana do Castelo e assim há mais facilidade de inverter o desemprego. Depois, como há muita agricultura há sempre espaço para uma agricultura de subsistência, em grandes centros urbanos, já será mais complicado. O que faz mover a economia de Antas? Temos um núcleo industrial que fica mesmo junto à A28, depois há empresas e comércio, quatro restaurantes. Pena é que o PDM, não permita que se alargue a área do núcleo industrial. O trabalho da ANAFRE foi positivo? A Anafre tem feito um bom trabalho, se calhar podia fazer mais pressão, mas também terão as suas limitações. Estive presente no 3º Encontro da Anafre. É sempre muito benéfico a troca de impressões entre autarcas. Saiu o Ministro Miguel Relvas, anteriormente, o Secretário de Estado como vê a Reforma Administrativa em curso? Ficaram as coisas um pouco adormecidas. Falta pouco tempo para as campanhas darem início e ainda há muitas dúvidas, quem pode ou não candidatar-se às novas freguesias. Como costumo dizer, ainda bem que não nos calhou a nós, vai ser um processo muito conturbado, não vai ser fácil. Não concordo muito com mapa criado pela unidade técnica para o concelho de Esposende. Só na altura das eleições é que as pessoas vão tomar conta da realidade que se lhes vai afigurar. Sou completamente contra esta reforma, porque quem fez essa lei, não faz ideia do que é uma junta de freguesia. Hoje uma junta de freguesia, junto da população presta-
lhe muitos serviços, desabafam connosco vários assuntos pessoais, estamos aqui para elas. Isto não vai reduzir custos, o próprio presidente de junta, estando a tempo inteiro vai ganhar mais do que os que já existiam. Toda esta reforma é uma falsa questão. Se acabam com estes serviços, as pessoas ficarão mais desfavorecidas, os próprios funcionários da administração local, considero que também serão afectados, bem como os patrimónios serão um pouco abalados. Quem está longe, não tem noção do que é uma junta. Antas mantém-se intocável perante a reorganização administrativa, foi contra esta reforma? A opinião foi sempre contra essa lei e essa proposta, desde a primeira hora, agora para ser sincero, ainda estou convencido que não irá avante, mas o que é certo é que a lei já foi promulgada. Actualmente, somos das maiores freguesias do concelho, com as agregações passaremos a ser uma das mais pequenas. Que opinião tem sobre a lei de limitação de mandatos? Não concordo com a limitação de mandatos, dentro da freguesia não somos remunerados pelo tempo que perdemos, estou aqui todos os dias e não ganho para isso, mas no poder central, os políticos são remunerados e não estão submetidos à lei de limitação de mandatos. Nas freguesias, penso que devia vingar a vontade do povo, se é uma pessoa que é válida, que está a trabalhar bem e que as pessoas querem, com esta lei, é-lhes proibido. Parece-me que a lei foi inventada ao desbarato, e implicará a continuidade de várias pessoas válidas, mas enfim… Nas freguesias mais pequenas poderá implicar a própria sucessão de autarcas, ampliando o alheamento da política. Uma mensagem à população que tem servido? Podem contar sempre comigo, sou um amigo da freguesia. Tentarei fazer o melhor pela minha freguesia. E é por isso que estou aqui.
Junta de Freguesia de Barroselas – Viana do Castelo
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“Fui candidato por um dever de cidadania, agora é hora de dar lugar a outros!”
