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Tentativa de homicídio em Honório Bicalho

JÚNIA RODRIGUES

Deu Polícia

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Os anjos não têm sexo

Editorial

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Aspectos culturais contribuem para aumento da violência

Agressão contra a mulher

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Movimento “Pai tem que fazer de tudo” contribui para o fortalecimento da concepção de que os pais, junto das mães, são protagonistas no cuidado com os filhos

Olaria é campeão Máster 2019

No Fundo do Baú

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Inauguração Mari Baby

Balada

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A Banqueta Os anjos não têm sexo

Na última sexta-feira (2), a famosa marca Victoria Secrets anunciou a modelo cearense Valentina Sampaio, como mais uma integrante do grupo das Angels apelido dado às modelos da marca, por desfilarem com asas de anjos. A brasileira, declaradamente transexual, comemorou a vitória. Já o diretor de marketing, Ed Razek, pediu demissão nessa terça-feira (6). Segundo o Estadão, em entrevista à revista Vogue, ele já havia declarado, anteriormente à nova admissão, que a marca não deveria contratar modelos transexuais ou plus size.

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Oportunidades de emprego

Aux. administrativo financeiro (Nova Lima). Necessário experiência anterior na função e fácil acesso ao bairro Vila da Serra. Horário: seg. a sex., de 8h às 18h. Salário: R$ 1.500 + benefícios. Enviar currículos para o e-mail: rh@novorumoconsult.com.

Agente de viagens (Jardim Canadá). Necessário experiência com venda de serviços. Horário: seg. a sex., de 10h às 19h30 e sáb., de 9h às 14h. Salário: R$ 1.700 + comissão + benefícios. Enivar currículo para o e-mail: rh@novorumoconsult.com.

O assunto pode ser desmembrado em diversas categorias de pauta e foi motivo de posicionamentos diversos nas redes sociais. Alguns deles levantam questões relacionadas a mercantilização dos corpos das mulheres, sejam elas cis - pessoa que se identifica com o gênero no qual nasceu - ou transgêneras. A mídia e o capitalismo, aliado a globalização e aspectos culturais do patriarcado, colaboram para o mercado e consumo dos corpos das mulheres, além de reafirmar padrões de beleza cruéis e inatingíveis. Para alguns internautas, a luta deveria ser para a quebra de padrões e pela não comercialização de qualquer tipo de corpo. Para outros, a modelo brasileira é um símbolo de representatividade da comunidade LGBT.

A ONG Transgender Europe cita, como uma das principais causas de vulnerabilidade social dessas pessoas, a exclusão do mercado de trabalho. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) produziu uma estimativa de que 90% das pessoas trans recorrem à prostituição, ao menos em algum momento da vida, para conseguirem sobreviver. A mercantilização dos corpos e das vidas das mulheres deve sim ser pautada. Mas, é preciso levar em consideração os contextos sociais de cada grupo, para entender a importância de Valentina Sampaio compondo a equipe das Angels.

Sol entre nuvens

Quinta Mín: 13º Máx: 24º

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Sexta Mín: 13º Máx: 25º

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Domingo Mín: 14º Máx: 28º

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Sábado Mín: 13º Máx: 26º

Jornal A Banqueta de Notícias - 487ª Edição

“Aqui no bairro Vale da Esperança, em Nova Lima, ficamos sem água com regularidade. Geralmente, o recurso fica disponível apenas no período da noite. Então, temos que economizar a água da caixa e utilizála apenas para o banho. Mas, há cerca de dois dias, não temos água nenhuma, nem mesmo à noite.” Léia Maria Vale da Esperança

Resposta - A Copasa informou que o sistema de abastecimento de água no bairro está normal. Afirmou que, na sexta-feira (2), foi identificada e substituída uma válvula redutora de pressão que estava danificada. Também esclareceu que técnicos estão

