CAZUZA PRO DIA NASCER FELIZ
O MUSICAL
“Não quero que me imitem. Não quero ninguém atrás de mim. Tenho muito medo de ser porta-voz de qualquer coisa”. Nesta declaração de 1988, Cazuza já profetizava o inevitável. O talento instintivo e avassalador, o temperamento explosivo, a linguagem única e libertária fizeram dele um ícone sem precedentes na cultura contemporânea produzida no Brasil. E que pela primeira vez tem sua breve e trepidante trajetória contada nos palcos, através de “Cazuza Pro Dia Nascer Feliz, o Musical”, de Aloísio de Abreu, com direção de João Fonseca.
FAZ PARTE DO SHOW Como a vida do personagem foi curta e, ao mesmo tempo, muito intensa, o autor procurou contar a história de forma ágil, avançando sempre a partir dos momentos de virada na carreira e na vida dele: a descoberta do teatro, o gosto pelo rock, o momento em que resolve cantar, montar uma banda, se profissionalizar, o estouro, as brigas, a mudança no estilo de sua obra, o estrelato solo, a descoberta da doença, a urgência poética no fim das forças. Enfim, momentos que levam a história adiante. “As músicas se inserem quase como parte do texto. Estrutura de musical mesmo. Claro que tem momento show, mas a trajetória do Cazuza é contada através das letras e da poesia dele. Tudo no texto ‘faz parte do show’“.
EU VEJO O FUTURO REPETIR O PASSADO E assim, uma das trajetórias mais impressionantes da música brasileira é recriada pela primeira vez nos palcos. Aliás, nada mais oportuno, num momento em que se reascende no país, como poucas vezes se viu, articulações e movimentos em torno da ética, de transparência pública, de honestidade em diversos planos, de dignidade. “Não sei quem foi o ufanista que jogou essa bandeira. É uma pessoa louca, porque o Brasil não está em condições de receber manifestações como essa. Inflação de 900%, um monte de denúncias de irregularidades, fora o assassinato do Chico Mendes. Eu estou é triste! Desiludido!”, disse Cazuza para mãe, após cuspir na bandeira pátria durante um show em 88. Hoje, 15 anos depois, “eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades…”, Cazuza estaria se perguntando: mas, afinal, cadê o Amarildo?
ELENCO Emílio Dantas, Osmar Silveira ou Bruno Narchi (Cazuza) Atores convidados: Susana Ribeiro (Lucinha Araújo), Marcelo Várzea (João Araújo), André Dias (Ezequiel Neves) Com: Fabiano Medeiros (Ney Matogrosso), Yasmin Gomlevsky (Bebel Gilberto), Thiago Machado (Frejat), Bruno Fraga (Maurício Barros), Bruno Narch (Serginho), Bruno Sigrist (Guto Goffi), Saulo Segreto, (Dé Palmeira), Dezo Mota (Caetano Veloso), Juliane Bodini (Swing feminino), Oscar Fabião (Swing masculino), Osmar Silveira (sub Cazuza e Swing masculino) e Sheila Matos (sub Lucinha e Swing feminino).
MÚSICAS O espetáculo reúne alguns dos maiores clássicos de Cazuza em carreira solo ou no Barão Vermelho, como “Pro Dia Nascer Feliz” e “Codinome Beija Flor”. Canções como “Bete Balanço”, “Ideologia”, “O Tempo não para”, “Exagerado”, “Brasil”, “Preciso dizer que te amo”, “Faz parte do meu show” estão presentes no roteiro, que reserva espaço também para composições de Cazuza que ele nunca chegou a gravar, como “Malandragem”, “Poema” e “Mais Feliz”.
FICHA TÉCNICA
Texto de Aloísio de Abreu Direção Geral João Fonseca Produção Geral Sandro Chaim Direção Musical: Daniel Rocha Supervisão Musical: Carlos Bauzys Preparador Vocal: Felipe Habib Coreografias: Alex Neoral Cenário: Nello Marrese Figurino: Carol Lobato Visagismo: Juliana Mendes Design de luz: Daniela Sanches e Paulo Nenem Design de som: Gabriel D´Angelo