B
arroselas é uma das vilas portuguesas, do concelho de Viana do Castelo. Situada nas margens do rio Neiva, obteve esta classificação em 18 de Dezembro de 1987, é assim designada desde 1971, e teve, até aí, o nome de Capareiros. Fomos encontrar o Presidente a posicionar a bandeira da Junta, esquartelada de amarelo e azul, cordão e borlas de ouro e azul, hasta e lança de ouro. Fórum & Cidadania quis conhecer um pouco da cultura, e das gentes de Barroselas e falou com o seu Presidente Vasco Lima. O que é que motiva um cidadão a candidatar-se a gerir os destinos de uma freguesia? Está aí um leque de razões muito variadas, mas, para mim, a mais importante foi o cumprimento do dever de cidadania e de participação. Não tendo filiação partidária, participo há mais de 20 anos na bancada do Partido Socialista, na defesa e na promoção dos interesses da Freguesia. Até que um dia convidaram-me para assumir a candidatura á presidência da junta com uma equipa capaz de dar continuidade ao trabalho que vinha a ser desenvolvido dos mandatos anteriores. Não sente nenhuma frustração pelo facto das Juntas de Freguesia não terem competências para intervir e resolver os problemas das populações? Sinto muita frustração por isso e não só. Nós conhecemos as pessoas e os seus problemas. A junta de freguesia é por natureza o lugar da democracia mais próximo, é aqui que as pessoas recorrem para expor e requerer as soluções para as suas dificuldades e necessidades, e o maior drama é a falta de recursos para responder aos problemas e anseios das populações. Onde está a autonomia das freguesias? É com o que recebem do (FFF) ‘fefezinho’ que se pode fazer alguma coisa? Não, isso apenas dá para a gestão corrente. Por isso eu digo que as freguesias não são independentes, pelo contrário são dependentíssimas dos apoios diretos das câmaras municipais para poderem realizar algumas obras e atingirem os objetivos… Mas isso não o impediu de se apresentar com uma proposta para a Freguesia. Quais são os pontos fortes do seu trabalho? Como pontos fortes do nosso trabalho, gostaria de destacar o controlo e o saneamento financeiro da autarquia, cuja situação era pesada. Se considerarmos que a freguesia não tem praticamente recursos próprios, é de facto assinalável termos conseguido: Primeiro, concretizar o saneamento da dívida superior a 300 mil euros que vinha transitando de mandatos anteriores. Segundo, concretizar a ampliação do cemitério,
obra importante pela urgência e pela carência, cujos custos, em obra já realizada, ultrapassam 220 mil euros, cuja realização foi planeada com inclusão no referido plano de saneamento financeiro. Terceiro, ver desbloqueada a antiga questão do quartel da GNR de Barroselas, vendo a obra adjudicada e preparada para arrancar a qualquer momento. Estamos muito satisfeitos por ter tido a oportunidade de apresentar o balanço do nosso trabalho ao povo de Barroselas baseado nestes três pilares fundamentais É claro que realizamos mais obra, porventura de menor índice de grandeza, mas não vamos agora pretender ser exaustivos, apenas não esquecer um pormenor de relevante e global importância: as contas da autarquia estão em dia. Tudo isto no quadro de dificuldades e de restrições por todos conhecido e com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo, pricipal fonte de financiamento da atividade do executivo. Dos pontos fracos, gostaria de referir a situação de crise do país que nos vem impedindo de poder avançar com o projecto de um equipamento importantíssimo que possa acolher e viabilizar o apoio ao desenvolvimento de actividades culturais, cuja falta se vem sentindo há muitos anos também e constitui uma carência de relevo. Qual é a sua relação com a oposição? Óptima, foi uma oposição que prestigiou e elevou a democracia. Com grande dignidade de intervenção, sempre muito elevada na sua ação, na sua capacidade para compreender a ação do executivo, os seus objetivos fundamentais e as condições de que dispôs para o exercício, o que muito me orgulha. Penso que isto tem muito a ver com a forma de estar sempre franca e verdadeira das pessoas do executivo e do seu presidente, e do interesse que todos têm pela sua terra. Poderia afirmar que nunca tive necessidade que me colocassem as questões, porque sempre respondi antecipadamente a todas as que se apresentaram suscetíveis de ser colocadas. Nunca tive nada a esconder, sempre usamos na nossa ação os mais elevados critérios de sinceridade, de lealdade e de franqueza, sem telhados de vidro, contas claras, atitudes transparentes. Nesta assembleia, todos os instrumentos foram aprovados por unanimidade, com uma única excepção, a posição perante o projeto da reforma administrativa, que teve uma abstenção. Isso torna-o um homem orgulhoso por estar à frente do executivo Quanto a isso, completamente. Vai ser candidato? Não, não vou.