BEX Edições Ltda. CNPJ: 11.160.970/0001-70 Fale conosco: 31 3541-5701 / 98569-2926 ou abanqueta@gmail.com Diretor: Frederico Sarti Mendes Jornalista responsável: Júnia Rodrigues Redação: Júnia Rodrigues, Mariana Lacerda e Camila Madeira Diagramadora: Sônia Souza Diagramadores aux.: Jordana Matos e Tatiana Dias Comercial: Clauzy Barbosa: 99847-9631-Efigênia Veloso: 98848-4388 Gráfica Editora Sempre - 16.000 exemplares

Contato: 31 3541-5701

O jornal A Banqueta de Notícias se exime de qualquer responsabilidade sobre opiniões e pontos de vistas expressos em artigos, anúncios e publicações assinadas que exprimam conotações políticas, religiosas ou sociais, por não refletirem as convicções desta diretoria. Reservamo-nos o direito de erro gráfico.

vistoriando as redes de distribuição da região para verificar se há vazamentos invisíveis nas tubulações, em função do registro de falta d’água pelos moradores.

“A matéria ‘Vidas por um fio’, da última edição, fez sucesso no 4º ano do Ensino Fundamental, da Escola Municipal Dona Antonieta Dias de Souza. A partir da reportagem, as crianças fizeram a leitura e interpretação de texto, distinguiram fato de opinião e ilustraram a atividade desenvolvida com desenhos e colagens. Foi um sucesso! Parabéns pelas pautas relevantes!”

Alô Banqueta

Massa de ar quente e seco volta a predominar no final de semana

Sem água

Direto da Comunidade

Roselene Coelho Clemente Professora da E. M. Dona Antonieta Dias de Souza


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homicídio Tentativa de Deu Polícia

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Imagem ilustrativa

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Discussão em Honório Bicalho durante a realização de forró termina em tiros

Um homem foi vítima de uma tentativa de homicídio, por disparos de arma de fogo, em um forró em Honório Bicalho, em Nova Lima, por volta das 22h30 desse domingo (4). Segundo a Polícia Militar (PM), o fato ocorreu após uma discussão, mas até o fechamento desta edição, a motivação do crime ainda não tinha sido esclarecida.

A discussão

A vítima, identificada como Vanderlei Isaías, de 51 anos, é morador do bairro Santa Rita. De acordo com a Tenente Izabel Gomes, da 1ª Cia. da Polícia Militar de Nova Lima, Vanderlei se dirigia ao banheiro do estabelecimento quando se envolveu em uma discussão. “Ao sair do banheiro, ele foi perseguido pelo autor, que estava armado”, conta. A tenente ainda detalha que a vítima foi atingida

com três disparos na região do braço e da nuca. “Logo foi socorrida por um funcionário e clientes, que o levaram, imediatamente, para o Hospital Nossa Senhora de Lourdes”, afirma. De acordo com informações de um conhecido da vítima, que não quis se identificar, apesar da gravidade dos ferimentos, Vanderlei passa bem e não corre risco de morte.

Forró é cancelado

Segundo um dos proprietários do Restaurante Fogão a Lenha, localizado na Rua Liberato Augusto, estabelecimento onde aconteceu a tentativa de homicídio, o forró sempre ficava cheio. “O evento

era realizado aos domingos, há cerca de dois meses, mas a partir de agora não faremos mais. Uma pena, porque tinha muita procura, sempre ficava lotado, até mesmo pessoas de outras regiões prestigiavam o forró e traziam a família. É bom salientar que o restaurante continua funcionando normalmente. Vamos continuar servindo o almoço durante toda a semana”, afirma.

Investigação

Até o momento, o motivo do fato não foi esclarecido, mas a PM realizou diligência para encontrar o autor. “Quando a guarnição chegou ao local, o suspeito já tinha evadido para não ser pego em flagrante. Entretanto, imagens das câmeras de segurança do restaurante foram encaminhadas à Polícia Civil para análise”, relata a tenente.


