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Arquitetura e paisagismo moderno no Brasil
Arquitetura e paisagismo moderno no Brasil
Burle Marx procura explorar as espécies nativas e suas características exuberantes, porém não de uma maneira natural, ou seja, não tenta reproduzir a natureza, há um planejamento da paisagem moderna, inclusive dando formas industriais, padronizadas e de repetição aos seus projetos paisagísticos, sua primeira fase de é marcada por uma naturalização artificial da paisagem, com espelhos d’água, ilhas artificiais (ilha do amor). Com o tempo outro traço começa a aparecer que é a artificialização do artificial, ou seja, começa a trabalhar com elementos artificiais como se fossem naturais, aos poucos os elementos materiais ganham mais presença ao invés dos elementos orgânicos, principalmente a partir dos anos 60. Em certo momento ele brinca com a organização geométrica delimitando o espaço e a interação das espécies com o meio de um lado e uma organização mais orgânica de outro, como se um lado fosse o modernismo pré segunda guerra mundial e o outro lado fosse o pós. Não apresenta tanto domínio da forma das espécies como o paisagismo francês, mas aponta para uma clara intenção de submeter a natureza à geometria do projeto.
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Suas formas mantêm um diálogo com as artes plásticas e o paisagismo internacional, principalmente em sua fase mineral. Expõe a ideia de que o jardim não é algo que se molda naturalmente como uma floresta, ele necessita de uma mediação criativa. Evidencia que na relação do homem com a natureza, o primeiro tem a capacidade de percepção e adequação da paisagem, onde a ação do homem se coloca de forma determinante nesse contexto.
Um traço importante nas obras de Burle Marx é a autonomia, pode-se observar em projetos como a casa Olivo Gomes e Odette Monteiro a intenção de maquiar os limites entre o que é natural e o que é artificial para que tudo pareça ter sido planejado pelo paisagista, de certa forma, submetendo o natural ao controle do artificial.
Burle Marx foi o principal paisagista da intervenção em Brasília, a solução que ele encontra é a usual, Palácio do Planalto, espelho d’água mas com uma configuração mais geometrizada e cria um contraponto em relação ao rigor extremo do desenho da arquitetura, principalmente escolhendo espécies secundárias e, dessa forma, enobrecendo as mesmas. No Parque dos Cristais ele faz referência à geologia local com formas remetendo a cristais saindo da água, a parte vegetal se resume a vegetação rasteira e árvores. Em alguns lugares o piso é delimitado de maneira a prevalecer o elemento mineral sobre o natural. Esse projeto em específico, a geometria parece conter a natureza, diferente da ideia geral das obras do paisagista.
No caso de Copacabana, a solução gráfica de piso se implanta sob o lugar, revelando uma coexistência entre o projeto e o espaço mas sem que um interfira no outro, entretanto esse desenho pode ser implantado em qualquer outro lugar, como se a intenção fosse única e exclusivamente artística, sem ligação com nada específico do local que se insere. É apenas um grande lugar de passagem, como um quadro, sem outros elementos.