Vasco Lima
Não é uma contradição depois de ter conseguido tanta unidade na freguesia? Fui candidato por um dever de cidadania, para dar continuidade ao trabalho que se vinha desenvolvendo, agora é hora de dar lugar a outros. Não há pessoas insubstituíveis, nem nunca fui capaz de assim me julgar. É preciso renovar. Não cabe aqui explicar os motivos e as razões pelas quais decidi, com muito esforço, cumprir este mandato até ao fim. Fi-lo, estou orgulhoso disso, mas por todos os motivos, onde os pessoais ocupam o maior espaço, não sou candidato. Quer dizer que está na hora de dar o lugar aos mais novos? Sim, venham daí, existe nesta sala muito espaço para a participação de todos, pena é que muitas vezes a sala fique vazia, de pessoas e de ideias. Que pena que esta sala tenha estado tantas vezes vazia de pessoas, mesmo de muitas das que se candidataram comigo, e de outras que agora se perfilam como candidatos mas que nunca ou quase nunca puseram os pés nas assembleias. Esta é a casa da democracia de todos e para todos. Não é no “café” que se discute ou que se aprecia a resolução dos problemas da comunidade, é aqui. A democracia e o dever não se esgotam no voto, vão muito para além disso, passando pela participação, pelo cultivo da cidadania, pela prática da ética do relacionamento social e público, pelo cultivo dos valores sociais e humanos. O direito de opinião é sagrado mas eu acrescentarei algo mais… Opinião com conhecimento é TUDO, sem conhecimento é NADA.
Junta de Freguesia de Perre – Viana do Castelo
Vasco Cerdeira
“GOSTAR DE PERRE” NA VANGUARDA DO FUTURO
“P
reparar o futuro” é o grande desígnio do trabalho do movimento independente “Gostar de Perre” que surgiu nas últimas autárquicas, em Perre, Viana do Castelo. Aumentar a qualidade de vida e a satisfação da população local foram metas alcançadas com sucesso. Numa aposta que exigiu desmesurado empenho e dedicação, sempre condicionada pela escassez de verbas, foi possível dotar a freguesia de uma rede de saneamento adequada, com uma taxa de cobertura que hoje se aproxima dos 90% do seu território. Uma obra “invisível”, que trouxe alguns transtornos pela sua complexidade, mas da qual advém inquestionáveis mais-valias para a comunidade, erradicando-se simultaneamente situações limite com anos de existência que, nalguns casos, ameaçavam a própria saúde pública. Vasco Cerdeira, que preside aos destinos da freguesia desde 2009, mostra toda a determinação em continuar o seu trabalho, assim seja essa “a soberana vontade dos Perrenses traduzida na confiança que depositam no nosso projecto.” A F&C foi conhecer de perto esta terra de densa história e profusas tradições seculares, como sejam a cultura do linho, o artesanato, o seu edificado religioso, as pontes românicas, os castros e moinhos. Tudo isto sob uma paisagem sedutora que cruza o rio Moçambique e o Monte do Calvário. Com um potencial enorme ao nível turístico, é de salientar os “Rojões à Moda de Perre”, especialidade gastronómica local. Primeiro mandato à frente de Perre, como caracteriza a experiência? O balanço possível em fim de mandato é amplamente positivo. Todo o nosso programa foi alicerçado numa cultura de proximidade à população, escutando os seus anseios e tentando solucionar as suas dificuldades. Naturalmente, temos consciência que em tempos de manifesta austeridade, torna-se difícil corresponder a todas as expectativas. Contudo, pugnamos sempre pela apresentação de soluções concretas e exequíveis, arredadas de eleitoralismos fáceis. Felizmente o povo acreditou em nós, optando pela mudança, sendo tal o que nos move, tentando retribuir da confiança em nós depositada. O projecto “Gostar de Perre” já decidiu se