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Uma mulher é vítima de estupro a cada nove minutos. A cada dia, três mulheres são vítimas de feminicídio. A cada dois minutos, uma mulher registra agressões sob a Lei Maria da Penha. O percentual indica que 43% das mulheres sofrem violência dentro da própria casa. Estes são dados do 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A violência contra a mulher existe em diversos âmbitos. As mais fáceis de identificar são as agressões físicas e patrimoniais, por serem mais visíveis. Entretanto, existe também a sexual, moral e psicológica. Um exemplo do dia a dia são os ditos populares que colocam a mulher em papel de submissão, um reflexo do machismo e do racismo presente na sociedade.

“Mulher não nasceu pra comandar”

De acordo com o Mapa da Violência 2015, o Brasil está em 5º lugar no ranking dos países em que mais se matam mulheres. Para a delegada da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, de Nova Lima, Karina Resende, os números não estão crescendo. “Antigamente, elas eram violentadas e não contavam a ninguém. Hoje, elas têm consciência dos seus direitos, de quem procurar e o que fazer”, avalia. Apesar dos índices tão altos, uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Instituto Datafolha, indicou que, entre 2018 e 2019, apenas 10,3% das mulheres agredidas procuraram uma delegacia da mulher, 8% delas recorreram à delegacia comum e 5% das entrevistadas ligaram para o 190.

“Não grita comigo, que não sou suas ‘negas’”

Segundo o Atlas da Violência de 2019, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de 2007 a 2017, a taxa de assassinatos de mulheres negras aumentou 29,9%, já das mulheres não negras, cresceu 4,5%. Em 2018, 66% das assassinadas eram negras. Para uma profissional da área, especialista em violência contra a mulher, que optou por não se identificar, os estudos a respeito da temática sinalizam que as construções sociais de gênero e raça estão interligadas ao assunto. “É importante compreender esse fenômeno sob a perspectiva de raça também, já que o racismo, associado ao machismo, contribui com aumento do índice de violência contra a mulher negra”, ressalta.

“Mulher só pilota bem o fogão”

Conforme a especialista, para entender a violência contra a mulher é preciso compreender fatores

Violência contra a mulher

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Denuncie

Para especialista, machismo, racismo e outros aspectos culturais contribuem com aumento do índice de violência contra a mulher

sociais, comunitários e subjetivos. Ela explica que os padrões de masculinidade e feminilidade, estão marcados por uma ideologia patriarcal. Frases rotineiras como “homem não chora”, aponta o tipo de comportamento que a sociedade espera e cobra do gênero masculino. “Em contrapartida, espera-se da mulher atitudes submissas. Portanto, evidenciase uma relação em que há desequilíbrio de poder. O que pode resultar em violência, porque, quando o gênero feminino não corresponde ao comportamento esperado, os conflitos se iniciam”, conta.

“Mulher gosta de apanhar”

A mulher se envolve num ciclo de violência, composto por três fases, que variam de intensidade. A primeira é a Tensão. “Nesse primeiro momento, o agressor mostra-se tenso e irritado por coisas insignificantes, chega a ter acessos de raiva. Também humilha, faz ameaças e destrói objetos”, detalha. A mulher tenta acalmar o agressor, fica aflita e evita atitudes que podem “provocá-lo”. A segunda fase é a Explosão. “As ações se intensificam e acontecem atos mais graves, como violência física”, analisa. A terceira é a Reconciliação. “É a lua de mel. O homem pede desculpas, mostra-se arrependido. Diz que nunca irá cometer os mesmos atos. Mas, após um tempo, a fase da Tensão pode reaparecer”, descreve.

“Ele faz isso, porque gosta de você”

Ela explica que a ausência de consciência da mulher sobre estar em uma relação abusiva, contribui para que ela não saia do ciclo. “O companheiro expressa atitudes que podem ser lidas como zelosas, mas ao longo do tempo, demonstra ciúme excessivo, tentativa de controle e de limitação da liberdade, além de críticas à forma dela se vestir, agir e também às pessoas próximas dela”, elucida. A especialista afirma que essas atitudes possessivas podem ser justificadas como forma de “cuidar” e, inclusive, muitas vezes são consideradas normais pela sociedade. “A concepção de relacionamento amoroso pode ser marcado pelo dever da mulher tolerar as agressões e a pensar que tais desrespeitos e violências são em decorrência de alguma falha dela”, sinaliza.

