Proposta didática Em relação ao trabalho a apresentar resolvi desenhar uma proposta didática que me parece favorecer a relação Escola/Comunidade, com recurso às Novas Ferramentas de Informação e Comunicação, abordando a importância da Construção de um Blogue através do qual se dá a CONHECER O PASSADO como forma de MELHOR COMPREENDER O PRESENTE e assim se CONSTRUIR UM FUTURO MELHOR, envolvendo a comunidade e os seus órgão políticos, ou seja EXERCENDO EM PLENO A DEMOCRACIA. Sou licenciado em Geografia e nos últimos 12 anos tenho trabalhado com Cursos Técnicos Profissionais - Turismo, Receção, Comércio, Informática e Ordenamento do Território - nos quais leciono para além de Geografia uma disciplina de conteúdos multidisciplinares que abordam questões do Homem, Sociedade e Mundo, designada de Área de Integração. Em termos gerais estes alunos não mostram interesse por aulas tradicionais e essa foi uma das razões que desde há muito me levou a procurar incorporar as novas tecnologias nas minhas praticas pedagógicas. Numa primeira fase comecei apenas por ser consumidor de novas tecnologias usando-as apenas para recolher informação e apresentar conteúdos por métodos tradicionais usando novas tecnologias. Numa primeira fase poderei inclusivamente afirmar que os jovens alunos conheceriam melhor as novas tecnologias do que próprio. Depois de formação adquirida no centro de formação de professores e de várias ações concluídas, tornei-me mais competente em várias ferramentas das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Por outro lado sempre fui um Cidadão com vontade de exercer uma Cidadania Plena de intervenção no território, aguçada pelo facto de ser Licenciado em Geografia. Vivendo desde sempre na freguesia de Rio Tinto (Gondomar) território da Grande Área metropolitana do Porto, vi esta região ser transformada de área essencialmente rural numa área urbana, sem qualquer tipo de preocupação com o património seja ele natural ou humano e assisti a uma galopante urbanização que transformou a cidade num dormitório da grande cidade do Porto, onde hoje a maior parte da população que em Rio Tinto reside não tem raízes neste território, o que tem feito dela, uma população pouco reivindicativa, amorfa, desinteressada da vida coletiva e do destino comum, a que não deve ser alheio o facto de essas pessoas desconhecerem o passado histórico do local onde atualmente habitam, o que pode levar, por sua vez, a alguma dificuldade na compreensão da atual realidade o que será concerteza uma das razões do desinteresse manifestado por esse conhecimento a que acrescem muitos outros fatores como o facto de a maior parte dessas pessoas estarem sujeitas a movimentos pendulares casatrabalho e vice-versa, o que lhes liberta pouco tempo do seu dia-a-dia para o lazer ou para se dedicarem a tal assunto. Consciente que a eficácia da aprendizagem é maior quando os alunos são confrontados com o fazer muito mais do que com o ouvir ou o ver, e por essa razão aproveitei este tema para partir à descoberta de Rio Tinto e mostrar aos alunos que na sua maioria afirmam conhecer Rio Tinto, que existe sempre algo, que a nossa rotina do dia a dia no “impede de ver”. É esse ir mais além, que para além de nos permitir ver, nos leva a questiona sobre os “porquês”, e
a refletir se não existiriam ou existem alternativas às praticas de desenvolvimento do nosso território. Logo me surge a ideia de fazer um Blogue em conjunto com os meus alunos, como ferramenta para ajudar a superar as dificuldades de integração destes alunos na Escola Tradicional, de ligação ao meio onde a Escola se insere e por outro lado fazer deles agentes de mudança pelo facto de se interessarem pelos problemas do meio e se tornarem cidadãos ativos. Desta forma nos tornamos PROCONSUMIDORES, já que estamos construindo uma ferramenta que agora os seus colegas usam quando precisam de saber algo sobre o território e por outro desenvolvemos a capacidade critica quando filtramos, credibilizamos e compilamos informação recolhida em manuais ou presencialmente junto de cidadãos mais idosos que vivenciaram as transformações. Mas não quis com este projeto apenas abordar as questões do património e da história; quis e mais tarde quisemos, já que agora o blogue não é apenas meu, mas também dos alunos que entretanto por mim vão passando e mostram vontade de o enriquecer, torna-lo num espaço de opinião e criamos uma página designada OPINIOESRT (Opiniões+ESRT= Escola Secundária de Rio Tinto, onde trabalho, ou RT= Rio Tinto). Ademais ajustamos uma nova perspetiva: Passado, Presente e Futuro: Conhecer o passado para Compreender o Presente e Construir um Futuro Melhor. Mas este espaço é também de participação cívica pelo que são aceite todos os Olhares…sobre Rio Tinto, mesmo o daqueles que pensam diferente de nós. Com este projeto espero que os alunos sejam capazes de:
Interpretar o território, a partir da identificação das suas variáveis biofísicas – naturais e antrópicas – por forma a compreender e a avaliar as potencialidades e problemas desse território; Desenvolver a capacidade de intervenção ao nível da participação pública nas questões fundamentais do ordenamento do território onde vive, estuda, passa férias, (…) (exercício da cidadania); Reconhecer a importância da interdisciplinaridade para a abordagem das questões referentes ao ordenamento do território e, nomeadamente, a sua relação com o ambiente e a qualidade de vida; Tomem contato com cartografia digital e com sistemas de informação geográfica, como forma de reconhecimento da sua importância e qualidade profissional, pelo que devem ser capazes de recolher, organizar, tratar, fazer a síntese e apresentação de informação, incluindo georeferenciamento com GPS e a sua integração a partir de aplicações comerciais de sistemas de informação geográfica.
Trata de um trabalho incompleto, sempre incompleto… seja pelo simples facto de que a Sociedade evolui e há por isso espaço para acrescentar sempre algo de novo, uma nova ferramenta, uma nova tecnologia, (…) seja pela aprendizagem continua que nos fazer procurar fazer melhor ou pelo facto de que sendo este espaço um lugar de cidadania e pluralidade, haverá sempre a hipótese de existir “Um OUTRO OLHAR sobre RIO TINTO”.