vai recandidatar-se? Sim, a vontade é de continuar. Este ímpeto não traduz um propósito particular, mas expressa a vontade de toda uma equipa, que acredita não ter esgotado num mandato o seu projeto e o seu trabalho em prol da freguesia. Temos que nos recandidatar, continuando a dar de nós ou, numa expressão tão característica destas paragens, temos que continuar a ‘dar o litro’! Tal como sugere a designação da nossa equipa, é o apego e a paixão por esta terra o que nos move. Este projecto conseguiu congregar e trazer gente nova à política, numa evidente lufada de ar fresco, pessoas como referi provindas de setores tão diversos como a educação, o desporto, a cultura, o associativismo, o apoio social e a saúde, entre outros, intrinsecamente ligadas à raiz e essência deste povo. Acreditamos pois que uma visão tão abrangente da comunidade, propicia a almejada cultura de proximidade, fazendo-nos tomar por nossas as batalhas da gente desta terra. No seu inquestionável discernimento, confiaram em nós, e tudo temos procurado fazer para justificar da sua opção. Com tanta dificuldade quanta paixão, pois que, a mero título de exemplo, refiro que elementos deste Executivo desempenham as suas funções a título gratuito, e assim continuarão até ao final do seu mandato, canalizando montantes que lhe seriam justamente devidos, para outros fins do superior interesse da freguesia.Com menos fizemos e faremos mais, pese embora o previsível adensar da escassez de verbas provenientes da administração central. Não poderia deixar neste ponto de referir o incomparável contributo que o nosso Secretário deu a este projeto, numa reconhecida e abnegada entrega a Perre e às coisas. Infelizmente partiu recentemente na estrada da vida, não deixando porém da sua memória ser presença assídua entre nós. Qual a razão do surgimento deste movimento independente? É uma constatação insofismável, o facto de a política marcar indelevelmente o nosso dia-adia, porquanto afectando-nos com maior ou menor intensidade. Daí advém o meu interesse pessoal, procurando a possibilidade de servir liderando, em detrimento da obcecada busca do poder que jamais me assistiu ou assistirá. Por
outro lado, desde sempre me bati pelas minhas ideias e valores. Não sendo um desalinhado da sociedade, não me revejo por inteiro em nenhuma força política em particular, facto que me fez optar pela formalização de uma candidatura independente, “vinculada” aos interesses de Perre e das suas gentes. O saneamento básico foi a vossa principal prioridade, ao nível de infra-estruturas? Como é sobejamente sabido, esta freguesia praticamente não possui receitas próprias, facto que ditou a impossibilidade de concretização de projetos que desejaríamos implementar. Financeiramente, vivemos das verbas provenientes do FFF e da Câmara Municipal de Viana do Castelo, tendo naturalmente algumas dificuldades em sobreviver, à semelhança da realidade da maioria das freguesias do país. Desde que chegámos à Autarquia, não paramos um instante! Naturalmente, pelo referido, a obra do saneamento marcou este mandato. Com o nosso empenho e insistente dedicação, foi possível conjugar sinergias, ultrapassando a mera construção de uma infraestrutura indispensável à população. Com a colaboração e desmesurada colaboração do Município, tornou-se possível dotar as zonas intervencionadas de uma rede viária notável, tornando um sonho realidade. Falamos de um investimento global já executado, superior a dois milhões de euros, podendo garantir da oportunidade com que foi gasto cada cêntimo. Vamos ficar muito bem servidos. Considero que ao contrário do que acontecia antigamente, esta é uma obra que extrema necessidade, testemunhado pelo respeito e compreensão com que a população encara os transtornos dela resultantes, particularmente na sua fase de execução. Perre e Viana têm futuro? Que mensagem deixa ao eleitorado? Para nós, Perre e Viana serão sempre o nosso passado, presente e futuro. Não prometemos projetos megalómanos, subtilmente disfarçados em campanha eleitoralista. Temos consciência das dificuldades dos tempos, mas acreditamos! Perre merece o melhor e é por isso que lutaremos. Somos uma terra que merece ver reconhecido o trabalho das suas gentes. Assim, não regatearemos esforços. Temos projetos concretos sonhados, que confiamos concretizar neste próximo mandato. Contudo, hoje como antes, desejamos ir de encontro às gentes e às suas coisas, querendo ser a voz da sua voz. Enquanto assim confiarem, contarão todos os perrenses com a nossa incondicional entrega e dedicação.