“Toda mulher gosta de um cafajeste”

Outro pensamento comum é estigmatizar a mulher que tem dificuldades em sair de relacionamentos violentos, como quem gosta de apanhar. Segundo a profissional, viver este tipo de relação diminui a autoestima e eleva a insegurança pessoal. “Ela pode sentir vergonha e culpa. Temer por sua segurança e de seus filhos, ter medo de perder a guarda das

crianças, ter tido más experiências no passado, quando contou sua situação, querer proteger seu companheiro por razões de dependência econômica ou afetiva, entre outras situações”, exemplifica. Além disso, ela reitera que a perspectiva sociocultural faz com que a mulher conviva, cotidianamente, com pessoas que reforçam a ideia de que ela precisa tolerar os comportamentos violentos.

“O que Deus uniu, o homem não separa”

Entretanto, nem tudo está perdido. “É possível superar os traumas vivenciados a partir de um processo de fortalecimento da mulher. Esse processo pode ser propiciado pelo acompanhamento psicossocial, psicoterápico, realização de tratamentos integrais à saúde, companhia de familiares e amigos e de resgate de atividades que lhe proporcionam bem-estar”, afirma. Para casos em que há comprometimento grave na saúde psíquica, é necessário acompanhamento psiquiátrico. Em Nova Lima, o Centro de Referência da Mulher, atende mulheres em situação de violência doméstica e familiar, a partir de 18 anos, faz acompanhamentos psicossociais, orientações jurídicas e encaminhamentos diversos.

“Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”

O principal ponto elencado pela especialista é a mobilização das pessoas, comunidade, família e instituições em prol de transformar aspectos culturais que respaldam a violência contra a mulher. “É preciso apoiar a mulher, acionar a polícia. As instituições precisam promover rodas de conversa sobre a temática e é importante os pais refletirem sobre a forma como têm educado seus filhos”, observa. Apesar da violência contra a mulher ser uma questão de saúde pública, social e de segurança, o Jornal A Banqueta teve dificuldades em encontrar informações especificamente de Nova Lima. “Os dados são essenciais para justificar a implantação e fortalecimento de políticas públicas, projetos de prevenção e de enfrentamento à violência”, finaliza.

Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) Rua Joviano Assis Fonseca, 412, Cariocas De 8h30 às 18h30 | Telefone: 3542-4172 Centro de Referência da Mulher Rua Antonino Fonseca Júnior, 88, Rosário De 8h às 17h30 | Telefone: 3542-5918 Disque denúncia Telefone: 180


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Nilton e as filhas Isis e Liz

Pai de primeira viagem

Alimentar, trocar fralda e apoiar no dever de casa dos filhos são tarefas que, até pouco tempo atrás, eram consideradas, exclusivamente, das mulheres. É comum ouvir dos mais velhos, que os homens eram responsáveis por colocar dinheiro em casa e, as mães, de cuidar do lar e dos herdeiros. A sociedade passa por profundas transformações e a luta das mulheres muito contribui para colocá-las, hoje, em outros papéis, como no mercado de trabalho e em posições de destaque na política. Entretanto, mesmo com esse avanço, ainda há, enraizada na cultura, a visão de pai como “aquele que ajuda a mãe” e, por ser homem, não precisa dividir às responsabilidades na criação dos filhos.

Assim como uma criança a desbravar o mundo, a mudança dessa concepção de paternidade dá os primeiros passos. A chegada do Dia dos Pais, comemorado neste domingo (11), traz mais uma oportunidade de reflexão sobre a importância de uma nova postura masculina para quebrar tabus que em nada contribuem para o bem-estar das relações familiares. E, é a partir de pequenas iniciativas que a igualdade entre pais e mães começa a tomar corpo. O movimento “Pai tem que fazer de tudo”, do publicitário Bruno Santiago, exemplifica essa postura. Com seu trabalho, dentro e fora da internet, ele fala das experiências com o filho e da luta para mudar espaços públicos, direcionados para o cuidado com as crianças, já que, muitos deles, são exclusivos para as mães e acabam por excluir os pais.