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Junta de Freguesia de Afife – Viana do Castelo
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“Está a perder-se o estado social neste país”
Arlindo Ribeiro
H
á quatro anos como independente a presidir os destinos de Afife, Arlindo Ribeiro, desde 1987 que está ligado ao trabalho da freguesia. É um filho de Afife! Assumiu os destinos no término do anterior mandato, vicissitude do falecimento do anterior presidente. Trabalho que decidiu continuar e renovar nas próximas autárquicas. Com uma configuração de concha, o ex-líbris local é o Casino Afifense que conta já com 130 anos. O turismo faz mover a economia local, essencialmente pelas praias e mar privilegiados, que incentivam à prática de desportos de mar e à recepção de campeonatos de surf e de bodyboard. Após o encerramento do posto dos CTT, resolveram abraçar esta causa e descentralizar os serviços administrativos, acolhendo numa delegação, os CTT: “Era um serviço que estava muito enraizado na nossa freguesia. Fizemos todas as diligências para perpetuar todo este serviço”, afirmou. Aos 21 anos entrou neste universo movido pela missão de apoiar a terra que o viu nascer, hoje, anseia por uma grande obra, um lar de idosos, que é a única valência que Afife não dispõe. Qual a sua ligação a Afife e qual o percurso até chegar a presidente da freguesia de Afife? Completei o anterior mandato, como presidente, porque infelizmente, o colega presidente faleceu no término do último mandato, era o secretário da Junta. Portanto, como presidente este é o primeiro mandato. Fiz parte de vários executivos desta freguesia desde 1987, desde secretário a tesoureiro. O que me move é estar à frente dos destinos desta freguesia. A minha missão é servir, sou um filho de Afife, gosto muito da freguesia e não há dúvidas que para estar à frente de uma freguesia é preciso gostar, conhecer as pessoas e, conhecer toda a sua estrutura, porque só assim se consegue fazer algo em prole duma freguesia como Afife.
Com tantos anos de trabalho e dedicação a Afife, quais as dificuldades que encontrou? O grande problema das freguesias é sempre a questão das verbas. Nós, por uma questão de princípios, nunca ultrapassamos o que nos é permitido. E vamos conseguindo sempre. Temos o FFF, que por ano são cerca de 38 mil euros, mas conseguimos orçamentos na ordem dos 400 mil euros, através da prestação de serviços. Temos uma gestão muito cuidada, não temos dívidas, somos uma freguesia que apenas faz obras, se tiver dinheiro. As boas relações com a câmara municipal de Viana do Castelo e sua colaboração são muito importantes, só assim é possível trabalhar em prole dos nossos fregueses. As dificuldades que existem são sempre as mesmas. A freguesia de Afife não é muito rica, mas temos alguns recursos, temos gestão de águas, gestão de cemitérios, prestamos muitos serviços à população e, em vez de serem outras pessoas a receber esses serviços, somos nós junta e é isso que nos permite gerir a freguesia e fazer algumas obras de requalificação. Afife tem praticamente tudo: praia, mar, monte e a parte urbana, logo, é uma freguesia muito apetecível. Como é que se consegue gerir todo este território? Consegue-se com muito trabalho, mas não só, vivo em Afife e a minha vida permite-me ter alguma disponibilidade para a freguesia, tive também o benefício de trabalhar com pessoas que me ensinaram muito sobre o trabalho autárquico. Para mim foi uma verdadeira escola, que nos permite que hoje tenhamos linhas de orientação para melhor gerir a nossa freguesia. Nos meses de Julho e Agosto, a freguesia ganha uma outra vida, a população duplica? Triplica? É provável que triplique. Temos uma população de 2 mil habitantes, 1600 eleitores, área de 13,6km2. É banhado pelo mar, tem monte e tem a configuração de concha. É realmente uma freguesia muito procurada em tempo de férias e fins-de-semana. Afife tem muitas casas de segunda habitação de pessoas doutras zonas do país que vêm passar cá as suas férias ou até mesmo os fins-de-semana, além depois dos imigrantes, os veraneantes, muitos ingleses, muitos belgas, já começam a vir muitos espanhóis também, precisamente pelas nossas praias. Afife está muito ligado ao surf, nas nossas praias realizam-se vários campeonatos ao longo do ano de surf e de bodyboard, estamos muito ligados à prática de desportos de mar. Mas a vossa economia subtrai-se essencialmente do turismo, comércio e serviços?