O nova-limense Nilton Félix Júnior, o Juninho, sente na pele as dificuldades de cuidar das filhas fora do conforto do lar. O pai de primeira viagem conta que, quando precisa trocar as fraldas das gêmeas, Isis e Liz, de seis meses, vai para dentro do carro ou a tarefa é direcionada para a esposa, por falta de opção. “Aqui o cuidado é em dobro e ela acaba sobrecarregada quando vamos para locais públicos, na maioria, direcionados para as mulheres entrarem com as crianças. Preciso ficar ausente mesmo querendo participar. Já ouvi outros pais reclamando sobre a falta de fraldários nos banheiros masculinos ou espaços onde também possam entrar para trocar a fralda do filho”, afirma.

Sonho realizado

Segundo Nilton, a paternidade era um sonho e, desde quando “suas pequenas” chegaram, ele faz questão de participar ativamente da vida delas. Para ele, ser pai é estar presente em todas as situações, assim, ninar, trocar fralda e dar mamadeira se tornaram atitudes prazerosas que fortalecem, cada dia mais, os laços entre eles. “O pai tem que estar junto da mãe, até mesmo para aprender com ela, caso tenha dificuldade. É preciso quebrar tabus de que essas tarefas só podem ser feitas pela mulher. Mas, é importante também, que as mães abram o caminho para os homens e não queiram fazer tudo sozinhas”, reitera.

Pai tem que fazer de tudo

O relato de Nilton se junta a outras vivências de pais participativos, como o idealizador do movimento “Pai tem que fazer de tudo”. Além de atuante na criação do filho Samuel Santiago (5), Bruno

Santiago - sem se posicionar como referência auxilia homens e mulheres nessa mudança de visão a partir suas experiências. O belo-horizontino relembra que, após descobrir que seria pai, a empolgação pelas pesquisas na internet sobre os cuidados com o bebê deu lugar a um incômodo em relação à forma com que as postagens tratavam a figura paterna. “Os conteúdos eram relevantes, mas voltados para as mães. Comecei a postar no Facebook essa insatisfação, além da minha relação entre pai e filho. Assim, o movimento surgiu no dia 19 de fevereiro de 2015”.

Redes sociais

A internet é uma poderosa ferramenta para Bruno desenvolver o movimento. É online, que ele conta fatos marcantes de sua vida, como quando se separou da então esposa, Tereza, mãe do Samuel. Para o publicitário, separação não é desculpa para deixar de ser participativo na vida de um filho e, em nome do “Samuca”, as diferenças ficaram de lado. Ao abrir suas vivências, Bruno conquista a confiança de outros homens e de mães que desabafam, por exemplo, sobre relações desgastantes, onde os provedores não desejam dividir a tarefa de cuidar das crianças. “O objetivo é romper com os nossos medos e com a cultura de que o pai é só para jogar bola, fazer bagunça e pagar as contas do mês. Ele tem que fazer junto com as mães, como um time”, reitera.

Melhorias em espaços públicos

Mesmo diante dos 200 mil fãs no Facebook e 13 mil seguidores no Instagram, Bruno levanta outra bandeira, fora da internet, nessa luta pelo direito dos pais exercerem seu papel, efetivamente, em qualquer lugar. A ausência de locais públicos, adequados para toda a família cuidar das crianças,


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foi outro fator que o incomodou e ele passou a intermediar também mudanças em ambientes públicos. “Uma das alterações que consegui foi na Leroy Merlin, do Power Shopping Centerminas. Fiz a intermediação com a empresa e a placa que indicava Espaço Materno foi substituída por outra chamada de Espaço Família. Trocaram várias placas e minha sugestão virou padrão no local”, exemplifica.

Projeto de Lei

Bruno Santiago afirma ainda que, a partir da sua iniciativa, houve a tentativa de aprovar o Projeto de Lei (PL) 454/2017, de autoria do vereador, na época, professor Wendel Mesquita. O PL obrigava os espaços públicos de Belo Horizonte a oferecerem, pelo menos, um fraldário instalado em banheiros masculinos de ambientes comerciais como supermercados, parques, estádios, shoppings, cinemas e prédios públicos municipais. “Fiz um papel político para que esse PL fosse votado. Ele passou em primeiro e segundo turno, mas foi vetado pelo prefeito Kalil. O prefeito se reuniu comigo, no final do ano passado, e sugeriu a criação de uma campanha pela prefeitura para estimular a iniciativa por parte dos comerciantes, o que ainda não aconteceu”, completa Bruno.

Espaço Família Móvel

O emprego de gerente de marketing Bruno abandonou, em 2017, para se dedicar ao movimento. Já o carro particular, em outubro de 2018, foi transformado no Espaço Família Móvel, um

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Movimento “Pai tem que fazer de tudo” contribui para o fortalecimento da concepção de que os pais, junto das mães, são protagonistas no cuidado com os filhos

ambiente onde os pais podem trocar a fralda dos filhos e alimentá-los com tranquilidade, em espaços externos. Dentro do veículo encontram-se fraldas, de vários tamanhos, lenço umedecido, cadeirinha para alimentação e trocador. “Na época em que o Samuel usava fralda eu passei pela dificuldade de não existir soluções como esta. Para mostrar que é possível os estabelecimentos comerciais mudarem a visão, eu mudei minha vida. Levo toda essa estrutura para eventos pontuais e, mais que isso, ofereço acolhimento e conforto aos pais e responsáveis em ambientes públicos”.

Bruno Santiago no Espaço Família Móvel

Quebra de tabus

Nas postagens na internet nota-se o carinho de Bruno em participar do dia a dia do filho, como ao secar o cabelo de Samuel, após um banho divertido entre eles. Essa visão participativa se evidencia ainda em outro braço do movimento. Por meio de palestras, que perpassam por assuntos diversos, Bruno chama atenção sobre o machismo, que

insiste em colocar o homem como coadjuvante no cuidado com o filho, e ainda aquele que não pode chorar, por ser “menos homem” por isso. A importância de a mulher cuidar de si diante da maternidade é outro ponto abordado pelo palestrante. Afinal, segundo Bruno, ela também precisa trabalhar, se divertir, cuidar da saúde e não deve assumir, sozinha, as responsabilidades dentro de casa.

Mudança coletiva

A reunião dos textos escritos pelo publicitário nas redes sociais e para revistas de Belo Horizonte resultou ainda em um livro, cujo nome é o mesmo do movimento. “O livro e os demais elementos que compõe o ‘Pai tem que fazer de tudo’ servem para fazer com que todos pensem junto comigo. Não adianta eu lutar sozinho, estimulo as pessoas a se renderem e cobrarem uma mudança de postura da sociedade”, afirma. O escritor completa que, ao assumir seu papel de pai, o homem cumpre sua obrigação. Entretanto, assim como ele faz, o melhor caminho é realizar a missão por obrigação e amor. “Ninguém é perfeito, mas precisamos nos permitir ser pai. Não é ser autoritário, é ter responsabilidade, dar carinho, cuidar e não terceirizar esse cuidado para a mulher, sendo que eu mesmo posso fazer”, encerra.

Contatos

Instagram: @paitemquefazerdetudo Facebook: /paitemquefazerdetudo Blog: paitemquefazerdetudo.com


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Villa Nova

No último final de semana, o Villa Nova subiu de posição no Campeonato Mineiro das categorias de base. O Sub-20, mesmo sem jogar, garantiu os 3 pontos, pois o confronto seria contra o Democrata-SL que desistiu da competição. Hoje, o Leão ocupa a 7ª colocação. Classificam-se 8 equipes para a fase seguinte. Os meninos do Leão têm mais dois jogos. Neste sábado (10), vão à Patrocínio enfrentar a Patrocinense, às 10h. E no dia 17, fecham a 1ª fase, em Nova Lima, diante do Uberlândia. Já as categorias Sub-15 e 17 foram à Ibirité enfrentar o América-TO e saíram de lá com duas vitórias. O Sub-15 venceu por 3 a 0 e o Sub17 por 3 a 1. Nas duas categorias, o Leão está na