Sim, penso que o comércio, restauração, supermercados ganha muito com o nosso turismo. São beneficiados com essa afluência de gente. É a economia a funcionar! Depois temos muito turismo rural de extrema qualidade. Receber bem é a nossa maior virtude! Durante o inverno é uma aldeia pacata, mas no verão, temos o nosso Casino Afifense que é o ex-líbris da nossa freguesia, uma associação com 130 anos, que acolhe muitos eventos naquele espaço, fado, bailes, exposições, teatro, dança, faz uma festa de verão para os turistas, é uma casa de cultura muito solicitada. Estamos ainda a 10 km da cidade de Viana do Castelo, portanto, temos uma oferta muito variada. Como tem visto a actualidade política, o entra e sai de personagens políticos? A situação política do país é muito difícil. Acho que um político devia primeiramente ser presidente de junta, para ter o sentido de responsabilidade e saber o que as pessoas necessitam, porque nós é que estamos junto das populações. Julgo que se está a perder o estado social neste país, sentimos que as populações atravessam muitas dificuldades e somos quem as detecta. Penso que os nossos políticos não têm esse sentido de responsabilidade e sensibilidade, e isso é visível nas atitudes que têm tomado. Muito sinceramente tenho muito medo do estado social que estamos a percorrer, porque estamos a ser confrontados com muitas dificuldades. Com a agricultura de subsistência, Afife ainda não é muito afectado, temos casos pontuais, mas conseguimos sinalizar e resolver. É candidato? No programa, o que há de novo? Sim. Vou manter a mesma equipa de jovens, filhos da terra, é um privilégio, aliás, entrei com 21 anos para a junta. Nós nunca nos sentimos realizados, tentamos fazer algumas coisas, nem sempre temos a possibilidade de as concretizar, mas considero que neste momento a grande obra que Afife necessita é um lar de idosos. É a única valência que não dispomos. Um benemérito cedeunos o terreno e estamos de corpo e alma envolvidos nesse projecto, é uma necessidade porque à semelhança da nossa sociedade, a nossa população está a envelhecer. É muito importante garantirmos esse espaço. Estamos muito empenhados na sua concretização desta obra. De resto, só posso prometer trabalho, como sempre fizemos e pedir para que acreditem em nós, porque nunca pedi votos a ninguém, não faço campanha, somos independentes, não estamos colados a nenhum partido político há cerca de 4 mandatos, e isso dá-nos a vantagem de pensarmos por nós sem estarmos com objectivos políticos. O nosso partido é Afife!
Câmara Municipal de Montalegre
Barroso: Região de Alto Valor Natural em Afirmação rança Social, deslocou-se aos paços do concelho para anunciar o Contrato Local de Desenvolvimento Social + (CLDS+), orçado em 300 mil euros, o que representará para Montalegre e em que consistirá este programa? Representa em primeiro lugar uma oportunidade para os que nesse projecto vão trabalhar e que assim podem dotar a região de uma carta de intervenção social actualizada, que nos permita fazer sempre as melhores acções de combate às desigualdades e fragilidades da nossa população.
Orlando Alves, Vice-Presidente
C
om uma dinâmica muito própria, o Município de Montalegre tem garantido expressão por todo o país e além-fronteiras nos eventos que promove. Aliás, onde há um barrosão, há um eco fidedigno de Montalegre e da região de Trás-os-Montes. A F&C conversou com o Professor Orlando Alves, vice-presidente da Câmara de Montalegre, e candidato às próximas eleições autárquicas. Apostar numa economia sustentável e continuar o trabalho de promoção e valorização das terras do Barroso são os grandes desafios do ‘pai’ da Feira do Fumeiro do Barroso.