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2ª posição e briga para voltar à 1ª Divisão. O critério utilizado é a somatória de pontos das duas categorias, com isso, o Villa lidera, com 34 pontos, ao lado do Tupynambás. Sobem à divisão de elite as três melhores equipes mais bem colocadas na somatória de pontos. Neste sábado (10), com rodada dupla, em Nova Lima, o Sub-17 e o Sub-15 do Leão encaram o Guarani de Divinópolis, às 14h e 17h, respectivamente. Depois de anos de títulos e vitórias marcantes, 2019 vem se mostrando não ser o melhor ano do futebol mineiro. Em janeiro, existia uma grande expectativa sobre a dupla de gigantes do estado. O time atleticano voltava a disputa da Taça Libertadores. Levir Culpi, mantido no cargo e contratações “pontuais”, chegavam. Já o clube celeste, após mais uma conquista de Copa do Brasil, em 2018, vinha como um dos principais candidatos ao título continental. Os meses foram passando e algumas “ilusões” começavam a surgir.

Sport Club Olaria

Campeão Máster - 2019

No Cruzeiro, um time que atropelava os adversários na fase de grupos da Libertadores. Já no Galo, realidades começaram a aparecer. Levir Culpi não tinha o elenco em suas mãos. O time era uma verdadeira bagunça, que não conseguia vencer seus jogos na Libertadores. Em maio, o Atlético já com Rodrigo Santana no comando, foi eliminado na Libertadores, mas garantiu vaga na Sulamericana. O Cruzeiro, naquele momento, classificava com a segunda melhor campanha. O calendário paralisou, voltando apenas em julho, após a Copa América. Na Copa do Brasil, a raposa tirou o Galo. Mas, agora, o Cruzeiro no Brasileirão está na zona do rebaixamento e tem parada torta na Copa do Brasil. O Atlético apesar de fazer boa campanha no Brasileirão, está fora da Libertadores e da Copa do Brasil, restando o título Nacional e a Sulamericana. Somando os dois gigantes de Minas, não temos um ano bom para os mineiros.

No Fundo do Baú

O Sport Club Olaria sagrou-se campeão, no último domingo (4), do Campeonato Amador, da categoria Máster, após vencer, por 2 a 0, o Vila Rica. Os comandantes da equipe são Claudinho da Vale (jogador e o faz tudo do time), Eustáquio (treinador) e João Barata (jogador). O elenco da agremiação da Vila São Luiz dedicou o título ao Claudinho da Vale por todo o trabalho desenvolvido em prol da equipe. Em pé: Eustáquio, Delmário, Ernani, Giovane, Magrão, Josué, Cascata, Maicon, Zuim, Luciano, Baião, Roni, Efigênia e Rosângela. Agachados: Paulo, Magno “Cabelinho”, Paulinho, Claudinho da Vale, Wágner, Jerry, João Barata, Reinaldo, Amarildo e Emerson.

Enquete - Quais foram os melhores jogadores do S. C. Olaria, campeão Amador Máster de 2019? Envie sua resposta para o e-mail: enqueteabanqueta@gmail.com. Participe! Resposta da enquete anterior - O melhor jogador do Continental, campeão Sub-17 de 2019, foi Sávio, eleito em 1º lugar, com 100% dos votos.


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Inauguração Mari Baby

Para os pequenos sempre andarem na moda, Nova Lima conta com um novo espaço dedicado às crianças, a Mari Baby. Localizada na Rua Coronel Joaquim Marcelino, nº 26 A, no bairro Centro, a loja foi inaugurada no dia 20 de julho. Para chamar a atenção da criançada, o estabelecimento comercial ofereceu deliciosas pipocas e pirulitos, que fizeram a alegria de todos. Já os pais, foram presenteados com canecas personalizadas da loja. O evento foi uma oportunidade para o público conhecer o espaço e os produtos oferecidos pela Mari Baby. Fotos: Ricardo Teixeira


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