Sendo candidato nas próximas eleições autárquicas, como sustentará o desafio de manter toda essa projecção e assegurar a continuidade dessa mesma dinâmica? Que projecto tem para Montalegre? É um desafio grande dar continuidade a um trabalho qualificado de promoção e valorização contínua da terra e do barrosismo que enche a alma dos daqui naturais. Encaro-o com serenidade e entusiasmo. Não é aliás por acaso que o lema da minha campanha autárquica é precisamente “Continuar Barroso”. Continuar agarrando a dinâmica que vem de trás e orientando -a para os desafios que a difícil situação do País obriga e impõe. Para Montalegre tenho essencialmente o sonho de, a partir dos recursos locais, restaurar a economia da região e através deste desiderato contribuir para a criação de emprego e assim fixar as pessoas à terra e dessa forma dar-lhe a necessária sustentabilidade. A campanha já arrancou? Foi um processo natural, uma vez que já é vice-presidente há alguns anos? Sim, foi um processo naturalmente consensual pelo que estão assim criadas as condições para que o meu projecto possa ser levado à prática. Ao nível de políticas sociais, Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade e Segu-
Que outros investimentos estão previstos para o concelho? Iremos dar primazia à criação de emprego. Não podemos, contudo, pôr em causa os empregos que as empresas do concelho garantem, pelo que continuaremos a apostar nas obras de qualificação do território em estreita cooperação com as Juntas de Freguesia e demais forças vivas da região. Quais as maiores preocupações com que se depara actualmente Montalegre? O crescimento demográfico negativo, o envelhecimento da população e a emigração dos nossos jovens. Difícil tarefa esta tentar inverter este fatalismo. Políticas de apoio à construção do próprio emprego é o que me proponho fazer. Entusiasmo não me falta. Os jovens de Montalegre só têm que optar entre serem senhores na sua terra ou escravos por esse mundo de Deus além. Tem assistido a um retorno à terra pela população jovem? Será esta uma saída e oportunidade em tempos de crise, no sentido de potenciar a agricultura e a pecuária de Montalegre? Os sinais de regresso são por enquanto muito ténues. Porém, esse é o caminho. No meu programa constam propostas muito interessantes que espero venham a ser agarradas pelos jovens de Montalegre e toda a região de Barroso. E onde houver um jovem com uma ideia interessante que conduza à criação do seu posto de trabalho, pois cá estarei para apoiá-lo como merece. Que benefício(s) trouxe a campanha da Optimus para a região? Deu visibilidade e já não foi pouco! Exige-se que as operadoras cedam nas suas antenas espaço para entrada das demais fazendo cada
uma as necessárias compensações. Só que preferem agir isoladamente espalhando pelo território uma chusma de antenas que o desfeiam e descaracterizam. E desta forma egoísta e individualizada resulta que há antenas a mais para tão pouca cobertura, o que não deixa de ser uma vergonha e sinal claro da ‘pobreza franciscana’ que somos. E lá pela desgovernança da capital há gente que se não dá conta destas coisas, erros grosseiros que são de tão fácil compostura. Quais os pontos fortes e os pontos fracos de um município de interior como Montalegre, que atrai quer pelo misticismo das sextas-feiras 13, quer pela boa gastronomia, quer pela sua beleza natural? Barroso é um país. Tem tudo para ser apetecível durante todo o ano. Vamos continuar a ganhar atractividade, única forma de sobrevivermos à hecatombe do desânimo e da desertificação. As sextas 13, a feira do fumeiro, a gastronomia, a paisagem, o património, o ambiente natural tão preservado, o parque Nacional da Peneda Gerês que na parte que nos cabe – um terço da área total – constitui o que de mais natural e preservado existe são pilares que teremos de saber explorar até à exaustão. E é o que iremos continuar a fazer. Acompanhando o executivo municipal há vários anos, porque só agora decide candidatar-se? Há um tempo para tudo e o meu chegou agora. E ainda vou muito a tempo de mostrar o que possa valer. Num contexto muito difícil é certo, mas ciente de que as propostas com que ao eleitorado me irei apresentar são válidas, interessantes e vêm no momento oportuno. Que mensagem deixa ao povo Barrosão? Viver em Barroso é um privilégio. Temos tudo para ser imensamente felizes. E o que nos falta está entre nós. Só é preciso estarmos atentos e facilmente o descobriremos. Os valores culturais, ambientais, patrimoniais, etc. têm de ser convertidos em riqueza. E é no aproveitamento dos nossos recursos que a nossa sobrevivência a o futuro colectivo devem assentar. Aqui os montes são riqueza. Que infelizmente arde todos os anos. Vamos aproveitá-los e assim nos posicionaremos como uma Região de Alto Valor Natural com capacidade para abastecer o país de boa carne, por exemplo. Este é o caminho!
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Benéfica e Previdente
Benéfica e Previdente aposta na reciclagem e reconversão profissional
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Benéfica e Previdente está a desenvolver uma série de acções de formação, de 25 e 50 horas, destinadas a activos empregados e desempregados constantes do Catálogo Nacional de Qualificações e destinam-se a aperfeiçoar os conhecimentos e competências dos adultos, podendo ser, igualmente, utilizadas em processos de reciclagem e reconversão profissional. Esta é uma forma de, possibilitar a aquisição dos conhecimentos necessários à (re)integração num mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo. Estas acções de formação são financiadas pelo POPH,
MARINA, Formanda “Estou aqui a tirar um curso de formação sobre ambiente, saúde, higiene e segurança no trabalho. É um módulo de 25 horas, e estou a gostar muito. É uma mais-valia para mim e é muito enriquecedor. Gostaria de encontrar trabalho, apesar da idade e de não ser fácil, ainda não perdi a esperança. Vim para aqui para enriquecer os meus conhecimentos, porque infelizmente ao fim de 30 anos fui “posta na rua”, fiquei sem nada, mas não desisti de lutar e de viver, e por isso estou aqui a aprender… Tenho muitos conhecimentos, muita experiência, mas infelizmente vivemos num país onde todas as portas se fecham, não nos dão a mínima oportunidade de trabalhar, é a única coisa que eu quero para poder ajudar o meu filho que ainda é muito jovem. Por isso a formação é muito importante para mim, serve como incentivo e conhecimento e para que desta forma não me sinta uma pessoa inútil, além de adquirir mais competências, deixa-me sempre uma réstia de esperança de que com mais conhecimento seja mais fácil encontrar trabalho.”
SOFIA, Formanda “Aprender para quê? Que importa saber e ter curriculum se não temos trabalho para aplicar o que aprendemos? Nós precisamos de experiência, mas ninguém nos abre as portas. Se o Estado me está a pagar o Rendimento Mínimo, porque é que não me dá trabalho? Eu tenho ido procurar a todo o lado, para limpeza as escolas, jardins etc., e não consigo nada. E depois ainda somos criticadas… Eu não me importo de trabalhar seja no que for, tenho ido a todo lado, às escolas, juntas de freguesia e nada! Eu sinto-me revoltada com esta situação, tenho dois filhos a quem dar de comer, vestir e calçar e não tenho uma única oportunidade de poder trabalhar para os sustentar. Veja esta situação, as escolas estão a necessitar de gente para ajudar na confecção das refeições ajudar as crianças no recreio, na limpeza da escola, e o estado não faz nada porque passa a vida a dizer que não tem dinheiro… E nós que recebemos uma parte do RSI não poderíamos ir para lá trabalhar e ajudar as nossas crianças? De salientar que nós não queremos que o Estado nos pague para não fazermos nada. Nós só queremos uma oportunidade para trabalhar, e há muitas coisas que podemos fazer. Nós queremos ser úteis à sociedade, não queremos viver de caridade nem ser os coitadinhos do sistema.”
gratuitas para os formandos e conferem a atribuição de um certificado de qualificações. A Fórum & Cidadania, assistiu às aulas e falou com três formandas.
SARA, Formanda “Inicialmente quando vim para este curso, pensei que não se adaptasse ao que eu mais gostaria de fazer, preferia estudar inglês e espanhol, porque gosto, enquadra-se mais com o meu curso e porque não tenho meios económicos que me permitam aprender línguas. No entanto, até estou a gostar muito deste curso, e quem sabe se não encontrarei aqui a possibilidade de arranjar trabalho? Mas fico sem entender os nossos governantes que apoiam este tipo de formação profissional, que é importante até pela transversalidade dos conhecimentos e não apoia pessoas que gostariam de tirar um curso superior. No meu caso tive de abandonar o curso superior de assistente social, porque não tinha condições para continuar, estava desempregada e com uma filha com necessidades especiais para criar. Por isso, acho que a formação profissional é muito importante e complementar, mas penso que o estado deveria apoiar as pessoas que têm vocação para o ensino superior. Quero dizer com isto que era muito importante que quem define e organiza estas formações deveria ter em conta as especificidades e as pessoas a quem são dirigidos estes cursos. No meu caso era preferível me apoiarem para que eu pudesse acabar o curso que fui obrigada a interromper, até porque é o curso que eu gosto. Isto não tem nada a ver com o grupo ou com as pessoas, tem a ver com a disponibilidade e a vontade daquilo que as pessoas querem aprender, ensinar contra a nossa vontade vai implicar desaproveitamento e frustração para quem ensina. Às vezes, o que falta é apenas uma pequena ajuda para que uma pessoa possa atingir os seus objetivos e integrar-se efectivamente na sociedade.”